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Brinquedos: Brincar para crescer

Natal é sinónimo de brinquedos para os mais pequenos: é por eles


que anseiam na "noite mais longa do ano"... Querem brincar porque
são crianças, decerto ignorando que a brincadeira até é um direito
universal.

Quer acreditem no Pai Natal, quer não acreditem, todas as crianças


têm certamente em comum um desejo na noite de 24 para 25 de
Dezembro: o desejo de pelo menos um brinquedo, do brinquedo com
que sonharam meses a fio, a partir do momento em que o
vislumbraram numa montra, num anúncio de televisão, num folheto
promocional ou nas mãos de outro/a menino/a.

E, na verdade, não há Natal sem brinquedos. E ainda bem. Porque faz


todo o sentido oferecer brinquedos às crianças. Afinal, eles são o
instrumento que lhes vai permitir desenvolver uma das actividades
fundamentais da sua vida: brincar. As brincadeiras ocupam boa parte
do tempo infantil: é assim que descobrem e interpretam o mundo que
as rodeia, que exercitam as suas capacidades e habilidades, que
descobrem os outros e com eles se relacionam.

Brincar é mesmo uma coisa séria, tão séria que a Declaração


Universal dos Direitos das Crianças reconhece o direito a brincar
como fundamental, por entender que possibilita a criação de
condições óptimas ao desenvolvimento das crianças. E os brinquedos
são os intermediários desse processo: são eles que enriquecem as
brincadeiras e estimulam as crianças, ajudando-as a desenvolver
múltiplos aspectos da sua personalidade.

E não é preciso que sejam muito sofisticados. Basta ver como uma
criança se perde em mil e uma brincadeiras com o objecto mais
simples: qualquer pedaço de papel, de plástico ou de madeira se
pode transformar em matéria-prima de sonhos, aventuras e
conquistas.

Os verbos querer e comprar

Assim tem sido ao longo dos tempos. Mas nos dias de hoje, nem
sempre as crianças se contentam com pouco. São movidas por uma
exigência, mas também uma insatisfação, muitas vezes alimentadas
pela publicidade.

E aprendem desde cedo a conjugar os verbos "querer" e "comprar":


"Mãe, eu quero...". "Pai, compras-me...". Os apelos multiplicam-se à
velocidade da avidez infantil pela posse de mais e mais brinquedos.
Eles querem tudo e pedem tudo – consolas, jogos, bicicletas, pistas,
bonecas, roupas para as bonecas... as novidades surgindo ao ritmo
dos anúncios com que a televisão preenche os intervalos entre filmes,
séries e desenhos animados. A atracção é grande – é assim a
publicidade. E os mais pequenos não resistem.

São apelos a que, nesta época do ano, é difícil resistir. Mais ou menos
à medida das possibilidades económicas, os pais procuram satisfazer
pelo menos alguns dos desejos. E é difícil resistir porque acreditam
estar a contribuir para a melhor das causas – a felicidade dos filhos. E
eles ficam felizes. Pelo menos no momento de arrancar fitas e rasgar
os coloridos papéis de embrulho.

Mas o paradoxo é que essa alegria é movida pela mesma insatisfação


com que reclamam brinquedos: sobrevive apenas o tempo de abrirem
a prenda seguinte, esgotando-se tão depressa como o entusiasmo por
aquele brinquedo tão reclamado mas que se esquece rapidamente
num qualquer canto do quarto.
Para os pais, pode ser difícil estabelecer limites. Mas, uma forma de
alcançar algum equilíbrio: estimular nas crianças o espírito de
entreajuda que, independentemente das crenças no comportamento
dos mais pequenos pode passar pela solidariedade individuais ou
colectivas, está associado ao Natal. Se é uma época de partilha,
porque não partilhar com crianças menos afortunadas os brinquedos
com que brincam menos?

E, naturalmente dependendo da idade, conhecer esses meninos e


meninas pode apaziguar a exigência e a insatisfação, fomentando
alguma reflexão sobre o que é, de facto, importante.

Depois da compra, a segurança deve continuar a ser uma


preocupação. Antes de mais, há que seguir as instruções do
fabricante relativas à sua utilização, verificar periodicamente o estado
dos brinquedos, separando os que mostrem sinais de deterioração, e
verificar o ambiente em que a criança brinca, de modo a avaliar se as
condições são adequadas para o tipo de brincadeira que se vai
desenvolver.

São regras que, se respeitadas, vão permitir que os brinquedos


contribuam, efectivamente, para o desenvolvimento global das
crianças. Porque brincar ajuda a desenvolver a capacidade sensorial,
o movimento, a inteligência, a afectividade e a sociabilidade dos mais
pequenos.

Fazer compras seguras passa pelo respeito de algumas


regras como:

• Para as crianças mais pequenas, opte por brinquedos sólidos, feitos


de uma só peça.

• Quando o brinquedo tiver mais do que uma peça, verifique se as


partes mais pequenas (com os olhos dos bonecos) estão bem fixas.

• Evite brinquedos com peças que se soltem, pois a criança pode


levá-las à boca e sufocar.
• Verifique regularmente o estado de conservação dos brinquedos,
eliminando os que estiverem partidos.

• Evite brinquedos com cordas ou fios compridos, pois podem enrolar-


se no pescoço da criança.

• Evite berlindes, moedas e jogos com peças cujo diâmetro seja


inferior a 4,4 cm.

• Bicicletas, patins, trotinetas e skates devem ser acompanhados de


capacete e outro equipamento de segurança e a criança deve ser
incentivada a usá-los.

• Setas ou dardos devem ter pontas moles ou ventosas nas


extremidades.

• Brinquedos que imitem armas devem ser coloridos para evitar


confundir-se com armas verdadeiras.

• Brinquedos eléctricos devem ser usados sob supervisão dos adultos.

• Os brinquedos não devem ficar espalhados quando a criança acaba


de brincar: há o risco de tropeçar e se magoar.

Brinquedos: Brincar para crescer

• Devem ser guardados em caixas abertas e prateleiras baixas, de


fácil acesso.

• Brinquedos de exterior devem ser protegidos, para não sofrerem os


efeitos do tempo, nomeadamente para não enferrujarem.
• Os brinquedos devem ser mantidos limpos.

São cuidados que contribuem para que os brinquedos cumpram a sua


função – ajudar a crescer.

Brinquedos são...

A legislação determina que são brinquedos os que se destinam a


crianças dos 0 aos 14 anos, excluindo-se muitos produtos usados
como brinquedos, mas não considerados como tais, bem como os
jogos destinados a adultos.

Os brinquedos não são todos iguais: conforme a função que cumpre,


há-os sensoriais, de manipulação, de movimento, simbólicos, de
construção e de regras e conhecimentos. E na escolha é importante
que haja equilíbrio entre todos, de modo a que a criança tenha
oportunidade de pôr em prática a sua diversidade de recursos.

Com a segurança não se brinca

Os brinquedos implicam sempre algum risco, pelo que a segurança


deve ser privilegiada como critério na hora de os escolher. Um
brinquedo seguro é aquele que, atendendo ao comportamento
habitual das crianças, não coloca em perigo a segurança física ou a
saúde dos seus utilizadores, ou de terceiros, quando usado em
condições normais ou previsíveis. É seguro quando cumpre as normas
legais sobre as regras de utilização e sobre as situações de risco por
uso inadequado ou de perigo.

Assim, na compra de brinquedos, deve verificar-se se na embalagem


constam o nome do fabricante, a marca comercial e a marca CE, bem
como as características técnicas e funcionais e os indicadores de
segurança.
http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/3013/

Fonte: FARMÁCIA SAÚDE – ANF

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