O documento apresenta uma sentença condenatória contra um réu acusado de receptação qualificada por adquirir um veículo furtado para desmontá-lo. A sentença condena o réu a 3 anos de prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana, substituindo a pena privativa de liberdade, devido aos bons antecedentes do réu.
O documento apresenta uma sentença condenatória contra um réu acusado de receptação qualificada por adquirir um veículo furtado para desmontá-lo. A sentença condena o réu a 3 anos de prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana, substituindo a pena privativa de liberdade, devido aos bons antecedentes do réu.
O documento apresenta uma sentença condenatória contra um réu acusado de receptação qualificada por adquirir um veículo furtado para desmontá-lo. A sentença condena o réu a 3 anos de prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana, substituindo a pena privativa de liberdade, devido aos bons antecedentes do réu.
1 Fim do relatrio. 2. o ) Sentena condenatria (modelo II) G foi processado pela prtica de receptao qualicada, tendo em vista que adquiriu, com o m de desmontar, no exerccio de atividade comercial, veculo que deveria saber ser produto de crime.
____. Vara Criminal da Comarca de _____. Processo n. o _____. Vistos. G, quali cado nos autos, foi denunciado pela prtica de receptao quali cada, porque, no dia __, por volta das __ horas, no estabelecimento comercial denominado ___, situado na ___, nesta Comarca, teria adquirido, com a nalidade de desmanche, no exerccio da atividade comercial, veculo que havia sido anteriormente furta- do, assumindo o risco da procedncia criminosa do bem. Instruiu a denncia o inqurito de s. ___. Citado, foi o ru interrogado e apresentou defesa pr- via, arrolando duas testemunhas. Durante a instruo, ouviram-se duas testemunhas de acusa- o e duas testemunhas de defesa. As partes nada requereram na fase do art. 499 do Cdigo de Processo Penal. Em seguida, apresentaram suas alega- es nais. O representante do Ministrio Pblico pediu a condenao, por ter sido demonstrada, durante a ins- truo, a prtica do crime de receptao quali cada, nos termos da denncia ( s.__). A douta defesa pleiteou a absolvio, alegando insu cincia de provas no tocante autoria. Subsidiariamente, a rmou que o ru, se con- denado, merece a aplicao da pena no mnimo legal, pois preenche todos os requisitos subjetivos favorveis, bem como deve a sano ser substituda por pena restritiva de direitos ( s. ___). 1 o relatrio. DECIDO. GUILHERME DE SOUZA NUCCI E NILA CRISTINA FERREIRA NUCCI A ao procedente. O ru adquiriu o veculo marca ____, placa ____, no dia ____, em seu estabelecimento comercial, sem exigir a do- cumentao cabvel, alm de ter negociado com conhecido autor de furto de automveis, j condenado por vrios delitos contra o patrimnio. Alegou, em seu interrogatrio, que no efetuou a com- pra pessoalmente, mas que um funcionrio seu, sem o seu consentimento, negociou com o vendedor de automvel. Entretanto, no pde indicar quem seria esse empregado, pois, logo em seguida ao fato, deixou o trabalho e no mais retornou. Cuidava-se, segundo narrou, de pessoa recm-contratada, ainda sob experincia, cujos documen- tos pessoais nem teriam sido apresentados. A narrativa inverossmil, pois no se pode aceitar, dentro das regras de experincia que regem esse tipo de empresa, que um empregado inexperiente, cuja qualica- o nem mesmo conhecida, efetue uma compra de veculo, sem nem mesmo dar cincia ao empregador. Apurou-se, na realidade, que a compra foi feita pelo ru, visto pela testemunha ____ (s. __) na companhia de E, conhecido autor de furtos na regio, exatamente no dia em que o veculo deu entrada no estabelecimento comercial, com a nalidade de ser desmontado para a re- venda das peas. A testemunha de acusao ___, que trabalha num bar em frente ao comrcio do ru, viu-o inmeras outras vezes negociando com E, sempre veculos de procedncia duvi- dosa, pois eram imediatamente desmanchados (s. ___). O auto de apreenso do veculo encontra-se a s. ___, demonstrando que, de fato, o produto do furto (boletim de ocorrncia n. o ____ de s. __) foi parar nas mos do acusado no dia seguinte subtrao. Um dos policiais que investigou o crime foi ouvido e nar- rou ter acompanhado o acusado, distncia, vrios dias, observando o seu contato freqente com E, notrio ladro de carros. Quando teve notcia da subtrao do veculo marca ___, placa ___, compareceu ao estabeleci- GUILHERME DE SOUZA NUCCI E NILA CRISTINA FERREIRA NUCCI 2 Fim da fundamentao mento do acusado, encontrando-o na ocina, em processo de desmanche. A coisa furtada foi encontrada em poder do ru, que esteve com o autor do furto, hoje foragido, no dia da negociao. Sua alegao de ter sido o veculo adquirido por empregado cuja qualicao desconhece insustentvel, at por que o acusado conrmou que conduzia pessoalmente seu negcio. E mesmo que assim fosse, somente para argumentar, agiu com dolo eventu- al, ao acolher e determinar o desmonte de veculo sem documentao regular. As testemunhas de defesa limitaram-se a conrmar que o ru pessoa honesta e jamais cometeu crime. Por outro lado, prestaram informaes positivas acerca de sua con- duta social e atividades lantrpicas que exerce. Constata-se, portanto, que h prova certa tanto da ma- terialidade do crime, quanto da autoria. 2 Ante o exposto, julgo procedente a ao e condeno G, qualicado a s. ___, como incurso nas penas do art. 180, 1., do Cdigo Penal, ao cumprimento da pena de trs anos de recluso e ao pagamento da multa de 10 dias- multa, calculado cada dia em um salrio mnimo. Fixei a pena-base no mnimo legal, ou seja, trs anos, tendo em vista a culpabilidade mnima do ru. prim- rio, no registra antecedente criminal, apresentando, segundo a narrativa das testemunhas ___ e ___ (s. ___) excelente conduta social. Alm de bom pai e esposo, participa das atividades comunitrias e dedica-se com freqncia lantropia. A motivao do delito concen- tra-se no nimo de lucro, que fomenta a atividade de qualquer comerciante, razo pela qual no se pode veri- car, nesse aspecto, algo negativo e merecedor de maior censura. No vislumbro circunstncias e conseqncias do crime, bem como comportamento da vtima peculiares e merecedores de destaque. Por isso, parto do mnimo, que de trs anos. No h agravantes, nem causas de aumento a considerar. Por isso, torno a pena-base em denitiva. GUILHERME DE SOUZA NUCCI E NILA CRISTINA FERREIRA NUCCI Fixo o regime aberto para o cumprimento da pena, uma vez que os requisitos do art. 59 do Cdigo Penal, como acima exposto, so todos favorveis ao ru. Vislumbrando a possibilidade de substituio da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do Cdigo Penal, pois cuida-se de pena inferior a quatro anos, em relao a delito sem violncia ou grave ameaa a pessoa, bem como cuidando-se de ru sem antecedentes criminais, converto a pena aplicada em trs anos de prestao de servios comunidade, na forma a ser determinada pelo juzo da execuo criminal, bem como limitao de m-de-semana, considerando-se que, nesta Comarca, h Casa do Albergado. A pena de multa foi xada em 10 dias-multa, pois a culpa- bilidade, como j sustentado, mnima. Quanto ao valor do dia-multa, levando-se em conta que o ru pequeno co- merciante, detentor de negcio de rentabilidade mdia, aplico um salrio mnimo, totalizando, pois, 10 salrios mnimos como pena pecuniria. O ru poder recorrer em liberdade, pois primrio e no registra antecedentes criminais (art. 594, CPP). 3 Custas na forma da lei. P. R. I. Comarca, data _______________ Juza de Direito 3 Fim do dispositivo.