Este documento resume três pontos principais da obra de Saussure sobre linguística:
1) Distingue signiicante (imagem acústica) e signiicado (conceito), propondo esses termos para substituir as noções de conceito e imagem acústica.
2) Diferencia linguística diacrônica (evolução da língua no tempo) e linguística sincrônica (estados estáticos da língua).
3) Argumenta que a língua é uma forma e não uma substância, sendo
Este documento resume três pontos principais da obra de Saussure sobre linguística:
1) Distingue signiicante (imagem acústica) e signiicado (conceito), propondo esses termos para substituir as noções de conceito e imagem acústica.
2) Diferencia linguística diacrônica (evolução da língua no tempo) e linguística sincrônica (estados estáticos da língua).
3) Argumenta que a língua é uma forma e não uma substância, sendo
Este documento resume três pontos principais da obra de Saussure sobre linguística:
1) Distingue signiicante (imagem acústica) e signiicado (conceito), propondo esses termos para substituir as noções de conceito e imagem acústica.
2) Diferencia linguística diacrônica (evolução da língua no tempo) e linguística sincrônica (estados estáticos da língua).
3) Argumenta que a língua é uma forma e não uma substância, sendo
Saussure Estudo Dirigido: Traduo comentada dos trechos importantes do
Cours de Linguistique Gnrale acerca das dicotomias
Traduo: Rodrigo Bravo !ntroduo Signi"icante e Signi"icado Cap# !!! $ %&' [131] O signo lingustico no une uma coisa e um nome, mas um conceito e uma imagem acstica. sta ltima no ! o som material, coisa "uramente #sica, mas a im"resso "s$uica deste som, a re"resentao $ue nos d% o testemun&o de nossos sentidos' ela ! sensorial, e se a c&amarmos de (material), ser% a"enas neste sentido e "or o"osio a outro termo da associao, o conceito, geralmente mais a*strato. [133] sta de#inio coloca uma im"ortante $uesto de terminologia. +&amamos de signo a com*inao do conceito , imagem acstica -./ 0ro"omos conservar a "alavra signo "ara designar o total, e su*stituir (conceito) e (imagem acstica), res"ectivamente, "or signi#icado e signi#icante' estes ltimos termos t1m a vantagem de marcar a o"osio $ue os se"ara $uer se2a entre eles, $uer se2a do total do $ual eles #a3em "arte. Cap# !!! $ %(' [134] O liame $ue une o signi#icante ao signi#icado ! ar*itr%rio, ou ainda, desde $ue entendamos "or signo a totalidade resultante da associao de um signi#icante a um signi#icado, "odemos di3er sim"lesmente: o signo lingustico ! ar*itr%rio. [156] 7 "alavra ar*itr%rio "ede tam*!m uma nota. la no deve dar a ideia de $ue o signi#icante de"ende da escol&a livre do su2eito #alante -veremos adiante $ue no ! "elo "oder do indivduo $ue se muda um signo uma ve3 esta*elecido em um gru"o lingustico/. 8ueremos di3er $ue ele ! imotivado, isto !, ar*itr%rio "or relao ao signi#icado, com o $ual ele no "ossui $ual$uer ligao natural na realidade. )arte & Diacronia e Sincronia Cap# !* $ %&' [19:] is "or$ue distinguimos duas lingusticas. +omo, "or!m, as designaremos; Os termos $ue se o#erecem no so igualmente "r<"rios "ara marcar esta distino. 7ssim, &ist<ria e (lingustica &ist<rica) no so utili3%veis, "ois elas #alam de ideias muito vagas' como a &ist<ria "oltica com"reende a descrio das !"ocas to *em $uanto a narrao dos eventos, "odemos imaginar $ue, ao descrever os estados sucessivos da lngua, n<s a estudamos segundo o ei=o do tem"o' "or causa disso, seria necess%rio enviesar se"aradamente os #en>menos $ue #a3em a lngua "assar de um estado a outro. Os termos (evoluo) e (lingustica evolutiva) so mais "recisos, e n<s os em"regaremos sem"re' "or o"osio, "odemos #alar da ci1ncia dos (estados) da lngua ou de lingustica est%tica. [19?] @as "ara demarcar mel&or esta o"osio e este cru3amento de duas ordens de #en>menos relativos ao mesmo o*2eto, "re#erimos #alar de lingustica sincr>nica e de lingustica diacr>nica. A sincr>nico tudo a$uilo $ue se relaciona ao as"ecto est%tico de nossa ci1ncia. Biacr>nico ! tudo $ue se trata das evoluCes. Dincronia e diacronia, da mesma #orma, designaro res"ectivamente, um estado da lngua e uma #ase de evoluo Da interdepend+ncia e da autonomia da sincronia e da diacronia# Cap# !* $ %,' [1:5] 0ara mostrar de uma s< ve3 a autonomia e a interde"end1ncia do sincr>nico e do diacr>nico, "odemos com"arar o "rimeiro , "ro2eo de um cor"o so*re um "lano. +om e#eito, toda "ro2eo de"ende diretamente do cor"o "ro2etado e, entretanto, ela di#ere dele, ! uma coisa , "arte. Dem isto no &averia uma ci1ncia das "ro2eCes' seria su#iciente considerar os cor"os neles mesmos. Ea lingustica, mesma ! a relao entre a realidade &ist<rica e um estado de lngua, $ue ! como a "ro2eo de um momento dado. Eo ! estudando os cor"os, isto !, os eventos diacr>nicos, $ue n<s con&eceremos os estados sincr>nicos, *em como no teremos uma noo das "ro2eCes geom!tricas "or ter estudado, mesmo *em de "erto, as diversas es"!cies de cor"os. %-' [1??] 7 lingustica sincr>nica se ocu"ar% das relaCes l<gicas e "sicol<gicas $ue ligam os termos coe=istentes e #ormam o sistema, tais como so "erce*idas "ela consci1ncia coletiva. 7 lingustica diacr>nica estudar%, "elo contr%rio, as relaCes $ue ligam os termos sucessivos no "erce*idos "or uma mesma consci1ncia coletiva e $ue se su*stituem uns aos outros sem #ormar um sistema entre eles. )arte ( L.ngua uma "orma e no uma su/st0ncia# Cap# !* $ %&' [FF9] 7 lngua ainda ! com"ar%vel a uma #ol&a de "a"el: o "ensamento ! a #rente e o som ! o verso' no "odemos cortar a #rente sem cortar, ao mesmo tem"o, o verso' o mesmo ocorre na linguagem, no sa*eramos isolar nem o som do "ensamento e nem o "ensamento do som' c&egaramos a"enas a uma relao cu2o resultado seria #a3er "sicologia "ura ou #onologia "ura. 7 lngua tra*al&a, "ortanto, so*re o terreno limtro#e onde os elementos das duas ordens se com*inam' esta com*inao "rodu3 uma #orma, no uma su*stGncia. 1ela2es sintagm3ticas e rela2es associati4as 5paradigm3ticas6 Cap# * $ %&' [F5:] 7 relao sintagm%tica ! in praesentia' ela re"ousa so*re dois ou mais termos igualmente "resentes em uma s!rie e#etiva. 7o contr%rio da relao associativa -"aradigm%tica/ $ue une os termos in absentia em uma s!rie mnem>nica virtual. Eeste du"lo "onto de vista, uma unidade lingustica ! com"ar%vel a uma "arte determinada de um edi#cio, uma coluna, "or e=em"lo. la se encontra, "or um lado, em uma certa relao com a viga $ue a su"orta' este traado de duas unidades igualmente "resentes no es"ao nos #a3 "ensar na relao sintagm%tica. 0or outro lado, se esta coluna ! de ordem d<rica, ela evoca a com"arao mental com as outras ordens -2>nica, corntia, etc./ $ue so os elementos no "resentes no es"ao: a relao ! associativa -"aradigm%tica/ % 7' [F4F] n$uanto $ue um sintagma atrai a ideia de uma ordem de sucesso e de um nmero determinado de elementos, os termos de uma #amlia associativa no se a"resentam nem em nmero de#inido, nem em uma ordem determinada. De associarmos desejo-so, calor-oso, medro-so, etc., no sa*eramos di3er $ual ser% o nmero de "alavras sugeridas "ela mem<ria adiantadamente, nem em $ue ordem elas a"arecero. Hm termo dado ! como o centro de uma constelao, o "onto "ara onde convergem os outros termos coordenados, cu2a soma ! inde#inida.