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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

Curso Pró-Técnico
Disciplina:

Matemática
Texto Experimental – 1a Edição
Antonio José Bento Bottion e Paulo Henrique Cruz Pereira

Varginha – Minas Gerais Dezembro de 2006


Álgebra

Fonte: http://community.learnnc.org/dpi/math/archives/AlgArt.gif

Geometria

Fonte: http://ww2.wdg.uri.edu:81/testsite/fileadmin/advance_client/mathematics.gif
............................................................................
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MATEMÁTICA I
Prof. Antônio José Bento Bottion ÍNDICE
1. TEORIA DOS
CONJUNTOS ........................................................................
............................................ 6 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 1.5. 1.6. 1.7.
1.8. 1.9. 1.10. 1.11. 1.12. 1.13. 2.
SIMBOLOGIA .......................................................................
................................................................ 6 CONCEITOS
PRIMITIVOS .......................................................................
............................................... 6 REPRESENTAÇÕES DE UM
CONJUNTO .........................................................................
......................... 7 MAIS DOIS
POSTULADOS .......................................................................
.............................................. 8 DEFINIÇÃO DE
SUBCONJUNTO.......................................................................
....................................... 8
TEOREMAS .........................................................................
................................................................ 9
COMPLEMENTAR......................................................................
......................................................... 10 CONJUNTO
UNIVERSO .........................................................................
.............................................. 10
UNIÃO.............................................................................
................................................................. 11
INTERSECÇÃO ......................................................................
............................................................ 12
DIFERENÇA ........................................................................
.............................................................. 13 PAR
ORDENADO..........................................................................
...................................................... 15 PRODUTO
CARTESIANO .......................................................................
.............................................. 15

CONJUNTOS
NUMÉRICOS ........................................................................
.......................................... 17 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. 2.5. 2.6. 2.7.
NÚMEROS NATURAIS E NÚMEROS
INTEIROS .........................................................................
............... 17 NÚMEROS
RACIONAIS.........................................................................
............................................... 17 NÚMEROS
IRRACIONAIS.......................................................................
.............................................. 19 NÚMEROS
REAIS.............................................................................
.................................................. 19
TEOREMAS .........................................................................
.............................................................. 19 OUTRAS
NOTAÇÕES .........................................................................
................................................. 21
INTERVALOS .......................................................................
.............................................................. 21

3.

ARITMÉTICA DOS
INTEIROS .........................................................................
...................................... 23 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 3.6. 3.7. 3.8.
3.9. MÚLTIPLO E
DIVISOR ..........................................................................
............................................... 23 NÚMERO
PAR ..............................................................................
..................................................... 23
TEOREMA...........................................................................
.............................................................. 25 NÚMERO
PRIMO ............................................................................
.................................................... 26 NÚMERO
COMPOSTO .........................................................................
............................................... 26
TEOREMA...........................................................................
.............................................................. 26 FORMA
FATORADA .........................................................................
................................................... 28 DIVISÃO
EUCLIDIANA .......................................................................
.................................................. 30 MÁXIMO DIVISOR
COMUM ............................................................................
...................................... 31
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3.10. 3.11. 3.12. 4.

NÚMEROS PRIMOS ENTRE


SI ...............................................................................
............................... 32 MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM ............................................................................
..................................... 32
TEOREMA...........................................................................
.............................................................. 33

TÉCNICAS DE
FATORAÇÃO.........................................................................
....................................... 34 4.1. 4.2. 4.3. 4.4. EXPRESSÃO
ALGÉBRICA.........................................................................
........................................... 34 VALOR
NUMÉRICO..........................................................................
................................................... 34 FATORAR –
DESENVOLVER ......................................................................
......................................... 35 CASOS DE
FATORAÇÃO ........................................................................
............................................. 36

5.

POTENCIAÇÃO.......................................................................
............................................................... 46 5.1. 5.2. 5.3.
5.4. 5.5. 5.6. 5.7.
DEFINIÇÃO ........................................................................
............................................................... 46
DEFINIÇÕES .......................................................................
.............................................................. 47 SIMPLIFICAÇÃO DE
EXPRESSÕES .......................................................................
................................ 49 PROPRIEDADES DAS
POTÊNCIAS.........................................................................
............................... 50 EQUAÇÕES
EXPONENCIAIS .....................................................................
........................................... 53 NOTAÇÃO
CIENTÍFICA........................................................................
................................................ 55
RESUMO ...........................................................................
............................................................... 56

6.

RADICIAÇÃO .......................................................................
.................................................................. 58 6.1. 6.2.
6.3. 6.4. 6.5. 6.6. 6.7. 6.8. 6.9.
INTRODUÇÃO .......................................................................
............................................................. 58
GENERALIZAÇÃO ....................................................................
.......................................................... 58
DEFINIÇÃO ........................................................................
............................................................... 59 PROPRIEDADES
DOS
RADICAIS..........................................................................
................................. 61 REDUÇÃO DE RADICAIS AO MESMO
ÍNDICE ...........................................................................
............... 64 RACIONALIZAÇÃO DE
DENOMINADORES ....................................................................
.......................... 65 POTÊNCIA DE EXPOENTE
RACIONAL .........................................................................
.......................... 66 RADICANDO
NEGATIVO .........................................................................
............................................. 67
PROPRIEDADE ......................................................................
............................................................ 68

7.

EQUAÇÃO DO 2º
GRAU .............................................................................
.......................................... 69 7.1. 7.2. 7.3. 7.4. 7.5. 7.6. 7.7.
7.8. 7.9.
DEFINIÇÃO ........................................................................
............................................................... 69 RAIZ DA EQUAÇÃO
..................................................................................
.......................................... 69 CONJUNTO
SOLUÇÃO ..........................................................................
.............................................. 70 FÓRMULA
RESOLUTIVA........................................................................
.............................................. 70
OBSERVAÇÕES.......................................................................
.......................................................... 70 EQUAÇÕES INCOMPLETAS
..................................................................................
............................... 72 A FORMA
FATORADA .........................................................................
................................................ 72 SOMA E PRODUTO DAS
RAÍZES............................................................................
............................... 73 EQUAÇÕES
BIQUADRADAS.......................................................................
.......................................... 75

8.

TEORIA DAS
FUNÇÕES ..........................................................................
............................................. 77 8.1. FUNÇÃO DE A EM
B ................................................................................
.......................................... 77
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8.2. 8.3. 8.4. 8.5. 8.6. 8.7. 8.8. 9.

UMA OUTRA
NOTAÇÃO...........................................................................
............................................ 78 DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO REAL DE
VARIÁVEL
REAL.............................................................................
80 CONJUNTO
IMAGEM ...........................................................................
............................................... 81
GRÁFICO...........................................................................
............................................................... 83 CRESCIMENTO DE
UMA
FUNÇÃO............................................................................
............................. 85 CONJUNTO
SIMÉTRICO ........................................................................
.............................................. 87 PARIDADE DE UMA
FUNÇÃO ...........................................................................
.................................... 87

A FUNÇÃO DO 1°
GRAU..............................................................................
......................................... 89 9.1. 9.2. FUNÇÃO DO PRIMEIRO
GRAU .............................................................................
................................ 89
TEOREMA...........................................................................
.............................................................. 92 A FUNÇÃO DO 2°
GRAU .............................................................................
..................................... 94 FUNÇÃO DO SEGUNDO
GRAU .............................................................................
................................ 94 A
PARÁBOLA..........................................................................
........................................................... 94
CONSIDERAÇÕES.....................................................................
......................................................... 96

10. 10.1. 10.2. 10.3.

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1. Teoria dos conjuntos 1.1. Simbologia


Para termos uma linguagem precisa e concisa, serão utilizados os seguintes
símbolos:

Símbolo

Leia-se para todo x existe x existe um único x se P, então Q P se, e somente se, Q

(∀ x ) (∃ x )

(∃ x )
P⇒Q P⇔Q
Na implicação

P ⇒ Q , deve-se entender que, parindo da proposição P, deduz-se a

proposição Q. Assim, por exemplo, sendo x um número real, a sentença

( x > 5 ) ⇒ ( x > 3)

VERDADEIRA, pois todo número maior que 5 é maior que 3, enquanto que a sentença

( x > 3) ⇒ ( x > 5)

é FALSA, pois existem números maiores que 3, que não são maiores que 5.

A bi-implicação

P ⇔ Q é equivalente à sentença ( P ⇒ Q ) ∧ ( Q ⇒ P ) . x = 5 ⇔ x + 1 = 6 é uma


sentença verdadeira, pois as sentenças

Assim, por exemplo,

x = 5 ⇒ x + 1 = 6 e x + 1 = 6 ⇒ x = 5 são ambas verdadeiras.

1.2.

Conceitos primitivos
O ponto de partida da teoria dos conjuntos consiste nos seguintes conceitos
primitivos: − − −

conjunto elemento de um conjunto igualdade de conjuntos

Para indicar que x é um elemento do conjunto A, escrevemos pertence a A.) A


notação

x ∈ A (leia-se também x

x ∉ A significa que x não é elemento do conjunto A.

É importante observar que acima não consta o conceito de “elemento”, e sim o


conceito de “elemento de um conjunto”. Assim, não há sentido em discutir se x é
elemento ou não. Discute-se apenas se x é ou não elemento de um dado conjunto.
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1.3.

Representações de um conjunto
Além de se representar um conjunto por uma letra (na maioria das vezes maiúscula),
são

usadas as seguintes representações: − −

{e1, e2, ..., en}, onde e1, e2, ..., em é a lista dos elementos do referido
conjunto dispostos numa ordem qualquer, com ou sem repetição.

{x ∈A :S ( x )} , onde S(x) é uma propriedade sobre a variável x, que tem por


{x ∈A :x > 5} .

finalidade selecionar elementos de A; por exemplo, Adotaremos também o seguinte


postulado:

Se todo elemento de A é elemento de B e todo elemento de B é elemento de A, então


os conjuntos A e B são iguais. Exemplo 1

{1, 2} = {2,1} e {1, 2} = {1, 2,1, 2, 2}


Exemplo 2 Sendo

ℕ = {0,1, 2,...,10,11,...} o conjunto dos números naturais, quantos são os

elementos do referido conjunto:

{x ∈ℕ :2x + 5 ≤17} ?

2x + 5 ≤ 17 ⇒ 2x ≤ 12 e 2x ≤ 12 ⇒ x ≤ 6
Tem-se então que

x ≤ 6 e x ∈{0,1, 2,3, 4,5, 6} .

Logo, os elementos do referido conjunto são 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6, e, portanto,


este possui 7 elementos. Resposta: 7. Exemplo 3 Quais são os elementos do conjunto
ℕ dos números naturais que satisfazem à condição

S(x) :x + 2 ≤ 1 ? x + 2 ≤ 1 ⇒ x ≤ −1
Repare que não há número natural que satisfaz tal condição. Resposta: Nenhum.

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1.4.

Mais dois postulados


Para que possamos operar com conjuntos, sem correr o risco de ficar operando com o

“nada”, como no último exemplo, vamos estabelecer que: Existe um conjunto sem
elementos, que chamamos de conjunto vazio e que indicaremos, sem preferência por {
} ou por ∅ (Postulado). Sendo assim, podemos voltar ao item 2 e obter maior
precisão, se ficar estabelecido que: Dados um conjunto A e uma sentença S(x), na
qual a variável x ocorre pelo menos uma vez sem ser introduzida por “existe x”,
nem por “para todo x”, existe sempre um conjunto B tal que

B = {x ∈ A : S ( x )} (Postulado).
Assim,

{x ∈ℕ :2x + 5 ≤17} = {0,1, 2,3, 4,5, 6} {x ∈ℕ :x + 2 ≤1} = { } = ∅


1.5. Definição de subconjunto

Dados os conjuntos A e B, dizemos que B é subconjunto de A se , e somente se, todo


elemento de B é elemento de A. Notação:

B ⊂ A (leia-se B está contido em A).


A B

B ⊂ A ⇔ ( ∀x )( x ∈ B ⇒ x ∈ A )
Obs: A representação gráfica usada aqui foi proposta pelo matemático Venn. Por
outro lado, tem-se que B ⊄ A se, e somente se, existir pelo menos um elemento de B
que não é elemento de A.

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Em símbolos:

B ⊄ A ⇔ ( ∃x )( x ∈ B e x ∉ A )
Exemplo 4 Dado o conjunto

A = {1, 2,3, {3, 4}} , classificar em verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma

das seguintes proposições: a) A possui quatro elementos ( ) b) 1 ∈ A e 2 ∈ A ( )


c) d) e)

{1, 2} ⊂ A ( {3, 4} ⊂ A ( {{3, 4}} ⊂ A

) ) ()

O conjunto A possui 4 elementos, a saber, os números 1, 2, 3 e o conjunto binário


portanto, tem-se que 1 ∈ A , 2 ∈ A , 3 ∈ A e

{3, 4} ;

{3, 4} ∈ A .

{1, 2} ⊂ A , pois 1 e 2 são elementos de A {3, 4} ⊄ A , pois 4 não é elemento de A

{{3, 4}} ⊂ A , pois {3, 4} é elemento de A


Sendo assim, a única afirmação falsa é a (d).

1.6.

Teoremas
Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que o conjunto vazio é subconjunto de A.
Pois, se não o fosse, deveria existir pelo menos um elemento do conjunto vazio que
não

pertencesse a A (o que é absurdo). Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que A é


subconjunto de A. Pois todo elemento de A é elemento de A. Tem-se então que

( ∀A )( A ⊂ A ) , mesmo com A = {

}.

Repare ainda que a expressão “todo elemento de A” não implica que o conjunto A
tenha elementos. Assim, por exemplo, a afirmação “Toda tarefa deve ser cumprida.”
não implica que haja tarefa.

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Sendo A e B conjuntos, tem-se que:

A ⊂ B e B ⊂ A se, e somente se, A = B.


Sendo A um conjunto finito com n elementos, prova-se que o número de subconjuntos
de Aé2. O conjunto de todos os subconjuntos de A é chamado “o conjunto das partes
de A” e será indicado por P(A).
n

Exemplo 5 Dado o conjunto

A = {1, 2,3} , obter o conjunto das partes de A.

Como o número de elementos de A é 3, conclui-se que o número de seus subconjuntos


é 2 = 8. Os subconjuntos de A são: {} {1} {2} {3} {1,2} {1,3} {2,3} A Resposta: O
conjunto das partes de A é P(A)= {{ }, {1}, {2}, {3}, {1,2}, {1,3}, {2,3}, A}
3

1.7.

Complementar
Dados os conjuntos A e B, com B ⊂ A , chama-se de complementar de B em relação a A

ao conjunto:
A B

CBA = {x ∈ A :x ∉ B}
1.8. Conjunto universo
Em qualquer discussão na teoria dos conjuntos devemos fixar sempre um conjunto U,
que contém todos os conjuntos que possam ser envolvidos. O conjunto U será chamado
de conjunto universo.

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Sendo u o conjunto universo e A um conjunto qualquer, chama-se complementar de A


ao conjunto:
U A

A = CA U = {x ∈ U :x ∉ A}
Exemplo 6 Considerando como universo o conjunto

U = {0,1, 2,3, 4,5, 6} , e dados os conjuntos

A = {1, 2,3, 4} e B = {2, 4} , tem-se que: CBA = {1,3} . CA A = {

O complementar de B em relação a A é O complementar de A em relação a A é O


complementar de B é O complementar de A é

}.

B = {0,1, 3,5, 6} . A = {0,5, 6} .

1.9.

União
Dados os conjuntos A e B num Universo U, chama-se de união (ou reunião) de A com B

ao conjunto dos elementos que pertencem a pelo menos um dos conjuntos A ou B.

A B

A ∪ B = {x ∈ U :x ∈ A ou x ∈ B}
Exemplo 7 a) b)

{1, 2,3, 4} ∪ {3, 4,5} = {1, 2,3, 4,5} {3, 4,5} ∪ {1, 2,3, 4} = {1, 2,3, 4,5}
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c) d)

{1, 2,3, 4} ∪ {3, 4} = {1, 2,3, 4} {1, 2,3, 4} ∪ { } = {1, 2,3, 4}

Propriedades:

A∪B = B∪A B⊂ A ⇒ A∪B = A

A ∪{

}=A

( A ∪ B) ∪ C = A ∪ ( B ∪ C ) = A ∪ B ∪ C
1.10. Intersecção
Dados os conjuntos A e B num universo U, chama-se de intersecção de A com B ao
conjunto dos elementos comuns a A e B.

A B

A ∩ B = {x ∈ U :x ∈ A e x ∈ B}
Exemplo 8

a) b) c) d)

{1, 2,3, 4} ∩ {3, 4,5} = {3, 4} {3, 4,5} ∩ {1, 2,3, 4} = {3, 4} {1, 2,3, 4} ∩ {3,
4} = {3, 4} {1, 2,3, 4} ∩ { } = { }

Propriedades:

A∩B = B∩A B⊂ A ⇔ A∩B = B

A ∩{

}={ }

( A ∩ B) ∩ C = A ∩ ( B ∩ C ) = A ∩ B ∩ C ( A ∩ B) ⊂ ( A ∪ B)
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1.11. Diferença
Dados os conjuntos A e B num universo U, chama-se de diferença entre A e B, nesta
ordem, ao conjunto dos elementos de A que não são elementos de B.

A B

A − B = {x ∈ U :x ∈ A e x ∉ B}
Observe que aqui, ao contrário do que ocorreu na definição de complementar de B em
relação a A, não é exigido que B seja subconjunto de A. Exemplo 9 a) b) c) d)

{1, 2,3, 4} − {3, 4,5} = {1, 2} {3, 4,5} − {1, 2,3, 4} = {5} {1, 2} − { } = {1, 2}
{ } − {1, 2} = { }

Propriedades:

( A − B) ⊂ A
A −{

}=A

{ }−A ={ }
B ⊂ A ⇔ A − B = CBA

A − ( A ∩ B) = A − B
Exemplo 10 Dados os conjuntos

A = {1, 2,3, 4} e B = {3, 4,5, 6, 7} , obter os conjuntos A ∩ B ,

A ∪B, A − B e B− A .

A ∩ B = {3, 4} A ∪ B = {1, 2,3, 4,5, 6, 7} A − B = {1, 2} B − A = {5, 6, 7}


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Exemplo 11

Sejam A e B conjuntos num universo U tais que: o complementar de A é

A = {e, f , g, h,i}

A ∪ B = {a, b, c, d, e, f , g} A ∩ B = {c, d}
Obter os conjuntos A e B.

A ∩ B = {c, d} ⇒ c e d são os únicos elementos que A e B têm em comum.


a ∉ A ⇒ a ∈ A e a ∉ ( A ∩ B)
Logo,

a ∈ ( A − B) . b ∈ ( A − B) .

Analogamente, conclui-se que

e∈A ⇒ e∈A e

e ∉ ( A ∪ B)
Logo,

e ∈(B − A) .
A ∪B.

Analogamente para f, g. Repare que h e i não pertencem a A nem a B, pois não


pertencem a

Resposta:

A = {a, b, c, d} e B = {c, d, e, f ,g}

Exemplo 12 Numa prova de Matemática caíram apenas dois problemas. Terminada a sua
correção, constatou-se que: 300 alunos acertaram somente um dos problemas 260
acertaram o segundo 100 acertaram os dois 210 erraram o primeiro Quantos alunos
fizeram esta prova?

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Resolução:
Prb-1 x y z

Prb-2

Sendo x, y, z e w o número de elementos de cada partição indicada no diagrama


acima, segue que:

 x + z = 300 (1)   y + z = 260 ( 2 )  y = 100 ( 3)  z + w = 210 ( 4 ) 


Das equações (3) e (2) tem-se que z = 160. Substituindo z por 160 nas equações (1)
e (4), obtêm-se respectivamente, os valores de x e w; x = 140 e w = 50. O número
total de alunos que fizeram esta prova é x+y+z+w = 450.

1.12. Par ordenado


Sabemos que

{a, b}

representam o mesmo conjunto.

No entanto há situações em que é conveniente que haja uma ordem entre a e b. Para
isto existe o conceito de par ordenado. Definição:

( a, b ) = {{a} , {a, b}}


a ≠ b , então ( a, b ) ≠ ( b, a ) , pois ( b, a ) = {{b} , {b, a}} , que é
diferente

Observe aí a maneira sutil com que foi introduzida a noção de ordem, pois pela
definição, é fácil concluir que, se de

{{a} , {a, b}} .

1.13. Produto cartesiano


Dados os conjuntos A e B, chama-se de produto cartesiano de A por B, nesta ordem,
ao conjunto de todos os pares ordenados (x,y), onde x é elemento de A e y é
elemento de B.

A × B = {( x, y ) : x ∈ A e y ∈ B}
Exemplo 13 Dados os conjuntos BXA e B =BXB.
2

A = {1, 2,3} e B = { 4,5} , obtenha os produtos cartesianos AXB,

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A × B = {(1, 4 ) , (1,5 ) , ( 2, 4 ) , ( 2,5) , ( 3, 4 ) , ( 3,5 )} B × A =


{( 4,1) , ( 4, 2 ) , ( 4,3) , ( 5,1) , ( 5, 2 ) , ( 5,3)} B2 = {( 4, 4 ) , ( 4,5 )
, ( 5, 4 ) , ( 5,5 )}
Repare que o produto cartesiano é uma operação não comutativa, isto é, AXB pode
não ser igual a BXA.

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2. Conjuntos numéricos 2.1. Números naturais e números inteiros


O conjunto dos números naturais conjunto dos números inteiros isto é,

{0,1, 2,... , n, ...}

será representado por ℕ , e o

{..., − 2, − 1, 0,1, 2, ...} , por

ℤ . Repare que todo natural é inteiro,

ℕ éum subconjunto de ℤ .

2.2.

Números racionais
a , onde b

Chamamos de número racional a todo número que pode ser expresso na forma a e b são
inteiros quaisquer, com

b ≠ 0.

Assim, os números 5  = racionais.

 5  −1   e -0,333333...  =  são dois exemplos de números  1  3


ℚ. ℤ ⊂ ℚ.

O conjunto dos números racionais é expresso por Como todo inteiro é racional,
podemos afirmar que


Exemplo 1 Obter uma representação decimal para os números: a)

3 9 b) 16 7

Resolução:

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b) 9,
a) 3, 30 140 120 80 0 16 0,1875

7 1, 285714285714...285714...

20 60 40

50 10 30 20

Uma vez entendido o exemplo acima, é fácil concluir que todo número racional pode
ser expresso por uma dízima exata (existe um último algarismo à direita) ou por
uma dízima periódica infinita (não existe um último algarismo à direita, mas, sim,
uma repetição indefinida de uma seqüência de algarismos). Exemplo 2 Representar as
seguintes dízimas por frações de inteiros (frações geratrizes): a) -1,23456 b)
5,644444...4... c) 5,645454545...45... Resolução: a)

f=

−1, 23456 −123456 = 1 100 000

b) Seja f = 5,644444...4... (I); então, multiplicando por 10, segue que 10f =
56,44444...4... (II). Calculando a diferença (II) – (I):

10f = 56, 44444...4... f = 5,644444...4... 9f = 50,8


e, portanto,

f=

50,8 508 = 9 90
por 100, segue que

c) Seja f = 5,6454545454545...45... (I); então, multiplicando 100f=564,54545454...


(II). Calculando a diferença (II) – (I):

100f = 564,54545454... f= 5, 64545454... − 99f = 558,9


e, portanto,

f=

558, 9 5589 = 99 990

Resposta:

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a)

−123456 508 5589 b) c) 100 000 90 990


Com estes exemplos, podemos perceber que toda dízima periódica é um número
racional. Outro fato que pode chamar atenção é que a dízima periódica 0,999...9...
é uma outra

representação do número 1 (um).

2.3.

Números irracionais
Existem dízimas infinitas e não periódicas; são os números irracionais. Como
exemplos de

números irracionais, podemos citar:

π = 3,1415926535... 2 = 1, 4142135623... 3 = 1, 7320508075...


Os números irracionais não podem ser expressos na forma

a , com a e b inteiros e b

b ≠ 0.

2.4.

Números reais
A reunião do conjunto dos números irracionais com o dos racionais é o conjunto dos

números reais ( ℝ ). Dada uma reta, podemos estabelecer uma relação entre seus
pontos e os números reais, de tal modo que a todo ponto corresponda um único real
e a todo real corresponda um único ponto. Desta maneira podemos identificar todos
os números reais por pontos da reta dada. A idéia é construir uma espécie de régua
em que constam também os números negativos. Chamamos esta régua de reta (ou eixo)
real.

-0,5

0,5

1,5

-1

2.5.

Teoremas
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− Sendo m e n naturais quaisquer, tem-se que m+n, m ⋅ n e m são todos naturais.


(Lembre-se 0 de que 0 = 1.) − Sendo h e k inteiros quaisquer, tem-se que h + k, h
- k, h ⋅ k são todos inteiros. − Sendo r e s racionais quaisquer, r + s, r – s, r
⋅ s e

s ≠ 0 .) − Sendo r um número racional e x um número irracional, tem-se que r + x é


irracional. − Sendo r, r ≠ 0 , um racional e x um número irracional, tem-se que r
⋅ x é irracional.
− Sendo x um irracional qualquer não nulo, tem-se que

r r são todos racionais. (Em , devemos ter s s

1 é irracional. x

− Entre dois números racionais existem infinitos outros números racionais e


infinitos números irracionais. − Entre dois números irracionais existem infinitos
outros números irracionais e infinitos números racionais. Exemplo 3 Quantos são os
elementos do conjunto Resolução:

{x ∈ ℕ /10

2 < x < 10 3 ?

2 = 1, 41... ⇒ 10 2 = 14,1... e 3 = 1, 73... ⇒ 10 3 =17, 3...


Entre 14,1... e 17,3... existem 3 números naturais, a saber 15, 16 e 17. Resposta:
3 Exemplo 4 (G. V.) Quaisquer que sejam o racional x e o irracional y, pode-se
dizer que: a) x ⋅ y é irracional b) y ⋅ y é irracional c) x + y é racional d) x −
y + 2 é irracional e) x + 2y é irracional Resolução: Vejamos cada uma das
alternativas: a) (FALSA) Se x for igual a zero, x ⋅ y = 0, que é racional. b)
(FALSA) Se considerarmos, por exemplo, y = 3 , segue que y ⋅ y = 3 que é racional.
c) (FALSA) Para qualquer x racional e para qualquer y irracional, x + y é
irracional. d) (FALSA) Se y = 2 , x − y + 2 = x , que é racional. e) (VERDADEIRA)
Para qualquer irracional y, tem-se que 2y é irracional. Logo, x + 2y é irracional.
Resposta: e

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Exemplo 5 Mostre que o número

3 + 2 2 + 3 − 2 2 é irracional.

Resolução:

Seja

x = 3+ 2 2 + 3− 2 2 .

Observe que x é um número real positivo. Segue que:

x2 = 3 + 2 2 + 3 − 2 2 + 2 x2 = 6 + 2

(3 + 2 2 )(3 − 2 2 )

( 3 + 2 2 )(3 − 2 2 )

x2 = 6 + 2 9 − 8 x2 = 8
E como x > 0, tem-se que

x = 2 2 , que é irracional.

2.6.

Outras notações
Sendo A um dos conjuntos

ℤ , ℚ ou ℝ , usaremos ainda as seguintes notações:

A∗ para indicar {x ∈ A / x ≠ 0} A + para indicar {x ∈ A / x ≥ 0} (os não


negativos) A∗ para indicar {x ∈ A / x > 0} (os positivos) + A − para indicar {x ∈
A / x ≤ 0} (os não positivos) A∗ para indicar {x ∈ A / x < 0} (os negativos) −
Assim, por exemplo, conjunto

ℝ + é o conjunto de todos os números reais não negativos, isto é, o

{x ∈ ℝ / x ≥ 0} .

2.7.

Intervalos
Sendo a e b (a<b) números reais quaisquer, temos os seguintes subconjuntos de

ℝ,

chamados de intervalos:

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[ a, b] = {x ∈ ℝ |a ≤ x ≤ b} (intervalo fechado) ]a, b[ = {x ∈ ℝ |a < x < b}


(intervalo aberto) [ a, b[ = {x ∈ ℝ |a ≤ x < b} (intervalo fechado só à
esquerda) ]a, b] = {x ∈ ℝ |a < x ≤ b} [ a, +∞[ = {x ∈ ℝ | x ≥ a} ]a, +∞[ = {x ∈ ℝ
| x > a} ]−∞, a ] = {x ∈ ℝ | x ≤ a} ]−∞, a[ = {x ∈ ℝ | x < a}
Exemplo 6 Obter

[ 2,10] ∩ ]5,12[ .

Resolução:

[ 2,10] :
]5,12[ :

10

12

[ 2,10] ∩ ]5,12[
Resposta:

10

]5,10]

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3. 3.1.

Aritmética dos inteiros Múltiplo e divisor


Dados dois números m e d, dizemos que m é um múltiplo de d se, e somente se,
existir

um inteiro k tal que m = k ⋅ d. Nestas condições, também se diz que d é um fator


(ou divisor) de m.

3.2.

Número par
Um número inteiro a é dito par se, e somente se, ele for múltiplo de 2. Todo
número inteiro que não é par é dito número ímpar.

Exemplo 1 Determinar quantos são os múltiplos de 7 compreendidos entre os números


-50 e +500. Resolução: Se considerarmos estes números em ordem crescente, temos a
P.A. (-49, -42, -35, ... , an), cujo primeiro termo é a1 = -49, cuja razão é r = 7
e cujo último termo é an. Precisamos obter o maior valor possível de n tal que
seja satisfeita a condição na < 500. Como

a n = a1 + ( n − 1) ⋅ r , segue que:

-49 + (n – 1) ⋅ 7 < 500 -49 + 7n < 556 O maior valor possível de n que satisfaz
tal condição é 79. Resposta: 79 Exemplo 2 Decompor o inteiro 1995 numa soma de
cinco ímpares consecutivos. Resolução: Considere a seqüência destes ímpares em
ordem crescente e seja x o termo médio. Deste modo, tem-se que

( x − 4 ) + ( x − 2 ) + x + ( x + 2 ) + ( x + 4 ) = 1995
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5x = 1995 , ou ainda, x = 399.


Resposta: 395 + 397 + 399 + 401 + 403 Exemplo 3 Seja um inteiro tal que a é ímpar.
Prove que a é ímpar.
2

Demosntração: (Método indireto) Suponhamos que a seja um número par, isto é, a =


2k, com k inteiro. Segue que a = 4n , ou seja, a é par, o que é ABSURDO, pois
contraria a hipótese. Observações importantes: Todo número ímpar, isto é, um
inteiro não múltiplo de 2, pode ser representado, indiferentemente, pela expressão
2k + 1, ou por 2k – 1, com k inteiro, pois sempre existem dois números pares tais
que ele seja o sucessor de um deles e o antecessor do outro. Assim, por exemplo, o
número ímpar 17 é o sucessor de 16 e o antecessor de 18. Consideremos, agora, um
inteiro x, não múltiplo de 3. Repare que há uma diferença entre afirmar que x é da
forma 3k + 1 e afirmar que x é da forma 3k – 1, onde k é um inteiro. Assim, por
exemplo, o número 4 é da forma 3k + 1 e não da forma 3k – 1, enquanto o número 5 é
da forma 3k – 1, sempre considerando k inteiro. Observe que todo inteiro não
múltiplo de 3, ou é da forma 3k + 1, ou é da forma 3k–1. Verifique a seguinte
afirmação, com k inteiro: - Todo inteiro não múltiplo de 5 é de uma e apenas uma,
das seguintes formas: 5k + 1, 5k – 1, 5k + 2, 5k - 2 Exemplo 4 Sendo a um inteiro,
não múltiplo de 5, mostre que o antecessor de a ou o sucessor de a é um múltiplo
de 5. Demosntração: Tem-se que a é da forma 5k + 1 ou da forma 5k + 2. No primeiro
caso, tem-se que:
2 2 2 2 2

a 2 = 25k 2 + 10k + 4 , isto é, a 2 − 1 = 5 ( 5k 2 + 2k )


No segundo caso, tem-se que:

a 2 = 25k 2 + 10k + 4 e, portanto:


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a 2 + 1 = 25k 2 + 10k + 5 = 5 ( 5k 2 + 2k + 1)

(c.q.d.)

3.3.

Teorema
Sejam x, y e d inteiros. Se d é divisor de x, e d é divisor de (x + y), então d é
divisor de y.

Justificativa: Existe um inteiro k1 tal que x = d ⋅ k1 Existe um inteiro k2 tal


que x + y = d ⋅ k2 Logo, d ⋅ k1 + y = d ⋅ k2 y = d ⋅ k2 - d ⋅ k1 y = d ⋅ (k2 – k1)
Como k2 – k1 é inteiro, tem-se que d é divisor de y. (c.q.d.) Exemplo 5 Obter os
valores inteiros de n de modo que n + 3 seja um divisor de n + 13. Resolução: n +
3 é divisor de n + 11 n + 3 é divisor de n + 3 + 8 (*) n + 3 é divisor de n + 3 De
(*) e (**) segue que: n + 3 é divisor de 8 Portanto, (**)

n + 3 ∈ {1, 2, 4,8, −1, −2, −4, −8} n ∈ {−2, −1,1,5, −4, −5, −7, −11}
Resposta: -2, -1, 1, 5, -4, -5, -7 e -11. Exemplo 6 Mostre que um inteiro

ℕ com quatro algarismos é múltiplo de 3 se, e somente se, a soma

dos algarismos for múltiplo de 3. Demosntração:

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Seja

ℕ = ( a, b,c, d ) , isto é, a é o algarismo dos milhares, b o das centenas, c o


das

dezenas e d o das unidades.

ℕ = 1000a + 100b + 10c + d ℕ = 999a + 99b + 9c + a + b + c + d

ℕ = 3 ( 333a + 33b + 3c ) + a + b + c + d
1a parte: se a + b + c + d = 3m, então

ℕ é obviamente múltiplo de 3.

2a parte: se

ℕ for um múltiplo de 3, isto é, ℕ = 3h, então

3h = 3 ( 333a + 33b + 3c ) + a + b + c + d 3h − 3 ( 333a + 33b + 3c ) = a + b + c


+ d
Logo, a + b + c + d é múltiplo de 3. (c.q.d.) Observação: Esta regra de
divisibilidade por 3 vale para todos os inteiros, independentemente do número de
algarismos. A mesma regra vale para a divisibilidade por 9.

3.4.

Número primo
Um inteiro p é dito número primo, ou simplesmente primo, se, e somente se, ele
possuir

quatro e apenas quatro divisores distintos. (Os quatro divisores em questão são 1,
-1, p e –p.)

3.5.

Número composto
Os números inteiros não nulos que têm mais do que 4 divisores distintos são
chamados de

números compostos. Observações: − Os números 1, -1 e 0 não são primos nem


compostos. − Os números 2 e -2 são os únicos números primos e pares. − Todo
inteiro k positivo e diferente de 1 admite pelo menos um divisor primo positivo.

3.6.

Teorema
Existem infinitos números primos.

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Demosntração: Suponhamos que exista só um número finito de primos positivos p1,


p2, p3, ... , pn e consideremos o número p = p1 ⋅ p2 ⋅ p3 ... ⋅ pn + 1. Como p é
maior que qualquer um dos números primos enumerados, segue que p é um número
composto e, portanto, um destes primos deve ser o divisor de p. Seja pk, com
1<k<n, este divisor. Como pk é divisor de p1 ⋅ p2 ⋅ p3 ... ⋅ pn e pk é divisor de
p, conclui-se que pk é divisor de 1, o que é absurdo, pois os únicos divisores de
1 são os números 1 e -1. Exemplo 7 Verificar se 251 é primo. Resolução: O seguinte
procedimento de verificar a primalidade de um número é conhecido como o crivo de
Erastótenes. Constrói-se uma tabela de todos os inteiros maiores que 1 cujos
quadrados não superem o número 251. (c.q.d.)

2345 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

(Note que 162 > 251)

O próximo passo consiste em verificar se um dos números desta tabela é um divisor


do número 251. Isto pode ser feito de maneira relativamente rápida, pois se um
dado número não for divisor, então seus números também não o serão. Note que 2 não
é divisor de 251 e, portanto, os números 4, 6, 8, 10, 12 e 14 também não serão.
Vamos “eliminar” o número 2 e todos os seus múltiplos.

2 67 11 12
múltiplos de 3.

5 10 15

89 13 14

Note que 3 não é divisor de 251 e, portanto, também podemos “eliminar” todos os
Prosseguimos desta maneira até encontrar um divisor, ou então até “eliminar” todos
os números da tabela. Se for encontrado um divisor, então o número em questão é
composto; caso contrário, o número é primo.

2 6 11 7 12

5 10 15

89 13 14

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Resposta: 251 é primo Observação: A elegância deste procedimento chama a atenção


pelo seguinte: Consideremos o produto d1 ⋅ d2. Se d1 > 15 e d2 > 15, então d1 ⋅ d2
> 251. Logo, se 251 admitisse um divisor d1, d1 > 15, deveríamos ter um inteiro
d2, d2 < 15, de modo que d1 ⋅ d2 = 251, isto é, 251 teria um divisor menor ou
igual a 15. Porém, isto é absurdo, pois, como foi verificado na tabela, 251 não
admite divisor menor ou igual a 15. Exemplo 8 Obter todos os inteiros a tais que a
+ a + 1 seja um número primo. Resolução:
4 2

a 4 + a 2 + 1 = a 4 + 2a 2 + 1 − a 2 = ( a 2 + 1) − a 2
2

= ( a 2 + 1 − a )( a 2 + 1 + a )
Repare que para este produto ser um número primo é necessário (mas não sufuciente)
que um dos seus fatores seja igual a 1 ou igual a -1. Vejamos:

a 2 + 1 − a = 1 ⇒ a = 1 ou a = 0 a 2 + 1 − a = −1 ⇒ a não é int eiro a 2 + 1 + a =


1 ⇒ a = −1 ou a = 0 a 2 + 1 + a = −1 ⇒ a não é int eiro
Os valores encontrados foram 1, -1 e 0. Substituindo, conclui-se que a + a + 1 é
primo somente para a = 1 ou a = -1. Resposta: 1 e -1
4 2

3.7.

Forma fatorada
Todo inteiro a, não nulo, diferente de 1 e diferente de -1, pode ser expresso na
forma:

a = + p1α1 p 2 α2 p3α3 ...p n αn , se a > 0 , ou a = −p1α1 p 2 α2 p3α3 ...p n αn ,


se a < 0

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onde p1, p2, ... e pn são primos positivos e dois a dois distintos, e os expoentes
α1, α2, ..., αn são números naturais não nulos. Exemplo 9 Qual a forma fatorada de
528?

Resolução:

528 264 132 66 33 11 1

2 2 2 2 3 11

Resposta: 2 ⋅ 3 ⋅ 11

Exemplo 10 Quantos divisores possui o número 5 ⋅ 11 ? Resolução: Consideremos os


conjuntos:
3 4

D1 = {50 , 51 , 52 ,53 } e D 2 = {110 ,111 ,112 ,113 ,114 }


Repare que todo produto do tipo d1 ⋅ d2 com divisores positivos de 5 ⋅ 11 . Para
d1, temos (1 + 3) opções, e para d2 há (1 + 4) opções. Logo, existem (1 + 3)(1 +
4) = 20 divisores positivos. Consequentemente há 20 divisores negativos. Há,
portanto, 40 divisores de 5 ⋅ 11 . Resposta: 40 Observação:
3 4 3 4

d1 ∈ D1 , d 2 ∈ D 2 e apenas estes produtos são

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Sendo

p1α1 p 2 α2 p 3α3 ...p n αn a forma fatorada de um número natural n, pode-se


concluir que

o número de divisores positivos de n é

( α1 + 1)( α 2 + 1)

... ( α n + 1) .

3.8.

Divisão euclidiana
Dados dois inteiros n e d, com

d ≠ 0 , efetuar a divisão de n por d significa obter dois

inteiros q e r tais que n = d ⋅ q + r e

0≤r< d .

Os números n, d, q e r são, nesta ordem, chamados de dividendo, divisor, quociente


e resto. Pode-se provar que para cada par (n,d), o quociente e o resto são únicos.
Exemplo 11 Efetuar a divisão de: a) 29 por 4 b) 29 por -4 c) -29 por 4 Resolução:

a) 29 1

4 7

b) 29 1

−4 −7

c) −29 3

4 −8

Observe que, em cada caso, o resto é não negativo e é menor que o módulo do
divisor! Resposta: a) quociente 7, resto 1 b) quociente -7, resto 1 c) quociente
-8, resto 3 Exemplo 12 Seja d um divisor comum dos inteiros não nulos x e y.
Mostre que d é um divisor do resto da divisão de x por y. Demonstração: Sejam q e
r, respectivamente, o quociente e o resto da divisão de x por y. Então:

x = y⋅q + r
Sendo

x = a ⋅ d e y = b ⋅ d , segue que:
(c.q.d.)

r = x − y = a ⋅ d − b ⋅ d = d (a − b)
Exemplo 13

Obter o conjunto dos inteiros positivos menores que 180 e que, quando divididos
por 27, deixam um resto igual ao quociente.
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Resolução:

x = 27r + r com 0 ≤ r ≤ 27 e x < 180 x = 28r

r ∈ {1, 2,3, 4,..., 26} x ∈ {28,56,84,112,140,168,196,... }


Como devemos ter x < 180, tem-se que o conjunto pedido é: Resposta:

{28,56,84,112,140,168} .

{28,56,84,112,140,168}

3.9.

Máximo divisor comum


Sendo a e b inteiros, não ambos nulos, chama-se de máximo divisor comum de a e b
ao

maior dos divisores que eles têm em comum. Notação: mdc(a,b) Exemplo 14 Calcular
mdc(1750,1400). Resolução: 1a maneira:

1750 = 21 ⋅ 53 ⋅ 71 e 1400 = 23 ⋅ 52 ⋅ 71
O maior divisor (ou fator) comum é

21 ⋅ 52 ⋅ 71 = 350 .
2a maneira (por divisões sucessivas): Efetua-se a divisão de um número pelo outro
e, daí em diante, divide-se sucessivamente o último divisor obtido pelo resto, até
obter um resto nulo. (Os quocientes são abandonados.) 1750 restos: 350 1400 0 350

(O exemplo 12 justifica a validade deste processo.) Resposta: 350

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Exemplo 15 Calcular mdc(2048,1935). Resolução: 2048 restos: 113 1935 14 113 1 14 0


1

Resposta: 1

3.10. Números primos entre si


Dois inteiros quais quer são ditos primos entre si se, e somente se, o seu mdc for
1. Exemplo 16 Os números 2048 e1935 são primos entre si. Exemplo 17 Verificar se
existe um inteiro k tal que 3k + 1 e 2k + 1 não sejam primos entre si. Resolução:
Seja d, d > 0 um divisor comum; então tem-se que:

3k + 1 = a ⋅ d (−2)   2k + 1 = b ⋅ d (3) −6k − 2 = −2a ⋅ d   6k + 3 = 3b ⋅ d +

1 = ( 3b − 2a ) ⋅ d
Como d=1, conclui-se que os números 3k + 1 e 2k + 1 são primos para todo inteiro
k. (Tente resolver este exercício pelo método das divisões sucessivas.) Resposta:
não

3.11. Mínimo múltiplo comum


Sendo a e b inteiros, não ambos nulos, chama-se de mínimo múltiplo comum de a e b
ao menor dos múltipos positivos que eles têm em comum.

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Notação: mmc(a,b) Exemplo 18 Calcular mmc(1750,1400). Resolução:

1750 = 21 ⋅ 53 ⋅ 71 e 1400 = 23 ⋅ 52 ⋅ 71
O menor dos múltiplos positivos que estes números têm em comum é

23 ⋅ 53 ⋅ 71 .

Resposta: 7000

3.12. Teorema
Sendo a e b inteiros, não ambos nulos, tem-se que:

mdc ( a, b ) ⋅ mmc ( a, b ) = a ⋅ b .

Exemplo 19 Obter k, dado que o mdc e o mmc de k e 20 são, nesta ordem, iguais a 4
e 160. Resolução:

20 ⋅ k = 4 ⋅160 ⇒ k = 32 e 1400 = 23 ⋅ 52 ⋅ 71
Resposta: 32 e -32

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4. Técnicas de fatoração 4.1. Expressão algébrica


Para estabelecer conceitos, definições, axiomas, teorema, etc., na Álgebra,
usaremos, quase sempre, seqüências de caracteres, que podem ser letras,
algarismos, sinais de operação, parênteses, colchetes ou chaves, dispostos numa
ordem determinada. Seqüências desse tipo, em que pelo menos um dos caracteres é
uma letra, são chamadas expressões algébricas. O uso de expressões algébricas traz
várias conveniências, entre elas a precisão e a concisão de linguagem. Observe o
quadro abaixo: Exemplo: O dobro de um número O quadrado da soma de dois números A
soma dos quadrados de dois números A soma do quadrado de um número com o seu dobro
2

Expressão Algébrica: 2x (a + b) a +b
2 2 2

n + 2n

4.2. Valor numérico


Quando, numa expressão algébrica, cada letra for substituída por um número e as
eventuais operações puderem ser efetuadas, obter-se-á um resultado chamado de
valor numérico da expressão algébrica. Exemplo 1 Obter o valor numérico de a – b +
ab para: a) a = 1 e b = 2 Solução: a) Substituindo a por 1 e b por 2, obtemos: b)
a = 2 e b = 1
2 2

12 − 22 + (1)( 2 ) = 1 − 4 + 2 = −1 .

b) Substituindo a por 2 e b por 1, obtemos:

22 − 12 + ( 2 )(1) = 4 − 1 + 2 = 5 .

Exemplo 2 Sendo a = 3 e b = 4, obter o valor numérico de

( a + 2 )( ab + 1) − a ( ab + 2b + 1)

Solução:

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Substituindo a por 3 e b por 4, obtemos:

( 3 + 2 )(12 + 1) − 3 (12 + 8 + 1) = ( 5 )(13) − ( 3)( 21) = 2 .


Exemplo 3 Mostrar que o valor numérico de de a e b. Solução: Efetuando os produtos
indicados, obtemos:

( a + 2 )( ab + 1) − a ( ab + 2b + 1)

independe dos valores

a 2 b + a + 2ab + 2 − a 2 b − 2ab − a = 2 .
Portanto para quaisquer valores de a e b a expressão terá valor numérico 2.
EXERCÍCIOS Sendo a = 5 e b = 2, obter os valores numéricos de: 1) 2) 3) 4)

(a + b)
a 2 + b2

(a − b) 2 (b − a )
2 2 2

5) a − b 6) Mostrar que o valor numérico da expressão abaixo não depende do valor


de b.

( a + b )( ab + 1) − b ( a 2 + ab + 1) .
Fatorar – Desenvolver

4.3.

Consideremos as expressões:

F = ( x + 2y )( 2x + 3y ) e D = 2x 2 + 7xy + 6y 2
Repare que:

( x + 2y )( 2x + 3y ) = 2x 2 + 3xy + 4xy + 6y 2
= 2x 2 + 7xy + 6y 2
Denomina-se: • •

( x + 2y )( 2x + 3y ) de FORMA FATORADA
2x 2 + 7xy + 6y 2 de FORMA DESENVOLVIDA

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Repare que, em geral, desenvolver um produto requer apenas mão-de-obra e,


portanto, não oferece maiores dificuldades. O que pode dar problemas é a passagem
no sentido contrário. Como fatorar? Isto é, como passar da forma desenvolvida para
a forma fatorada? A seguir veremos algumas identidades fundamentais, que serão
ferramentas indispensáveis para a técnica de fatoração.

4.4. Casos de fatoração


1° caso: o fator comum Pela propriedade distributiva, temos que

a ( b + c ) = ab + ac e portanto:

a ⋅ b + a ⋅ c = a (b + c)
Observe que no membro esquerdo da igualdade acima h’uma soma (adição ou subtração)
de produtos que, neles, a é um fator comum. No membro direito diremos que o fator
comum a foi colocado em “evidência”. A igualdade acima pode ser ilustrada da
seguinte maneira:

b+c

ab

ac

A área da região hachurada é igual a Exemplo 4 Fatorar

a ( b + c ) = ab + ac .

2x + xy − ax .

Solução: Como x é fator comum, segue que:

2x + xy − ax = x ( 2 + y − a )
Exemplo 5 Fatorar

8x 2 − 4x .

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Solução: Observe que 4x é fator comum!

8x 2 − 4x = = 4x ⋅ 2x − 4x ⋅1 = 4x ( 2x − 1)
Exemplo 6 Fatorar

x 3 y 2 − x 2 y3 + x 6 y5 .

Solução: O fator comum é

x 2 y2 :

x 3 y 2 − x 2 y3 + x 6 y5 = = xx 2 y 2 − x 2 y 2 y + x 4 x 2 y 2 y3 = x 2 y 2 ( x
− y + x 4 y3 )
EXERCÍCIOS Fatorar as seguintes expressões: 7)

a 2 + ab − a 8) a ( x + y) + b( x + y)

9) 10) 11)

a ( 3x − 2 ) − b ( 3x − 2 ) x (a − b) + y (a − b) x (a − b) + b − a

OBSERVAÇÃO Pode haver aplicações repetidas deste caso. Vejamos um exemplo básico.

ax + ay + bx + by =
= ( ax + ay ) + ( bx + by ) = a ( x + y) + b ( x + y) = ( a + b )( x + y )
Exemplo 7 Fatorar

ax + ay − bx − by .

Solução:

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ax + ay − bx − by =
= ( ax + ay ) − ( bx + by ) = a ( x + y) − b ( x + y) = ( a − b )( x + y )
Exemplo 8 Fatorar

ax − ay − bx + by .

Solução:

ax − ay − bx + by =
= ( ax − ay ) − ( bx − by ) = a ( x − y) − b ( x − y) = ( x − y )( a − b )
EXERCÍCIOS Fatorar:

ab − a 2 b − a + b 2 13) x −3x + bx −3b 14) ap − by + bp − ay


12)
2

x 2 + ax + bx + ab 2 16) x + ( a − b ) x − ab
15) 2° caso: diferença de dois quadrados

a 2 − b 2 = ( a + b )( a − b )
Assim, por exemplo, 5 – 3 é igual a
2 2

( 5 + 3)( 5 − 3) (verifique!).

É claro que podemos justificar essa identidade partindo do membro direito e,


desenvolvendo o produto, chegar ao membro esquerdo. Como ficaria se quiséssemos
partir do membro esquerdo e, fatorando, chegar no direito? Repare que em

a 2 − b 2 = a ⋅ a − b ⋅ b não há fator comum!

Observe então a seguinte seqüência em que é usado um pequeno artifício: somando e


subtraindo ab, obtemos fatores comuns sem alterar o valor da expressão.

a 2 − b 2 = a 2 + ab − ab − b 2 = a (a + b) − b (a + b) = ( a + b )( a − b )
Veja na seguinte ilustração como podemos verificar a identidade em questão.

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a 2 − b2

( a + b )( a − b )

a-b

As

regiões

hachuradas

têm

áreas

iguais

ilustram

fato

de

que

a 2 − b 2 = ( a + b )( a − b ) .
Exemplo 9 Fatorar

x 2 − 25 .

Solução:

x 2 − 25 = = x 2 − 52 = ( x + 5 )( x − 5 )
Exemplo 10 Fatorar

a 4 − b4 .

Solução:
a 4 − b4 = = ( a 2 ) − ( b2 )
2 2

= ( a 2 + b 2 )( a 2 − b 2 ) = ( a 2 + b 2 ) ( a + b )( a − b )
(Observação: No conjunto dos números reais, a expressão a + b não é fatorável!)
2 2

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EXERCÍCIOS

Fatorar as seguintes expressões em 17) 18) 19) 20) 21) 22) 23)

ℝ:

x2 −1 x4 −1 a 2 − b 2 + ax + bx a + b + b2 − a 2 a 2 − b 2 + a 2 − ab a 2 − b2 + b
− a x 3 − 3x 2 − 4x + 12

3° caso: trinômio quadrado perfeito

a 2 + 2ab + b 2 = ( a + b ) a 2 − 2ab + b 2 = ( a − b )
Veja:

2 2

a 2 + 2ab + b 2 =

= a 2 + ab + ab + b 2 = ( a 2 + ab ) + ( ab + b 2 ) = a (a + b) + b (a + b) = ( a
+ b )( a + b ) = (a + b)
a 2 − 2ab + b 2 =
2

= a 2 − ab − ab + b 2 = ( a 2 − ab ) − ( ab − b 2 ) = a (a − b) − b (a − b) = ( a
− b )( a − b ) = (a − b)
Ilustrando:
2

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a2

ab

ab

b2

a+b

a+b

(a + b)

Exemplo 11 Desenvolver

( 2x + 3y )

22

Solução:

( 2x + 3y )

22

= = ( 2x ) + 2 ( 2x ) ( 3y 2 ) + ( 3y 2 )
2 2

= 4x 2 + 12xy 2 + 9y 4
Exemplo 12

1  Desenvolver  x −  . x 
Solução:

1  x−  = x  1 1 = x2 − 2 ( x )   +   x x 1 = x2 + 2 + 2 x


2

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Exemplo 13 Fatorar

4a 2 + 20ab 2 + 25b 4 .

Solução:

4a 2 + 20ab 2 + 25b 4 = = ( 2a ) + 2 ( 2a ) ( 5b 2 ) + ( 5b 2 )
2 2

= ( 2a + 5b 2 )
EXERCÍCIOS

1  24) Desenvolver:  x +  x 

Fatorar as seguintes expressões em 25) 26) 27) 28) 29) 30) 31) 32) 33)

ℝ:

x2 + 6x +9 x2 −10x + 25 x3 −16x2 + 64x −x2 + 20x −100 2x − 1 − x 2 1 a4 + a2 + 4 2


a + 2ab + b 2 − c 2 x 2 + 2x + 1 − y 2
x 2 − ( y − 1)
2

4° caso: soma e diferença de cubos

a 3 + b3 = ( a + b ) ( a 2 − ab + b 2 ) a 3 − b3 = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 )
Justificativa:

( a + b ) ( a 2 − ab + b 2 ) =
= a 3 − a 2 b + ab 2 + a 2 b − ab 2 + b 3 = a 3 + b3

( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 ) =
= a 3 + a 2 b + ab 2 − a 2 b − ab 2 − b3 = a 3 − b3

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Exemplo 14 Fatorar Solução:

x3 + 8 .

x3 + 8 = = x 3 + 23 = ( x + 2 ) ( x 2 − 2x + 22 ) = ( x + 2 ) ( x 2 − 2x + 4 )
Exemplo 15 Fatorar Solução:

27x 3 − 1 .

27x 3 − 1 = = ( 3x ) − 13
3

= ( 3x − 1) ( 3x ) + ( 3x )(1) + 12   
2

= ( 3x − 1) ( 9x 2 + 3x + 1)
Exemplo 16 Fatorar Solução:

a 3 − b3 + a 2 − b 2 + a − b .

a 3 − b3 + a 2 − b 2 + a − b = = ( a 3 − b3 ) + ( a 2 − b 2 ) + ( a − b ) = ( a −
b ) ( a 2 + ab + b 2 ) + ( a + b )( a − b ) + 1( a − b ) = ( a − b ) ( a 2 + ab +
b 2 ) + ( a + b ) + 1   = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 + a + b + 1)
EXERCÍCIOS 34) a) Fatorar x - 1 b) Sendo x = 0,1, obter o valor numérico de
3

x3 −1 x −1

35) Fatorar: a) b)

x 9 + y9 x 9 − y9

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5° caso: cubo da soma e cubo da diferença

a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b3 = ( a + b ) a 3 − 3a 2 b + 3ab 2 − b3 = ( a − b )
Justificativa:

(a + b)

= (a + b) (a + b)
2

= ( a 2 + 2ab + b 2 ) ( a + b ) = a 3 + a 2 b + 2a 2 b + 2ab 2 + ab 2 + b 3 = a 3
+ 3a 2 b + 3ab 2 + b 3

(a − b)

= (a − b) (a − b)
2

= ( a 2 − 2ab + b 2 ) ( a − b ) = a 3 − a 2 b − 2a 2 b + 2ab 2 + ab 2 − b3 = a 3 −
3a 2 b + 3ab 2 − b3
Exemplo 17 Desenvolver Solução:

( 2x + 5 )

( 2x + 5 )

= = ( 2x ) + 3 ( 2x ) ( 5 ) + 3 ( 2x )( 5 ) + 53
3 2 2

= 8x 3 + 60x 2 + 150x + 125


Exemplo 18 Desenvolver Solução:

( x − 2y )

( x − 2y )

3
= = x 3 − 3x 2 ( 2y ) + 3x ( 2y ) − ( 2y )
2 3

= x 3 − 6x 2 y + 12xy 2 − 8y 3
Exemplo 19 Fatorar

x 3 + 3x 2 + 3x + 1 .

Solução:

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x 3 + 3x 2 + 3x + 1 = = x 3 + 3x 2 ⋅1 + 3x ⋅12 + 13 = ( x + 1)
EXERCÍCIOS 36) Desenvolver as expressões: a)
3

( x + yz )

23

b)

( 2x − 1)

Fatorar as expressões:

37) 38) 39)

x 3 + 3x 2 y + 3xy 2 + y3 x 3 + 6x 2 y 2 + 12xy 4 + 8y 6

x 3 − 9x 2 + 27x − 27 3 2 2 3 3 40) a + 3a b + 3ab + b + c


RESUMO

1. ab + ac − ad = a ( b + c + −d ) 2. a 2 − b 2 = ( a + b )( a − b ) 3. a 2 + 2ab
+ b 2 = ( a + b ) 4. a 2 − 2ab + b 2 = ( a − b )
2 2

5. a 3 + b3 = ( a + b ) ( a 2 − ab + b 2 ) 6. a 3 − b3 = ( a − b ) ( a 2 + ab + b
2 ) 7. a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b3 = ( a + b ) 8. a 3 − 3a 2 b + 3ab 2 − b3 = ( a −
b )
3 3

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5. 5.1.

Potenciação Definição
Dado um número a,
n

a ∈ ℝ , e um número inteiro n, n > 1, chama-se potência enésima de

a, que se indica por a , ao produto de n fatores iguais a a. Assim:

a n = a ⋅ a ⋅ a ... a n fatores
O número a é chamado de base e n, de expoente. Exemplo 1

a) b)

23 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 8

( −2 )

= ( −2 ) ⋅ ( −2 ) ⋅ ( −2 ) = −8

Exemplo 2 Obter o valor de cada expressão: a) Solução: a) b)

4 + ( −3 )
2

1 2 b)   ⋅10  10 
2

2 c)   3

 −3  ⋅  2

42 + ( −3) = 4 ⋅ 4 + ( −3) ⋅ ( −3) = 16 + 9 = 25

1 1 ⋅  ⋅ 10 ⋅ 10 = ^ 10   10  2 3 2 2  3   3   3 3 2  3 c)   ⋅  −


 = ⋅ ⋅ − ⋅ − ⋅ −  = − 2 3 3  2   2   2 3  2 1 1 1 2   ⋅10 =  
⋅   10   10   10
OBSERVAÇÕES

1)

( −2 ) ≠ −22 pois: 2 ( − 2 ) = ( −2 ) ⋅ ( −2 ) = 4
2 n

− 2 2 = − ( 2 ⋅ 2 ) = −4

2)

( −1) = 1 , se n é par n ( −1) = −1 , se n é ímpar

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EXERCÍCIOS

1) Calcular:
a) 1
4

d) 4

g)
2

−4 2 2  3
2

b) 0

e) ( −4 )

h) 

c) 4

f)

( −4 )

 2 i) −  −   3

2) Calcular: a)

( −4 )

− 32
3

 1 b)  −  ⋅10 4  10  2 c)   3


2

 3 ⋅ −   2

5.2.
Definições
Considere, por exemplo, a potência 2 , que é 32. Observe que, ao diminuirmos de
1(uma) unidade o expoente, o valor da potência fica
5

dividido por 2, que é o valor da base. Veja:

25 = 32 , 2 4 = 16 , 23 = 8 , 22 = 4
Continuando-se o raciocínio anterior, vem:

21 = 2 , 20 = 1 , 2 −1 =

1 −2 1 , 2 = e assim por diante. 2 4

Tais resultados sugerem as definições:

a =a
1

a =1
0

−n

1 1 = n =   ,a ≠ 0 a a

Exemplo 3

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a)

31 = 3

e)

3−2 = 3−3 =

11 = 32 9 1 1 = 3 3 27

b)

( −3 )

= −3

f)

c)

30 = 1

g)

( −3 ) ( −3 )

−2

= =

( −3 )
1

1 9 1 27

d)

( −3 )

=1

h)

−3
( −3 )

=−

Exemplo 4 Calcular: a) Solução:

−4

2 b)   3

−2

 2 c)  −   3

−2

d)

2 2 ⋅ 2 −2

a)

1−4 =

1 =1 14
2

2 3 9 b)   =   = 4 3 2  2  3 9 c)  −  =  −  = 4  3  2 1 2 −2 2


d) 2 ⋅ 2 = 2 ⋅ 2 = 1 2
EXERCÍCIOS
−2

−2

3) Calcular:

a)

d)

( −5 ) ( −5 ) ( −5 )

1 g)   5 1 h)   5


i)

1
3 j)   4

−2

b)

e)

 3 k)  −   4
l)

−2

c)

−1

f)

−1

1  5

−1

 3 −−   4

−2

4) Calcular:
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 −1  1 −1  a)  2 +    2    
−1

  2  −2  1  −1  b)   −  −    3   3   

5) Calcular o valor de ( x −1 + y −1 ) , sabendo que x = 0,1 e y = 0,9.

5.3.

Simplificação de expressões
Numa expressão numérica com parêntesis ( ), colchetes [ ] e chaves { }, efetuamos

inicialmente as operações que estão entre parênteses, depois as que estão entre
colchetes e por fim aquelas que estão entre chaves, obedecendo à seguinte ordem de
cáculo:

1) as potenciações; 2) as multiplicações ou divisões na ordem em que aparecem; 3)


as adições ou subtrações na ordem em que aparecem.
Exemplo 5 Simplificar a expressão:

{3 x 4 + ( 6 : 2 − 7 )} + 3
2 1 2 2 0

Solução: Efetuando as operações entre parênteses na ordem dada:

{3 x 4 + ( 36 : 4 − 1)} + 3   = {3 x  4 + ( 9 − 1) } + 3   = {3 x  4 + 8}
+ 3  
2 1 2 1 2 2 1 2

Efetuando as operações entre colchetes na ordem dada:

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{3 x [ 4 + 8]} + 3 = {3 x12} + 3
2 2 2

Efetuando as operações entre chaves na ordem dada:

{9x12} + 32
= 108 + 32 = 108 + 9 = 117

EXERCÍCIOS

6) Calcular:
a) b) c)

{ } 3 + {1 − ( 2 − 2 ) : 2 }   10 x {10 : ( 6 : 3 + 2 : 2 ) }  
20 : 32 +  20 + ( 23 : 8)  − 1  
−1
4 0

−1

−1

−1

5.4.

Propriedades das potências


Observe os cálculos:

(A)

24 ⋅ 22 = ( 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 )( 2 ⋅ 2 ) = 2 4+ 2

( B)

( 4 + 2 ) fatores
(A)
(A)
2 ⋅ 2 ⋅2⋅2 24 = = 2 ⋅ 2 = 24− 2 ( B ) 2 2 2⋅2 ( 4− 2)

)
fatores 4.2

( 2 ) = ( 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 )( 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ) = 2 ( B) ( 4.2 ) fatores
42 2

2 2 2 2 ⋅ 2 22 = (A)   = ⋅ =  3 3 3 ⋅ 3 32 3

( B)

( A ) ( 2 ⋅ 3)

= ( 2 ⋅ 3 )( 2 ⋅ 3) = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 3 = 22 ⋅ 32 ( B )

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Imprimiremos maior rapidez aos cálculos se passarmos diretamente do estágio (A)


para o estágio (B) e vice-versa. Tal passagem é garantida pelas chamadas
propriedades das potências. Para todo

a ∈ ℝ , b ∈ ℝ , m e n inteiros, prova-se:

P1. a m ⋅ a n = a m + n P2. am = a m−n , a ≠ 0 an


n m

P3. ( a m ) = a m⋅n am a P4.   = m , b ≠ 0 b b P5. ( a ⋅ b ) = a m ⋅ b m


m

Exemplo 6

27 ⋅ 23 = 27 +3 = 210 (P1) 7 + 3+ ( −2 ) 7 3 −2 b) 2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 2 = 28 (P1) 7 3 7


−3 = 24 (P2) c) 2 : 2 = 2
a) d)

(2 )

53 4

= 215 (P3)
(P4)

24 2 e)   = 4 3 3
f)

( 2 ⋅ 5)

= 23 ⋅ 53 (P5)

Exemplo 7

1. Calcular:

(5 a)
Solução:

⋅ 57 )

518

3 4 b)   ⋅ 5 5

(10 ) c)
−1 3

⋅10−7

10−10

a)

(5

⋅ 57 )
4

518

(5 ) =
518

10 2

520 = 18 = 52 = 25 5

b)

4  3 4 3 4 ⋅ 5 = 4 ⋅ 5 = 34 = 81  5 5

c)

(10 )

−1 3

⋅10−7

10−10

10−3 ⋅10 −7 10−10 −10 − −10 = = −10 = 10 ( ) = 100 = 1 −10 10 10

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2. Calcular:

a)

( 0, 01)

1 2

b)

1 34 ⋅   9

−1

c)

32

Solução:

a)

( 0, 01)

1 2 −1

1 =   100 

1 2

1 = 2   10 
−1

1 2

= (10−2 )

1 2

= 101 = 10

b) c)
−1 1 1 34 ⋅   = 34 ⋅  2  = 34 ⋅ ( 3−2 ) = 34 ⋅ 32 = 36 = 729 9 3 

32 = 3

( 2 ) = 38 = 6561
3

OBSERVAÇÕES

1) 24 ≠ ( 24 ) , pois 24 = 2
2

( 4 ) = 216
2

(2 )

42

= 28

2)

( 2 + 3)

≠ 22 + 32 , pois ( 2 + 3) = 52 = 25 e 2 2 + 32 = 4 + 9 = 13
2

EXERCÍCIOS

7) Transformar cada expressão abaixo numa única potência de base 2.


a) b)

25 ⋅ 2 4 ⋅ 2 −2 26 2

d) e)

84 84 : 2 −2 1 8 −3 :   2
−3

c)

( 23 )

f)
8) Transformar cada expressão abaixo em uma única potência de base 10.
10 ⋅100
3 500

a) b)

c)

10

1 ⋅   100 

−200

(100 )

:103

d)

103

9) Calcular o valor de cada expressão.

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a) b)

( 0, 001)

⋅1002
2

0,1
10003 ⋅ ( 0, 001)

10)

A expressão

5200 ⋅ ( 0, 2 )

199

é equivalente a:

a) 5 b) 10 c)

d)

1 10

e) 100

1 5
Assinalar V (verdadeira) ou F (falsa) a)

11)

23 ⋅ 2 4 = 412 2 2 4 b) 5 + 5 = 5 8 4 2 c) 10 :10 = 10
d)

() () () ()

(10 )
2
3

23

= 10
8

12)

e) 10 = 10 () Assinalar V (verdadeira) ou F (falsa) a)


2 x +3 = 8 ⋅ 2 x 2x x −1 b) 2 = 2 3 3 c) ( 2x ) = 8x
Se

() () ()

13)
a) a + b b) a ⋅ b

2, 46 = a e 2, 47 = b , então 2, 413 é igual a:


d) a – b e) 42

c) 6a + 7b

5.5.

Equações exponenciais
Sendo b > 0 e

b ≠ 1 , tem-se b x1 = b x 2 ⇔ x1 = x 2

Exemplo 8

2 x = 25 ⇔ x = 5

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Exemplo 9 Resolver em

a) Solução:

32x −1 = 37

Sendo 3 > 0 e

3 ≠ 1 , temos que:

2x − 1 = 7 ∴ 2x = 8 ∴ x = 4
Logo: S = {4}

1 1 b)   =   2 2


Solução:

1 ⋅  2

1 1   =  2 2


Sendo

1 1 > 0 e ≠ 1 , temos que x = 5. 2 2

Logo: S = {5}

c) Solução:

9 ⋅ 9 x = 27
1+ x

91+ x = 27 ∴ ( 32 )
Logo: S =

= 33 ∴ 32 + 2x = 33 ∴ 2 + 2x = 3 ∴ x =

1 2

1   2

d) Solução:

1 = 3−2 x 3
1 = 3−2 ⇔ 3− x = 3−2 x 3
Sendo 3 > 0 e

3 ≠ 1 , temos que:

− x = −2 ∴ x = 2
Logo: S =

{2}

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OBSERVAÇÃO Se a base for zero, um ou negativa, não se poderá concluir a igualdade


entre os expoentes. De fato:

1) 14 = 17 e no entanto 4 ≠ 7 2) 03 = 05 e no entanto 3 ≠ 5 2 4 3) ( −1) = ( −1) e


no entanto 2 ≠ 4
EXERCÍCIOS

14)
a) b) c) d) e)

Resolver em


f) g) h) i) j)

5x = 53 5− x = 53 5x = 25 25x = 125 1  5


−x

9x =

1 3

3x = 3 ⋅ 27 8 ⋅ 8x = 4 3x +1 + 6 ⋅ 3x = 27

=5

2x = 42x − 2

5.6.

Notação científica
Todo número N, não nulo, pode ser representado numa das formas:

N = a ⋅10 m ou N = −a ⋅10m

(1 ≤ a ≤ 10 ) e ( m ∈ ℤ )
conforme N seja positivo ou negativo, respectivamente. Essa forma de se escrever
um número é chamada de notação científica e é bastante utilizada na Química,
Física, Matemática, etc. Por exemplo, os números 3 ⋅ 10 e -3 ⋅ 10 estão em notação
científica. Para se escrever um número em notação científica, devem-se observar as
seguintes propriedades:
7 7

1) Multiplicar um número por 10p , p > 0, é o mesmo que deslocar a vírgula para a
direita de p
“casas” decimais. Se p é negativo, desloca-se a vírgula para a esquerda. Assim:

a) 0, 00037 ⋅104 = 3, 7 b) 2500 ⋅10−3 = 2, 5 2) O valor de um número não se altera


ao ser multiplicado por 10 p ⋅10 − p . De fato: 10 p ⋅10 − p = 100 = 1 .

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As duas propriedades acima permitem escrever um número em sua notação científica.


Exemplo 10

5000000 = 5000000 ⋅10 −6 ⋅106 = 5 ⋅106 −5 5 5 b) 170000 = 170000 ⋅10 ⋅10 = 1, 7


⋅10
a) c) d)

−60200 = −60200 ⋅10 −4 ⋅104 = −6, 02 ⋅104 0, 00032 = 0, 00032 ⋅104 ⋅10−4 = 3, 2
⋅10−4

EXERCÍCIOS

15)
a) 230 b) 23 c) 2 d) 0,2

Escrever em notação científica os números e) 8000 f) 8237 g) -354,2 h) 0,01

16)

A carga de um elétron é 0,0000000000000000016 C. Escreva este número em notação


científica. 17) A vida na terra existe há aproximadamente 10 bilhões de anos.
Escreva este número em notação científica.

5.7.

Resumo
OBSERVAÇÕES

DEFINIÇÕES

b ∈ ℝ, n ∈ ℕ
1)

b n = b ⋅ b ⋅ b ... b , n ≥ 2
n fatores 1 0

1) 2)

( −2 )

=4

2) b 3) 4)

=b

−2 2 = −4

b =1 b−n = 1 1 =  , b≠0 bn  b 


n

3) a) b)
( −1)

= 1 , se n é par = 1 , se n é ímpar

( −1)

PROPRIEDADES

OBSERVAÇÕES 1)

22 + 32 = 13

A ∈ ℝ, b ∈ ℝ, m e n int eiros

2) 3)

( 2 + 3)

= 25

(3 )

52

= 310

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P1. a m ⋅ a n = a m+ n P2. am = a m−n , a ≠ 0 n a


n m

4)

35 = 325

P3. ( a m ) = a m⋅n am a P4.   = m , b ≠ 0 b b P5. ( a ⋅ b ) = a m ⋅ b m


m

EQUAÇÃO EXPONENCIAL

OBSERVAÇÃO Se a base for zero, um ou negativa, nada se poderá concluir.

b > 0, b ≠ 1 b x1 = b x 2 ⇔ x1 = x 2
NOTAÇÃO CIENTÍFICA

N = a ⋅10 m ou N = −a ⋅10m

(1 ≤ a < 10 ) e ( m ∈ ℤ )

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6.

Radiciação

6.1.

Introdução
Consideremos o seguinte problema: Qual é a medida do lado de um quadrado com 5 cm
de área? Para resolvermos esse problema, vamos supor que a medida do lado do
quadrado seja x
2

(x>0).
x

A área desse quadrado é dada por x , e pelo enunciado devemos ter:

x2 = 5
Nessas condições, o problema estará resolvido somente quando determinarmos o valor
positivo de x que torne verdadeira a sentença x = 5. O número x, não negativo,
cujo quadrado é igual a 5, será indicado por lido: “raiz quadrada de cinco”.
Assim,
2
2

5 , que deve ser

x=25
Portanto, o lado do quadrado mede
2

5 cm.

6.2.

Generalização
Suponhamos a sentença x =a onde
n

n ∈ ℕ∗ e a ≥ 0 . O valor não negativo que satisfaz tal

igualdade será indicado por

a e deve ser lido: “raiz enésima de a”. Adotaremos a seguinte


nomenclatura para o novo símbolo apresentado:
n

a é o radical

n é o índice do radical a é o radicando

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Exemplos Leitura
5

Radical
5

Índice 5

Radicando 4

Raiz quinta de

4
8

quatro Raiz terceira ou Raiz cúbica de oito Raiz segunda ou


2 3

4
8

Raiz quadrada de nove

Observação Devido à raiz quadrada de um número não negativo a, isto é, freqüência,


é comum denotá-la simplesmente, por
2

a , ser utilizada com muita

a , suprimindo-se por comodidade, o índice 2.

6.3.

Definição
Sendo

a ≥ 0 e n ∈ ℕ∗ , tem-se:
n
a = b ⇔ bn = a e b ≥ 0

onde b é um número real chamado raiz enésima de a. Exemplo 1 Usando a definição


temos: a) b) c) d) e)
3

9 = 3 , pois 32 = 9 e 3 ≥ 0 64 = 4 , pois 43 = 64 e 4 ≥ 0 16 = 2 , pois 2 4 = 16 e


2 ≥ 0 7 = 7 , pois 71 = 7 e 7 ≥ 0

4 1

42 42 2 = , pois   = e ≥ 0 93 3 9 3

Exemplo 2 O volume de um cubo de aresta x é dado por x .


3

x x

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Calcular a medida da aresta de um cubo de volume 64 cm . Solução: Sendo x a medida


da aresta do cubo, devemos ter:

x 3 = 64 e x > 0 .
Pela definição de raiz, temos:

x = 3 64 = 4 , pois 43 = 64 e 4 ≥ 0 .
Portanto a aresta do cubo mede 4 cm. Exemplo 3 Obter a medida do lado de um
quadrado de área 25 cm . Solução: Sendo x a medida do lado do quadrado, devemos
ter: Pela definição de raiz, temos que:
2

x 2 = 25 e x > 0 .

x = 25 = 5
Portanto, a medida do lado do quadrado é 5 cm.

Observação Existem dois valores de x que tornam verdadeira a sentença x =25: 5 ou


-5 O valor positivo 5 é indicado por
2

25 , e o valor negativo -5 é indicado por − 25 .

Assim,

x 2 = 25 ⇒ x = ± 25
De modo geral, para

a ≥ 0 e n par: xn = a ⇒ x = ± n a

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Exercícios 1) Calcular, usando a definição, o valor de cada uma das raízes. a) b)


c) d)
3 1

3 25 8 16

e) f) g)

5 6

1
0

9 4

2) Obter a medida, em cm, do lado de um quadrado de área: a) 36 cm


2

b) 64 cm

c) 81 cm

3) Obter a medida, em cm, da aresta de um cubo de volume: a) 8 cm


3

b) 27 cm

c) 125 cm

4) Assinalar V (verdadeiro) ou F (falso) a) b) c) d) e) f)

9 =3 9 = −3 9 = ±3 x2 = 9 ⇒ x = ± 9 x3 = 8 ⇒ x = ± 3 8 x3 = 8 ⇒ x = 3 8

( ( ( ( ( (

) ) ) ) ) )

6.4.
temos:

Propriedades dos radicais


Sendo a e b números reais não negativos, e os índices números naturais não nulos,

P1. n a ⋅ n b = n a ⋅ b
n
P2. P3. P4. P5.

n np

a na = b≠0 b b a mp = n a m
m

( a)
n nm

= n am

a = nm a

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Exemplo 4 a) b)
3

2 ⋅ 3 5 = 3 2 ⋅ 5 = 3 10

P1

8 P2 5 8 5 = =2 5 4 4
27

c) d) e) f)

59 = 27 ÷9 59 ÷9 = 3 5
12 P 4

P3

( 2)
3 34 3

= 3 212 = 3÷3 212 ÷3 = 24

P3

2 = 12 2

P5

1 P2 3 1 1 =3 = 125 125 5 85 =
P4

g)

( 8)
3

= 25

Exercícios 5) Simplificar as expressões: a)


5

2⋅ 3
5

1 f) 3   2
g)
3

3
b)

25 2 ⋅ 5 3 25 2 ⋅65 3
3

1 8 16 9

c)

h)
15

d) e)

10 : 3 5

i) j)

( 2) ( 3)
4 3

18 3 10 : 3 3 5

6) Simplificar os radicais: a) b)
12

26

c) d)

53
64

38

Exemplo 5 Simplificar os radicais: a)


3

320

b)

32

c)

160
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Soluções: a) Decompondo 320 em fatores primos, temos:

320 2 160 2 80 2 40 2 20 2 10 2 5 1
Assim,
3

320 = 26 ⋅ 5

320 = 3 26 ⋅ 5 = 3 26 ⋅ 3 5 = 1 22 ⋅ 3 5 = 4 3 5
32 = 25 . Assim,

b) Decompondo 32 em fatores primos, temos

32 = 25 = 24 ⋅ 2 = 42 ⋅ 2 = 4 2
c) Decompondo 160 em fatores primos, temos
4

160 = 25 ⋅ 5 . Assim,

160 = 4 25 ⋅ 5 = 4 24 ⋅ 2 ⋅ 5 = 4 24 ⋅ 4 2 ⋅ 5 = 2 4 10

Exercícios 7) Simplificar os radicais: a) b) c) d)


3

12
18 40 625

e) f) g) h)

80

a13 16a 5 8a 3 b6 c9

( a ≥ 0) ( a ≥ 0) ( a ≥ 0, b ≥ 0, c ≥ 0 )

Exemplo 6 Efetuar: a)

2 5+4 5 5 é fator comum às duas parcelas, temos 2 5 + 4 5 = ( 2 + 4 ) 5 = 6 5 .

Como

b)

6 2 −3 2 + 2
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Como

fator

comum

às

três

parcelas,

temos

6 2 − 3 2 + 2 = ( 6 − 3 + 1) 2 = 4 2 .
Exercícios 8) Efetuar: a) b) c)

3 5+7 5

d) e)

9 3 40 + 3 5 − 2 3 625

43 2 − 3 2
5 12 + 2 75 − 27

5 3 a 4 + 3 64a 4

(a ≥ 0)

6.5.

Redução de radicais ao mesmo índice


Em algumas situações, é necessário transformar dois ou mais radicais de índices

diferentes em outros equivalentes e que possuam um índice comum.

Exemplo 7 Reduzir ao mesmo índice os radicais


3

2,

5e

3.

Solução: Tomando como índice comum o mmc(2,3,4)=12, temos:


3
51 = 3⋅4 21⋅4 = 12 2 4 51 = 3⋅4 51⋅3 = 12 53 31 = 2⋅6 31⋅6 = 12 36
P3 P3

P3

Exemplo 8 Comparar os radicais:


3

5e

2.

Solução: Entre dois radicais de mesmo índice e radicandos não negativos, será
maior aquele que tiver o maior radicando. Assim,
3

5 > 3 2.

Exemplo 9 Comparar os radicais:


6

3e

2.

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Solução: Reduzindo os radicais ao mesmo índice, temos: mmc(6,4)=12 Sendo


12

9 > 12 8 , temos

3> 4 2.

Exercícios 9) Escrever em ordem crescente os números


3

5,
4

2e

9.
3

10) Escrever em ordem decrescente os números

5,

2e

3.

Exemplo 10 Calcular
3

2⋅ 3.

Solução: Reduzindo ao mesmo índice, temos:


3

2 ⋅ 3 = 6 22 ⋅ 6 33 = 6 22 ⋅ 33 = 6 108

Exercício 11) Calcular a)


4

2⋅ 3

b)

3 3

6.6.
Racionalização de denominadores
Vejamos agora como, em algumas situações, podemos evitar a divisão por números

irracionais, minimizando assim os possíveis erros propagados pelos cálculos.


Exemplo 11 Racionalizar o denominador de: a)

3 3⋅ 2 3⋅ 2 3⋅ 2 = = = 2 2 2⋅ 2 22

b)

5 5 ⋅ 3 72 5 ⋅ 3 49 5 ⋅ 3 49 = = = 3 33 7 7 3 7 ⋅ 3 72 7

Exercício 12) Racionalizar o denominador de:

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a)

3 5
4

d)

3
5

a2 1 a4

( a > 0) ( a > 0)

b)

5 8 4

e)

c)

32

Exemplo 12 Racionalizar o denominador de:

a)

3 = 7 +2

b)

3 ) ( 7) −2 7−4 5 ( 2 3 + 1) 5 ( 2 3 + 1) 5 ( 2 3 + 1) 5 ( 2 3 + 1) 5 = = = = 12 −
1 11 3 − 1 ( 2 3 − 1)( 2 3 + 1) ( 2 3 ) − 1 7 +2 7 −2
2 2 2 2

7 −2

)(

3
(

7 −2

) = 3(

7 −2

) = 3(

7 −2

)=

7 −2

Exercícios

a)

2 5+2 2 5− 3 2 2 3 +1

d)

3 3 −1 1 3 2+ 3 2 +1 2 −1

b)

e)

c)

f)

6.7.

Potência de expoente racional


Já sabemos calcular potências do tipo 5 , 8 , 4 , isto é, potências com expoentes
inteiros.
2 6 -2

Vejamos agora como interpretar uma potência do tipo


3

7.

3 5

Chamando essa potência de x, temos

x = 75 .

Elevando à quinta potência ambos os membros da igualdade, temos:


⋅5  3 x =  7 5  ou x 5 = 7 5 
3 5 5

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Daí,

x 5 = 73 e, por definição de raiz, temos x = 5 73 . 7 = 5 73 .


3 5

Assim,

Isso sugere a seguinte definição:

a = n a m , com a > 0, m e n inteiros e n > 0.


Observação Para a=0 devemos ter m>0. Exemplo 13
2

m n

a) b) c)

5 3 = 3 52 9
0,5

=9 = 9
−1

1 2

6−0,1 = 6 10 = 10 6−1

Exercícios 13) Escrever os radicais abaixo na forma de potência. a)


4

23

b)

28

c)

d)

(a ≥ 0)

14) Calcular o valor da expressão:

100

−0,5
+ 8 − 160,75

1 3

6.8.

Radicando negativo
A igualdade

( −2 )

= −8 sugere escrever

−8 = −2 .

Por isso, define-se


n

a = b ⇔ b n = a , a < 0 e n natural ímpar.

Exemplo 14 a) b)
3

−64 = −4

−1 = −1

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6.9. Propriedade
Se n é um número natural ímpar, então
n

−a = − n a .

Exemplo 15 a) b)
3

−8 = − 3 8

−4 = − 5 4

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7.

Equação do 2º grau

7.1. Definição
Chamamos de equação do segundo grau na incógnita x a toda equação que pode ser
reduzida à forma

ax 2 + bx + c = 0 , a ≠ 0 .

a, b e c são reais chamados de coeficientes. Exemplo 1 Quais são os coeficientes


da equação:

2x 2 − 5x − 2 = 0
Solução: Comparando a equação com a forma:

ax 2 + bx + c = 0
temos que os coeficientes são a = 2, b = -5 e c = -2. Exercício

1) Qual a soma dos coeficientes da equação x 2 + 5x + 1c = 0

7.2.

Raiz da equação
Um número r será chamado raiz, ou solução da equação

ax 2 + bx + c = 0 , se, e somente

se, a sentença

ar 2 + br + c = 0 for verdadeira.

Exemplo 2 Verificar se o número 2 é uma das raízes da equação

2x 2 − 5x + 2 = 0 .

Solução: Substituindo x por 2 temos:

2 ⋅ 22 − 5 ⋅ 2 + 2 = 8 − 10 + 2 = 0
portanto 2 é uma raiz da equação. Exemplo 3 Determinar o coeficiente c de modo que

1 2 seja uma raiz da equação 2x − 5x + c = 0 . 2

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Solução: Substituindo x por


2

1 , segue que: 2

15 1 1 2 ⋅   − 5 ⋅   + c = 0 , isto é, − + c = 0 . 22 2 2


Daí devemos ter

15 c = − + e, portanto, c = 2. 22

Exercícios

2) Obter o coeficiente c na equação ax 2 + bx + c = 0 , sabendo que a = 1, b = 2 e


uma das
raízes é -1.

3) Obter a constante p na equação x 2 − px = p , sabendo que uma de suas raízes é


o número 2. 7.3. Conjunto solução
Resolver a equação do 2º grau

ax 2 + bx + c = 0 no conjunto universo U significa obter o

conjunto de todas as raízes dessa equação que pertencem a U. O conjunto das raízes
é chamado de conjunto solução, ou conjunto verdade da equação. Assim, por exemplo,
no conjunto universo

ℝ , o conjunto solução da equação x 2 = 4 é

{2, −2} .
7.4. Fórmula resolutiva
Tendo como universo o conjunto

ℝ dos números reais, pode-se provar que a equação

ax 2 + bx + c = 0 ( a ≠ 0 ) com b 2 − 4ac ≥ 0 possui duas raízes, que indicaremos


por x1 e x2.
Estas podem ser obtidas pelas fórmulas:

−b + b 2 − 4ac −b − b 2 − 4ac x1 = e x2 = 2a 2a
A expressão

b 2 − 4ac , normalmente indicada pela letra grega ∆ (delta maiúscula), é −b ± ∆ .


2a

chamada de discriminante da equação. Se

∆ ≥ 0 , podemos escrever de maneira resumida x1,2 =

Mais adiante veremos que há situações particulares em que podemos obter as raízes
sem ter de recorrer a essa fórmula.

7.5. Observações
∆ > 0 ⇔ A equação possui duas raízes reais distintas.
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∆ = 0 ⇔ A equação possui duas raízes reais e iguais. ∆ < 0 ⇔ A equação não possui
raízes reais.
Exemplo 4 Resolver em

ℝ : 2x 2 − 5x + 2 = 0 .

Solução: a = 2; b = -5; c = 2 Portanto

⇒ ∆ = b 2 − 4ac = ( −5 ) − 4 ( 2 )( 2 ) = 9
2

x1,2 =

−b ± ∆ 5 ± 3 1 = ⇒ x = 2 ou x = 2a 4 2

1  S =  , 2 2 
Exemplo 5 Resolver em

ℝ : − x 2 + 4x − 4 = 0 .

Solução: a = -1; b = 4; c = -4 Portanto

⇒ ∆ = b 2 − 4ac = ( 4 ) − 4 ( −1)( −4 ) = 0
2

x1,2 =

− b ± ∆ −4 ± 0 = ⇒ x=2 2a −2

Ambas as raízes são iguais a 2 (2 é raiz dupla)

S = {2}
Exemplo 6 Resolver em

ℝ : x2 + x + 2 = 0 .

Solução: a = 1; b = 1; c = 2 Como

⇒ ∆ = b 2 − 4ac = (1) − 4 (1)( 2 ) = −7


2

∆ < 0 , podemos afirmar que não há raízes reais.

S={

} (o conjunto vazio)

Exercícios

4) Resolver em ℝ : x 2 − x − 2 = 0 5) Resolver em ℝ : x 2 + 2x + 1 = 0
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6) Resolver em ℝ : x 2 + 2x + 2 = 0 7.6. Equações incompletas


A equação do 2º grau

ax 2 + bx + c = 0 será chamada incompleta se, e somente se, pelo

menos um dos coeficientes b ou c for nulo. O conjunto solução dessas equações pode
ser obtido sem o uso da fórmula estudada anteriormente, como veremos nos exemplos
a seguir. Exemplo 7 Resolver em

ℝ : x 2 − 3x = 0 .

Solução:

x 2 − 3x = 0 se, e somente se, x ( x − 3) = 0


Portanto, x = 0 ou x – 3 = 0 Devemos ter então x = 0 ou x = 3

S = {0,3}
Exemplo 8 Resolver em

ℝ : x2 − 9 = 0 .

Solução:

x 2 − 9 = 0 se, e somente se, x 2 = 9


Devemos ter então

x = ± 9 = ±3

S = {3, −3}
Exercícios Resolver em 7) x – 7x = 0 9) x – 81 = 0 11) 2x – 5x = 0
2 2 2

ℝ as seguintes equações:
8) x + 7x = 0 10) x + 81 =0 12) 7x + 3x = 0
2 2 2

7.7. A forma fatorada


Supondo que

b 2 − 4ac ≥ 0 , tem-se que a expressão ax 2 + bx + c = 0 , a ≠ 0 ,

denominada trinômio do segundo grau, é idêntica ao produto raízes da equação

a ( x − x1 )( x − x 2 ) , onde x1 e x2 são

ax 2 + bx + c = 0 .
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ax 2 + bx + c = a ( x − x1 )( x − x 2 )
Exemplo 9 Fatorar a expressão

2x 2 − 5x + 2 .

Solução: Resolvendo a equação

2x 2 − 5x + 2 = 0 , conclui-se que suas raízes são x1 =

1 e x 2 = 2 ; logo, 2

segue que

1  2x 2 − 5x + 2 = 2  x −  ( x − 2 ) 2 

Exemplo 10 Sendo x = 3,14, obter o valor numérico de

2x 2 − 5x + 2 . 2x − 1

Solução:

Repare que

2x − 5x + 2 = 2x − 1
2

1  2  x −  ( x − 2) 2  1  2 x −  2 

= x−2

Logo, para x = 3,14, o valor numérico da expressão é 1,14. Exercícios Fatorar as


expressões
2 2

13) 14) 15)

2x – 2x – 4 3x + 10x + 3 Simplificar a expressão

9x 2 + 6x − 8 supondo que seu denominador não seja nulo. 6x 2 − 16x + 8

7.8. Soma e produto das raízes


Sendo x1 e x2 as duas raízes da equação

ax 2 + bx + c = 0 , pode-se mostrar que a soma

e o produto dessas raízes são, respectivamente, iguais a:

S = x1 + x 2 = −

b c e P = x1 ⋅ x 2 = a a

Exemplo 11

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A Equação x - 5x + 6 = 0 x + 5x + 6 = 0 2x - 5x + 2 = 0 x -4=0
2 2 2 2

Soma x1 + x2 5 -5

Produto x1.x2 6 6 1 -4

Conj. Sol. {x1,x2} {2,3} {-2,-3}

5 2
0

1   , 2 2 
{-2,2}

Observe ainda que, se quisermos escrever uma equação do segundo grau cujas raízes
sejam x1 e x2, bastará escrever produto de x1 e x2. Exemplo 12 Dada a equação a)
b) c) d) e) f)

x 2 − Sx + P = 0 , onde S e P são, respectivamente, a soma e o

3x 2 − 7x + 2 = 0 , obter

a soma das raízes o produto das raízes o inverso da soma das raízes a soma dos
inversos das raízes o quadrado da soma das raízes a soma dos quadrados das raízes

Solução Sendo x1 e x2 as raízes, segue que a)

x1 + x 2 = − x1 ⋅ x 2 =

b7 = a3

b)

c2 = a3

c)

1 3 = x1 + x 2 7 1 1 x 2 + x1 7 + = = x1 x 2 x 1 ⋅ x 2 2

d)

e)

( x1 + x 2 )

49 7 =  = 9 3
que
2

f)
Lembrando

( x1 + x 2 )

= x12 + x 2 2 + 2x1x 2 ,

tem-se

que

x12 + x 2 2 = ( x1 + x 2 ) − 2x1x 2 = =

49 4 37 −= 939

Exercícios
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16) Sendo r e s raízes da equação a) r + s b) r . s c) r + s


-1 -1

x 2 − 8x + 10 = 0 , obter
d) r s + rs e) r + s
2 2 2 2

17) Obter os valores de m e n na equação

x 2 + mx + n = 0 , sabendo que suas raízes são

2+ 3 e 2− 3 .
18) Obter a constante k, tal que a equação é igual a seu produto.

( k − 2 ) x 2 − 3kx + 1 = 0

tenha duas raízes cuja soma

7.9.

Equações biquadradas
Chamamos de equações biquadradas àquelas que podem ser reduzidas à forma

ax 4 + bx 2 + c = 0 , a ≠ 0 .
a, b e c são constantes reais quaisquer. Repare que, se substituirmos x por y,
obteremos a equação
2

ay 2 + by + c = 0 .
2

Resolvendo essa última equação, obtemos os possíveis valores de y e, como y = x ,


podemos afirmar que

x = ± y , para cada valor real não negativo de y.


ax 4 + bx 2 + c = 0 possui, no máximo,

É também fácil concluir que a equação biquadrada quatro raízes reais. Exemplo 13
Resolver em

ℝ : 4x 4 − 5x 2 + 1 = 0 .

Solução Com x = y, tem-se que


2

4y 2 − 5y + 1 = 0

Resolvendo esta equação, obtém-se

y=

1 ou y = 1 4

x2 = y =
1 1 1 ⇒ x=± =± 4 4 2

x 2 = y = 1⇒ x = ± 1 = ±1
Logo,

11  S = − , , −1,1 . 22 

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Exemplo 14 Resolver em

ℝ : x 4 + 7x 2 − 18 = 0 .

Solução Com x = y, tem-se que


2

y 2 + 7y − 18 = 0

Resolvendo esta equação, obtém-se y = -9 ou y = 2. Note que a equação x = -9 não


tem raízes reais. Por outro lado, Exercícios Resolver em 19) 20)
2

x 2 = 2 ⇒ x = ± 2 e, portanto, S =

2, − 2 .

ℝ:

x 4 − 7x 2 + 12 = 0 x 4 + 4x 2 + 3 = 0

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8. Teoria das funções


Muitas, ao observar fenômenos da nossa realidade, podemos caracterizar dois
conjuntos e alguma lei que associa os elementos de um dos conjuntos aos elementos
do outro. Uma análise destas três coisas, os dois conjuntos e a lei, pode
esclarecer detalhes sobre a interdependência dos elementos destes conjuntos e
descrever o fenômeno em observação.

8.1. Função de A em B
Dados dois conjuntos A e B, vimos, na Teoria dos Conjuntos, que uma relação de A
em B é um conjunto qualquer de pares ordenados (x, y), onde x é um elemento de A e
y é um elemento de B. Chamemos, em cada par (x,y), y de conseqüente de x.
Adotaremos a seguinte definição:

Uma função de A em B é uma relação em que para cada x,

x ∈ A , existe um único y,

y ∈ B , que seja conseqüente de x.


A B

− O conjunto A é chamado de domínio de f, e o conjunto B é chamado de


contradomínio de f. − Nas condições acima, x é chamado de variável independente, e
y é chamado de variável dependente (de x). − Diz-se também que y é uma função de
x. Exemplo 1

Seja T um conjunto de pessoas num dado instante e seja

ℕ o conjunto dos números

naturais. Ao associar a cada elemento de T a sua idade (que é um número natural),


fica estabelecida uma função de T em

ℕ.

Repare que é possível, talvez até provável, que haja em T várias pessoas com a
mesma idade, mas há, pelo menos, dois aspectos matemáticos importantes: − a todo
elemento de T corresponde um elemento de − nenhuma pessoa tem duas ou mais idades.
Em resumo, para cada elemento x de T, corresponde um único elemento y de

ℕ , já que toda pessoa tem uma idade; ℕ.

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Exemplo 2 Considere os conjuntos

A = {−1, 0,1, 2} e B = {0,1, 2,3, 4,5} .

Ao associar a cada elemento de A ao seu quadrado em B, estabelece-se uma função de


A em B, pois, assim, para cada elemento de A corresponde um único elemento de B. A
função é o conjunto de pares ordenados:

{( −1,1) , ( 0, 0 ) , (1,1) , ( 2, 4 )}
Sendo x um elemento de A e y o seu correspondente em B, podemos representar a
função acima descrita pela equação

y = x2 .

8.2.

Uma outra notação


Para operar com os pares ordenados (x,y) de uma função dada, é muito comum
escolher-

se uma letra, uma palavra ou alguma abreviatura, para indicar a função. Assim, no
exemplo 1, podemos indicar a idade de cada pessoa x, respectivamente 17, 14 e 9,
escrevemos: Idade(Alexandre) = 17 Idade(Tatiana) = 14 Idade(Juliana) = 9 Por outro
lado, com a notação Idade: uma função de T em

x ∈ T , por Idade(x).

Supondo que Alexandre, Tatiana e Juliana sejam elementos de T e que suas idades
sejam

T → ℕ queremos dizer que Idade é, no caso,

ℕ.

No exemplo 2, se indicarmos o quadrado de x por q(x), isto é,

q ( x ) = x 2 , seguirá que:
q: A → B.

Para indicar que se trata de uma função de A em B, usa-se a notação

Exemplo 3 Considere a função Obter: a) b) c)

f : ℝ → ℝ , f ( x ) = 2x + 3 .

f ( 0 ) + f (1) + f ( 2 ) f ( 0 + 1 + 2)
x tal que

f (x) = 0

Resolução:

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a)

f ( 0 ) = ( 2 )( 0 ) + 3 = 3 f (1) = ( 2 )(1) + 3 = 5 f (1) = ( 2 )( 2 ) + 3 = 7


Logo,

f ( 0 ) + f (1) + f ( 2 ) = 15

b)

0 +1+ 2 = 3 f ( 0 + 1 + 2 ) = f ( 3) = ( 2 )( 3 ) + 3 = 9
Logo,

f ( 0 + 1 + 2) = 9

c)

f ( x ) = 0 ⇔ 2x + 3 = 0
2x + 3 = 0 ⇔ x = −
Logo,

3 2 3 2 3 2

f (x) = 0 ⇔ x = −

Resposta: a) 15

b) 9

c)

Exemplo 4 Considere a função

f : ℝ → ℝ∗ tal que: +

f (1) = 5 f ( u ) ⋅ f ( v ) = f ( u + v ) , para todo u e v


Obter: a) f(2) b) f(3) c) f(0) Resolução: a) d) f(-1) e)

1 f  2

f (1) ⋅ f (1) = f (1 + 1)
Como

f (1) = 5 , tem-se que f ( 2 ) = 25

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b)

f (1) ⋅ f ( 2 ) = f (1 + 2 )
Como

f (1) = 5 e f ( 2 ) = 25 , tem-se que f ( 3) = 125

c)

f ( 0 ) ⋅ f (1) = f ( 0 + 1) f ( 0 ) ⋅ f (1) = f (1) f ( 0) ⋅ 5 = 5 f ( 0) = 1 f (


−1) ⋅ f (1) = f ( −1 + 1) f ( −1) ⋅ f (1) = f ( 0 ) f ( −1) ⋅ 5 = 1
f ( −1) = 1 5

d)

e)

1 1 1 1 f  ⋅f   = f  +  2 2 2 2

  1  f  2   = f (1)      1  f  2   = 5   
Como
2

1 f   ∈ ℝ∗ , segue que + 2

1 f = 5 2
c) 1 d) 1/5 e)

Resposta: a) 25

b) 125

8.3.

Domínio de uma função real de variável real


Sejam D um subconjunto não vazio de

ℝ e f : D → ℝ uma função. Então sabemos

que, para todo x,

x ∈ D , existe y, y ∈ ℝ , tal que y = f ( x ) .

Nestas condições, diremos que f é uma função real de variável real.

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Estabeleçamos ainda a seguinte convenção: Quando o domínio D de uma função f real


de variável real não for especificado, este será o conjunto de todos os valores
reais de x para os quais f(x) seja um número real, isto é,

D = {x ∈ ℝ | f ( x ) ∈ ℝ} .
Quando o contradomínio de uma função real de variável real não for especificado,
deve-se subentender que este seja o conjunto Exemplo 5 Qual o domínio da função

ℝ de todos os reais.

f (x) =

1 ? x

Resolução: Devemos obter o conjunto de todos os valores reais de x para os quais


Repare que a única condição para isto é que x seja diferente de 0 (zero).

1 seja real. x

Resposta: O domínio de f é o conjunto Exemplo 6 Qual o domínio da função

ℝ∗ .

f (x) = x ?

Resolução A condição para que deve ser positivo ou nulo.

x seja real é que x seja um número real não negativo, isto é, x

Resposta: O domínio de f é o conjunto

ℝ+ .

8.4. Conjunto imagem


Sendo A e B conjuntos e existe um único y,

f :A → B uma função, sabemos que, para cada x, x ∈ A ,

y ∈ B , tal que y = f ( x ) .

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B
Im

Fica determinado assim um subconjunto de B cujos elementos são os correspondentes


dos elementos de A pela função f. Este subconjunto é chamado de conjunto imagem de
f. Em símbolos:

I m = y ∈ B | ( ∃x ) ( x ∈ A e y = f ( x ) )
Exemplo 7

Sejam G um conjunto de pessoas e H o conjunto dos dias do ano de 1992. Se


associamos a cada elemento de G o seu dia de aniversário em H, teremos uma função
em que: − o domínio é o conjunto G − o contradomínio é o conjunto H − o conjunto
imagem é o conjunto de todos os dias de 1992 (elementos de H) em que pelo menos
uma pessoa, elemento de G, faça aniversário. Observação: Determinar o conjunto
imagem de uma função dada poderá exigir técnicas e conceitos avançados. Nos
próximos exemplos veremos apenas alguns casos simples e fundamentais. Exemplo 8
Sejam

A = {−1, 0,1, 2} e B = {0,1, 2,3, 4,5} . Obter o conjunto imagem da função

g :A → B , g ( x ) = x 2 .
Resolução

g ( −1) = 1 , g ( 0 ) = 0 , g (1) = 1 e g ( 2 ) = 4

Resposta:

{0,1, 4}

Exemplo 9 Obter o conjunto imagem da função

f :ℝ → ℝ , f ( x ) = x2 .

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Resolução Devemos obter o conjunto de todos os reais y para os quais exista pelos
menos um valor real de x, tal que

y = x 2 . Repare que é necessário e suficiente que y seja maior ou igual a zero,


dado que

o expoente é um número par.

Resposta: Logo, o conjunto imagem é

Im = ℝ +

Exemplo 10 Obter o domínio e o conjunto imagem da função

f (x) =

3x − 7 x − 10

Resolução Como não se define divisão por zero, devemos ter Logo, o domínio D de f
é Para cada real x, Segue que:

x − 10 ≠ 0 .

ℝ − {10} .
x ≠ 10 , existe um real y tal que y = 3x − 7 . x − 10

y ( x − 10 ) = 3x − 7
xy − 10y = 3x − 7 xy − 3x = 10y − 7

x ( y − 3) = 10y − 7
Observe que, para y=3, obtemos a equação Por outro lado, para todo real y,

x ⋅ 0 = 23 , que não possui solução real. 10y − 7 y−3

y ≠ 3 , segue que existe x e x =

Resposta: Portanto,

D = ℝ − {10} ; I m = ℝ − {3}

8.5. Gráfico
Sendo f uma função real de variável real, chama-se de gráfico de f ao conjunto de
todos pontos (x,y) do plano cartesiano em que y = f(x).

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y
(x,y)

Exemplo 11 Esboce o gráfico da função

f : ℝ → ℝ, f ( x ) = x

Resolução
y

(1,1)

O gráfico é o conjunto de todos os pontos (x,y) do plano cartesiano em que y =


f(x) = x, isto é, a bissetriz dos quadrantes I e III. Exemplo 12 Esboce o gráfico
da função Resolução
y

f : ℝ → ℝ, f ( x ) = 2

(0,2)

O gráfico é o conjunto de todos os pontos do plano cartesiano com ordenada y igual


a 2. Exemplo 13 O gráfico abaixo representa a função constantes reais. Obter os
valores de m e n.

f : ℝ → ℝ, f ( x ) = mx + n , onde m e n são

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y 2 1

(2,2)

(0,1)

Resolução

( 0,1) ∈ f

⇒ f ( 0) = 1

( m )( 0 ) + n = 1
n =1

( 2, 2 ) ∈ f

⇒ f ( 2) = 2

( m )( 2 ) + n = 2 ( m )( 2 ) + 1 = 2
m= 1 2

Resposta:

m=

1 e n =1 2

8.6.

Crescimento de uma função


Sejam A e B subconjuntos de

ℝ e seja f uma função de A em B. Seja I um subconjunto

de A. Então: − f é uma função crescente em I se, e somente se, para todo par de
elementos de I,

{ x1 , x 2 } ,

x 2 > x1 , tivermos f ( x 2 ) > f ( x1 ) , isto é, quando x aumenta, f(x) aumenta.


y

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− f é uma função decrescente em I se, e somente se, para todo par de elementos de
I,

{ x1 , x 2 } ,

x 2 > x1 , tivermos f ( x 2 ) < f ( x1 ) , isto é, quando x aumenta, f(x) diminui.


y

− f é uma função constante em I se, e somente se, para todo par de elementos
tivermos

{ x1 , x 2 }

de I,

f ( x1 ) = f ( x 2 ) .
y

− f é uma função não crescente em I se, e somente se, para todo par de elementos
de I,

{ x1 , x 2 } ,

x 2 > x1 , tivermos f ( x 2 ) ≤ f ( x1 ) , isto é, quando x aumenta, f(x) não


aumenta.
y

− f é uma função não decrescente em I se, e somente se, para todo par de elementos
de I,

{ x1 , x 2 } ,

x 2 > x1 , tivermos f ( x 2 ) ≥ f ( x1 ) , isto é, quando x aumenta, f(x) não


diminui.

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8.7. Conjunto simétrico


Um conjunto A,

A ⊂ ℝ , é dito simétrico se, e somente se, para todo x, x ∈ A , tivermos

−x ∈ A .
Assim, os conjuntos enquanto os conjuntos

{−3,3} , [ −3,3] ,

ℤ , ℚ e ℝ são exemplos de conjuntos simétricos,

[ −3, 4] e ℕ

não o são.

8.8. Paridade de uma função


Uma função f cujo domínio D é um conjunto simétrico é dita função par se, e
somente se, para todo x,

x ∈ D , tivermos que f ( − x ) = f ( x ) . x ∈ D , tivermos que f ( − x ) = −f ( x


) .

Uma função f cujo domínio D é um conjunto simétrico é dita função ímpar se, e
somente se, para todo x,

Chamamos de função sem paridade àquela que não é par nem ímpar. Exemplo 14
Verificar a paridade das seguintes funções: a) b) c) d) e)

f (x) = 3 f (x) = x f ( x ) = x2 + 7 f ( x ) = 2x + 7 f ( x ) = g ( x ) + g ( −
x ) , onde g é uma função de ℝ em ℝ

Resolução a) b)

f ( − x ) = 3 = f ( x ) , logo f é uma função par f ( − x ) = x = −f ( x ) , logo


f é uma função ímpar
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c) d)

f ( − x ) = ( − x ) + 7 = f ( x ) , logo f é uma função par


2

f ( − x ) = −2x + 7 f ( − x ) = f ( x ) e f ( − x ) = −f ( x ) , logo f não tem


paridade

e)

f ( − x ) = g ( − x ) + g ( x ) = f ( x ) , logo f é uma função par

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9. A função do 1° grau 9.1. Função do primeiro grau


Sejam A e B subconjuntos de

ℝ e seja f uma função de A em B. Diremos que f é uma

função do primeiro grau, ou uma função afim, se e somente se, existirem constantes
reais m e n,

m ≠ 0 , tais que f ( x ) = mx + n , para todo x, x ∈ A .


Se nas condições acima tivermos n = 0, diremos que a função f é linear. Repare
que, neste caso, tem-se que:

f (0) = 0 f ( u + v ) = f ( u ) + f ( v ) , quaisquer que sejam u e v f ( k ⋅ x )


= k ⋅ f ( x ) , qualquer que seja a constante k
O gráfico de toda função deste tipo é um conjunto de pontos colineares e, em
particular, se A =

ℝ , então o gráfico é uma reta.


y

(0,n)

A constante m é igual à tangente do ângulo θ, indicado no gráfico, é chamada de


coeficiente angular da reta e consiste numa espécie de taxa de crescimento ou de
decrescimento da função. Com m > 0, a função é crescente (0 < θ < 90°), e com m <
0, a função é decrescente (90° < θ < 180°). Por outro lado, a constante n indica
onde a reta y = mx + n intercepta o eixo y. Esta intersecção é o ponto (0,n). No
caso da função ser linear, isto é, n=0, o gráfico é uma reta que “passa” pela
origem. Exemplo 1 Esboçar o gráfico da função

f : ℝ → ℝ, f ( x ) = x .

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Resposta:
y

(1,1)

Exemplo 2 Esboçar o gráfico da função

f : ℝ → ℝ, f ( x ) = x + 2 .

Resposta: Como uma reta é determinada por dois pontos distintos, podemos atribuir
simplesmente dois valores a x para obter dois pares ordenados.

y xy 02 13 3
(0,2) (1,3)

Exemplo 3 Esboçar o gráfico da função

f : ℝ → ℝ, f ( x ) = 2x .

Resposta:

y xy 00 12 2
(1,2)

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Exemplo 4 Esboçar o gráfico da função

f : ℝ → ℝ, f ( x ) = − x .

Resposta:
xy 00 -1 1
(-1,1)

-1

Exemplo 5 Esboçar o gráfico da função

f : ℝ → ℝ, f ( x ) = 2x − 3 .

Resposta:

xy 0 -3 1 -1

y 1 x -1

(0,-3)

Exemplo 6 Esboçar o gráfico da função

 x, se x ≤ 0 f : ℝ → ℝ, f ( x ) =  . − x + 3, se x > 0

Resposta:

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y
(0,3)

-1 3
(-1,-1)

-1

9.2.

Teorema
Sendo

f ( x ) = mx + n (com m e n constantes) uma função em ℝ , tem-se que:


f ( r ) − f (s )

r −s para todo par de números reais r e s, r ≠ s .


A demonstração é imediata. Veja:

=m

f ( r ) = mr + n e f ( s ) = ms + n , logo f ( r ) − f ( s ) = mr + n − ms − n = m
( r − s ) .
Como, por hipótese,

r ≠ s , segue que m =

f ( r ) − f (s ) r −s

Exemplo 7 Identificar a função f dada pelo gráfico:


y 5 3
(2,3)

(6,5)

Resolução: Como o gráfico é uma reta, a f é definida em constantes.

ℝ e é tal que f ( x ) = mx + n , onde m e n são

m=

f ( 6) − f ( 2) 6−2
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m= m=

5−3 4 1 2

1 f ( 2) =   2 + n 2
3 = 1+ n ⇒ n = 2
2ª maneira: Sendo

f ( 6 ) = 5  f ( x ) = mx + n , segue que  f ( 2 ) = 3 

Daí

6m + n = 5  2m + n = 3
m= 1 e n = 2. 2

Resolvendo este sistema, conclui-se que

Resposta:

f : ℝ → ℝ, f ( x ) =

x +2 2

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10. A Função do 2° Grau 10.1. Função do segundo grau


Sejam A e B subconjuntos de

ℝ e seja f uma função de A em B.


a ≠ 0 , tais que f ( x ) = ax 2 + bx + c , para

Se existirem constantes reais a, b e c, com todo x,

x ∈ A , diremos que f é uma função do segundo grau (ou uma função quadrática).
Pode-se provar que o gráfico de uma função do segundo grau é um subconjunto de uma

parábola. Se

A ∈ ℝ , então o gráfico de f é uma parábola.

10.2. A parábola
Antes de prosseguir, vamos estudar o conceito de parábola. Consideremos, num plano
α, uma reta (d) e um ponto (F),

F∈d .

Chama-se de parábola ao conjunto de todos os pontos do plano α que eqüidistam de


(d) e (F). Observe, na figura abaixo, que os pontos V, P1 e P2 são eqüidistantes
da reta (d) e do ponto (F).

P1

(F)

P2

V (d)
O roteiro a seguir mostra como obter outros pontos que eqüidistam de (d) e (F): −
considerar o semiplano αF como origem na reta (d) ao qual pertence o ponto (F). −
traçar em αF uma reta (r) paralela a (d), de modo que a distância h, de (r) a (d),
seja maior que a distância de (V) a (d). − traçar uma circunferência λ de centro
(F) e raio h. − os pontos obtidos pela intersecção da circunferência com a reta
(r) são eqüidistantes da reta (d) e o ponto (F) e são, portanto, pontos da
parábola.

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(e) λ
parábola

αF P (F) P1 V (d) h P2 h

(r)

Observe que: − existem infinitos pontos na parábola. − a parábola é uma figura


simétrica em relação à reta (e) determinada pelos pontos (F) e (V). − a reta (e) é
chamada eixo da parábola. − o ponto (V) é chamado vértice da parábola. Exemplo 1
Esboçar, no mesmo plano, os gráficos das funções: a) b)

f ( x ) = x2 g ( x ) = −x 2

Resolução:

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a)

x 0 1 -1 2 -2

f(x) 0 1 1 4 4

(2,4)

y = f(x)
(-1,1) (1,1)

b) x g(x)
0 1 -1 2 0 -1 -1 -4

-1
(-1,-1)

1 -1
(1,-1)

y = g(x)

10.3. Considerações
− A parábola

y = ax 2 + bx + c tem a concavidade no sentido do eixo y se, e somente se, a > 0,

e no sentido oposto se, e somente se, a < 0.

a>0

a <0

−A

toda

expressão

ax 2 + bx + c

corresponde

um
número

∆ = b 2 − 4ac , chamado

discriminante, que, como veremos, tem papel importante no estudo das funções.

− Quando

∆ > 0 , a parábola y = ax 2 + bx + c intercepta o eixo x em dois pontos distintos,

( x1 , 0 ) e ( x 2 , 0 ) , onde x1 e x2 são as raízes da equação ax 2 + bx + c = 0


.
a>0
x1 x2

V
x x1 x2 x

a<0

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− Quando

 −b  ∆ = 0 , a parábola y = ax 2 + bx + c é tangente ao eixo x, no ponto  , 0


 . Repare  2a  ∆ = 0 , as duas raízes da equação ax 2 + bx + c = 0 são −b . 2a
a>0
x1 = x2 x 1 = x2 x x

que quando tivermos o discriminante iguais a

a <0

− Se

∆ < 0 , a parábola y = ax 2 + bx + c não intercepta o eixo x.

V
x x

− Na parábola

y = ax 2 + bx + c existem dois pontos em que y = c, e estes correspondem aos

pares ordenados

( 0, c ) e  

−b  ,0 .  2a 
y

(0,c)

b  − ,c  a

yV xV

V
− b a
x

− A parábola é simétrica em relação a uma reta chamada eixo da parábola. Sobre


esta reta se encontra o vértice da parábola. Em todos os casos o vértice da
parábola ponto V, de abscissa

y = ax 2 + bx + c é o

xV =

−b −∆ e ordenada y V = . 2a 4a

Que lembrar que

xV =
−b é conseqüência direta da simetria da parábola, e para obter yV basta 2a

yV = f ( x V ) :

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yV = a ⋅ x2 + b ⋅ xV + c V  −b   −b  = a  b +c  2a   2a  2 2 b b = a⋅ 2 −
+c 4a 2a
2

b2 b 2 yV = − +c 4a 2a b2 − 2b2 + 4ac = 4a 2 −b + 4ac = 4a −∆ = 4a


Repare que, se x for uma variável real, então o vértice corresponde a um extremo
(máximo ou mínimo) da função

y = ax 2 + bx + c .

Exemplo 2 Esboçar o gráfico da função f(x) = x – 2x – 3, Resolução:


y
2

( x ∈ ℝ ) e obter o seu conjunto imagem.

raízes: 3 e -1 −b vértice: x V = =1 2a y V = f (1) = −4

-1

-3
(1,-4)

Resposta: Exemplo 3

Im = { y ∈ ℝ | y ≥ −4}
2

Esboçar o gráfico da função f(x) = x – 2x +3 e obter o valor mínimo de y.


Resolução:

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∆ = −8 −b xV = =1 2a −∆ yV = =2 4a

(1,2)

Resposta: 2 Exemplo 4 Esboçar o gráfico da função f(x) = 3x - x e obter o valor


máximo de f(x). Resolução:
y
2

−b 3 = 2a 4a 3 9 yV = f   = 2 4 xV =

3 9 , 2 4

Resposta:

9 4

Exemplo 5 Qual a função representada pela parábola abaixo?


y

(1,4)

-1

Resolução: 1ª maneira: Seja

f ( x ) = ax 2 + bx + c . Então temos que:


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(1,4 ) ∈ f ⇒ f (1) = a ⋅ 12 + b ⋅ 1 + c = 4 2 ( −1,0 ) ∈ f ⇒ f ( −1) = a ( −1) + b


( −1) + c = 0 ( 2,0 ) ∈ f ⇒ f ( 2 ) = a ⋅ 22 + b ⋅ 2 + c = 0
Resolvendo o sistema

 a+b+c = 4   a−b+c = 0 4a + 2b + c = 0 


obtemos a = - 2, b = 2 e c = 4. Logo, a função é

f : ℝ → B , f ( x ) = −2x 2 + 2x + 4 , com B ⊂ ℝ .

2ª maneira: Lembrando que

ax 2 + bx + c = a ( x − x1 )( x − x 2 ) , onde x1 e x2 são as raízes -1 e 2, tem-


se que

f ( x ) = a ( x − x1 )( x − x 2 ) .
Por outro lado, de Logo,

f (1) = 4 segue que a (1 + 1)(1 − 2 ) = 4 isto é, −2a = 4 , ou ainda a = −2 .

f ( x ) = −2 ( x + 1)( x − 2 ) = −2x 2 + 2x + 4 .
f : ℝ → B , f ( x ) = −2x 2 + 2x + 4 , com B ⊂ ℝ .

Resposta:

Exemplo 6 Um muro será usado como um dos lados de um galinheiro retangular. Para
os outros lados será usado um rolo de 25 metros de tela de arame. Determinar quais
devem ser as dimensões do galinheiro para que sua área seja máxima. Resolução:
Sendo u e v as dimensões do galinheiro, tem-se que:

u + 2v = 25 ( u = 25 − 2v )
A área do galinheiro será igual a A = u . v, ou ainda

A = v ( 25 − 2v ) = −2v 2 + 25v

Abaixo temos o gráfico da área A em função de v.

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É fácil concluir que a área será máxima para

v=

−b −25 = = 6,25 2a −4

Nestas condições, tem-se que u = 25 – 2v = 12,5. Resposta: 12,5 m por 6,25 m

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Referências Bibliográficas
[1] TEIXEIRA, J. C. et al. Matemática, Livro 1, Assuntos Básicos. São Paulo:
Gráfica e Editora
Anglo LTDA, 1990-1991. 58p. (Coleção Anglo)

[2] AMSON, G. A. J. V.; JAMAL, R. M. E.; TEIXEIRA, J. C. Matemática, Livro 2,


Álgebra I. São
Paulo: Gráfica e Editora Anglo LTDA, 1990-1991. 91p. (Coleção Anglo)

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MATEMÁTICA II
Prof. Paulo Henrique Cruz Pereira ÍNDICE
1. RAZÕES E
PROPORÇÕES: ......................................................................
............................... 105 1.1.
RAZÃO.............................................................................
..................................................... 105 1.2. RAZÃO DE DUAS
GRANDEZAS: .......................................................................
......................... 106 1.3.
PROPORÇÃO: .......................................................................
................................................. 107 2. GRANDEZAS
PROPORCIONAIS ....................................................................
......................... 109 2.1. PROPORÇÃO DIRETA OU GRANDEZAS DIRETAMENTE
PROPORCIONAIS:.................................... 109 2.2. PROPORÇÃO INVERSA OU
GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS: ................................ 110 3.
DIVISÃO
PROPORCIONAL .....................................................................
................................ 112 3.1. DIVISÃO EM PARTES DIRETAMENTE
PROPORCIONAIS:............................................................... 112
3.2. DIVISÃO EM PARTES INVERSAMENTE
PROPORCIONAIS: ............................................................ 112
3.3. DIVISÃO PROPORCIONAL
COMPOSTA: ........................................................................
............. 114 4. REGRA DE
TRÊS .............................................................................
......................................... 116 4.1. REGRA DE TRÊS
SIMPLES...........................................................................
........................... 116 4.2. REGRA DE TRÊS
COMPOSTA..........................................................................
........................ 117 5.
PORCENTAGEM ......................................................................
................................................. 119 5.1. CÁLCULOS DE
PORCENTAGEM: .....................................................................
......................... 119 5.2. ELEMENTOS DOS CÁLCULOS
PORCENTUAL........................................................................
..... 120 6. JUROS
SIMPLES ..........................................................................
............................................ 123 6.1.
INTRODUÇÃO........................................................................
................................................. 123 6.2. RELAÇÃO ENTRE CAPITAL,
JUROS SIMPLES E MONTANTE .......................................................
124 6.3. EXERCÍCIOS
RESOLVIDOS........................................................................
.............................. 124 7. SISTEMA
MÉTRICO...........................................................................
....................................... 129 7.1. MEDIDAS DE
COMPRIMENTO ......................................................................
............................ 129 7.2. UNIDADES DE POTÊNCIA DE
10 ...............................................................................
............... 129 7.3. MEDIDAS DE
TEMPO ............................................................................
.................................. 123 ATIVIDADES EM
GERAL.............................................................................
................................. 124 8.
GEOMETRIA.........................................................................
..................................................... 126 8.1.
DEFINIÇÕES .......................................................................
................................................... 126 8.2. CONHECENDO A
GEOMETRIA
PLANA.............................................................................
.......... 127 8.2.1.
Triângulos .......................................................................
............................................. 128

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8.2.2.
Quadriláteros ....................................................................
........................................... 129 8.2.3.
Polígonos.........................................................................
............................................ 132 8.2.4. Circunferência
(Círculo).........................................................................
...................... 135 8.2.5. Relações Métricas em um
Triângulo ........................................................................
... 137 8.2.6. Retas, Paralelas e
Ângulos ..........................................................................
............... 139 Fórmulas em Geral de
Geometria ........................................................................
................. 143 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS....................................................................
.......................... 145

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1. RAZÕES E PROPORÇÕES:
Revisar o estudo de proporções é neste momento muito importante, já que todos os
temas a serem trabalhados ao longo do curso se baseiam nas grandezas
proporcionais. Mas para compreendermos o que é uma proporção, necessitamos,
primeiramente, recordar o conceito de razão em Matemática.

1.1. Razão
Você já deve ter ouvido expressões como: “De cada 20 habitantes, 5 são
analfabetos”, “De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática”, “Um dia de sol para
cada dois dias de chuva”. Em cada uma dessas frases está sempre clara a comparação
entre dois números. No primeiro caso, destacamos 5 entre 20, no segundo, 2 entre
10, e no terceiro, 1 para cada 2. Todas as comparações são matematicamente
expressas por um quociente chamado razão.Temos, então:

1) De cada 20 habitantes, 5 são analfabetos. Razão =

51 = 20 4 21 = 10 5

2) De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática. Razão = 3) Um dia de sol, para cada


dois de chuva. Razão = 1/2

Portanto, razão entre dois números a e b (com b ≠0) é o quociente entre a e b.

Indica-se:

a ou a : b e lê-se a para b. b

O número a é chamado antecedente e o número b, conseqüente. Exemplos:

1. A razão de 3 para 12 é:

3 =¼ 12 20 =4 5 2 = 10 1
105

2. A razão de 20 para 5 é:

3. A razão de 5 e ½ é = 5 .

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1.2. Razão de duas grandezas:


Considerando grandeza como tudo o que pode ser medido, podemos dizer que a razão
entre duas grandezas, dadas em uma certa ordem, é a razão entre a medida da
primeira grandeza e a medida da segunda grandeza. - Se as grandezas são da mesma
espécie, suas medidas devem ser expressas na mesma unidade. Neste caso, a razão é
um número puro. Exemplos:

1. A razão de 2 m para 3 m é:

2m 2 = 3m 3 30dm 3m = =½ 6m 6m

2. A razão de 30 dm para 6 m =

- Se as grandezas não são da mesma espécie, a razão é um número cuja unidade


depende das unidades das grandezas a partir das quais se determina a razão.
Exemplo: Um automóvel percorre 160 Km em 2 horas. A razão entre a distância
percorrida e o tempo gasto em percorrê-la é:

160km = 80 Km/h 2h
ATIVIDADES: 1.Calcule a razão entre as grandezas: a) 256 e 960 álcool b) 1,25 e
3,75 g) 40 g e 5 cm³ c) 5 e 1/3 d) 1/2 e 0,2 e) 27 m³ e 3 l de i) 20 d e 2 me 15 d

f) 24 Kg e 80 000 g

h) 20 cm e 4 dm

2.No vestibular de 2005 da Faculdade concorreram, para 50 vagas da opção


Administração,150 candidatos. Qual a relação candidato vaga para essa opção?
3.Tenho duas soluções de água e álcool. A primeira contém 279 litros de álcool e 1
116 litros de água. A segunda contém 1 155 litros de álcool e 5 775 litros de
água. Qual das duas soluções tem maior teor alcoólico? 4.Numa prova de matemática,
um aluno acertou 20 questões e errou 5. Escreva a razão entre: a) o número de
acertos e o número de questões b) o número de acertos e o número de erros

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1.3. Proporção:
Existem situações em que as grandezas que estão sendo comparadas podem ser
expressas por razões com antecedentes e conseqüentes diferentes, porém com o mesmo
quociente. Assim, ao dizer que de 40 alunos entrevistados, 10 gostam de
Matemática, poderemos supor que, se forem entrevistados 80 alunos da mesma escola,
20 deverão gostar de Matemática. Na verdade, estamos afirmando que 10 estão
representando em 40 o mesmo que 20 em 80.

Escrevemos:

10 20 = 40 80

A esse tipo de igualdade entre duas razões dá-se o nome de proporção. Portanto:
Dadas duas razões a/b e c/d com b e d ≠ 0, teremos uma proporção se a/b = c/d A
proporção também pode ser representada como a : b : : c : d * Lê-se: a está para b
assim como c está para d * a e d são chamados extremos e b e c são chamados meios.
Propriedade fundamental das proporções:

Em toda proporção, o produto dos meios é igual ao produto dos extremos, e vice-
versa.

Exemplo:

29 = 4 18

2 : 4 : : 9 : 18

2. 18 = 4. 9

36 = 36

Transformações de uma proporção: Transformar uma proporção é escrever seus termos


em uma ordem diferente de modo que a igualdade dos produtos dos meios e extremos
não sofra alteração. Exemplo: Dada a proporção 5/8 = 20/32, podemos transformá-
la : • • alternando os extremos: 32/8 = 20/5 32 . 5 = 8 . 20 160 = 160 alternando
os meios: 5/20 = 8/32 5 . 32 = 20 . 8 160 = 160

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• •

invertendo os termos; 8/5 = 32/20 transpondo as razões: 20/32 = 5/ 8

8 . 20 = 5 . 32 160 = 160 20 . 8 = 32 . 5 160 = 160

Propriedade fundamental para série de razões iguais ( ou proporção múltipla):

Em uma série de razões iguais , a soma dos antecedentes

está para a soma dos

conseqüentes assim como qualquer antecedente está para o seu respectivo


conseqüente. Exemplo:

6 3

10 5

12 6

8 4

6 + 10 + 12 + 8 = 3+5+ 6+ 4

6 10 12 8 ou ou ou 3 5 6 4

ATIVIDADES: 1.Verificar se são ou não proporções as seguintes igualdades:

a) 4/15 = 72/270

b) 0,75/ 0,25 = 3

c)

9,5 − 4,82 14,1 = 2 60

d)

5/9 2/3 = 2/3 0,8

2.Encontrar o valor de x nas proporções:

a) x/20 = 4/10

b 12/121 = 6/x

c)

x+2 −2 = x x −3

3.Escreva quatro proporções utilizando os números 3,4, 6 e 8. 4.Calcular x e y na


proporção x/7 = y/12, sabendo que x + y = 76. 5.Na série de razões x/10 = y/120 =
z/14, calcular x, y e z, sabendo que x + y + z = 88.
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2. GRANDEZAS PROPORCIONAIS
A maioria dos problemas que se apresentam em nosso dia-a-dia liga duas grandezas
de tal forma que, quando uma delas varia, como conseqüência varia também a outra.
Assim, a quantidade de combustível gasto por um automóvel depende do número de
quilômetros percorridos. O tempo numa construção depende do número de operários
empregados. O salário está relacionado aos dias de trabalho. A relação entre duas
grandezas estabelece a lei de variação dos valores de uma em relação à outra.
Existem dois tipos básicos de dependência entre grandezas proporcionais: a
proporção direta e a proporção inversa.

2.1. Proporção Direta ou Grandezas Diretamente Proporcionais:


Se analisarmos duas grandezas como trabalho e remuneração, velocidade média e
distância percorrida, área e preço de um terreno, altura de um objeto e
comprimento da sombra projetada ..., veremos que aumentando ou diminuindo uma
delas a outra também aumenta ou diminui. Então:

Duas grandezas variáveis são diretamente proporcionais quando, aumentando ou


diminuindo uma delas numa determinada razão, a outra aumenta ou diminui nessa
mesma razão. As razões de cada elemento da primeira por cada elemento
correspondente da segunda são iguais, ou seja, possuem o mesmo coeficiente de
proporcionalidade. Exemplo 1: Um grupo de pessoas se instalou num acampamento que
cobra R$ 10,00, a diária individual. Veja na tabela a relação entre o número de
pessoas e a despesa diária. Número de pessoas Despesa diária 1 10,00 2 20,00 4
40,00 5 50,00 10 100,00

Percebemos que a razão de aumento do número de pessoas é a mesma para o aumento da


despesa. É, portanto, uma proporção direta. As grandezas número de pessoas e
despesa diária são diretamente proporcionais, ou seja, a razão entre o número de
pessoas e a despesa diária são iguais: 1/10 = 2/20 = 4/40 = 5/50 = 10/100

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1/10 Exemplo 2:


1/10


1/10


1/10


1/10

Os números 3, 10 e 8 são diretamente proporcionais aos números 6, 20 e 16, nessa


ordem, porque possuem a mesma razão ou o mesmo coeficiente de proporcionalidade:
3/ 6 = 10/20 = 8/16


½=


½ =


½

2.2. Proporção Inversa ou Grandezas Inversamente Proporcionais:


Se analisarmos duas grandezas como tempo de trabalho e número de operários para a
mesma tarefa, velocidade média e tempo de viagem, número de torneiras e tempo para
encher um tanque..., veremos que aumentando uma grandeza , a outra diminuirá.
Então: Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, aumentando (ou
diminuindo) uma delas numa determinada razão, a outra diminui (ou aumenta) na
mesma razão. As razões de cada elemento da primeira pelo inverso de cada elemento
correspondente da segunda são iguais. Em outras palavras, duas grandezas são
inversamente proporcionais quando os elementos da primeira grandeza forem

diretamente proporcionais ao inverso dos elementos da segunda grandeza. Exemplo 1:


Suponhamos que no exemplo analisado anteriormente (razão direta), a quantia gasta
pelo grupo de pessoas seja sempre R$ 200,00. Então, o tempo de permanência do
grupo dependerá do número de pessoas. Analise a tabela: Número de pessoas Tempo de
permanência (dias) 1 20 2 10 4 5 5 4 10 2

Percebemos que, se dobrarmos o número de pessoas, o tempo de permanência se


reduzirá à metade. É, portanto, uma proporção inversa. As grandezas número de
pessoas e número de dias são inversamente proporcionais. A razão entre o número de
pessoas é igual ao inverso da razão do tempo de permanência:
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1 2 4 5 10 = = = = = 20 1 / 20 1 / 10 1/ 5 1/ 4 1/ 2
Exemplo 2: Os números 9, 6 e 2 são inversamente proporcionais aos números 4, 6 e
18, nessa ordem, porque a razão entre cada elemento da primeira sucessão e o
inverso do elemento correspondentes na segunda sucessão são iguais.

9 6 2 = = = 16 1 / 4 1 / 6 1 / 18
ATIVIDADES: 1.Verificar se os números 18, 6 e 3 são ou não diretamente
proporcionais aos números 6, 2 e 1. 2.Verificar se os números da sucessão
(30,24,20) são ou não inversamente proporcionais aos números da sucessão (4,5,6)
3.Encontrar x e y, sabendo que os números 20, x, y são diretamente proporcionais
aos números 4, 2 e 1. 4.Encontrar x, y e z sabendo que as sucessões (x, 3, z) e
(9, y, 36) são inversamente proporcionais com coeficiente de proporcionalidade
igual a 36. 5.O número de dias gastos na execução de uma obra é direta ou
inversamente proporcional ao número de máquinas empregadas na obra? Por que?

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3. DIVISÃO PROPORCIONAL 3.1. Divisão em partes diretamente proporcionais:


Duas pessoas, A e B, trabalharam numa determinada tarefa, sendo que A trabalhou
durante 6 horas e B durante 5 horas. Como elas irão dividir com justiça R$ 660,00
que serão pagos por essa tarefa? Na verdade, o que cada uma tem a receber deve ser
diretamente proporcional ao tempo gasto durante a realização da tarefa. Portanto:
Dividir um número em partes diretamente proporcionais a outros números dados
significa encontrar parcelas desse número que são diretamente proporcionais aos
números dados e que, somadas, reproduzam esse número.

No problema acima, devemos dividir 660 em partes diretamente proporcionais a 6 e 5


são as horas que as pessoas A e B trabalharam. Chamamos de x o que A tem a receber
e de y o que B tem a receber. Então: x + y = 660 e x/6 = y/5 Aplicando as
propriedades resolver : de proporção que vimos em aulas anteriores, podemos

x+ y xy == 6+5 65
Onde:

660 x y = = 11 6 5

660 x = 11 6
x = 360

660 = 11

y 5
y = 300

Concluindo, A deve receber R$ 360,00, enquanto B receberá R$ 300,00.

3.2. Divisão em partes inversamente proporcionais:


E se tivéssemos que efetuar uma divisão em partes inversamente proporcionais? Por
exemplo: Duas pessoas A e B trabalharam durante um mesmo período para fabricar e
vender por R$ 160,00 um certo artigo. Se A chegou atrasado ao trabalho 3 dias e B,
5 dias, como efetuar essa divisão com justiça?

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O problema agora é dividir R$ 160,00 em partes inversamente proporcionais a 3 e 5,


pois deve ser levado em consideração que aquele que se atrasa mais deve receber
menos. Dividir um número em partes inversamente proporcionais a outros números
dados é encontrar parcelas desse número que sejam diretamente proporcionais aos
inversos desses números dados.

Nesse problema, temos que dividir 160 em partes inversamente proporcionais a 3 e


5, que são os números de atraso de A e B. Para realizar essa divisão, chamaremos
de x o que A tem a receber e de y o que B tem a receber. x + y = 160

x 1/ 3

y 1/ 5

x+ y 160 = 1 / 3 + 1 / 5 8 / 15

160 x = 8 / 15 1 / 3

x = 100

160 y = 8 / 15 1/ 5

y = 60

Concluindo, A deve receber R$ 100,00 e B receberá R$ 60,00. ATIVIDADES: 1. Dividir


720 em partes diretamente proporcionais a 4, 6 e 8. (160,240,320) (120, 80 e

2. Dividir o número 260 em parte inversamente proporcionais aos números 2, 3 e 4.


60)

3. Dois operários contratam um serviço por R$ 180,00. Como devem repartir essa
quantia, se um trabalhou 7 horas e o outro 8 horas, sendo a divisão diretamente
proporcional ao tempo de trabalho? (84 e 96) 4. A Federação Brasileira de futebol
resolveu distribui prêmios num total de 320.000,00 para os quatro jogadores
brasileiros que tiveram o melhor ataque durante a Copa do Mundo, ou seja, para
aqueles que fizeram o maior número de gols na razão direta desses gols. Os
jogadores premiados fizeram 9, 6, 3 e 2 gols. Quanto recebeu cada jogador? (144
000, 96 000, 48 000 e 32 000) 5. Um pai deixou R$ 2 870 00 para serem divididos
entre seus três filhos na razão inversa de suas idades: 8, 12 e 28 anos. Quanto
recebeu cada um? ( 1 470, 980, 420) 6. Um número foi dividido em partes
diretamente proporcionais a 4 e 3. Sabendo que a parte correspondente a 4 era 2
000, encontre esse número. (3 500)

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3.3. Divisão proporcional composta:


Vamos analisar a seguinte situação: Uma empreiteira foi contratada para pavimentar
uma rua. Ela dividiu o trabalho em duas turmas, prometendo pagá-las
proporcionalmente. A tarefa foi realizada da seguinte maneira: na primeira turma,
10 homens trabalharam durante 5 dias; na segunda turma, 12 homens trabalharam
durante 4 dias. Sabendo que a empreiteira tinha R$ 29 400,00 disponíveis, como
dividir com justiça essa quantia entre as duas turmas de trabalho? Essa divisão
não é da mesma natureza das anteriores. Trata-se de uma divisão composta em partes
proporcionais, pois os números obtidos deverão ser proporcionais a dois números de
homens e também a dois números de dias trabalhados. Analisando veremos que: - Na
primeira turma: 10 homens em 5 dias produzem o mesmo que 50 homens em um dia (10 .
5). - Na segunda turma:12homens trabalhando 4 dias equivale a 48 homens num único
dia (12 . 4 ). Portanto: Para dividir um número em partes, de tal forma que uma
delas seja proporcional a m e n e a outra a p e q, basta dividir esse número em
partes proporcionais a m . n e p . q.

Resolvendo o problemas, temos:

x y x y = ou = 10.5 12.4 50 48
Como x + y = 29 400

x+ y x = 50 + 48 50

29400 x = 98 50

x = 15 000

y = 19 400 – 15 000 = 14 400

Assim, a primeira turma deverá receber R$ 15 000,00 da empreiteira e a segunda R$


14.400,00. ATIVIDADES: 1. Dividir o número 4 680 em partes diretamente
proporcionais a 3 e 6 e, em seguida, diretamente proporcionais a 5 e 4. ( 1 800 e
2 880) 2. Dividir o número 2 640 em partes diretamente proporcionais a ¾ e ½ e
inversamente proporcionais a 5/6 e 2/3. ( 1 440 e 1 200)

3. Um milionário resolveu dividir parte de sua fortuna entre três sobrinhas, de


modo que a divisão fosse diretamente proporcionais às suas idades e inversamente
proporcionais a seus pesos. As moças tinha 16, 18 e 21 anos e pesavam,
respectivamente, 52, 48 e 50 quilos. A quantia a ser dividida entre elas era de R$
5 734 000, 00. Quanto cada uma recebeu? ( 1 600 000, 1 950 000, 2 184 000).

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4. (BB)A importância de R$ 20 650,00 foi dividida entre duas pessoas. A primeira


recebeu na razão direta de 8 e na razão inversa de 3; a segunda recebeu na razão
direta de 9 e na razão inversa de 4. Quanto recebeu cada pessoa? ( 11 200 e 9 450)
5. (TTN) Um comerciante deseja premiar, no primeiro dia útil de cada mês, os três
primeiros fregueses que chegarem ao seu estabelecimento. Para tanto, dividiu R$
507,00 em partes inversamente proporcionais a 2 ¼ , ser pago? (120)

5 e 1,2. Nessas condições, qual o prêmio de menor valor a 3

6. (TTN) Dividindo o número 570 em três partes, de tal forma que a primeira esteja
para a segunda como 4 está para 5 e a segunda esteja para a terceira como 6 está
para 12. Qual o valor da 3ª parte? (300)

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4. REGRA DE TRÊS
Chamamos de regra de três uma regra prática que permite, através da comparação de
grandezas proporcionais, a resolução de diferentes situações-problema do dia-a-
dia. Essas grandezas formam uma proporção em que, conforme o nome já diz, três
termos são conhecidos e busca-se encontrar o quarto termo. Temos dois tipos de
regra de três: a simples, que trabalha com apenas duas grandezas, e a composta,
que envolve mais de duas grandezas.

4.1. Regra de Três Simples


A regra de três simples, como vimos anteriormente, envolve apenas duas grandezas
diretamente ou inversamente proporcionais. O processo consiste em montarmos uma
tabela colocando em cada coluna, ordenadamente, os valores da mesma grandeza e,
daí, obtermos uma equação através da aplicação da propriedade fundamental das
proporções. Quando as grandezas forem diretamente proporcionais, essa equação terá
a mesma forma da tabela. No caso de grandezas inversamente proporcionais, a
montagem da equação será feita invertendo-se a razão de uma das grandezas. Quando
as grandezas forem diretamente proporcionais dizemos que a regra de três é direta.
Quando forem inversamente proporcionais, dizemos que a regra de três é inversa.
Procedimentos para resolver problemas por regra de três simples: 1º) Montar a
tabela: As quantidades correspondentes a uma mesma grandeza devem ser expressas
sempre na mesma unidade de medida Comprimento(m) 5 9 Preço(R$) 80,00 x

2º) Verificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais: Se as


grandezas forem diretamente proporcionais, coloca-se uma seta vertical na coluna
onde se encontra o x, na direção dele, e uma seta vertical de mesmo sentido na
coluna dos outros dados. Se as grandezas forem inversamente proporcionais,
procede-se da mesma forma na coluna do x, invertendo o sentido da seta na outra
coluna.

3º) Determinar o valor de x, que é o termo procurado, através da propriedade


fundamental das proporções. Exemplo: Cinco metros de um tecido custam R$ 80,00.
Quanto pagarei por 9 metros do mesmo tecido? Nesse exemplo temos uma regra de três
simples e direta. Observe os procedimentos acima: Comprimento(m) Preço(R$)

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5 9

80,00 x

5 80 = 9 x
ATIVIDADES:

x=

80.9 5

x = 144,00

1. Se 6 operários fazem certa obra em 10 dias, em quantos dias 20 operários fariam


a mesma obra? 2. Uma viagem foi feita em 12 dias, percorrendo-se 150 Km por dia.
Quantos dias seriam necessários para fazer a mesma viagem, percorrendo-se 200 Km
por dia? 3. Três torneiras completamente abertas enchem um tanque em 1h30min.
Quantas torneiras de mesma vazão seriam necessárias para encher o mesmo tanque em
54min? 4. Um corte de tecido de 2m x 2,5m custa R$ 100,00. Quanto deverá ser pago
por um corte do mesmo tecido de 3m x 5 m? 5. Se 4/9 de uma obra foram feitos em 28
dias, em quantos dias a obra será concluída?

4.2. Regra de Três Composta


A regra de três composta envolve três ou mais grandezas relacionadas entre si. Os
procedimentos de resolução serão os mesmos da regra de três simples. Quando há
dependência inversa entre a grandeza que contém a variável com as demais
grandezas, invertemos os elementos da respectiva coluna. A equação será montada,
relacionando a grandeza que contém a variável com as demais grandezas. Exemplo:
Três operários, trabalhando durante 6 dias, produzem 400 peças. Quantas peças
desse mesmo tipo produzirão sete operários, trabalhando 9 dias? Nº de operários 3
7 Nº de dias 6 9 Nº de peças 400 x

Comparando a grandeza que contém o x com as outras duas grandezas, verificamos que
são diretamente proporcionais. Então:

400 = x
ATIVIDADES:

3 .6 7 .9

400 18 = x 63

400 2 = x 7

2x = 2 800

x = 1.400 peças

1. Um ciclista percorre 120 Km em 2 dias, dirigindo 3 horas por dia. Em quantos


dias percorrerá 500 Km, viajando 5 horas por dia?

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2. Numa fazenda, 3 cavalos consomem 210 Kg de alfafa durante 7 diais. Para


alimentar 8 cavalos, durante 10 diais, quantos quilos de alfafa serão necessários?
3. Seis digitadores preparam 720 páginas em 18 dias. Em quantos dias 8
digitadores, de mesma capacidade, prepararão 800 páginas? 4. Um automóvel, com
velocidade média de 60 km/h, roda 8 horas por dia e leva 6 dias para fazer certo
percurso. Se a velocidade fosse 80 km/h e se rodasse 9 horas por dia, em quanto
tempo ele faria o mesmo percurso? 5. Uma torneira enche um tanque em 20 horas, com
uma vazão de 1 litro por minuto. Quanto tempo será necessário para que duas
torneiras, com vazão de 2 litros por minuto, encham o mesmo tanque? 6. Trabalhando
6 horas por dia durante 10 dias, 10 engenheiros executam projetos de 5 pontes.
Quantos engenheiros seriam necessários para projetar 8 pontes, trabalhando 8 horas
por dia, durante 15 dias? 7. Um livro de 120 páginas, com 25 linhas, é impresso em
4 horas. Quantas horas seriam necessárias para imprimir um livro de 100 páginas
com 30 linhas por página? 8. Uma pessoa que viajará para os Estados Unidos dispõe
de R$ 2 500,00 para a viagem.Quantos dólares conseguirá comprar?

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5. PORCENTAGEM

Em nosso dia-a-dia estamos constantemente convivendo com expressões do tipo“ O


índice de reajuste salarial de maio é de 9,8%.” “ O rendimento da poupança foi de
1,58%.” “ Liquidação de inverno com 30% de desconto”... Essas expressões envolvem
uma razão especial chamada porcentagem. Porcentagem, portanto, pode se definida
como uma razão cujo conseqüente é 100 ou ainda como uma razão centesimal, onde o
conseqüente é substituído pelo símbolo %, chamado “por cento“.

80 = 0,80 = 80% 100

5.1. Cálculos de Porcentagem:


Existem vários recursos para resolver cálculos que envolvem porcentagens: 1º) POR
UMA FORMA DIRETA ENVOLVENDO O ENTENDIMENTO DE FRAÇÕES: Exemplo: Quanto é 20% de
800? 20% de 800, é o mesmo que dividir 800 em 100 partes iguais e tomar 20 delas.
20 % de 800 = 20/100 de 800 ou usando taxa unitária: 20% de 800 = 2 0/100 = 0,20
800 . 0,20 = 160 800 : 100 . 20 = 160

2º) POR UMA REGRA DE TRÊS SIMPLES E DIRETA: Exemplo 1: Um trabalhador cujo salário
era de R$ 2 000,00, recebeu um aumento de 5%. Quanto passou a ser o seu novo
salário? Este problema pode ser resolvido por regra de três de dois modos: 1ª).
2000 100%

5%

x=

2000.5 100

x = 100,00

Salário= 2 000,00 + 100,00 = 2 100,00 2ª) 2 000 100%

105%

x=

2000.105 100

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x = 2 100,00 Salário: 2 100,00 Exemplo 2: Ao comprar um automóvel por R$ 15


000,00, obtive um desconto de R$ 1 800,00. Qual foi a taxa de desconto? 15 000
100%

1800

x=

100.1800 100

x = 12%

Taxa de desconto: 12% Exemplo 3: Uma taxa de 13% é aplicado num determinado
capital, produzindo um valor porcentual de 5 200,00. De quanto era o capital? 13%
5 200

100%

x=

100.5200 100

x = 40.000

Capital: R$ 40 000,00

5.2. Elementos dos Cálculos Porcentual


Pelos exemplos anteriores observamos que são três os elementos envolvidos no
cálculo de porcentagem: Principal ou Capital: valor da grandeza da qual se calcula
a porcentagem (P ou C) Taxa porcentual: valor que representa a quantidade de
unidades tomadas em cada 100 (i). Porcentagem ou juros: resultado que se obtém
quando se aplica a taxa de porcentagem ou taxa porcentual (p ou j) Concluímos
também que a resolução por regra de três permite chegarmos ao seguinte raciocínio:

Porcentagem =

Pr incipal.taxa 100

p=

P.i 100

, onde

P=

100. p i

i=
100. p P

Também poderemos encontrar em algumas literaturas:

j=

C.i , onde 100

C=

j.100 i

i=

100. j C

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É mais prático usarmos a taxa unitária: 25% = 25/100 = 0,25 ATIVIDADES: 1.


Calcular: a) 20 % de 32 2. Qual a taxa unitária de 20%? 3. Qual a taxa porcentual
correspondente a 0,05? 4. Qual é o número principal em que 20 representa 3%? 5.
Qual o número principal em que 800 representa 3/5%? 6. Qual a porcentagem em que 2
representa em 40? 7. Um comerciante vendeu um objeto por R$ 540,00 com um lucro de
15%. Quanto ganhou? 8. Em uma escola, as 1120 alunas representam 56% do total de
alunos. Qual é esse total? 9. A média de reprovação em concursos públicos é de
82%. Quantos serão aprovados num concurso público com 6 500 inscritos? 10. Walter
pediu aumento salarial na empresa em que trabalha, alegando que um simples
reajuste (que naquele dissídio seria 7,5%) não cobriria suas reais necessidades.
Na ocasião, seu salário era de R$ 2.850,00 e sua proposta foi uma correção de 9 %.
No final do mês, ele recebeu R$ 3.092, 25. Calculando qual o índice de correção
aplicado pela empresa, responda se o pedido foi atendido. 11. Um comerciante
comprou um automóvel de R$ 84 000,00 com desconto de 2%. Em seguida, vendeu o
automóvel por um valor 3% acima desse preço(valor inicial do automóvel). Qual foi
a taxa de lucro total, desde a venda até a compra, usada pelo comerciante? 12.
Dois postos de abastecimento misturam água ao álcool que vendem. No primeiro deles
foram encontrados 7,5 l de água em 300 l de álcool e, no segundo, 13,5 l de água
em 500 l de álcool. Quanto por cento o álcool de um posto é mas aguado que o do
outro/ 13. Do que eu recebo, 30% vão para a poupança, 20% para o aluguel e 35%
para a alimentação, restando-me apenas R$ 450,00. Qual é o meu salário? 14. Numa
cidade, 45% da população é composta por homens. Qual a população total dessa
cidade se nela residem 60 500 mulheres? 15. Uma certa quantia y tornou-se 2y após
1 ano e 3y após 2 anos. Com relação a quantia inicial, calcule a taxa aplicada no
primeiro e no segundo ano. 16. Que taxa devemos utilizar para transformar uma
quantia x em 3x? 17. Um vendedor ganha 3% de comissão sobre as vendas que realiza.
Tendo recebido R$ 300,00 de comissões, qual o total vendido por ele? 18. Comprei
uma casa cujo preço era R$ 200 000,00. Tendo gasto 5% desse valor em impostos e 3%
de comissão para o corretor, quanto efetivamente tive que desembolsar?
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b) 3,5% de R$ 4 500

c) 4% de 550

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19. Uma turma tem 40 alunos. Destes, 60% são moças e 40% são rapazes. Em um
determinado dia, compareceram às aulas 75% das moças e 50% dos rapazes. Quantos
alunos foram às aulas nesse dia? Qual a porcentagem (taxa) que compareceu às aulas
nesse dia? 20. Ao comprar uma automóvel por R$ 15 000,00 obtive um desconto de R$
1 800,00. Qual foi a taxa de desconto?

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6. JUROS SIMPLES
6.1. Introdução
Juros simples é o regime de remuneração do capital onde a taxa de juros é aplicada
sempre sobre o capital inicial, tantas vezes quantos forem os períodos de
aplicação. Não se trata, portanto, de porcentuais acumulados, pois é calculado
sempre sobre o mesmo valor. Exemplo: Um capital de R$ 1.000 é aplicado a 20% ao
mês, durante o tempo de 4 meses. Quais os juros? Solução: 20% de R$ 1.000 é igual
a R$ 200. Como o capital foi aplicado por 4 meses, a quantia total dos juros é de
4 x R$ 200 = R$ 800. Podemos também calcular o porcentual total, ou 20% ao mês
durante 4 meses resultam 80%. 80% de 1.000 resultam R$ 800. O porcentual total é
calculado portanto, multiplicando a taxa (i) pelo número de períodos de tempo
( t ), tomados em unidades adequadas. Exemplos: a) i = 20% ao mês (a.m) b) i = 45%
ao ano (a.a.) c) i = 25% ao mês (a.m.) d) i = 30% ao ano (a.a.) t = 3 meses t = 8
meses t = 2 anos t = 4 meses it = 20 x 3 = 60% it = (45/12) x 8 = 30% it = 25 x 24
= 600% it = (3/12) x 4 = 1%

Observações: 1) Quando na taxa não vem explicando o período de tempo, considera-se


o período anual; 2) Para efeito comercial, considera-se: 1 mês = 30 dias e 1 ano =
360 dias

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6.2. Relação entre Capital, Juros Simples e Montante


Como o porcentual total (it) é aplicado sobre o capital (C), podemos montar as
seqüências diretamente proporcionais: Capital Juros C --------J ------100% it%
(100 + i t) %

Montante M ----------

lembrando que o montante M é a soma do capital mais juros.

6.3. Exercícios Resolvidos


a) Um capital de R$15.000 foi aplicado a uma taxa de 60% a.a., durante 4 meses.
Quais os juros? Solução:

Calculando o porcentual total, temos:

it =

60 x 4 = 20% 12 15000x 20 100

Montando a proporção:

j=

Cit 100

j=

3.000

Resposta: Juros de R$ 3.000. b) Um capital foi aplicado a 24% a.a. durante 8


meses, rendendo juros de R$ 1.600. Qual o capital aplicado? Solução:

Calculando o porcentual total, temos:

it =

24 x8 = 16% 12

Montando a proporção:

j=

Cit 100

C=

jx100 it

C=

1600 x100 = 10.000 16

Resposta: Capital de R$ 10.000.

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c) O capital de R$ 12.000 foi aplicado durante 9 meses, rendendo juros de R$


4.320. Qual a taxa de juros? Solução: Calculando porcentual total, temos: it = i x
9 = 9i%

Montando a proporção:

j=

Cit 100

it =

jx100 C

9i =

4.320 x100 12.000

9i = 36

i = 4% a.m.

Resposta: A taxa é de 4% ao mês (a.m.) ou 48%) ao ano (a.a.). d) O capital de R$


25.000 foi aplicado a 36% ao mês, rendendo juros de R$ 4.500. Qual o tempo de
aplicação? Solução: Calculando o porcentual total, temos: it = 36t.

Montando a proporção:

j=

Cit 100

it =

jx100 C

36t =

4.500 x100 25.000

36t = 18

t = ½ mês

Resposta: Tempo de 1/2 mês ou 15 dias. e) Um capital foi aplicado a uma taxa de
18% a.m., durante 75 dias, gerando um montante de R$ 7.250. Qual foi o capital
aplicado? Solução:

Calculando o porcentual total, temos:

it =

18 x75 = 45% 30

Montando a proporção: M = C + j
M=

C (100 + it ) 100
C = 5.000

C=

Mx100 100 + it

C=

7.250 x100 100 + 45

Resposta: O capital foi de R$ 5.000. f) 1/4 de um capital foi aplicado a 10% a.m.,
durante dois meses. O restante foi aplicado a 5% a.m., durante o mesmo tempo. O
total de juros obtidos foi de R$ 1.250. Qual o capital aplicado?

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Solução: Calculando os porcentuais totais, temos: 1) it= 10x2= 20% 2) it= 5x2=
10%,. Vamos resolver o problema supondo o capital inicial de 100. 20% 1/4 100 3/4
75 10% Ou seja, para um capital de 100 obtivemos juros totais de 12,5, que são
números diretamente proporcionais aos valores do problema. 100 -------------- 12,5
7,5 25 5,0 12,5 (juros totais para 100)

Por regra de 3 temos:

donde:

x=

1.250 x100 = 10.000 12,5

X ------------- 1.250

Resposta: O capital total foi de R$ 10.000. g) Dois capitais foram aplicados a 36%
a.a. durante 4 meses. Os juros dos capitais diferem de R$ 360. Qual a diferença
entre os capitais? Solução: Se a diferença entre os juros é de R$ 360, esta foi
devida à diferença dos capitais. Para determinarmos a diferença dos capitais,
basta determinar qual o capital que, na taxa e no tempo dados, renderia juros de
R$ 360.Temos portanto:

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Porcentual

total:

it =

36 x 4 = 12% 12

na

proporção

j=

Cit 100

C=

jx100 it

C=

360 x100 = 3.000 12


Resposta: A diferença entre os capitais é de R$3.000. h) Qual a taxa necessária
para que um capital, em 4 anos, triplique de valor? Solução:

Supondo um capital 100, teremos um montante de 300.

M=C+j

M=

C (100 + it ) 100

C=

Mx100 100 + it

100 =

300 x100 100 + 4i

4i = 300 – 100

i = 50

Resposta: A taxa necessária é de 50% ao ano. ATIVIDADES 01) O capital de R$ 3.500,


em 6 meses, a 4% a.a., produz juros, em Reais, de a) 55. b)60. c) 65. d) 70. e)
75.

02) Um capital de R$ 1.500 produz juros de R$ 25, em 75 dias, a uma taxa de a) 6%


a.a. b) 7% a.a. c) 8% a.a. d) 9% a.a. e) 10% a.a.

03) O capital de R$ 48.000 produz R$ 11.160 de juros, a uma taxa de 9%, em a) 2a


7m. b) 2a 6m. c) 2a 5m. d) 2a 4m. e) 2a 3m.
04) O capital que a taxa de 6,5% a.a., em 6 anos, produz um montante de R$ 2.085,
em Reais, é a) 1.350. b) 1.400. c) 1.450. d) 1.500. e) 1.600.

05) O capital que diminuído de seus juros de 5 anos, 4 meses e 12 dias, à taxa
de .5% a.a., reduzse a R$ 96.580, em Reais, é a) 128.000. b) 132.000. c) 135.000.
d) 136.000. e) 144.000. 06) A taxa para que certo capital produza, em 5 anos,
juros iguais a 2/3 de si mesmo, é

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a) 12 1/2%.

b) 12 1/3%.

c) 13 2/3%.

d) 13 1/2%.

e) 13 1/3%.

07) Um capital foi aplicado a 10% a.m. durante 5 meses. Findo este prazo, o
montante foi reaplicado por um mesmo período, à taxa de 8% a.m., resultando em um
montante final de R$ 21.000. O capital, em Reais, era de: a) 9.000. b) 9.500. c)
10.000. d) 10.500. e) 11.000.

08) Coloquei 1/5 de meu capital a 10%, e o restante a 5%. Recebi juros anuais de
RS 3.600. Em Reais, meu capital era de a) 50.000. b) 55.000. c) 60.000. d) 65.000.
e) 70.000.

09) Sabendo-se que um capital foi duplicado em 8 anos a juros simples, a taxa
anual empregada foi de a) 10%. b) 12,5%. c) 15%. d) 17,5%. e) 20%.

10) O tempo para que um capital triplique de valor a 20% ao ano, no regime de
juros simples, em anos, é a) 5. b)8. c) 10. d) 12. e) 15.

11) Dois capitais aplicados a 5% ao mês, durante 5 meses, rendem juros que diferem
de R$ 750. A diferença entre os capitais, em Reais, é de a) 2.500. b) 2.750. c)
3.000. d) 3.250. e) 3.500.

12) Depositei certa quantia em um banco e recebi o montante de RS 6.342 no fim de


40 dias. Se a aplicação foi feita à taxa de 6% ao ano, os juros são, em Reais, de
a) 40. b) 42. c) 44. d) 48. e) 52.

13) Um certo capital aplicado durante 5 meses resulta em um montante de R$ 12.500


e aplicado durante 6 meses resulta em outro montante de R$ 13.000. O capital, em
Reais, é a) 8.000. b) 9.000. c) 9.500. d) 10.000. e) 12.000.

14) Dividindo R$ 360 em duas partes de tal forma que a primeira produza em 6 meses
os mesmos juros que a segunda em 3 meses, ambas com a mesma taxa de aplicação, a
maior parte vale, em Reais, a) 200. b)210. c) 220. d) 230. e) 240. 128

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7. SISTEMA MÉTRICO
7.1. Medidas de Comprimento
A unidade fundamental para medir comprimento é o metro e é representado pela letra
“m”. Outras unidades são: 1) Múltiplos do metro: quilômetro, hectômetro,
decâmetro. 2) Submúltiplos do metro: decímetro, centímetro e milímetro. A tabela
abaixo de unidades representa um exemplo de conversão Km 1.000m hm 100m dam 10m m
1m dm 0,1m cm 0,01m mm 0,001m

Cada unidade de comprimento é igual a 10 vezes a unidade imediatamente inferior,


ou seja, 12,45 dm = 124,5 cm ou 1,245 x 10 mm 8,73 dam = 0,873 hm
3

7.2. Unidades de Potência de 10


Para facilitar a representação de números múltiplos de 10 existe as potências de
10, ou seja, podemos substituir “os zeros” por letras que contenham a sua
representação. As mais utilizadas são: G = 10 = 1.000.000.000 = Giga M = 10 =
1.000.000 = Mega K = 10 = 1.000 = Kilo
-3 3 6 9

m = 10 =

1 = mili 1.000 1 = micro 1.000.000 1 = nano 1.000.000

= 10 =

-6

n = 10 =

-9

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7.3. Medidas de Tempo

A unidade fundamental para medir tempo é o segundo e é representado pela letra


“s”. Outras unidades também utilizadas são: a) Horas [h] = 3.600 s b) Minutos
[min] = 60 s c) Dia = 24 h = 1.440 min = 86.400 s d) Mês = 30 dias = 720 h
(comercial) e) Ano = 12 meses = 360 dias (comercial) Observação: vale ressaltar
que para o Sistema Internacional (SI) de medidas utilizamos o metro e o segundo.
ATIVIDADES 1. Realize as seguintes conversões: a) 12 m para hm, dm e mm b) 15 Km
para m, dam e cm c) 10 m para cm
3 2 2

d) 10 dm para m

2. Realize as seguintes operações, em potência de 10: a) 1,2G + 100M b) 12m + 900


c) 1.200 + 2m d) 110K + 20.000 3. Realize as conversões de tempo: a) 120 min = ? h
b) 2 h e 30 min = ? h
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c) 36 h e 40 min = ? h d) 2,65 h = ? min e) 465 s = ?? h e ?? min (resposta em XX


h: YY min)

ATIVIDADES EM GERAL
01) Na fração a/b, o numerador vale um terço do denominador. Somando-se 10 ao
numerador, a fração torna-se equivalente a 1. Determine o valor de a + b. 02)
Peguei 2/5 de R$ 10,20 e distribuí 1/3 para cada filho. Quanto recebeu cada um?
03) Certa chácara dista de São Paulo 2/5 da distância entre Rio e São Paulo.
Quanto gasto em combustível para ir e voltar da chácara? Dados: Distância Rio-São
Paulo: 425km; Consumo do carro: 11,1 / 3 km por litro; Preço do combustível: R$
0,66 por litro. 04) A soma de três números é 98. A razão entre o primeiro e o
segundo (nesta ordem) é 2/3, e entre o segundo e o terceiro é 5/8. O segundo
número é: a) 15 b) 20 c) 30 d) 32 e) 33 05) Um motorista dirige um carro em
velocidade constante, de uma cidade A para outra B. sabendo-se que faz 60km/h na
ida e 80 km/h na volta e que gastou 9 horas e 20 minutos no percurso de ida e
volta, determinar a distância entre A e B. 06) Um fenômeno foi observado desde o
instante 2h 30 min até o instante 7h 45 min. Quanto tempo durou esse fenômeno? 07)
Um livro possui 200 folhas, que totalizam uma espessura de 2cm. A massa de cada
folha é de 1,2g e a massa de cada capa do livro é de 10g. a) Qual a massa do livro
b) Qual a espessura de uma folha? 08) Uma pessoa ganha R$ 500,00 por 10 dias de
trabalho, quanto receberá por 200 dias de trabalho? 09) No mesmo instante em que
uma casa de 5m de altura projeta uma sombra de 20 cm, qual será a altura, em
metros, de um prédio cuja sombra projetada mede 2m? 10) Para realizar uma obra, 20
operários levarão 150 dias, se o número de operários aumentar de 30, em quantos
dias a obra ficará pronta? 11) Para forrar as paredes de um salão, são necessárias
30 peças de papel com 70cm de largura cada uma. Quantas peças seriam necessárias
se as peças tivessem 1m de largura?

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12) Uma torneira aberta durante 4 horas enche uma banheira de 150 litros. Se a
banheira tivesse metade do volume, em quantos minutos a banheira estaria cheia?
13) A água do mar contém 2,5g de sal para cada 100g de água. Quantos gramas de sal
terão em 5 kg de água do mar?
2

14) Para cobrir 2m de uma parede precisamos de 16 azulejos. Quantos azulejos serão
necessários para
2

cobrir uma parece de 8m ? 15) Para realizar a metade de uma obra 10 operários
levam 14 dias. Se forem empregados mais 18 operários, quantos dias levarão para
terminar essa obra? 16) Uma roda de 20 dentes engrena com outra de 50 dentes.
Quantas voltas darão esta última sabendo que a primeira deu 120 voltas? 17)
Sabemos que a carga máxima de um elevador é de 7 pessoas adultas com 80kg cada
uma. Quantas crianças, pesando 35 kg cada, atingiriam a carga máxima desse
elevador? 18) Três torneiras completamente abertas enchem um tanque em 90 minutos.
Quantas torneiras iguais a essa encheriam o mesmo tanque em 54 minutos? 19) Uma
torneira enche um tanque em 6 horas. Outra enche o mesmo tanque em 4 horas. Em
quantas horas as duas juntas encheriam o tanque? 20) Comprei 12 m de certo tecido
e paguei R$ 48,00. Quanto cursta o metro do tecido? 21) 900 gramas de glicose
contêm 360 gramas de carbono, 60 gramas de hidrogênio e 480 gramas de oxigênio.
Calcule quantos gramas de carbono, hidrogênio e oxigênio têm, respectiva-mente, em
300 gramas de glicose. 22) Uma banheira tem três formas de ser cheia. Uma torneira
que enche em 3 horas, outra que leva 4 horas para enchê-la e o chuveiro que demora
12horas para enchê-la. Se abrirmos tudo junto, em quanto tempo a banheira ficará
cheia?

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8. GEOMETRIA
A Geometria está apoiada sobre alguns postulados, axiomas, definições e teoremas,
sendo que essas definições e postulados são usados para demonstrar a validade de
cada teorema. Alguns desses objetos são aceitos sem demonstração, isto é, você
deve aceitar tais conceitos porque os mesmos parecem funcionar na prática! A
Geometria permite que façamos uso dos conceitos elementares para construir outros
objetos mais complexos como: pontos especiais, retas especiais, planos dos mais
variados tipos, ângulos, médias, centros de gravidade de objetos, etc.

8.1. Definições
Polígono: É uma figura plana formada por três ou mais segmentos chamados lados de
modo que cada lado tem interseção com somente outros dois lados próximos, sendo
que tais interseções são denominadas vértices do polígono e os lados próximos não
são paralelos. A região interior ao polígono é muitas vezes tratada como se fosse
o próprio polígono Polígono convexo: É um polígono construído de modo que os
prolongamentos dos lados nunca ficarão no interior da figura original. Se dois
pontos pertencem a um polígono convexo, então todo o segmento tendo estes dois
pontos como extremidades, estará inteiramente contido no polígono. Um polígono é
dito não convexo se dados dois pontos do polígono, o segmento que tem estes pontos
como extremidades, contiver pontos que estão fora do polígono.

Polígono Triângulo Pentágono Heptágono Eneágono Undecágono

No. de lados 3 5 7 9 11

Polígono Quadrilátero Hexágono Octógono Decágono Dodecágono

No. de lados 4 6 8 10 12

Polígono não convexo: Um polígono é dito não convexo se dados dois pontos do
polígono, o segmento que tem estes pontos como extremidades, contiver pontos que
estão fora do polígono. Segmentos congruentes: Dois segmentos ou ângulos são
congruentes quando têm as mesmas medidas. Paralelogramo: É um quadrilátero cujos
lados opostos são paralelos. Pode-se mostrar que num paralelogramo:

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Os lados opostos são congruentes; Os ângulos opostos são congruentes; A soma de


dois ângulos consecutivos vale 180o; As diagonais cortam-se ao meio. Losango:
Paralelogramo que tem todos os quatro lados congruentes. As diagonais de um
losango formam um ângulo de 90o. Retângulo: É um paralelogramo com quatro ângulos
retos e dois pares de lados paralelos. Quadrado: É um paralelogramo que é ao mesmo
tempo um losango e um retângulo. O quadrado possui quatro lados com a mesma medida
e também quatro ângulos retos. Trapézio: Quadrilátero que só possui dois lados
opostos paralelos com comprimentos distintos, denominados base menor e base maior.
Pode-se mostrar que o segmento que liga os pontos médios dos lados não paralelos
de um trapézio é paralelo às bases e o seu comprimento é a média aritmética das
somas das medidas das bases maior e menor do trapézio. Trapézio isósceles:
Trapézio cujos lados não paralelos são congruentes. Neste caso, existem dois
ângulos congruentes e dois lados congruentes. Este quadrilátero é obtido pela
retirada de um triângulo isósceles menor superior (amarelo) do triângulo isósceles
maior. Pipa ou papagaio: É um quadrilátero que tem dois pares de lados
consecutivos congruentes, mas os seus lados opostos não são congruentes. Neste
caso, pode-se mostrar que as diagonais são perpendiculares e que os ângulos
opostos ligados pela diagonal menor são congruentes.

8.2. Conhecendo a Geometria Plana

Para se chegar à compreensão da necessidade de classificação de figuras, da forma


como é usual na Geometria Euclidiana, é necessário obter compreendido as suas
vantagens matemáticas. Sem esta compreensão, parece um jogo de palavras ter ouvido
o professor afirmar que um triângulo isósceles é o que tem os lados iguais, e
depois ver o professor permitir que um triângulo com os três lados iguais seja
também isósceles. Só após o conhecimento de algumas propriedades das figuras é que
os alunos compreenderão as vantagens de optar por uma classificação. Vamos optar
por apresentar os diversos tipos de figuras em separado apenas por uma razão de
"arrumação". Chamamos polígonos a qualquer porção do plano limitada por segmentos
de reta que forma uma linha poligonal fechada.
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8.2.1. Triângulos

Os triângulos são polígonos de três lados. Iremos classificar os triângulos de


duas maneiras: quanto aos lados e quanto aos ângulos. Quanto aos lados: Equilátero
Isósceles Escaleno

todos os lados iguais

dois lados iguais

todos os lados diferentes

Quanto aos ângulos: Acutângulo Obtusângulo Retângulo

Um ângulo agudo

Um ângulo obtuso

Um ângulo reto

8.2.1.1. Algumas propriedades: - Se o triângulo tem dois lados iguais, os ângulos


que lhes são opostos também são iguais. - Num triângulo, ou em triângulos iguais,
a lados iguais opõem-se ângulos iguais. - Num triângulo, ou em triângulos iguais,
a ângulos iguais opõem-se lados iguais. - Num triângulo, ao maior lado opõem-se o
maior ângulo.

8.2.1.2. Área de um Triângulo Considere as seguintes figuras:


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Observe que, em qualquer uma das três figuras, a área do triângulo destacada é
igual à metade da área do retângulo ABCD. Assim, de modo geral, temos: área do
triângulo: S = (b.h)/2 Neste caso, podemos considerar qualquer lado do triângulo
como base (b). A altura (l) a ser considerada é a relativa a esse lado.

8.2.2. Quadriláteros
- Os quadriláteros podem ser trapézios (com dois lados paralelos) e não trapézios
(quando não tem lados paralelos). - Os trapézios podem ser paralelogramos (com
lados opostos paralelos) e trapézios propriamente ditos (apenas com dois lados
paralelos). Paralelogramos Retângulo Losango Quadrado Paralelogramo

8.2.2.1. Propriedades: Retângulo: - lados opostos iguais - quatro ângulos retos


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- diagonais iguais que se cortam ao meio (bissteriz) - dois eixos de simetria


Losango: - quatro lados iguais - ângulos opostos iguais - diagonais
perpendiculares que se cortam ao meio (bissetriz) - dois eixos de simetria
Quadrado: - quatro lados iguais - quatro ângulos retos - diagonais perpendiculares
- quatro eixos de simetria Paralelogramo obliquângulo: - lados opostos iguais -
ângulos opostos iguais - não tem eixos de simetria Trapézios propriamente ditos
Isósceles Retangular Escaleno

Propriedades: Isósceles: - dois lados iguais - um eixo de simetria Retângular:


Escaleno: - um ângulo reto - não tem eixos de simetria - quatro lados diferentes -
não tem eixos de simetria

8.2.2.2. Área do Retângulo Em um retângulo de lados a e b, figura abaixo, onde:

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a = medida do comprimento ou base b = medida da largura ou altura S = área total


temos que: área do retângulo: S = b.h 8.2.2.3. Área do Quadrado Considerando que o
quadrado é um caso particular do retângulo, onde todos os lados são iguais, figura
abaixo:

l = medida do comprimento ou base l = medida da largura ou altura S = área total


temos que: área do quadrado: S = l . l ou S = l 8.2.2.4. Área de um Losango O
quadrilátero abaixo é um losango onde vamos considerar:
2

1) O segmento PR representa a Diagonal Maior, cuja medida vamos indicar por “D”.
2) O segmento QS representa a Diagonal Menor, cuja medida vamos indicar por “d”.
Note que a área do losango PQRS é igual à metade da área do losango cujas
dimensões são as medidas D e d das diagonais do losango, então: 131

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área do losango: S = (D.d)/2 8.2.2.5. Área de um Trapézio Considerando o Trapézio


abaixo, podemos destacar:

1) MN é a base maior, cuja medida vamos representar por B. 2) PQ é a base menor,


cuja medida vamos representar por b. 3) A distância entre as bases é a altura do
trapézio, cuja medida indicaremos por h. Se traçarmos a diagonal QN, por exemplo,
obteremos dois triângulos, QPN e QMN, que têm a mesma altura de medida h.

Da figura temos: - área do trapézio MNPQ=área do triângulo QPN + área do triângulo


QMN - área do trapézio = (B.h)/2 + (b.h)/2 - área do trapézio = (B.h+b.h)/2 área
do trapézio: S = (B + b).h/2

8.2.3. Polígonos
Pentágonos - São polígonos com cinco lados e cinco ângulos. Por exemplo:

Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


Moderna.1988.

Hexágonos - São polígonos de seis lados e seis ângulos. Por exemplo:


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Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


Moderna.1988.

Heptágonos - São polígonos de sete lados e sete ângulos. Por exemplo:

Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


Moderna.1988.

Octógonos - São polígonos de oito lados e oito ângulos. Por exemplo:

Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


Moderna.1988.

Os polígonos podem ser côncavos ou convexos. Um polígono diz-se côncavo quando o


prolongamento de pelo menos um dos seus lados corta o polígono em duas partes.
Exemplo:

Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


Moderna.1988.

Um polígono diz-se convexo quando o prolongamento de qualquer dos segmentos que o


determina deixa o polígono de um só lado. Exemplo:
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Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


Moderna.1988.

Os polígonos podem ser regulares ou não regulares. Um polígono é regular se tem


todos os lados e todos os ângulos iguais, caso contrário, diz-se não regular.
Exemplo de polígonos regulares:

Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


Moderna.1988.

8.2.3.1. Área de um Polígono Regular Considerando o polígono regular da figura


abaixo, que é um pentágono.

A partir do centro vamos decompor esse pentágono em triângulos que são isósceles e
congruentes, em cada um desses triângulos temos: 1) base do triângulo, que
corresponde ao lado do polígono e cuja medida vamos indicar por “l”. 2) altura
relativa à base do triângulo, que corresponde ao apótema do polígono e cuja medida
vamos indicar por “a”. A área de cada triângulo é dada por (l.a)/2. Como são cinco
triângulos, a área do polígono seria dada por: 5.(l.a)/2

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Logo, a área de um polígono regular, é dada por n.(l.a)/2, onde n = nº de lados do


polígono. área de um polígono regular = n.(l.a)/2 Sabendo, que 5.l representa o
perímetro (2p) do pentágono regular considerado, a expressão 5.l/2 representa a
metade do perímetro ou o semiperímetro (p) do pentágono. Assim temos: área do
pentágono = 5.l/2 Concluímos que para todos os polígonos regulares, podemos
escrever: área de um polígono regular = p.a Observações: 1) O número de diagonais
de um polígono convexo é determinado por: Onde: d = diagonal n = número de lados
2) A soma dos ângulos internos de um polígono convexo é Si = (n-2) . 180
0

d=

n(n − 3) 2

8.2.4. Circunferência (Círculo)


Circunferência é a figura geométrica formada por todos os pontos de um plano que
distam igualmente de um ponto fixo. Esse ponto fixo é denominamos de CENTRO da
circunferência (ponto O). À distância constante denominamos de RAIO (indicado por
“r”). Por exemplo:

r o

Vejamos alguns elementos da circunferência: 1) Qualquer segmento que une o Centro


a qualquer ponto da circunferência chama-se raio (r). 2) Qualquer segmento que une
dois pontos quaisquer e distintos de uma circunferência chama-se CORDA.

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3) A corda que passa pelo centro da circunferência chama-se DIÂMETRO. Assim, o


diâmetro é a maior corda da circunferência e seu comprimento é igual ao dobro do
comprimento do raio. Vamos indicar o diâmetro por d, logo d=2r.

8.2.4.1. Área de um Circulo Observe a seqüência de polígonos regulares inscritos


numa Circunferência.

Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


Moderna.1988.

Repare que a medida que o número de lados aumenta, o polígono regular tende a se
confundir com a região limitada pela CINCUNFERÊNCIA, ou seja, o CÍRCULO. Assim,
termos: 1) O perímetro do polígono regular tende a se confundir com o comprimento
da CIRCUNFERÊNCIA (C=2.pi.r).; 2) O semiperímetro do polígono tende ao valor
2.pi.r/2 = pi.r.; 3) O apótema do polígono tende a coincidir com a altura o raio
do círculo, então: área de um círculo: S = pi.r.r ou S = pi.r
2

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ATIVIDADES 1. Coloque V (verdadeira) ou F (falsa), conforme as sentenças


seguintes: a) Em qualquer losango as diagonais, cortam-se mutuamente ao meio ( )
b) Em qualquer parelelogramo, as diagonais são congruentes ( d) Todo quadrado é
inscritível e circunscritivel ( ) e) Todo retângulo ) c) Em qualquer
paralelogramo, as diagonais são bissetrizes dos ângulos internos ( )

2. As bases de um trapézio ABCD medem: área deste trapézio.

AB = 4 cm e CD = 10 cm, e a altura mede 12 cm. Calcule a


2

3. Um triângulo ABC tem uma altura de 20 cm e sua base igual a 10 cm. Calcule sua
área, em m . 4. Um determinado círculo possui seu diâmetro igual a 24 cm. Calcule
a área e o perímetro deste circulo.

8.2.5. Relações Métricas em um Triângulo


Seja um triângulo ABC retângulo em Â, e seja α a medida de um de seus ângulos
agudos: B a

C Temos: a = hipotenusa Logo: c = cateto oposto

α b

b = cateto adjacente

sen α =

cateto − oposto hipotenusa cateto − adjacente hipotenusa cateto − oposto cateto −


adjacente

senα =

c a b a c b

(seno)

cos α =

cos α =

(cosseno)

tag α =

senα =

(tangente)

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Também vale lembrar que:


2 2

sen2 α + cos2 α = 1
2

e que
2 2

(hipotenusa) = (cateto-oposto) + (cateto-adjacente) Para um triângulo qualquer


temos: C

a =b +c

(Teorema de Pitágoras)

a e

A c
2 2 2

1) Teorema dos cossenos:

a = b + c – 2bc cos α

2) Teorema dos senos:

a
^

b
^

c
^

sen A

sen B

sen C
0
3) A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é 180 .

â + ^b + ^c = 180

4) Num triângulo qualquer, um ângulo extreno é igual a soma dos dois ângulos
internos não adjacentes a ele. ê = â + ^c Nota: Tabela com alguns ângulos
principais Sen 30 45 60 90 ATIVIDADES
0

Cos

Tag

1 2

3 2

3 3
1

2/2
3 2
1

2/2
1 2
0

3
infinito

1. O lado de um triângulo eqüilátero mede a. Calcule a medida de sua altura.

h=

a3 2

2. Calcule a medida do raio da circunferência inscrita num trapézio isóceles cujas


bases medem 8 m e 18 m. (r = 6m) 3. Sabendo que o lado de um quadrado mede a,
calcule a medida de sua diagonal. (d = a
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2)
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4. O triangulo ABC tem base de 18 cm e altura de 12 cm. Calcule o perímetro do


quadro inscrito.

5. Em relação ao triângulo ABC, qualquer, sabemos que: a) A medida do lado AC


(x=7cm) b) A medida da altura AH. A

AB = 5 cm , BC = 8 cm e B = 600. Calcule:

(h

53 cm) 2
B H C

6. Os lados do triângulo ABC medem: AB = 12 cm , BC = 4 projeção do lado AC sobre


o lado AB (base). (x=4 cm)

7 cm e AC = 8 cm. Calcule a medida da

8.2.6. Retas, Paralelas e Ângulos


Consideremos duas retas paralelas r e s, cortadas por uma transversal t, conforme
a figura abaixo:

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Onde: a1 é colateral de b4 e a1 + b4 = 180 Pelo postulado de Euclides:

a1 = a2 = a3 = a4 e b1 = b2 = b3 = b4

(ângulos agudos)

(ângulos obtusos)

Observação: Os ângulos a2 e a3 são chamados de alternados internos, assim como os


ângulos b2 e b3.

Ângulos na Circunferência Ângulo Central: possui o vértice no centro da


circunferência e, portanto, seus lados são raios. O ângulo central e o arco
determinado por ele têm a mesma medida.

Ângulo Inscrito: possui o vértice na circunferência e os seus lados são cordas da


circunferência.

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Teorema: Se um ângulo central e um ângulo inscrito estiverem determinado num mesmo


arco, numa mesma circunferência, o ângulo central vale o dobro do inscrito.

α = 2β Exemplo: (UFMG-97) Observe a figura. Suponha que as medidas dos ângulos


PSQ, QSR, SPR, assinalados na figura, sejam 45°, 18° e 38°, respectivamente. A
medida do ângulo PQS, em graus, é: a) 38 b) 63 c) 79 d) 87

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Solução O arco PQ = 90
0

(pois PQ = 2 x 45 )
0

Já o arco QR = 36

(2 x 18 )
0

Mais uma vez o arco RS = 76

(2 x 38 ) PS = 90 + 36 + 76
0 0 0

Logo: o arco PS = PQ + QR + RS

PS = 202
0

Sabemos que o perímetro de uma circunferência ‘é de 360 , portanto: PS + 202 = 360


0 0

PS = 360 – 202

PS = 158

Como a medida do arco é o dobro da medida do ângulo, que desejamos, teremos: O


ângulo PQS = 158/2 = 79 , ou seja, letra C. ATIVIDADES 1. Dois lados de um
triângulo medem 4 cm e 5 cm, e o ângulo formado por eles mede 30 . Calcule: a) A
área deste triângulo. b) A altura relativa ao lado maior. (S = 5 cm ) (h = 2 cm)
2 0 0

2. Num losango, uma diagonal mede o triplo da outra. Calcule a área deste
quadrilátero, sabendo que seu perímetro é 40 m. (S=60m )
2

3. Calcule a área da coroa circular seguinte, sabendo que seus raios medem 4 cm e
3 cm.
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Resp.: Scoroa =

7π cm2

Fórmulas em Geral de Geometria

Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


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Fonte: Matemática: Curso Completo – Nery, Chico e Trotta, Fernando. Editora


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Referências Bibliográficas

1. GUELLI, Oscar. Matemática: uma aventura do pensamento. São Paulo: Ática, 1999.
2. MORI, Iracema e ONAGA, Dulce Satiko. Matemática: idéias e desafios. São Paulo:
Saraiva, 2000. 3. SPINELLI, Walter e SOUZA, Maria Helena. Matemática. São Paulo:
Ática, 2001. 4. DANTE, Luiz Roberto. Tudo é Matemática. São Paulo: Ática, 2004. 5.
NERY, Chico e TROTTA, Fernando. Matemática: Curso Completo. Rio de Janeiro:
Moderna,
1988

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