A minha opção por comentar a matriz do João deve-se ao facto de ela
configurar uma análise com uma perspectiva diferente dos outros contributos que li, afastando-se parcialmente, quanto a mim, do que nos foi proposto.
Considero que o trabalho revela uma leitura atenta de toda a bibliografia,
identificando os aspectos críticos referidos pela mesma nos vários domínios, embora o vá fazendo ao longo de todas as colunas. O domínio Competências do Professor Bibliotecário, particularmente na coluna Oportunidades é disto um claro exemplo. Ainda neste domínio, considero que a primeira acção/ desafio enumerada pertence ao domínio Gestão de evidências/ Avaliação , enquanto a segunda é demasiado generalista.
Relativamente aos restantes domínios/ colunas, continuam a centrar-se
quase exclusivamente na literatura e não, parece-me, na biblioteca que o João coordena. A falta de indicação de acções/ desafios no domínio Organização e gestão da BE, por exemplo, é sintomática da não referência a um contexto especifico. Ao ler o perfil do colega, verifiquei que, apesar de ter estado ligado às bibliotecas escolares na sua carreira, é a primeira vez que é responsável por uma biblioteca, o que poderá explicar esta situação. Logo, é de louvar toda a compreensão que revela do novo papel das BE na escola e na sociedade do século XXI.
Os aspectos elencados no domínio A BE como espaço de conhecimento
e aprendizagem. Trabalho colaborativo e articulado , nomeadamente nas colunas Oportunidades e Acções carecem, a meu ver, de explicitação.
No que diz respeito à Síntese, afigura-se-me pouco objectiva e com um
discurso demasiado teórico, quer na coluna Gestão da mudança – exemplo: “Enquadrar o novo paradigma tecnológico nas mudanças necessárias a implementar visando a construção do conhecimento e tendo em conta os as novas exigências do modelo educativo e do sucesso a alcançar “ - , quer na das Acções – exemplos: “Construir uma infra-estrutura de informação e recursos informáticos para permitir um novo conhecimento/aprendizagem baseado nas conexões, acções e evidências; […]; Implementar uma moldura construtivista que se focalize na construção do conhecimento e compreensão humana; transformar informação em conhecimento.” Na coluna Obstáculos, embora compreenda o que o colega quer dizer, penso que indicar como obstáculos a vencer “Impacto das TIC” e “Resultados práticos da Biblioteca Escolar na aprendizagem dos alunos” se torna confuso e induz em erro, já que são dois dos aspectos centrais que o PB tem de valorizar e tomar em linha de conta na gestão da mudança, ou seja, na elaboração de um plano de acção com novas exigências.
Em conclusão, considero que o trabalho do João se focou demasiado na
síntese dos textos lidos, não tendo efectuado uma verdadeira ligação à pratica, revelando contudo um bom entendimento do papel do PB e das dinâmicas que este terá de criar na BE para que esta cumpra a sua missão. Gostaria de deixar claro que o meu comentário tem uma perspectiva unicamente construtiva e nesse sentido considero que, agora com mais tempo e sem a pressão dos prazos, um novo olhar sobre a tabela poderá ser uma boa oportunidade e uma boa base para um trabalho de diagnóstico e prospecção da BE onde o João exerce funções.