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O Apocalipse – O Princípio do Fim

† O Apocalipse †

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

O Principio
do Fim
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O Apocalipse – O Princípio do Fim

PREFACIO

Este livro é o primeiro dos 3 que quero fazer. Da trilogia O Apocalipse.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Este livro está longe da perfeição, mas tentei fazer o melhor possível. Acredito que posso melhorá-lo
no futuro e estou disposto a ouvir críticas e sugestões.

Neste livro vocês leitores verão com os olhos de Lúcio, aquilo que ele viveu no início daquilo que
seria o fim da humanidade. Nesta trama estão narrados os dias e fatos da grande trama que se
sucedeu antes do real início do Apocalipse. Como tudo começou? Porque? quem é o responsável?

Estas respostas estarão ai, em uma história de conspiração e suspense, que me foi trazida em
emboloradas folhas de papel envoltas em uma sacola plástica transparente, que, boiando no mar da
encosta de Santos, foi visto por mim. Não sei se tais linhas são realmente de alguém que viveu no
futuro, mas, caso sejam, é um grande alerta para a Humanidade. Se não é uma boa história e um belo
aviso de como pode acontecer nosso Princípio do Fim.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO I

Trovadores tempos aonde as fulgurosas chamas de esperança se perdem em meio ao corrompido


mundo de trevas. Deteriorados, os homens esperam pela paz que ecoa em um vale de sombras eterno
que nunca se cessa. Profanado, o tempo já não corre mais em segundos ou minutos, e sim em
lágrimas.

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Confundidos pelas quatro maldições, os sentidos tornam o mundo um local aonde a subjetividade
impera.
Definhando escondido, busco um meio de lutar. Destruído por dentro conto apenas com a minha
memória, que latejante, inunda meu ser com uma avalanche de fatos que temo ter de mostrar, mas
em maior temor, sinto que não devem morrer comigo.
Conscientemente, me vejo indigno de escrever tais histórias, mas não vejo como não fazer isso, já
que me sentiria completamente inútil se não as fizesse.

Minha real vontade talvez seja de poder mudar o passado, mas isso é completamente impossível,
pois para que tal façanha se concretize, eu precisaria enviar meu livro ao passado e fazer com que

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um quarto de todos os homens da terra lessem tais linhas. Meu grande objetivo, já que não posso
alcançar este, seria mostrar aos homens do futuro...Isso se houver futuro.

Suspiro agora, com lágrimas nos olhos, pensando em todos aqueles que se sacrificaram para que eu
estivesse aqui, neste úmido abrigo, escrevendo as minhas dolorosas lembranças, nestas emboloradas
folhas de papel. O odor salobro que invade meu ser, causando-me náuseas, dificultam ainda mais
meu último esforço de vida. Seca, minha garganta clama pela pouca água que me resta. Apenas um
curto gole, nada mais.
Não vejo a luz do sol a semanas. Em igual período não converso com ninguém. Não sei se já
ultrapassei a limiar da sanidade mental, mas, caso já tenha chegado a esse ponto, não sei ao certo se
foi pela fome, sede, tédio ou solidão. Talvez sejam todos, ou nenhum.
Meus olhos pesam de sono, devo repousar, talvez amanhã eu deva narrar o que de fato me ocorreu.

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CAPÍTULO II

Não quero perder meu precioso tempo com a descrição do meu despertar. Creio na maior
importância dos acontecimentos que me flagelaram nestes fatídicos 2 anos.
Foi num vasto salão coberto de candelabros e velas que tudo se iniciou. Aonde a tremeluzente chama
das velas não conseguiam iluminar, existia uma profunda treva.
Um caminho era formado pelas velas em direção a um altar. Sob o altar, aparentemente de mármore
e granito, uma bela cruz de madeira trabalhada estava repousada.

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Eis que uma chama azulada começa a se instalar na base desta cruz. Desesperado tento apagá-la, em
vão. Em segundos o fogo se alastra por toda a cruz e ela se torna cinzas.
A minha frente abre-se uma fissura na parede, atrás do altar, liberando uma forte luz vermelho
sangue. Junto com a luz, um vento denso e quente apaga todas as velas, junto a um odor forte e
ácido. As cinzas da cruz voam junto ao vento, e, sob o altar, resta-se apenas um objeto áureo-
prateado. Aproximo-me deste objeto, tentando tocá-lo, identificando apenas o desenho de algo que
me parecia um losango dourado em uma espécie de moeda. Dentro do losango, uma letra, que não
identifiquei com certeza. Antes de conseguir tocar o objeto, uma segunda ventania, muito mais forte
que a primeira, me arremessa para longe.
Vejo, então, um homem, cuja face não fui capaz de identificar e que trajava um terno todo branco,
camisa desta mesma cor, e pés descalços. Então, pega o objeto com a mão direita, cerrando o punho.
Começa então a andar em minha direção com passos lentos e constantes.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Inesperadamente uma luz muito forte sai do alto, junto a uma brisa suave e reconfortante. Vejo o
homem, em alguns passos para trás, cambaleando. A luz se torna cada vez mais forte, até um ponto
que se tornou impossível manter-me de olhos abertos. Quando finalmente consegui abrir os olhos,
não mais vejo o homem, e sim uma cruz idêntica a aquela que havia queimado, porém reduzida em
tamanho, repousando no chão. Quando toco na cruz todas as velas se acendem.
Ouço meu nome ser chamado por uma voz conhecida. Novamente, e novamente, cada vez mais
forte.

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CAPÍTULO III

Abro os olhos e vejo a face do meu amigo Alberto. Estava em minha cama e havia sido acordado de
um profundo sono, aonde em sonho, eu havia visto coisas que não soube ao certo compreender, mas
com certeza eu não esqueceria tais imagens tão facilmente.

Antes de prosseguir com a minha narração, creio que lhe devo algumas considerações sobre o
narrador que vos fala.
Meu nome é Lúcio Denis Concas, ex-jornalista, ex-jovem, ex-sonhador. Tenho 23 anos, mas quando
tais fatos começaram a ocorrer possuía apenas 21. Trabalhava para uma pequena rede de televisão
recém formada, a CJTV, como repórter de campo. Era uma nova televisão de novos conceitos e

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grande ambição, querendo, como objetivo principal, mostrar o mundo como ele é, sem ser parecer
tendencioso. Morava em Roma, como correspondente, em um pequeno apartamento com outros 2
brasileiros, Iddo Ferrata e Alberto Dario Grads.

Iddo Ferrata era político, seguidor genético de uma antiga prole de homens que trabalhavam como
governantes, em Portugal, país de seu pai, já falecido em um acidente de carro, e seu avô. Tal avô,
poderoso, influente, inteligente talvez, mas com certeza sábio, tinha em Iddo a imagem de um
sucessor, dando a ele altos cargos de assessoria e confiança. Talvez você deve estar se perguntando o
que faz um jovem tão promissor com um jornalista em um apartamento alugado. Pois bem. Seu avô,
cheio de manias, não aceita que seu neto, Iddo, siga carreira sem um diploma e sem sofrer como um
estudante comum por esse mesmo diploma. Escolheu psicologia, porque, segundo o que ele dizia,
saber como as pessoas pensam é mais importante do que saber como governá-las.

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Alberto era sonhador, mais do que eu e do que qualquer outro jovem que eu já conheci. Queria
viajar, mudar o mundo, conhecer, sentir, experimentar, sofrer, cair, levantar, se restabelecer e seguir
em frente. Estudava filosofia, mas era muito curioso quando se dizia nas ciências teológicas e
astronômicas. Queria entender o mundo, Deus e os astros. Mas como ele dizia, é preferível começar
entendendo ande estamos, e, depois, para onde vamos e donde viemos.
Eu, também sonhador, queria ver o mundo, descobri-lo, descrevê-lo, mostrar o mundo aos outros e
ajudar a contar a história do presente para as gerações futuras. Mas tudo vai se perdendo com o
tempo, que passa rápido, como uma flecha, que cruza o vento para acertar o alvo, alvo esse cujo
nome é morte.

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Fui para Roma em uma proposta de emprego irrecusável. Tal proposta havia partido de um
professor, grande amigo meu, Carlos Gollertal, que, impressionado com as minhas capacidades e
potencial (que ainda não entendo o motivo, já que existiam muitos como eu) me indicou para um
emprego nessa empresa de telejornalismo.
Encontrei nela a grande possibilidade de minha vida, me mudei, sofri, mas regozijei-me com a
grande oportunidade de entrar no mundo jornalístico com alguma importância.
Depois de 6 meses morando em Roma, finalmente chega dia que estava descrevendo, quando meu
amigo me acordou de um revelador e confuso sonho.

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CAPÍTULO IV

Acordei, ainda com sono. Antes de reclamar com meu amigo, sobre ter-me acordado de um
profundo e reflexivo sonho, com a mão direita me faz um gesto de silêncio e com a outra me aponta

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o aparelho de televisão em cima do criado-mudo no canto do quarto. Estava ligado em uma emissora
local, do qual não me recordo o nome. Em um jornal, um acontecimento rugia a poucos quilômetros
de meu humilde apartamento.
Com informações imprecisas e controversas, através de fontes mal informadas e especulativas, a
informação de uma unificação territorial da Europa chegava aos meus ouvidos com um som que
ecoava em diferentes sentidos, se chocando com o pensamento da “grande chance” de minha vida.
Não se fez 30 segundos para o celular de Iddo tocar. Era o avô dele, mas não soube o que foi dito na
conversa. Era, agora, a hora de meu celular gritar a minha procura.
Era Manolo Grattianto, meu chefe, diretor da emissora em Roma. Estava ordenando minha presença
imediata no furgão da empresa, nas proximidades do Senato della Repubblica, local em que ocorria
o tão inesperado fato.

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Não tardei a pegar meus objetos pessoais e me dirigir até a porta, porém, antes de girar a maçaneta,
mãos suaves e quentes tocam meu obro, fazendo-me, instintivamente tornar minha cabeça para traz.
Era Iddo, sorridente, impedindo minha saída para me falar algo.

-Me desculpe Iddo, mas estou atrasado agora, não tenho tempo para qualquer coisa que venha me
falar

-Tenho certeza que você estaria interessado no que eu vou te falar...

-Por favor, seja breve, quero chegar o mais rápido o possível lá.

-Certo, vamos, eu te dou carona, estou indo para lá também. No caminho eu te falo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

A curiosidade, de fato me deixou ansioso, agravando meu estado de euforia. Pensei no que poderia
ser, mas não encontrar nenhuma resposta coerente. Decidi aguardar e esperá-lo me dizer.
Entrei no carro no banco de passageiros, mudo. Iddo sentou-se no banco do motorista e saiu da
garagem com o seu imponente Mercedes conversível.

-Consegui uma exclusiva pra você com meu vô pra agora, o que você acha?

- Err...como?

- Meu vô, Luis Manuel Ferrata, secretário geral de Portugal na UE...

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- Você só pode ta de brincadeira comigo, porque se tiver...

- Não, é verdade isso...se quiser eu ligo pra ele.

- Nossa Iddo, valeu mesmo...Deus! Nem sei como te agradecer!

- Que tal com a velha palavra: obrigado

- Hehehe, muito bem então, farei melhor, MUITO OBRIGADO!

- Não tem de quê...além disso era o meu trabalho. Tinha que arranjá uma entrevista. Ele foi
escolhido pra fala com a imprensa. Sabe como é, né? Ele tem uma boa lábia, sabe lidar com o

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público, omitir informações indesejadas, além dele não ser uma figura central de Estado, sendo
representante exclusivamente da EU, demonstrando imparcialidade.

- Espera ai, deixa eu vê se entendi. Eu serei o primeiro homem a divulgar pro mundo o que ta
acontecendo lá dentro?

- Sim, alguma dúvida?

Naquele momento entrei em um grande estado de euforia, fiquei atônito, empolgado. Raros beijos
superaram a felicidade deste momento. Era a minha chance de me tornar realmente um homem de
sucesso no ramo. Tinha como um dos momentos mais importantes da minha vida, mas tolo era eu,
que não sabia nem metade do que eu passaria desde ali.

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Respirei fundo quando o carro parou a 8 quadras dali. Sabíamos que a pé chegaríamos mais
rapidamente, devido ao trânsito.
Saímos em passos acelerados em direção a praça que repousava a frente do Parlamento.

Cansados papeis esvoaçavam na praça, que tumultuada, abrigava muitas mentes e faces
preocupadas, cansadas, em dúvida, extenuadas. Mas eram apenas homens, que como eu, tinham a
curiosidade, ou melhor, ambição de descobrir o mistério antes de todos.
Furgões se entreolhavam nas ruas, buscando informações mais precisas, corretas, especulativas,
possíveis, mas nenhuma correta. A face dos repórteres era, ao mesmo tempo sorridente, cansada,
curiosa, preocupada e principalmente empolgada.
Iddo olhou para mim com olhar de preocupação. Preocupado com o que estava acontecendo, mas
preocupado, principalmente, por não estar por dentro de tudo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Segui, junto a Iddo, para o furgão da TVJ e logo encontrei o editor chefe, Manolo Cambianno,
digitando em um laptop, nervoso, suando. Era um típico senhor italiano, calabrês, pouco cabelo, e
falando com bastante gesticulação, entoava uma voz áspera e enérgica. Tornando-se para mim ele
reclama de meu atraso e pede para que em fale com outra repórter, Marie Proudhon.
Vejo que ela está no lado de fora, conversando com o câmera, pronta para entrar ao vivo. Espero.
Agora, desocupada, Marie vem em minha direção. Seu perfume chegou a me enfeitiçar naquele
momento. Era impossível não se apaixonar por uma mulher como aquela.
Olhos verdes como esmeralda, profundos e enigmáticos, adornados por cílios volumosos, uma face
rosada, um sorriso confortador e uma voz encantadora. Era uma mulher independente e, acima de
tudo, sonhadora. Nunca gostei de uma mulher como gostei dela, mas naquele tempo não havia
coragem em minha, ainda vazia, carcaça. Ela sorri e começa a falar.

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-Bem, você tem que tentar ir até uma das portas, esperando que saia ou entre alguém delas. Tente
retirar qualquer palavra da boca de quem passar...

- Não, ele vai pra uma exclusiva lá dentro em alguns minutos. Vamos Lucio, já estamos atrasados-
interrompe Iddo

Pasma, Marie faz um olhar dubitativo para mim, como se esperasse uma resposta. Não a dei, pedi
que o câmera, Vito, me acompanhasse e caminhei com firmes passos em direção a minha tão
importante entrevista, guiado por Iddo.

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CAPÍTULO V

Nas portas de fundo do parlamento percebi que estava entrando para um fato inesquecível em minha
vida.
Estava agitado, até certo ponto, sabia que era um momento importante. Respirei fundo e foquei
apenas em um único objetivo: fazer daquela entrevista a melhor. Minha pauta era saber o que estava

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acontecendo lá dentro e, fora isso, alguns tópicos, recém entregados por iddo a mim. Tópicos que
falavam sobre a vida política de Luis Ferrata. Para mim, obsoletos. Tinha que confiar em meus
instintos, meu improviso, e, talvez, na minha sorte.
Não é uma tarefa fácil ter de deixar-se á deriva , guiado pelos instintos, pelo felling jornalístico. Não
tinha escolha. Era tudo ou nada.
O sempre frio Vito se derretia em uma transpiração nervosa e aflita. Se até Vito Sadosomo Mens,
cinegrafista que já filmou tiroteios na guerra do Iraque ficava assim, era porque realmente existia
uma tarefa difícil de se encarar.
Sorridente, Iddo me encara, enquanto seguimos por um corredor estreito e mal iluminado
-Não precisa ficar nervoso, meu vô não morde! ; dizia, tentando me acalmar ,em vão.

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Em uma sala um pouco mais ampla e mais iluminada, um balcão escondia por detrás uma sorridente
secretária quadragenária, cabelos presos, olheiras, dentes sujos de batom e muita disposição. Os
seguranças que nos acompanhavam voltaram para a porta dos fundos. Um confortável sofá
aveludado vermelho nos é apresentado. Iddo nem chega a sentar, vai direto para uma porta á direita,
se dirigindo aos corredores internos do prédio.

- É aqui que agente se separa. Agente se vê. Boa sorte!

-Igualmente, digo, cumprimentado-o

Sento no sofá e pego uma revista qualquer, com o intento de disfarçar o tédio e a ansiosidade. Vito
fez o mesmo.

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Os dizeres da secretária se “em uma hora ele vai atendê-los” ecoavam em minha mente, enquanto eu
olhava, em meu relógio de pulso, a segunda hora de espera se passar.
A secretária levanta-se e se voltando para o balcão diz em uma voz cansada e carismática que
precisa se retirar por um momento, para aguardamos que o avô de Iddo já chegaria.

-Espere senhorita! Posso ir ao banheiro? ; digo com ímpeto antes que ela se retirasse

-Sim, claro, no corredor, abrindo esta porta, na última porta á esquerda.

-Muito obrigado! ; digo fazendo uma suave reverência com a cabeça.

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Entro na porta que me leva ao corredor, e começo a seguir por um estreito local que guardava portas
de todas as inscrições. As paredes, de madeira nobre, adornavam o ambiente com um tom clássico e
aconchegante, sem, porém, anular o efeito claustrofóbico que ela causava em mim.
Na verdade não estava realmente com vontade de ir ao banheiro. A real vontade era de anular o
tédio, que me matava naquele inoportuno momento. Uma volta me faria espairecer.

Antes de, de fato, entrar na já avistada porta do banheiro, eu ouço barulhos exaltados de uma
discussão. A porta entreaberta de onde vinha tão acalorada discussão instigava meu humano instinto
da curiosidade. Aproximo-me, paro, respiro, e continuo em direção a porta. No exato momento que
chego a frente da porta ela bruscamente se abre arremessando-me para traz em um movimento
brusco. Um homem abriu a porta, sua face não vi, um negro capuz a cobria. Ele corre em direção ao

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fim do corredor, mas, no ato deixa um pequeno e brilhante objeto cair. Com o tilintar do objeto ele
para, mais continua seu caminho, rumo a fuga.
Chocado, não sabia o que fazer. A curiosidade ainda me tomava, e com o ímpeto daquele que busca
a verdade, levantei-me, peguei o objeto e coloquei-o em meu bolso, entrei na sala e me choquei. Eis
que morto estava um homem, o sangue espalhado no local enojava-me. Exalando um cheiro amargo
de morte. A faca que o assassino usara ainda estava no corpo da vítima. Permaneci lá, chocado. Não
sabia que atitudes tomar, o que deveria fazer. Aproximei-me do corpo, ele ainda estava
vivo...gemendo, em palavras mudas que quase não saiam. Aproximei-me com o intuito de descobrir
o motivo de tanto esforço ao leito de morte.
-Eles me mataram! É ele! Não permita que isso continue. Promete-me! Promete-me filho, cujo nome
não sei. Eis meu último suspiro, e nele meu último nobre intento, o segredo é o mal, o poder será
deles, não permita...não permita...nã... ; morre o pobre homem cujo nome não sabia.

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Nunca presenciei mementos como este, meu estômago se revirava, minha mente pulsava, meus
olhos, estáticos, lacrimejavam. O desespero me tomou, gritei, berrei, sai da sala clamando por ajuda,
não sabia o que fazer... Corri para a sala de espera, Vito assustou-se. A secretária, sob efeito do
choque, perde a consciência e desmaia. Não tarda para que seguranças cheguem ao local, dois deles
me levando corredor adentro para uma sala e lá, tentando me acalmar, sento em uma poltrona,
enquanto me servem café.

Nunca antes senti o que havia sentido naquele momento. Pobre de minha alma , não sabia que
momentos como este seriam, agora, tão comuns como a vida. Irônico talvez, mais com certeza
trágico.

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Agora, mais calmo, coloco a mão em meu bolso, e ao sentir um toque frio, acabo me recordando do
objeto, não estudado, que o assassino deixara cair.

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CAPÍTULO VI

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Era uma cruz. Um crucifixo religioso, áureo adornado com preciosos detalhes em prata. Era um
objeto precioso. Mas ao certo não sei dizer que função ele teria a mais do que um ornamento...
Tal ornamento é belo, sem dúvida. Mas o que me chamou a atenção nele foi o mistério que ele
carregava consigo. Oculto sobre ele estava a visão e a identidade do assassino daquele homem do
parlamento. Enquanto analisava, eu tremia...

Na sala entra um homem, já com marcas de idade em sua cansada face. Era da polícia. Com certeza
queria saber o que havia se passado...depoimentos.
Não descrevi nada além do óbvio, reproduzi o que ele havia falado e, finalmente, mostrei o
crucifixo.
O olhar de espanto do policial me intrigou. Dubitativo, perguntei o que se passava na mente daquele
homem. “Esse não é um crucifixo comum. É entregue apenas para altos membros do clero no

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Vaticano. Dizem que apenas cardeais possuem uma desta, mas dizem que certos arcebispos já
receberam um desses.”
Fiquei curioso sobre o assunto. No calor do depoimento, com várias questões pulsando dentro de
mim, soltei algumas perguntas para o policial. Motivos não só de curiosidade, mas, obviamente
jornalísticos. Queria saber, primeiramente, a profissão, ou o que representava aquele homem que
havia sido assassinado. Era, pois, um arqueólogo. Isso fez em minha mente (e apenas nela) surgirem
várias perguntas. Porque um arqueólogo estaria no parlamento italiano em um dia de isolamento
total, aonde todos os civis, teoricamente, deverias estar fora do prédio, salvo sob condição de
imprensa? Porque matar um arqueólogo? Mas as duvidas ficaram pra traz quando a notícia de que eu
deveria sair do local chegou até a mim.

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A exclusiva, obviamente, foi cancelada. Mas pouco me importava. Eu era a testemunha viva de um
assassinato dentro do parlamento, onde apenas policiais e homens de altos cargos políticos, alem do
staff permaneciam no local. Era uma boa oportunidade para aparecer na mídia e ganhar destaque
(que ironia). Sai cercado por “rivais” de profissão. Todos queriam saber o porque das manchas de
sangue na minha camisa e porque a polícia chegou no local. Não disse nada. Esperei até chegar a
minha emissora e marcar uma entrevista. Dessa vez eu seria o entrevistado. Quem ficou responsável
por me entrevistar foi Marie. Isso me deixou nervoso. Minha amada me entrevistando... Tinha medo
de parecer idiota na frente dela, tolice a minha, concordo. Mais naqueles tempos eu era tolo. Pelo
menos em relação a tais situações.
Começa a entrevista. Narro o ocorrido e, ao vivo, tudo passa na TV.

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CAPÍTULO VII

Estava exausto, faminto, cansado e meu celular não parava de tocar. Desliguei-o. Com o celular
emprestado de Vito, ligo pra casa e começo a falar com Iddo.
Ele estava desesperado, queria falar comigo.

-Não vai pra casa! A polícia vai te prender!

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Permaneci mudo, chocado, e continuei a ouvir.

- Pegaram a fita do circuito interno e, sei lá, ela deve ter sido editada, mais perece que você entro na
sala e saiu dela gritando por socorro. Vão te prender! Vamos na casa do amigo do meu avô. Alberto
vai te pegar de carro, passei o endereço pra ele. Espera ele no cruzamento da Torino com a
Nazionale ; Desliga.

Não sabia o que fazer. Usaram-me, me acusaram, estava foragido. Iam me prender. Estava sem
saída.

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A única coisa que poderia fazer, por hora, era esperar no tal cruzamento. Alberto chegou
rapidamente, com o carro dele. Adverti-lhe que ele estava me ajudando e conseqüentemente poderia
ser preso por tal ato, já que estava foragido. Ele não me deu ouvidos e prosseguiu.

Era magnífica aquela bela mansão em que o carro adentrava. Era longe do centro de Roma, em uma
vila mais afastada.
Um portão de ferro rangeu junto aos meus distantes e preocupados pensamentos daquele dia.

Sai do carro, acompanhado por Alberto. Iddo me esperava na porta. Entramos. No salão principal,
logo na entrada, estava lá Luis Ferrata e um outro senhor que saudou-me, dizendo ser velho amigo
de Luis e que ia me ajudar. Seu nome, se não me falha a memória, é Roberto Costellioni, grande
magnata, herdeiro de grande fortuna, gerada por grandes investimentos industriais no norte da Itália,

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que, além de parcelas consideráveis de ações da FIAT, por exemplo, também era um grande
investidor imobiliário.

Toda essa riqueza se traduzia no capricho de cada milímetro daquele monumental e aconchegante
salão, coberto por um chão de madeira lustrosa e rara, adornado por tapetes vistosos, felpudos, que
jaziam debaixo de uma lareira maravilhosa, aonde, acima dela repousava um imponente quadro de
um senhor de alta classe, que era completado pelos belos quadros que repousavam no papel de
parede vermelho aveludado.
Lá permanecemos sentados, em um aconchegante sofá, e, antes mesmo de chegar o chá, a conversa
já se acalorava:

- Armaram para ele, isso é fato! ; começa Luis

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- Mas porque ele? ; retruca Roberto

- Podia ser qualquer um isso é a verdade

- Mas porque armar para alguém? O que eles querem? E quem são eles? ; indaga Iddo

- Pois bem, eis uma questão que creio poder solucionar ; diz Luis

A empregada chega com o chá. Foi boa essa pausa, já que eu me sentia completamente excluído da
conversa, juntamente com Alberto, além de precisar de um tempo para assimilar exatamente o que

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estava acontecendo. Mas, tal pausa só aumentou a ansiedade para descobrir a resposta para tão
misteriosas questões.

-Bem...O falecido era Mohamad Said Al Khizaai, arqueólogo, renomado e em controversa pesquisa.
A pesquisa em busca do túmulo de Jesus Cristo. Já houveram sim outras pesquisas parecidas, mas,
em nenhuma delas houve uma confirmação que Jesus estava realmente lá. Mohamad dizia saber,
através de seus estudos. Mohamad, ou melhor, Saaki, apelido dele, me confiou anotações
particulares com pistas que podem nos levar a este túmulo. Mas tal pesquisa atraiu os olhos
preocupados da Igreja que mandou sua tropa de assassinos atrás do meu amigo. Porque, tal
informação, se confirmada ia acabar com toda aquela corja de cardeais, seus poderes, riquezas e
regalias. Devemos mostrar ao mundo a verdade, não é Lúcio? ; diz Luis

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- Err...sim

Respondi dubitativo. Na verdade eu estava chocado com o que eu acabava de ouvir, ou melhor,
estava chocado com todas as sucessões de fatos que me aconteceram nesse dia. Se aquilo fosse um
pesadelo, um sonho ruim, um pensamento distante, ou este livro fosse ficção... Mas tudo aquilo era
real e minha vida estava mudando de vez!
Oportunidade da vida, testemunha de assassinato, foragido da justiça, participante da investigação
arqueológica da história. Tudo isso em um só dia...

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CAPÍTULO VIII

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Repousei lá mesmo, em um quarto de hóspedes. Acordei cedo, despertado por Iddo. Devíamos
partir. Não entendia para aonde, mas iríamos fazer uma viagem “longa e rápida”, segundo os dizeres
de Luis.

Desci junto aos outros uma escada em espiral que permanecia guardada por uma porta no salão
principal. Cheguei, por fim a um galpão e no centro do galpão um jato particular luxuoso e belo.
Meus dentes se serraram. Possuo um pavor idiota por voar, não sei porque, não só muito fã de tirar
meus pés do chão.

Entramos e nos acomodamos no avião. Vi pela janela do avião um homem que não conhecia entrar.
Era John Lamar, piloto particular de Roberto.

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O avião acelerava e meu estômago se revirava aos poucos. Quando finalmente saímos do chão e
começamos a voar eu precisei respirar fundo e tomar um remédio contra enjôo. Dormi.

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CAPÍTULO IV

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O corredor era longo e frio. De pedra. Ao fundo uma luz, que adornava a silhueta de um homem
alto. Acelero meus passos e fico frente a frente com o homem, de face coberta por uma máscara. Ele
era um padre, ou aparentava, pelas vestes e pelo colarinho de sua roupa.

Segurando-me contra a parede ele me golpeia com um grande crucifixo de ouro. Depois se põem a
falar com uma voz distorcida, como se duas pessoas de tons de voz diferentes estivessem falando
juntas.

- Não faça verídica a inverdade da mentira. Não construa a escadaria da morte do amanhã. A dois
mil anos a dor foi profetizada e você a fará se iniciar. Sacrifique seu próprio sangue para impedir o
erro ou o erro lhe fará o sangue ser podre.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Uma imensa luz me ofusca e eu me vejo, em um deserto, sozinho.

Esta é a descrição de outro sonho que tive, e, neste estranho universo onírico em que me vi contido,
só extrai um pensamento de cautela e medo. “O que será que estes sonhos significam?”, me
perguntava desde então. Mas não sabia como agir diante destes estranhos sonhos. A partir daí cometi
um erro, ignorei-os, pensando que eles eram apenas loucuras e insanidades que a mente nos prega
quando somos tomados pelo infinito universo do nosso subconsciente.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO X

Acordei com Alberto me chamado (novamente). Estávamos ainda voando, o que me deixou
desconfortável. Alberto me disse que estávamos indo para Jerusalém. De lá iríamos a um lugar aos
arredores da cidade, que, segundo as anotações de Saaki, estava o corpo de Jesus Cristo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Não estou muito confiante que encontraremos o corpo de Cristo. Na verdade estou desconfortável
por sentir pela primeira vez a dúvida se a religião que sigo é uma mentira. Mas ainda estou, mesmo
assim confiante que isso é falso. Mas você deve estar feliz, porque, aliás, vai ganhar rios de dinheiro
e fama por divulgar ao mundo “a verdade escondida” por dois mil e tantos anos. ; diz ele

- Muito engraçado senhor Alberto ; digo em tom irônico

- Porque? É verdade.

- Não, não estou nada confortável, porque...bem, não sei porque, na verdade não sei nem o que eu
estou fazendo direito!

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Lógico que sabe! Você vai ajudar a encontrar o corpo de Cristo! ; diz Iddo se sentando em uma
poltrona ao meu lado

- Bem, não é isso que eu quis dizer. Eu não sei...Aconteceu tudo tão rápido, o fato é que eu não sei se
estou preparado pra tudo isso.

- A vida é assim Lúcio, nos coloca obstáculos que nem sempre acreditamos poder atravessar, mas, na
verdade, tais obstáculos nos são colocados justamente para que nós atravessarmos com as
dificuldades impostas por eles... São os desafios que nos fazem mais fortes. ; diz Alberto.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Bem...Concordo, mas, também sinto que minha vida nunca mais vai voltar ao normal. Fiz tantos
planos e, de repente, do nada, acontece uma sucessão de fatos que transforma todos os planos em
passado e me deixa perdido no presente, sem poder planejar ao certo o futuro... Você me entendeu?

- Nossa! Muito filosófico pra mim...hehehe ; diz Iddo

- Sim entendi, mas calma vamos nos ajustar a tudo isso, você vai ver, tudo vai voltar a normalidade.

- Alberto, você diz isso porque está aqui por opção, se lembra? Você quis vir junto comigo. Já eu,
não tive escolha alguma de nada.

- Na verdade teve; diz Iddo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Tive?

- Quando você aceitou a entrevista e, depois, decidiu entrar naquela porta, você fez decisões que o
trouxeram a isso.

- Exatamente... Justamente por isso que eu te digo pra ter calma, você está nessa porque deve ser
assim. ; afirma Alberto.

- Pense na fama e na fortuna que você vai fazer com tudo isso. ; diz Iddo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Não ligo pra fama nem pro dinheiro, nunca liguei, você sabe. Na verdade eu quero que a fama se
dane!

- Ah...Eu gosto, faça como eu, não é objetivo... É conseqüência, se é conseqüência é bom e deve ser
usufruído... ; diz Iddo.

- Você pensa assim, eu não.

- Bem, você que sabe...

Conversamos mais um pouco até o momento que o piloto avisa sobre o pouso. Fiquei nervoso,
graças ao meu medo idiota. Pousamos tranqüilamente. No saguão do aeroporto vi uma televisão. Ela

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

estava anunciando a unificação da União Européia e o início das eleições para Primeiro-Ministro.
“Seja quem for vai ter sorte...”, pensei.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XI

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Nos dirigimos ao hotel, que era, com certeza, muito luxuoso. Lógico que, como eu estava na mira da
Interpol não fiz o check-in. Dividi o quarto com Alberto aquela noite.

Todos se reuniram na grande sala de jantar. Devíamos resolver quando, como, com quem e para
onde iríamos. Luis tira um papel muito antigo, que permanecia dentro de um plástico de proteção.

-Precisamos alguém que saiba ler em aramaico...alguém de confiança; afirma Luiz

- Eu sei ler alguma coisa, apenas básicas, não muito complexas...; diz Alberto levantando
timidamente sua mão.

- Consegue ler isto?

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Alberto examina o papel, permanece olhando fixamente para ele por alguns instantes, e, após muito
fitar as linhas com seus profundos e expressivos olhos castanhos, ele esboça uma reação.

- É bem difícil. Aquilo que consegui ler diz que a localização do cordeiro jaz sob o monte... já o
nome do monte não sei dizer.

- Existem uns 2000 montes nesta região, precisamos de especificidade, mas parabéns Alberto não
esperava que você soubesse falar aramaico.

Ele sabia, além de aramaico, falar e entender inglês, espanhol, português, italiano e alemão
fluentemente, além de certas noções em grego, latim e hebraico e mandarim. Alberto era um gênio

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

ao meu ver. Autodidata, sempre estava lendo algum livro, livros relacionados aos mais diversos
temas, desde história da arte até filosofia pré-socrática. Poucas pessoas do mundo eram tão talentos
nas ciências humanas como ele. Talvez seja por isso que ele escolheu cursar filosofia, “a mãe de
todas as matérias, aquela cujo pensamento central é o próprio pensamento”. Tais palavras agora
colocadas entre aspas se referem a palavras ditas pelo próprio Alberto que adotei para mim mesmo.

Sinto falta dele. Ele era, realmente, um dos melhores amigos que uma pessoa poderia ter. Quero que
me perdoem se estiverem reparando nas tremidas letras deste meu livro, deste meu testamento.

Mas não devo deter-me a emoções pessoais, busco neste momento ser o mais imparcial o possível,
por isso, deter-se a emoções pessoais é tolice a alguém que deseja apenas demonstrar fatos.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Quem quer que seja que esteja lendo, peço que compreenda. Não julgue minha parcialidade e meus
erros, caso eu os cometa. Minha condição me leva a isso.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XII

Luiz saiu em busca de um tradutor, junto a Iddo. Roberto permanece em seu quarto e, eu e Alberto
nos dirigimos para o nosso.
Liguei a TV no noticiário. As notícias do mundo corriam normalmente: guerras, assassinatos,
acidentes, disputas diplomáticas, avanço econômico e esportes. O mundo se resumia diariamente em
periódicos fatos quase sempre iguais. A sociedade estava patológicamente banalizando o dia a dia.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Notícias novas, porém apareceram no noticiário daquele dia. Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI
adoecera e precisara ser internado ás pressas. Não fora divulgada a sua doença.
A outra novidade noticiada foi o anúncio oficial dos candidatos para a presidência da recém
unificada União Européia. Eram 38 ao todo, mas 5 eram favoritos: Jean Bousmong Jessein, influente
político francês, também muito influente na Espanha; Lord Charles McFields, escocês, parlamentar
inglês de grande sucesso; Willerm Khaal Jahnzak, alemão, político e empresário, popular nos países
nórdicos e do leste europeu; David Zorilla Castillo, Espanhol, ativista a favor do meio-ambiente,
além de exímio manipulador das ciências políticas e o Cardeal Pietrus Natasivile Noselediv, italiano,
populista, protegia os menos favorecidos e se utilizava do título de Cardeal para seus trabalhos
missionários, com doação de alimentos nos países do leste europeu e outros atos beneficentes.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Iddo entra no nosso quarto e avisa que o tradutor chegou. Agora, finalmente saberíamos para onde ir.
Voltamos para a mesma luxuosa mesa do quarto de Roberto. Said, um típico homem árabe, de
turbante, entra na sala com Luis e Roberto. Ele sorri para todos os presentes e recebe o pergaminho.

“O corpo do cordeiro jaz no monte aonde o cordeiro fora imolado”

- Hahaha! Essa é fácil. Calvário, aonde Jesus fora crucificado. Muito óbvio. Monte Gólgota! Vamos
lá!; diz Luis empolgado.

Pegamos tudo que se fazia necessário. Traduza-se em câmera filmadora, uma pá e uma picareta, caso
precisemos escavar algo. Eu começo a filmar desde o momento que entramos no carro.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Para nosso infortúnio a cidade estava cheia. Peregrinações para alguma data festiva faziam a cidade
quase insuportável. Demos a volta por toda a redondeza. Na verdade não sabíamos ao certo aonde
procurar. “Seria na igreja do Santo Sepulcro?” Perguntou-se Iddo. Fomos para lá. Nada.
Vasculhamos com cautela para não chamarmos a atenção dos vários fiéis que se esbarravam para
rezar ao pé do altar. Não suportamos o calor por muito tempo, e, após muito procurar, não
encontramos absolutamente nada. Estávamos perdidos, não sabíamos o que fazer, aonde procur

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XIII

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Fazia cinco horas que estávamos no meio daquele inferno abafado abarrotado de pessoas. Decidimos
parar em um bar um pouco mais a sul da cidade e descansar com algum refresco, ou pelo menos um
ar fresco.

Não tardou para que Luis questionasse Said. Ele disse que tem 100% de certeza do que estava
escrito.

- Espera! Já sei nosso erro! ; diz Alberto se levantando bruscamente da cadeira

Todos se levantaram ao mesmo tempo fitando Alberto nos olhos sedentos para descobrir o que ele
tinha a nos dizer.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- A tradução esta errada...não é “fora imolado” e sim “era imolado”. O verbo ser, como na maioria
das línguas antigas, possui poucas flexões, o que dificulta as traduções verbais. Neste caso se trata
do monte onde eram feitos os sacrifícios a Deus. A frase trata-se de uma pegadinha...Se trata do
monte de Giolam.

- Então é pra lá que vamos! ; fala Luiz entusiasmado.

Entramos no carro com um fio de esperança renascendo dentro de nós. Queríamos como nunca
encontrar esse lugar. Era uma descoberta única, queria fazer alguma coisa que nenhum homem havia
feito anteriormente. Gostaria de fazer uma coisa notável e de me tornar não mais uma pessoa comum
em meio a multidão e sim alguém de real importância.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Cinco minutos de carro depois da saída de Jerusalém. Esse foi o tempo percorrido até avistarmos
uma caverna por detrás de algumas pedras do monte Giolam. Junto a caverna, nos veio euforia. O
chão de pedra levantava poeira junto aos nossos acelerados passos em sua direção. A caverna não era
grande, a luz não chegava a minguar sobre as rochas daquele local. Rocha sobre rocha analisamos o
lugar. Não encontramos nada. Luiz blasfemou algumas palavras, sentou na pedra exclamando:

- Alarme falso! Temos mais cavernas a explorar

- Espere, vejo algo aqui; proclama Iddo, passando a mão sobre a rochosa parede da caverna.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Enquanto Iddo passava seus dedos alongados e joviais sobre a parede um sinal de um peixe, ou algo
semelhante era revelado.

Aquele sinal reanimou a todos, sem, porém, sabermos seu significado, com exceção de Alberto, que
caminha junto ao símbolo e, em ar triunfante começa a falar:

- Ichthys, símbolo cristão do início do século, significa peixe em grego, considerado pelos cristãos
primitivos como um acróstico de Iesus Christos Theou Uios Soter, que significa Jesus Cristo, Filho

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

de Deus, Salvador, ou seja, esse símbolo representra Cristo, se representa Cristo é ai que ele deve
estar. Vamos, dê-me a picareta!

O primeiro golpe é dado com força por Alberto. Luis sorria fascinado enquanto Roberto ordena Said
a ajudar. Alguns golpes foram necessários para que a parede de pedra por detraz de tal símbolo fosse
fendida.

A euforia tomou o meu ser por completo. Registrava tudo em uma câmera, mas naquele momento a
adrenalina da descoberta me fazia tremer. Naquele momento soube que tudo era real.

Depois de certo tempo breve, abrimos uma passagem para o corredor oculto. Said acende uma tocha
que repousava em um pedestal na parede deste corredor e, logo após isso, toma a frente do grupo

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

que andava em fila. Eu aperto meus passos e entro logo atrás dele. O mistério escondido por detrás
daquelas tácitas pedras do corredor era exautado pela penumbra formada na transição entre a
tremeluzente chama da tocha com a profunda treva do desconhecido. Chegamos a um salão um
pouco mais largo que o corredor. Uma pedra com inscrições em aramaico bloqueava o caminho.
Said taduz:

“ Quem passarem busca do túmulo permanescerá na eterna chama da dor ”

-Ajudem-me a empurrar isto! ; exclama Roberto enquanto tenta remover a pedra do caminho

Eu ajudo. Removemos a pedra, mas Said recusa-se a entrar.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Não tenha medo homem! Isso serve pra intimidá ladrões de túmulo! ; diz Roberto, exaltado.

Said reluta, mas concorda em prosseguir, afinal estava sendo bem pago para isso. Ando em direção
dele com intuito de segui-lo em segundo lugar da fila no estreito corredor de pedra, mas sou
segurado por Roberto.

- Deixe-me entrar no seu lugar meu rapaz! Eu fico em segundo da fila esta vez. Afinal esse é o dia
mais excitante da minha vida. Nunca me diverti tanto!

Deixei que ele me passasse e fui logo atraz dele. Seguimos mais alguns passos em um novo
corredor. Um estrondoso barulho interrompe meus passos.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XIV

O chão a dois centímetros de meus pés se abre, desocultando um alçapão repleto de lanças e espetos.
Roberto, a minha frente, junto a Said caem neste abismo de morte, sendo empalados. Roberto tem
seu corpo transpassado em dois pontos distintos, em seu tórax e abdômem, fazendo uma grande
quantidade de sangue jorrar corpo a fora na violenta perfuração. Já Said teve um fim mais triste que
este, por mais impossível que lhe possa parecer, caro leitor. Sua cabeça fora transpassada pela lança
e, graças a volenta perfuração, seu crânio separou-se do tronco, decapitando-o.

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Uma pedra logo atraz de nós cai, bloqueando o caminho de volta, enquanto a tocha, que jazia ao
chão dos 4 metros que me separavam do fundo daquele alçapão maldito. Aos poucos sua luz mingua,
até que, em determinado momento, resta-se apenas treva.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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CAPÍTULO XVI

Uma luz me faz mais calmo. Era a lanterna de Iddo, recém retirada da mochila. Não tardou para que
Alberto fizesse o mesmo.

- Droga estamos presos!; diz Alberto

-Que nosso infortúnio não chegue ao de meu velho amigo...

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- Temos que sair de algum jeito, nem que seja o de saltar sobre esta vala de 1,5m de distâcia, algo
que, inegavelmente não exige um esforço tão grande. ; diz Iddo, em busca de alternativas para a
adversa situação em que passávamos.

- Esforço pequeno pra você que é jovem! Meus 74 anos já levaram consigo a agilidade e resistência
nos ossos de meu já deteriorado físico... não há como negar isso...

- Não há outro geito vôvô

- Certo Iddo, mas vá você primeiro.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Iddo salta seguido de Alberto, logo após a minha vez. Luiz exita um pouco, respira fundo, olha para
o misterioso fundo negro da vala aberta a sua frente e pula. Sem impulso ele escorrega e se torna
vítima do mesmo fim de seu amigo. Isso se não fosse o meu instintivo ato de agarrar sua mão
salvando-o do derradeiro destino de dor. Salvei, pela primeira vez a vida de um homem. Salvei a
vida de Luis Ferrata.

O corredor continua até uma escada que nos faz descer. No fim da escada uma passagem de pedra,
que, adentrada, nos faz perceber que estamos no túmulo. No túmulo real de Jesus Cristo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XVII

A lápide de pedra estava lacrada. Haviam inscrições que não conseguíamos traduzir. Viámos enfeites
dourados, adornos rupestres e grandes piras de bronze. “ Para um homem umilde, possuia um
túmulo luxuoso” foi o que isse, antes de ser contestado por Alberto que explicara a possibilidade
eminente do corpo ter sido removido do túmulo original.

- Vamos ver este corpo de vez! ; fala Luiz, empolgando-se

Empurramos a pesada tampa de pedra com cautela. Ela cai no empoeirado solo do local.
Iluminámos o túmulo, mas junto a luz, decepção.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Um luxuoso escudo templário repousava empoeirado no túmulo vazio. Um leve soco na parede e
palavras xulas. Tais foram as reações de Luiz no momento, diante desta tamanha decepção.

- Pelo menos levamos isto... ; diz Iddo, pegando o escudo de metal com uma bem desenhada cruz
escarlate sobre um fundo alvo.

É evidente que ele buscava melhorar a situação que se via desesperadoramente sem perspectivas.
Estavamos presos e nem sequer conseguimos o que viémos buscar...

Mas um brilho atraiu meu olhar ao túmulo supostamente vazio. Pedi para alberto iluminar.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Estava certo! O brilho não era fruto da ilusão causada pela aterradora decepção que sentimos ao ver
o escudo, e sim a reflexão da luz provinda de uma caixa prateada, com um belo rubi encrustrado,
cujo adorno eram bem trabalhadas linhas douradas que percorriam toda retangular área daquela
reanimadora caixa.

Era um belo artefato, sem dúvida, mas estava trancado, o que nos irritou profundamente. Mas a
irritação se cessou quando o poder de observação de Iddo felizmente não falhou desta vez. Uma
pequena chave dourada, suja mas em bom estado, repousava aos pés do túmulo, timidamente
escondida no espaço que se faz entre o ele a parede.
Abrimos a caixa. Dentro dela, um pergaminho.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XVIII

Luis, que segurava a caixa, pegou o pergaminho. Estava em latim, lingua que ele não entendia. Mas
afortunados fomos nós, que, por extrema sorte, recebemos uma grande contribuição das habilidades
de Alberto naquele momento, já que o Latim era uma língua de seu domínio, sabendo facilmente

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

traduzir seus fragmentos, já que a língua foi muito estudada pelo meu amigo, por curiosidade e
fascínio.

Redigirei, portanto, o que vimos no pergaminho: Acima algumas frases, uma cruz e alguns símbolos
e logo depois mais alguns escritos. O verso mostrava um mapa de algo que se assemelhava a um
tortuoso labirinto.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

“Sob a Cúpula das flor jaz a flor. Para abrir seu túmulo, não temas, pois a chave para o Corpo está
junto ao Corpo”.

“ Que o senhor seja meu guia, antes e depois da minha última cavalgada. Serei teu guardião servindo
a luz, sempre lutando, vivo e orgulhoso, lacrando os segredos a serem lacrados e proclamando as
palavras a serem ouvidas. Se queres sair busca aquele que é principio e fim, busca e sairás vivo para
tua jornada.”
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- Grande Enigma este, mas acredito poder solucionar uma parte. Sob a flor jaz a flor. Bem, se pelo
que sei, está referindo-se a Basílica de Santa Maria del Fiore, Arquediocese de Florença mais
conhecida como Duomo d’Firenzi. Apesar de tal nome ser atribuido a ela bem depois dos templários

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

já desaparecerem em teoria da terra. Na verdade digo isso porque uma vez, na faculdade, li um
documento que eu não lembro o autor, que diz que De Molay chamava constantemente a Igreja de
Santa Reparata, igreja que ele começou a construir no local, como a Igreja da Flor, ou Igreja del
Fiore. A mudança do nome se fez posteriormente, e apesar de não pensarem haver relações, há
teorias que o nome possui sim ligações com este fato. Além disso del Fiore ser facilmente ligado ao
lírio, símbolo de florença, existe grande possibilidade de a ligação da palavra flor se dar a Cristo, por
vários fatores que eu não acredito serem úteis que eu diga agora. Mas, se estou certo, devemos ir
para lá. Quanto a segunda parte do enigma, já não sei solucionar. ; diz Alberto

- Se eu pudesse eu casaria com seu cérebro. Como você consegue saber uma coisa dessa? Só você
mesmo Alberto. ; diz Iddo

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

-Bem, vamos a Florença; fala Luiz

- Antes vamos ter de sair deste lugar, vô

- Princípio e fim...bem, vasculhemos as paredes que possam ser escavadas. ; diz Alberto

Foi o que fizemos, vasculhamos minuciosamente e após algum trabalho encontramos um estranho
símbolo na parede:

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

-Claro! Alfa ômega, princípio e fim, se há algum lugar que possa esconder uma saídas, dou-lhes a
certeza de que é este! ; diz Alberto, confiante e sorridente.

A picareta estava com Albreto que deu o primeiro golpe. A parede fendeu-se em pouco tempo,
deixando transpassar um áureo raio de luz solar. O doçe gosto da liberdade começava a ser

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

saboreado em minha mente, finalmente, após um período de confinamento e prisão que realmente
me incomodou, até que finalmente os golpes abriam as últimas pedras necessárias para se formar
uma passagem.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XIX

Era uma pequena caverna, estava bem iluminada pelo sol que ainda ardia no céu de Jerusalém.
Saímos.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

A bateria da câmera já começava a apitar, alertando seu fim. Desliguei-a. Nossos pés se arrastaram
por vários passos. Estavamos no meio de uma imensidão de montes, separados por uma amarelo-
acizentada areia que se levantava em rasteiras nuvens entre nossos passos.

Os passos já se tornavam quilômetros naquela altura. Não chegava a meia dezena deles, mas
estavam a castigar a frágil saúde de um idoso senhor de sete décadas de existência. Paramos e
avistamos uma estrada logo após um outro monte. Menos de 1 km nos separava do caminho para a
civilização. Aguentamos e chegamos no inspirador caminho que me deu mais forças nos passos.
Andando em direção oeste não tardou mais de 5 min para que Luis perdesse a consciência. Iddo
poem-se a carregá-lo no ombro.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Uma picape suge, então, ao horizonte, que, junto a sua avermelhada desbotada lataria ela trouxe
consigo experança.
Ela parou. Um homem árabe, nos ajudou. Na frente sentou-se Luis, se recuperando no banco de
passageiros. Atrás, nós 3; Iddo, Alberto e Eu, que nos deleitávamos sorvendo vagarosamente cada
gole de água fresca que nos foi oferecida.
O homem falava mal mas poucas compreensíveis palavras em inglês, que somado com o nosso
emprovisado árabe, resultava em uma linha de comunicação precária, mas viável para aquela
situação de emergência. Sendo assim, voltamos a Jerusalém.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XX

O carro em que estávamos adentra na zona controlada pelos árabes. Me sentia perdido.
Paramos abruptamente o carro. Olhei a minha volta para descobrir o motivo, e, quando vi os fuzis
AK-47 daqueles homens que bloqueavam a estrada, me assustei . Com medo, porém consciente,

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

retiro o DVD da câmera e escondo-o junto a minha roupa de baixo. Era uma medida desesperada,
mas proteger as imagens de tudo que vimos era essencial.
Nos é ordenado descer do carro. Nossas mochilas são revistadas e por grande azar, encontram a
caixa. Houve grande regozijo entre aqueles homens quando viram a preciosidade do objeto.

Luis, entretanto se desespera, e, movido apenas pelos impulsos instintivos, tenta recuperar a caixa
com as próprias mãos. Tal heróica e tola ação resultou em um violento golpe com o fuzil na face de
Luis, que tem seu nariz quebrado, com grande quantidade de sangue escorrendo de sua face. Iddo,
mesmo sabendo que seu fim poderia ser o mesmo, vai acudir seu avô.

-Morrer não adianta, deixe que a levem

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

-Mas sem a cai...

Com um gesto Iddo pediu para que seu avô se calasse. Era crucial não discutirmos naquele
momento. Iddo entendia isto e colaborou junto a todos nós quando fomos revistados.
Temi muito que encontrassem o oculto dvd, mas tão temos foi em vão, já que, mesmo se eles o
encontrassem, aqueles homens o descartaria, pois aquilo era inútil a eles. Em vão também foram os
inúteis esforços para tentar impedir que nos fosse levado tudo. Nossa vida, porém, bem maior que
zelamos, permanesceu intacta.
Subimos na caminhonete abatidos e impotentes, mas, pelomenos, vivos.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XXI

Chegamos finalmente em uma zona “segura” de Jerusalém. Agradecemos com o que podíamos ao
homem. Alberto deu-lhe a corrente de ouro que carregava e, por falta de necessidade dos bandidos
não fora levada. O presente, porém, fora negado.

Que Deus abençoe este homem e lhe minimize o sofrimento caso esteja vivo. Se perdeu sua vida nas
intempéries da Tribulação, que seus pecados lhe sejam mais leves e que ele encontre o regozijo
eterno do paraíso após o julgamento final.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Chegamos ao hotel, finalmente. Foi de tão grande prazer o deitar naquela confortável cama do meu
quarto, que quase esqueci do dvd ocultado comigo. Contudo retirei-o do esconderijo e coloquei-o
sobre a cômoda. Sentei na cama. Estavam todos lá, até que Alberto foi ao banheiro satisfazer suas
necessidades. Restamos eu, Iddo e Luis que usava repetidamente um dicionário de xingamentos para
estravazar a raiva enquanto cuidava do ferimento. Iddo olhava para um ponto qualquer do quarto,
pensativo, enquanto falava.

-Sabemos que temos de ir a Florença e encontrar a chave do corpo de Cristo junto ao corpo de
Cristo. Um enigma maldito, me perdoem esse trocadilho, mas que pode ser solucionado no caminho
de Flo...

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

-E o mapa criatura! Esqueçeu dele Iddo? Ou vai dizer que meu maravilhoso neto já o decorou!?

- Se este é o problema o mapa está aqui; diz Alberto carregando um pergaminho na mão enquanto
sai do banheiro.

Foi uma visão mais reanimadora que havia tido até o momento.

-Mas, que, como? ; diz Luis confuso

- Quando você desmaiou achei mais seguro carregar o pergaminho comigo, deixando apenas a caixa
na sua mochila, porque você podia acordar e reenvidicar o pergaminho, reclamando. Então eu
ocultei o pergaminho preso a minha meia, escondendo aquilo que continuava esposto sob a calça.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Alberto você é um gênio! Heheheh ; digo animado

O mapa estava intacto. Como foi bom desenrrolar aquele velho papel e depois olhar para ele. Mas a
melhor sensação foi aquela da água gelada e refrescante escorrendo sobre a minha cabeça, lavando
toda aquela areia e aquele ranso, em um revigorante banho que me fez renacido como fênix, porém,
ao invés de fogo, água.
Descansei como a muito não descansava. Dormi como a muito não dormia.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XXII

Quando acordei finalmente assimilei tudo que havia acontecido no meu dia anterior. Nunca acreditei
que fosse possível, mas acredito que este superou o outro em questão de aventura e importância.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Entrei em um túmulo inexplorado; escapei de morrer por pouco, já que Roberto tomou meu lugar e,
em grande brutalidade, morreu; salvei a vida de um homem (Luis), sem contar da saga até chegar ao
hotel.

Cheguei a ficar muito feliz e eufórico ao ver as imagens do vídeo que fiz, além de sua importância
jornalistica. Mas tudo foi-se embora, quando eu lembrei de que a mim, nada disso valeria,
profissionalmente, pois estava forajido e não sabia ainda como provar minha inoscência.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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CAPÍTULO XXIII

Fomos ao aeroporto, Florença era nosso destino, novamente com o jato particular de Luis. Não
sabiamos ainda o significado de todo aquele enigma, mas teríamos algum tempo até chegarmos ao
nosso destino.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Levantamos vôo e, novamente, estava nervoso. Mas desta vez menos, já que outras preocupações
tomavam meus pensamentos aquele dia.

“Sob a cúpula da Flor jaz a Flor. Para abrir seu túmulo, não temas, pois a chave para o Corpo está
junto ao Corpo”.

Chegamos a Florença sem possuir uma teoria suficientemente viável para a situação. Fomos direto
para o Duomo. Eu sempre permanesci cauteloso em relação a tudo, já que era procurado pela polícia
e minha face havia aparecido para milhões de pessoas em todo o mundo graças ao assassinato mais
misterioso do ano.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Chegando lá, naturalmente, vários turistas e muitos visitantes, pois, afinal, era um importante ponto
turistico de Florença, uma das mais visitadas cidades turísticas do mundo.

Analizamos o local o mais minuciosamente que pudemos, discretamente é claro. Voltamos a nos
sentir como tinhamos nos sentido em Jerusalém quando não encontrávamos nada no monte Gólgota.
Alberto, pensativo permanescia olhando para todas as direções. Mas, abruptamente ele olha em
minha direção, com os olho arregalados e com um largo sorriso na face.

- O Corpo junto ao Corpo! Claro, como não pensei nisto antes! Sacrário, aonde está a hóstia, ou seja,
o Corpo de Cristo! Basta ir ao sacrário e ver nele!

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

-Errr...ai está o problema...como vamos mexer no sacrário, que no próprio nome diz, sagrado, se
estamos no meio de dezenas e mais dezenas de fiéis e turistas, além de guadas e policiais.
Impossível! ; digo, desanimando-o

- O que está acontecendo ai? ; diz Luiz chegando mais perto junto a Iddo.

- Está no sacrário! Mais há um problema...como vamos olhar nele se ele está trancado e o local é
vigiado por guardas. Sem contar a presença dos fiéis e turistas. Como disse o Lúcio: Impossível! ;
diz Alberto

- Nada é Impossível. Meu dinheiro e influência me provaram isso...voltaremos aqui noite quando o
horário de visitas se acabar. Vocês verão como... ; diz Luiz com um ar elouqüente e empolgado

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XXIV

Fomos para um hotel. Permanescemos lá, esperando. Liguei a TV e uma notícia me chocou. A Morte
de Bento XVI, que faleceu depois de uma doença que não foi divlgada. Ele já estava enternado a um
tempo, mas a morte foi recebida com grande tristeza pelos milhares de fiéis que estavam na praça de
São Pedro. Lá, um cardeal, muito próximo a Bento se pronunciou, com uma folha de papel na mão
narrando o que ele disse ser as últimas palavras do Papa.

“ Meus caros irmãos de fé, temo dizer-lhes que não estarei mais ao lado de vocês. Mas peço que
permanescam juntos e sempre unidos nestes dificeis tempos que vocês irão passar. Não será facil

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

quanto lhe perseguirem, mais não neguem a Cristo, e saibam que se morrerem nele, junto a ele irão
ficar.”

Não entend o que aquilo estaria dizendo. Tempos dificeis. O que o Papa estaria querendo sizer com
isso? Era uma incognita que muitos receberam com dúvida. Mais, mesmo sem saber, o povo
aplaudiu num gesto de fervor e saudades do Papa, que não muito tempo permanesceu entre os fiéis.
Uma reportagem, após a cena que lhes narrei, mostrou a vida de Joseph Ratzinger, desde do início
de sua vida religiosa. Foi um Papa polêmico e carismático. Os Católicos que realmente seguiam a
religião o amavam, já os outros o odiavam. Era uma relação que se estabelecia talvez pela grande
luta de Bento para fortalecer a Igreja e suas doutrinas, e, como ele já havia dito: “ Prefiro uma Igreja
menor e mais unida”.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Entristeci-me com a notícia, já que simpatizava com o Papa. Estranho, já que não seguia a religião.
Mas a minha empatia com ele era uma empatia dada pelo fato de que eu entendia as posições dele, e
ao mesmo tempo acreditava que ele estava certo com elas. Não espunha isso aos outros,
principalmente colegas de profissão, que acreditavam que ele fosse conservador demais para o
mundo de hoje. Mais eu acreditava naquele momento que um Papa com menos “pulso firme” que
este não conseguiria conduzir a Igreja de hoje. Por isso que temo pelo próximo Papa, a ser eleito
eleito pelo Conclave.

CAPÍTULO XXV

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Eram 2h da manhã quando a gente decidiu sair. Ainda não sabíamos o plano de Luis. Entramos no
carro que ele conseguiu e fomos para a Catedral. A rua estava vazia, poucas raras pessoas circulavam
de carro por lá. Paramos o carro e andamos até uma porta lateral da catedral. Lá, Luis bateu na porta
que estava fechada. Ela desliza o suficiente para abrir uma fresta pelo qual podíamos passar.

Eram três frades que esperavam do outro lado. Na verdade, pelo que me foi dito posteriormente não
eram frades, e sim homens infiltrados a pedido de Luis.

Entramos naquele largo corredor, que percorria uma boa estenção até chegarmos a um grande salão
de uma imensa e magestosa cúpula. O belo altar, detalhado, bem trabalhado e adornado por aquele
maravilhosa domo que me deixou estonteado pela beleza. Nunca havia entrado naquela igreja antes,

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

e logo que entrei, me apaixonei. Era uma bela igreja, que me deixou fascinado, casando-me tal
fascínio pelos ornamentos e pela garnde cúpula. Eu já havia visto várias catedrais e igrejas, e posso
dar-lhe a certeza que esta é uma das mais belas que já entrei.

A primeira coisa que fizemos foi irmos até uma das duas sacristias da catedral. Uma bela porta
dourada de 50cm de comprimento e ornamentada por belos desenhos em seu fronte é rodeada por
todos. Um dos “frades” abre-o com uma bela chave dourada. Lá dentro um cálice de Ouro, e, dentro
do cálice, várias hóstias. Retiramos respeitosamente as hótias para vermos o que havia dentro do
cálice. Nada além daquilo. No sacrário uma parede vermelho aveludada. Além disso, o vazio.
Passamos, então para a segunda sacristia, mas, infelizmente vimos o mesmo vazio.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Já haviamos descoberto o enigma do “chave para o Corpo junto ao Corpo”. Alberto estava sentado
em um canto com um notebook que havia retirado de sua mochila. Desde que chegou a Florença ele
não havia feito outra coisa. Ele passou todo o dia pesquisando, escrevendo, com fotos, documentos
imagens, enciclopédias de várias fontes da internet. Por fim, analizava tudo aquilo, para buscar mais
uma brilhante conclusão que ele costumava dar. Ele tinha um faro incrível para isso. Não imagino
como seriam as coisas sem a presença dele conosco. Talves estariamos ainda em Jerusalem,
procurando sem rumo.

Ele levantou, começou a olhar e fitou um local com os seus espressivos olhos pensativos, casados e
cheios de dúvida. Por fim sorriu. Naquele momento eu já sabia, ele havia descoberto algo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XXVI

Logo que vi ele sorrindo me aproximei, esperando que ele dissesse algo. Foi exatamente o que
ocorreu.

- Retirem o veludo, ele deve ter sido colocado em alguma das reformas. Retire-o, vamos!

- Façam o que ele diz ; ordena Luis aos “frades”

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Foi o que fizeram. Retiraram e, para felicidade de todos algo foi desocultado com esta ação. A
parede por detraz do veludo vermelho sangue guardava o mesmo símbolo de alfa e ômega que certa
vez haviamos visto no túmulo de Cristo em Jerusalém. Mas o símbolo não estava igual. Ele estava
afundado na parede e possuia uma espécie de maçaneta de pedra em seu centro. O óbvio era tentar
puxá-lo, e foi exatamente isso que aconteceu. Ele segurou na pequena maçaneta de pedra com o
indicador e o polegar. Puxou-a até ouvir-se um estalo. Depois de tal ação, eufórico junto a todos nós,
ele rodou em sentido horário o suficiênte para ouvir-se um esta-lo ainda maior que ecoou por toda a
cúpla.
Porém nada se abriu. Fomos então para a outra sacristia, aonde se foi feita a mesma coisa.

De repente outro estalo, ainda mais forte, e finalmente, após vasculharmos levemente a catedral,
Iddo avista uma passagem aberta. Uma das paredes próximas a porta da catedral, á esquerda, se

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

abriu, mostrando uma abertura pequena de apenas um metro de altrura. Todos corremos para a
abertura, no qual se fazia presente uma escada de pedra que se direcionava para um buraco escuro
rumo ao desconhecido.

Pegamos lanternas, com exeção de minha pessoa, que apenas ligou a da câmera que filmava tudo.
Luis quis tomar a frente na escada, mas seu neto o segurou. Alberto que desceu primeiro. Depois,
um a um, com exeção dos frades, desceram e acabamos por chegar a um abafado salão, de ar denso e
carregado, claustrofóbico.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XXVII

Tal salão terminava em um estreito corredor que após uma dezena de passos se converte em uma
sala cônica com uma rupestre escada em espiral para o subsolo no centro.

Descemos esta nova escada e chegamos a um corredor que se bifurcava em várias direções.
Estavamos em um labirinto, e, sem titubiar, Luis retira do bolso o pergaminho e dá para que Iddo
nos guie.

Seguindo as instrunções de Iddo, ouvíamos a Alberto e as suas teorias sobre o porque deste local
abrigar o Corpo.

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“ Jaques de Molay, o último grão mestre Templário já sabia da eminência de uma perseguição de sua
ordem, e apenas dois anos depois de sua ordenação para o cargo, em 1294, usou de sua influência
para articular a construção de uma igreja de Santa Reparata, cuja pedra fundamental foi argamassada
neste mesmo ano com a ajuda de seu amigo, Arnolfo de Cambino. É aqui, na planta original desta
primeira igreja, que se encontra a passagem. Mas foi apenas em setembro de 1296 que as obras se
iniciaram.Mas junto a obra, em segredo, se faziam estes corredores secretos, e possívelmente o
túmulo de Cristo. Eles precisavam removê-lo de seu lugar original antes que fosse descoberto. Por
isso, em uma expedição secreta eles o levaram para cá, e colocaram no túmulo original um enigma
para que, se por um acaso o segredo se perdesse, haviriam formas de recuperá-lo nas gerações
futuras. Arnolfo, que liderava a contrução falece em 1310, assasinado, e finalmente as previsões de
Jaques se concretizaram e sua ordem fora queimada pela Inquisição, junto a ele. Desde então a

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

construção foi paralizada. A própria Inquisição ordenou a demilição da igreja, mas a descoberta do
túmulo de São Zenóbio no local impulcionou para que a igreja continuasse a ser construida, com
Giotto, um membro secreto da maçonaria que se iniciou suas operações como sucessor de ex-
templários que escaparam da morte. Desde então a construção foi passada em segredo para vários
membros desta ordem até que finalmente no século XVI, quando foram construidas as chaves para
encontrar a porta, ou seja, as duas sacristias, o túmulo foi concluido. Desde então a igreja foi
finalmente finalizada e o segredo se fez oculto por vários anos. Acredito que a maçonaria ainda saiba
destas informações e este é o segredo dela, e que foi isso que ocorreu. Segundo o que pesquisei,
mesmo que esteja tudo muito confuso, é o mais perto da realidade que eu acredito poder chegar.”

-Você está errado!; diz Luis, aparentemente nervoso

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

-Como assim? ; responde Alberto

-Nada, esqueçe, na verdade eu não sei como você chegou a estas conclusões, mais devem estar
erradas, não sei, porque não faz sentido, não é coerente ser isto, porque a maçonaria estaria
envolvida com isto? Não faz sentido, hehe, deixemos isso para lá... ; diz Luis, agora mais calmo.

Na verdade fazia bastante sentido, mesmo que os dados estivessem confusos e cheios de lacunas.
Todos sabem que os maçons encondem algum segredo e todos sabem que eles tem ligação com os
Templários e com Jaques de Molay, principalmente. Não entendia porque Luis falava aquelas coisas,
mas deixei tudo para traz quando chegamos a um caminho mais reto. Começei a acreditar que
estavamos chegando a algum lugar, mas o beco no final daquele caminho, não me parecia lugar
algum. O sentimento real de todos era decepção. Já começavamos a questionar Iddo que nos dera a

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

certeza que havia seguido o caminho corretamente. Alberto sugeriu usarmos uma picareta, mas não
possuíamos nenhuma. Mas não era preciso.

A discussão se acalorava enquanto eu analizava e filmava a parede do labirinto. Tateei as pedras em


busca de algum símbolo, mas não foi isto que eu encontrei. Era uma pedra solta. Tive que apoiar a
minha câmera no chão e ter as mãos livres para poder retirá-la. Os outros nem perceberam eu
removê-la, destraidos com discuções em busca de alternativas. Quando eu removi a primeira pedra,
se fez possível remover outras e , assim, sucessivamente. Chamei-lhes a atenção e eles começaram a
se entusiasmar ao ver a fissura já aberta na parede. Correndo e eufóricos Iddo e Aberto começaram a
me ajudar, enquanto Luis observava radiante.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

A parede já havia sido quase toda removida quando vimos um salão aparecer por detraz dela. Belo,
cheio de estatetas esculpidas, parecido com um altar de uma igreja das mais belas. Crucifixos
dourados, anjos, afrescos, mosaicos e uma escadaria em ouro que chega a um altar com um túmulo
de mármore. Um salão gigantesco de quase 500m² , aproximadamente. Era de beleza sem igual.

CAPÍTULO XXVIII

Era o Túmulo de Jesus Cristo. Estavamos lá, mas a confirmação de que Ele estava naquele lugar era
necessária. Passamos pela passarela com magníficas estatuas de cavaleiros templários e mestres
maçons, identificados por estarem segurando compassos e por não usarem armaduras como os

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

cavaleiros. O último, antes da escadaria eu reconheci. Era Jaques de Molay, o último grão mestre. Os
cavaleiros templários aparentavam faces tristes e sombrias, com exceção
de Jaques que, juntamente com os maçons, sorriam, com truinfo. Estranhei o fato, por se passar de
um Túmulo.

Subimos juntos a escadaria. Eu não deixava de gravar cada detalhe. Chegamos ao túmulo. Sobre ele
esculpia-se uma grande cruz em ouro. Na cruz, em latim, estava escrito:

“ Luz da Luz jaz ao fim e ao pó irá”

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Iddo e Alberto empurraram a tampa que deslisou. Era a felicidade que se dissipava pelo ambiênte
sob a imagem das ossadas. Não podíamos provar que era autêntico, mas um templo daquelas
dimensões sob a catedral de Santa Maria del Fiore não poderia ser em vão.

Ficamos lá por mais de uma hora, prestigiando, filmando, olhando um para o outro, comemorando
finalmente encontrar a ossada. Alberto colocava suas teorias em prática, mas eu percebia nos olhos
dele que ele não queria acreditar no que via. Ele temia a verdade que estava sendo revelada. Mas não
transparecia isso, apenas em seus olhos cansados que para mim se faziam janelas abertas para
traduzir sua decepção em relação a tudo aquilo que em toda a sua vida acreditava. Aquilo acabaria
com todo o seu conceito de que Jesus Cristo havia ressucitado e ascendido aos céus junto a Deus
Pai. A minha tristeza aliava-se a felicidade também, mas em menor grau. Eu não era tão seguidor da
religião como Alberto, portanto não sabia ao certo o que ele estava sentindo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Por fim, decidimos sair de lá e voltar para o hotel, se preparando para contar ao mundo tudo o que
havíamos descoberto.

CAPÍTULO XXIX

Decidimos, depois disso, sair e voltar para fora, afinal, eram 5h da manhã e em breve os verdadeiros
guardas, frades, parocos, padres e afins iriam circular pela igreja, antes de abri-la para visitação.

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Voltamos mais rapidamente por um caminho que se fazia pela direita , ataz do túmulo, e terminava
em uma beco que, e após acionarmos uma alavanca que jazia na parede a esquerda, a parede deste
beco se abre e o início do labirinto, próximo a escada em espiral é encontrado. Voltamos todo o
caminho e, finalmente, subimos para a superfície. Os frades já esperavam preocupados, avisando
que nós tinhamos apenas poucos minutos para saírmos de lá. Mas não podíamos assim, do nada, sair,
deixando a passagem aberta. Então corremos para os sacrários para fecharmos a passagem. Quando
conseguimos fechar ouvimos um barulho. Eram passos de alguém além de nós.

Discratamente olhamos e vimos um padre. Ele estava andando em direção ao altar. Luis saiu em
direção a ele.
O padre olha e, assustado esclama em um tom de voz alto.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Ladrões, a esta hora! O que fazem aqui? Profanando o templo de Deus? Vocês não poderiam estar
aqui e irão ser presos por iss...

- Calado! ; diz Luis retirando uma arma

- Sssim eu vou ficar queto...

-Ótimo! Lúcio, apague isso que você filmou, pode complicar pro nosso lado. Desligue a câmera
também, já filmamos o necessário.

-Sim, claro Luis.

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- Espera, eu reconheço este jovem! É o assasino que matou o arqueólogo em Ro...

Um surdo tiro da arma com silenciador de Luis cala o padre. Outros quatro disparos são efetuados
contra aquele homem já morto no chão.

Estava assustado com aquela cena absolutamente inesperada, mas não havia tempo para sustos,
devíamos sair.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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CAPITULO XXX

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Voltamos ao hotel e precisávamos de uma maneira de divulgar ao mundo toda aquela informação
que estava comigo. Fizemos uma cópia e pensamos em mandar para várias emissoras. Mas meu
coração falou mais alto naquele momento. Pensei em Marie, meu grande amor, e convenci a todos
que entregar para ela era a melhor decisão. Mas eu queria, na verdade, uma desculpa para me
encontrar com ela e falar tudo o que sentia.

Já tinha o número de seu telefone na minha cabeça e liguei para ela do telefone do hotel. Meu
coração ia se acelerando juntamente aos toques do telefone, clamando para ouvir sua doçe voz e seu
maravilhoso sotaque françês.

- Oui?

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- Marie?

- Lúcio!? Como? Onde você está?

- É muito complicado de explicar por telefone Marie... mas eu preciso de sua ajuda

- Diga, estou a desposição

-Tenho que conversar pessoalmente , só assim posso te dizer o que é...

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

-Aonde vamos então?

- Você está em Roma?

- Sim, sim

- Na Sorveteria que costumávamos conversar depois do expediente, me encontra amanhã as 18h

- Claro, mas, me explique, o que você fez? Porque matou aquele homem?

- Não matei, conspiraram para mim, preciso desligar, eu te amo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Meu coração palpitava como nunca. Eu não acreditava. Eu disse “eu te amo” com todas as letras. Foi
tão instintivo, rápido, irracional. Fui completamente controlado pelo meu Id. A razão de meu Ego se
fazia ausente, tinha certeza. Demorou para que eu conseguisse falar com os outros que estavam no
quarto comigo. Respirei fundo e consegui retomar a calma.

- Vocês tem que me levar para Roma. É lá que eu devo me encontrar.

- Sim, providenciarei isto em breve. ; diz Luis

- Precisamos de um plano, se você for reconhecido será um problema e tanto. ; diz Iddo

- Precisamos fazer com que ela vá para um outro local. ; sugere Alberto

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Um albergue. Creio que eu conheço um perto da sorveteria, que é possivel que ela se direcione a
pé. ; diz Iddo

- Bem, bom plano, assim não poderão te espionar, e consequentemente, te prender. Precisamos
dormir, porque devemos chegar a Roma o quanto antes. ; diz Luis

Fizemos isto. Cada um foi para seu quato. Eu dividiria o quarto com Alberto e Iddo com seu avô.
Alberto não dormiu. Ele continuou a mexer em seu notebook que havia trazido desde Roma. Ele
estava querendo juntar as lacunas que faltavam em sua teoria. Já eu, dormi como uma pedra.

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CAPÍTULO XXXI

A luz era imensa, quase ofuscante. Estava rodeado de pessoas que felizes clamavam para um homem
no altar da Basílica de São Pedro. Uma bela cruz de madeira bem trabalhada estava em cima de uma
mesa neste altar. Na frente da mesa, de costas, um Cardeal com sua face virada para a cruz, de costas
para mim, desembainha uma adaga. Quando ele faz isso, o povo permanesce em silêncio e postra-se
de joelhos.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Com tal adaga em punho, o Cardeal atinge a cruz com um golpe em seu centro e, no mesmo
momento, ela se põe em chamas. Em pouco tempo as chamas transformam a cruz em cinzas e o
povo se levanta e em um unico coro clama:

“ A Verdade, A Verdade, A Verdade, Viva, Vida, Vive, A Verdade”

O coro se cessa e um terremoto se inicia. A Basílica começa a desmoronar e poucas pessoas em meio
ao povo se desesperam. O resto permanesce estático, como se nada estivesse acontecendo.

Eu busco sair de lá, mas a Basílica começa a pegar fogo de chamas tão altas que se faziam
impossíveis de atravessar. A negra fumaça que ela liberava deixava tudo confuso e imperceptível até

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

que eu caio no chão. Quando eu levanto não há mais fogo, nem fumaça, nem terremoto, apenas
ruinas. De repente eu vejo ao longe um grande monumento erguido, em meio a um deserto em que
eu estava. Na frete de tal monumento uma escadaria com um trono. Subindo a escadaria o mesmo
Cardeal que chega até o trono e se senta. Não o reconheço por estar muito longe de lá. Era noite.

Vejo desde então milhares e milhares de pessoas vestidas de vermelho andarem juntas para lá.
Depois do deserto se tornar cheio, até o horizonte, todos param e se postram de joelhos em adoração
ao Cardeal que se levanta e grita:

“Lúcio, você não pode me derrotar!”

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

O povo se levanta e se volta para mim, com olhos de raiva, marchando, violentamente em minha
direção.

Sinto em meu pescoço um enorme peso que me leva de bruços com as mãos apoiadas no chão.
Tal peso provinha de um crucifixo, que brilhava com uma luz tão forte, que quase não conseguia
olhar para ele. Reuni minhas forças e consegui levantar. A luz se tornava enormemente forte e
dissipava-se por todo o deserto. Foi impossível manter meus olhos abertos. Quando a luz se cessou,
eu não vi mais ninguém, além de mim mesmo, além de Luis, que sorria olhando para mim, a poucos
metros de distância.
Ele começa a andar em minha direção. Quando chegam ao meu lado retira do bolso uma caixa de
madeira para mostrar o seu conteúdo para mim.

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CAPÍTULO XXXII

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Eu acordo com a voz de Alberto me chamando. Era a segunda vez que ele me acordava de um sonho
destes. Era um sonho que, novamente eu não entendi o significado. Eu estava cada vez com mais
temor por estes sonhos estranhos e enigmáticos que me assolavam nestes últimos dias. Mas o que
me acalmou foi o fato de que os sonhos, com certeza, haviam se gerado de todos estes
acontecimentos que me aconteciam ultimamente.

Levanto e me preparo para a viagem. Luis chega com uma identidade falsa e me dá para que, caso
eu precise, eu não seja pego pelas autoridades. Coloquei uma barba falsa, para não me
reconheçerem. Toda cautela era pouco, para aquele momento.

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Fomos todos para a estação de trem de Florença, e pegamos o trêm para Roma. A viagem perdurou
por algumas horas, e finalmente chegamos ao destino. De táxi, vamos até a casa de Roberto. Apesar
do fato dele já ter falecido, a sua morte ainda não fora anunciada, nunguém sabia de nada. Apenas
nós.

Pedimos permissão para que nos deixassem entrar. O porteiro avisara que Roberto não estava, mas,
ao recnhecer Luis, permitiu-nos a entrada mesmo assim.

Ficamos no salão principal e fomos recebidos por Gianluigui, criado de Roberto, que perguntava
sobre seu patrão.

- Ele infelizmente está morto. ; fala solenemente Luis

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Não é possível, vocês estão mentindo!

- Temos como provar! ; digo, com o dvd na mão

Assistimos o dvd, e vimos Gianluigui bambeiar as pernas ao ver seu patrão morrer brutalmente
diante da câmera. Acudimos ele, e explicamos o que ocorrera. Ele concordou em não divulgar a
mídia e disse que seria, com certeza, de desejo de seu patrão, que nós permanescecemos na casa dele
enquanto a poeira não abaixasse.
Passamos, então, o dia lá, mostrando todo o vídeo para ele, e para os outros criados, mostrando o
que havia acontecido e pdindo colaboração.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Eram 17h 30min quando sai da casa junto com Iddo. Luis permanesceram na casa. Alberto me leva
ao albergue, enquanto Alberto se assegurava que a mensagem de que eu estava no hotel seria
enviada.

Foi o que ocorreu. Eu estava no quarto sozinho, esperando. Alberto no carro, no térreo, esperando
uma possível fuga. Foi quando o telefone do quarto toca, anunciando a chegada de Marie.

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CAPÍTULO XXXIII

A porta abre e a beleza da minha amada me enfeitiça. Ela estava mais radiante do que nunca, e a
saudades, e o ímpeto de abraça-la de beijá-la de falar tudo o que sinto novamente para ela era cada
vez maior. Me contive. Sorri e pedi que ela se sentasse na cama para que eu converse com ela.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Marie, preciso que veja este filme, nele tudo que fiz está documentado. Eu descobri uma coisa
única sem igual. Eu descobri e provei que Jesus Cristo está enterrado em catacumbas subterrâneas
em Florença, sob a Catedral de Santa Maria del Fiore. Está tudo aqui!

Ela parecia chocada. Provavelmente ele achava que eu estava louco, mas quando eu coloquei o
conteudo do filme para passar na TV do quarto ela não disfarçõu sua felicidade de ter em mãos um
material desse.

- Eu não sei como agradecer a você por isso, Lúcio...na verdade sei.

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Ela se aproxima de mim e olha profundamente nos meus olhos, que mergulhar na imensidão verde
de suas íris e se perdem na beleza da face que ela tinha. Ela chega mais próxima e seus lábios se
unem aos meus em um inesperado beijo que durou vários segundos.

-Desculpe Lúcio, mas a recompensa era grande demais para eu negar. Não podia deixar uma
oportunidade dessa passar.

O mundo desabou diante de mim naquele momento. Eu passei do momento mais feliz para o mais
doloroso em qustão de segundos. Estava em choque, com raiva, com medo, apaixonado, odiando e
amando em um furor sem igual, inexplicável, indescritível. Queria ao mesmo tempo beijá-la e matá-
la.

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Um estrondoso barulho e a porta se abre com vários policiais da tropa de elite italiana entram no
quarto para me prender.

Tomei, então a decisão mais insana da minha vida. Sem pensar, tomado por tuda aquela explosão de
sentimentos que havia passado, eu me viro e salto da janela do 6º andar, em fuga.

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CAPÍTULO XXXIV

Foi enorme o barulho feito pelo meu corpo ao se chocar com o carro que permanecia do térreo. Eu
estava com a face na voltada para o solo e mesmo assim não senti nenhuma dor. Na verdade, não
havia sentido nada na queda. Era impossível! Eu havia despencado de cara do 6º andar e estava
ileso! Era um milagre, não há outra palavra para isso. Eu me levantei cambaleante, sem entender
como eu estava vivo. Aquilo era muito confuso para a minha cabeça. Eu estava vivo, sem saber
como, e a polícia, que estava por perto, também não acreditou no que viu, e, por isso permanesceu
estática. Só retomei a consciência plena quando Alberto parou o carro ao meu lado e fez com que eu
entrasse.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Logo que entrei ele arrancou em velocidade e começou a fugir. As viaturas se prontificaram a seguir-
nos. Iniciou-se uma perseguição. Viramos em vários pontos da rua, seguidos pela polícia, pssando a
pouco de batermos de frente com carros, ao entrarmos na contra mão. Até que, tentando despistar a
polícia Alberto faz um cavalo de pau em uma rua e entra em um beco de ré. A maioria des viatuiras
perdeu o caminho, mas, apenas uma conseguiu entrar no beco junto a nós. O beco era fechado e
ficamos encurralados.
Até que, em uma enorme presença de espírito, Alberto engata a marcha e acelera em direção ao
carro do policial que é empurrado para fora do beco, aonde viramos e continuamos a fuga, seguidos
por cada vez mais viaturas. Foi quando passamos por um movimentado cruzamento, que quase
batemos em um caminhão, passando a apenas milímetros disso. Quando passamos, ouvimos o
barulho do acidente que envolvia as viaturas e o caminhão.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

O acidente despistou a polícia, e fez com que fosse possível dirigir até a casa de Roberto.

CAPÍTULO XXXV

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Minha adrenalina ainda estava a mil, quando chegamos. Estava euforico, agitado, extenuado, não
sabia o que fazer, não acreditava no que tinha feito e no que tinha ocorrido. Estava nervoso com a
traição e ao mesmo tempo feliz com o beijo. Locamente confuso com tudo o que estava ocorrido,
travei, e não consegui raciocinar direito por vários segundos, por mais que meu amigo tentasse, eu
não lhe respondia os chamados para que eu saisse do banco de passageiros do carro, enquanto
permanescia catatônico.

Finalmente voltei a normalidade e sai do carro. Junto a Alberto, passei pela entreaberta porta
principal da casa de Roberto. Estranhei. Não havia ninguem no salão principal, nem nos aposentos
proximos a ele. Chamei o nome de Gianluigui, o criado, e nada me foi respodido. Eu e Alerto nos
etreolhamos, e decidimos ir ao quarto de hópedes que nos foi cedido. Entramos em um corredor a
direita e começamos a ouvir algumas vozes. A princípio acreditava ser um diálogo entre Luis e Iddo,

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

mais aquela voz que falava junto a Luis não era a do meu amigo. Era uma voz mais grave, ríspida,
rouca. Me aproximei da porta, que logo percebi que terminava na biblioteca. Com o intento de abrir,
mas Alberto me segura, e, em gestos, pede que eu ouça o que está sendo dito.

- Que bom, assim o que planejamos vai dar certo. ; ouve-se com o timbre da misteriosa voz.

- E se eles não forem presos?

- Eles irão...

- Bem, então, finalmente, estaremos com a Igreja fora do nosso cami...

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- O que foi?

A porta se abre, e Luis vê-nos a espreita por detraz dela, em flagrante. Ele sabia que havíamos
ouvido algo, e falou para que entrassemos.
Dentro da biblioteca um homem de grande porte, já idoso, com aparentemente 60 anos, trajava
vestes nobres e segurava um copo de wisky. Ele sorri, apoia o copo de wisky na mesa ao lado, e
retira do palitó um revólver prateado e aponta para Alberto que fez uma leve mensão de fugir. Luis
se aproxima e sorri, começando a falar.

- Bem, então você finalmente descobriu Lúcio, que pena que é tarde demais, agora você vai ser
preso, culpado pela morte do arqueólogo que eu matei, tentando por a culpa na Igreja. Forjaremos
que você é de um grupo fundamentalista cristão, e que, tentava, desesperadamente, esconder a

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

verdade sobre Cristo. O Túmulo falso e sua descoberta serão divulgados ao mundo e a Igreja,
enfraquecida vai perder cada vez mais fiéis. Então, finalmente a Maçonaria conseguirá dominar por
completo o poder neste mundo.

Eu paralisei depois de ouvir aquilo. Tudo foi forjado para derrubar a Igreja, o Corpo era falso e eu
fui um dos maiores responsáveis por essa mentira. Depois disso lembrei-me de meu sonho, meu
primeiro sonho que lhes narrei no livro. Finalmente entendi seu significado. Esatava lá o tempo todo
e não vi. Finalmente soube qual era o onjeto que estava sob as cinzas da cruz. Finalmente soube qual
era o símbolo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Primeiro eu precisava de uma isca. Um alguém qualquer. Meu neto, sem querer, escolheu você.
Induzi você ao tédio, e sabia que hora ou outra você iria entrar para dar uma volta até o banheiro. Foi
ai que eu matei o homem, que nem arqueólogo era. Ele era um zé ninguém com identidade falsa e
pesquisas forjadas. Quando vi que você ia entrar eu abri a porta e te joguei no chão. Deixei
propositalmente o crucifixo de cardeal cair e sai para trocar de roupa. Finalmente tudo aconteceu
como eu planejava. Troquei as fitas de vídeo com um guarda, também maçom e divulgamos ela para
a polícia. Induzi meu neto a avisar você sobre isso e fiz com que você fosse conosco até Jerusalém.
Você até salvou minha vida hahahaha! Depois nem precisei fazer nada, vocês fizeram tudo para

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

mim, e em poucos minutos o mundo vai ver o Corpo de Cristo, que não ressucitou, não é Deus e a
Igreja não será mais nada! Finalmente elegeremos um líder marionete para a União Européia e
dominaremos todos e tudo. Agora é só uma questão de tempo.

- Eles sabem demais Luis... ; diz o outro homem

- É claro, dê um fim a eles. Vamos dizer que eles invadiram a nossa casa e nos protegemos. A
polícia, que tem seus líderes maçons, irá acreditar. Hahaha!

Então, com a arma apontada para a face de Alberto, ouço, de olhos fechados, o som de um disparo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XXVI

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Abro os olhos e vejo o homem com a arma no chão. Iddo apareçe, com uma arma, entrando por
outra porta da biblioteca. Ele matou o homem, ates que ele nos matasse. Luis continua sorrindo.

-Hahaha, podem retardar a sua morte, mas não não vão impedí-la, está consumado!

Iddo aponta a arma para o avô e, tremendo tenta atirar, mas ele não consegue. Eu sentia que ele
estava titubiando, tentando, mas não conseguia. Gianluigui entra na Biblioteca e se choca., Iddo
aponta a arma para ele e pede que ele se cale. Precisávamos fugir, mas, antes disso, Iddo abriu o
cofre a pegou uma grande quantia em dinheiro, colocando em uma sacola. Precisaríamos deste
dinheiro. Saimos correndo pra fora da casa e entramos todos na mercedes de Iddo, o mesmo carro
em que tinhamos efetuado a fuga.
Saímos em desparada, em fuga, sem destino, mas precisávamos de todo geito, fugir.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Iamos pela estrada, em direção a norte. Para um local qualquer, quando Iddo exclama ter uma idéia.

- A fazenda da mãe de um amigo meu! Sim, ela vai nos acolher. Desde que seu filho morreu em
acidente junto ao marido ela está sozinha lá, tenho certeza que ela não nos vai negar compania. Ela
fica a uns 400km daqui. Bem a norte. Mas é para lá que vamos.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XXXVII

Entramos na fazenda, que estava com o portão aberto, e logo vimos uma senhora de cabelos muito
brancos alimentando as galinhas. Ela avista o carro e começa a gritar para que saíssemos.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Paramos o carro e saímos juntos. Quando a senhora reconheceu a face de Iddo ela poem-se ao chão
de joelhos, chorando. Iddo corre e abraça a senhora confortando-a. Ela levanta ainda com lágrimas
nos olhos e pede para que entremos em casa.

Na cozinha, muito simples, rústica, típica de uma fazenda, nos sentamos e nos foi servido um bolo
milho, muito bom por sinal.

- Essa é minha avó. ; diz Iddo

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Me choquei, não esperava isso. Iddo sempre havia me dito que a avó morreu no parto do pai dele, e
acabara de falar que a senhora era mãe de um amigo dele.

- O nascimento do meu pai foi um acidente. Um caso. Depois que meu pai nasceu a minha avó
desapareceu. A todos foi dito que ela havia abandonado meu pai junto ao meu avô. Eu não acreditei
na história e fui atraz da verdade.

- Iddinho, pode dexá que pra cá eu conto o resto.

- Sim vó...

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

-Bem, era um acordo. Aquele crápula do seu avô me disse que se o caso fosse a midia o escândalo de
que um dos políticos mais influentes de um dos mais conservador partidos de Portugal, as chançes
de se elege como Parlamentar num aconteceria mais, entende? Intão ele disse preu sumi e me deu
dinhero e falo que se eu voltasse ele não se resposabilizaria por nada de mal que acontecesse a mim.
Ele me ameaço de morte. Foi muito dolorozo dexá o Joãozinho pra traz. Quando você me disse que
seu pai morreu eu quase morri junto. Eu nunca vi ele maior do que um ano de idade. Mais você me
acho e meu coração volto a bate. Ninguém mais sabe dessa fazenda além de mim e do Iddinho.

- Eu não acreditei nessa história que minha vó contou, no começo, mas depois começei a entnder.
Quando fui falar sobre isso com meu avô ele queria figir de assunto, nunca comentar sobre minha
avó. Mas agora vi a verdadeira face daquele que me criou como filho desde o início da minha
adolescencia, e sei que ele seria capaz de tais coisas.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Mas, me dizam, porque estão aqui?

Explicamos a história, mais ou menos, a ela. Estava com tremendas saudades dos meus pais no
Brasil, e nunca mais eu iria vê-los desde então. Estou chorando enquanto escrevo isso, porque a falta
de um abraço materno e paterno tornam a pessoa fria de fechada e, sem um conforto para dor, nos
tornamos criaturas sem perspectiva de futuro.

Finalmente recebemos o acolhimento de Julieta, ou, como começamos a chamá-la, graças a Iddo: Vó
Ju.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XXXVIII

Passamos uma semana e começamos a esquecer levemente o que nos aconteceu. Não quis ver
televisão neste meio tempo. Sabia que naquela altura meu vídeo já foi a mídia e a mentira já havia se
espalhado no mundo. Não parou de chover desde o dia em que chegamos lá. Uma tempestade sem
igual.. Finalmente criei coragem e liguei a Tv em um canal de notícias.

Quase cai da poltrona quando vi quem estava na TV. Marie, a traidora, sendo entrevistada e falando
sobre o vídeo.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

“ Eu recebi o vídeo de meu desesperado colega, que pediu para que eu o destruisse. Depois, que
soube que ele havia matado aquele inoscente arqueólogo para descobrir sozinho o túmulo de Jesus
eu decidi mostrar ao mundo o conteúdo. Não esperava que ele fosse mentir para o avô de seu amigo
e cúmplice Iddo, e fizesse ele patrocinar esta busca. Na verdade estou chocada com as ações que
esse terrorista do Lúcio é capaz de fazer...”

Fiquei possesso quando ela me chamou de terrorista. Terrorista? Eu? Não sabia como minha imagem
foi deturpada a tal ponto.

“ – Porque será que ele matou um homem para descobrir e filmar esse túmulo e depois quis destruir
tudo?

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Acredito que ele foi perseguido por alguma seita religiosa cristã, ou a própria Igreja, não sei.”

A transmissão é interrompida para um link ao vivo em Roma

“A fumaça está saindo da chaminé da capela sistina pela sexta vez! A tempestade torna tudo dificil,
parece ser negra a fumaça. Sim é negra, não foi desta ve...espere! Está um pouco mais claro de se
ver agora! Acredito que seja branca, não sei, o povo aplaude, dizendo que sim, mas, esperemos a
confirmação dos sinos! Mesmo assim, eu acredito que Habemus Papam! Um novo papa é eleito!
Precisamos esperar a confirmação dos sinos ainda, mas é clara a imagem da fumaça branca agora.”

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Gelei no momento da notícia. Um novo papa era eleito. Fiquei em grande expectativa. Vó Ju, que
estava vendo conosco ficou curiosa com o homem que lideraria a religião dela, que já havia sido
abalada pelos vídeos do corpo de Cristo.

“ Os sinos começam a tocar e os fiéis que esperam pacientes na praça começam a festejar. Quam
será que vai liderar a Igreja em um tempo tão conturbado como este? Será que ele vai segurar as
imagens e o Corpo já comprovado pela ciência que é de Jesus Cristo. Vamos esperar que...espere! A
Janela esta se movimentando, alguém está saindo. É um dos careais. Ele vai anunciar ao povo!”

“Annuntio vobis gaudio magno; habemus Papam:


Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum,

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Dominum Pietrus Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem Noselediv qui sibi nomen imposuit Pietrus
Secundo.”

‘ Anuncio-vos com grande alegria: Já temos um novo Papa. O emenetíssimo e reverendíssimo


senhor Dom Pietrus, Cardeal da Igreja Romana, Noselediv que adotou o nome de Pedro II. ’

Fiquei paralizado. Era o mesmo homem que estava prestes a ganhar o título de presidente da União
Européia. O povo aplaudia, ensandecido com a notícia, enquanto Pedro II aparecia para discursar.

Quando olhei a face dele tremi. Tive uma má impressão, senti vertigem, não gostei dele, tive uma
empatia péssima com o homem. Seus olhos negros, profundamente negros, me assustavam.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

“ É com grande alegria que venho dizer que sou líder da Igreja Católica Apostólica Romana. Mas
temo dizer que não estou muinto cofiante. Não pelo fato deu estar quase como ganho o fato de ser
presidente da UE. Mas pelo Corpo de Cristo, encontrado e comprovado. Começo a temer que ele
seja verdadeiro...”

“Ele disse mesmo isso?” pensei. Era impossível. Um Papa admitir que Jesus não ressucitou?
Precisava ver no que isso ia dar.

“ Quero, meus irmãos que acreditem que nós estaremos juntos nisso! Jesus pode não ter ressucitado,
mais isso não significa que os milagres feitos por ele sejam em vão! Irmãos fiquemos juntos nesse
novo tempo da Igreja, que tenho a certeza que venceremos isso. A Santidade da Igreja não está só em
Jesus Cristo e sim em cada um dos fiéis!”.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Um tempo de discussão sobre o assunto do novo Papa é discutido, mas, rapidamente, um novo tema
é exposto, com a apuração dos votos do primeiro turno das eleições presidênciais da UE.
A disputa era desigual. Segundo as pesquisas, Pietrus Noselediv, recém eleito Papa era líder com
72% das intenções de voto, com Zorillo em segundo com 12%. Não haviam chançes de uma vitória
de outro candidadato, era só uma questão de tempo para que isso se concretizasse. “ Se isso
acontecer, os poderes deste homem será quase ilimitado” ;pensava.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XXXIX

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

A madrugada seguinte a este dia foi a mais calma de todas. Não digo isso na questão psicológica, já
que os pensamentos sobre os fatos que aconteceram não me permitia tal tranquilidade. Digo isso
pelo fato da chuva finalmente parar, depois de uma semana de tempestades assombrosas. Não eram
só tempestades que se sucederam naquela semana.
Uma Tsunami atingiu o Japão matando 77 pessoas, um terremoto matou centenas na Índia, um
vulcão voltou a ativa e um furacão desabrigou várias famílias e matou outras tantas na América
Central, tudo isso sucessivamente, até que, hoje, tudo parou. O clima melhorou, os terremotos
pararam, e a tranquilidade voltava a pairar no ar. Sendo assim, outra semana se passa, voando.

Tal tranquilidade só é quebrada quando um fato muda a rotina calma da fazenda. A votação
presidencial se encerra e, finalmente saberemos se Pietrus Nantasevile Noselediv será o homem mais
poderoso da face da terra.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Eis que é dado o resultado: 74% dos votos a favor de Pietrus. Tradução: sim, ele é o homem mais
poderoso do mundo. Não nego que fiquei feliz, já que a Igreja poderia barrar, com a liderança dele,
esta desmoralização graças ao falso vídeo. “Mais o que se espera de um Papa que desafirma a
própria crença?”, pensava.
Não sabia, apenas sabia que tudo acontecia lonje de mim, da Vó Ju, de Iddo e de Alberto, de todos
nós, que, isolados daquele mundo exterior, comungávamos de uma vida saudável e traquila.

Não quis ver a posse dele. Esatava cansado de tudo isso. Preferi consertar os estragos da tempestade.
E foi o que fiz. Consertei o que tinha de consertar, comi e dormi.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

CAPÍTULO XL

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

O dia seguinte era belo, ensolarado, céu aberto, galo cantante. Mas a tristeza dos olhos de meus
amigos quando sai do quarto demontrava que tudo não estava tão belo assim. Era Vó Ju, que pela
última vez dormia.
Iddo de repente desaba. A mãe que ele nunca teve morre quando ele finalmente começa a tê-la.
Ela não aparentava ter nada, tosse, cansaço, era uma idosa, só. Pensei que houvesse chegado sua
hora. Como todos pensariam. Mas foi horas depois de enterrarmos ela em um túmulo improvisado
que eu soube que não era tão natural assim.

O clima estava pesado, precisava me destrair. Então, sem mais, liguei a TV e fiquei chocado com a
manchete que vi.

“ Milhões de pessoas morrem durante o sono na madrugada de hoje”

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

O que estava acontecendo? Será o mesmo mau que atingiu a Vó Ju? ; pensava.

Segundo o notíciário a ciência não tinha explicação para isso, pois, segundo pesquisas superficiais,
não haviam doenças, vírus, ou qualquer outra coisa que conectassem as vítimas. E o mais assustador:
milhões e milhões de crianças. Sim. Tidas as crianças do mundo, com menos de 11 anos, salva
algumas exeções, segundo o telejornal, sofreram do mesmo mau. Não haviam mais crianças no
mundo. Todas morreram, tanto na China, quanto no Brasil, na Judéia e na Palestina. Todas.
Elas não foram as únicas. Todos os idosos, salvo raras exeções tambpem morreram. Não havia
explicação para nada. Mas não eram só idosos e crianças. Muitos adultos sofreram do mau.
Estava tudo cada vez mais confuso e sem explicação lógica para tais fatos.

202
O Apocalipse – O Princípio do Fim

O caos reinava nas cidades, os hospitais lotados buscando respostas e pais ensandecidas com seus
filhos mortos nos colos.

O mundo não sabia mais o que fazer. Pela primeira vez algo atingiu a todos por igual, sem importar
a região, cor ou sexo. Todos foram afetados.

CAPÍTULO XLI

Termina aqui, caros irmãos, a primeira parte de minha história. O mundo, nos dias posteriores ao
último momento que narrei, vai começar a ser governando, não mais pela ordem, e sim pelo caos.

203
O Apocalipse – O Princípio do Fim

É traçada, por fim, a última linha que uniria o apogeu da humanidade com o começo de seu triste e
derradeiro ocaso. Eis que se inicia a Tribulação.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

APÊNDICES
1. LOCAIS

Roma
- Sennato della Republica

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Piazza Esedra ( Piazza della Repubblica)

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- Mansão de Roberto

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Jerusalém

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

-Basílica do Santo Sepulcro

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

213
O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Monte Giolam

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Florença

- Basílica de Santa Maria


del Fiore

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

*várias plantas: concepção original (d’Molay) ; modificada ( Arnolfo d Cambino) e ampliada ( Talenti )

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

- Túmulo

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

2.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Nomes

Uma rápida observação que eu gostaria de fazer é que quase todos os nomes presentes no livro são
anagramas de acordo com o que o personagem é ou representa.
Não irei fazê-los, mesmo porque eles revelam informações sobre o personagem que podem ser
cruciais para os próximos livros.

Darei apenas uma:

Lúcio Denis Concaz

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

=
Consciência de Luz

3. Inspiração

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

Todo o livro foi baseado em uma tradução atual do livro do Apocalipse da Bíblia, juntamente a
outros livros e profecias bíblicas e profecias anexas, como a de São Malaquias.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

4. Bibliografia

Internet, basicamente. Destaque para:

- Wikipédia

- Google Maps

- Google Search

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

5. Considerações finais

Um espaço para quem eu quero homenagear: meus primeiros leitores e amigos.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

São vários os nomes a serem citados, portanto não deixarei nenhum aqui exposto, por medo de
esquecer algum. Mas quem pode ter seu nome aqui enquadrado sabe.

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O Apocalipse – O Princípio do Fim

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