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Trabalho de Final de Curso

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho


Nível III

Marco Abreu

24-12-2009
2009
2009
Trabalho de Final de Curso
Marco Abreu

CAPÍTULO I
1. Conteúdo

CAPÍTULO I

1. Conteúdo 2
2. Agradecimentos 5
3. Introdução 6
4. Objectivos 7

CAPÍTULO II

5. Caracterização da Leça & Fernandes, Lda. 8


5.1. A Empresa 8
5.2. Missão 8
5.3. Política de Qualidade 8
5.4. Estrutura Organizacional 9
5.5. Localização 9
6. Enquadramento Teórico 11
7. Panorama da Sinistralidade Laboral em Portugal 12
7.1. Metodologia de Estudo 12
7.2. Definições 13
7.3. Acidentes de trabalho e Localização Geográfica 14
7.4. Acidentes Não Mortais e Dias de Ausência 14
7.5. Acidentes Não Mortais e Dias Perdidos 16
7.6. Correspondência entre o “Total e o sector do Comércio Grosso/Retalho e
Reparação de Veículos Automóveis (G) ” 17

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Marco Abreu
CAPÍTULO III

8. Caracterização da Secção de Bate-Chapa/Pintura e Mecânica de Pesados 18


8.1. Localização 18
8.2. Exterior 18
8.3. Interior 19
9. O Método de Avaliação de Riscos 20
9.1. Definições 21
10. O Método de William Fine 23
10.1. Etapas do Método de William Fine 23
11. Análise dos Riscos Associados às Tarefas Clássicas das Oficinas de Reparação
Automóvel 30
11.1. Secção de Mecânica 30
11.2. Secção de Bate-Chapa 32
11.3. Secção de Pintura 36

CAPÍTULO IV

12. Relatório do Trabalho Realizado 41


12.1. Comunicação do Risco 41
12.2. Caracterização Estrutural da Secção de Bate-Chapa 42
12.3. Identificação dos Perigos 52
12.4. Estabelecimento dos Níveis de Acção 56

CAPÍTULO V

13. Conclusão 57
14. Anexos 58
Anexo I – Comunicação de Riscos 58
Anexo II – Lista de Verificação 58
Anexo III – Avaliação de Riscos 59
Anexo VI – Avaliação de Riscos – Grelha de Avaliação 59
Anexo V – Plano de Acções e Controlo 59
15. Bibliografia 60
16. Referências Electrónicas 60

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17. Figuras
Fig. I – Imagem Aérea da Localização da Auto Atlântico 9
Fig. II – Organograma Funcional e Nominal da Leça & Fernandes 10
Fig. III – Fluxograma de Funcionamento do Método de William Fine 23
Fig. IV – Tabela Alfabética de Factores de Risco – Probabilidade (P) 24
Fig. V – Tabela Alfabética de Factores de Risco – Exposição (E) 25
Fig. VI – Tabela Alfabética de Factores de Risco – Consequência (C) 25
Fig. VII – Procedimento de Comunicação do Risco 25
Fig. VIII – Tabela Alfabética dos Factores de Risco 26
Fig. IX – Determinação do Factor de Probabilidade (P) 26
Fig. X – Determinação do Factor de Exposição (E) 27
Fig. XI – Determinação do Factor de Consequência (C) 27
Fig. XII – Determinação do Grau de Perigosidade (GP) 27
Fig. XIII – Determinação do Factor de Custo (FC) 28
Fig. IX – Determinação do Grau de Correcção (GC) 28
Fig. IX – Determinação do Índice de Justificação (J) 29
18. Quadros e Gráficos
Quadro 1 – Acidentes de Trabalho por Região 14
Quadro 2 – Acidentes de Trabalho Não Mortais e dias de Ausência 15
Gráfico 1 – Acidentes de Trabalho “Com e Sem” Dias de Ausência 15
Gráfico 2 - Dias de Trabalho Perdidos, por Actividade Económica 16
Gráfico 3 – Correspondência “Total dos Acidentes de Trabalho” 17

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2. Agradecimentos
Uma jornada desta magnitude, nesta altura da vida, não se concretiza facilmente. Ao
longo do percurso vários foram os incidentes, os acontecimentos, as motivações, as
inspirações e as decepções mas, sobre estas nada será dito, não merecem lugar neste
trabalho.

Primeiramente, quero agradecer às pessoas que mais sentiram a minha falta e de quem
mais falta senti, a minha mulher e o meu filho, pela paciência e compreensão com que
encararam as repetidas ausências, os fins-de-semana condicionados, as chegadas a casa
a horas tardias, etc. Um beijo e um abraço muito grandes à Micaela e ao Afonso!

Também quero manifestar o meu agradecimento aos meus colegas, àqueles que me
ajudaram, apoiaram e, melhor que tudo, ofereceram a sua amizade, a qual entendo
manter, acarinhar e, nesta oportunidade, registar, para que esteja escrito e sempre
presente. À Andreia Freitas, ao Miguel Lemos e à Tânia Pestana, um muito obrigado.

Ainda faltam os formadores, aqueles que me inspiraram, uns, pela sua sabedoria e
conhecimento, outros, pela sua postura e personalidade. Agradeço a vários mas,
especialmente à formadora Isabel Alves, quem nos acompanhou até ao fim e continuou
a ajudar mesmo depois do fim.

Ainda existem aqueles que, não estando directamente relacionados com o curso,
prestaram a sua colaboração em momentos cruciais e, como tal, não posso deixar de
demonstrar o meu apreço, aos meus cunhados (Timóteo e Constança), à Dr.ª Rubina
Cabral, ao Eng.º Eduardo Barradas e, finalmente mas não menos importante, ao Sr.
Pedro Novais, administrador da Leça e Fernandes, Lda.

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3. Introdução
A sabedoria popular tem momentos de grande clareza de espírito e a frase “Mais vale
prevenir que remediar!”, assenta muito bem no âmbito da segurança e higiene no
trabalho mas, para prevenir riscos, necessitamos de avaliar riscos e, sobretudo
implementar eficazmente as correspondentes medidas correctivas, funções que se
apresentam cada vez mais, de grande dificuldade.

Esta perspectiva torna-se ainda mais preocupante se prestarmos atenção ao panorama


mundial. A crise económica mundial poderá facilmente conduzir as organizações a
ignorar ou minimizar a importância da segurança e saúde nos locais de trabalho. Ora
vejamos, com o aumento do desemprego as pessoas estão mais preocupadas com a
estabilidade da sua permanência no emprego do que com a segurança e saúde das suas
condições laborais. Ao mesmo tempo, enquanto as organizações visam reduzir a sua
mão-de-obra, poderão negligenciar os efeitos a longo prazo daqueles que não são
dispensados.

Quando estes cortes de mão-de-obra acontecem, mesmo que em pequena escala, aliados
ao aumento da carga de trabalho, à sobrecarga horária, e ao receio de perder o emprego,
os níveis de stress com que os trabalhadores têm de lidar diariamente aumenta
significativamente. Se ainda contarmos com o actual estrangulamento dos empréstimos
bancários nos sectores da construção, habitação e crédito automóvel, damos de caras
com um panorama deveras sombrio.

Numa outra perspectiva, mais optimista e pessoal, poderemos considerar que os efeitos
deste “estrangulamento do crédito” poderão não ser completamente negativos em
termos de sinistralidade ocupacional. Eventualmente, e isto só como teoria, poderá vir a
verificar-se uma redução dos acidentes de trabalho já que, nesta conjuntura, as
organizações tendem a depositar mais confiança nos seus funcionários mais experientes
e mais capacitados, em detrimento de empregar outros novos e inexperientes.

A vida humana é extremamente vulnerável e, é nossa responsabilidade, futuros técnicos


de Segurança e Higiene no Trabalho, dar continuidade ao trabalho e ao esforço
daqueles que a muito custo, mas com muita determinação e dedicação, deram início a
esta dura e interminável batalha, quase sempre travada ao segundo, pela preservação da
vida e do bem-estar dos seres humanos no seu ambiente de trabalho.

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4. Objectivos
Das memórias resgatadas dos tempos da formação teórica de técnico de SHT, existe
uma que perdura, dita por um dos formadores considerado dos mais capazes e cultos,
que disse: “…a primeira coisa que irão apreender quando começarem a exercer
funções como técnico de sht, é que ainda têm muito para aprender...” – Nada mais
verdadeiro!

O Curso de Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho – Nível III, frequentado na


CAMFOR – Empresa de Formação Profissional, Lda., compreende uma duração de
1.200 horas, em que 1.040 das quais foram reservadas à componente mais teórica do
curso, a formação sociocultural e científico-tecnológica. Ultrapassadas que estão estas
duas primeiras etapas, chegamos à fase final, 160 horas de prática no contexto de
trabalho, período este que foi passado na empresa Leça & Fernandes, Lda., na qualidade
de estagiário.

É neste âmbito de prática real que se insere o presente trabalho, o qual tem como
objectivos, estabelecer uma passagem entre o saber e o saber fazer, para além de colocar
em prática toda a aprendizagem retirada da formação teórica. É esperado também, que
constitua o ponto de partida para uma nova fase de aprendizagem, a mais consciente e
valiosa de todas, a aprendizagem proporcionada pela própria experiência.

Tendo em conta as limitações a nível de tempo para a execução deste trabalho, foi
estabelecida a escolha de uma única secção como objecto de estudo, a secção de “Bate-
Chapa/Pintura e Mecânica de Pesados” da empresa Leça & Fernandes, Lda. Esta
escolha foi motivada pela constatação das variadas carências em termos de segurança e
higiene no trabalho, detectadas em anteriores visitas às instalações na qualidade de
visitante.

Para a elaboração do trabalho foram tidos em conta vários aspectos básicos a observar
pelo técnico de segurança e higiene no trabalho por exemplo: analisar as condições
estruturais do pavilhão da secção em estudo, as condições de higiene, a concepção
ergonómica dos postos de trabalho e das tarefas desempenhadas, as condições de
segurança, a sensibilização dos funcionários para as matérias relativas à higiene e
segurança através de conversas e trocas de informações preciosas para ambas as partes.

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CAPÍTULO II
5. Caracterização da Leça & Fernandes, Lda.

5.1 A Empresa
A Leça & Fernandes foi constituída em 1974 com 3 colaboradores. Dado o grande
crescimento verificado nos últimos anos, a empresa tem actualmente ao seu serviço 51
colaboradores.

É representante, desde o seu início, da marca Mitsubishi e também das marcas que no
passado estiveram associadas ao Grupo Rover. O crescimento da empresa tem-se dado
de uma forma gradual e sustentada, neste momento a empresa é distribuidor/reparador
autorizado das marcas Mitsubishi, Land Rover e Chevrolet para todos os concelhos da
Região Autónoma da Madeira.

5.2 Missão
É missão da Leça & Fernandes, Lda. comercializar produtos e prestar serviços do ramo
automóvel, gerando mais-valias, maximizando os seus volumes de vendas e notoriedade
das marcas que representa, através da satisfação dos seus clientes.

5.3 Política de Qualidade


A política de qualidade da Leça & Fernandes, Lda. assenta nos seguintes valores
fundamentais:
 Prestar serviços de excelência;
 Desenvolver as boas práticas ambientais, minimizando o impacto ambiental
causado pela sua actividade;
 Atender os clientes com cortesia e eficácia, promovendo a sua satisfação,
 Cumprir as normas das marcas e requisitos legais;
 Promover a melhoria contínua dos serviços da empresa através da satisfação e
formação dos seus colaboradores;

É política da empresa proporcionar formação e acções de sensibilização para que cada


colaborador se aproxime, cada vez mais, do seu perfil de funções mantendo-os assim
num permanente estado de consciência relativamente à relevância das suas funções e de
como contribuem para o atingir dos objectivos de qualidade.

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5.4 Estrutura Organizacional
O organograma da empresa representa o seu modelo de estrutura organizativa e, de
certo modo, reflecte a sua cultura.

A estrutura organizativa caracteriza


aracteriza-se
se pela existência de três áreas: a administrativa, a
comercial e a operacional (oficina/peças) em torno das quais todos os órgãos operam e
interagem.

Todos os membros da Leça & Fernandes têm as suas funções definidas com base na
escolaridade, formação
ormação específica relevante, saber fazer e experiência.

5.5 Localização
A sede da Leça & Fernandes está localizada nas instalações denominadas de Auto
Atlântico, sito ao Sítio da Azenha, 9125 – 909 Caniço.

Fig. I – Imagem Aérea da Localização da Auto Atlântico

Secção de Bate-Chapa

Caniço Shopping
Auto Atlântico, Lda.
Lda

Fonte: Google Earth

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Fig. II – Organograma Funcional e Nominal da Leça & Fernandes

Gerente

Adjunto de
Gerência/Qualidade

Director Geral

Assistente
Clientes/Marqueting

Responsável Responsável Chefe Serv . Responsável


Peças Serviço Admin./Finanças Vendas

Mecânica Consultor de
Mitsubishi Outras Mercânica Outras Colisão/Pintura Contabilidade Mitsubishi Chevrolet Land Rover Usados
Mitsubishi Vendas Stocks e
Aprovisionamento

Resp. Exp. Resp. Exp. Facturação


Vendas/Stock Vendas/Stock Garantias Recepção Recepção Resp. Colisão Vendas Funchal Vendas Caniço Vendedor Vendedor Vendas Caniço
Ligeiros Comerciais Cobranças

Telefone
Caixeiros Caixeiros Mecânicos Mecânicos Lavadores Resp. Exp. Bate-chapas Vendedor Vendas Cancela
Arquivo

Pessoal
Mecânicos Pintores
Documentação

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6. Enquadramento Teórico
As actividades de Segurança e Higiene no Trabalho têm como objectivo contribuir para
a eliminação dos riscos profissionais e, quando tal não for possível, indicar quais as
medidas necessárias para reduzi-los a níveis aceitáveis. Assim sendo, o presente
trabalho tem como função não só enumerar os riscos de acidente presentes e as suas
respectivas medidas preventivas como também fornecer algumas directrizes, sempre
numa perspectiva de melhoria contínua tanto das condições de segurança e higiene
como o do bem-estar dos trabalhadores, mediante uma organização cuidada dos seus
respectivos métodos e postos de trabalho.

Neste contexto, não pode ser descurado o carácter dos princípios gerais de prevenção.
Estes princípios foram definidos primeiramente pela Directiva Quadro n.º 89/391/CEE,
de 12 de Junho, relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da
segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho no espaço europeu, alterada pela
Directiva n.º 2007/30/CE, do Conselho, de 20 de Junho e, transposta para a ordem
jurídica interna pelo Decreto-Lei n.º 441/91, de 14 de Novembro, recentemente
revogado pela Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro, onde constam os seguintes
princípios:
 Evitar os riscos;
 Avaliar os riscos que não possam ser evitados;
 Combater os riscos na origem;
 Adaptar o trabalho ao Homem, especialmente no que se refere à concepção dos
postos de trabalho, à escolha dos equipamentos de trabalho e dos métodos de
trabalho e de produção, tendo em vista, nomeadamente, atenuar o trabalho
monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os efeitos destes sobre a saúde;
 Ter em conta o estádio da evolução da técnica;
 Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
 Planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a
organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a
influência dos factores ambientais no trabalho;
 Dar prioridade às medidas de prevenção colectiva em relação às medidas de
protecção individual;
 Dar instruções adequadas aos trabalhadores;

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7. Panorama da Sinistralidade Laboral em Portugal

A sinistralidade em termos de indústria de reparação e manutenção automóvel é muito


pouco representativa dentro do panorama nacional mas, enquanto existam acidentes de
trabalho, estes serão sempre representativos, seja um único ou sejam milhares, estamos
sempre a falar de vidas humanas e, desde que sejam estes os termos, os números
simplesmente passam a ser irrelevantes.

Os estudos publicados neste sector de actividade são escassos, em parte porque os


acidentes de trabalho não são muito frequentes, o que é sempre positivo mas, em
consequência, a documentação disponível para consulta torna-se quase inexistente. As
dificuldades aumentam ainda mais se considerarmos os estudos realizados no âmbito da
informação regional, por isso, iremos concentrar as atenções no panorama nacional,
estabelecendo algumas conclusões sobre a realidade do sector da reparação e
manutenção automóvel comparativamente às outras áreas económicas existentes no
nosso país.

A produção de informação estatística sobre acidentes de trabalho a seguir apresentada


está enquadrada pelo regime jurídico constante da Lei n.º 100/97, de 13 de Setembro,
proximamente revogada com a entrada em vigor da Lei nº 98/2009, de 10 de Setembro,
a 1 de Janeiro de 2010. Esta informação resulta da recolha, validação e tratamento dos
dados constantes das participações remetidas às Companhias de Seguros, referentes ao
momento de ocorrência do acidente e dos mapas de encerramento de processo referentes
à data de encerramento propriamente dito ou um ano após a ocorrência do acidente,
caso este ainda não esteja clinicamente concluído.

7.1 Metodologia de Estudo

Os estudos realizados pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS),


coordenados e publicados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), revelaram
os dados estatísticos relativamente aos acidentes de trabalho ocorridos entre 2004 e
2006 (aqueles cujos processos estivessem encerrados até Junho de 2008), abrangendo
todas as actividades económicas, tanto no território continental, como nas Regiões
Autónomas.

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A metodologia aplicada foi a seguinte:

7.1.1. Plano de Amostragem


Base de Amostragem
A base de amostragem é constituída pelo conjunto das participações de acidentes de
trabalho ocorridos em cada ano, satisfazendo as condições referidas no conceito de
“Acidente de Trabalho”.

Método de Amostragem
Os acidentes de trabalho mortais do Continente e os acidentes de trabalho mortais e não
mortais ocorridos nas Regiões Autónomas foram tratados na sua totalidade.

Foi estabelecido que a dimensão da amostra seria de cerca de metade do total de


participações recebidas, isto é, aproximadamente 130.000.

Para cada ano é fornecido pelas diversas seguradoras a operar no ramo de Acidentes de
Trabalho, um ficheiro com a totalidade dos acidentes de trabalho ocorridos, com
informação individualizada por acidente contendo o n.º de identificação da seguradora e
do acidente, o n.º de identificação de pessoa colectiva ou equiparada onde ocorreu o
acidente, data do acidente, dias de trabalho perdidos, natureza da lesão, parte do corpo
atingida e consequência (mortal ou não mortal). Com base nesta informação o
GEP/MTSS constitui o ficheiro universal dos acidentes de trabalho ocorridos em cada
ano (âmbito da Lei n.º 100/97, de 13 de Setembro).

7.2 Definições
Eis algumas definições elementares para a melhor compreensão dos dados:

Acidente de Trabalho Mortal


Acidente de que resulte a morte da vítima num período de um ano após o dia da sua
ocorrência.
Dias de Trabalho Perdidos
São contabilizados os dias de ausência ao trabalho no mínimo de um dia (para além do
primeiro dia) até um ano. São também considerados aqueles que, embora não resultem
em perda de trabalho, comportam despesas para as entidades responsáveis.

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Acidente de Trabalho:
Acontecimento inesperado e imprevisto, incluindo actos derivados do trabalho ou com
ele relacionados, do qual resulte uma lesão corporal, uma doença ou a morte de um ou
vários trabalhadores. São também considerados acidentes de trabalho os acidentes de
viagem, de transporte ou de circulação, nos quais os trabalhadores ficam lesionados e
que ocorrem por causa, ou no decurso do trabalho, isto é, quando exercem uma
actividade económica, ou estão a trabalhar, ou realizam tarefas para o empregador.
Excluem-se do âmbito deste estudo: Os ferimentos auto - infligidos; acidentes que se
devem unicamente a causas médicas e doenças profissionais; acidentes que ocorram no
percurso para o local de trabalho ou no regresso deste (acidentes de trajecto) e com
pessoas estranhas à empresa, sem qualquer actividade profissional.

7.3 Acidentes de Trabalho e Localização Geográfica


Em 2006 apuraram-se 237 392 acidentes de trabalho, isto é, mais 8 508 que em 2005
(mais 3,7%). Para este aumento terá contribuído uma recolha de dados mais ampla e
próxima do universo dos acidentes, fruto de uma cooperação cada vez mais eficaz com
o sistema segurador. Destaca-se, ainda, um menor número de acidentes de trabalho
mortais: 253 em 2006 e 300 em 2005 (menos 5,7%).

Quadro 1 – Acidentes de Trabalho por Região


Total Mortais Não Mortais
TOTAL 237.392 253 237.139
Norte 96.715 74 96.641
Centro 63.249 76 63.173
Lisboa 47.987 41 47.946
Alentejo 12.162 19 12.143
Algarve 7.223 12 7.211
R. A. Açores 2.864 4 2.860
R. A. Madeira 4.048 8 4.040
Estrangeiro 3.144 19 3.125
Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento

Em relação à distribuição regional dos 237 392 acidentes, 68% concentram-se no Norte
e Centro do país, bem como o maior n.º de acidentes mortais, 150. Na RAM, os
resultados traduzem-se em 4 048 acidentes, aproximadamente 2%. Estes resultados
acompanham, assim, a concentração do emprego naquelas zonas do país.

7.4 Acidentes Não Mortais e Dias de Ausência


A maioria dos acidentes de trabalho não mortais (237 139) provocou dias de ausência,
situação comum a todas as actividades, como podemos observar no quadro seguinte:

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Quadro 2 – Acidentes de Trabalho Não Mortais e Dias de Ausência, por Actividade
Económica
Sem Com
Total
Ausência Ausência
TOTAL (Não Mortais) 237.139 63.865 173.274
A. Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura 6.691 1.453 5.238
B. Pesca 1.816 477 1.339
C. Indústrias Extractivas 1.957 445 1.512
D. Indústrias Transformadoras 74.655 20.655 54.000
E. Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água 1.138 273 865
F. Construção 51.707 12.047 39.660
G. Comércio Grosso e Retalho, Reparação Veículos Automóveis 36.895 9.732 27.163
H. Alojamento e Restauração 11.491 3.064 8.427
I. Transportes, Armazenamento e Comunicações 10.632 2.775 7.857
J. Actividades Financeiras 792 373 419
K. Actividades Imobiliárias,
obiliárias, Alugueres e Serv. Prestados às Empresas 14.394 4.253 10.141
L. Administração Pública, Defesa, Segurança Social 7.446 2.076 5.370
M. Educação 2.124 821 1.303
N. Saúde e Acção Social 8.627 3.543 5.084
O. Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais 4.753 1.475 3.278
P. Famílias com Empregados Domésticos 854 175 679
Q. Organizações Internacionais e Outras Instituições Extra-Territoriais
Extra 11 0 11
CAE Ignorada 1.156 228 928
Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento

Gráfico 1 – Comparação Acidentes de Trabalho “Com e Sem” Dias de Ausência


Sem Ausência Com Ausência
54.000

39.660

27.163
20.655

12.047

10.141
9.732

8.427

7.857

5.370
5.238

5.084
4.253

3.543

3.278
3.064

2.775

2.076
1.512

1.475
1.453

1.339

1.303

928
865

821

679
477

445

419
373
273

228
175

11
0

Actividades Económicas

Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento

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As Actividades Financeiras, a Saúde e Acção Social e a Educação registaram
regi valores
mais baixos: 53%, 59% e 61%,
61%, respectivamente, de acidentes com ausência. No mesmo
contexto, a actividade de Comércio por Grosso, a Retalho e de Reparação de Veículos
Automóveis (G), registou 27.163 acidentes de trabalho com dias de ausência, o
equivalente a 73,6% das 36 895 ocorrências verificadas.

7.5 Acidentes Não Mortais e Dias Perdidos


Os sectores
ores onde mais dias se perderam por motivos de acidentes de trabalho foram as
Indústrias Transformadoras (D), com 28,6%, a Construção (F), com 24,8% e o
Comércio por Grosso, a Retalho e de Reparação de Veículos Automóveis (G),
(G) 14,4%.

Gráfico 2 – Dias de Trabalho Perdidos, por Actividade Económica


TOTAL 7.082.066
A. 253.735
B. 58.038
C. 75.751
D. 2.027.332
E. 36.077
Actividades Económicas

F. 1.757.938
G. 1.022.669
H. 344.593
I. 357.149
J. 25.980
K. 416.964
L. 199.242
M. 61.019
N. 200.953
O. 152.021
P. 46.799
Q. 410 Dias de Trabalho Perdidos
CAE Ignorada 45.496

Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento

Os 7 082 066 dias de trabalho perdidos constituem o reflexo dos 137 274 dias de
ausência provocados pelos 237 139 acidentes não mortais.

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7.6 Correspondência entre o “ Total e o Sector do Comércio Grosso/Retalho
e Reparação de Veículos Automóveis (G) ”
Estabelecendo um paralelo entre os dados de que dispomos podemos concluir que, no
sector de Comércio por Grosso, a Retalho e de Reparação de Veículos Automóveis (G),
ocorreram 36 916 acidentes de trabalho, dos quais 36 895 não foram mortais.

Destes acidentes não mortais, 27 163 tiveram dias de ausência, e destes dias de ausência
resultaram 1 022 669 dias de trabalho perdidos.

Gráfico 3 – Correspondência “Total dos Acidentes de Trabalho / Comércio Grosso -


Retalho e Reparação de Veículos Automóveis”
TOTAL Com Grosso/Retalho e Rep Veículos Auto

7.082.066

1.022.669
237.392

237.139

173.274

173.274
36.916

36.895

Acidentes de Trabalho Acidentes de trabalho Acidentes de trabalho Acidentes de trabalho


Não Mortais Não Mortais com Dias Não Mortais com Dias
de Ausência de Ausência e Dias
Perdidos

Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento

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CAPÍTULO III
8. Caracterização da Secção de Bate-Chapa
Este relatório tem por objecto de trabalho a secção de Bate-Chapa/Pintura e Mecânica
de Pesados da empresa Auto Atlântico, a qual designaremos, como já referido, como
secção de bate-chapa. Este espaço está organizado da seguinte maneira:

8.1 Localização
Este pavilhão fica num anexo localizado no Sítio da Azenha, 2º D – Caniço, Concelho
de Santa Cruz (Fig. II), já que o edifício está fisicamente separado do resto das
instalações da empresa, pese embora a proximidade, cerca de 30m. O percurso entre as
duas estruturas faz-se a pé em 50% das ocasiões, sendo que na outra metade faz-se a
bordo de viaturas a caminho de reparação ou de volta aos respectivos proprietários, já
depois de reparadas.

8.2 No Exterior:
8.2.1. Parque de Viaturas
Estacionamento reservado a clientes e a viaturas em espera da sua respectiva ordem de
entrada para execução do correspondente serviço ou, viaturas já preparadas a espera da
recolha por parte dos seus proprietários.
8.2.2. Depósito de Pneus Usados
Local reservado para depósito de pneus usados aguardando pela respectiva recolha a fim
de serem reciclados. Não existe uma divisão física deste local.
8.2.3. Contentor para Lixo Volumoso
Recipiente destinado ao depósito de resíduos volumosos de chapa, vidro e plásticos,
com finalidade de posterior separação e reciclagem.
8.2.4. Compressor de Ar Comprimido
Compressor de ar comprimido que alimenta a rede de ar comprimido. O manómetro
possui selo de aprovação do modelo pelo Instituto Português da Qualidade (2004), o
qual possui uma validade de 10 anos, e selo de verificação de 2006 (validade até 31 de
Dezembro do ano seguinte à inspecção), Decreto-Lei n.º 291/90, de 20 de Setembro.
8.2.5. Filtro de Poeiras Provenientes da Estufa de Pintura
Espaço reservado ao filtro de água que recepciona as poeiras e vapores provenientes das
cabines de preparação de peças, pintura de peças e cabine completa de pintura (estufa).
A marcação CE e as fichas de inspecção periódica estão anexas às cabines de pintura
das quais estes filtros fazem parte integrante.

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8.3 No Interior:
8.3.1. Recepção
Emprega um funcionário com 33 anos de idade. Tem como funções recepcionar as
viaturas dos clientes, encaminhá-las para a respectiva especialidade, proporcionar uma
estimativa do tempo de reparação, valor e prazo de entrega da viatura reparada ao
cliente. Também tem a responsabilidade de agendar serviços, caso não exista
necessidade ou condições para uma intervenção imediata.
8.3.2. Escritório das Chefias da Secção de Bate-chapa
Este local é utilizado como escritório para os dois chefes existentes nesta secção, o
chefe de mecânica e o chefe de bate-chapa e pintura. Está situado directamente acima
dos módulos da recepção e das instalações sanitárias sociais.
8.3.3. Pintura
Integra 2 funcionários, com 30 e 36 anos de idade. Nesta secção efectua-se a pintura de
peças de carroçaria ou de carroçarias completas, procedendo ao tratamento
anticorrosivo, insonorização e verificação da estanquicidade, escolhendo a sequência de
pintura adequada, preparando, afinando e aplicando a tinta, organizando e controlando a
qualidade do trabalho. Efectuam-se trabalhos em viaturas ligeiras e pesadas. Possui duas
cabines de pintura, uma aberta, mais utilizada na preparação para pintura de peças
individuais e também de viaturas completas e, uma fechada, destinada à pintura de
peças e viaturas. As duas possuem marcação CE e fichas de inspecção periódica.
8.3.4. Laboratório de Tintas
Recinto dedicado ao armazenamento e mistura de tintas. Utilizado pelos funcionários da
secção de pintura. As tintas em utilização são do tipo hidrosolúvel, ou seja, tintas com
solventes aquosos, o que permite substituir a adição de diluentes. Eventualmente são
utilizadas tintas com solventes orgânicos para a pintura das carroçarias de carga dos
veículos de mercadorias, neste caso já são adicionados diluentes.
8.3.5. Bate-chapa
Integra 4 funcionários, com idades entre os 33 e os 64 anos. Esta secção executa
diversos trabalhos de carroçaria, nomeadamente, tratamento ou substituição de peças,
respectiva montagem/desmontagem, corte e soldadura, desempeno e aplicação de
produtos para uniformização das superfícies de chapa, e também produtos adesivos para
fixação de algumas peças, por exemplo, pára-brisas. Trabalham vários tipos de materiais
como aço, plástico, ligas de alumínio e até vidro. Para isto recorrem a diversas
operações, manipulando diferentes tipos de produtos, equipamentos e ferramentas.

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8.3.6. Mecânica de Pesados
Integra 5 funcionários com idades compreendidas entre os 31 e os 51 anos. Nesta secção
procede-se à manutenção e reparação de viatura pesadas, utilizam-se variadas
ferramentas, algumas máquinas, fluidos lubrificantes e combustíveis. Os trabalhos, na
sua grande maioria, efectuam-se debaixo das viaturas, estas suportadas por macacos
hidráulicos, cavaletes ou elevadores, com grande recurso à movimentação manual de
cargas e consequente utilização de força muscular.

9. O Método de Avaliação de Riscos


A avaliação de riscos é a chave da segurança, pois permite determinar a origem, a
natureza e os efeitos dos riscos presentes num determinado contexto de trabalho.
Implica um processo de observação e análise, com vista a estabelecer uma estimativa da
gravidade do risco e a sua consequente hierarquização na prioridade de actuação. Este
processo terá de ser constante, dinâmico e contínuo, deverá estar em alerta e correcção
permanentes, de modo a poder acompanhar todos os momentos e actividades da
empresa e proceder em tempo útil, a eventuais correcções, para que os desvios sejam
tanto quanto possível minimizados ou mesmo, numa perspectiva optimista, eliminados.

Em qualquer avaliação de riscos, haverá que ter em conta alguns aspectos importantes,
nomeadamente:
 Assegurar que todos os aspectos laborais estão abrangidos;
 Incluir todas as situações de perigo grave ou eminente;
 Acompanhar os riscos e perigos de modo a identificar os perigos com maior
potencial de dano;
 Ter em conta tudo o que acontece no trabalho e durante o trabalho;
 Abranger todos os trabalhadores, terceiros, e outras potenciais vítimas, sejam ou
não trabalhadores da empresa;
 Identificar os trabalhadores mais vulneráveis;
 Comunicar para a globalidade dos trabalhadores e os envolve a todos;
 Registar todas as informações e resultados obtidos nas avaliações;
 Considerar as informações pessoais obtidas como sendo confidenciais;
 Ser efectuada por profissionais competentes e habilitados para o efeito;

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9.1 Definições
É pois importante, nesta fase, introduzir alguns conceitos fundamentais para melhor
compreender o método de análise de riscos, a saber:
Perigo
Fonte ou situação com potencial para o dano, em termos de lesões ou ferimentos para o
corpo humano ou danos para a saúde, perdas para o património, para o ambiente do
local de trabalho, ou uma combinação destes. Por exemplo, a electricidade.
Risco
A probabilidade do potencial danificador ser atingido nas condições de uso e/ou
exposição ao perigo incluindo a possível gravidade do dano. Por exemplo, o risco da
electricidade e a gravidade dos danos depende do valor da corrente, do isolamento, etc.
Risco tolerado
Risco que foi reduzido a um nível que possa ser aceite pela organização, tomando em
atenção as suas obrigações legais e a sua própria política de SST.
Acidente de trabalho
Um acidente que se verifique no local e/ou tempo de trabalho e produza directa ou
indirectamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução
da capacidade de trabalho ou ganho de morte.
Prevenção
Conjunto de técnicas com o objectivo de controlo dos factores de risco no trabalho.
Probabilidade (P), de que o acidente se produza quando se está exposto ao risco.
Exposição ao risco (E)
Período de tempo no qual os agentes receptores se encontram expostos ao risco de
acidente.
Consequências (C)
São normalmente calculadas ou estimadas no caso de se produzir o acidente.
Grau de Perigosidade (GP)
O nível de risco, permite estabelecer uma listagem de riscos segundo uma determinada
ordem de importância (hierarquização).
É determinado mediante a fórmula [GP = C × E × P]
Factor de Custo (FC)
Valor monetário, estimado em euros, da acção correctiva proposta.
Grau de Correcção (GP)
Grau estimado em que será reduzido o risco por meio da acção correctiva proposta.
Índice de Justificação (J)

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Coeficiente encontrado pela divisão do Grau de Perigosidade pelo produto do Factor
de Custo e o Grau de Correcção.
É determinado mediante a fórmula [J = GP/ (FC x GC)]

Riscos Ambientais
São os riscos que, em função do exposição mais ou menos prolongada no tempo e em
determinadas doses ou concentrações podem provocar doenças profissionais.

Estes riscos podem ter uma origem física, química, biológica ou ergonómica, quando
nos referimos, respectivamente, e a título de exemplo, aos ruídos e vibrações; às
poeiras, gases e vapores; aos fungos e bactérias; e por fim, à não adaptação dos
equipamentos e máquinas e processos de trabalho ao Homem.

A avaliação de risco pode ser realizada com recurso a diversas metodologias, tendo
sempre presente o objectivo de permitir a tomada de decisões, e a adopção de medidas
de prevenção dos riscos.

Em termos gerais, podemos definir Risco, como sendo o resultado da aplicação do


factor de Probabilidade de ocorrência de acidente sobre o Índice de Gravidade desse
mesmo acidente, obtendo a seguinte equação:

RISCO (R) = PROBABILIDADE (P) × GRAVIDADE (G)

A fim de estabelecer prioridades para a eliminação e/ou controlo dos riscos, é necessário
dispor de metodologias para a sua avaliação e, apesar de existirem uma diversidade de
métodos, o escolhido para a avaliação de riscos no presente projecto foi o método de
William T. Fine, devido à sua simplicidade, tanto de aplicação como de compreensão
dos dados resultantes.

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10. O Método de William Fine
A avaliação de riscos é a chave da prevenção, pois permite determinar a origem, a
natureza e os efeitos dos riscos em presença, possibilitando a adopção de medidas
capazes de os eliminar na origem, ou de os reduzir a níveis aceitáveis, através de
medidas de engenharia, administrativas ou outras. Para isso existem diversos métodos
de avaliação de risco, desenvolvidos ao longo dos anos para aplicação de acordo com as
necessidades das organizações e adequados às mais diversas actividades. Estes podem
ser do tipo qualitativos, quantitativos ou semi-quantitativos. O método aplicado a este
trabalho é do último tipo, o método de William T. Fine. Este método permite quantificar
a magnitude dos riscos existentes e hierarquizar a sua prioridade de correcção através
dos resultados traduzidos pelo grau de perigosidade (GP), o qual é obtido mediante o
resultado do produto matemático entre os índices dos factores de probabilidade (P) de
ocorrência de um acidente, da frequência de exposição (E) ao risco e das consequências
(C) normalmente esperadas no caso de se produzir o acidente. A operação é traduzida
pela expressão:

GP = P × E × C

10.1 Etapas do Método de William Fine

Fig. III – Fluxograma de Funcionamento do Método de William Fine


1. Comunicação do Risco

2. Apreciação da Pertinência da Comunicação Recebida

3. Elaboração da Lista de Verificação

4. Identificação dos Perigos

5. Valoração do Risco

6. Acções Correctivas

7. Índice Justificativo do Investimento nas Medidas de Correcção

8. Níveis de Acção

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10.1.1. Comunicação do Risco
Deve ser assegurada a participação da empresa a todos os níveis, de modo a que seja
implementado um sistema de informação sobre os riscos identificados, as soluções
adoptadas e as revisões a que foram sujeitas. Esta comunicação escrita (Anexo I –
Comunicação de Riscos), permite uma rápida correcção das deficiências detectadas e
oferece vantagens a vários níveis.

A informação das deficiências existentes nos locais de trabalho é comunicada por


qualquer trabalhador ao responsável pelo serviço mediante o preenchimento de um
impresso próprio (Anexo I), onde cada risco é já valorado através de um código de
letras, explicado no mesmo documento. Existe ainda a possibilidade de sugerir acções
correctivas. Assim, para além de transmitir aos trabalhadores a noção de que existe uma
preocupação genuína com a sua segurança, e que a sua opinião é realmente importante
para as chefias da organização, permite também experimentar um contacto mais real e
mais específico com os riscos diários, visto receberem a informação por parte de quem
está directamente em contacto com eles.

Dessa comunicação constam dados essenciais de identificação da secção, da operação, e


da tarefa, juntamente com a descrição do risco e a estimativa da magnitude, caso o
acontecimento se venha a verificar. Para isso, este método disponibiliza um conjunto de
tabelas baseadas em 3 factores determinantes de perigosidade [probabilidade (P),
exposição (E) e consequência (C)], fazendo corresponder um valor alfabético a cada
uma das classificações de risco, o que permite uma avaliação simplificada ao nível de
qualquer trabalhador consciente da identificação do perigo.

Fig. IV – Tabela Alfabética dos Factores de Risco – Probabilidade (P)


Acidente, como resultado mais provável e esperado, se a
A Muito Provável
PROBABILIDADE (P)

situação de risco ocorrer.


Acidente como perfeitamente possível (probabilidade de
B Possível
50%).
C Raro Acidente como coincidência rara (probabilidade de 10%).
Acidente como coincidência remotamente possível. Sabe-se
D Repetição Improvável
que já ocorreu (probabilidade de 1%).
E Nunca Aconteceu Acidente como coincidência extremamente remota.
Acidente como praticamente impossível. Nunca aconteceu
F Praticamente Impossível
em muitos anos de exposição.

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Fig. V – Tabela Alfabética dos Factores de Risco – Exposição (E)
EXPOSIÇÃO A Contínua Muitas vezes por dia
B Frequente Aproximadamente 1 vez por dia
C Ocasional >1 Vez por semana a 1 vez por mês
(E)

D Irregular ≥1 Vez por mês a <1 vez por ano


E Raro Sabe-se que ocorre, mas com baixíssima frequência
F Pouco Provável Não se sabe que ocorre, mas é possível que possa acontecer

Fig. VI – Tabela Alfabética dos Factores de Risco – Consequência (C)


A Catástrofe Elevado número de mortes, grandes perdas.
CONSEQUÊNCIA

B Várias Mortes Perdas de valor ≥ €500.000 e < €1.000.000


C Morte Acidente mortal. Perdas ≥ €100.000 e < €500.000
(Q)

D Lesões Graves Incapacidade Permanente. Perdas ≥ €1.000 e < €100.000


E Lesões com Baixa Incapacidade Temporária. Perdas < €1.000
F Pequenas Feridas Lesões Ligeiras. Contusões, golpes.

A partir da obtenção destes factores, P, E e C, as chefias encontra-se em posição de


encontrar o GP (Grau de Perigosidade), mediante a transformação dos valores
alfabéticos em valores numéricos. No entanto, esta informação é apenas orientadora,
devendo-se comparar o nível de probabilidade de acidente, com o nível de
probabilidade estimável a partir de outras fontes mais precisas, como por exemplo,
dados estatísticos de sinistralidade ou de fiabilidade de componentes. O procedimento
da etapa de “Comunicação do Risco” deverá ser o seguinte:

Fig. VII – Procedimento de Comunicação do Risco


1 Identificação da situação de perigo a analisar;
2 Preenchimento da comunicação de risco (Anexo I – Comunicação de Riscos);
Atribuição de uma classificação simplificada a cada um dos factores determinantes de
3 perigosidade mediante uma tabela alfabética para cada um dos factores (Fig. IV - Fig.
V - Fig. VI);
4 Revisão pela chefia da comunicação de risco recebida;
5 Avaliação do Posto de Trabalho (Anexo III – Avaliação de Riscos);
Comparação dos resultados obtidos com os estimados a partir de fontes de informação
6
precisas e da experiência;

10.1.2. Apreciação e Pertinência da Comunicação Recebida


A chefia aprecia e determina qual o posto de trabalho identificado na comunicação,
depois, reunirá toda a informação pertinente sobre a tarefa (legislação, manuais de
instruções de máquinas, fichas de dados de segurança de substâncias perigosas,
processos e métodos de trabalho, dados estatísticos, etc.) e procurará avaliar não só o
perigo já referenciado, mas também o seu contexto face ao posto de trabalho.

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10.1.3. Elaboração da Lista de Verificação
A utilização de uma lista de verificação (check list) permite analisar os possíveis
factores de risco para cada situação, não se focando apenas na tarefa, mas abrangendo
também o ambiente de trabalho, utilizando para o efeito, por exemplo, o formulário
seguinte (Anexo II – Lista de Verificação);

Fig. VIII – Tabela Alfabética dos Factores de Risco


Condições Físicas Condições Ambientais
Espaços de Trabalho Exposição a Contaminantes Químicos
Máquinas Ventilação / Climatização
Ferramentas Manuais Ruído
Objectos / Manipulação Vibrações
Instalação Eléctrica Calor / Frio
Equipamento em Pressão Radiações Ionizantes
Equipamento de Elevação / Transporte Radiações Não Ionizantes
Incêndios Iluminação
Substâncias Químicas Organização do Trabalho

10.1.4. Identificação dos Perigos


Baseado nos dados recolhidos na fase de comunicação de riscos, juntamente com os
factos verificados na check list, a chefia procede ao preenchimento do formulário de
avaliação de riscos pelo método de William Fine, representado em formulário (Anexo
III - Avaliação de Riscos), onde se utilizam as classificações estabelecidas pelas tabelas
dos factores determinantes de perigosidade, probabilidade (Fig. IX), exposição (Fig. X)
e consequência (Fig. XI).

Fig. IX – Determinação do Factor de Probabilidade (P)


P - PROBABILIDADE
Acidente como resultado mais provável e esperado, se a
Muito Provável 10
situação de risco ocorrer
Possível Acidente como perfeitamente possível (probabilidade de 50%) 6
Raro Acidente como coincidência rara (probabilidade de 10%) 3

Repetição Acidente como coincidência remotamente possível.


1
Improvável Sabe-se que já ocorreu (probabilidade de 1%)

Nunca Aconteceu Acidente como coincidência extremamente remota 0,5


Praticamente Acidente como praticamente impossível.
0,1
Impossível Nunca aconteceu em muitos anos de exposição

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Fig. X – Determinação do Índice de Exposição (E)
E – EXPOSIÇÃO
Contínua Muitas vezes ao dia 10
Frequente Aproximadamente uma vez por dia 6
Ocasional ≥ 1 Vez por semana a <1 vez por mês 5
Irregular ≥ 1 Vez por mês a <1 vez por ano 4
Raro Sabe-se que ocorre, mas com baixíssima frequência 1
Pouco Provável Não se sabe se ocorre, mas é possível que possa acontecer 0,5

Fig. XI – Determinação do Índice de Consequência (C)


C – CONSEQUÊNCIA
Catástrofe Elevado número de mortes, grandes perdas. 100
Várias Mortes Perdas entre ≥ €500.000 e < €1.000.000 50
Morte Acidente Mortal - Perdas ≥ €100.000 e < €500.000 25
Lesões Graves Incapacidade Permanente - Perdas ≥ €1.000 e < €100.000 15
Lesões com Baixa Incapacidade temporária - Perdas < €1.000 5
Pequenas Feridas Lesões ligeiras. Contusões, golpes. 1

10.1.5. Valoração do Risco


Recorrendo aos valores obtidos a partir das tabelas dos factores determinantes de
perigosidade, procede-se à obtenção do grau de perigosidade (Fig. XII – Grau de
Perigosidade), expresso pelo produto matemático entre os 3 factores anteriores. Este
valor também é estabelecido no formulário representado na tabela (Anexo III –
Avaliação de Riscos). A determinação do grau de perigosidade permite estabelecer os
critérios de actuação consoante a classificação determinada pelos diversos níveis de
correcção.

Fig. XII – Determinação do Critério de Actuação com Base no Grau de Perigosidade (GP)
GP – GRAU DE PERIGOSIDADE

GP = C x E x P CLASSIFICAÇÃO ACTUAÇÃO CORRECTIVA


Superior a 400 GRAVE E IMINENTE Suspensão imediata da actividade perigosa!
≥ 200 e < 400 ALTO Correcção imediata.
≥ 70 e < 200 NOTÁVEL Correcção necessária urgente.
≥ 20 e < 70 MODERADO Não é urgente, mas deve corrigir-se.
Inferior a 20 ACEITÁVEL Pode omitir-se a correcção.

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10.1.6. Acções Correctivas
Propor acções correctivas que permitam eliminar ou reduzir o risco a níveis toleráveis
para a organização, tendo sempre presente a prioridade da protecção colectiva sobre a
individual.

10.1.7. Índice Justificativo do Investimento nas Medidas de Correcção


Neste ponto mede-se a vertente económica das medidas correctivas a implementar, que
deve levar em linha de conta a perigosidade dos riscos medidos e valorados através do
indicador do Grau de Perigosidade (GP). Em igualdade de circunstâncias, deve ser
prioritária a intervenção de menor custo, quando a medida correctiva a implementar
aumente a segurança de forma mais eficaz. Deverá ser também valorizada a opinião dos
trabalhadores que, com o seu envolvimento contribuirão para a implementação de um
desejável processo de melhoria. O índice de justificação (J) do investimento pode obter-
se mediante a aplicação da fórmula [J = GP/ (FC × GC)]. O formulário (Anexo III –
Avaliação de Riscos) calcula automaticamente o produto dos factores, obtendo-se o
Índice de Justificação (J), associado à correcção do risco.

Pela aplicação das tabelas abaixo, valoriza-se o factor de custo (Fig: XIII), grau de
correcção (Fig: XIV) e índice justificativo (Fig: XV) do investimento a realizar.

Fig. XIII – Determinação do Factor de Fig. XIV – Determinação do Grau de


Custo (FC) Correcção (GC)
Acima de €2.500 10 Risco Completamente Eliminado 1
Risco reduzido a 75% 2
De €1.250 a €2.500 6
Risco reduzido entre 50% e ≤ 75% 3
De €675 a €1.250 4 Risco reduzido entre 25% e ≤ 50% 4
De €335 a €675 3 Ligeiro efeito sobre o risco ≤ 25% 6
De €150 a €335 2
De €75 a €150 1
Menos de €75 0,5

O cálculo do grau de perigosidade (GP) permite identificar as medidas que necessitam


de intervenção, embora existam algumas acções para as quais deve ser feita uma
reavaliação, uma vez que a determinação do índice justificativo (J) indica que a medida
proposta não é aceitável. Para o ser deve obter um valor de J superior a 10, conforme a
tabela seguinte:

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Fig. XV – Determinação do Índice de Justificação (J)


ÍNDICE JUSTIFICATIVO (J) IMPLEMENTAÇÃO DA MEDIDA
≥20 Muito Justificada
≥10 e <20 Provável Justificação
<10 Não Justificada (Reavaliar a medida proposta).

10.1.8. Níveis de Acção


Após a definição das medidas correctivas, feridas pelo índice de justificação, são
descritas por ordem decrescente de importância, definida pelo GP – Grau de
Perigosidade e estabelece-se o Plano de Acções Correctivas. Para o efeito, é
fundamental conhecer as medidas de prevenção de riscos a implementar em cada caso,
uma vez que serão estas as medidas que permitirão o combate eficaz aos acidentes de
trabalho e às doenças profissionais. As medidas de prevenção e/ou protecção, de acordo
com o seu tipo são:
 Medidas Construtivas: Deverão ser identificadas, planeadas e
concretizadas acções correctivas e preventivas relativamente aos postos de
trabalho;
 Medidas Organizacionais: Estudo da situação relativamente ao conjunto
dos postos de trabalho, compreendendo a análise das situações, objectivos a
atingir e medidas a implementar;
 Medidas de Protecção: Conjunto de equipamentos e medidas que têm por
finalidade proteger os trabalhadores contra acidentes de trabalho ou doenças
profissionais. Para todas as medidas de protecção apresentadas é necessário
fazer um estudo dos EPI (Equipamentos de Protecção Individual) para
correcta selecção dos mesmos.

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11. Análise dos Riscos Associados às Tarefas Clássicas das Oficinas de Reparação
Automóvel
No capítulo que se segue será abordada a análise de riscos associados às tarefas mais
comuns realizadas dentro de cada sector da oficina. Para um melhor esclarecimento
pode-se elaborar um pequeno resumo daquilo que é considerado como “actividade
clássica” no contexto das oficinas de reparação automóvel.

11.1 Secção de Mecânica

11.1.1. Trabalhos efectuados debaixo de veículos


Por diversas razões são efectuados trabalhos debaixo do veículo. Os riscos inerentes a
estes trabalhos variam muito em função da forma como o veículo está posicionado,
elevado e suportado. Das situações de risco, destacam-se as seguintes:

11.1.2. Macacos hidráulicos


Principais Riscos
 Resvalamento e cedências deixando cair o veículo.
Medidas de Prevenção
 A carga máxima deve vir inscrita e deve ser escrupulosamente respeitada;
 Deve ser efectuada uma verificação a cada 6 meses ou anualmente conforme o grau de
utilização;
 Só devem ser utilizados em superfícies niveladas;
Os macacos devem servir apenas para levantar e descer o veículo, não suportá-lo para permitir
trabalhos debaixo deste, para tal existem outros dispositivos.

11.1.3. Cavaletes
Principais Riscos
 Rotura no passador do cavalete;
 Balanço do veículo;
 Pancadas de outros veículos;
 Saída do cavalete do suporte do veículo;
 Cedência do pavimento;
Medidas de Prevenção
 Manter os cavaletes em bom estado, especialmente o passador;
 Sinalizar o local;
 Manter o veículo nivelado;
Debaixo do veículo o trabalhador deve estar deitado sobre estrados ergonomicamente
concebidos.

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11.1.4. Elevadores
Principais Riscos
 Cedência ou ruptura do elevador;
 Colocação incorrecta do veículo;
 Queda do veículo;
 Queda de peças e/ou ferramentas;
Medidas de Prevenção
 Devem ser manobrados por trabalhadores formados e designados para o efeito;
 Possuir bloqueador do botão de comando e limitadores de curso;
 Possuir mecanismos de segurança contra obstáculos na descida e mecanismo regulador
da velocidade de descida em caso de rotura do sistema hidráulico;
 Nunca submetê-los a sobrecargas e efectuar manutenção cuidada e regular com registo
de anomalias;

11.1.5. Levantamento e Movimentação de Cargas


A actividade de mecânica obriga por vezes a esforços acima do aconselhável, em ordem
a poder levantar, movimentar e suster peças ou componentes do motor. Nestas situações
devem ser utilizados alguns equipamentos, tais como:
 Gruas hidráulicas;
 Suportes para sustentação do motor;

11.1.6. Manuseamento de Gasolina e Óleos Lubrificantes


A gasolina e os óleos lubrificantes são produtos resultantes da destilação do petróleo
que, para poderem desempenhar as funções a que se destinam, precisam de incorporar
uma série de aditivos, na sua grande maioria, de baixa toxicidade. No entanto devem
ter-se em linha de conta as seguintes recomendações:
 Evitar todo o contacto desnecessário com gasolina, gasóleo e óleos minerais e
sintéticos;
 Utilizar vestuário apropriado e luvas de protecção
 A roupa deve ser limpa regularmente mudando frequentemente a roupa interior;
 Não utilizar nenhum destes produtos para limpeza da pele;
 Utilizar cremes de protecção adequados;

11.1.7. Ferramentas
Numa oficina ocorre uma grande utilização de ferramentas, manuais, eléctricas,
pneumáticas, etc. Estas ferramentas devem ser adquiridas, manuseadas e armazenadas

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de acordo com os critérios de segurança descritos na legislação e nas recomendadas
pelas próprias marcas.

Estas devem respeitar, muito sucintamente, o seguinte:

 Manter as ferramentas em bom estado, estabelecendo e cumprindo os


procedimentos de inspecção periódica;
 Informar e formar sempre os trabalhadores na selecção das ferramentas mais
correctas para o desempenho de cada trabalho;
 Guardar as ferramentas em local seguro;
 Utilizar carrinhos porta-ferramentas apropriados;

11.2 Secção de Bate-Chapa


Esta actividade apresenta uma grande variedade de riscos ligados à multiplicidade de
tarefas e equipamentos que envolve:
 Desmontagem e montagem de peças de carroçaria;
 Corte e soldadura de peças;
 Desempeno e separação de peças;

Para desenvolver estas tarefas genéricas empregam-se uma enorme variedade de


equipamentos e processos associados a riscos específicos.

11.2.1. Segurança na Manipulação de Gases Sob Pressão


Em vários processos de soldadura são empregues gases sob pressão, apresentando
genericamente, os seguintes riscos:
 Pressão: Passível de provocar explosões ou roturas;
 Temperatura: Elemento potenciador do risco anterior;
 Características físico-químicas dos gases:
• Combustíveis, podem provocar inflamação e explosão;
• Comburentes, podem provocar presença de oxigénio e misturas
explosivas com gorduras;
• Inertes, podem provocar asfixias;

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Seguidamente apresentam--se alguns dos mais utilizados:

Árgon (Ar)

É um gás inerte ou raro (sem actividade), incolor e inodoro, obtido da destilação


fraccionada do ar líquido. É utilizado na soldadura TIG e MIG.

Hélio (He)

É um gás incolor, inodoro e insípido, obtido a partir do gás natural. É igualmente


utilizado na soldadura TIG e MIG.

Recomendações de Segurança para os Gases Inertes


 Devem ser armazenados num local com uma cobertura ligeira, e não receber a incidência
directa de raios solares. Vedar com rede e possuir uma porta com abertura para o exterior;
 As garrafas devem estar todas devidamente identificadas e, preferencialmente, separadas
por grupos de gases (acetileno/hidrogénio;
(acetileno/hidrogénio; outros gases combustíveis; gases tóxicos
incombustíveis);
 Devem estar separadas de locais onde estejam armazenados produtos inflamáveis, como
combustíveis líquidos ou gasosos, gasolinas, tintas, vernizes, gorduras, etc;
 Devem permanecer sempre na vertical, na armazenagem, no transporte e na utilização;
 Devem ser transportadas em carrinhos próprios e munidas dos capacetes de protecção e
permanecerem afastadas de locais com grande movimentação de peças;
 Devem também, possuir
possuir a identificação do fabricante, do proprietário, a data da prova
hidráulica, o gás contido no interior e a pressão de trabalho, inscritos na sua parte superior
(ogiva);
No grupo dos gases inertes, incluídos o Anidrido Carbónico, o Árgon e o Hélio, o principal
prin risco é
o de provocarem uma súbita carência de oxigénio, provocando, consequentemente, a asfixia.
Para facilitar a identificação de todos estes gases implementou-se
implementou se um código de cores:
 Branco pintado na ogiva das garrafas de oxigénio;
 Castanho para ass de acetileno;
 Cinzento para o anidrido carbónico;
 Amarelo esverdeado para o árgon;

Oxigénio (O2)
O oxigénio existe no ar numa percentagem volumétrica de 21%. É um gás
comburente (não arde), inodoro e insípido. O oxigénio industrial apresenta uma
pureza de cerca de 99%. É obtido a partir da destilação fraccionada de ar
líquido.. Armazenado
Armazenado e distribuído em garrafas sob pressão de cerca de 200 bar.
Recomendações de Segurança
 Não lubrificar qualquer peça em contacto com o oxigénio, muito especialmente as torneiras
das garrafas, pois existe o perigo de explosão;
 O oxigénio nunca deve substituir o ar comprimido, pois pode provocar riscos de combustão
ou de explosão;

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Anídrico Carbónico (CO2)
É um gás incolor e inodoro, com sabor picante e é mais peado que o ar. Obtém-se
Obtém
a partir da combustão do carvão, do fuel ou gás natural. Não é combustível e é
misturado com árgon no processo de soldadura MIG/MAG para determinados
materiais.

Acetileno (C2H2)
É um hidrocarboneto, combustível, menos denso do que o ar. Tem um odor
característico e provoca misturas explosivas com o ar. Habitualmente distribuído
em garrafas, onde é armazenado sob pressão de 1,5 bar, dissolvido em acetona (a
(
solução de acetona é retida
ret numa matéria esponjosa no interior das garrafas).
Recomendações de Segurança
 As garrafas não devem ser armazenadas em caves;
 O acetileno em contacto com cobre, mercúrio ou prata, pode formar compostos explosivos,
pelo que, ligas com mais de 65% de cobre,
cobre não devem entrar em contacto com o acetileno;
 A detecção de fugas só deve ser efectuada com água de sabão;

11.2.2. Riscos na Soldadura


Soldadura é a operação que permite ligar dois ou mais elementos, quer por
aquecimento, quer porr pressão, quer por ambos, com ou sem adição de material
suplementar. Os processos utilizados na reparação de carroçarias são vários,
nomeadamente:
 Por arco eléctrico – eléctrodo revestido, TIG, MIG e MAG;
 Por resistência – pontos;
 Por chama – oxiacetilénica;
oxiacetiléni

Principais Riscos
 Queimaduras;
 Radiações;
 Incêndios e explosões;
 Inalação de gases e fumos;
Medidas de Prevenção
 Só devem efectuar operações de soldadura pessoal com formação adequada;
 Em todos os processos de soldadura deve ser garantida a exaustão localizada de fumos;
 Deve existir um extintor em todos os locais onde se efectuem operações de soldadura;
 Devem tomar-se precauções
precauç em relação aos locais adjacentes e respectivos trabalhadores;
 Não efectuar operações de soldadura em solo húmido, no caso de de soldadura com fonte de
energia eléctrica;
 As canalizações e mangueiras devem estar em boas condições, perfeitamente ligadas, e não
se devem arrastar pelo chão;
Devem eliminar-se pinturas,s, óleos, massas,
mass etc,, normalmente existentes nas carroçarias.

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11.2.3. Desempeno e Separação de Peças
As operações levadas a cabo para restituir à carroçaria a forma inicial, dependem
normalmente, do tipo de deformações. As pequenas deformações podem ser reparadas,
manual ou mecanicamente com a utilização de pequenos equipamentos, enquanto as
grandes deformações obrigam à realização de operações de estiramento em bancadas
próprias.

Principais Riscos com Utilização de Cinzel Manual e/ou Pneumático


 Golpes e cortes nas mãos
 Projecção de partículas incandescentes;
 Ruído excessivo;
Medidas de Prevenção
 Empregar cinzel com protector de mãos;
 Utilização de luvas;
 Optar por equipamento menos ruidoso;
 Utilização de auriculares;

Principais Riscos em Operações de Lixagem


 Produção e liberação de poeiras;
 Golpes e cortes nas mãos;
Medidas de Prevenção
 Equipamento de extracção;
 Utilização de máscaras contra poeiras;
 Utilização de luvas de protecção;

Principais Riscos das Operações de Estiramento


 Golpes e contusões nas mãos e pés;
 Impactos fortes em todo o corpo;
 Introdução de corpos estranhos nos olhos quando se trabalha debaixo do veículo;
Medidas de Prevenção
 Utilizar luvas;
 Utilizar calçado com biqueira de aço;
 Verificar e manter as correntes e acessórios em rigoroso estado de manutenção;
 Utilizar correntes de segurança;
 Nunca ultrapassar a carga máxima;
 Utilizar óculos de protecção adequados;
As operações de estiramento, devido às forças presentes, apresentam sérios riscos, pelo que
devem ser tomadas as medidas adequadas. O maior risco deste equipamento está na possibilidade
do resvalar ou soltar das pinças ou das correntes de estiramento. Progressivamente têm sido
introduzidas melhorias neste aspecto, como os sistemas de descompressão hidráulica que, caso a
pinça se solte ou a chapa rompa, todo o sistema entra em descompressão instantaneamente.

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11.3 Secção de Pintura
O processo de pintura tem conhecido um grande desenvolvimento e ultrapassou em
muito o objectivo de simplesmente conferir cor a uma superfície. A moderna pintura é
mais um tratamento de superfícies, desempenhando funções de protecção contra a
corrosão, isolamento, resistência química, elasticidade e durabilidade. A pintura como
tratamento e acabamento de superfícies, engloba as seguintes fases principais:
 Preparação da superfície;
 Preparação e aplicação da tinta;
 Secagem;
 Polimento ou acabamento final;
11.3.1. Preparação da Superfície
A preparação da superfície a pintar consiste habitualmente nas operações de Limpeza;
Lixagem e Aplicação de massas para retoques, enchimento, etc.

Principais Riscos
 Inalação de poeiras e/ou vapores;
Limpeza

 Contacto de produtos com a pele e/ou olhos;


Medidas de Prevenção
 Utilização de máscaras para vapores e óculos de segurança ou viseira;
 Luvas com resistência adequada e vestuário apropriado;
Principais Riscos
 Inalação de poeiras;
Lixagem

 Contacto de poeiras com a pele e/ou com os olhos;


Medidas de Prevenção
 Utilização de máscaras para partículas e óculos de segurança ou viseira;
 Luvas adequadas e vestuário apropriado;
Principais Riscos

Aplicação de

Inalação de vapores de estireno (tóxico);



Massas

Contacto com a pele e/ou olhos;


Medidas de Prevenção
 Utilização de máscaras para vapores de estireno
 Luvas adequadas;
 Óculos de segurança ou viseira;

11.3.2. Preparação das Tintas


A sala de misturas (laboratório de tintas), é actualmente, uma zona fundamental numa
oficina de pintura. Por vezes, neste mesmo espaço também se procede à lavagem do
material, o que é desaconselhável. Os equipamentos normalmente existentes são o leitor
de micro-fichas, a balança de precisão e o armário agitador de tintas.

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Principais Riscos
 Libertação de vapores que podem ser inalados;
 Possibilidade de incêndios e explosões;
Medidas de Prevenção
 Deve estar próxima da zona de aplicação;
 Nunca devem ser construídas em caves;
Construção

 As paredes devem ter, pelo menos, resistência ao fogo de uma hora;


 Deverão possuir um sistema de drenagem para o exterior, conduzindo os
derrames para o exterior ou para um depósito separado da rede de esgotos;
 O solo e toda a área das instalações devem ser de material antiderrapante, de
fácil limpeza e que não produza faísca com a queda de ferramentas;
 Deve respeitar o Regulamento de Segurança de Utilização de Energia
Instalação

Eléctrica (RSUEE) no respeitante aos locais de risco de explosão;


Eléctrica

 Os interruptores de ligação devem estar preferencialmente instalados no


exterior da sala;
 As tomadas de corrente, armaduras de iluminação e interruptores devem
possuir dispositivos antideflagrantes;
Emergência
Iluminação

 Deve dispor de iluminação de emergência adequada, mantendo pelo menos


de

durante uma hora, uma intensidade de 5 Lux;

 Qualquer sistema de aquecimento não deve constituir fonte de ignição, e as


Aquecimento e

temperaturas devem ser sempre inferiores às temperaturas de auto-ignição


Ventilação

dos produtos utilizados;


 Podem ser utilizados preferencialmente os radiadores de água quente,
embora sejam aceitáveis os radiadores eléctricos antideflagrantes;
 A ventilação é fundamental devido à possibilidade da existência de produtos
inflamáveis a baixas temperaturas;
de Combate a
Equipamento

 Deve existir pelo menos um extintor de pó químico polivalente ou de


Incêndios

dióxido de carbono;
 Se existir uma RIA, uma das bocas-de-incêndio deve estar colocada a uma
distância, não superior, a 5 m do local;

11.3.3. Outras Medidas Pertinentes


 Deve existir sinalização de advertência para:
o Proibição de fumar ou de produzir chamas;
o Protecção obrigatória das vias respiratórias;
o Perigo de incêndio ou explosão;
 Todas as embalagens devem estar fechadas e rotuladas;
 A limpeza deve ser constante;

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11.3.4. Aplicação da Tinta
As oficinas de pintura devem situar-se ou integrar-se, sempre que possível, numa
construção de um só piso, em local isolado de outras secções que apresentem riscos de
incêndio, dispor de janelas amplas, de preferência voltadas a norte ou nascente, com
vidros temperados ou laminados. Devem possuir, pelo menos, duas portas de largura
igual ou superior a 1,20m abrindo facilmente para fora e para recintos diferentes ou de
preferência para o ar livre, não sendo do tipo de “correr”.

Na pintura por pulverização, a utilizada na reparação automóvel, existem três tipos de


processos diferentes:
 Pulverização de alta pressão (airless);
 Pulverização electrostática;
 Pulverização pneumática ou método do ar comprimido;

O processo mais utilizado é o de pulverização pneumática, habitualmente designado


como pintura à pistola. Relativamente ao espaço de aplicação, este pode ser, ao ar livre,
cada vez menos adoptado devido à parca qualidade dos resultados e à grande falta de
segurança que implica; ou em espaço confinado, em cabine aberta, ou em cabine
fechada. Este último método é hoje em dia o mais utilizado, assegurando uma pintura de
grande qualidade juntamente com uma diminuição de riscos substancial. O grau de risco
está relacionado com o processo no qual o agente/agentes estão envolvidos, por isso, é
fundamental conhecer profundamente todo o processo e a todo o momento.

Principais Riscos
 Inalação de partículas e vapores tóxicos;
 Contacto desses produtos com a pele;
 Risco de incêndio e explosão;
Medidas de Prevenção
 Tas paredes, o tecto e, sempre que possível, o chão, devem ser lisos e constituídos por
materiais impermeáveis, resistentes ao fogo e, que não dêem lugar à formação de faíscas;
 É proibido o uso de sapatos com elementos metálicos ou outro material susceptível de
produzir faíscas, bem somo roupas de nylon;
 Os reservatórios de ar devem ser inspeccionados regularmente;
 A instalação eléctrica deve obedecer às prescrições do Regulamento de segurança de
Instalações de Utilização de Energia Eléctrica (RSIUEE), devendo serem considerados como
locais com risco de explosão;
 Apenas deve ser conservada a quantidade de tinta necessária para um dia de trabalho;
 No exterior da oficina de pintura, e perto da sua entrada, deve existir um dispositivo de corte
que, em caso de emergência, permita desligar as instalações eléctricas situadas no seu interior;
Na luta contra o fogo não deve utilizar-se água mas sim extintores de espuma, CO2 ou pó, que
devem existir em número suficiente e convenientemente assinalados.

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11.3.5. A Protecção Individual do Pintor
Nas operações de pintura devem sempre utilizar-se equipamentos de protecção
individual adequados às condições de trabalho tais como duração, concentração de
produtos tóxicos susceptíveis de serem inalados e, amplitude de movimentos executados
pelos operadores, os quais devem:

 Usar fatos de trabalho fechados no pescoço, nos pulsos e nos tornozelos, bem
como uma protecção para a cabeça;
 Os fatos de trabalho devem ser lavados, pelo menos, uma vez por semana;
 Usar luvas de protecção e, para a lavagem das mãos, devem usar produtos
apropriados, excluindo a utilização de solventes e diluentes;
 Não devem trabalhar em jejum, fumar ou tocar nas mucosas. Devem sim, lavar
cuidadosamente as mãos, unhas, boca e mudar de vestuário no fim de cada
período de trabalho, muito especialmente antes de ingerir qualquer alimento.
Devem também manter a cara e o corpo afastados da pistola e das peças a pintar;
 O local onde são guardadas as refeições deve ficar afastado do local de trabalho;
 Os períodos de descanso devem ser passados fora dos locais de trabalho, de
preferência ao ar livre;
 Os operadores devem ser submetidos a exame médico, pelo menos, de seis em
seis meses;

11.3.6. Cabines de Pintura


A cabine de pintura automóvel, hoje largamente vulgarizada, configura-se como o
equipamento que melhor assegura a protecção colectiva e individual nas aplicações por
pulverização. Existem três tipos: abertas, em túnel ou fechadas. A empresa adoptou as
do tipo abertas, para o tratamento de peças individuais; e do tipo fechadas, para a
pintura parcial ou total dos automóveis sem necessidade de desarmá-los.

11.3.7. Secagem
A operação de secagem por aquecimento de ar é normalmente mais demorada do que a
aplicação da pintura, obrigando assim à procura de alternativas que encurtassem este
espaço de tempo, normalmente através dos processos de convecção do ar quente gerado
e por raios infravermelhos;

Medidas Preventivas
 Evitar a permanência de pessoas dentro da cabine e controlar constantemente a temperatura;
 Não deixar no interior da cabine qualquer produto inflamável ou perigoso;
 Deve manter-se uma ventilação eficaz com condutas de aspiração independentes das da secção de
aplicação;

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11.3.8. Acabamento Final
As operações de polimento devem ser sempre acompanhadas de medidas de prevenção
em tudo semelhantes às tomadas para a preparação, adaptadas fundamentalmente às
características dos produtos utilizados, bem como aos riscos a eles associados e
constantes das fichas de segurança.

11.3.9. Formação e Informação


Em última análise nada terá resultados deveras consistentes se não forem respeitados
todos estes requisitos no seu conjunto e muito menos se não existir uma base de
conhecimento sólida e pertinente para o desempenho de qualquer das funções
abordadas. Em soma, a informação e a formação, são elementares para qualquer
processo de trabalho que se pretenda profissional, eficiente e seguro para todos.

Informação
Em todas as fases anteriormente descritas são utilizados vários produtos (desengordurantes,
solventes, massas, tintas, etc.).
Medidas de Prevenção
Atendendo ao grande número destes produtos, de diversas proveniências, a primeira medida de
prevenção consiste no conhecimento pormenorizado dos mesmos. Daqui a importância e a
exigência da existência das fichas de segurança de todas as substâncias e preparações perigosas
utilizadas nas várias fases do processo de pintura. Todas as pessoas que contactem com estes
produtos devem estar informadas dos riscos a eles inerentes. Sempre que são introduzidos
produtos novos deve ser efectuada uma análise cuidada da ficha de segurança.

Formação
Atendendo aos riscos inerentes a esta actividade e à gravidade das suas consequências, é de
primordial importância a formação profissional dos pintores, com relevo para os principiantes na
actividade.
Medidas de Prevenção
Ao empregador cabe assegurar que os seus trabalhos estejam alertados para:
 Processos seguros de trabalho;
 Utilização, manutenção e limitações do equipamento de protecção;
 Processos adequados de prestação de primeiros socorros;

Avaliação de Poluentes
Em todas as oficinas que possuam pintura, em cabine ou não, deve ser efectuada uma avaliação da
concentração de agentes poluentes na respectiva atmosfera, dando a conhecer esses resultados aos
trabalhadores, e tomando as medidas entendidas como convenientes e aconselhadas pela entidade
avaliadora, que deve ser uma entidade de referência ou reconhecida como tal.

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