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Práticas e modelos A A.

Das BE – DREC – T4

Tarefa 2 - 1ª parte

Análise crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares,


tendo em conta os seguintes aspectos:

- O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos


implicados.

O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, desenvolvido pelo


Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares, surge como um instrumento
pedagógico e de melhoria, cujos objectivos essenciais pretendem
“desenvolver uma abordagem essencialmente qualitativa, orientada para
uma análise dos processos e dos resultados e numa perspectiva formativa,
permitindo identificar as necessidades e os pontos fracos com vista a
melhorá-los” (p.2). Trata-se de avaliar o trabalho da biblioteca escolar e o
impacto desse trabalho no funcionamento global da escola e nas
aprendizagens dos alunos e identificar as áreas de sucesso e aquelas que,
por apresentarem resultados inferiores, requerem maior investimento,
determinando, nalguns casos, uma inflexão das práticas.
Como modelo pedagógico constitui uma mais-valia, possibilitando a
consecução de planos de acção para as Bibliotecas Escolares, a médio
prazo, e que permitam dar resposta aos Projectos Educativos delineados
pelas escolas. Deve ser perspectivado como um instrumento de melhoria,
embora acautelando a noção de que estamos face à “biblioteca ideal”, de
forma a não suscitar ansiedades, e realçar que a existência de um modelo
constitui um “farol”.
Sendo um protótipo derivado de modelos utilizados pelas bibliotecas
escolares inglesas poderíamos abordar algumas questões: Os princípios que
as norteiam são idênticos? As bibliotecas escolares inglesas e portuguesas
partilham os mesmos problemas? As condições são semelhantes? Têm as
mesmas práticas?

- Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as


bibliotecas escolares.

A existência de um modelo de avaliação para as bibliotecas escolares,


entendido na sua vertente reguladora e propiciadora de uma melhoria
contínua, faz todo o sentido. Num momento em que muitas escolas entram
num processo de auto-avaliação e em que se reformula o processo de
avaliação dos professores, o modelo em causa surge como um quadro
conceptual de referência, pela coerência interna, além de que o timing é o
mais adequado, facilitando a interiorização e inclusão nas “rotinas” da
escola.
No contexto actual, o modelo de auto-avaliação em causa, aponta-nos a
mudança, mostra-nos o caminho da melhoria em que o factor qualidade
passa a ter um papel primordial, nos vários domínios.
Assim, e de um modo bem definido, sabemos o que temos de fazer, o que
se espera de nós e que caminho temos de percorrer para melhorar as nossas
práticas. A auto-avaliação está inerente à escola e à prática de cada
indivíduo, tal como diz Sarah McNicol, “é fundamental proceder à auto-
avaliação, porque é uma característica intrínseca das escolas e da nossa
prática profissional, um componente essencial ao seu desenvolvimento”.

- Organização estrutural e funcional. Adequação e


constrangimentos.

A organização estrutural do modelo integra as diferentes funções que são


atribuídas a uma Biblioteca Escolar e organiza-se em quatro domínios:

 O domínio A compreende dois subdomínios: A.1. a articulação da


BE com as estruturas pedagógicas e A. 2. Desenvolvimento da
literacia da informação.
 O domínio B refere-se à Leitura e literacias.
 O domínio C. aos projectos e parcerias e compreende os
subdomínios: C 1. Apoio a actividades livres, de natureza extra ‐
curricular; C2. Projectos e parcerias.
 Por último o quarto domínio, o domino D que se refere à Gestão da
biblioteca com os subdomínios: D.1.Articulação da BE com a escola;
D.2.Condições humanas e materiais para a prestação de serviços e
D.3. Gestão da colecção

Parece ser um modelo exigente mas quanto aos constrangimentos é-me


difícil fazer uma análise crítica uma vez que iniciei este ano a coordenação
da BE, no entanto acho o modelo ainda muito descritivo. Também o facto
de se tratar de um processo de auto-avaliação, numa linha de investigação-
acção dificulta a tarefa. Na adequação do modelo destaco o facto de ser
prático, com itens abertos e adaptáveis a situações concretas, em que os
indicadores qualitativos ganham tanto peso como os indicadores
quantitativos. A adequação passa também pelo facto de se alterar uma
avaliação tradicionalmente centrada na gestão bibliotecária (incoerente,
dada a especificidade do apoio ao currículo) para o impacto da Biblioteca
Escolar no campo do ensino-aprendizagem.

- Integração/ Aplicação à realidade da escola.

Em relação à integração/aplicação do modelo à realidade da escola ainda


me sinto a dar os primeiros passos. Porém, neste campo sublinho um único
aspecto que se relaciona com o recurso a uma linguagem familiar à
comunidade, de modo a assegurar uma compreensão e valorização das
evidências recolhidas.

- Competências do professor bibliotecário e estratégias implicadas na


sua aplicação.

Entre as competências do professor bibliotecário, parece-me que o maior


desafio consiste em saber aplicar o modelo à luz da auto-avaliação
proposta. Contudo, esta é uma tarefa exigente.
Eisenberg e Miller (2002) referem que o professor bibliotecário deve
pensar estrategicamente e politicamente, sabendo articular visão com
agenda, ser estratégico e comunicar continuamente. A aplicação do
modelo, de forma a ser produtiva, subentende uma atitude comprometida e
activa por parte do PB, tarefa nem sempre fácil.
Considero que uma competência a destacar é o poder de comunicação do
PB que terá de se apelar à capacidade de síntese e poder de argumentação,
em órgãos como o Conselho Pedagógico, de modo a obter a atenção e
consequente reflexão desejada. O factor liderança do coordenador da
equipa é inegável como referem Michael Eisenberg e Danielle Miller “As
librarians, it's our job to ensure that administrators, teachers, parents, and
decision makers fully comprehend that effective library programs are
critical to boosting student learning andachievement.” (This man wants to
change your job)
Em conclusão, a auto-avaliação da BE não é um fim em si mesma. É um
processo de melhoria que deve facultar informação de qualidade capaz de
apoiar uma tomada de decisão interligada à avaliação da escola. O modelo
de auto-avaliação das bibliotecas escolares apresenta-se como um modelo
teoricamente bem concebido e passível de ser gerador de mudanças
profundas na vida escolar e na vida das BE. Mas é a experiência da sua
aplicação concreta que revelará os seus pontos fortes e os seus pontos
fracos e quais as ameaças e oportunidades que encontrará no meio escolar.

09 de Novembro de 2009
Luís David – Agrupamento de Escolas e Jardins da Serra
Bibliografia disponibilizada na plataforma.

Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”,
School Library Journal. 9/1/2002
<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [13/10/2009].

Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and


evidence-based practice”. 68th IFLA Council and General Conference August.
<http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf> [13/10/2009].

Todd, Ross (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”. School
Library Journal. 4/1/2008. <
http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html> [13/10/2009].

Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação

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