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Tópico 8.

Aula Prática:
Pêndulo Simples

1. INTRODUÇÃO

Um pêndulo é um sistema composto por uma massa acoplada a um


pivô que permite sua movimentação livremente. A massa fica sujeita à
força restauradora causada pela gravidade. Existem inúmeros pêndulos
estudados por físicos, já que estes o descrevem como um objeto de fácil
previsão de movimentos e que possibilitou inúmeros avanços tecnológicos,
alguns deles são os pêndulos físicos, de torção, cônicos, de Foucalt, duplos,
espirais, de Karter e invertidos. Mas o modelo mais simples, e que tem
maior utilização é o Pêndulo Simples.

2. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA

O objetivo deste experimento é obter a aceleração da gravidade


fazendo-se uso de um pêndulo simples. Será visto que, basta realizar
apenas as medidas do tempo de oscilação deste pêndulo para o cálculo da
aceleração da gravidade. A seguir é apresentada a teoria correlata ao
experimento do pêndulo simples.

3. TEORIA

Qualquer movimento que se repete em intervalos de tempo iguais


constitui um movimento periódico. Como veremos, o movimento periódico
de uma partícula pode sempre ser expresso em função de senos e cossenos,
motivo pelo qual ele é também denominado movimento harmônico. Se a
partícula em movimento periódico se move para diante e para trás na
mesma trajetória, seu movimento é chamado oscilatório ou vibratório. A
forma mais simples de oscilação, o movimento harmônico simples (MHS),
é o movimento que ocorre quando numa trajetória retilínea, uma partícula
oscila periodicamente em torno de uma posição de equilíbrio sob a ação de
uma força restauradora, sempre orientada para a posição de equilíbrio e de
intensidade proporcional à distância da partícula à posição de equilíbrio.
Exemplos comuns deste tipo de movimento são o de um corpo preso a uma
mola ou o de um pêndulo simples (quando os deslocamentos em relação ao
ponto de equilíbrio são pequenos), como mostram as Figuras 1 e 2.
Figura 1 - A esfera suspensa à mola efetua um MHS (desprezando-se a
ação do ar). São mostradas as 3 fases do movimento: em (a), (c) e (e) as
máximas elongações, e em (b) e (d) o ponto de equilíbrio.

Um exemplo de MHS é a oscilação de um corpo preso a uma mola


quando o atrito no sistema é desprezível (Figura 1). Num MHS, a abscissa
x que determina a posição do corpo oscilante, medida a partir do ponto de
equilíbrio, denomina-se elongação. O valor máximo da elongação recebe o
nome de amplitude (A).

O MHS é um movimento periódico. Sendo f a frequência e T o


período, temos:
1 2𝜋
𝑓= 𝑒 𝜔 = 2𝜋𝑓 = (1)
𝑇 𝑇
onde a grandeza 𝜔 denomina-se pulsação. A aceleração no MHS é dada
por:

𝑎 = −𝜔2 . 𝑥 (2)

Logo, substituindo a eq. (1) em (2) tem-se:


2
2𝜋
𝑎=− .𝑥 (3)
𝑇

3.2. PÊNDULO SIMPLES

O pêndulo simples é um corpo ideal que consiste de uma massa (m)


puntiforme suspensa por um fio leve e inextensível de comprimento L.
Quando afastado de sua posição de equilíbrio ( = 0o, na Figura 2) e
largado, o pêndulo oscilará em um plano vertical sob a ação da gravidade.
O movimento é periódico e oscilatório. O tempo necessário para uma
oscilação completa é chamado período (T).

Figura 2 – Análise das forças que atuam num pêndulo simples. Quando o
ângulo  que o fio do pêndulo faz com a vertical não é muito grande, o
movimento do pêndulo é harmônico simples.
Como mostra a Figura 2, as forças que atuam no pêndulo são seu
peso (𝑃 = 𝑚. 𝑔) e a tração no fio (𝑇). Considerando um sistema de
referência onde um dos eixos seja tangente a trajetória circular percorrida
pela massa m, e o outro tenha a direção do fio, ou seja, do raio do círculo,
veremos que a resultante das forças radiais origina a força centrípeta
necessária para manter m na trajetória circular. A componente tangencial
do peso, igual a m.g.sen constitui a força restauradora que atua em m e
que faz o corpo tender a voltar à posição de equilíbrio. Logo a força
restauradora será:

𝐹 = −𝑚. 𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃 (4)

Note que esta força não é proporcional ao deslocamento angular , e sim a


sen; o movimento resultante, portanto, não será harmônico simples. No
entanto, se o ângulo  for muito pequeno (até  15o) sen será
aproximadamente igual a  (medido em radianos), por exemplo:

 = 0o = 0,0000 radiano, logo sen = 0,0000

 = 2o = 0,0349 radiano, logo sen = 0,0349

 = 5o = 0,0873 radiano, logo sen = 0,0873

 = 10o = 0,1745 radiano, logo sen = 0,1736

 = 15o = 0,2618 radiano, logo sen = 0,2588

O deslocamento ao longo do arco é x = L., e para pequenos ângulos,


o movimento será praticamente retilíneo. Portanto, supondo
sen   = x/L, podemos escrever da equação (4) que:
𝑥
𝑚. 𝑎 = − 𝑚. 𝑔. (5)
𝐿
ou
𝑔
𝑎=− .𝑥 (6)
𝐿

ou seja, a aceleração é proporcional ao deslocamento. Comparando a


equação (6) com a equação (3) podemos escrever:
2
2𝜋 𝑔 𝐿
= → 𝑇 = 2𝜋 (7)
𝑇 𝐿 𝑔

Logo, observa-se que o período do pêndulo simples independe de sua


massa e a aceleração da gravidade pode ser obtida da seguinte relação:

𝐿
𝑔 = 4𝜋 2 (8)
𝑇2

4. PARTE EXPERIMENTAL

4.1. MATERIAIS UTILIZADOS

Para a realização deste experimento, serão utilizados os seguintes


materiais:
1. Uma esfera de plástico ou metálica;
2. Uma haste com um barbante de comprimento a ser determinado, ligando
a haste até a esfera;
3. Um transferidor, para realizar a medida do ângulo durante o tempo de
oscilação do pêndulo;
4. Uma trena para medida do comprimento do barbante;
5. Um cronômetro, para medidas do tempo de oscilação do pêndulo.

4.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

 Medições

1. Ajuste o comprimento L1 do pêndulo para 40 cm (Lembre-se de que o


comprimento do pêndulo deve ser medido desde o início do fio até o centro
da bolinha. Posicione o pêndulo para um ângulo  (valor menor que 15º) e
solte-o. Meça o tempo, t, que o pêndulo leva para oscilar 10 vezes e anote-o
na Tabela 1. Faça isso três vezes.

2. Repita o procedimento para L2 = 60 cm e L3 = 80 cm. Faça três vezes


cada medida e anote na Tabela 1.
Tabela 1 - Medidas do período T com variação do comprimento L.
Comprimento Número Número
do pêndulo da de Tempo 𝑡 (s) 𝑇 (s) 𝜎𝑇 (s) 𝑇2 (s2)
L (m) medida oscilações t (s)
80 1
40 2 10
3
1
60 2 10
3
1
80 2 10
3

 Cálculos e gráficos

Parte 1:

1. Calcule a média, 𝑡 , e para cada comprimento do pêndulo.

2. Termine de completar a Tabela 1 calculando os valores de 𝑇 = 𝑡 /10, do


desvio padrão da média do período, 𝜎𝑇 , e de 𝑇2.

3. Utilizando a equação (8), calcule a aceleração da gravidade local média,


𝑔, em metros por segundo ao quadrado (m/s2) para cada comprimento do
pêndulo. Determine o desvio padrão propagado do g experimental.
Expresse o resultado final como g = (𝑔 ± 𝜎𝑔 ) m/s2. O comprimento do
pêndulo influencia no valor da aceleração da gravidade?

4. Compare a medida da aceleração gravitacional obtida experimentalmente


em sala de aula (aceleração determinada pela equação do período
utilizando os dados experimentais) com o valor existente na literatura
científica e determine o “desvio percentual”.

5. Discuta os desvios encontrados entre os valores de g (valor obtido em


sala de aula com o da literatura).

Parte 2:

1. Construa um gráfico de T2 em função de L e determine o valor de g,


através do coeficiente angular do mesmo.
Observação: Como foi visto anteriormente, da equação (8) tem-se:

2
4𝜋 2
𝑇 = .𝐿
𝑔

que se pode identificar com uma equação da reta (y = a.x + b), onde

y = T2 (ordenadas - eixo vertical)


b = 0 (coeficiente linear da reta)
a = 42/g (coeficiente angular da reta)
x = L (elongação - abscissas, eixo horizontal)

Assim, obtendo o coeficiente angular da reta, graficamente, como

∆𝑇 2
𝑎=
∆𝐿
e sabendo-se que

4𝜋 2
𝑎=
𝑔

então, encontrado o valor de a pode-se encontrar g.

 Questões

1. O que aconteceria com o período de um pêndulo simples se o mesmo


fosse levado à Lua e lá colocado a oscilar?

2. Por que ao cronometrar-se o período tomou-se o tempo de 10 oscilações?

 Responda as questões destacadas em vermelho ao


longo do roteiro experimental no tópico “conclusão”
do relatório.

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