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BIBLIOTECA ESCOLAR

“A ligação entre a biblioteca escolar, a


escola e o sucesso educativo é hoje um
facto assumido por Organizações e
Associações Internacionais que a definem
como “the heart” ou “the hub” da escola
e por um conjunto de estudos a nível
internacional que atestam a sua ligação à
aprendizagem e ao sucesso educativo dos
alunos.”
Katherine Mansfield
Etelvina Bronze
BIBLIOTECA ESCOLAR
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A Biblioteca Escolar assim concebida


implica uma série de mudanças que terão
que ocorrer gradualmente, ao nível da
cooperação e do trabalho colaborativo.

Esta colaboração e cooperação inclui a


participação na própria avaliação da
Biblioteca Escolar.
“Avaliar para quê? Para melhorar resultados!”
Ross Todd
Etelvina Bronze
BIBLIOTECA ESCOLAR
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Hoje em dia, as Bibliotecas Escolares avaliam-se


não só em termos da colecção, quantidade de
recursos humanos e materiais, ou número de
visitas e empréstimos domiciliários, mas em
termos de impacto qualitativo da biblioteca.
Interessam os resultados das acções da biblioteca
nas atitudes e competências dos utilizadores.

Etelvina Bronze
BIBLIOTECA ESCOLAR
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A biblioteca escolar deve ser usada como espaço


formativo e de aprendizagem, relacionado com o processo
ensino/aprendizagem e a promoção das diferentes
literacias. O professor bibliotecário deverá trabalhar
colaborativamente com todos os membros da comunidade
educativa:
“The school librarian Works collaboratively with members of the
learning community to define policies and guide and direct all
related library activities”
Michael Eisenberg
Etelvina Bronze
PROFESSOR
BIBLIOTECÁRIO
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Liderança

Maturidade

Etelvina Bronze
DESAFIOS DA BE
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Saber gerir a mudança é um dos maiores desafios para o


professor Bibliotecário em particular e para a Biblioteca Escolar
em geral. Todavia existem outros desafios:

Mostrar à comunidade educativa o valor da BE e qual o seu


verdadeiro papel no processo de ensino/aprendizagem;

Desenvolver uma cultura de avaliação, saber elaborar, aplicar e


recolher evidências no sentido de avaliar os pontos fortes e fracos.
Tentar manter e melhorar as boas práticas e alterar o que está menos
ajustado.

Neste sentido era urgente implementar um Modelo de Auto-


avaliação que se apresentasse como uma mais valia para ajudar
na concretização destes grandes desafios.
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O PAPEL E MAIS VALIAS DA
AUTO-AVALIAÇÃO DA BE
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Determinar o grau
de consecução da
Aferir a qualidade sua missão e Contribuir para a
e eficácia dos objectivos afirmação e
serviços e a
reconhecimento
satisfação dos
utilizadores
do seu papel

Conhecer o
Identificar pontos desempenho
fortes e pontos para se poder
Ajustar continuamente
fracos a melhorar perspectivar o
as práticas com vista à
melhoria dos futuro
Etelvina Bronze resultados
O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO
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O Programa Rede de Bibliotecas Escolares


desenvolveu um Modelo de Avaliação para as
bibliotecas escolares.

http://www.rbe.min-edu.pt

Etelvina Bronze
O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO
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CONCEITOS IMPLICADOS
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1. Valor – Experiência e benefícios da Auto-avaliação;


2. Evidence based-practice – desenvolvimento de práticas diárias
sistemáticas de recolha de evidências e de informação chave;
3. Oportunidade – Desenvolver uma cultura de avaliação (gerir as
evidências recolhidas no sentido de comunicar o valor da BE e corrigir os
gaps identificados);
4. Qualidade e eficácia – deve medir o impacto qualitativo, os benefícios
que os utilizadores retiram do seu contacto e do uso dos serviços;
5. Exequibilidade e flexibilidade - Adequada à realidade de cada
escola e de cada BE;
6. Estratégia da informação - Para utilizar junto dos Órgãos da Escola,
RBE, Ministério da educação;
7. Mudança - Promover a reflexão orientada para a mudança e o
envolvimento colectivo.
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O PROCESSO E O NECESSÁRIO
ENVOLVIMENTO DA ESCOLA
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A auto-avaliação da BE deverá incidir sobre quatro domínios que


regem a sua acção:
A – APOIO AO DESENVOLVIMENTO CURRICULAR:
A.1. Articulação curricular da BE com as estruturas pedagógicas e os docentes
A.2. Desenvolvimento da literacia da informação

B – LEITURA E LITERACIAS

C –PROJECTOS, PARCERIAS E ACTIVIDADES LIVRES E DE ABERTURA À


COMUNIDADE:
C.1. Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
C.2. Projectos e parcerias

D – GESTÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR


D.1. Articulação da BE com a Escola/Agrupamento. Acesso e serviços prestados pela BE
D.2. Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços
D.3. Gestão da colecção/da informação
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O PROCESSO E O NECESSÁRIO
ENVOLVIMENTO DA ESCOLA
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Para cada Domínios/Subdomínios são apresentados:

Aponta
Aponta
exemplos Aponta
Remetem exemplos de
possíveis de sugestões de
para áreas situações
instrumentos acções a
de concretas que
de recolha de implementar
intervenção operacionalizam
evidências para melhorar
em cada cada um dos
para cada um o desempenho
domínio. indicadores
dos da BE.
apresentados.
indicadores.

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O PROCESSO E O NECESSÁRIO
ENVOLVIMENTO DA ESCOLA
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Níveis de Desempenho
Nível Descrição
A BE é bastante forte neste domínio. O trabalho
4 desenvolvido é de grande qualidade e com um impacto
Excelente bastante positivo
A BE desenvolve um trabalho de qualidade neste domínio
3 mas ainda é possível melhorar alguns aspectos.
Bom
A BE começou a desenvolver trabalho neste domínio,
2 sendo necessário melhorar o desempenho para que o seu
Satisfatório impacto seja mais efectivo.

A BE desenvolve pouco ou nenhum trabalho neste domínio,


1 o seu impacto é bastante reduzido, sendo necessário
Fraco intervir com urgência.
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O PROCESSO E O NECESSÁRIO
ENVOLVIMENTO DA ESCOLA
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Etapas da Implementação do Modelo - o modelo será aplicado


ao longo de quatro anos de forma a que todos os domínios sejam avaliados.
1ª Fase
Informar/sensibilizar a comunidade educativa acerca dos
objectivos e sentido da avaliação;
Escolher um dos domínios sobre o qual irá incidir a
avaliação (Selecção definida com o coordenador, equipa e direcção);
Adequar o modelo à realidade da escola;
Seleccionar a amostra;
Calendarizar o processo;
Recolher evidências.
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O PROCESSO E O NECESSÁRIO
ENVOLVIMENTO DA ESCOLA
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2ª Fase
Interpretar os dados recolhidos;
Definir os perfis de desempenho;
Elaborar o relatório, identificando pontos fracos e fortes;
Definir um Plano de Melhoria;
Apresentar o relatório à Direcção, ao Conselho
Pedagógico e à RBE (o relatório da BE deve ser parte integrante do
relatório anual de actividades e originar uma reflexão a incorporar no
relatório de avaliação, servirá ainda para guiar o coordenador na entrevista
a realizar pela Inspecção-Geral de Educação);

Comunicar os resultados à comunidade educativa.


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O PROCESSO E O NECESSÁRIO
ENVOLVIMENTO DA ESCOLA
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Importância da Recolha de evidências


A recolha de evidências é essencial porque permite que
a BE aprenda e cresça;

Evidence-informed ou evidence-based policy é uma


prática cada vez mais comum, de forma a validar o que
funciona e a identificar possíveis áreas de
constrangimento;

A auto-avaliação, através da recolha de evidências,


ajudará a BE a identificar o caminho que deve seguir com
vista à melhoria do seu desempenho.
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O PROCESSO E O NECESSÁRIO
ENVOLVIMENTO DA ESCOLA
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Instrumentos de Recolha de Evidências


Projecto Educativo;
Plano Anual de Actividade;
Plano Curricular de Escola;
Regulamentos/Regimentos;
Registos diversos (actas de reuniões, relatos de actividades, etc.);
Materiais produzidos pela BE ou em colaboração (planos de trabalho,
planificações para sessões na BE, documentos de apoio ao trabalho na BE, material de
promoção, etc.);
Estatísticas produzidas pelo sistema da BE (requisições, empréstimos, reservas,
frequência etc.);
Trabalhos realizados pelos alunos (no âmbito de actividades da BE, em
trabalho colaborativo, etc.);
Instrumentos especificamente construídos para recolher informação no
âmbito da avaliação da BE (grelhas de observação, questionários, entrevistas,
etc.).
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INTERVENIENTES NO
PROCESSO
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• Desenvolvimento do processo;
• Mobilização de toda a comunidade escolar;
• Promoção de uma cultura de avaliação.

• Reuniões de trabalho para um maior envolvimento


no processo.

• Reuniões de reflexão e diálogo sobre a avaliação e


definição do contributo de cada um.
• Cooperação na aplicação dos instrumentos de recolha
de dados: Questionários e Grelhas de observação.

• Participar e colaborar em diversas acções;


• Questionários, grelhas de observação;
• Sugestões / Reclamações.
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INTERVENIENTES NO
PROCESSO
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Parcerias • Participar e colaborar em diversas acções;


Externas • Reuniões de trabalho;

• Discussão do processo;
Conselho • Dar sugestões de melhoria;
Pedagógico • Análise e aprovação do relatório final;

• Acompanhar todo o processo;


Direcção • Ser líder coadjuvante no processo e aglutinar
vontades e acções;
• Entrevista/ Questionário.
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IMPACTOS PRETENDIDOS
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Para a Biblioteca Escolar:


 redefinição de práticas – adaptação à mudança;
 validação dos factores críticos de sucesso;
 maior integração do programa da BE nos planos estratégicos e
operacionais da ESE.

Para o trabalho dos professores:


 visão partilhada da BE;
 validação da importância da integração das práticas da BE nas
estratégias de ensino-aprendizagem;
 validação do professor bibliotecário como parceiro no
percurso formativo e curricular dos alunos.

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IMPACTOS PRETENDIDOS
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Para as aprendizagens dos alunos:


validação/ consolidação de actividades que acrescentam valor às suas
aprendizagens;
as acções de melhoria se reflictam nos resultados escolares.

Para a Escola:
 melhoria da articulação com os departamentos no desenvolvimento de
actividades de ensino e aprendizagem;
 melhoria da rentabilização dos recursos da BE;
 melhoria do processo de ensino/aprendizagem;
 consciencialização da comunidade da importância da BE nos resultados
das aprendizagens.

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CONSTRANGIMENTOS AO
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PROCESSO
Política de exigências em constante mudança nas escolas;

Risco de se confundir a auto-avaliação da BE com a


avaliação do coordenador e da sua equipa;

Dificuldades na gestão do tempo;

Falta de sistematização e de experiência na recolha de


evidências;

 Trabalho burocrático;

Falta de cooperação das estruturas educativas da escola.

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PARTICULARIDADES DO
MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO
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 Como o modelo é flexível, a acção deve adaptar-se ao


contexto e à Biblioteca Escolar;

 Subjacente à elaboração do Plano de Melhoria, em


função das evidências e informações recolhidas, deve
estar o ambiente interno e externo da BE:
- oportunidades e constrangimentos;
- prioridades da escola;
- adequação aos objectivos;
- estratégias de ensino-aprendizagem.

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A RELAÇÃO COM O PROCESSO
DE PLANEAMENTO
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Em suma, para desenvolver devidamente o processo de


auto-avaliação é preciso:
Articular as prioridades e a missão da BE com a escola;
Gerir as evidências recolhidas;
Ter atitude e capacidade de intervenção face aos problemas
identificados;
Articular, colaborar e comunicar permanentemente com os vários
intervenientes;
Valorizar cada um como elemento indispensável para o nível mais
elevado do desempenho de todos.

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A integração dos resultados na
auto-avaliação da escola
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 O relatório da avaliação da BE deve ser apresentado,


discutido e aprovado em Conselho Pedagógico;

 O Plano de Melhoria a ser delineado deve ter também


aprovação do Conselho Pedagógico;

 O Relatório deve ser divulgado a toda a comunidade


escolar através dos coordenadores de departamento;

 Do relatório da avaliação da BE deve ser efectuada uma


síntese que venha a integrar o relatório do PAA;

 A Inspecção ao proceder à avaliação da escola irá avaliar o


impacto da BE, mencionando-a no relatório final.
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CONCLUSÃO
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A biblioteca não é “a biblioteca


na escola, mas toda a escola é
uma biblioteca”
Ross Todd

Etelvina Bronze
BIBLIOGRAFIA
28

Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your
Job”, School Library Journal. [Em linha]. [Consult. 17/11/2009]. Disponível em
URL: http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html

Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares - Modelo de Auto-Avaliação das


Bibliotecas Escolares [Em linha]. [Consult. 16/112009]. Disponível em URL:
http://www.rbe.min-edu.pt/np4/31.htm

Johnson, Doug (2005) “Getting the Most from Your School Library Media
Program”, Principal. Jan/Feb 2005 [Em linha]. [Consult. 18/11/2009]. Disponível
em URL http://www.doug-johnson.com/dougwri/getting-the-most-from-your-
school-library-media-program-1.html

McNicol, Sarah (2004) Incorporating library provision in school self-


evaluation. Educational Review, 56 (3), 287-296. (Disponível na plataforma)

Etelvina Bronze
BIBLIOGRAFIA
29

Texto da sessão

Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and


evidence-based practice”. 68th IFLA Council and General Conference August.
[Em linha]. [Consult. 16/11/2009]. Disponível em URL:
http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf

Todd, Ross (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”.


School Library Journal. [Em linha]. [Consult. 16/11/2009]. Disponível em URL:
http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html

, Elspeth (2002) “How good is your school library resource centre? An


introduction to performance measurement”. 68th IFLA Council and General
Conference August. [Em linha]. [Consult. 18/11/2009]. Disponível em URL
http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/028-097e.pdf
Etelvina Bronze
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Etelvina Bronze

Professora Bibliotecária

Escola Secundária de Estarreja

Trabalho realizado no âmbito da Acção


de Formação Práticas e Modelos de
Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares

2009

Etelvina Bronze

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