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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA

MÓDULO III

DIREITO INTERNACIONAL

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DIREITO INTERNACIONAL

1. SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL

Os sujeitos do Direito Internacional são os Estados – sujeitos primários –


e os organismos internacionais – sujeitos secundários, porque criados pelos
Estados.

Outros sujeitos aparecem: Santa Sé, ONGs, o próprio homem (mais


como beneficiário das normas internacionais protetivas) e as próprias
sociedades transnacionais (multinacionais, em relação às quais se buscam
normas internacionais fiscalizadoras de suas atividades), por vezes, superiores
aos próprios Estados, quando estes são subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento.

O desenvolvimento desse ponto se fará com as demais matérias dos


módulos do presente curso.

O primeiro sujeito considerado, o Estado, merece de imediato, no


entanto, melhor configuração.

2. REQUISITOS

O Estado, para ser considerado como tal, deve obedecer a três requisitos:
possuir um território, ter um povo e ter um governo. Alguns doutrinadores
acrescentaram como quarta característica a possibilidade de relacionar-se:

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Território
Povo
Estado Poder (Governo)
Capacidade de relacionar-se com os demais sujeitos
internacionais

3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESTADOS

Os Estados são classificados, quanto a sua estrutura, em simples e


compostos.

3.1. Estados Simples

São aqueles que apresentam um poder único e centralizado.

São exemplos os Estados Unitários, que têm um único poder: Executivo,


Legislativo e Judiciário, embora possam descentralizar cada uma dessas
funções, administrativamente. É o caso da França.

3.2. Estados Compostos

Os compostos têm vários poderes em um território considerado. Há a


descentralização política – ainda que possa haver, também, a administrativa.
Há várias fontes ou mais do que uma fonte de decisão política. É o caso do
Brasil: União, Estados-Membros, Municípios. Têm estrutura complexa e
dividem-se em compostos por coordenação e compostos por subordinação.

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3.2.1. Compostos por coordenação

São aqueles em que, entre um e outro poder, a subordinação é mínima:


Estado Federal, Confederação de Estados, Uniões de Estados e a
Commonwealth.

a) Estado Federal

É formado pela união de vários Estados, que perdem a soberania em


favor da União Federal. A personalidade internacional é da União, possuindo
esta o direito de convenção – fazer tratados – e o direito de legação – receber e
enviar diplomatas. Exemplo de Estados Federais: Brasil, EUA e Suíça.

b) Confederação de Estados

É um agrupamento de Estados com a finalidade de assegurar a defesa


comum. O órgão central da Confederação é a “dieta” e suas deliberações são
tomadas por unanimidade ou maioria qualificada. A “dieta” é uma conferência
de agentes diplomáticos. Uma de suas características é o direito de secessão
dos Estados que a formam.

A Confederação não é propriamente um Estado. Os Estados que a


compõem conservam a soberania e a personalidade, com direito de legação e
convenção. Tais direitos, muitas vezes, são atribuídos à própria Confederação.
Não existe exemplo atual de Confederação. No passado, tivemos a
Confederação dos EUA (1777-1787) e a Helvética (1815-1848).

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c) Uniões de Estados

As uniões de Estados podem ser: união pessoal e união real. A união


pessoal resulta de um acaso nas leis de sucessão. O monarca de um Estado
torna-se soberano de outro em virtude de um fato acidental. Um exemplo
ocorreu na época de Carlos I da Espanha, coroado imperador da Alemanha
(1519-1566). Paul Reuter, doutrinador, entende que um exemplo atual seria o
Papa, como chefe da Santa Sé e, ao mesmo tempo, Soberano do Estado do
Vaticano.

Na união real, a identidade do chefe de Estado é desejada e não resulta


de um fato acidental, mas sim de um ato jurídico interno ou internacional.
Alguns exemplos existem de união real na história: Suécia-Noruega (1815-
1905), Áustria-Hungria (1867-1918) e Brasil-Portugal (1815).

d) Commonwealth

É uma formação sui generis, que abrange os domínios, colônias


autônomas, colônias da Coroa e territórios sob tutela. Não possui
personalidade internacional e o símbolo dessa união é a Coroa Britânica.

A Commonwealth possui uma Conferência de Primeiros Ministros, que


se reúne em Londres sem prazo marcado e com objetivo consultivo.

3.2.2. Compostos por subordinação

São aqueles que se subordinam ao outro, de modo a influir na soberania:


Estados vassalos, Protetorado, Estado-cliente, Estado-satélite, Estado-exíguo.

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a) Estados Vassalos

São Estados que se encontram em situação intermediária entre a


completa subordinação e a independência.

Tais Estados têm obrigações para com os Estados mais fortes, chamados
“suseranos”, a saber: auxílio militar e respeito aos tratados concluídos pelos
suseranos.

Em geral não atuam na vida internacional, embora em alguns casos


possam fazê-lo dentro dos limites impostos pelos suseranos.

A Romênia, entre 1856 e 1878, bem como a Bulgária, entre 1878 e 1908,
são exemplos de Estados vassalos que existiram na época do Império
Otomano.

b) Protetorado

É um Estado que se caracteriza pela subordinação a outro Estado,


havendo a obrigação de o Estado mais forte, chamado de Estado “protetor”,
dar sua proteção ao mais frágil, chamado Estado “protegido”.

É um regime estabelecido por intermédio de tratado, que determina a


competência dos Estados envolvidos.

É certo que o protegido conserva alguma autonomia, uma vez que os


tratados assinados pelo protetor não se aplicam necessariamente ao protegido.

O protegido possui personalidade internacional, cujos limites estão


definidos no tratado.

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Não se encontram mais Estados protegidos. Alguns exemplos históricos,


no entanto, podem ser dados, como o Sultanato de Brunei, protegido da
Inglaterra, entre 1888 a 1983 ou a Tunísia, protegida pela França em 1881.

c) Estados Clientes

Caracterizam-se pelo fato de permitirem que alguma parte de sua


administração seja feita por outro Estado, como por exemplo, a alfândega ou o
exercito. Isso aconteceu na América Central quando foram entregues essas
parcelas do serviço público ao Estados Unidos.

Esse tipo de Estado conserva a sua personalidade internacional, mas não


possui total liberdade para adotar planos para a política externa.

Um dos últimos exemplos de Estado Cliente foi do Haiti, que por meio
de tratado (1915) entregou suas finanças e alfândega aos Estados Unidos.

d) Estados-Satélites

Celso de Albuquerque Mello afirma que tais Estados encontram-se em


situação semelhante à dos Estados clientes, com a diferença de que estão
subordinados politicamente à URSS.

É o exemplo, antes do desmembramento da União Soviética, da Polônia,


da Romênia, da Bulgária, da Hungria etc. A política externa de tais Estados era
controlada pela URSS.

Todavia, sempre os Estados satélites mantiveram a personalidade


internacional, embora com forte restrições.

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e) Exíguos

São os Estados considerados pequenos e que por tal característica sofrem


muitas restrições em suas atuações internacionais.

Possuem pequeno território e pequena população. É o caso do Principado


de Mônaco, da República de San Marino, entre outros .

Possuem direito de convenção e de legação (enviar e receber


diplomatas), bem como de ser parte nos tribunais internacionais. Entretanto,
não participam das organizações internacionais de aspecto predominantemente
político, como a ONU, mas podem participar dos organismos técnicos, a
exemplo da UNESCO.

O Estado vizinho exerce alguma competência sobre os Estados exíguos,


como se verifica com a França em relação ao Principado de Mônaco, a Suíça e
a Áustria sobre Liechtenstein e a Itália sobre San Marino.

São também conhecidos como microestados.

Federal
Confederação
Por coordenação
Uniões
Commonwealth
Compostos Vassalos
Estados
Protetorados
Por subordinação Clientes
Satélites
Exíguos
Simples

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