Professional Documents
Culture Documents
das
Bibliotecas Escolares
PLANO DE AVALIAÇÃO
A. PLANIFICAÇÃO DA AVALIAÇÃO
1. Este primeiro ponto é fundamental para que haja uma verdadeira interacção de todos
os membros que fazem parte da comunidade escolar e que deve passar por várias
etapas, o que implica, desde logo, que o modelo tenha início em simultâneo com o ano
escolar. De outro modo, corre-se o risco de, após a recolha das opiniões dos vários
órgãos afectos à escola, e da respectiva análise, se perca um tempo precioso para pôr
em prática o domínio que, nesse ano, irá ser alvo de uma mais específica e cuidadosa.
Penso que o percurso a seguir e de acordo com as “Orientações para aplicação do
processo” de auto-avaliação seguirá as seguintes etapas:
1.1. O/A professor/a bibliotecário/a reúne com a sua equipa, a fim de decidir qual o
domínio a avaliar. (no trabalho desta sessão seria o domínio C (Projectos, parce-
rias e actividades livres e de abertura à comunidade), sendo os indicadores
C.1.2 e C.1.3 o alvo de avaliação. Esta área é considerada de grande importância
visto pretender-se, aqui, cativar os alunos e levá-los, mais frequentemente, à biblio-
teca, já não vista por alunos e docentes, como um espaço de trabalho: para pes-
quisar na internet ou em livros aí existentes, trabalharem individualmente ou em
grupo, ou para os trabalhos da Área de Projecto. É necessário levá-los à biblioteca
para participarem em actividades de lazer, enriquecedoras a nível cultural e de
sociabilização.)
1.2. De seguida, a professora bibliotecária reúne com o Director, que levará a informa-
ção para ser discutida em Conselho Pedagógico (é importante referir o facto de
que nem todos os professores bibliotecários fazem parte do referido Conselho –
como é o meu caso. Aí estão presentes os Coordenadores dos Departamentos
Curriculares; o Presidente do Conselho de Directores de Turma; a Coordenadora
do Centro de Novas Oportunidades; o Presidente do Conselho de Directores dos
Cursos Profissionais ou Tecnológicos; o Presidente do Conselho de Ensino Recor-
rente e Educação e Formação de Adultos; o Coordenador do Sistema de Avaliação
Interna e Formação Contínua e Inicial; o Representante da Associação de Pais; o
Representante dos Alunos e o Representante do Pessoal Não Docente. Estão,
assim, reunidos todos os representantes da comunidade escolar a quem será soli-
1.4. Estando o domínio seleccionado, tendo já uma recolha das opiniões dos utentes
da biblioteca é importante contactar os docentes que poderão colaborar na realiza-
ção de actividades orientadas para áreas mais específicas, motivando os alunos
para a sua colaboração activa, promovendo reuniões onde todos possam opinar e
chegar a um projecto onde a motivação já se conseguiu, pois quando os alunos
sentem que as suas opiniões são relevantes e o seu tempo livre vai ser ocupado
com actividades lúdicas que os enriquecem e ajudam os outros, o sucesso está
garantido. A organização dos trabalhos, a recolha de informação e respectiva
selecção, a divulgação da(s) actividade(s) e até mesmo o pedido de colaboração
de outros elementos (alunos, professores, funcionários, entidades externas à esco-
la…) é garantida pelo grupo de alunos incumbido da actividade, que tem cons-
ciência da responsabilidade que lhe foi atribuída e fará tudo para obter sucesso (é
evidente que todos estes trabalhos devem ser supervisionados pelos docentes).
De acordo com a actividade a equipa da biblioteca deverá proceder a uma análise
da mesma de forma a concluir da pertinência (ou não) da aplicação de questioná-
rios que permita servir de amostra. Esta deverá ter em conta o número de docen-
tes e alunos a inquirir, tendo de, no caso dos alunos, integrar vários anos de esco-
laridade, diferentes cursos, nacionalidades diversas, rapazes e raparigas e alunos
com necessidades educativas especiais. No que concerne os professores é fun-
damental que sejam inquiridos os recém-chegados à escola e os que já fazem par-
te do quadro.
Um exemplo que fundamenta o atrás referido foi o que aconteceu com a
actividade proposta pelo Movimento Pobreza Zero, cujo slogan foi, este ano,
“Levanta-te e actua! 2009”. Eu propus a participação nesta actividade ao grupo de
jovens que colabora com a biblioteca e a resposta foi positiva e unânime. Foi,
então, o grupo que organizou a actividade, tendo a equipa da biblioteca dado a
ajuda necessária. A actividade realizou-se no Pavilhão Francisco de Holanda e
estiveram presentes 920 pessoas (professores e alunos). Procedeu-se, depois, ao
envio da contagem para o site mentor da actividade, que posteriormente nos infor-
mou que Portugal tinha atingido, este ano, o maior número de participantes de
sempre. Foi uma lição de cidadania, um sucesso documentado, que levou estes
jovens a pensarem já, numa outra forma de promover esta actividade (que não
deixou de ser planificada e, no final, avaliada – não recorrendo, porém, a nenhum
tipo de questionário escrito). O indicador aqui aplicado foi o C.1.2.
dos contactos efectuados, para que seja possível proceder a uma análise de resul-
tados, de forma a tirar conclusões quanto às actividades a manter, o que precisa
de ser melhorado/alterado. A recolha de evidências tem-se baseado nas fotos e
nos textos que as acompanham a nível de relatório. Sem dúvida que é importante
uma recolha mais objectiva, que nos é dada através do inquérito/questionário. Mas,
tal como diz o Modelo, tem de haver um processo que se torne simples e rotineiro,
e aplicado apenas em actividades de maior amplitude ou importância, de contrário,
cair-se-á numa burocratização das actividades que pode pôr em risco a sua conti-
nuidade.
1.8. Alguns dos aspectos referidos na página 65, alínea c (que se integram no indica-
dor C.1.3.) são passíveis de concretização, mas o que diz respeito à observação
dos alunos quando realizam actividades específicas pode influenciar negativamen-
te o trabalho dos alunos e mesmo afastá-los da biblioteca, já que estes se sentirão
observados (quase, avaliados) num espaço que lhes deve proporcionar boas con-
dições de trabalho e autonomia na realização do mesmo.
O mesmo acontece na análise dos trabalhos dos alunos, com vista à verifi-
cação do desenvolvimento de certas competências. Defendo que os alunos
devem ser orientados e ajudados desde que solicitem a nossa ajuda e que
essa evolução seja verificada pelo professor da disciplina em questão, ou
parecerá que a biblioteca se quer impor às orientações do docente que, na
globalidade das situações, dá as orientações do que pretende em sala de
aula.
2.
2.1. A análise dos dados, a partir das evidências recolhidas, são alvo de um estudo que
permitirá confrontar os dados com os “factores críticos de sucesso” e com os “des-
critores de desempenho”. Pode-se, a partir daqui proceder à avaliação da BE (ou,
no caso deste trabalho, o domínio em estudo). Analisando a minha biblioteca,
facilmente se verifica que, neste momento – porque se encontra em obras – não
presta qualquer serviço aos alunos do ensino recorrente e dos cursos EFA – o que
traz consequências a nível da gestão do estudo e do tempo de ocupação livre da
biblioteca, na partilha de informação e na entreajuda entre colegas.
2.3. A observação de actividades permitirá “um contacto mais directo com situações
concretas de aprendizagem” (pág. 69) permitindo uma reflexão quanto à validade
das mesmas.
2.4. A análise da documentação produzida pela BE, desde os que servem de orienta-
ção do trabalho a realizar até aos registos de ocorrências, permitem uma reflexão e
uma tomada de atitude, importante quer para a escola quer para a BE. O registo
de actividades possibilitará uma análise que identifica os departamentos mais
envolvidos no trabalho da BE. A partir da análise dos inquéritos, dos vários registos
feitos, é possível chegar a um nível de desempenho concreto. Se partir da análise
da actividade mais recente da BE (Movimento Pobreza Zero) em que os alunos se
sensibilizaram para a problemática em causa; se empenharam na sua organiza-
ção; disponibilizaram todo o seu tempo livre na realização dos materiais; cativaram
a comunidade e conseguiram juntar 920 pessoas e, sobretudo, quando todo o seu
entusiasmo e empenho nasceu da crença na mudança de uma sociedade cheia de
carências. Quando, no final, estão já a projectar o que farão no próximo ano lecti-
vo, o nível de desempenho situar-se-á, sem dúvida, no nível três.
Já no indicador C.1.3. a avaliação dos factores críticos de sucesso torna-se quase
impossível, até pelo facto da BE estar a ser ocupada, em grande parte do seu
horário, com os trabalhos de projecto, apesar de disporem de condições favoráveis
ao trabalho individual ou em grupo. Neste momento, o nível de desempenho esta-
ria no nível 2 (visto haver um esforço muito grande para possibilitar o acesso livre e
o empréstimo domiciliário não ter sofrido alterações).
3. O relatório deverá ter como base todos os elementos já referidos, focando os pontos
fortes, já que são uma mais-valia e constituem um factor de motivação para, nos pon-
tos fracos, se apostar na sua melhoria, passando por uma eventual mudança de estra-
tégias.
Tal como é referido nas orientações para a elaboração do relatório, começar-se-á
pelo domínio escolhido para avaliar e, nos pontos seguintes, abordar-se-ão os restan-
tes domínios, procedendo a uma síntese global. No relatório deverá ser feita a referên-
cia às mudanças a implementar no plano de acção, com vista a um evolução positiva e
ao colmatar das lacunas encontradas.
C.1.3 Apoio à utiliza- - Os alunos benefi- - Horário da BE. - Organizar uma escala
ção autónoma e ciam de acesso livre e entre o pessoal docen-
voluntária da BE permanente à BE. - Observação da utili- te, não docente e ou-
como espaço de zação das BE tros recursos humanos
lazer e livre fruição - Os alunos adquirem eventualmente disponí-
hábitos de utilização (O5).
dos recursos. veis, para flexibilizar o
livre da BE, cultivando - Estatísticas de utili- horário de funciona-
um clima de liberdade, zação das BE em mento da BE, assegu-
respeito e descontrac- situação de utilização rando a abertura em
ção. livre. horário extra-lectivo.
- Os alunos dispõem - Resultados da ava- - Melhorar a zona da
de condições favorá- liação das leitura informal.
veis à utilização indi-
vidual e em pequenos colecções documen- - Incentivar o emprésti-
grupos. tais. mo domiciliário,
nomeadamente nos
- Os alunos desfrutam períodos de férias.
de uma boa colecção
na área da literatura
juvenil.