You are on page 1of 2

Comentário à análise crítica do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

feita pela colega Maria da Graça – Jacinta Cordeiro

Optei por comentar o trabalho da colega Maria da Graça, porque partilho da sua forma
de “ver” o Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares.

De facto, presentemente, encontramo-nos perante um novo paradigma de escola,


decorrente de uma sociedade do conhecimento em constante mutação e do acesso
generalizado dos jovens ao ensino, diferentes ritmos de aprendizagem e a presença da
multiculturalidade. Assim, a Biblioteca Escolar, enquanto núcleo pedagógico da escola,
deve criar as condições necessárias ao envolvimento dos jovens em acções facilitadoras
da aquisição de competências que passam pelo saber, o saber fazer e o saber ser,
tendo em vista a sua autonomia, a inclusão social, individual e de cidadania pois, como
diz Markuson, “preparar os nossos alunos no mundo de hoje, é prepará-los para o
mundo de amanhã”.

Neste contexto, impõe-se a avaliação do desempenho da Biblioteca Escolar como


instrumento pedagógico e do consequente impacto nas aprendizagens dos alunos, pelo
que se torna necessário objectivar o trabalho aí desenvolvido. Para tal, vai contribuir a
aplicação do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares o qual, para além de
permitir verificar a eficácia das práticas e medir pontos fracos e pontos fortes, numa
perspectiva formativa, vai proporcionar a valorização da BE na escola e o
reconhecimento da importância da mesma no apoio às aprendizagens do aluno.

Mas, concordando com os benefícios e constrangimentos apontados pela colega, na


sua análise, não posso deixar de ir mais longe e salientar o lado burocrático do referido
documento, na recolha e tratamento dos dados das evidências e pensar na realidade da
minha escola, que tem uma sobrelotação de mais ou menos 160%, que é uma escola
TEIP (facto que trouxe e continua a trazer muitos benefícios) e apresenta uma
diversidade de cursos ( Regulares, Profissionais, EFAS e CNO). Para além disso,
encontra-se em obras, com perspectivas de mudança de instalações da BE, em Abril.

Terei condições para aplicar o modelo de uma forma eficiente? Sinto que pesa sobre
mim uma grande responsabilidade, acrescida da reduzida carga horária dos elementos
da equipa.

1
Comentário à análise crítica do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares
feita pela colega Maria da Graça – Jacinta Cordeiro

A implementação deste Modelo constitui um desafio, para os Prof Bibliotecários, até


porque o estatuto e o papel dos mesmos tem levantado muita discussão em todo o
mundo e particularmente em Portugal, onde o seu estatuto foi agora definido, facto que
lhe confere uma responsabilidade acrescida.

Como tal, penso que o prof. Bibliotecário , para além das características definidas na
Portaria 756/2009, que são complementadas por Tilke, ( The role of the school librarian
in providing conditions for discovery and personal growth in the school library. How
will the school library fulfill this purpose in the next century?”), deve ser detentor de
um “espírito de liderança”, de uma boa capacidade de gestão, que seja “estratégico” e
aberto à mudança, pois o trabalho que lhe é pedido é exigente e plural e, se não
conseguir mobilizar a comunidade educativa e envolvendo-a, dificilmente conseguirá
atingir os objectivos que certamente traçou no seu Plano da Acção.

Mas, a qualidade do seu trabalho passa também pela promoção de uma “ cultura de
Avaliação” e, numa escola ainda algo enraizada no conceito de que a BE é mais um
centro de recursos do que um local onde se transforma a informação em conhecimento,
torna-se difícil abrir as mentalidades ao novo paradigma de escola.

Maria Jacinta M Cordeiro

You might also like