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Coleo
Franois Hartog
Evidncia da histria
O que os historiadores veem
Traduo
Teco de Souza
editorao eletrnica
Conrado Esteves
Christiane Morais de Oliveira
Reviso tcnica
Vera Chacham
Reviso
Rejane Dias
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Para M. I. F.
in memoriam
Agradecimentos
sumrio
Prefcio........................................................................
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Primeira Parte
Ver na Antiguidade
Captulo I As primeiras escolhas...................................
Memria e histria......................................................
A evidncia antes da evidncia.....................................
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Segunda Parte
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149
157
173
175
178
182
185
187
192
198
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Fontes........................................................................... 265
Referncias..................................................................... 267
Prefcio
H muito tempo para no dizer, desde a noite dos tempos , a histria no ser uma evidncia? Ela relatada, escrita, feita.A histria, aqui
e l, ontem como hoje, evidente. No entanto, dizer a evidncia
da histria no ser, por isso mesmo, suscitar uma dvida, reservar
espao para um ponto de interrogao: ser isso assim to evidente?
E depois, de qual histria se fala? Daquela que a Europa Moderna
pretendeu transformar, durante algum tempo, na medida de todas
as outras, a ponto de decretar tranquilamente que certo nmero de
sociedades no tinha histria? Sem ser necessrio avanar mais, esse
enunciado por si s instila a possibilidade de um questionamento,
convidando a voltar, por exemplo, s primeiras escolhas efetuadas
por uma coletividade humana, uma monarquia ou um Estado. O
que significa dizer que se faz a escolha da histria, que se adota e
reivindica uma histria? O que implica o fazer histria e, em primeiro lugar, de que e de quem depende tal operao?
Eis a um primeiro emprego do termo e uma primeira pista.
Existem ainda outras duas. Evidncia uma palavra que est mais
associada retrica e filosofia do que histria. Se estivermos
na Frana, vamos pensar de bom grado em Descartes e em uma
evidncia concebida como intuio, viso completa, que fornece a
certeza de um conhecimento claro e distinto (Descartes, 1953, p.
43-45). Se recuarmos ainda mais no tempo, at a Antiguidade e a
etimologia, vamos encontrar os nomes de Ccero e de Quintiliano,
alm de Aristteles. Evidncia deriva, com efeito, de evidentia,
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Prefcio
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Prefcio
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