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25º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

XII-062- Desenvolvimento de cenários para implantação de sistema de


monitoramento de frota por GPS

Glauber Nóbrega da Silva(1)


Técnico e Tecnólogo em Meio Ambiente pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do RN (CEFET/RN).
Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental pela Universidade de Leon/Espanha. Especialista em Inteligência
Estratégica pela Faculdade Gama Filho/DF. Assessor Técnico da Limpel Limpeza Urbana Ltda.

Maria José Barbosa dos Santos


Engenheira Agrimensora pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Especialista em Análise Ambiental
pela Universidade de Alagoas (UFAL). Especializanda em Engenharia de Segurança no Trabalho pela União
de Faculdades de Alagoas (UNIFAL). Assistente Técnica da Limpel Limpeza Urbana Ltda.

Marcos José da Silva


Graduando em Administração pela Faculdade de Alagoas (FAA). Gerente Comercial da Limpel Limpeza
Urbana Ltda.

Endereço(1): Rua Dr. Murilo Cardoso Santana, s/n – Tabuleiro dos Martins - Maceió - AL - CEP: 57082-080 - Brasil
- Tel: (82) 3218-3800 - e-mail: glauber@limpel.com.br

RESUMO
Para auxiliar na decisão da adoção de um sistema de monitoramento de veículos por GPS aplicou-se
umas das técnicas de produção de cenários. Como resultado apresenta-se as possíveis conseqüências de cada
decisão e quais os principais parâmetros a serem monitorados para sua efetivação.

PALAVRAS-CHAVE: Monitoramento de frota com GPS, Propecção de Cenários, coleta de resíduos, gestão
de sistemas de limpeza urbana, processo decisório.

INTRODUÇÃO
A análise de cenários é uma técnica que foi inicialmente desenvolvida pela Força Aérea Americana
nos anos 50 para ajudar a desenvolver estratégias de defesa contra possíveis ataques nucleares da agora extinta
União Soviética. A técnica foi aprimorada posteriormente pela Shell e atualmente é empregada como
ferramenta de apoio a decisão em diversos níveis hierárquicos. Atualmente há centenas de empresas que
oferecem sistemas de monitoramento de frotas por GPS mas que enfatizam o produto e não os processos
envolvidos em sua adoção. Para auxiliar na possível adoção de um sistema do tipo foram realizados exercícios
para a confecção de cenários abrangentes que descrevessem as conseqüência das decisões e como essa pode
influenciar na gestão e planejamento dos serviços de coleta urbana.

MATERIAIS E MÉTODOS
A primeira fase do método consiste na definição do evento chave ou portador de mudanças.
Profissionais de boa capacidade técnica e conhecedores do ramo de atividade devem ser consultados sob a
forma de uma equipe multi-discliplinar. Em seguida partir-se de um cenário básico e tenta supor o que
aconteceria se determinada decisão fosse tomada e quais os obstáculos a ser transpassados para se obter o
melhor resultado possível. Para que isso ocorra é necessário recorrer a métodos de análise SWOT onde
parâmetros são sintetizados e avaliados (no Brasil as matrizes também são conhecidas como do tipo FOFA,
pois recorrem a quatro classes de informações: Força, Oportunidade, Fraquezas e Adversidades). A análise
divide a conjuntura da organização em ambientes internos e externos.
Para o presente estudo foram escolhidos dois grandes cenários básicos, consistindo em:

Cenário Tradicional, onde não há implementação do sistema e o;


Cenário Tecnológico, onde adota-se o sistema de monitoramento.

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A análise de cenários não adivinha o futuro, na verdade ele obriga responsável pela decisão a pensar
em 3 (três) ou 4 (quatro) futuros totalmente distintos. O principal objetivo desta metodologia é evitar surpresas
desagradáveis. Os para facilitar sua avaliação, os cenários foram ramificados entre pessimistas as otimistas
como o esquematizado na figura 01.

Figura 01 – Cenários disponíveis para seleção

Para cada cenário foi criada uma matriz devidamente analisada a luz de operadores lógicos sob uma
projeção de tempo entre 6 (deis) meses a um ano. Os cenários devem ser descritos de forma simples para
facilitar a compreensão.

RESULTADOS

Para cada ramificação de cenários foi criado uma síntese dos resultados. Para facilitar as discussões
optou-se por batizar cada ramificação um termo que o melhor representa-se. A empresa pesquisada possui
banco de dados próprio que registra sua operação.
Para o cenário tradicional foram projetadas as seguintes situações:

TRA Pessimista (horas extras estabilizadas) – Pesquisas por meio registros em banco de dados
geram informações para a gestão dos processos pertinentes a limpeza urbana mas a dificuldade em se
aplicar conhecimento ao pessoal operacional não surti o efeito desejado. Horas extras se mantém
estáveis mas em patamares elevados. Não há redução de custos.
TRA Básico (aumento da responsabilidade dos motoristas) – Deve haver um investimento em
capital humano. Os motoristas devem utilizar veículos mais adequadamente e o índice de quebras é
reduzido pois sabem que estão sendo monitorados de forma indireta. Horas extras sofrem uma
pequena redução mas nada muito significativo pois ainda existem falhas de monitoramento. A
fiscalização de campo continua com dificuldades por causa da grande área a ser coberta diariamente.
Motoristas são responsabilizados pela eficácia e eficiência de suas equipes.
TRA Otimista (integração redução de custos) – Integração entre equipes de coleta e fiscalização
com reflexo no gerenciamento e planejamento dos serviços de coleta. Motoristas assumem a
responsabilidade pelos atos de suas equipes. Fiscais possuem mais tempo para planejar, fruto da
maior utilização do rádio conseguida graças a liderança exercida por estes. Alguns cursos de
aperfeiçoamento serão necessários e serviços são avaliados semanalmente. Demais setores como
manutenção e de controle são integrados ao planejamento. Decisões são tomadas rapidamente e de
forma mais segura por causa dos subsídios dados pelas informações.

O cenário tecnológico existirá após a adoção do sistema de monitoramento. Sua implantação ocorre
de 2 (dois) meses após a decisão. O sistema deve fornecer dados mais seguros confiáveis. Os cenários são:

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TEC pessimista (Tsuname de informação) – A implementação do sistema pode ter efeito contrário
ao esperado. A quantidade de informações é estupenda mas não há profissional tecnicamente
qualificado em análises de informações. As informações relativas a produtividade não são
aproveitadas e as dificuldade dos motoristas e fiscais em utilizar a tecnologia faz com que eles
prefiram utilizar as técnicas tradicionais. A situação é equivalente a pessimista do cenário tradicional
com a inclusão de novos custos relativos aos equipamentos.
TEC Básico (Incremento do planejamento) – A implantação dos relatórios de não-conformidade
avisa aos fiscais apenas as necessidades (ventos foras dos padrões especificados). Não há mais
necessidade de se sair da garagem e procurar os veículos. Análise de informações em tela, tanto no
veículo como na própria filial proporciona mais tempo livre para planejamento. Os motoristas e suas
equipes estão mais preocupados em produzir já que sabem do monitoramento de seus veículos. É
possível identificar a produtividade trecho a trecho e corrigir eventuais falhas de coleta em tempo
hábil para reduzir custos e horas extras.
TEC Otimista (Melhoria continua do sistema) – Equipe aprova sistema e todas as funcionalidades
previstas são implantadas com sucesso. A melhoria contínua do processo, baseada no método de
produção japonês Just in Time, faz com que os setores e tipos de veículos sejam constantemente
alterados de acordo com a necessidade para maximizar todo o sistema. Índice de quebras é reduzido e
a avaliação das equipes realizadas constantemente. Fiscalização só vai a campo quando em problemas
críticos. Tempo livre é empregado a estudos de otimização do sistema. O monitoramento é uma
ferramenta logística que permite antever problemas. Aumento da eficiência e queda significativa dos
custos.
As ramificações básicas mostraram-se como as mais prováveis em cada decisão com 60% (sessenta
percento) das chances de se concretizarem. Os outros 40% (quarenta percento) dividem-se
eqüitativamente nas demais opções.

CONCLUSÕES
O sistema de monitoramento é apenas uma ferramenta de obtenção de informações. Ele pode gerar
diversas melhorias, implementar sistemas de controle e ainda empregado como ferramenta de integração já que
não é passível de erros ou até mesmo de indução humana. Entretanto, não basta apenas possuir um sistema, de
nada será sua utilização se não houver pessoal capacitado para operá-lo e analisar suas informações em forma
correta e em tempo oportuno. Existem oportunidades de se obter resultados adequados com ou sem a adoção
de sistemas de monitoramento desde que se invista em pessoal qualificado e treinamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, Glauber Nóbrega da. Análise estratégica de informações aplicada a sistema de limpeza urbana.
Florianópolis: UFSC, Universidade de Leon, FUNIBER. Dissertação (mestrado em gestão e auditoria
ambiental), 2008.
LIMA, José Dantas de. Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil. João Pessoa: editora da ABES –
Associação Brasileira de engenharia Sanitária e Ambiental, 2001.
FRANCO, Fernando Leme. Prospectiva Estratégica: Uma metodologia para construção do futuro. Tese de
Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro
RYTHOWEM, Marcelo; OLIVEIRA, Maria Tereza de; SOARES FILHO, Vaultir. Metodologia da Pesquisa.
XX Curso Superior de Policia Federal, XIV Curso Especial de Polícia. Fundação Universidade de Tocantins –
UNITS: Palmas, 2006.

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