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RESUMO
Para auxiliar na decisão da adoção de um sistema de monitoramento de veículos por GPS aplicou-se
umas das técnicas de produção de cenários. Como resultado apresenta-se as possíveis conseqüências de cada
decisão e quais os principais parâmetros a serem monitorados para sua efetivação.
PALAVRAS-CHAVE: Monitoramento de frota com GPS, Propecção de Cenários, coleta de resíduos, gestão
de sistemas de limpeza urbana, processo decisório.
INTRODUÇÃO
A análise de cenários é uma técnica que foi inicialmente desenvolvida pela Força Aérea Americana
nos anos 50 para ajudar a desenvolver estratégias de defesa contra possíveis ataques nucleares da agora extinta
União Soviética. A técnica foi aprimorada posteriormente pela Shell e atualmente é empregada como
ferramenta de apoio a decisão em diversos níveis hierárquicos. Atualmente há centenas de empresas que
oferecem sistemas de monitoramento de frotas por GPS mas que enfatizam o produto e não os processos
envolvidos em sua adoção. Para auxiliar na possível adoção de um sistema do tipo foram realizados exercícios
para a confecção de cenários abrangentes que descrevessem as conseqüência das decisões e como essa pode
influenciar na gestão e planejamento dos serviços de coleta urbana.
MATERIAIS E MÉTODOS
A primeira fase do método consiste na definição do evento chave ou portador de mudanças.
Profissionais de boa capacidade técnica e conhecedores do ramo de atividade devem ser consultados sob a
forma de uma equipe multi-discliplinar. Em seguida partir-se de um cenário básico e tenta supor o que
aconteceria se determinada decisão fosse tomada e quais os obstáculos a ser transpassados para se obter o
melhor resultado possível. Para que isso ocorra é necessário recorrer a métodos de análise SWOT onde
parâmetros são sintetizados e avaliados (no Brasil as matrizes também são conhecidas como do tipo FOFA,
pois recorrem a quatro classes de informações: Força, Oportunidade, Fraquezas e Adversidades). A análise
divide a conjuntura da organização em ambientes internos e externos.
Para o presente estudo foram escolhidos dois grandes cenários básicos, consistindo em:
A análise de cenários não adivinha o futuro, na verdade ele obriga responsável pela decisão a pensar
em 3 (três) ou 4 (quatro) futuros totalmente distintos. O principal objetivo desta metodologia é evitar surpresas
desagradáveis. Os para facilitar sua avaliação, os cenários foram ramificados entre pessimistas as otimistas
como o esquematizado na figura 01.
Para cada cenário foi criada uma matriz devidamente analisada a luz de operadores lógicos sob uma
projeção de tempo entre 6 (deis) meses a um ano. Os cenários devem ser descritos de forma simples para
facilitar a compreensão.
RESULTADOS
Para cada ramificação de cenários foi criado uma síntese dos resultados. Para facilitar as discussões
optou-se por batizar cada ramificação um termo que o melhor representa-se. A empresa pesquisada possui
banco de dados próprio que registra sua operação.
Para o cenário tradicional foram projetadas as seguintes situações:
TRA Pessimista (horas extras estabilizadas) – Pesquisas por meio registros em banco de dados
geram informações para a gestão dos processos pertinentes a limpeza urbana mas a dificuldade em se
aplicar conhecimento ao pessoal operacional não surti o efeito desejado. Horas extras se mantém
estáveis mas em patamares elevados. Não há redução de custos.
TRA Básico (aumento da responsabilidade dos motoristas) – Deve haver um investimento em
capital humano. Os motoristas devem utilizar veículos mais adequadamente e o índice de quebras é
reduzido pois sabem que estão sendo monitorados de forma indireta. Horas extras sofrem uma
pequena redução mas nada muito significativo pois ainda existem falhas de monitoramento. A
fiscalização de campo continua com dificuldades por causa da grande área a ser coberta diariamente.
Motoristas são responsabilizados pela eficácia e eficiência de suas equipes.
TRA Otimista (integração redução de custos) – Integração entre equipes de coleta e fiscalização
com reflexo no gerenciamento e planejamento dos serviços de coleta. Motoristas assumem a
responsabilidade pelos atos de suas equipes. Fiscais possuem mais tempo para planejar, fruto da
maior utilização do rádio conseguida graças a liderança exercida por estes. Alguns cursos de
aperfeiçoamento serão necessários e serviços são avaliados semanalmente. Demais setores como
manutenção e de controle são integrados ao planejamento. Decisões são tomadas rapidamente e de
forma mais segura por causa dos subsídios dados pelas informações.
O cenário tecnológico existirá após a adoção do sistema de monitoramento. Sua implantação ocorre
de 2 (dois) meses após a decisão. O sistema deve fornecer dados mais seguros confiáveis. Os cenários são:
TEC pessimista (Tsuname de informação) – A implementação do sistema pode ter efeito contrário
ao esperado. A quantidade de informações é estupenda mas não há profissional tecnicamente
qualificado em análises de informações. As informações relativas a produtividade não são
aproveitadas e as dificuldade dos motoristas e fiscais em utilizar a tecnologia faz com que eles
prefiram utilizar as técnicas tradicionais. A situação é equivalente a pessimista do cenário tradicional
com a inclusão de novos custos relativos aos equipamentos.
TEC Básico (Incremento do planejamento) – A implantação dos relatórios de não-conformidade
avisa aos fiscais apenas as necessidades (ventos foras dos padrões especificados). Não há mais
necessidade de se sair da garagem e procurar os veículos. Análise de informações em tela, tanto no
veículo como na própria filial proporciona mais tempo livre para planejamento. Os motoristas e suas
equipes estão mais preocupados em produzir já que sabem do monitoramento de seus veículos. É
possível identificar a produtividade trecho a trecho e corrigir eventuais falhas de coleta em tempo
hábil para reduzir custos e horas extras.
TEC Otimista (Melhoria continua do sistema) – Equipe aprova sistema e todas as funcionalidades
previstas são implantadas com sucesso. A melhoria contínua do processo, baseada no método de
produção japonês Just in Time, faz com que os setores e tipos de veículos sejam constantemente
alterados de acordo com a necessidade para maximizar todo o sistema. Índice de quebras é reduzido e
a avaliação das equipes realizadas constantemente. Fiscalização só vai a campo quando em problemas
críticos. Tempo livre é empregado a estudos de otimização do sistema. O monitoramento é uma
ferramenta logística que permite antever problemas. Aumento da eficiência e queda significativa dos
custos.
As ramificações básicas mostraram-se como as mais prováveis em cada decisão com 60% (sessenta
percento) das chances de se concretizarem. Os outros 40% (quarenta percento) dividem-se
eqüitativamente nas demais opções.
CONCLUSÕES
O sistema de monitoramento é apenas uma ferramenta de obtenção de informações. Ele pode gerar
diversas melhorias, implementar sistemas de controle e ainda empregado como ferramenta de integração já que
não é passível de erros ou até mesmo de indução humana. Entretanto, não basta apenas possuir um sistema, de
nada será sua utilização se não houver pessoal capacitado para operá-lo e analisar suas informações em forma
correta e em tempo oportuno. Existem oportunidades de se obter resultados adequados com ou sem a adoção
de sistemas de monitoramento desde que se invista em pessoal qualificado e treinamento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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