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A formação de frentes e a sua

influência nos estados de


tempos em Portugal

Rui Jesus

18-01-2010
Formação de frentes e sua influência nos estados de tempo

“Quando duas massas de ar de características diferentes convergem e entram em


contacto uma com a outra não se misturam, ou misturam-se muito lentamente, pelo que
ficam separadas por uma zona de transição a que se dá o nome de superfície frontal. Esta,
em contacto com a superfície da Terra dá origem à chamada frente.”
Matos António - Espaço Português, Edições Asa

As frentes podem ser quentes ou frias (Doc. 11 e 12):


− Numa frente fria, é o ar frio que avança, introduzindo-se como uma cunha por baixo do
ar quente, obrigando-o a subir;

Frente Fria: grande nebulosidade, com


nuvens de grande desenvolvimento
vertical, as chuvas são intensas
(aguaceiros), pode haver trovoadas e o
vento é mais forte.

Doc. 11 – Formação de uma frente fria

− Numa frente quente é o ar quente que avança, sobrepondo-se, gradualmente, ao ar frio.

Frente quente: céu nublado, chuvas


contínuas e de longa duração (chuviscos)
ou chuva de molha-tolos. As
temperaturas são baixas com tendência
para subir, o vento é fraco.

Doc. 12 – Formação de uma frente quente

Tanto numa como noutra, a ascensão do ar quente provoca o seu arrefecimento,


dando origem à condensação do vapor de água e à formação de nuvens, pelo que,
geralmente, à passagem de uma frente se associa a ocorrência de precipitação (mau
tempo).

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O encontro de massas de ar de características distintas, acontece frequentemente nas
latitudes médias dos dois hemisférios, onde a convergência das massas de ar quente tropical
com as de ar frio polar dá origem à formação das frentes polares (Doc 13).

A – O ar tropical desloca-se de oeste para este,


paralelamente ao ar polar que se desloca em sentido
inverso. A interpenetração das duas massas de ar é
fraca – frente estacionária.

B – O ar quente tropical penetra cada vez mais para


norte e o ar frio polar avança cada vez mais para sul,
criando-se uma superfície frontal (área de contacto
entre duas massas de ar) cada vez mais ondulada.

C – Surge, assim, uma sucessão de frentes frias e


frentes quentes – sistema frontal (conjunto de duas
ou mais frentes associadas). Deslocam-se sempre de
oeste para este, de acordo com o movimento de
rotação da Terra.

O conjunto formado pela associação de uma frente fria, uma frente quente e uma
depressão barométrica constitui uma perturbação frontal (Doc. 14 e 15).

posterior anterior

Uma perturbação frontal é constituída por um sector de ar tropical quente, entre dois
sectores de ar polar frio (anterior e posterior), verificando-se uma dupla ascensão dinâmica
do ar:
− Na frente fria, por efeito da interposição do ar frio por baixo do ar quente;
− Na frente quente, por sobreposição do ar quente ao ar frio

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Evolução duma perturbação frontal

Embora se desloquem no mesmo sentido, as duas frentes avançam a velocidades


diferentes, o que influencia a evolução da perturbação frontal. A frente fria progride mais
rapidamente do que a frente quente, pois o ar frio, ao penetrar por baixo (em cunha) do ar
quente, obriga-o a subir mais depressa do que na frente
quente. Assim, a frente fria acaba por alcançar a quente e
o ar frio posterior junta-se ao anterior, obrigando todo o
ar quente a subir, pode ainda haver precipitação, mas a
chuva vai desaparecer dando lugar ao bom tempo,
embora com temperaturas baixas. (As frentes
desapareceram). Forma-se, então, uma frente oclusa –
frente resultante da junção da frente fria com a frente quente.

Estados de tempo associados à perturbação da frente polar

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Outra forma de representar os estados de tempo

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