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A Questo Iconoclasta:
Como observamos, a questo da Iconoclastia (contrria criao e
adorao de imagens) e da Iconofilia (favorvel criao e adorao de
imagens) se arrastava h sculos no Imprio Bizantino com revezes e
vitrias para os dois lados.
No sculo VIII, no entanto, a questo ganhou um novo e expressivo captulo
que passou a ser denominado Questo Iconoclasta.
J estudamos, no Imprio Bizantino, que o governante gozava de um poder
bastante extenso, o Cesaropapismo. Na prtica, o governante assumia o
poder temporal e religioso ingerindo, inclusive, questes doutrinrias. No
ano de 730, o imperador Leo III estabeleceu que no deveria ocorrer nas
terras do Imprio qualquer tipo de adorao s imagens icnicas.
Seguiu-se uma verdadeira caa aos iconfilos e seus smbolos, com a
destruio de grande quantidade de cones, pinturas, enfeites, sendo uma
lamentvel perda cultural. O imperador seguinte, Constantino V, aps o
Conclio de Hieria do ano de 754, oficializou a Iconoclastia. Todos os que se
mantinham idolatrando as imagens foram perseguidos e punidos,
particularmente os religiosos.
A opo da Igreja pela Iconoclastia
Essa opo pela Iconoclastia foi totalmente unilateral, ou seja, os bispos
ocidentais no participaram do Conclio e nem concordavam com a deciso.
Mais uma vez a Igreja Ocidental e a Oriental discordavam sobre questes
dogmticas. Foi o ensejo para um pequeno Cisma, s amainado 23 anos
depois quando a Imperatriz Irene aprovou o dogma da Iconofilia.
necessrio salientar que outros Conclios e Imperadores posteriores
voltaram atrs nessa deciso, afastando cada vez mais os lados ocidental e
oriental da Igreja, a ponto de culminar no rompimento final, como veremos
frente.
As outras causas da Questo Iconoclasta:
Muitos estudiosos entendem que a questo da adorao ou no de
imagens transcendiam em muito a problemas meramente dogmticos. Um
dos motivos seria a preocupao com a grande ingerncia da Igreja dentro
do Imprio.
Ela adquirira grandes propriedades. O nmero de mosteiros se ampliara,
logo sua influncia junto ao povo tambm. Alm disso, a riqueza e a
influncia que os mosteiros amealharam eram cobiadas pelos imperadores.
Como grande parte desse patrimnio era oriunda da confeco e venda dos
cones, uma maneira de enfraquec-la era proibir sua fabricao e
circulao comercial, alm de confiscar propriedades dos iconfilos.