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Elementos de Biomonitorização

O uso das diversas comunidades na monitorização

Simone Oliveira, Outubro de 2004


Vantagens do uso de macroinvertebrados

Bons indicadores das condições do local devido ao seu estilo de


vida sedentário.

São integradores das alterações ambientais de curto e médio prazo


(semanas, meses até 1-2 anos).

Constituem um intervalo muito alargado de níveis tróficos e de


tolerâncias à poluição.

A amostragem é barata, fácil e não destrutiva dos biota residentes.

Os invertebrados bentónicos são abundantes e são a principal


fonte de alimento para os peixes.

São relativamente fáceis de identificar


Índice BMWP’ para as
principais
bacias hidrográficas
portuguesas
Vantagens do uso de peixes

Longevidade: Bons indicadores de efeitos de longo prazo e de


condições de habitat extensos.

Espécies carismáticas: São importantes para a pesca comercial e


desportiva

Posição na cadeia alimentar: Os peixes predadores integram os


efeitos das perturbações na cadeia alimentar. Poderão os níveis
tróficos mais baixos integrar também os efeitos das pressões sobre
o ecossistema?

Múltiplas medições: Numerosos atributos poderão ser medidos nos


peixes incluindo medidas de abundância, crescimento e
reprodução.

Facilidade de amostragem: São fáceis de amostrar; a identificação


e as medições de campo são relativamente simples.
Índice de Qualidade Ictíca (IQI) obtido para as principais
bacias hidrográficas
0.8

0.7 Classe A E-em perigo


V-vulnerável
0.6 Cávado
Minho R-raro
Guadiana
0.5 I-indeterminado
Lima Tejo K-desconhecido
IQI

0.4 Mondego CT-comer.


Classe B Vouga Ameaçado
0.3 Douro NT-não ameaçado

Ave EX-exóticas
Sado Mira
0.2
Lis IQN-nº max. do IQI
Classe C numa bacia
0.1 Rib. Algarve
Leça
0

9E + 4V+2(R+ I + K + CT) + NT – EX
IQI = IQN
Vantagens do uso de perifiton

Ciclo de vida curto providenciando indicação de impactos


recentes.

São produtores primários e por isso são afectados directamente


pelos factores físico-químicos.

A amostragem é barata, fácil e não destrutiva dos biota


residentes.

Possui métodos standard para a avaliação da biomassa e


taxonomia.
Vantagens do uso de macrófitas

São comunidades estáveis e visíveis à vista desarmada.

São produtores primários e por isso são afectados directamente


pelos factores físico-químicos.

A amostragem é barata, fácil e não destrutiva dos biota


residentes.

Possui métodos standard para a avaliação da biomassa e


taxonomia.
Desvantagens do uso de macrófitas

A biomassa e padrão de distribuição é muito variável no


tempo e no espaço.

Recolhas devem ser periódicas devido às variações sazonais


marcadas.

A recolha deve coincidir com o período de floração para


uma identificação até à espécie.

A redução da abundância a jusante de pontos de poluição pode


dever-se ao aumento de turvação e cobertura das plantas pela
vasa, e não uma consequência da toxicidade do foco poluente.
Vantagens de se usarem observações biológicas para
a monitorização

As comunidades biológicas reflectem toda a integridade ecológica


(química, física e biológica).

As comunidades biológicas integram os efeitos de diferentes factores


de perturbação → medida alargada do seu efeito conjunto.

As comunidades integram os factores de perturbação ao longo do


tempo → medida ecológica das condições ambientais flutuantes.

A monitorização das comunidades biológicas podem ser


relativamente baratas quando comparadas com os custos dos
poluentes tóxicos..

Em locais onde não existem critérios de preservação ambiental, as


comunidades biológicas podem ser o único meio de avaliação.
Estado de Conservação
dos Sistemas Fluviais

K1 – Qualidade biológica
K2 – Espécies piscícolas exóticas
K3 – Espécies piscícolas
autóctones
K4 – Vegetação ripária
K5 – Carga urbana
K6 – Carga industrial
K7 – Qualidade físico-química

Segmento pouco modificado de elevado


interesse biológico
Segmento com alterações moderadas
Segmento degradado
Segmento muito degradado ou artificializado
Plano de Formação para o Desenvolvimento da Região do Douro
Curso: Té
Técnicas de Educaç
Educação e Monitorizaç
Monitorização Ambiental

Cap. III – Elementos de Biomonitorização

3.3. Protocolos para a caracterização de macroinvertebrados


Amostragem de invertebrados:
considerações gerais

Tipo de estudo Processamento da amostra


- Qualitativo ou quantitativo - Tamanho da malha da rede

- População ou comunidade - preservação

- Avaliação rápida da qualidade da água - sub-amostragem

Dispositivos de amostragem Possíveis objectivos


- Habitat - Variáveis simples

- eficiência/praticabilidade - Índices e métricas

- disponibilidade - multivariado
Amostragem de invertebrados
Tipos de redes

Drift net (rede de deriva)

Kick net (rede de mão)

Hess sampler
draga Peterson

rede Surber
Substratos artificiais

Vantagens:
™ Permitem a colheita em locais tipicamente difíceis de amostrar
(ex. rocha mãe, pedregulhos ou materiais móveis; águas
profundas ou de elevada velocidade)

™ Dispositivos de recolha “passiva” que permitem estandardizar a amostragem através


da eliminação da subjectividade nas técnicas de colheita. Requerem
estandardização dos métodos de colocação e recuperação da amostra; a colonização
é o mecanismo de amostragem.

™ A mistura dos efeitos de diferentes habitats é minimizada porque providenciam a


estandardização do microhabitat.

™ A variabilidade da amostra diminui devido à redução da diversidade de habitats,


melhorando assim a similaridade espacial e temporal entre as amostras.

™ A colheita da amostra requer menor aptidão e treino que a amostragem directa de


substratos naturais.
Substratos artificiais

Desvantagens:
‰ Requerem duas idas ao local; pode ser um aspecto significativo
em bacias muito grandes ou em zonas do país com recursos
técnicos limitados. Requerem um período longo (em média 8
semanas) de exposição para ocorrer colonização.

‰ São propensos a perdas ou danos naturais devido à sedimentação, caudais muito


elevados ou muito baixos, ou vandalismo durante o longo período de exposição
requerido para a coilonização.

‰ A estandardização do microhabitat pode promover a selectividade de determinados


organismos se o substrato artificial possuir um microhabitat diferente do natural
disponível no local. Podem indicar o potencial de colonização em vez da estrutura da
comunidade residente.

‰ A configuração do substrato artificial usado pode dificultar o seu transporte e


armazenamento.
Dispositivos de amostragem em habitats
erosivos

„ Dispositivos para amostragens quantitativas:

„ Habitat amostrado: rios com pouca profundidade e com boa corrente


e substrato de cascalho e pedras

„ Eficácia: quantitativos se usados apenas por técnicos experientes


mas a sua actuação depende das condições da corrente e substrato

„ Vantagens: encerram em si uma unidade de área e são fáceis de


transportar

„ Limitações: Difíceis de colocar em pedras grandes e blocos e não


podem ser usados eficientemente em rios com velocidades de
corrente muito baixas
Dispositivos de amostragem em habitats
erosivos

„ Dispositivos para amostragens semi-quantitativas:

„ Habitat e substrato amostrado: rios com alguma profundidade, boa


corrente e substrato de cascalho, pedras e blocos

„ Eficácia: depende das condições da corrente e substrato

„ Vantagens: fáceis de construir, transportar e usar

„ Limitações: não quantitativos em termos de unidade de área


amostrada; a estandardização obtém-se através de uma colheita
num periodo de tempo definido
Métodos recomendados para os
invertebrados

„ Métodos de campo:
 Habitats estações do ano
 Tipos de dispositivos e tamanhos das malhas (500 µm)
 Que suportem as variáveis ambientais
 Métodos alternativos

„ Métodos de laboratório:
 Protocolos de triagem
 Protocolos de sub-amostragem
 Colecções de referência

„ Nível taxonómico de identificação:


 Nível da família para uma monitorização inicial
 Nível mais baixo de praticabilidade somente para responder a questões muito
específicas do local
Ordens de insectos que apresentam organismos com ligação ao
meio aquático

1-todas as espécies são aquáticas


2-essencialmente terrestres com algumas espécies aquáticas
3-essencialmente terrestres com algumas espécies semi-aquáticas
A-aquáticas, T-terrestres, S-semiaquática, P-parasita de aquáticas

Associação Habitats para os diferentes estádios


Ordem aquática
Ovos Larvas Pupas Imago

Collembola 2 A, T A, S - S
Ephemeroptera 1 A A - T
Odonata 1 A, T A - T
Hemiptera 2 A, T A, S, T - A, S, T
Orthoptera 3 T S - S
Plecoptera 1 A A - T
Coleoptera 2 A, T A, T T A, S, T
Diptera 2 A, T A A, T T
Hymnoptera 2 P P P A, T
Lepidoptera 2 A A A T
Megaloptera 1 T A T T
Neuroptera 2 T A T T
Trichoptera 1 A, T A A T
Odonata (Damselflies and
Dragonflies)

Cordulegastridae

Calopterygidae

Aeshnidae
Diptera (Aquatic flies ou midges)

Culicidae

Culicidae

Simuliidae

Chironomidae

Tabanidae

Tipulidae

Limoniidae Ceratopogonidae
Megaloptera (Fishflies and
Alderflies)

Sialidae
Sialidae

Corydalidae
Trichoptera (Caddisflies)

Ryacophilidae

Uenoidae

Psychomyiidae

Hydroptilidae Philopotamidae
Coleoptera (Beetles)

Hydrophilidae

Elmidae

Dytiscidae
Gyrinidae
Heteroptera (Aquatic and semi-
aquatic bugs )

Notonectidae
Gerridae

Nepidae
Ephemeroptera (Mayflies)

Baetidae
Leptophlebiidae

Caenidae

Leptophlebiidae

Ephemerelidae
Plecoptera (Stoneflies)

Perlidae
Crustacea

Atyidae

Asellidae
Tricladida
Mollusca

Planorbidae
Sphaeriidae

Planorbidae

Ferrissidae
Annelida

Erpobdelidae

Glossiphonidae

Naididae
Hydracarina Microinvertebrad
os
Cladocera

Collembola

Ostracoda
Protocolos de amostragem de
invertebrados

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