O documento discute a submissão e obediência no contexto do discipulado cristão. Ele afirma que (1) a submissão é uma atitude de coração que leva à obediência, (2) Jesus ensinou a submissão através de seu próprio exemplo de submissão ao Pai, e (3) o objetivo do discipulado não é ensinar obediência, mas apresentar as pessoas a Jesus Cristo.
O documento discute a submissão e obediência no contexto do discipulado cristão. Ele afirma que (1) a submissão é uma atitude de coração que leva à obediência, (2) Jesus ensinou a submissão através de seu próprio exemplo de submissão ao Pai, e (3) o objetivo do discipulado não é ensinar obediência, mas apresentar as pessoas a Jesus Cristo.
O documento discute a submissão e obediência no contexto do discipulado cristão. Ele afirma que (1) a submissão é uma atitude de coração que leva à obediência, (2) Jesus ensinou a submissão através de seu próprio exemplo de submissão ao Pai, e (3) o objetivo do discipulado não é ensinar obediência, mas apresentar as pessoas a Jesus Cristo.
13/09/2011 | Autor: COMPARTILHECompartilhe no FacebookCompartilhe no TwitterCompatrilhe no Google+
Por Jam Nobre
Submisso e Pastoreamento
Uma das coisas mais essenciais para que uma
pessoa possa ser cuidada e auxiliada em sua vida, atravs de um pastoreamento efetivo, que ela seja submissa. Pois no se pode ajudar um soberbo, algum que no tenha um esprito tenro. Quando Davi escreveu o Salmo 23, ele pensava em seu relacionamento com Deus, o Senhor, tendo por base o cuidado que tinha com suas ovelhas. Em primeiro lugar, ele afirma que Deus Senhor. Isso significa que o Deus Eterno tem toda a autoridade e dono de tudo o que existe. A palavra Senhor expressa no somente uma forma de tratar algum, mas implica em propriedade e soberania. Essa a primeira constatao: Deus o Senhor. A segunda constatao que esse Senhor pastor. Ele no somente tem autoridade e soberania, mas tambm tem um carter
amoroso, um carter de pai que cuida e supre.
O restante do salmo mostra a viso de pastoreamento que Davi tinha. A terceira considerao que Davi se via como ovelha que precisava de cuidados e permitia os cuidados de seu Pastor. No era um cabrito com vida livre e solta, que requeria autonomia para estar onde quisesse. Este o carter do cabrito: nunca est onde o dono pensa que est e, por isso, precisa de um sininho no pescoo para ser localizado. Finalmente, a conseqncia dele ser uma ovelha que est submissa ao Pastor, que o Senhor Deus, que nada lhe faltar. Infelizmente, o que mais nos chama a ateno neste salmo a promessa de que nada nos faltar. Da a demanda generalizada no meio cristo para que Deus no permita que nada nos falte. Esquecemo-nos do tremendo fato de que o Senhor supre as necessidades de SUAS
OVELHAS, o que implica um determinado tipo
de relacionamento. O Senhor tem compromisso em suprir nossas necessidades e no nossas vaidades. Como pai e pastor que , ele cuida de ns naquilo de que precisamos para viver. Os versculos seguintes do Salmo 23 mostram uma ovelha que se deixa guiar, que aprendeu a se entregar s mos do Pastor. Mesmo em situaes de aflio, ela se permite ser levada pela mo do pastor. por causa dessa atitude que nada lhe falta, e que suas necessidades so supridas. Submisso e Obedincia A submisso uma atitude de corao que se manifesta atravs da obedincia. A submisso a atitude interior provocada pelo quebrantamento. No depende de situaes externas. parte do carter de algum.
diferente da obedincia na essncia, pois uma
absoluta e a outra relativa. A submisso , por assim dizer, construda na vida do cristo e se torna integrante do seu ser. A pessoa submissa no importa a quem. Isso, em termos prticos, significa que eu obedeo sinalizao mesmo na ausncia de um guarda de trnsito. No depende da presena de uma autoridade para que a obedincia se manifeste. Quando escolho a quem eu quero me submeter, isso revela minha insubmisso. No episdio em que Paulo chama um sacerdote de parede branqueada (At 23.1), h uma mostra do entendimento que ele tinha de submisso. Ele no devia se insurgir contra um prncipe. uma questo de conceito, de compreenso anterior ao fato. O seu entendimento de respeito autoridade anterior ao acontecimento.
O que quero mostrar que uma pessoa tem
esse carter submisso antes de ser colocada diante de uma situao em que precisa mostrar obedincia. Por isso afirmo que a submisso absoluta. Assim como a pureza, a honestidade e a integridade so absolutas, a submisso tambm o . Estamos falando de carter. Existe uma situao hipottica que ajuda a ilustrar o que estou dizendo: se um assaltante chegar para mim e, com um revlver em sua mo, ordenar-me que levante minhas mos, vou obedecer pela fora do argumento (o revlver). Isso, de forma nenhuma, mostra que eu sou submisso ao ladro. Fui obediente sem ser submisso. H uma histria de uma me que falou a uma menina que se assentasse. Depois de muito insistir, ela toma o chinelo e, nesse momento, a menina se assenta. Ao assentar-se, a me
escuta a filha dizer: Por fora eu me assentei,
mas por dentro estou de p. Creio que essas ilustraes ensinam a diferena entre ser submisso e obedecer. O submisso normalmente obedece; o que obedece nem sempre submisso. A obedincia relativa, pois existem situaes nas quais a autoridade maior est sendo desrespeitada por uma ordem que vem de um escalo inferior (para um tratamento mais detalhado deste assunto, veja o artigo Submisso e Desobedincia na p. 8). No posso, em hiptese nenhuma, esconderme atrs de qualquer artifcio para desobedecer. Se eu fizer isso estou demonstrando minha insubmisso. A submisso a qualquer irmo e a todo irmo: sujeitai-vos uns aos outros, em amor (Ef 5.21). J a obedincia a quem tem autoridade.
Como Jesus Ensinava Obedincia
interessante notar que Jesus no cobrava obedincia de seus discpulos. Alis, eu no encontrei nos evangelhos a palavra obedecer ou qualquer termo derivado. Tambm a prpria palavra submisso ou seus derivativos somente aparecem quando os discpulos falam dos demnios. O que podemos aprender com essa ausncia sintomtica nos ensinos de Jesus? H uma lio muito forte: Jesus ensinava a submisso sendo submisso. Ensinava a obedincia, obedecendo. Todo seu ensino sobre esse assunto era indireto. Ele mostrou sua completa submisso ao Pai e disse que era dessa mesma forma que enviava seus discpulos. Gostamos da figura do leo relacionada com a pessoa de Jesus. Constatamos, porm, que no Apocalipse a palavra leo relacionada com
Jesus apenas duas vezes, enquanto a palavra
cordeiro ligada a ele 28 vezes! Na verdade, o quadro mais lindo e tocante do Apocalipse a figura, no de um leo, mas de um cordeiro assentado no trono. Isso fala da forma como Jesus chegou ao trono e, tambm, do seu carter. Paulo nos fala com muita propriedade sobre isso na carta aos Filipenses 2.5-11: De sorte que haja em vs o mesmo sentimento que houve tambm em Cristo Jesus, que aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e humilhou-se a si mesmo, sendo obediente at morte e morte de cruz. Pelo que tambm Deus o exaltou e lhe deu um nome que sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho e toda lngua confesse que Jesus Cristo o Senhor, para glria de Deus Pai.
Foi dessa forma que Jesus ensinou. Quando o
centurio lhe pede para ir sua casa, ele revela a compreenso que tinha sobre a fonte de autoridade de Jesus: pois tambm eu sou homem sujeito autoridade, tenho soldados s minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem (Mt 8.9). Aqui est o segredo de Jesus: um homem sujeito autoridade. O Objetivo do Discipulado O discipulado tem sido confundido com muitas coisas: com cursos, com mtodos, com esquemas, com militarismo e ainda muitas outras coisas. Mas, quando olhamos para Jesus e seu relacionamento com os homens que o seguiram, o que encontramos uma atitude de quem serve.
Ele falou que o maior fosse aquele que
servisse. Tambm disse que no veio para ser servido, mas para servir. Ele lavou os ps dos discpulos e nos orientou a fazer o mesmo. Onde esto as posies de autoridade que muitas vezes queremos? Podemos dizer que, pelo fato de sermos pais na igreja, temos o direito de sermos obedecidos? Precisamos compreender, entretanto, algumas coisas: 1. Na igreja, no temos direitos (foram cravados na cruz). O nico e irrevogvel direito que temos o de servirmos aos nossos irmos. 2. Na igreja, os pais ocupam uma posio de servos mais velhos pois, numa casa, quem o que mais serve? 3. Os que ocupam um papel de autoridade o fazem para o bem-estar da famlia/igreja. O fim
da autoridade a vida de seus discpulos.
(Assim como lhe deste poder sobre toda carne, para que d a vida eterna a todos quantos lhe deste Jo 17.2). Penso que a meta do discipulado no ensinar algum a obedecer. Penso que a meta do discipulado apresentar a pessoa ao Senhor Jesus. Acho at que o trabalho do discipulador no o de formar o carter de Cristo no discpulo, mas expor esse discpulo a uma operao do Esprito Santo para que este faa a obra. Precisamos fazer como fez Joo, o batista. Ele estava com dois de seus discpulos. Ao ver Jesus, ele lhes disse: Eis o cordeiro de Deus Os seus discpulos, ouvindo isso, seguiram Jesus. O nosso trabalho guiar os discpulos at o Senhor. Erramos quando trazemos os discpulos para ns e nos tornamos o foco de
ateno, o ponto de atrao. O nosso papel o
do amigo do noivo: devemos preparar as pessoas para o Senhor Jesus. A obedincia e a submisso esto integralmente ligadas a isso. medida que andamos e agimos dessa forma, o Senhor far com que os discpulos dele que andam conosco nos obedeam e se sujeitem a ns, no Senhor. Quando temos revelao da pessoa de Jesus, conduzimos as pessoas para essa mesma revelao. Foi o caso de Felipe e Natanael (Jo 1.43-51). No podemos compreender a questo e a natureza da obedincia e da submisso fora do parmetro maior da nossa prpria e integral submisso ao Senhor dos senhores, ao Rei dos Reis, ao Cordeiro no Trono.