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Teorias e Modelos de Comunicação

Pós – Graduação em Tecnologias de Informação e Comunicação – 2009/2010


Instituto Jean Piaget – Macedo de Cavaleiros

Teorias da Comunicação
Contextos ou níveis da comunicação
Teorias da comunicação interpessoal. Teorias da comunicação em pequeno grupo.

Estudos na área da comunicação organizaram o acto comunicativo em quatro níveis:


comunicação interpessoal, comunicação grupal, comunicação organizacional e comunicação
de massas. Embora se deslumbre uma estreita ligação entre os quatro níveis referenciados devendo-
se, como referiu Stephen Littlejohn “olhar para eles como uma hierarquia de contextos ajustados
uns aos outros, em que o nível superior inclui o inferior mas acrescenta algumas características e
qualidades adicionais”, apenas os dois primeiros níveis serão alvo de incidência neste estudo, pois
pela sua abordagem posso contribuir para melhorar a minha actuação e a daqueles que, por via da
sua profissão, estabelecem diariamente contactos comunicativos incluídos na comunicação
interpessoal e/ou grupal.

1. Teorias da comunicação interpessoal

A comunicação interpessoal ocorre num contexto de interacção face-a-face e assenta na


exteriorização de expressões directa entre os comunicadores.
Dean Barnlund definiu que “O estudo da comunicação interpessoal ocupa-se (…), da
investigação de situações sociais relativamente informais em que pessoas em encontros face-a-face
sustentam uma interacção concentrada através da permuta recíproca de pistas verbais e não-
verbais”.

Essa definição pressupõe cinco princípios fundamentais:

ƒ Devem existir duas ou mais pessoas em proximidade física e que percebam a presença umas
das outras;
ƒ A comunicação interpessoal envolve “interdependência comunicativa”, ou seja, o
comportamento comunicativo de uma pessoa é uma consequência directa do da outra;
ƒ A comunicação interpessoal envolve a troca de mensagens;
ƒ As mensagens são codificadas de várias formas verbais e não verbais;
ƒ A comunicação interpessoal é relativamente carente de estrutura; ela é marcada pela
informalidade e pela flexibilidade.

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Na intercomunicação pessoal, não se podem ignorar alguns factores que se revelam


decisivos na relação comunicacional. São eles: o “relacionamento”, a “auto-apresentação”, a
“revelação e compreensão”, a “percepção interpessoal”, a “atracção interpessoal” e o
“conflito”.

1.1. O Relacionamento

Quando existe interesse numa interacção face-a-face, as pessoas estabelecem uma relação
alimentada por percepções e interesses comuns.
Os cinco axiomas de comunicação, constantes na obra “Pragmática da comunicação
humana”, de Paul Watzlawick, Janet Helmick Beavin e Don D. Jackson, ajudar-nos-ão a
percepcionar melhor a envolvência da interacção humana abrangida pela comunicação interpessoal.

1. Não se pode não comunicar;


2. Toda a comunicação tem um aspecto de conteúdo e um aspecto de relação, de tal modo que
o segundo classifica o primeiro e é, portanto, uma metacomunicação;
3. A natureza de uma relação está na contingência da pontuação das sequências
comunicativas entre os comunicadores;
4. Os seres humanos comunicam digital e analogicamente. A linguagem digital tem uma
sintaxe lógica e sumamente complexa e poderosa mas carente de adequada semântica, ao
passo que a linguagem analógica possui a semântica, mas não tem uma sintaxe adequada
para a definição não ambígua da natureza das relações;
5. Todas as permutas comunicacionais ou são simétricas ou complementares, segundo se
baseiam na igualdade ou na diferença.

A dupla negação expressa no primeiro axioma, patenteia a impossibilidade de não


comunicar. Refere Watzlawick que mesmo “um indivíduo sozinho, tem a possibilidade de dialogar
em fantasia, com as suas alucinações ou com a vida”. Partindo do pressuposto que, numa situação
de interacção, todo o comportamento emite um valor de mensagem, escreve Watzlawick “por muito
que o individuo se esforce, é-lhe impossível não comunicar”.
O segundo axioma salienta o compromisso estabelecido entre os actores de qualquer
comunicação, definindo consequentemente uma situação relacional onde se emite um relato
(conteúdo da mensagem) e uma ordem referente ao tipo de mensagem e à forma como ela é aceite.
No terceiro axioma está implícita a troca de mensagens entre os comunicadores. A natureza
da relação (de sucesso ou insucesso) depende da ordem sequencial da mensagem e do conteúdo
convergir ou não para um interesse comum.
O quarto axioma refere a capacidade humana em comunicar de forma digital e analógica.
Para além das palavras, e do que é dito e escrito (comunicação digital), a forma como é dito (a
expressão corporal, a gestão dos silêncios, as onomatopeias ou qualquer outra manifestação não
verbal) também desempenham um importante papel no acto de comunicar – comunicação
analógica.
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O quinto axioma assinala as permutas comunicacionais salientando a sua simetria ou


complementaridade. Quando dois comunicadores assumem papéis semelhantes, a relação é
simétrica. Mas, quando as diferenças são acentuadas, colocando-se os intervenientes em planos
distintos na comunicação, a relação comunicação é complementar. Assim, por exemplo, dois
estudantes de uma turma estão num processo comunicacional simétrico quando interactuaram no
sentido de enfatizar o seu estatuto de liderança relativamente aos restantes colegas. As
competências de um professor serão complementares às de um aluno, na sua relação de ensino-
aprendizagem.

1.2. Auto-Apresentação

Segundo Goffman, a comunicação interpessoal constitui uma representação através da qual


são exteriorizados vários aspectos do eu. Estudos revelaram que os padrões de comunicação
interpessoal, são estabelecidos com base nas necessidades de relacionamento com outras pessoas.
As necessidades de inclusão, controle e afeição de uma pessoa, determinarão o seu comportamento
e a forma de interacção com outras.

1.3. Revelação e Compreensão

A revelação e compreensão (processo pelo qual uma pessoa se apresenta a outras a fim de
gerir impressões) na comunicação interpessoal, envolve a apresentação do eu a outros. Interessa
aqui invocar o conceito de congruência de Carl Rogers que induz a uma adequada correspondência
entre experiência, consciência e comunicação. Se por um lado, a congruência reflecte maturidade e
ajustamento adequado à sua experiência, por outro, a incongruência percepciona-se no
desajustamento dessas mesmas situações. Tomemos como exemplo a seguinte situação: um
professor exalta-se perante o comportamento inadequado dos alunos de uma turma. Se um aluno lhe
diz: “não se exalte professor”, ele responde “eu não estou exaltado”. A experiência de irritação
desse professor não foi reconhecida pela sua consciência. A negação da sua irritação mostra que em
consciência ele não está irritado, nem comunica o seu estado de exaltação. Este exemplo evidência
uma real incongruência entre experiência, consciência e comunicação. Quando se estabelece uma
comunicação, a congruência pode, em muitas situações, contagiar o comportamento dos outros.
Assim, se um agente da comunicação manifesta um comportamento congruente de respeito pelo
próximo e sua aceitação, o outro tenderá a ter comportamento convergente. O postulado principal
na teoria de Rogers pressupõe três princípios para uma comunicação de sucesso:
ƒ Um mínimo de boa-vontade da parte de duas pessoas para estabelecerem contacto;
ƒ Uma capacidade e um mínimo de boa-vontade da parte de cada uma dessas pessoas para
receber comunicação da outra;
ƒ Supondo que o contacto se mantém durante um certo período de tempo, pode admitir-se
como verdadeira a relação hipotética seguinte:

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«Quanto maior for a congruência da experiência, da consciência e da comunicação por


parte de um individuo, mais a relação originada implicará: uma tendência para uma comunicação
recíproca caracterizada por uma crescente congruência; uma tendência para uma compreensão
mútua mais adequada à comunicação; uma melhoria da adaptação psicológica e do funcionamento
de ambas as partes; satisfação recíproca na relação. Inversamente, quanto maior for a
incongruência comunicada da experiência e da consciência, mais as relações assim originadas
envolvem: comunicações posteriores com as mesmas características; desintegração da
compreensão adequada, e adaptação psicológica e funcionamento de ambas as partes menos
adaptados; insatisfação recíproca na relação».

Quando o acto comunicativo atinge o entendimento, poderá caminhar para uma relação de
ajuda. Carl Rogers descreveu dez qualidades de uma boa relação de ajuda:

ƒ Os comunicadores são mutuamente percebidos como dignos de confiança ou


consistentemente confiáveis;
ƒ Eles expressam, sem ambiguidades, os seus distintos eus;
ƒ Eles possuem atitudes positivas de afecto e solicitude um pelo outro;
ƒ Um parceiro numa relação de ajuda mantém sua própria identidade separada;
ƒ Um parceiro permite que o outro faça o mesmo;
ƒ A relação de ajuda é marcada por empatia. (O comunicador tenta compreender os
sentimentos do outro);
ƒ O parceiro que presta ajuda aceita as várias facetas da experiência do outro, tal como são
comunicadas pelo outro;
ƒ Os parceiros numa relação respondem com suficiente sensibilidade para aliviar a ameaça;
ƒ Eles são capazes de libertar-se da ameaça de avaliação pelo outro;
ƒ Cada comunicador reconhece que o outro está mudando e é suficientemente flexível para
permitir que o outro mude.

1.4. Percepção interpessoal

Da interacção permanente que o ser social estabelece no seu quotidiano, resulta a


percepção interpessoal reflectida nas impressões acerca de outrem através das opiniões ou juízos
emitidos. As primeiras impressões, condicionantes da interacção pessoal, advêm dos primeiros
traços percepcionados na personalidade individual, onde constam por exemplo, as características
físicas como a expressão facial, os gestos, o vestuário, a postura etc. A par dos factores
comportamentais, estas características são determinantes na classificação de quem percepciona.
Para bem da humanidade, a classificação aferida com base nas primeiras impressões não é
standard pois o decisivo é a interpretação (arbitrária) de quem percepciona. Assim se explica a
diferença de impressões tiradas por diferentes pessoas, apesar da observação dos mesmos índices.
Sabendo que as primeiras impressões podem constituir uma base falível do juízo apurado, tornar-se-
á sensato localizar as inferências sobre uma pessoa em três origens:

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ƒ A informação sobre alguém, baseada em informação fidedigna, currículo, biografia, etc.


ƒ O tratamento da informação por quem percepciona, analisando minuciosamente a
informação disponível;
ƒ A relação entre quem percepciona e quem é percepcionado. Afastar-nos de um desconhecido
que se aproxima para nos falar é uma reacção que impede a alteração das primeiras
impressões.

1.5. Atracção interpessoal

A comunicação interpessoal é também consequência de vários graus de atracção. Tendemos


a estabelecer contactos mais frequentes com as pessoas que nos recompensam, nos ajudam a
satisfazer as nossas necessidades (interesses, atitudes, valores) e que nos são mais empáticas pela
sua exteriorização de energia ou sentimentos positivos.
Conforme escreve Félix Neto, “se uma pessoa é avaliada no início de modo neutro ou
ligeiramente positivo, a exposição repetida suscita geralmente um aumento do gostar”. Todavia,
acrescenta o autor, “o contacto repetido com alguém de que não se goste pode aumentar a
hostilidade.”
Ao contrário da proximidade que pode determinar as interacções sociais mas que não
determina a sua qualidade, a metáfora da imediação, segundo Albert Mehrabian, assenta no
princípio de que “um elemento básico e transcultural da vida humana é que as pessoas abordam e
ficam mais envolvidas com as coisas de que gostam, as coisas que as atraem; e evitam coisas que
não as atraem ou que induzem dor e medo.”

1.6. Conflito Social

O conflito social ou resulta da comunicação interpessoal ou induz à mesma. Para


compreender a segunda parte da proposição anterior basta pensar numa situação de conflitualidade
ocasional dos interesses de dois ou mais comunicadores, onde eles serão levados a comunicar as
suas posições e intenções.
Com qualquer outra área, a educação não é alheia a conflitos sociais na pura e estreita
relação professor - aluno. Uma relação de causa-efeito, onde a preocupação não é pôr em comum
mas simplesmente reagir ao que o outro faz ou diz é o célebre diálogo (adaptado): “Eu retraio-me
porque o senhor implica” e “Eu implico porque tu te retrais”.

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2. Teorias da comunicação em pequeno grupo

2.1. Conceitos e definição de grupo

De entre as alterações que este conceito sofreu, destaco a definição de D.W. Johnson e F.P.
Johnson (1987) que consideram que “o grupo é constituído por dois ou mais indivíduos em
interacção face-a-face, cada um consciente da sua qualidade de membro do grupo, cada um
consciente de outros que pertencem ao grupo e cada um consciente da suas interdependências
positivas quando se empenham em realizar objectivos mútuos”.

2.2. A dinâmica de Grupos

Como se pode constatar, um grupo é mais que a soma dos seus membros. Quando as pessoas
congregam um grupo desenvolve-se uma estrutura capaz de gerar uma dinâmica convergente para
os objectivos pré-definidos.

«Pode-se caracterizar num grupo um “todo dinâmico”; isso significa que uma mudança no
estado de qualquer subparte modifica o estado de todas as outras subpartes. O grau de
interdependência das subpartes de membros do grupo varia desde a “massa” amorfa a uma
unidade compacta. Depende, entre outros factores, do tamanho, organização e intimidade do
grupo.»

Obedecendo a normas e a patamares hierárquicos, uma pessoa faz parte de muitos grupos
simultaneamente. Por exemplo um aluno é membro da turma da escolha, membro da comunidade
educativa, membro da sua família, eventualmente membro de outros grupos de bairro, membro da
sua comunidade de residência, membro da sociedade em geral.
Para Kurt Lewin, o impacto dos grupos sobre a vida individual tem quatro qualidades:
ƒ O grupo fornece estabilidade à vida da pessoa;
ƒ O grupo dota a pessoa com o meio para realizar aqueles objectivos a que ela dá mais valor (é
um veículo para se aproximar de objectos no espaço vital, ou para os evitar);
ƒ Os valores e atitudes da pessoa são muito influenciados pelos valores e normas do grupo a
que ela pertence;
ƒ Como parte do espaço vital, a pessoa movimenta-se dentro do grupo (ela almeja vária metas
no próprio grupo).

Raramente os valores e normas do grupo coincidem com as necessidades individuais dos


seus membros. Se, a qualquer momento, o individuo é privado de liberdade suficiente para alcançar
metas fora do grupo, resultará a insatisfação e o grupo pode perder um membro. Por outro lado, se a
influência do grupo é excessivamente débil, será menos eficaz na ajuda a cada um dos seus
membros a alcançar metas dentro do seu espaço vital.
Outro aspecto importante a salientar é a coesão do grupo, constituindo um factor de mútuo
interesse entre as partes.
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O grau de coesão de um grupo e a identificação mútua entre os seus membros, são variáveis
correlacionadas positivamente ou negativamente. Se a correlação for positiva, tendencialmente
forte, o grupo mantém-se vivo e unido. Se a correlação for negativa, tendencialmente fraca, o grupo
tende a desagregar-se.

2.3. Processo de interacção no seio do grupo

Para Robert F. Bales, as pessoas no seio do grupo interactuam (agem e reagem). Assim,
quando um comentário é proferido e dirigido a alguém, surge a reacção desse alguém pela
expressão do seu pensamento relativamente ao que foi dito.
No que concerne à liderança do grupo, Bales constatou a existência de duas espécies de
líderes dentro do mesmo grupo:

ƒ O líder da tarefa - o que facilita e coordena os comentários relacionados com a tarefa,


dirigindo as suas energias para que a mesma seja executada;
ƒ O líder sócio emocional – o que trabalha em prol da melhoria das relações do grupo.

Bales mostrou como a percepção da posição de um individuo num grupo depende de três
dimensões:
ƒ Em que medida o individuo é visto como alguém que se esforça por alcançar sucesso e
poder (em oposição à desvalorização do eu);
ƒ O grau de igualitarismo expresso (em contraste com o isolacionismo individualista;
ƒ A medida em que o individuo apoia as crenças conservadores do grupo (em oposição à
rejeição da autoridade).

2.4. A comunicação no grupo

A comunicação no grupo pode organizar em dois tipos:

ƒ As comunicações formais: relativas ao funcionamento do grupo. Por exemplo, reuniões,


discussões, decisões etc.;
ƒ As comunicações não formais de que são exemplos as conversas particulares, boatos,
contactos, comunicação entre membros do grupo.

A entrada e saída dos seus membros, as tensões diversas, as modificações nas relações dos
seus elementos e outras razões contribuem para alterações na rede de comunicações do grupo.
Todavia, como cada elemento tem os seus tributos (carácter, formação, experiência, etc.) para que
uma mensagem produza os efeitos pretendidos, tem de ser compreendida, devendo, por esse
motivo, o emissor ajustá-la às características individuais de cada um. O difícil não é falar sem
considerar as especificidades de cada um, mas garantir que a mensagem seja compreendida por

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quem a recebe. Exige-se também que o receptor faça um esforço de compreensão sempre que a
situação o imponha.
A objectividade da mensagem e a riqueza do seu conteúdo são contribuições para
desenvolver a personalidade colectiva do grupo e consequentemente atingir a produtividade
pretendida.
Não se deve renunciar perante a dificuldade, mas antes ser lúcido para fazer as
rectificações necessárias.

2.4.1. A informação no seio do grupo

O acesso à informação permite que todos os membros possam participar e contribuam para a
tomada de decisões no seio do grupo. Mas para que tal efeito se concretize é necessário que a
informação circule livremente por todos e convém que a mesma seja:

ƒ Clara, ou seja, que todos compreendam o sentido, o alcance e o limite dessa informação;
ƒ Completa, ou pelo menos o mais completa possível;
ƒ Pertinente, a informação deve referir-se ao assunto que está a ser estudado, e não a qualquer
outro assunto que lhe esteja próximo; devem-se utilizar as fontes de informação que
ofereçam a melhor garantia de seriedade quanto ao conteúdo e de variedade da informação
fornecida;
ƒ Coerente, uma informação incompleta ou incoerente pode prejudicar a eficácia da
investigação por ser falha de sentido, e um pormenor que é omitido pode orientar em sentido
diferente as opiniões baseadas na informação recebida.

2.4.2. Processo comunicativo no seio do grupo

As interacções comunicativas desenvolvem-se através de redes de comunicação. As mais


conhecidas são: a rede em “Y”, a rede em “cadeia”, a rede “circular”, a rede “centralizada” e a
rede “completa” (todos com todos).

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Das investigações realizadas concluiu-se que:

ƒ Os indivíduos que participam em grupos cuja rede de comunicação não dá a nenhum deles
posição central (redes circulares) são os mais satisfeitos;
ƒ Os grupos que funcionam segundo as redes que comportam papeis centrais (ou de índice de
centralidade elevada), são os mais eficazes do ponto de vista da execução das tarefas e do
domínio dos erros cometidos.
ƒ Os grupos que funcionam segundo a rede completa ou convexa têm maior actividade,
realizando as tarefas num mais curto espaço de tempo.

Destas conjecturas se pode concluir que as redes de comunicação influenciam a eficácia e o


funcionamento do grupo.

FIM

Bibliografia

Vaz Freixo, M. João, Teorias e Modelos de Comunicação, Lisboa: Instituto Piaget, 2006.

Wikipédia.

Trabalho realizado por:


Carlos Manuel Lourenço
Aluno nº 44695

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