O documento discute a participação social no desenvolvimento de políticas públicas de segurança, analisando como os direitos civis, políticos e sociais se desenvolveram de forma desigual no Brasil, dificultando a participação popular. A autora descreve cinco formas de participação relacionadas à segurança e destaca os conselhos comunitários como a mais emblemática, mostrando amadurecimento mas demandando aprimoramento.
Original Description:
Resumo de texto utilizado para publicação do Ministério da Justiça, de autoria de Luciane Patrício, Profª Drª em antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), resumido por Rodson Juarez, acadêmico do Curso de Bacharel em Segurança Pública e Social (UFF).
O texto traz considerações sobre a ação democrática social participativa, regatando críticas sobre a formação histórica brasileira e como é atualizado o conceito de cidadania em nossos tempos e territórios.
O documento discute a participação social no desenvolvimento de políticas públicas de segurança, analisando como os direitos civis, políticos e sociais se desenvolveram de forma desigual no Brasil, dificultando a participação popular. A autora descreve cinco formas de participação relacionadas à segurança e destaca os conselhos comunitários como a mais emblemática, mostrando amadurecimento mas demandando aprimoramento.
O documento discute a participação social no desenvolvimento de políticas públicas de segurança, analisando como os direitos civis, políticos e sociais se desenvolveram de forma desigual no Brasil, dificultando a participação popular. A autora descreve cinco formas de participação relacionadas à segurança e destaca os conselhos comunitários como a mais emblemática, mostrando amadurecimento mas demandando aprimoramento.
Participao social e o campo da segurana pblica: dilema
e desafios. In: Cadernos Temticos da CONSEG. Movimentos Sociais e Segurana Pblica: a construo de um campo de direitos, Ano 01, n. 09, p. 37-42, Ministrio da Justia, Agosto de 2009. RESUMO1 Rodson William Barroso Juarez2
No texto participao social e o campo da segurana pblica: dilema e
desafios, da doutora em antropologia pela universidade Federal Fluminense (UFF) e assessora especial do Ministrio da Justia, Luciane Patrcio, a temtica da participao social no desenvolvimento e execuo de polticas pblicas abordada de modo reflexivo e focal, considerando as experincias das aes participativas experimentadas para a segurana pblica. Resgata o momento histrico de democratizao brasileira a partir do final da dcada de 1970 e a possibilidade de participao popular, pela sociedade civil, na proposio de polticas pblicas. Esse momento de democratizao das instituies brasileiras no significou, necessariamente, ampliao de direitos aos cidados, ou seja, a transformaes no regime autoritrio no significaram cidadania para todos. A noo de composio da cidadania por direitos civis, polticos e sociais trazida com citaes de obra anterior, de Jos Murilo de Carvalho (2001), cidadania no Brasil: o longo caminho, considerando que os direitos civis e sociais no esto disponveis de uma forma igual, sendo considerada que a construo desses direitos na histria de nossa cidadania no seguiu uma ordem lgica de evoluo entre eles, ou melhor, seguiram ordem inversa lgica. Associados aos perodos ditatoriais, os direitos sociais ganharam mais fora que os direitos polticos. Em outro momento autoritrio, os direitos polticos (voto) tiveram grande expanso, mesmo com as representaes polticas diminudas pelo regime. Assim, essa formao anacrnica de nossa cidadania promove efeito nas 1 Trabalho apresentado como avaliao parcial da disciplina Histria, Cidadania e Segurana Pblica I, ministrada pela Prof. Dr. Luciane Patrcio, ao segundo perodo do Curso de Bacharel em Segurana Pblica da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense. 2 Acadmico.
manifestaes participativas e nas consideraes relevantes dessa participao
direta na formao de polticas pblicas, e pode ser causa de nossa curta tradio associativa e participativa, atribudo importncia majorada s instituies estatais. Outra relao de causalidade apontada pelas lies seria o eventual distanciamento do indivduo com aquilo que considera pblico, pois essa noo tambm seguiria a mesma lgica explicativa, atribuindo ao Estado esse cuidado com coisa com a qual no teria relao, como se no fizesse parte do que considera pblico. Assim, a autora percebe necessidade de amadurecimento contnuo da concepo de problemas e solues democrticos e compartilhados entre populao e governantes. A mesma lgica se segue para a temtica da segurana pblica, analisando de que forma a populao vem ocupando e se apropriando de espaos que antes s se percebiam instituies policiais ou judicirias. importante a considerao do histrico dessa separao entre sociedade civil e polcia (exemplo maior), com domnio por parte do discurso institucional para elaborao de polticas de segurana pblica, mesmo considerando transformaes no cenrio participativo, com presena ascendente da populao. O texto destacou cinco formas de participao popular em relao mais prxima com as instituies: a denncia, o policiamento comunitrio, as ouvidorias de polcia, os planos municipais e os conselhos de segurana pblica. Considerando as trs primeiras as mais prticas e experimentadas, mesmo evidenciando a relevncia do policiamento comunitrio como pea de aproximao colaborativa e seu distanciamento ftico da filosofia, considera a estratgia trazida pelo Decreto n 4.991/2004, que define as competncias da Secretaria Nacional de Segurana Pblica, importante para a participao democrtica no mbito municipal. Mas o mais emblemtico entre as cinco formas de participao social apontado no funcionamento dos conselhos comunitrios, sejam os municipais ou os estaduais. Mesmo com cenrio heterogneo, aferido em 2008 pelo Ministrio da Justia em levantamento da magnitude da representatividade dos conselhos, ressalta-se a participao efetiva (deliberativa, em alguns casos) da sociedade na organizao
da
poltica
de
segurana
pblica,
que
mostra
sinais
de
amadurecimento, mas demandante de ateno para seu aprimoramento. Um
caminho de aprendizado, que evidencia a importncia desse movimento participativo, inclusive para alm da segurana pblica.