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INTRODUÇÃO
Apesar deste texto tratar da veiculação do meio rádio através das atuais tecnologias
digitais, considero importante voltarmos até o ano de 1996 para entendermos melhor a rápida
evolução tecnológica que transforma não somente a recepção, mas também a linguagem da
produção radiofônica.
Escolhi o ano de 1996 não aleatoriamente. Nessa época, os principais portais de conteúdo
para Internet e websites de grandes jornais brasileiros se fixaram definitivamente. O surgimento
do portal do Jornal Globo, do Universo Online, do Zaz (futuramente, o Terra), da Folha Online
indicam o começo da popularização da rede mundial no Brasil.
Nesses poucos anos, duas palavras entraram em nosso cotidiano para exprimir novos
modos de produção radiofônica: webrádio e podcast. Curiosamente, as tecnologias usadas por
esses dois “produtos” vinham sendo desenvolvidas há algum tempo, a princípio visando outros
fins.
No final da década de 1980, com o avanço da digitalização das produções de áudio e
vídeo, surgiu a necessidade de guardar essa informação digital. O pouco espaço disponível para
armazenamento e os grandes arquivos gerados pela digitalização deram início a uma busca de
formatos de compressão. A ISO (International Standardization Organization – Organização
Internacional de Estandardização), juntamente com outros institutos de pesquisa, fundou em
1988 o Motion Pictures Experts Group, que ficou responsável por desenvolver um procedimento
para comprimir os arquivos de áudio e vídeo digital, reduzindo assim seu tamanho de
armazenamento (medido em bytes)3.
1
Trabalho apresentado no III Encontro Científico da Universidade Anhembi Morumbi. São Paulo, 08 de novembro de 2007.
2
Professor da faculdade de Rádio e Televisão da Universidade Anhembi Morumbi.. Integrante do grupo de pesquisa “Rádio e Mídia Sonora”, da
mesma universidade.
3
Toda a história e funcionamento dos arquivos MPEG pode ser encontrado no site oficial da ISO:
http://www.iso.org/iso/en/ISOOnline.frontpage, consultado em 10/01/2007; e no site oficial do grupo: http://www.chiariglione.org/mpeg/,
consultado em 10/01/2007.
2
4
Em 1998 foi concluída a especificação MPEG2, que tinha como principal objetivo a transmissão digital via Internet, além de configurar um
padrão para o DVD. Os arquivos aproveitavam a arquitetura da MPEG I, mas sua construção valorizava a transmissão através das redes de
Internet daquele momento da história. A parte 7 da especificação MPEG II também trata da compactação de áudio (conhecido como AAC –
Advanced Áudio Coding), porém com ênfase em sistemas multiplexing. Também em 1998, o grupo iniciou os trabalhos para as especificações
MPEG 4, que buscavam suprir a necessidade de gravar arquivos compactados – ao invés comprimi-los em uma segunda etapa – bem como
facilitar a edição desses arquivos. Tais arquivos também seriam usados em radiodifusão. Estão em desenvolvimento, atualmente, as
especificações MPEG 7 e MPEG21.
3
adicionarmos o conhecimento sobre outras formas de transmitir dados digitais sem usar a
Internet5, temos o cenário propício para outra tecnologia de transmissão: o rádio digital, em
discussão atualmente no Brasil.
Estes são os três meios de transmissão de rádio que abordarei aqui: a webrádio, o podcast
e o rádio digital. Proponho uma análise mais profunda desses três sistemas e do modo como essa
tecnologia trabalha em cada um deles. Isso permitirá entender quais são as limitações impostas à
linguagem pela tecnologia, e quais cenários estão se abrindo para o produtor radiofônico.
Acredito ser possível falar em abertura de cenários justamente por considerar o rádio como
linguagem que se adéqua a novas formas de transmissão, saindo da limitação de uma definição
exclusiva de veículo/meio de comunicação.
Importante destacar que separo o suporte de transmissão por ondas radioelétricas e suas
características - fluxo contínuo de informação, programação fixa em horários determinados,
imediatismo e instantaneidade – das características que constituem o conteúdo, um modo de
fazer rádio: ressignificação de elementos como voz, efeitos, música e silêncio, que constituem
programas com locuções, vinhetas, músicas características, informação, concisão textual, etc.
Para o pesquisador Álvaro Bufarah Jr., doravante os programas radiofônicos deverão ser
pensados para os diversos meios de distribuição “tendo de ser consideradas as alternativas
criadas a partir das ferramentas disponíveis na plataforma multimídia da Internet”
(BUFARAH:2004).
Até pouco tempo, havia alguma dúvida sobre o futuro do meio radiofônico diante dessas
novas possibilidades. Alguns chegaram a afirmar que o rádio “morreria”, quando o que se
descortinou foram possibilidades de recuperação do meio e da produção, além de um possível
espaço para democratização da produção.
“É preciso criar uma nova rádio que seja suficientemente impactante para fidelizar os atuais
ouvintes e absorver novos nichos de mercado. Obrigatoriamente, passa-se a assumir a idéia
de qualidade e convergência de serviços via radiodifusão. É hora de se pensar em digitalizar
a radiodifusão sonora”(ABDALLA; RAMOS, 127: 2005).
5
Exemplos de equipamentos que recebem e decodificam dados digitais sem usar Internet: o receptor da TV a cabo, o GPS, os celulares GSM.
Eles utilizam ondas de radiofreqüência.
4
6
Esse processo de modificação é conhecido como modulação. Existem duas ondas eletromagnéticas na transmissão: a portadora, que carrega a
informação sonora, e a moduladora, que modifica a portadora conforme o áudio que está sendo transmitido.
7
Duas tecnologias estão envolvidas na transmissão digital, a compactação e a codificação para transmissão: No sistema norte-americano de rádio
digita, eles são a compactação MPEG para criação de streaming e a codificação COFDM (Coded Orthogonal Frequency Division Multiplexing),
que permite a transmissão de grandes quantidades de dados em uma mesma freqüência. Fonte: NASCIMENTO, Juarez Quadros. Tutorial sobre
Rádio Digital. Disponível on-line em http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialradio/default.asp. Consultado em 09/01/2007.
8
http://www.anatel.gov.br/Tools/frame.asp?link=/radiodifusao/radio_digital/radio_digital_brasil_ccs.pdf, consultado em 07/01/2007
9
Neste trecho, os autores citam o decreto 4.091 de 2003 como base para suas afirmações.
5
nas seguintes proporções: emissoras AM passarão a ter a mesma qualidade que a FM hoje, e as
emissoras FM terão qualidade de CD.
Como dificuldades apresentadas, temos que os padrões existentes de transmissão digital,
devido à codificação/decodificação, geram um atraso de até 8 segundos na transmissão (o que
inviabiliza a interação do ouvinte com o meio). Além disso, é preciso lidar com os custos de
implantação de um sistema digital e a migração dos usuários para o novo modelo.
As discussões no Brasil caminharam em torno de quatro modelos já usados em outros
países. A exemplo da TV Digital, as discussões envolvem um padrão japonês (o ISDB-Tsb), dois
padrões europeus (o DRM e o Eureka), e um norte-americano (o IBOC, do consórcio iBiquity).
O padrão japonês funcionaria como uma variável do padrão de TV digital. O rádio
utilizaria bandas de freqüências mais baixas que as da TV, que poderiam ser subdivididas em
vários canais de transmissão. Os receptores poderiam também captar o áudio das transmissões de
TV digital, e os aparelhos de TV sintonizariam o rádio (MOTA; TOME, 65: 2005). No entanto,
como o sistema funciona fora das conhecidas faixas de FM e AM atualmente existentes, seria
necessária uma reacomodação dos emissores e troca das freqüências pelas quais as rádios são
conhecidas por seus ouvintes.
O sistema Eureka 147, da mesma forma que o japonês, possibilita a divisão da freqüência
de transmissão em vários canais. Dessa forma, diferentes emissoras podem compartilhar o
espectro para difusão, antenas, e processos de codificação, o que reduziria custos. Esse sistema
está sendo rechaçado por dois motivos: devido ao alto custo de implantação, uma vez que os
ouvintes precisariam trocar seus aparelhos, e porque também seria necessário haver uma
reacomodação das faixas de transmissão (BUFARAH: S/D). Além disso, esse sistema significar
mudar completamente o modelo de negócios existente hoje.
O sistema DRM somente funciona em freqüências baixas, o que significa que somente
transmite em Ondas Curtas, Médias e Longas. Seria o ideal, inicialmente, para substituir nossas
transmissões em AM (amplitude modulada) sem a troca da freqüência do emissor (BUFARAH
JR: S/D). Como o sistema não contempla as transmissões em FM, isso pode significar a
necessidade da adoção de dois sistemas simultaneamente, o encareceria a implantação.
Várias emissoras pediram autorização junto à Anatel para realizar testes, em boa parte
utilizando o sistema IBOC. Isso sinaliza uma preferência por esse sistema devido a algumas de
suas vantagens (do ponto de vista do emissor): é possível realizar transmissões simultâneas de
sinais analógico e digitais; utiliza a mesma freqüência, ou seja, em caso de migração, o ouvinte
não terá que aprender um novo número no dial; os custos de implantação aparentam ser mais
baixos que o dos outros sistemas (devido a incentivos do consórcio iBiquity). Neste sistema,
cada freqüência de FM tem a capacidade de transmitir até 4 programações diferentes, ou usar
6
duas transmissões de alta qualidade, ou ainda transmitir com qualidade razoável e implantar
serviços de dados. Para isso, o sistema passa a reter uma maior banda no espectro de
radiofreqüência, “em um processo de apropriação do espectro. Verifica-se, portanto, a lógica da
‘fome de espectro’ a nortear significativamente os trabalhos” (MOTA; TOME, 75: 2005). Outro
problema do sistema IBOC é que ele não contempla Ondas Curtas - OC e Ondas Tropicais - OT
(que continuariam a ser transmitidas de forma analógica, ou usando um outro sistema).
Em qualquer caso, a escolha pelo padrão digital de rádio poderia oferecer mais mercado.
Haveria espaço para crescimento com a distribuição de novas concessões, caso a discussão sobre
a implantação levasse em consideração outros atores sociais que não as empresas de difusão –
como rádios comunitárias. Infelizmente, o lobby feito pelos radiodifusores e a sinalização do
Ministério das Comunicações pela escolha do IBOC, sem a discussão necessária, parece
proporcionar justamente o contrário. Sente-se isso pelo modo como os testes estão sendo
conduzidos e pela falta de informações à população. A pesquisadora Patrícia Rangel, ao tentar
levantar dados sobre os testes na cidade de São Paulo, se deparou com um cenário de apatia por
parte dos emissores:
“A sensação é que os testes foram impostos, o padrão digital foi imposto e somente por isso
está sendo testado. Por enquanto, é mais importante a interatividade da Internet, do site da
rádio com os ouvintes, a aproximação que a Internet traz entre a emissora e seu público do
que a vinda do rádio digital.” (VILLAÇA: 2006)
O grande temor é que, durante o processo de conversão para os sistemas digitais, assuntos
importantes fiquem de fora. O primeiro deles é a portabilidade do rádio, uma vez que aparelhos
celulares e tocadores de MP3 estão sendo fabricados com capacidade para receber sinais de FM.
“A digitalização permitirá a integração do rádio a plataformas convergentes. A convergência
fornecerá ao rádio uma interatividade, via outras plataformas, não imaginável na transmissão
analógica” (ABDALLA; RAMOS, 131: 2005). Álvaro Bufarah Jr. salienta que as
“oportunidades de negócios baseadas na plataforma multimídia é um dos grandes atrativos para a
evolução das emissoras” (BUFARAH: S/D). Entre essas oportunidades, estão, por exemplo, a
distribuição de conteúdo via canal adicional, informações e propagandas nos displays de cristal
líquido, serviços on-demand, etc. Com um pouco de atenção, esses novos serviços (ou a
transmissão de múltiplas programações) podem significar também um aumento nas vagas para
mão-de-obra no setor.
Mesmo oferecendo novos recursos, as rádios precisarão conviver com o avanço do
podcast e das webrádios. Assim, é preciso concordar com a opinião do ex-ministro das
Comunicações, Juarez Quadros do Nascimento, quando ele afirma que “o rádio pode ficar à
margem do movimento de digitalização dos meios de comunicação, e a convergência tecnológica
que os aproxima pode afastá-lo, uns dos outros e de seus consumidores em um admirável mundo
7
já não tão novo”10. É preciso agregar ao tema da digitalização toda a tecnologia já disponível
(um exemplo que pode ser cogitado é tornar possível o podcast via freqüência do rádio).
Um outro assunto que deve ser discutido refere-se ao acesso à produção. Prevalecendo o
desejo dos produtores atuais, será perdida uma grande chance de ampliar o mercado e o
investimento em segmentação de conteúdo. Sobre as emissoras comunitárias, ainda não há
informação disponível sobre seu futuro, e alguns grupos já começaram a levantar questões sobre
quem pagará a conta da implantação do sistema11. André Barbosa Filho indica como um
exemplo de solução a destinação da faixa de 26MHz, em ondas curtas, apenas para transmissão
comunitária dentro do sistema digital (BARBOSA FILHO, 326: 2005). O professor afirma ainda
que a digitalização pode significar uma redução no número de equipamentos, o que favoreceria
essas rádios, em projetos de parcerias com universidades e associações (BARBOSA; CASTRO,
291:2005). Tal solução é questionável, uma vez que essa faixa pode ficar fora do espectro
digitalizado, dependendo do padrão adotado.
Ainda assim, o acesso ao conteúdo digital somente será possível com o barateamento dos
equipamentos. Aposta-se também na digitalização como forma de incentivar a indústria nacional
que produzirá os receptores, de forma que o preço caia a níveis acessíveis às camadas mais
pobres da população. (BUFARAH: S/D)
A população, e outras instâncias do governo além da Anatel e Ministério das
Comunicações, devem participar mais ativamente do processo de escolha e definição do padrão,
de modo que, independente do formato de transmissão escolhido, seja privilegiada a produção
descentralizada e distribuição irrestrita de conteúdo. Como proposta para incluir a divulgação
cultural e de educação via radiodifusão, os pesquisadores Humberto Abdalla Jr. e Murilo César
Ramos lembram da
“necessidade de inserir a questão da radiodifusão sonora na mais ampla discussão
estratégica possível sobre comunicação neste país. Discussão que parta do princípio de que
é fundamental pôr fim ao cenário de dispersão política e fragmentação regulamentar que
hoje caracteriza o setor. (ABDALLA; RAMOS, 141: 2005)”
Em um cenário mais simplista, a população poderia participar mais ativamente da
produção, usando canais de interatividade que poderiam surgir com o melhor aproveiramento do
espectro de radiofreqüência (ou aproveitando aqueles que já existem com a Internet). Seria uma
forma do usuário “deixar de lado o papel de mero consumidor e passar a ser, ele também, um
agente ativo na produção e disseminação de informações e conhecimento, transmutando os
usuários-consumidores em usuários-cidadãos”. (MOTA; TOME, 64: 2005)
10
NASCIMENTO, Juarez Quadros. Tutorial sobre Rádio Digital. Disponível on-line em
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialradio/default.asp. Consultado em 09/01/2007.
11
Um exemplo é esse artigo publicado no começo de 2006: RÁDIO DIGITAL: DEMOCRATIZAÇÃO OU "CALA-BOCA
TECNOLÓGICO"?. Artigo digital publicado em http://www.fazendomedia.com/novas/movimentos260206.htm. Acesso em 09/01/2007.
8
AS WEBRÁDIOS
As primeiras emissoras via internet brasileiras surgiram em meados da década de 1990
com uma ampla variedade de programação e diversificação musical. Elas acompanharam o
surgimentos dos provedores de internet, uma vez que o áudio compactado, pelo seu tamanho, era
a mídia viável para transmissão no começo da web. Em princípio acompanhando uma tendência
mundial (em 2000, estimava-se que existiam cerca de 3.500 emissoras on-line pelo mundo), as
webrádios brasileiras ofereciam alternativas às rádios comuns. Um exemplo é a Manguetronic
Net Radio, que entrou no ar em abril de 1996 como “o primeiro programa de rádio da América
Latina desenvolvido especialmente para a rede”. Esse serviço foi idealizado dentro do
12
Artigo digital da revista Forbes, disponível em http://www.forbes.com/markets/2007/02/26/xm-radio-update-equity-markets-
cx_mk_0226markets38.html?partner=rss, consultado em 24/03/2007
9
movimento cultural pernambucano conhecido como Mangue, que em 1995 tinha lançado o site
Mangue Bit (BUFARAH: 2003).
Outro caso que merece destaque é o da Musical FM. A emissora operou na freqüência
105,7MHz, em São Paulo, até o primeiro semestre de 1999. Nesse ano, sua programação foi
trocada de MPB para música gospel, deixando muitos ouvintes revoltados. A solução encontrada
na época foi abrir uma webrádio que mantivesse a mesma programação musical, a Musical
MPB13.
Para facilitar o estudo dessas emissoras via Internet, elas podem ser classificadas
conforme alguns parâmetros: rádios convencionais (AM e FM) que transmitem o mesmo
conteúdo via ondas hertizianas e via Internet; webrádios ou netrádios; e canais de áudio que se
assemelham a serviços de divulgação musical (BUFARAH:2003, e SOUZA:2004).
As rádios convencionais encontraram na Internet uma forma de ampliar o alcance de seu
conteúdo, uma vez que o ouvinte habitual pode sintonizar a emissora também via rede, mesmo
quando está fora da região de funcionamento da rádio (BUFARAH: 2003).
Uma webrádio pode ser um website ou uma estação14 em um portal, em que os usuários
encontram links para programas de rádio. O usuário pode escolher qual edição do programa
deseja ouvir, e o arquivo de áudio referente àquele programa é executado em seu computador,
via streaming. Mesmo emissoras convencionais, que mantém transmissões simultâneas via
Internet e ondas de rádio, começam a produzir conteúdos exclusivos para a rede.
Existem duas formas de transmissão: “ao vivo” e “on demand15”. No caso da transmissão
ao vivo, o sinal de áudio do programa é enviado a um computador (o encoder) que o codifica em
formato de pacotes de dados. Esse computador é ligado a um servidor e envia a ele os pacotes.
Os usuários se conectam ao servidor e, através dele, recebem em seus computadores pessoais os
pacotes de dados daquela transmissão. Neste caso, não há um “arquivo de áudio”, apenas os
pacotes que são apagados imediatamente após a transmissão16.
Na transmissão on demand, os arquivos digitais do programa completo ficam disponíveis
no servidor, e são executados a partir dele quando o ouvinte decide escutar um programa.
Em ambos os casos a transmissão se dá via streaming, e o arquivo não é armazenado no
computador do usuário. Assim, a veiculação de um programa ou de uma música não significa
13
A Musical MPB on-line funciona atualmente no endereço www.musicalmpb.com.br. Consultado em 17/01/2007.
14
“Estação” é uma página, dentro de um portal, que reúne conteúdo sobre um assunto disponibilizado pelo site: um canal de rádio, um canal de
moda, um canal sobre animais, etc.
15
“On demand” é um termo usado de forma bem comum na Internet. Sua tradução seria algo como “a pedidos”. Toda a produção de um website
que está on demand está disponível para o internauta acessar em qualquer momento.
16
Um bom resumo sobre o que é streaming pode ser encontrado na Wikipedia, em http://en.wikipedia.org/wiki/Packetized_Elementary_Stream,
consultado em 09/01/2007. Sobre os métodos de codificação em Windows Media, é possível acessar a página da Microsoft sobre o assunto:
http://www.microsoft.com/windows/windowsmedia/forpros/encoder/default.mspx, consultada em 09/01/2007.
10
sua distribuição. Quando o ouvinte decide ouvir novamente um programa, os dados são
novamente baixados em seu PC.
Neste texto, consideramos webrádio apenas a emissora que oferece programas como em
uma rádio comum, com uma linguagem e estética própria do meio e que utiliza e ressignifica
diferentes elementos (locução, efeitos, música e silêncio) (SILVA, 17:1999). Dessa forma,
mesmo os serviços on demand se enquadram como rádio-linguagem.
A principal diferença entre a composição de um programa para webrádio e para uma
rádio convencional está no tipo de informação que será passada. Graças à interatividade da
Internet, o ouvinte pode escutar o programa quantas vezes e quando quiser, pode pausar, avançar
ou voltar um trecho. Algo que, no momento, é impensável no rádio analógico. Por outro lado,
com exceção dos programas transmitidos ao vivo, a webrádio não pode oferecer o imediatismo e
instantaneidade17 que a rádio comum oferece. Parte dessa deficiência é suprida pelos textos
escritos usados largamente pelos portais.
Assim, as informações que são disponibilizadas em um programa devem ser escolhidas
de forma que não fiquem “velhas” muito rapidamente. Por outro lado, o on demand permite um
aprofundamento maior da informação para o ouvinte. Afinal, se ele precisar, pode escutar o
programa mais que uma vez – e dedicar maior atenção à mensagem, driblando a fugacidade do
meio sonoro.
Mesmo os programas que tratam de entretenimento saem ganhando em questão de
conteúdo informativo. Em uma webrádio, o apresentador pode falar mais e tocar mais músicas –
uma vez que não há limite de tempo imposto pelos espaços comerciais de uma rádio analógica.
Outro apoio interessante de uma webrádio é que o programa pode vir acompanhado texto escrito
e imagens, com informações complementares ao assunto apresentado.
Os chamados “canais de áudio” são serviços que oferecem programação musical
segmentada em um gênero ou em um estilo. É comum, também, canais que permitem ao ouvinte
montar sua programação musical18. Graças a essa interatividade, esse tipo de emissora é, na
realidade, muito mais próximo de um serviço fonográfico do que radiofônico.
O cenário da internet no Brasil é propício para o crescimento do serviço de webrádio,
apesar de observarmos pouco movimento da indústria nessa direção. Segundo dados do
17
Como nos ensinou Gisela Swetlana Ortriwano, imediatismo é a possibilidade de transmissão do fato/notícia no momento em que ele ocorre.
Trata-se por instantaneidade a possibilidade ao ouvinte de receber a mensagem no momento em que ela é transmitida. Ou seja: em um programa
ao vivo, ambos conceitos se aplicam. Porém, caso esse programa que foi transmitido ao vivo fique disponível on demand, a informação perderá
tanto o imediatismo como a instantaneidade. ORTRIWANO, Gisela Swetlana. A informação no rádio: os grupos de poder e a determinação
de conteúdo. São Paulo: Summus, 1985 4ª Ed.
18
Creio ser importante lembrar de websites como a Usina do Som, de propriedade do Grupo Abril, que oferecia um grande acervo musical ao
internauta sem oferecer programas fechados. O principal apelo era a possibilidade do ouvinte montar sua própria programação musical.
11
19
MANZONI JR, Ralphe. Número de usuários de banda larga dobra em menos de dois anos no Brasil. Artigo on line disponível em
http://idgnow.uol.com.br/internet/2007/01/05/idgnoticia.2007-01-04.2426042674/IDGNoticia_view, consultado em 17/01/2007.
12
Como não há limites para a quantidade de informações via Internet, é através desse meio
que surge a possibilidade real de segmentação de conteúdo para diferentes públicos. Diferentes
programações radiofônicas podem oferecidas, atendendo diferentes demandas que nada tem a
ver com a localidade, e sim com uma comunidade de pessoas. Assim, a “Internet pratica a
desterritorialização... [que] permite a reunião de tribos ou públicos dispersos geograficamente e
agora conectados pela Internet. Falamos, portanto, da falta de uma vinculação com um lugar e
sim com uma proposta” (SOUZA:2004).
Por fim, validando a existência da rádio na rede, está uma característica própria ao meio:
assim como no rádio convencional, não é necessária a atenção concentrada do ouvinte para
receber a mensagem, ou seja, o receptor pode executar outra tarefa, como navegar em outros
sites ou escrever/ler um texto, enquanto ouve a programação da webrádio.
Diante desse cenário, conclui-se que o serviço pode servir para a veiculação da
mensagem radiofônica. No entanto, exige uma revisão de seu modelo comercial de operação na
busca de audiência.
O PODCAST
A linguagem radiofônica esteve intrínseca ao conteúdo de alguns podcasts desde o seu
aparecimento. O próprio surgimento do serviço aconteceu da necessidade de se criar um novo
modo de produzir rádio. Adam Curry, ex-VJ da MTV, explorou seu sentimento de enfado com
relação às rádios tradicionais e criou um meio de distribuir áudio via Internet, de modo que o
ouvinte pudesse “levar consigo” e ouvir o programa quando fosse conveniente. Os primeiros
programas feitos por Curry tinham 30 minutos e usavam a linguagem radiofônica (com
aberturas, notícias, vinhetas, etc). (MEDEIROS, 8: 2005)
A isso, aliou-se o lançamento da Apple Computers, em 2001: um tocador de áudio
portátil chamado iPod. Esse equipamento popularizou os tocadores portáteis de arquivos MP3, e
especula-se que o nome PODCAST tenha surgido da junção do seu nome com a palavra
broadcast, que significa difusão. O pesquisador Marcello dos Santos Medeiros, no entanto,
aponta outras possibilidades, como POD referir-se ao acrônimo de Production on Demand
(produção sob demanda) ou Publishing on Demand (produção sob demanda) (MEDEIROS, 3:
2006).
O serviço começou a ganhar popularidade no Brasil principalmente entre 2005 e 2006.
Para entender a crescente procura pelo serviço – e por falta de números do nosso mercado –
13
vamos dar uma olhada nos números nos Estados Unidos: são hoje cerca de 3 milhões de ouvintes
nesse país, com expectativa de crescimento de 400% (para 10 milhões) até 201020.
Primeiro, vamos entender o conceito de podcast: trata-se de um serviço de distribuição de
arquivos MPEG de forma automática para um tocador portátil (como o iPod) ou um computador
pessoal. Por exemplo: o produtor disponibiliza via Internet arquivos MP3 contendo edições de
seu programa sobre culinária. As pessoas interessadas nesse programa fazem uma “assinatura”
do serviço, e cada vez que acessarem a Rede com seu computador ou com seu aparelho portátil,
o arquivo MP3 mais recente é automaticamente copiado.
O funcionamento desse sistema de assinatura é bastante simples. O produtor armazena
em um servidor de Internet os arquivos de áudio de seu programa e um arquivo XML21 contendo
a descrição e o caminho para chegar até esses arquivos. Em uma página na Internet – que pode
ser a página do programa, um blog ou um fórum de discussão – ele disponibiliza o caminho para
o Internauta chegar até o arquivo XML. O internauta então copia o endereço desse arquivo para
um software chamado agregador. Quando o agregador é iniciado, ele “lê” o arquivo XML
atualizado, identifica descrições e endereços dos arquivos de áudio, e imediatamente começa a
copiar as edições do programa para o computador. Uma vez baixado, o Internauta deve usar um
tocador de MP3 para reproduzir o arquivo. Os softwares iTunes e Winamp são exemplos de
agregadores de podcast que também servem como tocadores.
Cada vez que o produtor disponibiliza uma nova edição de seu programa, ele deve
atualizar o arquivo XML com informações sobre o novo arquivo disponível. Quando o
Internauta aciona novamente o agregador, apenas as novas edições são baixadas para seu
computador.
A produção de um podcast é mais simples que a de uma webrádio por envolver menos
processos. Tendo em mãos um modelo de texto XML, qualquer pessoa pode atualizar o conteúdo
de um podcast. Não é necessário um computador exclusivamente para codificar o material, ou o
desenvolvimento de uma página de interface para streaming22. A pessoa interessada em produzir
um podcast precisa apenas de um computador que grave voz, com uma placa de som comum, e
de um servidor para hospedar os arquivos. Existem muitos serviços de “disco virtual”
20
Podcasts terão 15 milhões de ouvintes nos EUA em 2010. Artigo on line disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u19707.shtml, consultado em 06/01/2007.
21
Arquivos XML são arquivos de texto usados na Internet, e possuem códigos-fonte para que um programa execute determinada função. Nesse
código, normalmente existe informação sobre atualização de um website. O software que “lê” o arquivo XML é normalmente chamado de
agregador. Quando um usuário adiciona o endereço desse arquivo XML no agregador, o software periodicamente acessa esse arquivo na Internet,
para verificar se foi feita qualquer atualização no website ao qual ele se refere.
22
A criação de uma webrádio envolve algumas etapas. Mesmo que não ocorram programas ao vivo, há a necessidade de um servidor onde são
armazenados os arquivos dos programas gravados. O usuário precisa de uma interface mínima para selecionar o programa que quer ouvir, o que
exige um webmaster (a pessoa responsável por criar a página na Internet com os links para os programas, bem como suas atualizações). É o
webmaster quem vai determinar se o arquivo de áudio será reproduzido em um programa (como o Winamp, o Real Media ou o Windows Media
Player) ou se tocará diretamente da página na Internet.
14
23
http://www.abpod.org/wiki/index.php?title=Apresenta%C3%A7%C3%A3o, consultado em 17/01/2007.
24
É possível citar como exemplo a Radio 1, da BBC (www.bbc.co.uk/radio1)
25
Podcasts terão 15 milhões de ouvintes nos EUA em 2010. Artigo on line disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u19707.shtml, consultado em 06/01/2007.
26
Prefeitura de SP ganha programa de rádio na web. Artigo on line disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u19400.shtml, consultado em 06/01/2007
27
Novo serviço da Apple baixa aulas via iTunes. Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo. São Paulo, 13/02/2006, caderno Dinheiro.
15
Essa identidade pode ultrapassar as barreiras do local no sentido físico, e representar uma
comunidade com interesses afins espalhadas por um território sem-fronteiras, fruto da
universalização promovida pela Internet. Setores menos favorecidos em representações
midiáticas – ou seja, aquelas minorias excluídas – podem aqui ser representadas. Como nota a
pesquisadora Lílian Ribeiro, “podemos observar o surgimento de novos mediadores culturais,
que não se enquadram na posição de receptores passivos, mas sim na de produtores e
divulgadores de cultura” (RIBEIRO:2005).
Por outro lado, como lembra o jornalista Lucio Ribeiro em sua coluna na Folha Online,
por “permitir que qualquer pessoa crie seu programa, significa também que nem tudo o que
circula pela rede vale a pena ser ouvido”28. Uma saída para quem quer se destacar entre os
muitos podcasts que existem é ser diferente, porém com certa coesão.
É ou não é rádio?
A maior discussão atualmente, em torno do fenômeno podcast, refere-se à qualificação
(ou não) desse serviço como uma forma de se fazer rádio. O pesquisador Marcello Santos de
Medeiros, por exemplo, não o considera rádio. Em pesquisa publicada em 2006, Medeiros
conclui que o podcast é “uma nova mídia, uma verdadeira multimídia, dentro da Internet”
(MEDEIROS, 10:2006).
Sua afirmação tem base em uma classificação do serviço em 4 modelos: metáfora, que
imita a linguagem radiofônica, usando seus elementos; editado, constituído a partir da edição de
um programa radiofônico já veiculado em uma emissora de rádio comum; registro, que se refere
à produção descentralizada, usando ou não elementos da linguagem radiofônica, e que seguem o
modelo de blogs; educacional, formato que surge como apoio em universidades, escolas e
empresas ao ensino à distância. Medeiros afirma ainda que, como a maior parte dos modelos não
obedece às regras de criação do rádio, todo o serviço de podcasting não pode ser considerado um
meio de veiculação. Outro motivo colocado pelo pesquisador é a falta de regularidade na
realização dos programas, e a falta de continuidade da transmissão, uma vez que o ouvinte pode
baixar o conteúdo e ouvi-lo a qualquer momento. A falta de centralização na produção – uma vez
que qualquer pessoa pode produzir o programa – também é apontada como descaracterizador do
serviço como rádio (MEDEIROS, 10:2006).
Acredito que podemos considerar, diante das mudanças que o rádio deve sofrer com a
convergência de mídias, que se trata de um serviço de transmissão de produtos que podem
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RIBEIRO, Lucio. Sol e sexo. E até música. Artigo on line disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult512u233.shtml, consultado em 07/01/2007.
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possuir a linguagem radiofônica. Mesmo a falta de uma programação, como apontado por
Marcello Medeiros, pode ser compensada por uma periodicidade na produção e distribuição de
programas – mais ou menos como ocorre hoje com o on demand das webrádios.
Considerando a busca pela difusão – de rádio ou TV – direcionada ao indivíduo, como
observamos pelas promessas de interatividade dos sistemas digitais, acredito ser necessário
entender esses novos meios como novos sistemas de difusão. O podcast é um exemplo de
facilidade ao ouvinte quando consideramos liberdade de escolha de horário para ouvir o
programa, ou a possibilidade de montar sua própria programação. Essa possibilidade do on
demand poderá ser, em breve, buscada pelo rádio digital. O rádio perderia sua característica de
meio pela fragmentação da programação? Ou por ser transmitida via redes de Internet?
É claro, não é possível considerar que todos os modelos de podcasts criteriosamente
apontados por Medeiros sejam realmente produções radiofônicas. Mas é preciso levar em conta
que os do tipo “metáfora” são programas de rádio feitos para serem veiculados por outro
meio/sistema. Neste caso, é necessário fazer a distinção entre rádio-linguagem e rádio-veículo de
transmissão. Não é possível, em um momento em que a convergência de mídias é cada vez mais
explorada inclusive comercialmente, qualificar novos suportes em comparação aos modelos
originais de rádio e TV do começo do século passado. O rádio-linguagem continua existindo
independente do suporte em que é veiculado.
Mesmo a colocação sobre a descentralização da produção pode ser questionada. O
funcionamento das rádios livres e comunitárias não se assemelharia bastante à difusão para uma
comunidade, como é buscado pelos podcasters? E as grandes emissoras não teriam, também, a
possibilidade de produzir conteúdos exclusivos para um grande público? Ainda sobre as
comunidades, vale citar André Lemos, pesquisador e editor da revista on-line 404NotF0und29,
quando ele relê Bertold Bretch e aproxima o podcast de seu ideal de rádio produzido pelo
ouvinte, quebrando as estruturas de produção centralizada e dominação (LEMOS:2005).
Em resumo, vejo o podcast como algo complementar ao broadcast, ou seja, um sistema
de veiculação de conteúdos que podem ser programas de rádio, serviços educacionais ou
fonográficos, serviços de comunicação interpessoal, etc. Assim, parece apropriado dizer que o
rádio está encontrando meios de sobreviver à convergência total de mídias. O rádio digital, a
webrádio e o podcast, juntos, complementam-se em serviços de distribuição de informações,
mantendo aquelas características que tornam o meio tão importante, como a rapidez da
informação, a portabilidade, o entretenimento e a democratização e inclusão cultural.
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Revista eletrônica disponível em http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/404notf0und
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REFERÊNCIAS
Para realizar esse texto, contei com a ajuda de Karina Attisano Guerreiro, Supervisora do
Ecad-SP e do Sr. Juarez Quadros do Nascimento, ex-ministro das Comunicações e atualmente
consultor na Orion Consultores Associados, que prontamente responderam aos meus e-mails.
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Paulinas, 2005, p.80. Neste trecho, os autores citam o decreto 4.091 de 2003 como base
para suas afirmações.
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Sobre webrádio
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Dinheiro, pág. B3
Rádio Digital: democratização ou "cala-boca tecnológico"?. Artigo digital publicado em
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MANZONI JR, Ralphe. Número de usuários de banda larga dobra em menos de dois anos no Brasil. Artigo on line
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consultado em 17/01/2007
Direitos Autorais
Escritório Central de Arrecadação e distribuição. Website oficial da instituição, disponível em http://www.ecad.org.br.
Consultado em 12/01/2007.