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SOBRE O PLANO E ORÇAMENTO PARA 2010

O documento que nos foi apresentado como plano de actividades, contém em nosso entender
objectivos generalistas e de um conjunto de intenções anunciadas para quatro anos. Poder-se
- ia supor que seria a partir dele que se faria um plano real, com actividades concretas e até
datadas alguma delas. Apenas no orçamento se pode deduzir que me 2010 pretendem
realizar algumas iniciativas concretas. Mas para um orçamento ser verdadeiro, necessita
sempre de um plano para que a bota bata com a perdigota. Como não é caso, entendemos
que não podemos apreciar o plano por ausência do mesmo.

Apreciando o dito documento é com algum lamento que verificamos a ausência de uma
estratégia politica para a freguesia, devidamente sustentada por um levantamento das
necessidades e dos problemas que afectam a vida dos cidadãos nas diversas áreas da nossa
freguesia.
É confrangedor a falta de rigor na maioria dos itens apresentados: falam em prioridades sem
referirem onde, como e em que datas. Referem acções sem especificarem quais e com que
meios. Referem a existência de levantamento sem referirem quais. Referem a existência de
protocolos ( IEFP) sem especificarem os seus conteúdos. Remodelações que a CML vai fazer
sem se saber quando, o que e como.
Para uma estratégia a 4 anos, o ponto dos recursos humanos é extremamente pobre e
redutor. Penso que os trabalhadores da autarquia mereciam mais atenção e referencias com
mais conteúdo e melhores perspectivas futuras.

Não tem uma única palavra sobre a AJA, sobre o projecto Alkantara nem sobre a CURPIA.
Diremos que por este documento não é possível compreender o que se espera do Executivo
para os quatro anos que se referem.

Consideramos nós que as autarquias, mesmo na sua autonomia, têm o dever de praticar uma
política de protecção e mobilização dos cidadãos.
Infelizmente o modelo neoliberal de pior sentido que se tem vindo a instalar em muitos países
da Europa e consequentemente também em Portugal, desprotege cada vez mais nos direitos
mais elementares das vidas das cidadãs e dos cidadãos: na saúde, no trabalho, na habitação,
na educação, na cultura, no ambiente.
Em nosso entender esta deve ser a grande preocupação e a orientação dum Plano de
Actividades.
Um novo executivo deve em nosso entender, privilegiar as comunidades e os espaços mais
desfavorecidos, excluídos da freguesia.
Não parece ser este o propósito. Exemplificando:
- Não existe uma única palavra que possa potenciar e incentivar a organização dos
moradores, permitindo uma melhor solução dos problemas locais;
-Não se observa a intenção de uma política de inclusão social e educativa - nem uma palavra
sobre alfabetização, apoio a adolescentes e jovens com problemas escolares e integração da
população sénior numa perspectiva de potenciar também as suas virtualidades e auto estima.
-Não conseguimos ver qualquer objectivo orientado para a habitação social digna;
-Não há qualquer intenção de desenvolver cultura e democracia cultural com expressão e
identidade individual e colectiva. Nem a proposta que foi apresentada para o OP por vários
cidadãos para o Jardim aparece como uma batalha a desenvolver limitando-se a constatar a
boa vontade da CML vir a aplicar um projecto que não conhecemos. Também a possibilidade
de pegar numa proposta inovadora que seria a criação de uma Academia das Artes e que
deixámos como sugestão na reunião com o Executivo mereceu qualquer atenção.
- As intenções sociais denunciam um certo assistencialismo conjuntural, fora de qualquer
plano estruturado e em parcerias para a freguesia.
-A desvalorização da Educação e da Cultura é clara.
- Pelas linhas deste documento e relativamente ao Plano de Urbanização de Alcântara e
consequentemente sobre os mais variados projectos que se prometem vir a desenvolver em
Alcântara, indicia pouca consistência no respeito pelo compromisso de envolver os moradores
do que passa e vai passar.
-Este ano está anunciada o encerramento da repartição de Finanças e não existe uma palavra
sobre este facto
- Gostaria também de ser esclarecido sobe o que pretende o Executivo dizer sobre o
desenvolvimento de um projecto visando apoiar o empreendedorismo.
Desta determinação poderemos entender o conceito, a visão de urbanidade dos planos
estratégicos, subsidiária dos megas projectos, dos grandes eventos, geradores de rendas
empresariais, ao invés de planos sociais e de coesão das comunidades?

Registamos ainda que não contemplaram o conceito e a filosofia de algumas das propostas
que tivemos oportunidade de fazer ao Executivo na reunião em que fomos convidados a estar
e que no dia seguinte á mesmas confirmámos as várias propostas por escrito. Nem a
referência aos 100 anos da Republica é feita em todo o documento e muito menos qualquer
iniciativa assinalando este importante facto histórico, tal como também propusemos
oportunamente.

Quanto ao Orçamento
Verifica-se que de facto as verbas disponíveis não são as que necessitaríamos para se
poderem definir muitas actividades, mas daqui também seria de esperar mais sagacidade
para não ficarmos agarrados aos números. Compete ao Executivo puxar pela imaginação,
criatividade e capacidade reivindicativa junto do Municipio para conseguir mais verbas, ao
mesmo tempo que deveria apostar na mobilização da comunidade e das forças vivas para
que possas levar por diante projectos gratificantes, com custos reduzidos.

Quanto aos protocolos a estabelecer com a CML, pergunto se estão esgotados neste
documento.

Quanto ao orçamento, constatamos os poucos recursos financeiros, sem contudo deixarmos


de colocar algumas perguntas:
- 34.000 € de despesa para a iluminação de Natal? Representa 5% do total da receita do
Orçamento apresentado. Sabendo o estímulo que representa para o comércio local, parece-
nos demasiado e consideramos que se devem encontrar soluções mais contidas e procurar
orçamentos com valores inferiores;
- 5.000 € de despesa para o almoço do 25 de Abril, também nos parece excessivo, dado que
daria para pagar a 200 pessoas, a 25€ por cabeça. Deviam ser mais rigorosos a explicar se é
mesmo assim

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