You are on page 1of 3

A Nova Classe C

julho de 2008
São Paulo, Brasil

São Paulo, Brasil – Junho de 2007 – Mais consumidores passam a


integrar a classe C, segundo estudos da Abep e do Homescan da
Nielsen. O número de pessoas com nível sócio-econômico médio
passou de 37% em 2006 para 44% em 2007. Nos últimos dois anos,
foram mais de 22,5 milhões de pessoas que ingressaram neste
estrato social, o maior atualmente. Com isso, cresce o acesso a
cartões de crédito, bens e serviços.

O aumento na penetração de computadores demonstra bem isso. Em


2006, apenas 15% da população brasileira possuía este bem. No ano
passado, este percentual passou para 23%. Também cresceram
geladeiras duplex (de 34% para 36%), internet paga (4% para 6%),
microondas (25% para 28%) e TV por assinatura (4% para 6%),
entre outros bens e serviços.

Se analisarmos o crescimento dos cartões de crédito, é possível


confirmar a influência dos consumidores de nível sócio-econômico
médio no aumento do consumo. Enquanto num total brasileiro a
penetração dos cartões subiu de 46,1% em 2006 para 53,5% em
2007, na classe C isoladamente os percentuais foram de 51% para
57,8%. Esse ganho de 6,8 pontos corresponde a 2 milhões de lares,
aproximadamente.

Esse cenário se reflete no varejo. Os supermercados atingem 100%


da população pesquisada e todos os demais canais formais de
distribuição (atacado, perfumaria, farmácia, porta-a-porta e bar/
mercearia) apresentam aumento de penetração.

O consumidor atual vai a cada quatro dias fazer compras enquanto


em 2005 ia a cada seis dias. No ano passado, ele comprou em 6 tipos
de varejo – um a mais em relação a 2006. O gasto médio por compra
foi de R$ 36,40, o que representa um crescimento de 9%.

“Falar da importância crescente desta classe sócio-econômica não é


novo”, afirma João Carlos Lazzarini, diretor de Retail Services da
Nielsen Brasil. “A novidade é admitir, acompanhar e agir nas
diferentes aspirações, desejos e valores que permeiam esta nova
Classe C, e isso não apenas sob uma ótica tradicional de subdivisão
em dois grupos de acordo com a renda mensal, mas também
considerando os diferentes estilos de vida dessas pessoas”, explica.

1
Radiografia Nova Classe C

A Classe C tem um grande peso na compra das categorias, com


participação de 46% no total gasto pelos consumidores e ticket médio
6% maior. Na cesta de Limpeza, esses percentuais sobem para 57%
e 31%.(renda mensal de R$ 1.194). Tradicionalmente, é subdividida
em C1 (referencial de renda média de R$ 1.194) e C2 (referencial de
renda média de R$ 726).

Existe uma percepção do aumento do poder de compra, sobretudo


entre os homens de idade intermediária e classe C1. Este grau de
otimismo interfere diretamente no impulso ao consumo. Quem
alavanca o consumo são os que acreditam no aumento do poder de
compra; 87% usam o dinheiro disponível para pagar dívidas, 60%
compram aparelhos eletrônicos, carros e celulares, 54% poupam e
guardam o dinheiro, 50% compram produtos não usuais, 37%
trocam as marcas por outras mais caras e 33% compram viagens,
assinaturas de TV e acesso à internet. Entre os mais jovens, a
propensão ao consumo é ainda maior. Para os que não acreditam no
aumento do poder aquisitivo, poupar é mais importante do que
consumir.

No geral, a Classe C tem como objetivo futuro a aquisição de bens de


maior valor como imóveis e carros, que aparecem entre as
prioridades após poupar e quitar dívidas. Entre os bens de consumo,
destacam-se: móveis e artigos de decoração, produtos de higiene não
usuais, aparelhos eletrônicos, alimentos não usuais, produtos de
limpeza não usuais e computador.

Noventa e seis por cento dos lares desta classe não têm empregada e
43% das mulheres são donas de casa. Entre os estilos de vida
presentes estão os consumidores conscientes (C1 = 41% e C2 =
36%) e os batalhadores (C1 = 23% e C2 = 31%).

Os conscientes aproveitam as semanas de promoção, se importam


com a variedade de produtos e marcas, gostam de comprar tudo de
uma vez, escolhem marcas pela relação qualidade/preço, compram
aos fins de semana com a família, a cada 15 dias, e procuram por
ofertas nos tablóides das lojas que freqüentam.

Entre os batalhadores, normalmente as mulheres fazem as compras


sozinhas, em lojas próximas de casa. Costumam percorrer os pontos
de venda em busca de promoções, acham importante a simpatia dos
funcionários, escolhem as marcas por preço e promoção, e pagam em
dinheiro. Acessam a maioria das categorias, entretanto o gasto ainda
é inferior à média em muitas delas, como chás, sucos e bebidas à
base de soja.

2
O acesso a produtos e serviços se diferencia consideravelmente entre
as classes C1 e C2. As maiores diferenças estão em internet (21%
versus 6%), computador (33% versus 13%), microondas (38%
versus 19%) e automóvel (60% versus 20%).

Parcerias entre indústria e varejo, serão fundamentais para entender


e atender o comportamento desse novo consumidor, na opinião de
Lazzarini, da Nielsen. “Processos como o Gerenciamento por
Categorias são cada vez mais importantes para estimular vendas e
melhorar a eficiência”, conclui.

Evento

Essas e outras análises foram apresentadas aos presidentes dos


principais clientes da Nielsen, no dia 17 de junho, no Encontro de
CEOs, promovido pela empresa há dois anos e que trata de diferentes
temas importantes para a indústria e varejo brasileiros.

You might also like