Com a aprovação da Lei nº 12.014/2009 (altera o artigo 61 da Lei nº
9394/96 - LDBEN), que considera como Profissionais da Educação Básica os Trabalhadores em Educação que sejam, por exemplo, “portadores de diploma de pedagogia com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educaciona, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas”, dá-se mais um passo na busca pela qualidade dos servidores envolvidos com a Educação em nosso País. Porém, a dificuldade para convencer o Servidor de Escola de continuar na sua função atual, que venha a se enquadrar na situação anterior, é extremamente difícil, pois as chances de querer vir a trocar de profissão são consideráveis, dadas as especificidades requisitadas para a atual atividade... Todavia, o item seguinte contempla de forma clara que o Servidor de Escola “portador de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim”, seja considerado Profissional da Educação, o que abrange mais amplamente e qualifica de forma justa às necessidades funcionais da categoria, projetando uma valorização efetiva para os Servidores de Escola pública, sejam Estaduais ou Municipais. Considerando que o diploma de curso técnico em área pedagógica é um requisito, todos os Servidores de Escola com curso de Mágistério / Normal Médio estariam incluídos na identificação como: Profissionais da Educação! Mas o que isso muda na prática? Além da valorização propriamente dita, os Servidores de Escola poderão vir a usufruir de prerrogativas que antes abrangiam somente os professores, como: cursos formadores de profissionais para a educação básica; programas de educação continuada; ingresso exclusivo por concurso público; aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado; piso salarial profissional; progressão funcional baseada na titulação ou habilitação e na avaliação do desempenho, através dos Sistemas Estaduais ou Sistemas Municipais de Ensino; entre outros. O artigo 206 da Constituição Federal, estabelece que “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público...” e “VIII – piso salarial profissional para os profissionais da educação escolar básica, nos termos da lei federal. Parágrafo único – A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação des seus planos de carreira no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” Constatando que um foi regulamentado pela Lei nº 12.014/2009 e o outro foi abordado genericamente pelo Parecer CNE/CEB nº 9/2009 e Resolução CNE/CEB nº 2/2009, cabe aos Servidores de Escola observarem e analisarem, caso a caso, com o apoio das entidades de classe (CNTE, CPERS, Sindicatos Municipais, etc...) e respectivas assessorias jurídicas, as legislações estaduais e municipais para a possibilidade de inclusão nos respectivos Planos de Carreira vigentes, inclusive nos do magistério, até que sejam implantados planos próprios ou unificados aos dos docentes, visando agregar os “novos” Profissionais da Educação, já como tentativa de aplicação prática, imediata e efetiva. Isso poderia ser possível, considerando que as Diretrizes e Bases da Educação Nacional são de competência privativa da União, conforme prescreve o artigo 23 da Constituição Federal. Em consequência, Estados possuem apenas prerrogativas concorrentes e suplementares no que lhes couber e que a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual. Enquanto aos Municípios, resta-lhes legislar suplementarmente a legislação federal e estadual, no que for de sua competência... Uma análise mais atenta das terminologias: Profissionais da Educação, Trabalhadores da/em Educação e Profissionais do Magistério, utilizadas nos planos de carreira vigentes nos Estados e Municípios poderiam dar uma luz à questão... Quem sabe?...