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PIXINGUINHA

O mundo musical comemorou o centenário de Pixinguinha, o maior chorão


de todos os tempos em 1997. Há controvérsias sobre a data de nascimento
do mestre. Mas quando ele fez 70 anos, Jacó do Bandolim descobriu, nos
livros da Igreja de Santana, que Alfredo da Rocha Vianna Filho (ou Junior)
havia nascido em 23 de abril de 1897. Este é o dado oficial. Muitos biógrafos
dataram seu ano de nascimento como sendo o de 1898, daí ter surgido a
confusão.
Do prefácio da valsa Querendo bem (Editora Musical Arapuã) passo a
transcrever os dados biográficos de Pixinguinha formulados por seu filho
Alfredo da Rocha Vianna Neto:
Alfredo da Rocha Vianna Júnior, nasceu em 23 de abril de 1898 (!?) no bairro
da Piedade, rua Gomes Serpa, na cidade do Rio de Janeiro.
Filho de Alfredo da Rocha Vianna e Raimunda da Rocha Vianna, foi batizado
na Igreja de Santana. O apelido de Pixinguinha surgiu após ter ele contraído
Bexiga, na época da epidemia. Começaram então a tratá-lo de «
Bexinguinha », e depois « Pixinguinha ». Sua família, no entanto, chamava-o
de Pezinguim, apelido dado pela sua avó africana de nome Edwirges, o que
na sua língua queria dizer: Menino Bom. Com 11 anos de idade já tocava
cavaquinho entre os chorões da época, quando fez sua primeira
composição, chamada Late de Leite, um choro. Frequentou no Mosteiro de
São Bento o curso ginasial. Aos 14 anos já tocava flauta na casa de chope
La Concha, das 20 às 24 horas (ainda de calças curtas); foi este o seu
primeiro emprego. Foi maestro da Companhia Negra de Revista, onde
conheceu sua esposa, que nessa altura era a estrela da companhia, atuando
como cantora. Casou-se em 5 de janeiro de 1927, tendo ela abandonado a
carreira, dedicando-se, então ao lar; seu nome artístico era Jandira Aymoré.
A valsa Querendo bem foi composta em homenagem à sua esposa Albertina
da Rocha Vianna (Beti). Suas primeiras gravações foram feitas entre 1914 e
1918 na Casa Edson. Seus parceiros de serenata e amigos, que faziam
música juntos, eram Luciano Gallet, Lulu do Cavaquinho, João da Baiana, os
irmãos Jacob e Raul Palmieri, Nelson Alves, Luiz Pinto, seu irmão Otávio
Vianna (China), Donga, José Alves. Luis Pinto. Léo (seu outro irmão), João
Pernambuco, o conjunto « Os Oito Batutas », e muitos outros.
Foi muitas vezes aplaudido por Ruy Barbosa, Heitor Villa-Lobos, Ernesto
Nazareth, Arnaldo Guinle, Francisco Canaro, Eleazar de Carvalho, Francisco
Braga, Louis Armstrong. Eduardo Souto, Catullo da Paixão Cearense,
Marcelo Tupinambá e outros e outros. Em 1922 gravou com flauta e
conjunto a valsa Rosa Apresentou seu Carinhoso a diversos intérpretes, os
quais não se interessaram em gravá-lo. Entre outros, Francisco Alves e
Carlos Galhardo. Foi então que Orlando Silva gravou o Carinhoso, levando
na outra face do disco a valsa Rosa; não é necessário dizer o que aconteceu
... Pixinguinha musicou quatro revistas de teatro; entre elas: O que o Rei
não Viu e Assim é que é; a opereta Flor de Itapuia; o melodrama O
Impossível Acontece; e dois filmes: Um Dia Qualquer e Sol Sobre a Lama de
Alex Vianny. O dia 23 de abril - aniversário de Pixinguinha - é o Dia Nacional
do Choro. (Autor: Wilfried Berk)

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