Professional Documents
Culture Documents
Todos os mestres das mais diversas artes marciais sempre buscaram o conhecimento e o
auto-aprimoramento. Praticavam as artes de combate como manutenção da saúde e para
defenderem-se de agressões indesejáveis. Mais tarde, após anos de prática, quando suas
habilidades já beiravam a perfeição, procuravam (ou eram procurados por) discípulos
para transmitirem seus conhecimentos e sua moral. Geralmente promoviam árduos
sistemas de seleção para transmitirem seus conhecimentos apenas para uma seleta elite
de indivíduos capazes e resistentes, com virtude acima da média e grande força de
vontade.
Durante toda a história das artes marciais percebemos que, apesar das diferenças no
aspecto técnico, todas elas mantêm semelhanças quando relacionadas ao
comportamento, disciplina, moral, ética e virtude. Elas ensinam o respeito aos mais
velhos, a luta pela verdade e justiça, a etiqueta, o comprometimento com a nação e a
devoção aos mestres e professores.
É claro que todos esses métodos de luta refletem os costumes orientais, porém um dos
principais centros responsáveis pela transformação das artes marciais em métodos de
estudo filosófico, o Templo Shaolin, nos remete ao século IV, mais precisamente ao ano
495 a.C, na China. Pois foi no Budismo que as artes marciais transformaram-se no que
conhecemos hoje. Um caminho para a sabedoria e iluminação.
A fusão das artes marciais com o Budismo – A lenda nos conta que
mil anos após a morte de Buda, um misterioso monge indiano vindo de
Madras, desembarcou nas encostas da cidade de Gwan Dong (Cantão),
na China, com o objetivo de difundir os fundamentos budistas. Tal
monge chamava-se Bodhidharma, o vigésimo oitavo sucessor de Buda.
Ele havia herdado os ensinamentos de seu mestre e grande guerreiro
Prajnathara, com quem aprendeu os profundos rudimentos de filosofia,
Yôga e artes marciais indianas como o Vajramusty, técnica
especialmente praticada pelos kshastryas, a casta dos guerreiros da Índia.