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As Artes Marciais e o Budismo

As artes marciais e o Budismo: o caminho do guerreiro na busca pela iluminação

Como os métodos de combate ajudam a criar um caminho de desenvolvimento e


disciplina a seus praticantes a partir de fundamentos budistas, o berço das artes
marciais.

As artes marciais sempre fascinaram o homem e permaneceram no imaginário popular.


A Ásia foi o berço de inúmeros métodos de combate que se estendiam desde as margens
do rio Ganges até o arquipélago do Japão. Diversas histórias podem ser contadas
narrando a vida de guerreiros que lutavam pela justiça, combatiam o mal,
aperfeiçoavam-se no caminho da disciplina e ensinavam discípulos durante gerações.

Todos os mestres das mais diversas artes marciais sempre buscaram o conhecimento e o
auto-aprimoramento. Praticavam as artes de combate como manutenção da saúde e para
defenderem-se de agressões indesejáveis. Mais tarde, após anos de prática, quando suas
habilidades já beiravam a perfeição, procuravam (ou eram procurados por) discípulos
para transmitirem seus conhecimentos e sua moral. Geralmente promoviam árduos
sistemas de seleção para transmitirem seus conhecimentos apenas para uma seleta elite
de indivíduos capazes e resistentes, com virtude acima da média e grande força de
vontade.

Dentre as nações asiáticas praticamente todas elas desenvolveram métodos organizados


de combate. Índia, Coréia, Vietnã, Malásia, Tailândia, Tibet, Japão, China, Mongólia e
Filipinas. Todos esses países organizaram métodos de combate armado e desarmado,
seja ele para defesa pessoal, uso militar ou para fins terapêuticos e de condicionamento.

Durante toda a história das artes marciais percebemos que, apesar das diferenças no
aspecto técnico, todas elas mantêm semelhanças quando relacionadas ao
comportamento, disciplina, moral, ética e virtude. Elas ensinam o respeito aos mais
velhos, a luta pela verdade e justiça, a etiqueta, o comprometimento com a nação e a
devoção aos mestres e professores.

É claro que todos esses métodos de luta refletem os costumes orientais, porém um dos
principais centros responsáveis pela transformação das artes marciais em métodos de
estudo filosófico, o Templo Shaolin, nos remete ao século IV, mais precisamente ao ano
495 a.C, na China. Pois foi no Budismo que as artes marciais transformaram-se no que
conhecemos hoje. Um caminho para a sabedoria e iluminação.

Os ensinamentos de Shaquiamuny Buda foram assimilados pelos mestres de artes


marciais de todo o oriente, modificando lutas que antes eram baseadas apenas em
expansão territorial e conquista de poder em um dos mais magníficos métodos de
educação e aprimoramento desenvolvidos pelo homem.

A fusão das artes marciais com o Budismo – A lenda nos conta que
mil anos após a morte de Buda, um misterioso monge indiano vindo de
Madras, desembarcou nas encostas da cidade de Gwan Dong (Cantão),
na China, com o objetivo de difundir os fundamentos budistas. Tal
monge chamava-se Bodhidharma, o vigésimo oitavo sucessor de Buda.
Ele havia herdado os ensinamentos de seu mestre e grande guerreiro
Prajnathara, com quem aprendeu os profundos rudimentos de filosofia,
Yôga e artes marciais indianas como o Vajramusty, técnica
especialmente praticada pelos kshastryas, a casta dos guerreiros da Índia.

Bodhidharma foi o introdutor da filosofia Cha`n (Zen ou Dhiana) e transmitiu técnicas


de exercícios internos e respiratórios, além de métodos inéditos de artes marciais aos
monges que viviam no Monastério Shaolin. Com os conceitos do Wu De (virtude
marcial), ele deu um novo rumo às artes de guerra do oriente, utilizando-as também para
a elevação espiritual dos seus praticantes.

O Templo Shaolin foi o berço de praticamente todos os estilos de luta originários do


oriente, bem como um dos maiores centros de desenvolvimento do budismo na China.
Nele se originaram todos os estilos de Kung Fu chinês que se espalharam por todo o
território asiático, influenciando todas as culturas guerreiras circunvizinhas.

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