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STF
Inf. 569 / 571
SEGUNDA TURMA
Tráfico Ilícito de Entorpecentes: Cumprimento em Regime Aberto e Conversão em Pena
Restritiva de Direitos (Errata- Inf. 571)
Esta decisão fundamenta-se na ausência de proibição expressa para isso na lei antiga e na
irretroatividade da desta restrição presente na lei nova (art. 44 da lei 11343/06).
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas
penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
cumprimento de 2/3 da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
Para efeito de redução (1/2) do prazo prescricional em razão da idade do autor do fato
(maior de 70 anos), de acordo com a expressa previsão do art. 115 do CP, a Primeira Turma
do STF decidiu que se deve tomar por base a sentença condenatória de primeira instância e
não a sentença definitiva transitada em julgado. Com isso, não se reduz o prazo prescricional
quando o agente completar os 70 anos após a sentença de primeira instância e durante a
pendência de recurso.
Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do
crime, menor de 21 anos, ou, na data da sentença (condenatória de primeira instância), maior de 70
anos.
Quanto à vedação da liberdade provisória para o crime de tráfico de drogas (art. 44 da lei
11343/06), a Segunda Turma do STF, divergindo da Primeira Turma, considerou que o
instituto NÃO é aplicável, afirmando que sua constitucionalidade é “ao menos duvidosa”,
concedendo o direito de permanecer em liberdade até o trânsito em julgado condenatório pela
prática deste crime (art. 33 da lei 11343/06).
No CP, a dosimetria da pena é feita de acordo com o Sistema Trifásico (CAM) do art. 68.
Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do artigo 59 deste Código; em seguida
serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e
de aumento.
Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial,
pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que
mais aumente ou diminua.
Sexta Turma
CIÚME. MOTIVO FÚTIL. HOMICÍDIO.
O Tribunal a quo, ao analisar recurso em sentido estrito, extirpou da pronúncia a qualificadora do
motivo fútil, ao afirmar, peremptoriamente, NÃO se encaixar o ciúme nessa categoria. Nesse
contexto, a Turma, ao prosseguir o julgamento, entendeu, por maioria, caber ao conselho de
sentença decidir se o paciente praticou o ilícito motivado por ciúme e, conseqüentemente,
analisar, no caso concreto, se esse sentimento é motivo a qualificar o homicídio perpetrado.
Apenas as circunstâncias qualificadoras manifestamente improcedentes podem ser excluídas, de
pronto, da pronúncia, pois não se deve usurpar do Tribunal do Júri o pleno exame dos fatos da
causa. Anotou-se, por último, que este Superior Tribunal já assentou a tese de o reconhecimento
do ciúme como motivo fútil, ou mesmo torpe, a depender do caso concreto. Precedentes citados:
HC 123.918-MG, DJe 5/10/2009; HC 104.097-RS, DJe 13/10/2009; HC 112.271-PE, DJe
19/12/2008; HC 95.731-RJ, DJe 18/8/2008, e REsp 857.080-MG, DJ 18/12/2006. REsp 810.728-
RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 24/11/2009.
Esta decisão vem para convalidar o já tradicional entendimento de que os crimes contra
honra exigem a presença do elemento subjetivo especial de ofensa a honra objetiva (calúnia e
difamação) ou a honra subjetiva (injúria), não havendo crime quando o agente realizar as
condutas com intenções diversas como animus jocandi, narrandi, defendi etc.
a) Calúnia – é sinônimo de mentira (você está mentindo quanto a alguma coisa concreta não
praticada por alguém);
b) Difamação – é sinônimo de fofoca (você fala mal – seja verdade ou não – de alguém para
terceiros);
c) Injúria – é o xingamento (você ofende, pessoalmente e diretamente, o indivíduo);
O STJ, por decisão de sua Corte Especial, considerou que não há inconstitucionalidade na
vedação da conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos prevista
para o crime de tráfico de drogas (art. 44 11343/06), usando argumentos infundados, no
mínimo duvidosos, para fundamentar seu posicionamento que ainda é divergente no STF,
estando afetado ao Pleno.
O STJ entendeu, pela Sexta Turma, não caber crime continuado entre latrocínio e roubo,
embora, ambos estejam dentro do mesmo tipo penal – posição e requisito reconhecido pelo
STF para aplicação do art. 71. Na decisão afirma não se tratar de crimes de mesma espécie,
o que deixa dúvidas a respeito de qual seria então a definição deste conceito.