Professional Documents
Culture Documents
teolgica
Tomas de Aquino
Prima pars
PRIMEIRA PARTE
Se o Dom
nome Pessoal.
(I Sent., dist. XVIII, a. 1).
1. Pois, todo nome pessoal importa alguma distino em Deus. Ora, o nome de
dom no importa nenhuma distino em Deus; assim, como diz Agostinho,
o Esprito Santo dado, como dom de Deus, de modo que se d a si mesmo
como Deus1. Logo, dom no nome pessoal.
SOLUO. O nome de dom importa aptido para ser dado. Ora, o que
dado tem relao com quem d e com aquele a quem dado; pois no o
daria quem no o possusse e a algum dado para que possua. Ora,
dizemos que uma Pessoa divina de algum, ou pela origem, e assim o
Filho do Pai; ou porque possuda de algum. E como possumos o que
podemos usar e gozar como queremos, deste modo a divina Pessoa no pode
ser possuda seno pela criatura racional unida a Deus. Certamente as outras
criaturas podem ser movidas por uma Pessoa divina; no est porm no
poder delas gozar dessa Pessoa e usar-lhe do efeito. O que s vezes alcana
a criatura racional; p. ex., tornando-se participante do Verbo divino e do
Amor procedente, de modo a poder verdadeira e livremente conhecer a
Deus e am-lo retamente. Por onde, s a criatura racional pode possuir uma
Pessoa divina. Mas no o pode por virtude prpria: necessrio que do alto
lho seja dado. Ora, dizemos que uma coisa nos dada quando a temos de
outrem. E assim, divina Pessoa convm o ser dada e ser Dom.
XV De Trin., c. 19.
2.
3.
4.
XV de Trin., c. 19.
5.
6. Q. 34, a.3 ad 1.
Art. 2
1. Pois, chama-se dom o que dado. Ora, diz a Escritura (Is 9, 6): Um filho nos
foi dado a ns. Logo, ser Dom tanto convm ao Filho como ao Esprito
Santo.
Pai; assim tambm o Esprito Santo, por proceder do Pai, como Amor, se
chama propriamente Dom, embora tambm o Filho seja dado. Pois o mesmo
ser dado o
Filho provm do amor do Pai, segundo a Escritura (Jo 3, 16): Assim amou
Deus ao mundo, que lhe deu o seu Filho unignito.