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Carta ao professor
Caro(a) Leitor(a)
Moshé Reskin
Representante da Agencia Judaica no Brasil
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Educação Infantil nas Escolas (e seus sites)
Diretoras e coordenadoras, professores e colaboradores
Este material foi elaborado e escrito para uso das escolas ficando proibida a venda do mesmo.
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Apresentação
Foi um imenso e inenarrável prazer sentir-me parte de tão requisitado – pelas coorde-
nadoras de Cultura Judaica das Escolas Judaicas - e fundamental Projeto para a Educa-
ção Judaica, razão de nossa continuidade. No entanto, por que começar com Educação
Infantil? E… por que nós? Pensei que soubesse a resposta a princípio, mas só me ficou
claro quando, em uma de nossas várias sessões, de Março de 2002 a Dezembro de 2003,
ouvi Rav Henrique Begun citar… quando Moisés buscava alguém que guardasse as Leis.
As crianças! Foram justamente os pequeninos, os escolhidos para guardar nossas Leis.
De fato, apenas neles podemos depositar toda nossa confiança tendente à continuidade
de nossos valores, tradições e povo. Apenas viabilizando-lhes os caminhos e abrindo-
lhes espaços de busca que, sempre brincando como só eles aprendem, eles mesmos
explorarão para além de seus limites, é que construirão e fortalecerão sua identidade
judaica, o que lhes permitirá saber quem e o que são e aonde vão.
… E, por que nós? Por nossa função e papel serem trazer Israel para a Diáspora,
fortalecendo a idéia de este nosso país ser o referente universal para a Cultura Judaica.
Devo, no entanto, ainda e principalmente, acrescentar e afirmar que, com toda a certeza,
o que mais me entusiasmou e encantou não foi este estupendo futuro (que até posso
prever, mas não garantir), mas sim o presente. Um trabalho que não nasceu como é
hoje. A princípio, bem pouco pretensioso e mais no formato de grupo de estudo, mas
que foi tomando corpo e forma e fortalecendo a nossa identidade, num permanente
exercício de tolerância entre nossas diferenças e estilos (o que certamente implicou um
considerável trabalho na compilação e revisão da obra toda), dado que as querências
eram as mesmas. Lamentei-me muito e sempre que perdi uma destas inúmeras sessões,
pois o envolvimento, a entrega, o esforço e o elan com que os profissionais (aliás mara-
vilhosas pessoas) desenvolveram e realizaram esta obra, de incalculável valor foi o que
me enfeitiçou e encantou de fato! Se desta 5a letra do alfabeto português – ‘e’, tanto nos
pudemos elevar, quem dirá então da 5a letra hebraica, hey… Se me permitem, foi este
um relacionamento deveras profundo e divino entre todos nós.
Agradeço, muito e primeiramente, aos educadores, suas crianças e famílias, às sedes
educativas que nos receberam com tanto carinho – Eitan, nossa Central Pedagógica, a
saudosa Casa Hillel e, principalmente às escolas, sempre com um delicioso kibud or-
chim. Grata ainda estou à orientação profissional que tivemos dos curadores do MAM.
Por fim, mas não menos importante, registro aqui a eterna dívida aos nossos patrocina-
dores que, fazendo um shiduch entre o talento educativo e a oportunidade, viabilizaram
a realização da publicação deste livro. A parceria com todos estes profissionais e entida-
des foi o que, sem dúvida, construiu este trabalho.
Não deixem este Projeto perecer – esta é apenas e tão somente a primeira parte de
nosso Referencial Curricular de Cultura Judaica (a saber, Chaguim laktanim), de um
total de quatro (as outras três sendo, (b) Ivrit laktanim, (c) Projetos educativos e (4)
Sipurei hatanach). O que não falta é energia e empenho! Kadima, vamos em frente!
Contamos com todos vocês!
O que fica, e sei, não é um livro publicado, mas sim uma chama que não se apagará
nos corações dos educadores, crianças, pais e outros profissionais envolvidos neste Pro-
jeto, cujo compromisso com a Cultura Judaica é incondicional.
Bechatzlacha – ‘sorte e sucesso’, para todos os que acreditam na educação, como o
caminho para manutenção de nossos valores e mesmo para nossa continuidade/eter-
nidade!
Suely Pfeferman
Diretora de Educação (2002 - 2004) – Agência Judaica
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Lista de conteúdos
Apresentação
Prefácio
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Vide bibliografia
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Prefácio
A tarefa de apresentar um trabalho conjunto - um currículo sobre Cultura Judaica adequado à idade infantil - cons-
truído por educadoras do Ensino Infantil nas Escolas Judaicas, formais e complementares - requer uma mistura de
doses generosas de chazon (modo de ver; visão), sensibilidade, tolerância, conhecimento, e... chutzpa (intraduzível!):
Chazon, pois precisamos ser otimistas e acreditar com kavana (intenção) em um futuro sempre melhor, característi-
ca peculiar da educadora para a idade infantil que semeia frutos, que nem sempre ela própria colherá.
Sensibilidade, pois lidamos com crianças na idade mais vulnerável de suas vidas, e com respectivas famílias.
Tolerância, pois temos que, antes de tudo, reconhecer e respeitar as diferenças entre nós, acreditando no potencial
positivo desta diversidade, que, aliada à diversidade que nos rodeia, oferecem, ambas, boas oportunidades, diárias
e cotidianas, que devem ser cultivadas desde a idade infantil, contribuindo, assim, para um mundo de coexistência
mais condescendente.
Conhecimento, pois é preciso carregar, em nossa mala, além de uma bagagem considerável de saberes - gerais e
específicos um bom bocado de inteligência emocional para conhecermos melhor as crianças, suas famílias e a comu-
nidade, procurando adequar o ensino às crianças específicas que estudam em nossas escolas...
E...finalmente, mas não menos importante, uma pitada caprichada de chutzpa para ousar, continuar a buscar, estu-
dar, e nos atualizar, experimentando novos sabores e temperos, usando os mesmos ingredientes tradicionais típicos
da Cultura Judaica...
As Escolas Judaicas, formais e complementares, no Estado de São Paulo, por meio de suas representantes da Educa-
ção Infantil, cada qual com sua visão do que vem a ser “uma Educação Infantil Judaica de qualidade”, participaram,
de forma ativa e dedicada, num processo de construção de um currículo conjunto, buscando oferecer respostas às
seguintes questões:
• Como tornar relevante a Cultura Judaica, considerando o contexto sócio-histórico local?
• Como transmitir conteúdos, valores e atitudes que caracterizam a Cultura Judaica, de forma vivenciada e cons-
trutivista?
• Quais seriam os conteúdos de Cultura Judaica mais adequados à idade infantil?
• Quais seriam os conteúdos comuns às correntes do Judaísmo e como expressar justamente o que nos une?
Para algumas destas questões, encontramos respostas (provisórias!); para outras, resolvemos continuar procurando
e, para outras ainda, encontramos várias respostas, todas relevantes e passíveis de coexistência, respeitando as diver-
sas opiniões e correntes que formam o mosaico da Cultura Judaica.
Este processo teve como objetivos principais:
• criar um espaço para discussões e debates sobre a essência e os conteúdos ligados à Cultura Judaica na Educação
Infantil;
• criar materiais curriculares relevantes e adequados ao contexto sócio-cultural local, considerando o Referencial
Curricular Nacional de Israel, no que diz respeito à Cultura Judaica, o Referencial Curricular Nacional do Brasil, a Abor-
dagem de Adequação ao Desenvolvimento e as Propostas Pedagógicas das próprias Escolas Judaicas participantes no
projeto (de corrente tradicional e de tradicional-ortodoxa).
• criar meios concretos para expressar o trabalho conjunto, realizado pelas diferentes instituições.
Com o intuito de realizar tais propostas, foram criadas séries de encontros com educadoras, que serviram como
espaço para discussões e debates sobre a essência e os conteúdos ligados à Cultura Judaica na Educação Infantil
local. Um inventário dos materiais ligados à Cultura Judaica existentes nas escolas foi traçado e, gradativamente, as
participantes (com listas de conteúdos, propostas de atividades e documentação de projetos) construíram materiais
curriculares (planejados-desenvolvidos-refletidos-escritos-implementados), sendo esta publicação, um deles.
Este trabalho expressa o momento atual da Educação Infantil nas Escolas Judaicas, e pretende deixar transparecer
a importância da flexibilidade e da dinâmica, para com a escrita e implementação de currículos. Apresenta sugestões
e propostas, que, em nenhum momento, pretendem ser únicas ou obrigatórias, mas que, por outro lado, demonstram
concepções teóricas e práticas do que as escolas acham que venha a ser uma Educação Infantil Judaica de qualidade.
Outra difícil tarefa deste grupo, a de expressar o resultado de um processo sócio-construtivista de um currículo - em
sua essência dinâmico e flexível, de forma escrita, meio cultural estático, nos fez optar pela escrita de um livro, de
grande praticidade para professores. Ainda que considerando as limitações deste meio, almejamos dar continuidade
ao processo, realizando tanto a avaliação como a atualização periódicas de planejamentos e práticas. Para tanto, este
material estará disponível no site da Agência Judaica do Brasil (www.agenciajudaica.com.br), em versão ampliada.
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Chaguim laktanim – por quê?
A construção da identidade judaica inclui a transmissão de valores, tradições, costumes e atitudes, aceitos pelo povo
judeu e passados de geração para geração. A criança que estuda na Escola Judaica, desde a mais tenra idade, tem a
possibilidade de estar em contato com um entorno favorável à construção e à transmissão destes valores, por meio da
interação de qualidade com educadoras, com outras crianças, e com objetos significativos à sua volta.
Embora, neste material, tenhamos dado ênfase aos conteúdos e às estratégias de ensino-aprendizagem dos mesmos,
gostaríamos de destacar o papel primordial da educadora, como mediadora de cultura. Sua função está ligada a seu
comprometimento emocional para com a transmissão da Cultura Judaica, à sua valorização de temas e conteúdos, a
seu conhecimento destes e a seu potencial pedagógico. Como conseqüência, valorizamos, neste trabalho em especial,
o planejamento de atividades com potencial de construir vivências positivas, tendo, como eixo central, os temas e os
conteúdos da Cultura Judaica. Este processo envolve a construção de um ‘ambiente psicológico’ favorável, trazendo, para
dentro da escola, os símbolos e instrumentos culturais judaicos, preparando assim, uma ‘atmosfera judaica’, para que a
criança possa ‘respirar’ Cultura Judaica.
A repetição dos mesmos costumes e tradições, ano a ano, começando pelos costumes que a criança pode realizar de
forma autônoma, na escola e com a família, até aqueles realizados no âmbito da comunidade e do povo, poderá construir
sua identidade, seu sentimento de pertinência à família, ao grupo na escola, à escola, à comunidade e ao povo. A trans-
missão e a construção de valores, costumes e tradição, na escola, estão ligadas à conscientização da educadora de seu
papel de mediadora educacional e cultural, de seu comprometimento em buscar e oferecer boas oportunidades para as
crianças vivenciarem experiências de qualidade, que fortaleçam seus sentimentos, e de sua ligação com as pessoas e com
a comunidade a qual pertence.
O Estado de Israel representa uma referência fundamental para a identidade judaica e para o conhecimento da ligação
espiritual entre os judeus de diversos lugares do mundo e aqueles que vivem em Israel. Um dos objetivos primordiais das
instituições educativas da comunidade judaica tem sido a transmissão, aos mais jovens, do conhecimento de suas raízes e
a pertinência ao povo judeu. Promover o conhecimento e a valorização da própria cultura possibilitará gerar, na criança,
uma atitude de respeito pelas mais diversas manifestações expressivas de todos os povos.
A Agência Judaica de Intercâmbio Cultural, com a iniciativa e a responsabilidade pela realização deste projeto, cumpre,
assim, seu papel de mediadora entre o Estado de Israel e as educadoras que trabalham em Escolas Judaicas em países fora
de Israel, buscando, incessantemente, promover a identidade judaica por meio de uma educação judaica de qualidade.
Com o intuito de considerar os princípios que norteiam as propostas pedagógicas de cada escola participante no pro-
cesso, escolhemos algumas propostas ligadas à Cultura Judaica, registradas em seus Projetos Pedagógicos, propostas estas
que nos pareceram relevantes e significativas ao nosso eixo central, que é a Cultura Judaica:
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Sociedade Benéfica Cultural Religiosa Brasileira Beit Yaacov2
Há uma enorme responsabilidade em ensinar Judaísmo para crianças na Educação Infantil. Os ensinamentos devem ser
levados até o universo de compreensão da criança. Percebendo seus significados e sua beleza, a criança abraçará, com
alegria, os valores do Judaísmo.
Transmitidos por profissionais competentes, para crianças nessa faixa etária, os valores do Judaísmo as acompanham
para sempre. Na Beit Yaacov, os alunos se relacionam com o Judaísmo a partir do estudo do Tanach, de histórias, do
Shabat e dos chaguim.
A intensidade e a profundidade da relação devem ser decididas pela família. Visando a uma interação dos pais com
temas estudados, a escola promove atividades ligadas ao Judaísmo, que são estendidas às famílias. O Calendário Judaico
e seus chaguim trazem momentos de introspecção, alegria e de vivência do sentimento de família, muito importantes
para a educação das crianças.
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As escolas foram organizadas, na ordem alfabética de seus nomes
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Em Mishlei XXII-6 / Provérbios, capítulo 22, versículo 6
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Citações extraídas do livro Rumo a uma vida significativa - A sabedoria do Rebe Menachem Mendel Schneerson
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Escola Complementar Olami Infantil
A escola é um espaço de vivência judaica, não formal, cujo objetivo é proporcionar aos seus integrantes, ferramentas
para a vivência do Judaísmo em toda sua plenitude. Assim, conhecem, sentem e se identificam com nossa cultura e apro-
ximam-se da realidade judaica e israelense. A proposta do Olami consiste em uma variedade de projetos, abrangendo
as áreas de: chaguim, ivrit (hebraico), identidade e valores judaicos e o Shabat. Os objetivos para o Gan (Jardim-de-
infância):
• Iniciação de vocabulário em ivrit por meio da estruturação de frases simples;
• Reconhecimento e escrita do nome e
• Reconhecimento dos nomes dos amigos.
Kitá Legal
A Kitá Legal é um curso de Cultura Judaica, para crianças de 3 a 10 anos . Sendo um curso de educação complementar,
a proposta da Kitá Legal é a de ensinar os principais aspectos da Cultura Judaica de maneira informal, lúdica e criativa.
Os principais objetivos da Kitá Legal são: promover a construção da identidade judaica da criança e fortalecer o co-
nhecimento sobre os fundamentos da Cultura Judaica - religião, tradição, costumes, história e personagens. Outras metas
importantes da Kitá Legal são aproximar e envolver as famílias das crianças ao Judaísmo, criar momentos de grande
vivência em torno dos conteúdos e ensinar um vocabulário básico do tema discutido, em hebraico.
A prática obtida, nos 18 anos em que ministramos este curso, permite-nos avaliar que o método de ensino usado,
que considera a chavaia (vivência positiva) - como fator primordial no ensino, pode levar a criança a adquirir uma rica
experiência judaica.
Neste sentido, procuramos trabalhar com os aspectos culturais e religiosos presentes nas histórias do Tanach (Bíblia), nos
contos judaicos, nos principais chaguim (festas), nas tradições e costumes do povo judeu. Como parte da Cultura Judaica,
a Língua Hebraica também está presente nas aulas, promovendo a aprendizagem de um vocabulário básico de acordo com
cada tema proposto. As crianças maiores de 8 anos têm a oportunidade de aprender, de maneira lúdica, o alef-beit (alfabeto)
e seu uso.
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Em Pirkei Avot / Ética dos Pais, capítulo 1, versículo 2
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Instituto de Ensino Lubavitch
“Ki haadam etz hassade.”
“O homem é comparado à árvore do campo.”
Assim com uma árvore, que, para crescer forte e saudável, deve ter sua semente nutrida desde a plantação, devemos
também investir na educação de uma criança desde os seus primeiros anos de vida, para que cresça uma “árvore carre-
gada de valores, Tora e mitzvot”. Cada orientação que damos a uma criança influenciará seu comportamento e caráter
quando crescer. Como está escrito:
“Ze hakatan gadol ihie”
“Este pequeno, grande será.”
No Instituto de Ensino Lubavitch, temos o prazer de oferecer, às nossas crianças, um ambiente judaico e chassídico,
onde cada criança é individualmente valorizada e nutrida. Encorajamos cada uma a explorar o mundo, aprender a fazer
parte de um grupo, e resolver problemas de maneira construtiva.
O Lubavitch se empenha, constantemente, em criar um ambiente caloroso, alegre e amigável, com uma equipe de
professores responsáveis, cujas prioridades são sempre o bem estar das crianças. O Instituto divide, com o lar, este im-
portante papel de educar a criança, para que cresça feliz, interessada, responsável, com valores e temente a D’us. Vemos
cada criança como um indivíduo, merecedor de respeito e atenção. E, para que ela cresça sabendo respeitar os outros,
incentivamo-na a descobrir caminhos de comunicação e cooperação.
Respeitando sempre as habilidades e personalidade de cada criança, nosso método de trabalho enfoca um crescimento
saudável social e, emocionalmente, fundamental, para a criança aprender a crescer. Nestes primeiros anos da educação
de uma criança, transmitimos noções básicas de iahadut (Judaísmo) e alfabetização, por meio de experiências e vivên-
cias.
Garantindo a individualidade de cada uma, e respeitando os diferentes meios que cada criança procura para acessar
seus conhecimentos - e para ajudarmos cada uma a identificar situações emocionais, e crescer forte para tomar decisões,
construir uma personalidade e auto-estima positiva - trabalhamos e planejamos o nosso dia-a-dia, dentro das seguintes
propostas:
• Inteligências Múltiplas (baseando-nos na teoria de Howard Gardner, sobre as oito inteligências)
• Inteligência Emocional (baseando-nos na teoria de Solowey sobre o Q.E.6)
• Centros de Aprendizagem Cooperativa (baseando-nos na teoria de Horaa Mutemet, Ensino para a Diversidade)
E, como fazemos isto?
Com muito amor! “Palavras que saem do coração entram no coração”
Além disso, acreditamos na lógica de que o/a professor/a que ensina com amor fará com que a criança o/a ame. A
criança que ama seu/sua professor/a amará aquilo que ele lhe ensina. A criança que amar os valores da Tora amará,
também, a Tora e D’us. Ou seja, o/a professor/a é um elo entre a criança e D’us!!!
Quando D’us criou o homem, Ele disse: Faremos (no plural) o homem. Para que se torne “um homem”, a educação de
uma criança depende de uma sociedade entre pais, educadores e D’us.
Que possamos sempre ter muito sucesso nesta empreitada!!!
As festividades judaicas representam um dos sinais que reunificam o povo judeu, transmitindo para todos, ao mesmo
tempo, os mesmos valores, conteúdos e tradições, fazendo com que todos sintam, juntos, momentos únicos de espiritua-
lidade e pertinência. A importância destes chaguim na Educação Infantil é inquestionável, e a conscientização da impor-
tância dos conteúdos adequados à faixa etária se vai expandindo. Os princípios que nos orientaram para o planejamento
e a escrita deste material foram os da adequação dos conteúdos e das estratégias ao desenvolvimento infantil.
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Q.E. – Coeficiente de Inteligência Emocional
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O que é um chag?
“As festividades elevam o homem do plano superficial do dia-a-dia, da mesma forma que as montanhas se elevam do
nível da superfície da Terra”. Esta é a visão do grande poeta Chaim Nachman Bialik, um dos primeiros autores que escre-
veram em língua hebraica moderna para crianças na idade infantil, valendo-se de grande sensibilidade para tal. “Quem
chega ao alto de uma montanha, seu horizonte fica maior e mais amplo, oferecendo novas proporções à sua vida”. Como
acontece com quem se encontra no alto de uma montanha e respira um ar mais puro, segundo Bialik, o homem que
celebra uma festa, um pico no tempo, eleva-se da rotina do dia-a-dia.
Os chaguim, demarcados para o homem organizar seu calendário, valorizam o ciclo das estações e as mudanças que
ocorrem na natureza. Festejando dias sagrados, em meio a dias normais, revela-se, no homem, a aspiração a se elevar a
picos comemorativos, voltando no dia seguinte à rotina corriqueira. Para assinalar este pico no tempo usa-se, em hebrai-
co, a palavra chag, cujo radical semita (de três consoantes) pode ser tanto chet guimel guimel ( )חגגcomo chet vav guimel
()חוג. Se considerarmos esta última, poderemos notar que transmite, também, a noção de chug, ou seja, um círculo, em
torno do qual cada participante se situa em um ponto eqüidistante, possuindo todos a mesma importância em todos os
pontos, e, assim, aumentando, a sensação de pertinência, segurança emocional e consolidando sua identidade cultural.
Outra forma de explicar é considerar o radical chet guimel guimel, que deriva o verbo lachgog, cujo significado é festejar.
Ou seja, por meio do chag, podemos festejar os fechamentos de alguns ciclos/círculos na vida do homem, e a abertura
de outros novos.
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acrescentam-se conteúdos e saberes, adequados ao nível de desenvolvimento da criança, oferecendo significado às suas
sensações e emoções e, consequentemente, aprofundando sua identidade judaica a cada ano.
O chag pode ser visto em várias dimensões. Podemos oferecer à criança a oportunidade de sentir-se ligada a aconteci-
mentos importantes do passado de seu povo e, ao mesmo tempo, ser construtora participante deste povo, no presente,
por meio da realização e comemoração da festividade. Por outro lado, pelo uso adequado dos símbolos, a criança poderá
conhecer idéias e valores humanos sociais, que todo povo almeja para o futuro de seus filhos. Consequentemente, para
cultivar tais dimensões, é reservado um papel central à instituição educacional judaica, no oferecimento de boas oportu-
nidades para cultivar a cultura e a tradição do povo judeu.
Do ponto-de-vista afetivo e emocional, o chag na idade infantil tem, como função, oferecer várias oportunidades
para a criança sentir prazer, alegria e pertinência, por meio de vivências positivas, do jogo e da brincadeira. A criança,
ao se encontrar com o mundo adulto, aprende gradativamente a interagir com ele, realizando rituais e costumes, vistos
por ela como brincadeiras. Esta tem, no adulto, um parceiro constante, o que aumenta sua auto-estima e fortalece sua
identidade. Ademais, a comemoração dos chaguim representa um marco no tempo, com pontos de referência especiais,
assim ajudando a criança a construir seu próprio conceito de tempo. “Antes”, “depois”, “ano passado” - conceitos que
possibilitam a organização pessoal da criança, tanto afetiva como cognitiva, auxiliam-na a se posicionar na seqüência
periódica do tempo.
Nesta faixa etária (3-6 anos de idade), temos que considerar que a dimensão histórica, baseada na percepção do tempo,
ainda está em construção. Levando em conta as características do desenvolvimento da criança nestas idades, ao contar-
mos uma história, devemos colocar a ênfase na parte vivencial, sem nos atermos em demasia ao significado histórico ou
à seqüência do tempo. Por meio da experiência que a criança vivencia, juntamente com sua participação ativa e a rea-
lização dos costumes, os acontecimentos interligar-se-ão e servirão, no futuro, de base para a construção do significado
mais completo da história de cada chag.
A chaguiga, ou festejo do chag, representa apenas uma parte do chag. Este, que começa ao anoitecer, continua até seu
final, enquanto que a chaguiga tem seu tempo mais curto e definido. Este evento, de grande importância na instituição
educacional, representa uma boa oportunidade para a criança participar ativamente, sentindo-se parte de um todo (hine
ma tov uma naim, shevet achim gam iachad, Eis o que é bom e agradável, os irmãos sentados juntos), quando podemos
transmitir mensagens, valores e costumes ligados ao chag e à tradição do povo.
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Os materiais, escritos pela equipe-autora, foram enviados às escolas a tempo, por correio eletrônico e, no encontro
do grupo, cada escola acrescentou seus projetos/ atividades ao planejamento, já elaborado e registrado, da festividade/
comemoração, além de agregar o inventário de materiais de sua escola - tornando-se um material de todas, de inédita
autoria coletiva.
Para facilitar a elaboração de um material que permita à educadora colocar em prática os objetivos, desenvolvemos um
modelo de escrita para todas as festividades, que tem, como proposta, servir como guia para o planejamento e organiza-
ção dos conteúdos, temas e estratégias. Este modelo de escrita, que representa apenas uma sugestão, foi praticado por
cada escola, em separado e em parceria com todas as escolas, em duas das festividades (Sukot e Chanuka).
Os inventários, organizados segundo o material que cada escola possui, têm, como objetivo principal, abrir o leque de
possibilidades para pesquisar materiais de outras escolas, além de servir como guias de materiais potenciais para cada
chag.
Seguindo um processo natural, esperamos que o próximo passo seja o de um trabalho mais intenso de parcerias entre
as escolas, cada qual respeitando as diferenças e as características das outras, que, como afirmado anteriormente, tanto
enriquecem a Cultura Judaica.
Esperamos, com isso, poder contribuir para o planejamento e a organização do material referente à Cultura Judaica nas
escolas de Educação Infantil e, principalmente, para ampliar as possibilidades dos educadores, com respeito à pesquisa
e ao uso das atividades propostas.
Finalmente, e não menos importante, esperamos que este trabalho favoreça e promova a construção da identidade
judaica das crianças que estudam nas escolas infantis de Cultura Judaica, assim como a aquisição de saberes sobre nós
mesmos e sobre o mundo que nos rodeia.
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Chaguei Israel Umoadav.
Gan IeladIm beavodato.
Maagal Hashana.
Madrich tochnit haavoda laguil harach.
Almanaque do Tzivot HaShem.
Around the Jewish Calendar.
Holiday greatest songs.
Integrating the Multiple Intelligence Theory into a Judaic Curriculum.
Jewish Every Day.
Jewish Holiday Crafts, Arts & Crafts.
The Jewish holiday card game.
Sugestões de sites
http://www.education.gov.il/preschool
http://www.users.ms11.net/
http://www.bluemountain.com
http://www.members.iol.co.il/yakov
http://www.chabad-lubavitch.com
http://www.bible.co.il
http://www.holidaynotes.com
http://www.hareshima .com/
http://www.greetme.com
http://www.snunit .k.12.il/subjects/holidays 1.html
http://holidays.bfn.org
http://www.geocities.com
http://jajz-ed.org.il/ivrit
http://www.angelfire.com
http://www.jajz-ed.org.ul/festivals/index.html
http://www.perpetualpreschool.com
http://aish.com/holidays
http://www.e-chinuch.com
http://www.vjholidays.com
http://www.lilmodebsimcha.com
http://www.galim .org.il
http://www.yahoo.com
http://www.chagim .org.il
http://www.walla.co.il
http://www.holidayfestival .com
http://www.nana.co.il
http://www.holidays.net
http://www.hop.co.il
http://www.jewishmag.co.il
http://www.jafi.org.il/hebrew/resource.html
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O livro disponibilizado na internet
Iom Kipur 37
Sukot 43
Simchat Tora 57
Chanuka 65
Tu Bishvat 85
Purim 99
Pessach 117
Shavuot 163
Anexos 181
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Rosh Hashana
Fontes
Bachodesh hashvii bechad lachodesh ihie lachem kol mlechet avoda lo taasu vehikravtem isha lAdo__nai.
“E, no sétimo mês, no primeiro dia do mês, convocação de Santidade haverá para vocês: Nenhuma obra servil farão;
dia de toque do shofar será para vocês.”
(Números 23;1)
Becha Ado__nai tov veishar Ado__nai al ken iore chataim baderech: iadrech anavim.
“...Por amor do Seu bem, Senhor Eterno / São do Eterno: ‘bondade’ e ‘retidão’, / Ilumine, por isso, os pecadores, / Nos
caminhos que rumam para o bem...“
(Salmos 25)
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‘Tachanot’ significa ‘estações, postos ou paradas (no caso) temáticas’.
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Descrição da festa
Rosh Hashana (cabeça do ano) é o Ano Novo Judaico, não se limita às más ações mas, também, aos maus pen-
cuja comemoração oferece aos indivíduos a chance de samentos.
refletirem, viabilizando-lhes eventuais modificações pes- As pessoas se reúnem para dar boas vindas a um novo
soais. Parece tratar-se de um sonho que se quer atingir ano, celebrar suas promessas, ponderar sobre suas res-
- o sonho de um mundo melhor, destituído de maldade, ponsabilidades e agradecer por novas oportunidades. No
onde viver com as respectivas famílias e amigos torna-se entanto, a decisão Divina, tomada em Rosh Hashana, não
algo verdadeiramente bom e agradável. é, ainda, a decisão definitiva. Dispomos de dez dias para
Denominado tishrei, o primeiro mês do ano judaico a introspecção, para o arrependimento das más ações,
coincide, na maioria das vezes, com os meses de setem- para nos comprometermos com objetivos importantes e
bro ou outubro, em Israel, período de colheita, no qual rezarmos pela misericórdia de D’us. Se Rosh Hashana é
o toque do shofar denota seu início. o ‘Dia do Julgamento’, o Iom Kipur (Dia do Perdão) é o
* O aspecto religioso ‘Dia da Sentença’. O período de dez dias entre os dois
A partir do primeiro dia de tishrei, começam os Iamim marcos, incluindo-os, são os Iamim Noraim, considera-
Noraim (Dias Temíveis), denominação atribuída aos dias dos os ‘Dez Dias do Arrependimento’.
entre Rosh Hashana e Iom Kipur, que acontecem nos dois O estatuto que rege estes dias: Fale aos filhos de Israel,
primeiros e décimo dias deste mês, respectivamente. dizendo: No sétimo mês, o primeiro dia do mês será para
Devido à antiga dificuldade de identificar o início dos vocês descanso solene, memorial de toque de shofar,
meses, ou do ano, por meio de reconhecimento visual convocação de Santidade. Nenhuma obra servil farão; e
da lua nova, rabinos determinaram que Rosh Hashana oferecerão sacrifício queimado ao Eterno. E falou o Eter-
seria celebrado por dois dias, tanto em Israel como na no a Moisés, dizendo: ‘O décimo dia deste sétimo mês
diáspora. é o ‘Dia das Expiações’; convocação de Santidade será
Ao contrário de outras festividades, Rosh Hashana não para vocês, e afligirão suas almas e oferecerão sacrifício
tem caráter agrícola. Sua comemoração destaca a relação queimado ao Eterno”. E nenhuma obra farão neste mes-
do homem com D’us ou, mais especificamente, a aceita- mo dia, porque é ‘Dia das Expiações’, para expiar por
ção do Reino do Divino, Que conhece e julga cada um vocês diante do Eterno, seu D’us. Porque toda alma que
de Seus servos. não se afligir neste mesmo dia será banida de seu povo.
Trata-se de uma celebração voltada ao regozijo, duran- E toda alma que fizer alguma obra neste mesmo dia,
te a qual os homens recordam, com receio, seus feitos destruirei aquela alma do meio do seu povo. Nenhuma
do ano, pois parte-se do princípio de que todos os atos obra farão; estatuto perpétuo será para suas gerações,
exigem prestação de contas. O motivo da comemoração em todas as suas habitações. Dia de descanso solene é
de Rosh Hashana compreende três momentos: passado, para vocês, e afligirei suas almas; aos nove dias do mês,
presente e futuro. O passado remete à Criação (Gênese) à tarde, de uma tarde a outra, celebrarão seu dia de des-
do primeiro homem (Adão) e, sendo assim, ao Criador canso. (Levítico 23; 24- 31,).
cabe reinar e julgar todos os homens (aniversário da Os principais temas das preces de Rosh Hashana e
Criação). O presente refere-se à nossa expectativa, frente Iom Kipur são: a Majestade de D’us, Criador do universo;
ao ‘Dia do Julgamento’, e o futuro visa à continuidade da a fragilidade do homem e sua dependência da piedade
crença e do Reinado de D’us. No ‘Dia do Julgamento’, Divina; a tshuva e as boas ações: sua importância na ab-
as pessoas fazem seus inventários e acredita-se que o solvição no julgamento; o sofrimento do povo judeu; o
Eterno julga e decide o que irá acontecer com cada um, perdão e a confissão dos pecados (Machzor).
no ano que começa. Em Iom Kipur, o último desses ‘Dias Temíveis’, quando
O livro de rezas utilizado pelos judeus, durante todo o sol se põe, o toque do shofar ecoa pelos cantos de
este período, é chamado Machzor, que é uma criação todo o universo, anunciando o término do julgamento.
coletiva de sábios judeus, que seguiram o mandamento Portanto, a sorte dos homens para o ano que se inicia já
talmúdico de Iiun Tfila, realizando, assim, uma imensa está selada.
coletânea de seleções e paráfrases da Bíblia, da Mish- Na religião judaica, o arrependimento, nesse dia, dá-
na, da Gmara, dos Midrashim e do Zohar. Seu acervo se entre o homem e seu Criador e, de acordo com a Lei
litúrgico conserva o espírito do monoteísmo, expresso Judaica, visa ao futuro. Não existe nenhuma forma de
em suas orações e é direcionado à penitência e ao arre- confissão perante um ser humano. Confissão é o sussur-
pendimento. ro de toda uma congregação, feita em uníssono; não é o
Tshuva significa, tradicionalmente, ‘retorno’: retorno desabafo dos males de cada um, é a expressão de uma
aos valores e às práticas do Judaísmo. Ocorre quando os responsabilidade coletiva. O judeu não reza unicamente
indivíduos deixam de cometer pecados e determinam, por seu bem-estar individual, mas por todo o povo, pois
em seu íntimo, que mais não os farão, sendo que esta sabe que os filhos de Israel são fiadores uns dos outros.
20
Em Israel Nomes da festa
A festividade se dá no início do outono, no mês de Rosh Hashana
tishrei. Coincide com o início do ano letivo e, portanto, É o dia em que o Ano Novo Judaico se inicia, ou seja,
o início de um novo ciclo. Apesar disso, é uma festa com a ‘cabeça do ano’. Assim como a cabeça do homem é a
uma certa dualidade: marca o fim de um ano e início de parte do corpo que comanda todo o resto, Rosh Hasha-
outro. Esse tema é bastante explorado, pois Rosh Hasha- na é o momento crucial, que comandará o resto do ano
na, além de ser a primeira festa do calendário judaico, é, de cada um. À idéia do tempo, unem-se conceitos de
também, o momento em que podemos parar para fazer responsabilidade e de julgamento.
nossas reflexões sobre esse novo período que se inicia e
sobre aquele que se encerrou. Iom Trua (Dia do Soar)
O dia em que se deve fazer soar o shofar.
ROSH HASHANA 21
Símbolos e motivos, usos e costumes
Shofar Em Rosh Hashana, o shofar é tocado em mussaf (ser-
O shofar é um chifre de carneiro, utilizado como ins- viço religioso, depois do almoço). A Tora ordena que to-
trumento de sopro por homens e considerado um dos quemos o shofar no primeiro dia da festa, mas os sábios
mais antigos, dado que já era conhecido e tocado na estenderam o costume, para que escutemos o toque do
época de Moisés. Não se pode atribuir grande importân- shofar também no segundo dia.
cia no campo musical ao shofar, pois não produz notas Este instrumento representa a misericórdia de D’us
suaves ou delicadas. Entretanto, apresenta especial signi- para com os homens. Não é tocado no Shabat, apesar
ficado espiritual, uma vez que seu som induz à reflexão do toque ser considerado arte, e não trabalho. Seu toque
e ao arrependimento. Uma de suas principais funções representa a aliança entre D’us e o povo de Israel.
é alertar para tanto o início como o término dos ‘Dias
Temíveis’. Sua característica mais marcante é inspirar re- Tapuach bidvash (maçã com mel)
verência por meio de seu ecoar, irradiando sentimentos Na noite de Rosh Hashana , durante a refeição, costuma-
de arrependimento e humildade. mos comer alimentos que simbolizem a esperança de um
O motivo de ser confeccionado com um chifre de car- ano bom e doce; por isso, comemos tapuach bidvash.
neiro remete à época do patriarca Abrahão, mais especi-
ficamente, à passagem que trata do sacrifício de seu filho Chala agula (pão trançado redondo)
Isaac. A recordação de Akedat Itzchak (O Sacrifício de Simboliza a continuidade e o cíclico. E, especificamente
Isaac), em Rosh Hashana, serve como fonte de inspira- em Rosh Hashana, simboliza o ano que está começando.
ção em relação ao auto-sacrifício e à entrega dos homens
a serviço de D’us. No decorrer destes dias, são três os Kartissei bracha
tipos de toque que escutamos: (cartões de votos, bênçãos e congratulações)
- tkia: som longo e uniforme; Cartões enviados entre familiares e amigos, nos meses
- shvarim: som entrecortado em três notas médias de elul e tishrei (último e primeiro meses do ano judaico,
- trua: som entrecortado em nove sons mais curtos. respectivamente) até depois de Sukot, com desejos para
Um dos maiores sábios judeus, Saadia Gaon (824-943), um ano novo e doce. A origem deste costume é da me-
descreve mais alguns motivos, bastante significativos, tade do século XIX. Aparentemente, foi na Inglaterra que
para o toque do shofar, durante a celebração. Em Rosh os cristãos começaram a imprimir e enviar mensagens de
Hashana, aniversário da Criação, suas funções são: Natal e de Ano Novo.
• proclamar a soberania do Criador; Este costume chegou aos Estados Unidos e, de lá, es-
• advertir o povo sobre o destino de sua vida; palhou-se por todo o Ocidente, atingindo também os
• lembrar a Revelação no Monte Sinai; judeus. Os primeiros cartões que se destacaram por sua
• trazer a advertência e a exortação dos profetas;
beleza foram os da Alemanha, E.U.A. e Polônia. Os te-
• lembrar o alarme da batalha, na Judéia, no decorrer da destruição do Templo;
• inspirar reverência e temor; mas variam de motivos religiosos, passando por ideais,
• lembrar o Dia do Juízo; até desejos pessoais.
• proclamar a redenção vindoura e breve restauração de Israel e * O costume de elaborar votos de Shana tova (Bom
• simbolizar a esperança pela redenção final e pela ressurreição. Ano!) aparece, anteriormente, no livro Shulchan Aruch
*Rambam sustenta que a única razão para o toque do (‘Mesa Posta’, onde se expõem leis sobre os mais varia-
shofar, na sinagoga, é estimular o arrependimento, con- dos assuntos).
forme aparece no Machzor: Acordem, vocês que dor-
mem, e reflitam sobre suas ações; retornem e recordem Rosh shel dag (cabeça de peixe)
a seu Criador. Aqueles que esquecem a verdade, com as Na véspera de Rosh Hashana, famílias judaicas tradi-
necessidades da época, e perdem os anos, em busca por cionais colocam sobre a mesa, a cabeça de um peixe,
coisas banais e vazias que não beneficiam nem salvam; concretizando a idéia de início de ano. Há pessoas que
fixem-nos em suas almas e melhorem seu caminho e costumam cozer guefilte fish (bolinhos de peixe), justa-
ações? Que cada um abandone seu mau caminho e seu mente por ter um formato redondo.
mau pensamento e regresse a D’us, para que Ele possa Rimon (romã)
ter misericórdia de vocês. Costuma-se comer rimon, em Rosh Hashana, pois há
O shofar, literalmente ‘chifre’. Foi tocado em várias o desejo de que, no ano que está para começar, os di-
ocasiões: pela primeira vez, no Har Sinai (Monte Sinai), reitos do ser humano se multipliquem, assim como a
quando da entrega das Tábuas da Lei, contendo os Dez quantidade enorme de caroços/ sementes que existem
Mandamentos; ou, p. ex., na chegada da Lua Nova, no dentro do rimon.
Beit Hamikdash, junto com as cornetas. Também em
1967, quando Israel reconquistou o Muro Ocidental (Ko- *Machzor (livro de rezas, usado em Rosh Hashana e
tel Hamaaravi ou Muro das Lamentações, como nos é em Iom Kipur).
conhecido), em Ierushalaim, ele foi tocado. Reza a tra- Em hebraico, tal título significa ‘ciclo’. Nele, estão con-
dição, ainda, que o Profeta Elias tocará o shofar, para tidas orações, passagens bíblicas, talmúdicas e poemas
anunciar a chegada do Messias. religiosos. As orações apresentam três temas fundamen-
tais da fé judaica: D’us é Rei, Juiz e Legislador.
22
*Tashlich (lançamento) nós. Ele suprimirá nossas iniqüidades; sim, vocês jogarão
É um costume realizado pouco antes do pôr-do-sol, seus pecados às profundezas do mar.
na tarde do primeiro dia de Rosh Hashana, às margens O Maharil (Rabi Moshe Halevi) nos fornece uma ex-
de um rio, lago, mar, ou água corrente qualquer, onde plicação mais completa sobre o tashlich. O midrash diz
quer que haja peixes. Preces são recitadas, seguidas pelo que, quando Avraham e Itzchak foram ao Har Moria
ato simbólico de agitar os cantos de nossas roupas e (Monte Moriá), para a akeda (sacrifício), precisaram cru-
invertermos os bolsos em direção às águas, ‘lançando’ e, zar um rio, uma das formas que satan (o ‘espírito’ do
assim, ‘livrando-nos’ de nossos pecados. As preces des- mal) usou para impedi-los de cumprirem as ordens de
pertam-nos pensamentos de arrependimento, dado que D’us. A correnteza ameaçava levá-los, mas Avraham re-
a situação nos remete à insegurança da vida do peixe e zou: Salve-nos, D’us, pois a água atingiu nossas próprias
ao perigo de ele ser atraído pela isca, ou apanhado na vidas, e foram salvos da correnteza. Assim, diz Maharil,
rede do pescador. Nossa vida, também, está repleta de nenhum obstáculo deveria impedir-nos de obedecer às
ciladas e tentações. ordens de D’us. Aquele que puder mostrar o amor abne-
Os três últimos versos do profeta Micha, recitados du- gado de Avraham, sua prontidão para morrer pela pala-
rante o tashlich, contêm a explicação para este costume: vra Divina, pode estar certo de que seus pecados ‘serão
Quem é D’us como o Senhor, perdoando a iniqüidade jogados ao mar’.
e perdoando a transgressão aos herdeiros de Seu legado.
Ele não reteve Sua ira para sempre, porque Ele Se rego- * A única mitzva concreta de Rosh Hashana é a de
zija na bondade. Mais uma vez, Ele terá misericórdia de ouvir o shofar, no período diurno.
ROSH HASHANA 23
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Rosh Hashana
O trabalho realizado, por meio de tachanot é uma forma diferenciada de abranger determinados conteúdos, em di-
ferentes graus de complexidade. A cada chag, os espaços se transformam em tachanot, de acordo com um tema espe-
cífico. Para cada tachana, há uma professora responsável pela pesquisa e elaboração de atividades, de acordo com a
faixa etária, criando novos desafios. As crianças podem fazer um rodízio entre as tachanot, vivenciando as atividades e
enriquecendo-se com novas informações.
A cada ano, a comemoração de Rosh Hashana por tachanot faz com que se pesquisem novas atividades, buscando,
freqüentemente, renovar, fazer adequações necessárias e, ao mesmo tempo, preservar a tradição judaica. Com a prática,
fica cada vez mais agradável comemorar desta maneira, mas a organização, para este tipo de atividade, é fundamental. As
professoras trabalham em equipe e, em reuniões de planejamento, socializam suas diferentes idéias e práticas. Cada uma
fica responsável por uma das tachanot. A própria pesquisa para organizar o material relevante é uma chavaia (vivência
positiva). Na busca pelo material, a professora procura planejar a adequação para as diferentes faixas etárias.
Todo ano, escolhe-se um tema central, que servirá de eixo e permeará todas as festas (Ex.: temas anteriores: liderança,
família, busca da paz). Respeitando um costume tradicional, confeccionam-se kartissei bracha para as famílias, possi-
bilitando, a todos os interessados, confeccionarem kartissim, oferecendo-lhes materiais, envelopes e selos. É possível
organizar uma grande comemoração convidando uma companhia de teatro, alugando uma piscina de bolinhas, na qual
são escondidas maçãs de plástico, e realizando uma competição, na qual quem trouxer o maior número de maçãs, ganha
saches com mel.
Outras atividades nas tachanot podem estar ligadas à culinária, planejando, para tal, a realização de receitas ligadas à
Rosh Hashana, como, p. ex., torrões de açúcar. Costumam-se convidar, para tais eventos, outros grupos, para comparti-
lharmos a comemoração, oferecendo-lhes papéis atuantes no evento.
De 3 a 4 anos
Conteúdos:
dvash
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos mel, por meio dos
sentidos.
Descrição:
Levar para a roda uma caixa-surpresa e, dentro, um pote de mel.
Estimular as crianças a imaginarem o que há dentro da caixa,
dizendo: “É algo que comemos em Rosh Hashana!” Ir, aos poucos,
restringindo o leque de opções, dizendo que “É algo doce” e, mais
adiante, que “É produzido por abelhas”. Ao descobrirem, poderão
comprovar, colocando suas mãos para balançarem a caixa, sen-
tirem o pote, ou mesmo cheirarem ou verem. Ao cantar a canção
Kapit shel dvash, oferecer uma colher de mel para cada criança, ao
citar seu nome.
Materiais e recursos:
caixa-surpresa, pote de mel, fita com a canção e um gravador.
24
De 4 a 5 anos De onde vem o dvash?
Conteúdos: Conteúdos:
dvash dvash, um dos símbolos de Rosh Hashana
Objetivos potenciais: Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos maçã com mel, ampliar o conhecimento sobre o mel.
por meio dos sentidos. Descrição:
Descrição: a professora pode fantasiar-se de abelha, para enfatizar a impor-
Pendurar a maçã num barbante e embebê-la com mel. Colocar a tância do mel, para termos um ano doce como mel, e é possível
canção de fundo e convidar as crianças para tentarem morder a visitar um apiário, para verificar a origem do mel. É costume degus-
maçã, sem utilizarem as mãos. Quando a canção terminar, acaba o tar sal, açúcar, mel e limão, para experimentar os vários sabores:
tempo de cada uma. Ao final, ela ganha a maçã. salgado, doce, azedo, entre outros.
Materiais e recursos: Materiais e recursos: mel, sal, açúcar, limão, entre outros; apiá-
caixa-surpresa, pote de mel, maçãs, barbante, fita com a canção e rio; fantasia de abelha.
um gravador.
De 5 a 6 anos
Conteúdos:
dvash
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos mel, por meio dos
sentidos.
Descrição:
levar, à roda de crianças, um cartaz previamente preparado com a
letra da canção, em forma de carta enigmática, a fim de trabalhar
a pseudo-leitura. Dessa forma, uma gravura, ou mesmo uma co-
lherzinha, substituirá a palavra kapit; uma gravura, ou um sachê
de mel, substituirá a palavra dvash e os nomes das crianças (que
já o reconhecem) serão incluídos na canção, antes que esta seja
cantada ou tocada. Dar a oportunidade a todos para provarem o
mel, cantando a canção Kapit shel dvash e oferecendo uma colher
de mel para cada criança, ao citar seu nome.
Materiais e recursos:
cartaz elaborado pelo professor, fita com a canção e um gravador.
De 3 a 4 anos De 4 a 5 anos
Conteúdos: Conteúdos:
kartissei bracha kartissei bracha
Objetivos potenciais: Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de enviarmos cartões (kartissim) entrar em contato com o antigo costume de enviarmos kartissim
em Rosh Hashana e sua mensagem. em Rosh Hashana e suas brachot.
Descrição: Descrição:
trazer à roda de crianças um lindo kartis, em forma de maçã e sa- antes da confecção dos kartissim, contar, para as crianças, a his-
chês de mel (um para cada criança). Explicar que, assim como dita tória do surgimento do costume de enviarmos cartões, utilizando,
o costume da festa, todos recebem um cartão. Cada criança ga- como recurso, a máquina de retro-projetor e fotos de kartissim
nhará um sachê e provará o seu sabor, e a professora, então, dese- antigos. Depois da exposição, questionar “O que é uma bracha?”
jará shana tova umetuka, um ano bom e doce. Depois, proporá que “Para quem desejamos uma bracha?” “De que formas posso en-
cada um produza seu kartis, para dar à sua família, escolhendo seu viar uma bracha?”; “Quando faço uma bracha?” e apresentar os
próprio papel para pintar com tinta guache, seguindo algumas op- diversos tipos de brachot. Propor que cada um faça dois cartões
ções dadas pela professora. Poderão ser no formato de tapuach ou - um para dar à sua família e outro, para um amigo. Os materiais
pote de mel, levando em conta os símbolos mais próximos a eles. poderão ser diversificados, uma vez que já são capazes de registrar
A mensagem trabalhada nos kartissim será shana tova umetuka, os símbolos do chag. As mensagens trabalhadas nos kartissim se-
associando-a à bracha e à canção trabalhada anteriormente. rão aquelas que surgirem no início da atividade.
Materiais e recursos: Materiais e recursos:
cartão em formato de maçã, sachês de mel em quantidade su- máquina de retro-projetor, fotos dos kartissim antigos, papéis tipo
ficiente para todos na classe, papéis tipo cartolina ou color set, cartolina ou color set cortados em diferentes tamanhos, tinta gua-
cortados em diferentes tamanhos e formatos, tinta guache de che de diversas cores, canetinhas, lápis pastel ou de madeira.
diversas cores.
ROSH HASHANA 25
De 5 a 6 anos Pesquisando kartissei bracha,
Conteúdos: aprendemos sobre a nossa história.
kartissei bracha Conteúdos:
Objetivos potenciais: kartissei bracha, ao longo dos anos
entrar em contato com o costume de enviarmos kartissei bracha Objetivos potenciais:
em Rosh Hashana e suas mensagens. costumes e tradições, em torno de kartissei bracha.
Descrição: Descrição:
propor que as crianças trabalhem em duplas, a fim de confeccio- pesquisar com as crianças o costume de enviar e receber kartissei
narem um kartis para um grupo de crianças (que poderá ser outra bracha, desde o princípio deste costume até sua realização atual.
classe), uma instituição ou escola, dependendo do tempo que se Usando exemplos de originais de kartissei bracha, enviados de
dispõe para explicar de que grupo se trata. diversos lugares do mundo, desde o começo do século, procuramos
Materiais e recursos: concretizar, para as crianças, valores importantes deste chag, tais
máquina de retro-projetor, fotos dos kartissim antigos, papéis tipo como desejar votos de “shana tova”, de que “sejamos incluídos no
cartolina ou color set, retalhos de outros tipos de papéis, como Livro da Vida”, de que “o ano que entra seja doce como o mel”,
laminado ou camurça, tinta guache de diversas cores, canetinhas, entre outros. Por meio da retro-projeção dos cartões, as crianças
lápis pastel ou de madeira, colas e tesouras. podem absorver, com mais facilidade, conteúdos, formas e a arte
usada nos cartões, ao longo dos anos, todos ligados a Rosh Hasha-
Shana tova umetuka!!! na. No período que vai de uma semana antes de Rosh Hashana até
Conteúdos: Iom Kipur, ocorre a troca de cartões, quando caixas de correio são
kartissei bracha colocadas no portão de entrada da escola.
Objetivos potenciais: Materiais e recursos:
ampliar o conhecimento, em relação ao costume de enviarmos coleções de kartissei bracha , retro-projetor, caixas de correio.
cartões e mensagens de Rosh Hashana.
Descrição:
confecção e envio de kartissei bracha, enfatizando o costume de
enviarmos cartões, com votos e mensagens de Shana tova. Este
projeto pode envolver toda a escola, a família e a comunidade.
Para que as famílias possam vivenciar o costume de envio de
kartissei bracha, podemos preparar duas caixas de correios; uma
interna, para que estes sejam distribuídos posteriormente para as
crianças, e outra, para os kartissim serem enviados por correio para
as casas.
Colocando uma das caixas de correio na entrada da escola, as
famílias são convidadas a enviar cartões aos seus filhos. Todas
as crianças participam, e as maiores ficam responsáveis pela
classificação e distribuição aos destinatários. Diferentes cores são
designadas para cada faixa etária, para a confecção dos kartissei
bracha. Desta maneira, cada criança tem a oportunidade de viven-
ciar este motivo de Rosh Hashana, o envio da mensagem de uma
shana tova umetuka (e outros votos e mensagens para a família, as
crianças e a comunidade) e, ao mesmo tempo, confeccionar kartis-
sim. Um grande painel coletivo de kartissei bracha é construído na
entrada da escola.
Para tornar o costume de enviar kartissei bracha ainda mais próxi-
mo às crianças, pode-se trazer, para o pátio da escola, uma caixa
de correio em seu tamanho original (emprestada dos Correios), e
as crianças podem enviar cartões de Shana tova, individualmente
ou com a ajuda das professoras, para amigos e familiares. Para
enviar as cartas, podemos verificar se foram colocados os selos, se
os pormenores importantes, como nome e endereço, entre outros,
aparecem. Um carteiro dos Correios é convidado a vir à escola e a
contar sobre seu trabalho, o trajeto das cartas até alcançarem seu
destino, distribuindo selos para as crianças.
Materiais e recursos:
materiais criativos, papéis de carta, envelopes, selos, caixa original
do correio, carteiro.
26
Tachanat bishul: chala agula
Nesta tachana, as crianças terão a oportunidade de colocar a “mão na massa”, no cozimento das chalot agulot. É im-
portante que, além de manusearem os ingredientes, percebam, também, a sua transformação. Para receita, ver anexos.
De 3 a 4 anos
Conteúdos:
chala agula
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos chala agula, seus
ingredientes e formato.
Descrição: trazer, à roda de crianças, os ingredientes para a execu-
ção da chala agula e perguntar “Qual a diferença entre esta chala
e a chala de Shabat?” Anunciar que todos ajudarão. Antes, porém,
poderão experimentar alguns ingredientes, como sal e açúcar, para
que percebam a diferença.
Materiais e recursos:
ingredientes.
De 4 a 5 anos
Conteúdos:
chala agula
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos chala agula, seus
ingredientes e formato.
Descrição:
trazer, à roda de crianças, a receita escrita, com figuras associadas
aos ingredientes que utilizarão na produção da chala, para que
possam, anteriormente à atividade, fazer a pseudo-leitura, per-
cebendo a função da escrita. Durante a culinária, os ingredientes
deverão estar expostos em cima de uma mesa e, as crianças,
sentadas ao seu redor, de modo que todos vejam tudo. A cada
ingrediente, uma criança é convidada a participar. Dar um pedaço
de massa para cada criança e, no momento de enrolar a massa,
lembrar da diferença em relação à chala de Shabat.
Materiais e recursos:
ingredientes, receita escrita com figuras recortadas de revistas.
De 5 a 6 anos
Conteúdos:
chala agula
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos chala agula, seus
ingredientes e formato.
Descrição:
trazer, à roda de crianças, a receita escrita da chala, para que pos-
sam fazer leitura, percebendo a função da escrita. Durante a pre-
paração, os ingredientes deverão estar expostos em cima de uma
mesa e, as crianças, sentadas ao seu redor, de modo que todos ve-
jam tudo. A cada ingrediente, uma criança é convidada a participar.
Dar um pedaço de massa para cada criança e, no momento de en-
rolar a massa, lembrar da diferença em relação à chala de Shabat.
Em outro momento, cada criança receberá a receita escrita, com
um espaço, para que possa fazer algum tipo de registro, seja por
meio do desenho ou da escrita.
Materiais e recursos:
ingredientes, receita escrita em cartaz e folhas individuais.
ROSH HASHANA 27
Tachanat hassipur: shofar
Por meio da história “Onde está o shofar?”, as crianças têm a oportunidade de entender a importância de escutar o
shofar em Rosh Hashana.
De 3 a 4 anos De 5 a 6 anos
Conteúdo: Conteúdo:
shofar shofar
Objetivos potenciais: Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de escutarmos o shofar. entrar em contato com o costume de escutarmos o shofar.
Descrição: Descrição:
contar a história com fantoches e shofarot, enriquecendo este mo- relembrar a história, utilizando sucata, para que as crianças possam
mento. Ao final desta atividade, montar um canto com os shofarot usar a imaginação. Ao final dessas discussões, propor um momento
e outros objetos, para que as crianças tenham a oportunidade de de reflexão. Uma pessoa poderá ser convidada a tocar. Cada crian-
manuseá-los. ça registrará alguma mitzva que tenha feito ou visto alguém fazer
Materiais e recursos: e, depois, compartilhará com o grupo. Por fim, a professora poderá
fantoches, shofar e outros símbolos da festa, para a montagem do reunir estes registros e transformá-los no livro da mitzvot.
canto. Em outro momento, o jogo de percurso Eifo hashofar? poderá
ser realizado em grupo ou individualmente. O objetivo é chegar
De 4 a 5 anos primeiro ao Aron Hakodesh. Cada grupo deverá jogar o dado, na
Conteúdo: respectiva vez, e andar o número de casas que o dado marcar. A
shofar cada jogada, um participante do grupo poderá tentar tocar o sho-
Objetivos potenciais: far, ganhando um bônus de 2 casas, caso consiga.
entrar em contato com o costume de escutarmos o shofar. Materiais e recursos:
Descrição: sucata, shofar, convidado, páginas para o registro, jogo de percurso
contar a história, utilizando sucata, para que as crianças possam
usar a imaginação. Após a história, discutir algumas questões: “Do Tocando e escutando shofar
que é feito o shofar?” ou “Quais os tipos de toques do shofar?”. Conteúdo:
Em outro momento, brincar com as crianças, escondendo o shofar shofar
em diferentes lugares da classe, para que o encontrem; utilizando Objetivos potenciais:
a estrutura “Eifo hashofar?”, a fim de memorizá-la. reforçar a tradição de tocar e escutar o shofar.
Materiais e recursos: Descrição:
sucata, shofar. continuando uma tradição da escola, os alunos do Ensino Médio
visitam a Educação Infantil e tocam o shofar, durante o mês de
De 5 a 6 anos elul, criando um clima de festividade. Ao escutarem o shofar,
Confeccionando um shofar de verdade! incentivam-se as crianças a refletirem sobre suas ações, registran-
Conteúdo: do os desenhos e as falas, criando um portfólio conjunto que é
shofar compartilhado posteriormente por todos. Aproveitando o clima de
Objetivos potenciais: introspecção, as crianças são convidadas a refletir sobre suas rela-
entrar em contato com o shofar, e conhecer como é preparado e ções com seus amigos, suas famílias, sua escola, e o mundo.
confeccionado. Materiais e recursos:
Descrição: shofar, material para registro, portfólio.
a atividade é organizada pelo Beit Chabad, que prepara uma equi-
pe especializada, que ensina às crianças a confeccionarem um sho-
far de verdade. A atividade se inicia com explicações sobre os tipos
de chifres passíveis de serem transformados em shofar e sobre
os toques do shofar e seu significado no chag. Após a explicação,
cada turma recebe o chifre, em seu estado “bruto”, e os orientado-
res começam a explicar as etapas :
• O chifre deve ser serrado. Esta fase é perigosa para ser feita
pelos alunos. Portanto, orientadores fazem e crianças assistem
apenas.
• Depois, é necessário “cavocar” o shofar, de modo que fique um
vão em seu interior (retirando algumas cartilagens que sobraram
dentro dele).
• É necessário lixá-lo com uma lixa grossa (de papel).
• Por último, é preciso envernizá-lo e esperar secar.
Materiais e recursos:
chifre, serra elétrica, lixa elétrica, lixa de papel, verniz.
28
Conhecendo um shofar no Beit Haknesset Um ensaio ao vivo para Rosh Hashana
Conteúdo: Conteúdo:
história relevante sobre shofar os símbolos da festa - rimon, a cabeça de peixe, tapuach bidvash,
Objetivos potenciais: chala agula.
conhecer o shofar, visitar o Beit Haknesset e escutar uma história Objetivos potenciais:
sobre o shofar. vivenciar os costumes do chag, abençoando-os e experimentando-os
Descrição: Descrição:
visitamos o Beit Haknesset com os pequenos, que lá escutam, desde o primeiro dia de elul, já podemos sentir os preparativos
pela primeira vez, o toque do shofar, atividade que se revela muito para as grandes festas. Diariamente, o toque do shofar pode ser
significativa. As crianças sentam-se sobre o chão, e as professoras escutado, sinalizando que algo de diferente e profundo está por
contam uma história como, por exemplo, “O Bom Carneirinho” (um acontecer. Gradativamente, vivencia-se “ao vivo”, abençoando e
carneirinho que quis dar seu chifre, para servir de shofar). Neste experimentando os símbolos do chag: rimon, a cabeça de peixe, ta-
período, o Beit Haknesset pode desempenhar um papel central, co- puach bidvash. As crianças relembram, com a ajuda da professora,
nhecendo os diversos elementos que o compõem e o papel de cada tudo o que aprenderam sobre o chag e, parte por parte, montam
um destes. Posteriormente, podemos aproveitar esta visita, para a mesa especial para a comemoração. A cada símbolo nomeado,
montar, no museu da escola, uma exposição com fotos de sinago- as crianças explicam seu significado, sua importância no contexto
gas no mundo e artefatos utilizados nestas, trazidos pelas crianças. judaico e festivo. As brachot são recitadas, de acordo com a mon-
Materiais e recursos: tagem da mesa, sempre com a participação das crianças. Podemos
Beit Haknesset, shofar e uma história, fotos de sinagogas, artefa- celebrar a chegada de Rosh Hashana, cantando e comendo tapu-
tos ligados a estes. ach bidvash, chala agula, e desejando, sempre, para todos, shana
tova umetuka!
Comemorando Rosh Hashana Materiais e recursos:
Conteúdo: shofar, o romã, a cabeça de peixe, a maçã com mel, chala agula.
comemoração de Rosh Hashana, com os símbolos já conhecidos.
Objetivos potenciais: Brincando e aprendendo sobre o tashlich
comemoração da festa, de forma lúdica. Conteúdo:
Descrição: o tashlich (costume realizado, pouco antes do pôr-do-sol, na tarde
as crianças são divididas em dois grupos, misturando todas as fai- do primeiro dia de Rosh Hashana, às margens de um rio, lago, ou
xas etárias. Elas participarão de uma “caça ao tesouro”, cujo ob- algo semelhante, onde são recitadas preces, seguidas pelo simbóli-
jetivo é trazer todos os símbolos já conhecidos para, juntos, cons- co agitar dos cantos de nossas roupas)
truírem a mesa de Rosh Hashana. Para tal, serão utilizadas pistas Objetivos potenciais:
que remetam as crianças às informações trabalhadas. Por exemplo: vivenciar o costume do tashlich
“Tenho três tipos de toques, sou tirado de um animal, quem sou Descrição:
eu? Estou escondido. Depois que a mesa já estiver posta, todos se a partir de um pequeno lago (com peixes), montado na escola para
sentarem, recitarem as brachot e comerem as comidas típicas, devo este objetivo, as crianças podem vivenciar o costume do tashlich
ser encontrado. Quem sou?”. (raramente praticado na escola).
Materiais e recursos: Materiais e recursos:
todos os símbolos (conhecidos) da festa. um “pequeno lago” com peixes, montado em local próprio e ade-
Sugestão: arrumar uma bela mesa, com todos os símbolos da festa quado na escola.
para a comemoração.
ROSH HASHANA 29
Atividades com a família e amigos
Registro de projetos
Outras tachanot
• calendário
• Machzor
• Beit Haknesset
• tashlich
• shofar
30
Organização do espaço e dos materiais
Rosh Hashana é uma festa com muitos símbolos. Necessitamos criar condições para que a criança possa entender e
absorver esse clima da festa:
ROSH HASHANA 31
Anexos
1. Sugestões de imagens para 2. Sugestão de material didático
construir jogos
Charadas
• shofar
• chala agula Inventar:
• kartissei bracha Quem sou eu e como me chamo?
• rimon Mi ani uma shmi?
• Beit Haknesset Chida Iechida mi sheiakshiv hu Ieda.
• Menino/a comendo tapuach bidvash Exemplo:
• dag
Sou quase redonda.
• tapuach bidvash
• Meninos/as entregando kartissei bracha
Às vezes verde e às vezes vermelha?
• Machzor Mi ani uma shmi? tapuach!
• tkiat shofar
• menino/a comendo rosh shel dag
Chala agula
Ingredientes Modo de Fazer
Geléía de Maçã
Ingredientes Modo de Fazer
Bolo de Mel
Ingredientes Modo de Fazer
32
4. Histórias de Rosh Hashana
O Bombeiro
Há muitos anos, antes da existência do corpo de bom- O rapaz começou a tocar o clarim com toda sua força,
beiros e de seus dispositivos modernos contra incêndios, parando apenas para tomar fôlego e dizer:
quando a maioria das casas era de madeira, o fogo repre- - “Esperem, isto apagará o fogo num instante !”
sentava algo terrível. Uma cidade inteira ou grande parte Mas o fogo não parecia importar-se com a canção e
dela podia ser destruída pelas chamas. Quando começa- pulava de um teto para o outro, até que todo o povoado
va um incêndio, todos deixavam seus afazeres e corriam começou a arder em chamas. Os moradores se puseram
para ajudar a apagar o fogo. a repreender e xingar o rapaz: “Seu tolo!” – gritaram.
Naquela época, existia uma torre, que era mais alta “Pensou que um mero toque de clarim conseguiria apa-
que os outros prédios da cidade, onde um vigia observa- gar o fogo? O toque é apenas para acordar o pessoal que
va atentamente. Logo que surgia alguma fumaça ou fogo, estiver dormindo ou chamar os que estão preocupados
ele tocava o alarme. Os moradores da cidade formavam, com seus afazeres para trazerem água do poço e apaga-
então, uma corrente humana entre o fogo e o poço mais rem o fogo !”
próximo, passando baldes de água um para o outro, até Devemos ter em mente esta história, quando ouvimos
apagarem o fogo. o shofar, tocando várias vezes durante Rosh Hashana.
Certa vez, um rapaz, morador de um pequeno povoa- Alguns podem pensar, como o rapaz do povoado, que
do, foi pela primeira vez à cidade. Pousou numa estala- o som do shofar, por si só, fará tudo por eles. Imaginam
gem da periferia. De repente, ouviu o som de um clarim poder continuar adormecidos ou absortos em seus afa-
e perguntou ao estalajadeiro o que significava aquilo. zeres, sem necessidade de modificarem sua maneira de
“Onde quer que tenhamos fogo,” explicou o homem ao viver e a sua conduta diária.
rapaz, “tocamos o clarim e o fogo é rapidamente apagado.” O shofar, tocado na sinagoga, vai lhes trazer, sem dú-
“Que maravilha!” – pensou o rapaz. “Que idéia sensa- vida, um bom Ano Novo. Mas, como o clarim deste con-
cional levarei à minha aldeia!” to, o shofar também é o som do “alarme”. Transmite a
Em seguida, o rapaz comprou um clarim. Quando seguinte mensagem:
retornou ao povoado, cheio de entusiasmo, reuniu os “Acordem, vocês que dormem, pensem em seus cami-
moradores. nhos, voltem a D’us, apaguem o “fogo” que tenta destruir
“Escutem, gente boa !” – exclamou – “não é mais preci- seus lares judaicos. Vão à Fonte das águas da Vida, à
so temer o fogo. Vejam como o apagarei rápido !” Tora e às Mitzvot. Apressem- se antes que seja tarde!”
Dizendo isto, correu para o casebre mais próximo e Por isso, imediatamente após o toque do shofar ex-
botou fogo no telhado de palha. O fogo começou a se clamamos:
espalhar rapidamente. - “Feliz é o povo que compreende o significado do
“Não se alarmem !” – gritou o rapaz. “Agora, observem-me.” som do shofar; ele anda na Sua Luz, ó D’us!”
ROSH HASHANA 33
Shana tova!
Tatiana Belinky
5. Brachot e psukím
Baruch Ata, Ad-nai, Elokeinu Melech Haolam, asher kidshanu bemitzvotav vetzivanu lishmoa kol shofar
Abençoado é o Senhor, nosso D’us, Rei do universo, Que nos torna sagrados com Suas bênçãos e conclama-nos a ouvir
o som do shofar
6. Canções e poemas
34
Sugestão de sites
www.chagim.org.il
http://www.eifo.com.br/indexrel.html
www.jajz-ed.org.il/so
www.education.gov.il/rosh_hashana/index.html
www.j.co.il
www.greetme.com
http://galim.org.il/holidays/rosh
www.torahtots.com/holidays/rosh/rosh.htm
http://www.holidays.net/passover/
www.jajaz-ed.org.il/so
http://greetings.yahoo.com/browse/holidays
www.j.co.il
http://www.regards.com
www.aish.com
http://www.123greetings.com
www.torahtots.co.il
http://www.chabadcenters.com
www.shemaiisrael.co.il
www.chabad.org.br
Bibliografia
Herman, D. Kol Chag Umoed. Israel
Melamed, Rab. Meir M. A Lei de Moisés e as Hafta-
rot. Ed. Templo Israelita Brasileiro Ohel Iaakov
Nissim, R. Beshvilei hagan. Misrad Hachinuch Veha-
tarbut, Israel
Vaad Hachinuch Nacional. As Grandes Festas.
Iusim, H. Machzor leRosh Hashana. Ed. Planimpress
Tzelelzon M. Tapuach bidvash. Israel
Tzarfati, M. Tchanim upeiluiot lechaguei tishrei.
Israel
Mea shirim rishonim, alef. Israel
Meida taf.
Mifgashim (Alef, Beit, Guimel). Misrad hachinuch
vehatarbut, Israel
Mikraot Israel chadashot. Misrad hachinuch veha-
tarbut, Israel
Moadei Israel beartzo. Hamachlaká lechinuch ule-
tarbut bagolá
Iamim noraim. Hamachlaká lechinuch uletarbut bagolá
A Lei de Moisés e as Haftarot. Trad. Rav Meir Matzliah
Melamed. Ed. Templo Israelita Brasileiro Ohel Iaakov
ROSH HASHANA 35
Iom Kipur
Fontes
“E o Eterno falou a Moisés, dizendo: Aos dez dias deste sétimo mês, celebra-se o dia das expiações, santa convocação
será para vocês, e afligirão as suas almas...e nenhuma obra farão neste mesmo dia, porque é dia de expiações...porque
toda alma que não se afligir neste mesmo dia será cortada de seu povo. E toda alma que fizer alguma obra neste mesmo
dia, destruirei aquela alma do meio de seu povo. Nenhuma obra farão, estatuto perpétuo será para suas gerações, em
todas as suas habitações. Dia de descanso total será para vocês, e afligirão as suas almas. Aos nove dias do mês, à tarde,
de uma tarde a outra, descansarão em seu Shabat.” (Lev. 23, 26-32)
37
Descrição da data
*O aspecto religioso
O dia de Iom Kipur culmina no décimo dia de asseret iemei tshuva (os dez dias de arrependimento), os dez dias de
preparação para a chegada do dia de Iom Kipur, 10 de tishrei.
E, nesses dias, procuramos fazer o bem! D’us espera que nos conscientizemos da necessidade de praticar bons atos.
E, dessa forma, que sejamos abençoados com um ano bom. Faz parte dessa preparação, a avaliação pessoal do próprio
comportamento… E descobrir dentro de si o que se deve melhorar.
Chegou o dia para perdoarmos o próximo e também para pedirmos desculpas por atitudes passadas. É o tempo de
resolvermos as mágoas guardadas! É a chance de recomeçar, de deixar para trás as atitudes negativas e modificá-las. Essa
é a tshuva (arrependimento).
Esse é o sincero arrependimento oportuno desses dez dias. E, quando chega Iom Kipur, rogamos e esperamos pelo
julgamento divino positivo. Durante os dez dias, concentramo-nos em nossas relações pessoais. Devemos dar ênfase ao
respeito que devemos ter pelas pessoas.
*Mitzvot
Conceitos importantes
Kaparot
Erev (a véspera de) Iom Kipur é saudado pelo antigo
costume de kaparot, realizado antes do raiar do dia. O tzom
homem, ou menino, apanha um galo; a mulher, ou meni- jejum
na, uma galinha. Seguram-nos nas mãos, recitando a bra-
cha bnei adam e giram a ave nove vezes sobre a cabeça. tfila/ot
prece/s, oração/ões ou reza/s
A prece continua: “Seja esta a minha expiação...”
Isto é feito, com o intuito de evocar um arrependimen- tkia bashofar
to sincero, para que não tenhamos destino semelhante toque no shofar
ao da ave, graças à mercê de D’us, Que nos perdoa após
o arrependimento verdadeiro. Em seguida, a ave é solta bakashat slicha
e enviada ao shochet (profissional religioso que abate pedido de perdão
animais para fins de uso), e o valor correspondente à
ave é dado aos pobres. Este costume também pode ser Beit Haknesset
sinagoga casa de reuniões
feito com dinheiro.
bracha/ot
Tzom e toalete, num dia sagrado bênção/s; obs.: birkat, bênção de
Em Erev Iom Kipur, costuma-se oferecer uma ceia e
comer mais do que o habitual. Esta é realizada, para machzor
contrastar com o tzom (jejum) que mulheres e homens livro de rezas, especial para Rosh Hashana e Iom Kipur
deverão realizar, a partir dos doze e treze anos de ida-
de, respectivamente. O tzom dura vinte e cinco horas. talit
xale de rezas
É proibido comer ou beber, assim como lavar-se, passar
cremes, óleos ou maquiagem, calçar sapatos de couro ou tshuva
manter relações conjugais. arrependimento
38
Planejamento de atividades
Kaparot
Conteúdos:
como a maioria das famílias ortodoxas costuma fazer kaparot com galo/galinha, sem-
pre trazemos um galo para a escola e fazemos kaparot com as crianças
Objetivos potenciais:
(1) Mostrar para a criança como se realizam as kaparot e (2) Vivenciar o que é explica-
do a respeito. Enfatizamos que existem outros costumes de como realizar as kaparot e
que todos estão corretos.
Descrição:
todas as crianças da escola juntam-se no pátio e procedemos com kaparot coletivas,
com as crianças recitando as orações pertinentes.
Materiais e recursos:
Um galo e um espaço externo, de fácil limpeza.
Chinelos Diferentes
Conteúdos:
as crianças fazem seus próprios chinelos para usar em Iom Kipur, ao invés de seus
sapatos de couro.
Objetivos potenciais:
enfatizar que, neste dia, não usamos nossos sapatos de couro.
Descrição:
Apresentamos às crianças tachanot (estações) diferentes. Em cada tachana, são ofere-
cidos diferentes materiais para a confecção de chinelos (ex: numa tachana - pantufas
de pano, na outra, sandálias havaianas, e assim por diante).
Materiais e recursos:
diferentes materiais, como borracha, pano, espuma, molde dos pés em palmilhas, cola,
lantejoulas, E.V.A., entre outros.
Painel Indicador:
‘O que fazemos e o que não fazemos’
Conteúdos:
um painel arredondado, com um ponteiro indicando ‘o que não se faz’ em Iom Kipur
(comer, beber, usar sapatos de couro, tomar banho, passar hidratantes ou cremes)
Objetivos potenciais:
memorizar as proibições deste dia, que o difere de outras festividades.
Descrição:
após a conversa em roda, quando a professora recapitula, com as crianças, tudo o que
não se faz em Iom Kipur, todos juntos confeccionam um painel giratório, com todas as
proibições deste dia.
IOM KIPUR 39
Canções acompanhadas por atividades
Conteúdo: Al take (canção sobre perdão e pazes)
Al take (canção sobre perdão e pazes) Não bata Al take
Objetivos Potenciais:
Despertar a vontade, nas crianças, de fazerem as Não é agradável Ze lo nae
pazes!
Descrição:
Formam-se duplas. Trocam-se os colegas, a cada vez
Me dê uma mão Ten li iad
que toca a canção.
E mais uma Veod achat
Brachot e psukim
Kol nidrei Avinu Malkenu
(todos as promessas), o serviço religioso (nosso Pai, nosso Rei), é uma das mais antigas e consagradas tfilot de
que inicia o dia, seguindo o nome da his- súplica, rezada durante os dez dias de tshuva. Esta consta do Talmud
tórica, significativa e emocionante oração, (Taanit, 25b), como sendo a tfila proferida pelo Rabi Akiva, em dias de
originária dos judeus marranos, na época jejum, tal como o Iom Kipur.
da Inquisição.
Neila
(encerramento dos ‘portões’, pelos quais
passam nossas sentenças) é a oração final,
no dia seguinte ao de kol nidrei. Neste dia,
somos comparados aos anjos, pois compor-
tamo-nos igual a eles! Somente neste dia,
quando falamos o Shma Israel
(ouça, ó povo de Israel, uma oração diá- Avinu Malkenu
ria que relembra o povo de Israel que seu
D’us é Um, Único e Sagrado), tem, neste Nosso Pai, Avinu
dia, o verso baruch shem kvod malchuto Nosso Rei Malkenu
leolam vaed (Abençoado seja Seu Nome e (trecho da oração)
consagrado, Seu Reino, para todo o sem-
pre), recitado em voz alta. Durante o ano Conceda-nos a Avinu Malkenu
inteiro, o fazemos em voz baixa. Quando Sua graça Chonenu vaanenu
Moshe subiu no Har Sinai, aprendeu esta tfi- e atenda-nos,
la com os anjos e a ensinou a todo o povo ainda que Ki ein banu maassim.
de Israel. Acredita-se que ele nos ensinou a
careçamos
falar num tom de voz mais baixo que a voz
dos anjos, para sabermos que existe uma de boas ações; Asse imanu tzdaka
grande diferença entre homens e anjos. So- Faça conosco justiça vachessed
mente em Iom Kipur, podemos igualar-nos e bondade, vehoshienu
a eles. e salve-nos!
40
A criança, com a palavra!
A professora ensinou às crianças do maternal a tfila que recitamos, ao realizar as kaparot: ”Ze hatarnegol ielech lemita,
vaani elech lechaim tovim... “ ( É esta a galinha que vai para a morte, enquanto eu caminho para a vida boa).
Então, conta uma história que parodia este verso: Numa família de israelenses, quando a mãe de Iuval falou para os fi-
lhos irem dormir: Ieladim, lamita! (Crianças, para a cama!), Iuval logo respondeu: “Itzi ielech lamita, vaani elech lechaim
tovim...” ( Itzi vai para a cama e eu vou para a vida boa). No hebraico , há um trocadilho entre lemita (para a morte) e
lamita (para a cama).
Mora, Iom Kipur é muito bom, pois, neste dia, minha mãe não engorda!
Anexos
Histórias de Iom Kipur
IOM KIPUR 41
Bibliografia
Halevy, Rav. D. O Ser Judeu, Guia para Observância Judaica na Vida Contemporânea; Organização Sionista Mundial,
Departamento de Educação e Cultura Religiosa para a Diáspora, Jerusalém, 5745 (1985).
42
Sukot
Fontes
“Chag HaSukot taasse lecha shivat iamim, beossfecha migarnecha umiikvecha…vessamachta bechaguecha ... vehaita
ach sameach.”
“A festa das cabanas fará para você sete dias, quando tiver recolhido os produtos de sua eira e de sua vindima. E ale-
grar-se-á, em sua festa, você, seu filho, e sua filha... e será tão feliz” (Deuteronômio, 16:13,14)
BeSukot tishvu shivat iamim kol ezrach beIsrael ieshvu beSukot lemaan iedu dorotechem ki beSukot hoshavti et bnei
Israel behotzii otam meeretz Mitzraim...
E falou o Eterno a Moisés: Fale aos filhos de Israel, dizendo: aos quinze dias deste sétimo mês, festa das cabanas será,
por sete dias, ao Eterno... Para que as suas gerações saibam que, nas cabanas, fiz habitar os filhos de Israel, quando os
tirei da terra do Egito... (Levítico, 23: 33,44)
43
Descrição da festa
A festa de Sukot, é festejada no mês de tishei, o primeiro mês do ano judaico. Este chag, que ocorre no dia 15 deste
mês, é festejado durante sete dias, e é uma das três festas chamadas de shalosh regalim (as três festas), juntamente com
Pessach e Shavuot, pois o povo de Israel subia “a pé”, isto é, peregrinava até o Beit Hamikdash (Grande Templo), em
Jerusalém.
Sukot é caracterizada por ser uma festa alegre - alegria geral do povo e alegria interna da família, que ocupa um lugar
especial entre as festividades. Em Sukot, costuma-se visitar ou mesmo habitar a suka, durante sete dias, como recordação
da época em que bnei (o povo de) Israel, vagou pelo deserto, ao sair do Egito.
Com o passar dos anos, a suka recebeu um significado mais espiritual, e tornou-se o símbolo da PAZ, da esperança de
paz em todo o mundo. Shmini Atzeret (oitavo dia de reunião solene do povo) era, na Antigüidade, o último dia dos dias
de sacrifício de Sukot, dia em que o povo de Israel se permitia fazer pedidos pessoais a D’us.
*O aspecto religioso
Nos dias de hoje, em Shmini Atzeret, vamos à sinagoga, onde ouvimos a prece das chuvas. Neste dia, também rezamos
o Izkor (reza de recordação dos entes falecidos). Esta oração é feita em quatro ocasiões: Iom Kipur, no último dia de
Pessach, no segundo dia de Shavuot e em Shmini Atzeret.
A ligação do povo de Israel com sua terra e a ligação entre o povo judeu e seu passado histórico revelam o aspecto
religioso da festividade. Relembra a época em que os judeus vagavam pelo deserto do Sinai, e tinham a proteção de D’us,
por meio de ananei hakavod (nuvens de glória), que os cercavam e pairavam sobre eles, protegendo-os dos perigos e
desconfortos do deserto.
44
Mensagens das escolas
As lições que podemos aprender com a suka
SUKOT 45
Nomes da festa
Chag HaSukot - Festa das cabanas, devido ao costume de sentarmos na suka durante os sete dias de festividade.
Chag Haassif - Festa da Colheita, pois, em Israel, esta é a época da colheita, festejando o término de mais um período
agrícola. É em Sukot, que termina a preocupação do agricultor, por estar feliz e satisfeito com os frutos esperados e tra-
zidos por seu árduo trabalho, como está escrito na Tora: “vessamachta bechaguecha vehaita ach sameach!” (que você
festeje esta ocasião, e que seja feliz).
* Chag Zman Simchatenu - (Festa do Tempo de Nossa Alegria), pois celebra-se a mitzva da alegria.
* Hoshana Raba - (a Grande Saudação), último dia da festa de Sukot, tem um destaque especial, ao qual os cabalistas
imprimiram cunho e conteúdo especiais de santidade.
46
A expectativa da chuva Simchat Beit Hashoeva
O tema ‘água’ perpassa todas as festividades no Juda- Nossos sábios, de abençoada memória, diziam: “Aque-
ísmo e se expressa em diferentes cerimônias e costumes. le que nunca viu esta alegria (Simchat Beit Hashoeva),
De acordo com a tradição judaica, é em Sukot que D’us jamais testemunhou júbilo em sua vida.” Como era esta
decide se o ano seguinte será de chuvas ou de seca. celebração? Na segunda noite da festa de Sukot, todo o
* Em Shmini Atzeret, reza-se a tfilat hagueshem (prece povo ia ao Beit Hamikdash. Os jovens cohanim2 subiam
da chuva), para a chegada das chuvas e, pela importân- as escadas até onde estavam os candelabros de ouro,
cia que lhe é conferida, esta tfila é proferida em frente enchiam os bocais com azeite e os acendiam. Tão ofus-
ao Aron Hakodesh (A Arca Sagrada) aberto. Nesta tfila, cante era essa luz, que todos os pátios de Ierushalaim fi-
rememoram-se as boas ações de Avraham, Itzchak, Ia- cavam iluminados pela luz do Beit Hamikdash! Enquanto
akov, Moshe e Aharon, que remetem à água e à chuva. isso, os leviim tocavam seus instrumentos musicais e en-
toavam cânticos de louvor a HaShem3.
Texto extraído do livro “Nossos Sábios Mostraram o
Caminho” - Talmud Bavli, Suka 51b Tossefta, 4”, Editora
Chabad
2
Cohanim, uma das três tribos remanescentes de Israel – cohanim, leviim e israelim; sacerdotes, levitas e israelitas.
3
HaShem; literalmente, o Nome – numa referência a D‘us, evitando dizer Seu Nome.
SUKOT 47
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Sukot
Apreciar um quadro de Chagall, SUGESTÃO: preparar um livro para cada criança da turma, além
e construir uma suka bem legal. de uma exposição de livros de todas as turmas, na escola.
Conteúdos: IMPORTANTE: cada turma terá sua própria história, dependendo
reprodução de uma obra de arte plástica, de um artista judeu, com das atividades oferecidas. Todos usarão os mesmos motivos e
tema religioso, p. ex., Os “Tabernáculos”, ligando-a ao conteúdo símbolos de Sukot, que farão parte da experiência de todas as
pertinente. crianças.
Objetivos potenciais:
apreciação – observação e descrição da gravura de Marc Chagall Brincando “de verdade” de Sukot
(oportunidade para ampliar o conhecimento sobre o artista) e Conteúdos:
construção de uma suka com o uso de materiais criativos jogo dramático com símbolos e objetos ligados à festa.
Descrição: Objetivos potenciais:
“Crie você também a sua suka”, com possibilidades de uso de construção dos conceitos, ensino-aprendizagem de símbolos, cos-
diferentes técnicas para a crianças escolherem: desenho (como a tumes e tradição de Sukot por meio de jogos e brincadeiras
técnica/ conteúdo usados por Chagall), construção tridimensional, Descrição:
colagem... a professora e crianças montam uma suka usando uma caixa gran-
Materiais e recursos: de de papelão vazia e trazendo, para seu interior, bonecos e brin-
reprodução do quadro de Chagall, papéis, tesouras, caixas (para quedos miniaturas. As crianças brincarão de acordo com o que se
a suka), papéis diversos, ricos e variados, cola e demais materiais faz geralmente na suka em Sukot (dar de comer para os bonecos,
para construir/ desenhar/ pintar a suka. cantar com eles, comer, entre outras atividades).
Materiais e recursos:
uma caixa grande de papelão (de algum aparelho eletrodomésti-
co), bonecas, mesas, cadeiras, símbolos de Sukot (faz-de-conta) e
demais brinquedos relevantes.
48
Suka kshera Uma história de Sukot: “Schach lassuka”
Conteúdos: (um teto para a suka) por Levin Kipnis
regras para a construção da suka kshera. Conteúdos:
Objetivos potenciais: conhecimento de uma obra literária cujo conteúdo é relevante à
(1) aprender regras de construção de suka kshera, (2) mostrar, por Sukot e a elaboração de uma nova história em grupo (Obs: o uso
meio de exposição conjunta das crianças, regras e proibições na de suportes concretos para contar a história pode acrescentar mais
construção da suka kshera. interesse à atividade).
Descrição: Objetivos potenciais:
a professora distribui as várias características (regras impressas e conhecer a história, tanto o texto escrito quanto as imagens, e
com imagens ilustrativas) do que vem a ser uma suka kshera, e o construir, em grupo, uma nova história, tendo como base as ima-
que é proibido na construção desta. As crianças constróem com gens da obra original.
suas famílias em suas casas as sukot (tridimensionais) e apresen- Descrição:
tam as sukot em miniatura em exposição para todas as crianças da após o encontro e interação das crianças com a obra literária e a
escola. leitura da história pela professora, as crianças poderão rememorar
Materiais e recursos: o mesmo texto ou construir novo texto, diferente do original, usan-
as regras para a construção de uma suka kshera, material variado do as imagens apresentadas no livro. As crianças poderão gravar,
para a construção de sukot em miniaturas, a organização de uma pedir para a professora anotar seu texto, ou usar outro meio dife-
exposição. rente de registro.
Materiais e recursos:
o texto (escrito e visual), materiais ou aparelhos para registrar.
SUKOT 49
Todo mundo ajudando e a suka se vai montando…
Conteúdos:
atividade conjunta de pais.
Objetivos potenciais:
vivenciar a realização da tradição da construção conjunta de uma
suka e da participação na cerimônia de abençoar os símbolos per-
tinentes, dentro da suka.
Descrição:
realização de oficina de enfeites, no mesmo dia da construção da
suka, juntamente com os pais. Após o planejamento arquitetônico
da suka por pais profissionais do ramo, opera-se a construção
conjunta da suka e sua posterior decoração. As crianças maiores
poderão desenhar o processo de construção da suka em etapas e
fazer, posteriormente uma demonstração em transparências para
os menores. Em um outro momento, pode-se convidar as famílias
para um kidush bassuka, quando se pode oferecer bolo com café,
fazer as brachot e mostrar um vídeo feito no dia da construção.
Materiais e recursos:
materiais de construção da suka, materiais para enfeites, lulav e
etrog, transparências, caneta pilot permanente, vinho, símbolos de
Sukot, ‘apetrechos’ para as brachot, convites para os pais.
50
Registro de projetos
Tema 1 Tema 2
Casas, moradias, habitações, coberturas para casas, refeições em Ushpizin - Projeto planejado, em torno da história do costume/
família-grupo, atividades que fazemos juntos. mitzva de Sukot de receber visitas.
SUKOT 51
Anexos
1. Sugestões de imagens
para construir jogos
• lulav
• masmer/im
• tábuas de madeira para construção
• arava
• diferentes sukot
• fazendo a bracha do lulav e etrog
• hadas
• enfeites para suka
• “judaica” para sukot
• etrog
• patish
• família sentada na suka
• caixas para etrog
• schach
• crianças e pais construindo a suka
3. Histórias de Sukot
Levin Kipnis
David estava preocupado desde o Iom Kipur até Sukot nha suka.” “Não, não, vermelhos e lindos romãs cultivei,
com a construção da suka, até que, finalmente, cons- vieram e colheram todos, fiquei nua, somente um peque-
truiu uma. Pegou um serrote e um machado, e saiu para nino romã restou, estou disposta a lhe dar o último romã
procurar folhas para cobrir o teto da suka. Encontrou que ficou, para enfeitar sua suka. David colheu o romã
a figueira e disse: “figueira, minha figueira, dê-me suas e foi até a tamareira: “Tamareira, minha tamareira, uma
folhas para construir o teto da minha suka.” “Não, não, linda suka construí com quatro paredes, mas ainda não
durante o ano todo, comeste de meus doces figos, agora, tenho teto. Fui até a figueira, pedi à oliveira, ao romã,
não cortes minhas folhas.” mas eles não quiseram dar-me suas folhas. Quem sabe
David foi até a oliveira. “oliveira, dê-me de suas fo- você me possa dar?” “Pois não, você está vendo aquelas
lhas.” “Não, não, durante todo o ano, cultivei minhas folhas grandes e verdes, leve-as para você, no ano que
azeitonas e, somente agora, estão ficando maduras. Justo vem, crescerão novas.”
agora você quer quebrar meus galhos?” David ficou muito contente, pegou uma escada comprida,
Muito triste e cansado, David foi à romãzeira: “romã- subiu e serrou alguns galhos. David terminou de construir a
zeira, romãzeira, dê-me de suas folhas para o teto de mi- sua suka e a enfeitou com o romã, o lulav e o etrog.
52
Arbaat Haminim
Era noite de Sukot. As árvores do jardim sussurravam: da conversa. As lágrimas foram descendo de seu caule e
“Amanhã todas as crianças virão ao jardim... ele pensou: “Quem sou eu, um pobre arava, baixinho,
Com o que iremos presenteá-las, já que está chegando a feio, sem cheiro, sem gosto, sem beleza. Como presen-
festa de Sukot?” tearei as crianças?” De manhã, vieram as crianças. Os
A Tamareira disse: “Eu darei às crianças, as minhas grandes subiram na tamareira, tiraram suas folhagens e
folhagens compridas, o lulav.” pegaram lindos lulavim compridos e verdes. Outros co-
O etrog disse: “Darei meu fruto, cor de ouro, sem mar- lheram etroguim e os menores colheram suas folhas. To-
cas, perfeito.” das as plantas puderam presentear as crianças. As plantas
O hadas falou: “Eu, com minhas folhas, trarei cheiro grandes presentearam os grandes e as pequenas, os pe-
para o coração das crianças.” quenos. Todas foram importantes na mesma medida.
Só o pequeno arava ficou num canto, sem participar
Alguns dias antes de Sukot, Rami reuniu-nos no pátio. ram longas correntes de papel, todas coloridas. Fizeram
“Amigos,” disse Rami, “brevemente festejaremos Sukot. pinturas e desenhos e os coloriram com cores vivas.
Nós nos sentaremos em casa ou na suka?” Os meninos terminaram de pregar as colunas, trouxe-
“Na suka!,” disseram todos, “Na suka.” “Se é assim,” ram panos e lençóis e os prenderam entre as colunas, e
disse Rami, “vamos construir uma suka.” No pátio, havia eis que a suka já possuía quatro paredes!!! Rina e Shula
muitas crianças, e todas queriam participar na construção trouxeram as folhas da tamareira, puseram a escada ao
da suka. Rami disse: “Vamos dividir o trabalho: as crian- lado da suka e cobriram seu telhado. Dani e Nachum
ças maiores farão os trabalhos mais difíceis e as menores, trouxeram os enfeites, as correntes, os desenhos e as
as coisas mais fáceis.” pinturas e penduraram tudo sobre as paredes da suka. A
Ficamos todos ao lado de Rami. Olhou-nos e disse: suka ficou enfeitada e muito bonita.
“Uri, Iossi e eu ergueremos as colunas da suka. Rina e Rina, uma das meninas do grupo, prontificou-se a bus-
Shula cortarão as folhagens para cobri-las. Dani e Na- car as quatro espécies: etrog, lulav, arava e hadas e os
chum farão os enfeites.” E assim foi... escondeu sob as folhagens. A suka ficou com um cheiro
Rami, Uri e Iossi foram até o depósito. Encontraram agradável. Uri trouxe uvas, limão e romãs e os pendurou
quatro colunas grandes, pegaram-nas e as colocaram no em formato de menora. A suka ficou cheia de luz.
meio do pátio, fizeram buracos e neles enfiaram cordas. Vieram todas as crianças da vizinhança ver a suka. To-
Pegaram um martelo e pregos e pregaram as colunas dos disseram: “Nunca vimos uma suka tão bonita e tão
umas nas outras. cheirosa.”
Ao mesmo tempo, Rina e Shula pegaram uma escada À tarde, mamãe veio e preparou a mesa na suka. Es-
e uma tesoura de jardineiro e foram até a tamareira. Na- tendeu a toalha branca e, sobre ela, colocou uma garrafa
chum encostou a escada na árvore e Dani subiu e cortou de vinho, uma chala e um castiçal com velas. Mamãe
as folhas. Dani e Nachum ficaram em casa fazendo enfei- acendeu-as e fez a bracha. No céu, sorriam a lua e as
tes. Cortaram e colaram, enfeitaram e prepararam. Fize- estrelas.
SUKOT 53
4. Brachot e psukim
Em todos os dias de Sukot, exceto no Shabat, abençoam-se as quatro espécies. Pega-se o lulav na mão direita, o etrog
na esquerda, com a ponta virada para baixo, e abençoamo-os. Depois da bracha, inverte-se o etrog, ficando sua ponta
para cima, juntando as mãos (e as espécies). No primeiro dia de Sukot, além da bracha do lulav, recita-se a bracha
‘Shehechianu’. Da mesma forma, a primeira vez no ano em que alguém for fazer a bracha do lulav, seja no segundo ou
no último dia, recitam-se as duas bênçãos.
Bracha do lulav
Baruch Ata Ad-nai Elokenu Melech haolam, asher kidshanu bemitzvotav vetzivanu al netilat lulav.
Bendito seja o Senhor, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, Que nos santificou com Seus manda-
mentos e nos ordenou segurar o lulav.
Baruch Ata Ad-nai Elokenu Melech haolam shehechianu vekiimanu vehiguianu lazman haze.
Bendito seja o Senhor, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, Que nos conservou em vida, nos ampa-
rou e nos fez chegar a esta época festiva.
Bracha da suka
Baruch Ata Ad-nai Elokeinu Melech haolam Asher kidshanu bemit-
zvotav vetzivanu leishev bassuka.
Bendito seja o Senhor, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, Que nos
santificou com Seus mandamentos e nos ordenou sentar na suka.
BeSukot tishvu shivat iamim kol ezrach beIsrael ishvu bassukot lemaan idu dorote-
chem ki beSukot hoshavti et bnei Israel behotzii otam meeretz Mitzraim.
Sentem-se por sete dias nas cabanas, todos os cidadãos de Israel, para que as pró-
ximas gerações saibam que Eu assentei o povo de Israel, após retirá-los do Egito.
54
Eretz chita usseora veguefen veteena verimon eretz zait
shemen udvash
Terra de trigo e cevada, uvas, figos e romã; terra de
olivas, azeite e mel.
Dando continuidade ao tradicional costume de Convidamos vocês a estarem conosco em nossa suka, constru-
construirmos juntos a nossa suka, convidamos vocês para ída em conjunto, por todas as crianças da Educação Infantil.
estarem na escola no dia 18/9, quarta-feira, a partir das Será mais um momento de integração entre pais, filhos e esco-
7h30. la, quando, juntos, faremos a bracha dos arbaat haminim (qua-
Neste dia, além da construção da suka, realizaremos uma tro espécies) e assistiremos ao vídeo da construção da suka e
oficina de enfeites. oficina de enfeites. Dividimos as classes em dois grupos, pela
Importante: não esqueçam de trazer um martelo. impossibilidade de recebermos todos em um mesmo dia, mas
os pais que tiverem filhos em classes diferentes podem optar
Contamos com sua participação!!! por uma data ou, se preferirem, comparecer às duas.
Chag Sameach!
SUKOT 55
Canções e poemas
• Arbaat haminim, de Mirik Snir, in Ani Bachaguim Ubaonot, p. 29
• Suka al hagag, por Ruth Teneh
• Bassuka, por Léa Goldberg, in Ani bachaguim ubaonot, p. 28
• Bassuka shelanu
• Patish masmer, por Emmanuel Harussi, in Ani bachaguim ubaonot
• Iesh li suka
• Suka uschach, por Levin Kipnis, in Mea Shirim
• Hassuka
• Orchim lachag, por Levin Kipnis, in Mea Shirim
• Sukat Shalom
• Shlomit bona suka, de Naomi Shemer, in Mea Shirim
• A suka de Eitan
• Sukati, de Yaakov Orland, in Mea Shirim
Sugestão de sites
http://www.chelm.org/jewish/chags/sukkot/build.html
http:www.sukah.co.il
http://www.chabad.org.br
http://www.milknhoney.co.il/torah/succah.html
http://www.chabad.org
http://www.education.gov.il/preschool
http://www.e-chinuch.com
http://galim.org.il/holidays/succot
http://www.perpetualpreschool.com
Bibliografia
Borenstein-Lasar, T. Sukot veSimchat Tora.
Coleção Chaguei Israel, Revivim Hotzaa Laor.
Cohen, L. Chag vechaguiga lapeutot. Israel. 1993.
Cook, E. Jewish Artwork by Esky. ISBN: Preferred Publ. Services, 1994
Gur-Arie, M. A. Chaguim umoadim beIsrael. Tel-Aviv: Sifriat Hapoalim, 1990
Gur-Arie, M. A. Vehigadeta levincha. Tel-Aviv: Sifriat Hapoalim
HaCohen, M. & HaCohen, D. Chaguim umoadim. Israel
Hassochnut Haiehudit LeIsrael. Chag haSukot veSimchat Tora
Israel. Misrad hachinuch vehatarbut. Gan haieladím beavodato, chelek alef.
Israel, Tochnit misgueret legan haieladim guilaei 3-6 Misrad Hachinuch,
hatabut vehasport, Haagaf lechinuch kdam iessodi, Jerusalém, 1995
Manor, E., Shapira T., Marzel, P. The Illustrated, Interactive Dictionary for
Children, De Nur Publ, Israel. 2001
Nissim, R. Beshvilei hagan
Snir, M. e Teper, Y. Ani bachaguim ubaonot.Tel Aviv: Hotz. Hakibutz,
Hameuchad, 1999
Tzarfati, M. Tchanim vepeiluiot benosse Chag HaSukot Ed. Miriam Tzarfati
Tzarfati, M. Chag HaSukot, lemida peila Ed Miriam Tzarfati, 2001
56
Simchat Tora
Fontes
A festa de Simchat Tora não é citada diretamente na Tora ou no Talmud. Esta festa teve início na Galut2, na Babilônia,
por volta do ano 1000, e está ligada ao costume local dos judeus de, a cada ano, terminar, nesta época, a leitura da Tora
- o Pentateuco de Moisés. Naqueles dias, terminava-se de ler a Tora a cada três anos, ou três anos e meio. Somente depois
que o costume de se ler a Tora espalhou-se pela Babilônia e foi aceito pelas comunidades judaicas em Israel e fora dela,
a festa de Simchat Tora foi aceita por todo o povo de Israel.
1
Vaikra; Levítico, o 3º livro do Pentateuco (Tora)
2
Galut, o mesmo que Gola, significa Diáspora.
57
Descrição da festa
O oitavo dia de Sukot é conhecido pelo nome de Simchat Tora (comemorada no dia 23 de tishrei). Já não pertence à
festa de Sukot, porém é uma continuação desta. Já não vigora a determinação de morar na suka; porém, esta continua ar-
mada, pois é determinado na Bíblia como dia de repouso e, portanto, não se pode desarmá-la já que isto seria trabalho.
*O aspecto religioso
Desde tempos muito antigos, é costume ler, a cada sábado nas sinagogas pela manhã, uma parte da Tora, texto este
que é chamado de parashat hashavua (parábola da semana). A Tora começa em Bereshit3, cap.1, com o relato da criação
do mundo. Termina, em Dvarim4 cap. 34, no qual se relata a morte de Moisés. Pois é na festa de Simchat Tora que se
completa toda a leitura da Tora e, imediatamente, inicia-se de novo a leitura desta. É considerada uma grande honra entre
os judeus acabar a leitura da Tora ou iniciá-la.
O chatan Tora - noivo da Tora - é quem conclui a leitura em “vezot habracha” e o chatan Bereshit é quem inicia a lei-
tura, em Bereshit. Em Simchat Tora, os rolos sagrados são retirados do Aron Hakodesh, são dadas sete voltas, as hakafot,
pela sinagoga e, com muita emoção, as Torot são carregadas em meio a cantos e danças. No dia de Simchat Tora, todos
são igualados, os mais sábios e os menos sábios, tendo todos a possibilidade de segurar e dançar com a Tora.
Só homens a partir do Bar Mitzva são chamados para fazer a bracha da Tora. No dia de Simchat Tora, todas as crianças
se unem em volta da bima (púlpito onde se fica de pé, e se reza, no centro da sinagoga), bem próximas do local onde
se faz a leitura da Tora, são cobertas com um grande talit e, juntas, fazem a bracha da última parasha da Tora.
Em Simchat Tora, lêem-se as últimas palavras da Tora. Sem parar, volta-se ao começo e lê-se as primeiras palavras da
Tora. Essa continuidade é uma forma de demonstrar que os judeus nunca param de estudá-la. A última palavra da Tora é
Israel e a primeira, Bereshit, que significa “no princípio”. Se unirmos a última letra de Israel e a primeira letra da palavra
Bereshit, formaremos a palavra Lev, que significa coração.
Em Israel
Conceitos importantes
Em Israel, a festa de Simchat Tora é comemorada em
Shmini Atzeret. Milhares de judeus vão ao Kotel Hama-
• Aron Hakodesh
aravi, o Muro das Lamentações5, para seguir cantando
arca sagrada
e dançando com os rolos da Tora nos braços, o mesmo
acontecendo em todas as sinagogas do mundo. • Beit Kaknesset
sinagoga; literalmente, casa de Reunião
3
Bereshit; Gênesis, o 1º livro da Tora.
4
Dvarim; Deuteronômio, o 5º livro da .
5
Literalmente, é muro ocidental (uma das partes da muralha que envolvia o Grande Templo (Beit Hamikdash).
58
O significado da festa para crianças na idade infantil
Esta festa é marcada por sua alegria contagiante; a participação das crianças na festa na sinagoga é importante. Para fa-
cilitar o trabalho da professora, são propostos três níveis gerais no ensino-aprendizagem dos conteúdos ligados a Simchat
Tora, de acordo com as características da faixa etária:
De 3 a 4 anos, a criança já pode identificar a festividade, e dar-lhe o nome usual: Simchat Tora. Além disto, por meio
de vivências baseadas na brincadeira, na música, na observação e no manuseio, a criança pode conhecer respeitosamente
a Tora.
De 4 a 5 anos, a criança já possui uma compreensão mais intuitiva, e não somente concreta; seus conhecimentos de
costumes e símbolos se vão ampliando. A criança poderá verificar como a Tora é escrita e decorada.
De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a criança vai acumulando, ela passa a ter uma compreensão mais
profunda do significado dos costumes e dos símbolos. É possível contar sobre o sofer stam e sobre a importância da
Tora, desta festa e os chumashim (5 livros) da Tora.
*Nesta faixa etária, vale, também, enfatizar o significado dos conceitos Shabat Bereshit, chatan Tora, chatan Bereshit
e hakafa/ot.
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Simchat Tora
SIMCHAT TORA 59
Conhecendo a Tora Confecção de uma almofada em forma de Tora
Conteúdos: Conteúdos:
Tora. confecção de uma pequena Tora.
Objetivos potenciais: Objetivos potenciais:
conhecer a Tora, sua forma e conteúdo. confeccionar uma “pequena Tora” (almofada com desenho da
Descrição: Tora), para que cada criança tenha a sua para dançar na festa de
levar para a roda uma caixa enfeitada e dentro uma Tora. Contar Simchat Tora.
para as crianças que, dentro da caixa, há um objeto muito impor- Descrição:
tante e especial. Abrir a caixa e perguntar quem sabe o que é e as crianças pintam sua Tora na almofada previamente costurada e
onde já viu. Mostrar como é decorada, sua capa, mostrar os rolos recheada com espuma.
da Tora, as letras em ivrit. Contar que, nela, existem muitas histó- Materiais e recursos:
rias bonitas e exemplificar as histórias já conhecidas pelas crianças almofadas, cola auto-relevo e cola glitter, feltro.
Materiais e recursos:
Tora, caixa. Bima e Aron Hakodesh com dramatização
Conteúdos:
Confecção de bandeiras uma bima e um Aron Hakodesh (montados na classe) e as crianças
Conteúdos: dramatizam as hakafot.
confecção de bandeiras, dançar nas hakafot de Simchat Tora. Objetivos potenciais:
Objetivos potenciais: familiarizar as crianças com o que ocorre na sinagoga na noite e
fazer com que a criança demonstre interesse em ir à sinagoga para no dia de Simchat Tora.
dançar com a sua bandeira e alegrar-se na festa de Simchat Tora. Descrição da atividade:
Descrição: a professora e as crianças montam com uma mesa no centro da
oferecer às crianças diversos materiais, moldes e modelos, para sala-de-aula), uma bima e, no armário, colocam uma cortina e todas
que confeccionem suas próprias bandeiras. as Torot de brinquedo (as crianças as trarão de casa). Com a profes-
Materiais e recursos: sora direcionando (na brincadeira, a professora poderá ser “o rabi-
cartolina, palito de churrasco, fita-adesiva, cola, canetas, tesouras, no”), as crianças pegarão as Torot e dançarão ao redor da classe.
tintas, purpurina e desenhos ilustrativos de Tora, com pessoas Materiais e recursos necessários:
dançando. Mesas, cortinas ou outros tecidos, Torot (de brinquedo).
Murais ou Painéis
Com o uso das “Cem Linguagens” de expressão, para transmitir
o conteúdo, que é relevante e significativo em um mural da festa
com frase ou passuk relevante: sissu vessimchu beSimchat Tora…
e/ou imagens com: “judaica” (arte/artesanato judaicos, de caráter
estético e funcional), desenhos, imagens ou reproduções artísticas
ligados à frase, à atividade descrita ou ao passuk citado: fotos de
sinagogas na festa, Torot, crianças com bandeiras e doces; produ-
ções de crianças:e desenhos de histórias da Tora.
Registro de projetos
- livros
- a Tora
60
A criança, com a palavra!
Mora, precisa “rebobinar” a Tora para começarmos a estudá-la novamente?
Anexos
1. Sugestões de imagens para construir jogos
• Bandeira de Simchat Tora
• keter Tora
• bandeira com maçã
• Tora
• iad
• criança com Sefer Tora
• Aron Hakodesh
• Beit Knesset
• hakafot
*Ner mitzva veTora or! O acendimento das velas é um preceito e a Lei, Luz!
6
Luchot habrit; Tábuas da Lei.
7
Palavras da canção/piut de shmini atzeret, Sissu vessimchu, Alegrem-se e contentem-se, em Simchat Tora, e respeitem a Tora!
8
Galut Bavel refere-se, à Diáspora na Babilônia, pós-destruição do 1º Templo.
9
próximo ao término da época dos gueonim (sábios).
SIMCHAT TORA 61
4. Brachot e psukim
62
6. “Fique por dentro”
Canções e poemas
• Aguil veesmach beSimchat Tora
• Ki miTzion tetze Tora
• Chalaf shavua – Simchat Tora
• Símchu na, beSimchat haTora
• Eifo atem? Havu iadaim
• Sissu vessimchu, piut leshmini atzeret (por Biniamin Caspi in Mea shirim)
• Ein adir
SIMCHAT TORA 63
Sugestão de sites
http://www.chabad.org.br
http://www.galim.org.il/holidays/succot/Tora3.html
http://www.shemayisrael.co.il
http://www.ou.org/chagim/shmini-Simchat/Simchat.htm
http://learn.jtsa.edu/topics/kids/together/simchattorah/
http://www.aish.com
http://www.chagim.org.il
http://www.jajz-ed.org.il
http://www.j.co.il
http://www.kabbalah.com/
http://www.michmanim.co.il
http://www.netaim.co.il
http://www.mezuzahman.com
Bibliografia
Cohen, L. Chag vechaguiga lapeutot. Israel. 1993
Cohen Grossman G. Jewish Art.
Israel. Misrad hachinuch vehatarbut. Gan haieladim beavodato, chelek alef.
Kreiman-Brill Rab. A. & Goldstein L. Tesouros da Tradição Judaica. Buenos Aires
Nissim, R. Beshvilei hagan, madrich haavoda legan haieladim hamamlachti dati. Misrad hachinuch vehatarbut. Israel
Tzarfati, M. Tchanim upeiluiot leSukot veSimchat Tora. Israel
Maagal Hashaná, chelek alef, elul, tishrei, Israel
Enciclopédia Judaica
64
Chanuka
Chanuka!
Vamos festejar, brincando
com o sevivon e comendo
a sufgania!
Fontes
“E Iehuda Hamakabi e seus irmãos, com toda a comunidade de Israel, resolveram que a data de re-inauguração do
altar deveria ser celebrada, ano após ano, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de kislev, com alegria
e regozijo.”
(I Macabeus1, IV, 57)
“O Macabeu com seus companheiros, guiados pelo Senhor, reconquistaram o Templo e a cidade de Jerusalém. Demo-
liram os altares construídos pelos estrangeiros na praça pública e seus templos. Depois de purificar o santuário, construí-
ram novo altar para os holocaustos. Tiraram fogo das pedras e ofereceram sacrifícios, após uma interrupção de dois anos.
Acenderam também o fogo do altar de incenso e as lâmpadas, e apresentaram os pães. Em seguida se prostraram por
terra e suplicaram ao Senhor que nunca mais os deixasse cair em tais desgraças. Caso voltassem a pecar, que ele os corri-
gisse com moderação, sem que fossem entregues em mãos de bárbaros e blasfemadores. A purificação do Templo acon-
teceu na mesma data em que tinha sido profanado pelos estrangeiros, isto é, no dia vinte e cinco do mês de kislev.”
(2 Macabeus, X, 6)
A fonte histórica desta festa aparece no Livro dos Makabim, que conta sobre a iniciativa tomada por Matitiahu e seus
filhos: “Lutaremos por nosso espírito e por nossa Tora, e ele (Rei grego, Antiochos) fará com que estes guiem nosso
caminho,” disse Iehuda Hamakabi, “não mais seremos passivos às leis que nos obrigam a praticar.” Acreditavam que, se
lutassem e se sacrificassem para defender seu povo e sua religião, D’us os salvaria.
Nas rezas recitadas nos dias de Chanuka, ao se acenderem as velas, e na bracha de agradecimento pela comida, são
lembrados fatos históricos resumidos, enfatizando que os inimigos queriam que o povo de Israel esquecesse a Tora, mas
D’us evitou que isto ocorresse. A reza de Chanuka não destaca propriamente esta iniciativa dos chashmonaim, mas sim
o agradecimento e a exaltação a D’us pela salvação realizada.
Já no Talmud, aparece o trecho que descreve “Um jarro de azeite...cujo conteúdo seria suficiente para iluminar por um
dia apenas, mas aconteceu um milagre e o jarro durou por oito dias...”
O motivo da luz, como símbolo central desta festividade, deixa transparecer o caráter “pelo espírito e através do mi-
lagre”, enfatizando a liberdade espiritual alcançada por judeus, como se a luz dos céus tivesse sido irradiada sobre eles.
As velas de Chanuka, acesas todo ano nas casas de judeus em Israel e em todo o mundo, tornaram-se símbolo de um
acontecimento muito importante na história do povo judeu, combinando mensagens de fé, heroísmo e milagre, cada qual
enfatizando a mensagem e os valores que lhe forem mais adequados.
1
Macabeus, Makabim, equivale ao termo Chashmonaim (hasmoneus), que dá nome ao livro, em hebraico.
65
Descrição da festa
A festa de Chanuka é rica em conteúdos, símbolos, jogos e brincadeiras para a criança e para toda a família. Ao pes-
quisarmos as origens da festa de Chanuka, a Festa das Luzes é comemorada de acordo com o calendário judaico, no final
do mês, em 25 de kislev, quando escurece mais cedo (em Israel) e não aparece a luz da Lua. No calendário judaico, é o
dia em que a noite é a mais longa do ano, e o dia, mais curto.
A Festa de Chanuka ressalta dois conteúdos importantes: a luta de uma minoria - os judeus liderados pelos Makabim,
contra os gregos, uma maioria dominante e poderosa - e a vitória espiritual da fé judaica contra a cultura helenista, por
meio do milagre do jarro de azeite que durou oito dias, daí o costume de acender a chanukia durante oito dias. O prin-
cipal aspecto desta festa é a cerimônia de acender as velas toda noite – uma na primeira noite, duas na segunda, e assim
por diante, para recordar o milagre no Beit Hamikdash, o Templo Sagrado.
*O aspecto religioso
A santidade da festa deriva do aspecto espiritual da vitória, e do milagre “do jarro de azeite”, quando uma pequena
quantidade de óleo de oliva consagrado, que bastava para manter o candelabro aceso por um dia, durou oito dias.
66
A Mística do Azeite
O significado do óleo em nossa vida
“Qualquer nutricionista, profissional de saúde, dietéti- judeus era altissonante: “Vão em frente, usem o azeite
co, entre outros, dirá que o principal contribuinte para impuro em sua menora, pois não acreditamos na exis-
excesso de peso e distúrbios alimentares é a GORDURA!” tência da pureza. Espiritualidade não existe. Não há nada
Os judeus sempre souberam que a culpada era a gordu- como um D’us Onisciente e Todo-Poderoso. O homem é
ra, apesar dos kuguels2 nadarem em óleo, a canja conter o ápice; o entendimento do homem é o máximo; o vigor
bolinhas de gordura em sua superfície e os latkes de e força física do homem estão no auge.”
batatas serem fritos em óleo. Entretanto, os judeus se recusaram a ceder física ou
Cada guerra empreendida é basicamente por poder ou espiritualmente aos gregos. Quando o Beit Hamikdash
dinheiro, exceto uma. A batalha que os gregos trava- foi recapturado, os célebres Makabim buscaram uma
ram há mais de dois mil anos, foi promovida por cau- ânfora de óleo ainda com o selo do cohen3. Sem outra
sa do óleo. Mais precisamente, do azeite de oliva. Não opção, lhes foi permitido usar o óleo conspurcado. Não
era o dinheiro dos judeus que os gregos queriam. Se o fizeram, no entanto, pois teriam vencido a guerra, mas
estivessem atrás da fortuna, teriam esvaziado o Templo perdido a batalha.
Sagrado, pois os objetos do Beit Hamikdash tinham valor Assim como os gregos fizeram uma declaração ao pro-
incalculável. Os gregos não assaltaram o Templo; eles fanar o óleo, os judeus pronunciaram outra tão convin-
o profanaram. Ofereceram porcos como sacrifícios no cente, ao se recusarem a usar o óleo. Bradaram: “Acredi-
Altar, erigiram estátuas a seus deuses e deusas na área tamos que há algo mais elevado do que o intelecto hu-
do Beit Hamikdash. E abriram as pequenas ânforas de mano; acreditamos no D’us Onisciente e Todo-Poderoso;
azeite puro de oliva usado diariamente para acender a acreditamos que o bem triunfará finalmente e que D’us
menora, candelabro de sete braços. trará a época quando tudo será totalmente puro, para
Não foram os gregos tolos em deixar o tesouro e espo- todo o sempre.”
liar o óleo? Os gregos não queriam matar os judeus; mui- O principal costume de Chanuka – acender a menora
to pelo contrário, os deixaram viver. Sabiam, ao observar – gira em torno do azeite, comemorando assim o milagre
os primeiros dois mil anos de existência milagrosa, que da pequenina ânfora que durou não apenas um dia, mas
não seríamos destruídos. E foram sábios, reconhecendo oito, e celebrando a força do espírito judeu. O azeite
o fato. O que não podiam aceitar era que havia algo mais concede, ainda, uma visão adicional da mensagem do
elevado do que a mente, mais sublime do que a sabe- óleo em nossa vida e, em particular, do milagre de Cha-
doria humana, maior do que suas deidades que, exceto nuka. O óleo, como o vinho, simboliza os segredos da
pela imortalidade, eram iguais às pessoas. Tora, os aspectos místicos do judaísmo.
Tudo isso era simbolizado pela pureza do azeite. Os
gregos não destruíram por completo o óleo, pois, ao
fazê-lo, não teriam realizado sua meta final. Profanaram Traduzido de “L’Chaim” Lubavitch Youth Organization,
o azeite, rompendo o lacre. E sua mensagem para os Brooklyn, NY (Gani TT)
Nomes da festa
Chag HaChanuka
A origem do nome Chanuka está ligada à inaugura-
ção (chanuka) do local designado para o sacrifício (cha-
nukat hamizbeach), quando os judeus purificavam o Beit
Hamikdash, e re-inauguravam o trabalho dos Cohanim.
Durante oito dias, consertavam, renovavam e purifica-
vam todos os instrumentos sagrados do templo.
Chag Urim
Um nome adicional, Chag Urim (Festa das Luzes), foi
designado em homenagem ao milagre do jarro de azeite,
que deveria durar somente um dia, mas durou oito, es-
palhando luz à sua volta.
2
kuguel & latke (respectivamente, doce de macarrão e bolinhos de batata, em fritura profunda), comidas típicas judaicas (ashkenazitas). Latke, leviva;
plural, levivot.
3
Cohen; plural, cohanim – uma das três tribos remanescentes de Israel.
CHANUKA 67
Símbolos e motivos, usos e costumes
Chanukia, candelabro com oito receptáculos para espiritualmente, proibindo o cumprimento da Tora. Já,
lamparinas, além do shamash, a vela zeladora responsá- em Purim, Haman queria mata-los fisicamente, decretan-
vel pelo acendimento das demais e sempre a primeira a do o dia do extermínio.
ser acesa, kad (jarro ou ânfora) em que se conservava o Os Rabinos observaram um fato curioso, em relação
azeite de oliva, shemen zait – outro símbolo importante, às quatro letras hebraicas usadas na diáspora: o valor
para o acendimento das lamparinas e, por fim, as pró- numérico destas letras equivale a 358 (nun = 50, guimel
prias velas, nerot (singular, ner), que usamos hoje, em = 3, hei = 5 letras, shin = 300), coincidindo com o total
substituição às lamparinas. da soma das letras da palavra Mashiach5 (mem = 40, shin
Sufganiot e levivot – costuma-se comer bolinhos = 300, iud = 10 e chet = 8).
como as sufganiot (sonhos), e levivot (em iídiche, latkes)
- bolinhos de batata fritos em óleo, para rememorar o O dreidel6 (Contribuição de Deborah Oksman)
milagre do jarro de óleo. Ao buscar novas estratégias para eternizar a cultura ju-
Dmei Chanuka (dinheiro de Chanuka) - é costume daica, nossos estudiosos perceberam a relação existente
dar presentes ou moedas para as crianças, para simboli- entre o brincar e o aprender, elegendo o dreidel como
zar o fato histórico de que, caso não tivessem os Chash- brinquedo tradicional judaico e incumbindo-lhe sua
monaim vencido os gregos, não poderiam as crianças do principal função: a de revelar dados significativos para
povo de Israel continuar a estudar a Tora. Este costume a compreensão e a transmissão da importância da “Luz”,
se concretizou diferentemente nas diversas comunidades por meio de um midrash, baseado na passagem histórica
judaicas em todo o mundo, adaptando-se de acordo com relembrada durante a comemoração de Chanuka.
os costumes locais. Não foi encontrada nenhuma referência da origem
*Nessa época, também enfatizamos a mitzva de tzdaka exata deste brinquedo, inicialmente criado para adultos
e incentivamos as crianças a darem parte de seu dmei como jogo de azar. Sabe-se apenas que já era conhecido
Chanuka para a tzdaka. na Babilônia, Grécia Antiga e Roma, o que sugere a pos-
O sevivon é um objeto adequado às crianças, que sibilidade de os Chashmonaim o conhecerem como um
gostam de fazê-lo rodar, cantam as canções ligadas ao simples jogo, utilizado pelos gregos selêucidas durante a
seu movimento e imitam-no, tanto no jogo simbólico, invasão. Durante a Idade Média, foi adotado pelos fran-
rodando e caindo “como o sevivon”, como em jogos di- ceses e, finalmente, foi vinculado à cultura judaica na
dáticos cuja temática são os símbolos da festividade ou Alemanha.
as letras do sevivon. De acordo com a tradição, o uso No século 19, os rabinos alemães decidiram relacionar
do sevivon, em Chanuka, remonta à época anterior a as iniciais às regras do jogo, com o acróstico nes gadol
revolta macabéia. haia sham, associando-o ao midrash e, finalmente, inse-
O sevivon é um pião composto por três partes: um rindo o dreidel no universo infantil.
pino, cuja função é impulsionar o pião para rodar; uma Seu formato é único e marcante, caracterizando-se por
parte central – geralmente, um cubo; e um bico, onde o um pino que se encontra na parte superior, diferencian-
pião se apóia, quando roda. Na parte central, em geral, do-o dos demais piões. Deve ser de tamanho reduzido e
aparecem quatro letras hebraicas4: N G H P, gravadas, confeccionado com madeira, seguindo preceitos bíblicos
desenhadas ou coladas. específicos. O movimento de rotação e o impulso pro-
Estas letras formam as iniciais da frase nes gadol haia porcionam emoções ricas em significações, como jogar
po, um grande milagre aconteceu aqui. No Brasil, ou em com o próprio destino, pois tudo emana de uma mesma
quaisquer países que não Israel, a letra pei inicial da pa- raiz. Existem vários estudos, de difícil acesso, voltados
lavra po/aqui é substituída por shin – inicial da pala- aos aspectos místicos na Cabala.
vra sham/lá, referindo-se à distante Israel e aludindo ao Brincadeiras - É costume antigo brincar com diferen-
milagre que ocorreu no Templo Sagrado de Jerusalém, tes jogos durante Chanuka, sendo o mais conhecido en-
onde uma lamparina, que seria suficiente para iluminar tre eles, o sevivon. Brinquedo difundido entre os povos
apenas durante um dia, durou oito dias. da antiguidade, o sevivon foi encontrado em forma de
* Por seu formato, o sevivon simboliza a forma como cubos, nas ruínas dos babilônios, nos túmulos egípcios,
D’us salvou os judeus milagrosamente, fazendo uma nas escavações gregas e romanas, parecidos em seu for-
comparação com a festa de Purim, em que o milagre mato com o sevivon atual. Os sírios, no esforço de elimi-
foi oculto: nar o judaísmo, proibiram reuniões de estudo da Tora:
1. O sevivon é segurado por cima, pois a salvação veio os infratores seriam punidos com a pena de morte. Para
visualmente de cima, por meio de milagres. Já o raashan poderem continuar os estudos da Tora, os judeus resol-
(reco-reco) é segurado por baixo, já que a salvação veio veram fingir que essas reuniões eram apenas lazer. Assim
por milagres ocultos. sendo, cada vez que um fiscal se aproximava, eles se
2. Em Chanuka, os gregos desejavam matar os judeus punham a girar o pião.
4
No sevivon, as letras latinas - N,G,H,S correspondentes às letras hebraicas – נגהפsão também iniciais de palavras de origem germânica, que significam:
STEEL (coloque, junte à caixa), GANZ (caixa, todo a caixa é sua), HALB (metade, pegue a metade da caixa), NIGHTS (nada, você perdeu, não ganhou
nada). Era, portanto, um jogo de sorte, cujo resultado dependia do lado em que caía o sevivon.
5
Mashiach; ungido ou escolhido, embora comumente traduzido por Messias.
6
O nome dreidel provém do iídiche, que, por sua vez, deriva do verbo alemão drehen, que significa girar, enquanto que em hebraico recebeu, do
erudito Eliezer Ben Iehuda, o nome de sevivon.
68
*Mitzvot escolher um lugar próximo a um local público, para a
divulgação do milagre, tanto próximo à janela quanto à
Hadlakat nerot (acendimento das velas) entrada da casa, do lado esquerdo da porta. A chanukia
Outro costume da festa de Chanuka é o acendimento deve ser posta no lado esquerdo da porta já que a me-
das velas na chanukia durante oito dias, e a recitação zuza7 está no lado direito. Assim ambos os lados ficam
das brachot e entoação de canções, que acompanham o envolvidos de mitzvot.
ato de acendê-las. Na chanukia kshera, as velas deverão estar à altura
A hadlakat nerot é realizada para rememorar o acendi- dos olhos, nem muito altas, nem muito baixas, deverão
mento da menora do Beit Hamikdash. A santificação das estar em uma fileira reta, e não em alturas diferentes.
velas, como recordação do milagre do jarro, penetrou As velas também deverão ter uma certa distância entre
a tradição religiosa do povo judeu de tal maneira que, si, para que a chama de uma não se aproxime dema-
logo após a hadlakat nerot, acrescentamos a frase: “Estas siadamente à da outra. A hadlakat nerot deve iniciar-se
velas são sagradas, e não temos a permissão para usá-las, depois do pôr-do-sol, com o aparecimento das primeiras
e sim somente para observá-las...”, descrevendo o acen- estrelas. As velas devem ser colocadas da direita para a
dimento das velas com o intuito de propagar o milagre. esquerda de quem olha para a chanukia. Acendemos o
Outro motivo para o acendimento das velas é que sua shamash e, com ele aceso na mão direita, recitamos as
luz simboliza a vitória do espírito e a fé judaicas sobre brachot e iniciamos a hadlakat nerot, sempre da esquer-
os ídolos gregos. da para a direita, para que sempre acendamos, primeiro,
Na realização da mitzva de hadlakat nerot, deve-se a vela do dia.
CHANUKA 69
Conceitos importantes
• Chanuka: inauguração
• makabim: Macabeus
• ner/nerot: vela(s)
• Chashmonaim: chashmoneus
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Chanuka
70
Sevivon, nerot e chanukia Chanuka, do começo ao fim,
Festejando juntos o Chag HaChanuka! festejada em nossa escola.
Conteúdos: Conteúdos:
atividades planejadas para a semana de Chanuka, considerando o festejo de Chanuka, de forma tradicional religiosa.
experiências e vivências das crianças na escola. Objetivos potenciais:
Objetivos potenciais: a transmissão de conteúdos, mitzvot, brachot e tradições religiosas
festejar a festa de Chanuka, de forma vivenciada e adequada à para as crianças, de forma adequada à idade.
idade das crianças. Descrição:
Descrição: o planejamento desta festividade incluirá a comemoração religiosa
como introdução para o chag, é possível aproveitar a construção tradicional de Chanuka, e demais atividades ligadas: (1) canções e
arquitetônica da escola. A subida (de escadas) pode levar ao lugar brachot (Holiday Greatest Songs e Shirei Chanuka), (2) produções
da comemoração, designado para hadlakat nerot de Chanuka. com material de artes (Jewish Artwork by Esky, Learn as you color,
Para a entrada festiva ao local, pode-se planejar a passagem das Becker Joyce, Jewish Holiday Crafts, Arts & Crafts – Around the
crianças por uma cortina confeccionada com os símbolos de Cha- Jewish Calendar) e (3) jogos, como dominó com motivos de Cha-
nuka (svivonim, chanukiot, nerot, kad(im), entre outros), feitos de nuka (The Jewish Holiday Card Game) ou quarteto (Chaguei Israel
material emborrachado colorido, e pendurados em fios compridos Umoadav).
desde o teto. O ambiente festivo, planejado e organizado, pode Materiais e recursos:
oferecer oportunidades para as crianças brincarem com svivonim fontes bibliográficas para extrair as imagens: Almanaque do Tzivot
(bi e tridimensionais) de Chanuka, e ser decorado com svivonim HaShem, Chag veChaguiga Lapeutot, Gan Ieladim beavodato, Maa-
inflados, chanukiot e demais símbolos pendurados nas pontas de gal Hashana, Mafteach Lagananot, Mindel Nissan, A História Com-
guarda-chuvas pendurados pelo teto. pleta de Chanuka, O Guia R. Steinmetz, Ed. Chabad, Integrating
Materiais e recursos: the Multiple Intelligence Theory into a Judaic Curriculum, Teacher’s
materiais para a montagem do ambiente festivo, tendo, como mo- Guide, For Summer Amps & Hebrew School, Rachel Zamir, Madrich
tivo central, os símbolos de Chanuka. tochnit haavoda laguil harach.
Uma pequenina luz, uma grande surpresa! Meus dedos, lindas velas de Chanuka!
Conteúdos: Conteúdos:
jogo de grupos, focalizando a idéia de que “uma pequena luz” atividade com um dos símbolos de Chanuka – as nerot de ‘faz-de-
pode influir nos resultados de todos. conta’.
Objetivos potenciais: Objetivos potenciais:
elaborar a idéia do uso de uma pequena luz (no caso, uma lanter- confeccionar e brincar com nerot de Chanuka.
na), como forma de influenciar um acontecimento. Descrição:
Descrição: as crianças confeccionarão nerot, tendo como base rolos-de-
as crianças brincarão em grupos, num ambiente organizado pre- cabelo, que poderão, posteriormente, ser enfiados nos dedos. As
viamente, com vários estágios, onde serão pendurados balões. No crianças poderão participar ativamente, cantando, em grupo, e me-
interior destes balões, serão colocados bilhetes, uns com desenhos xendo com os dedos, acompanhadas pelas as canções de Chanuka,
dos símbolos de Chanuka e outros, sem. Com a ajuda de lanternas, que têm, como motivos, as nerot e a luz, p. ex. Chanuka chag iafe
as crianças procurarão os balões que incluem os símbolos, estou- kol kach, Chanukia li iesh, Hanerot Halalu, Ner li, Banu choshech
rando-os, e contando pontos para os símbolos encontrados. legaresh.
Materiais e recursos: Materiais e recursos:
balões inflados, bilhetes com e sem símbolos. rolos-de-cabelo, materiais para enfeitar nerot, canções afins
gravadas.
A história dos Makabim,
representada em nossa escola. A leviva que saiu rolando
Conteúdos: um conto delicioso…
conhecimento e elaboração do conteúdo histórico da festa de Cha- Conteúdos:
nuka, adaptado para a idade. uso de material literário atual, que tem como motivo um símbolo
Objetivos potenciais: de Chanuka, a leviva e degustação da mesma.
conhecer o conteúdo da história de Chanuka, e elaborá-lo, por Objetivos potenciais:
meio de uma oficina de confecção das fantasias, a serem utilizadas elaborar um dos motivos de Chanuka, para crianças, de maneira
para a dramatização da história. adequada à sua idade (com fantasias e acessórios para dramatiza-
Descrição: ção), além de degustar levivot na escola.
a atividade será planejada, considerando os componentes (a Descrição:
história de acordo com a idade das crianças, a oficina, e posterior apresentação de uma obra literária – “A leviva que saiu rolando”,
dramatização da história). primeiramente pela professora para as crianças e, posteriormente,
Materiais e recursos: pelas próprias crianças. Preparar e comer levivot.
a fonte histórica (Livros dos Macabeus: l (4,36 a 4,40) e ll (10, 1 e Materiais e recursos:
10,9) e material para a confecção de fantasias dos Makabim (pa- conto – “A leviva que saiu rolando”, materiais para construir as
nos, lantejoulas, entre outros) fantasias e apetrechos para dramatizar. Ingredientes culinários para
fazer as levivot (receita em anexo).
CHANUKA 71
Chanuka em tachanot é prá valer: Materiais e recursos:
brincar, contar, cantar, criar e...comer! casa de madeira, computador, CD-rom de Chanuka, chanukia, sevi-
Conteúdos: von, shemen zait, nerot, sufganiot e latkes.
motivos e símbolos de Chanuka, elaborados de forma adequada às
crianças. Preparação de sufganiot e levivot
Objetivos potenciais: Conteúdo:
o aprendizado dos conteúdos de Chanuka através de experiências culinária das comidas referentes à festa.
e vivências significativas para as crianças. Objetivos potenciais:
Descrição: mostrar as crianças como são feitos estes alimentos e porque se
a organização das atividades planejada em tachanot temáticas, associam à festa.
permitirá às crianças participarem ativamente na elaboração dos Descrição:
conteúdos de Chanuka, por meio de vivências significativas. As primeiramente, é importante listar, junto com as crianças, os ingre-
tachanot podem ser: sipur (história), shir (canção), mischak (jogo, dientes necessários. Depois, podem-se dividir as funções, cada qual
brincadeira), omanut (artes), bishul (culinária). executando seu trabalho, até ficar tudo pronto para ser frito. Uma
Materiais e recursos: vez fritas, é claro, todos saboreiam estas delícias conjuntamente.
a história de Chanuka, resumida e adaptada para a idade (em Materiais e recursos:
anexo), materiais para recriar símbolos de Chanuka, atividades com ingredientes da receita em anexo, ralador, colher de madeira, espá-
suportes para a ilustração e dramatização de canções e contos, tula, toucas de TNT e luvas descartáveis.
material para cozimento.
Fazendo o shemen zait zach
A casa do sevivon Conteúdo:
Conteúdo: extrair o óleo da azeitona.
casa temática para Chanuka, no formato de sevivon. Objetivos potenciais:
Objetivos potenciais: unir, num ambiente agradável aos olhos das explicar às crianças como é feito o óleo de azeite, e como era puro
crianças, toda a vivência possível de Chanuka. antigamente, pois era aproveitada apenas a primeira gota da cada
Descrição: azeitona.
num primeiro momento, constrói-se uma casa de madeira no pátio. Descrição:
Sobre cada parede, aplica-se uma das 4 letras do sevivon e, no usando um prensador de azeitona na classe, cada criança poderá
teto, um pino igual ao do sevivon. Dentro da casa, coloca-se uma vivenciar o processo de extração do azeite, manuseando as azeito-
chanukia ao lado da porta, uma mesa com sufganiot e outra, com nas e o instrumento.
latkes, nerot de Chanuka e shemen zait. Esta atividade pode ser Materiais e recursos:
acompanhada de brincadeiras no computador, com CD-rom con- prensador de azeitona, pote de azeitonas, luvas descartáveis e jar-
tendo atividades relacionadas à Chanuka. ro para o azeite extraído.
72
Como é bom estarmos juntos para cantar Oficina de chanukiot para pais e filhos
Viva o Chag HaChanuka! Conteúdo:
Conteúdos: produção conjunta de chanukiot, pais com filhos.
coletânea de canções típicas de Chanuka, cantadas ou conhecidas Objetivos potenciais:
das famílias das crianças, encontro de famílias na escola, para fes- integração pais/escola, produção de chanukiot que poderão ser
tejar a festa de Chanuka. usadas durante a festa.
Objetivos potenciais: Descrição:
coletar e montar um shiron (apostila com coletânea das canções), convidam-se os pais para confeccionarem, junto com seus filhos,
com canções conhecidas pelas famílias, festejar Chanuka, cantando chanukiot para a festa. Cada pai/mãe, ao chegar, senta-se ao lado
as canções. de seu filho e recebe uma base de madeira, podendo utilizar o ma-
Descrição: terial que é preparado e distribuído anteriormente pelas mesas.
as famílias enviarão canções, vídeos, CDs, fitas, entre outros, com Materiais e recursos:
canções de Chanuka. A professora organizará um shiron e, no Chag bases de madeira, porcas (para prender as nerot), formas de em-
HaChanuka, todos poderão cantar juntos, com a ajuda do shiron, padas (para colocar azeite), moldes com desenhos e símbolos de
dançando e comendo sufganiot e levivot. Para esta atividade, é Chanuka, tinta, cola, cola quente...
aconselhado convidar alguém que toque órgão ou violão para
acompanhar. É importante fotografar e registrar o evento. Cantando e dançando, Chanuka comemoramos!
Materiais e recursos: Conteúdo:
cartas convidando os pais para participarem, elaboração e impres- apresentação e dramatização de peça, canções e danças relatando
são do shiron, organização do ambiente, com decoração e música a história de Chanuka para os pais.
de fundo relevantes para a festa, sufganiot e levivot. Objetivos Potenciais:
vivenciar a história de Chanuka, por meio de canções e danças.
Confeccionando nosso shamash Descrição:
Conteúdo: por duas semanas, as crianças ensaiam diariamente a apresenta-
O que é shamash e qual sua função? ção que farão aos pais. No dia, pais, avós e amigos assistem à pro-
Objetivos potenciais: dução das crianças. No final da apresentação, as crianças ganham
conhecer a chanukia e seu simbolismo. svivonim, dmei Chanuka e todos saboreiam sufganiot.
Descrição: Materiais e recursos:
mostrar para as crianças diferentes chanukiot e observar seus sha- conteúdos ligados à história de Chanuka e materiais relevantes aos
mashim. Depois desta observação, perguntar quais as diferenças, conteúdos selecionados.
as semelhanças, explicando a função do ner do shamash. Oferecer
material adequado (velas brancas, giz de cera colorido, entre
outros), para que as crianças enfeitem as velas com giz de cera
derretido e confeccionem 1 shamash para cada dia de Chanuka.
Os shamashim criados pelos alunos também serão utilizados na
comemoração de Chanuka.
Materiais e recursos:
8 velas brancas por criança, giz de cera colorido, uma vela acesa,
fixa em um prato para derreter o giz de cera, fósforo. As professo-
ras deverão ficar bem atentas, para que os alunos não aproximem
seus dedos das chamas.
CHANUKA 73
Atividades planejadas em torno de habilidades
Habilidades Atividades
• girar (o sevivon), rodopiar imitando o sevivon; • girar svivonim, rodar “como” svivonim (ao som de canções de
• abrir massa com rolo, para cozer sufganiot; Chanuka e parar/cair quando a música parar).
• trabalhar argila, para fazer kadim e chanukiot; • as crianças dançarão de acordo com os comandos da canção
• classificação (nerot e shamash, svivonim, chanukiot); Mistovev hasevivon e, quando a palavra sevivon aparecer na
• diferenciação (letras do sevivon, menora e chanukia); canção, as crianças tocarão instrumentos musicais, preparados
• contagem (de nerot, dos braços da chanukia); anteriormente para esta atividade;
• concordância entre o número de nerot, o dia da comemoração • confecção de svivonim, com palitos de fósforos e papel enrolado
de Chanuka, o número de velas a acender. ao redor do palito;
• confecção de svivonim, com dobraduras, tendo como base um
pirulito e, nos lados, as letras;
• atividade culinária: abrir a massa da sufgania, com rolo de abrir
massa adequado à criança; abrir massinha e brincar de sufganiot
de faz-de-conta;
• exposição dos símbolos e fotos de Chanuka, trazidos das casas
das crianças, após terem sido apresentados e pesquisados, conjun-
tamente, pela professora, crianças e famílias;
• confecção de jogos didáticos, tendo como foco a diferenciação:
entre as letras do sevivon, entre menorot e chanukiot, entre sha-
mash e nerot, e atividades lúdicas posteriores com estes jogos (na
escola e em casa);
• realização de tradições na escola, costumes e mitzvot como,
p.ex., hadlakat nerot de Chanuka;
• construir, por atividades concretas, conceitos ligados à matemá-
tica, às ciências, à linguagem, entre outros, e aos símbolos de Cha-
nuka: relação entre as 8 velas e o shamash, chanukia, extração de
shemen zait, brincadeiras com palavras em ivrit e canções ligadas
à Chanuka;
• brincadeiras entre grupos, usando o sevivon como instrumento
de competição: “o sevivon mais rápido”, “o que cai por último”,
“o que gira por mais tempo”, “o que consegue o maior número de
pontos (cada letra recebe um valor)”;
• “Acerte o sevivon”;
• “Mi iodea?” Um aluno sai da classe, e as crianças escolhem
um personagem ou símbolo da festa. O aluno que saiu volta e,
pelas perguntas, tenta descobrir o nome ou o símbolo escolhido.
Os alunos só poderão responder “sim” ou “não”, e o número de
perguntas deverá ser combinado de antemão;
• pantomima - Prepara-se uma caixa contendo imagens dos sím-
bolos de Chanuka, em papéis dobrados. As crianças deverão, cada
qual em sua vez, sortear um papel e, em seguida, por meio de ges-
tos, fazer com que os amigos descubram o nome do símbolo;
• “o Jogo do Embaixador” - divide-se a classe em grupos e cada
grupo escolhe um ‘embaixador’, que deverá receber da professora
um símbolo, e representá-lo às crianças de outros grupos. O grupo
que conseguir transmitir mais símbolos será o vencedor.
• “o Jogo do Sim ou Não” - divide-se a classe em grupos, aos
quais são apresentadas fotos referentes à festa de Chanuka. A
professora deverá explicar oralmente cada foto. Se a explicação for
relacionada à foto, deverão responder SIM; caso contrário, dirão
NÃO. O primeiro que disser a resposta certa ganhará o ponto para
seu grupo.
74
Organização do espaço e dos materiais Registro de projetos
Caixas de atividades Atividades
Providenciando caixas, gavetas, cestas, entre outros, onde serão • instigar a curiosidade das crianças por meio de imagens, fotos, qua-
oferecidos objetos, símbolos e apetrechos de Chanuka e, em dife- dros, textos visuais sobre Chanuka, levantando questões e perguntas.
rentes níveis de abstração (concreto, simulado, de plástico, madei- Pode-se usar fotos dos anos passados - de crianças da escola, de ou-
ra, entre outros), fotos, imagens, livros com gravuras, entre outros), tras crianças, das famílias das crianças, de outras famílias, festejando
para crianças menores (de até 3 anos). A mediação oral e afetiva Chanuka, brincando com os símbolos do chag, entre outros;
da professora neste tipo de atividade é muito importante, para as • confeccionar chanukiot de diversos materiais, considerando as
crianças aprenderem nomes, canções, danças, movimento, tocar instruções para seu uso: madeira, argila, colagem, papier-maché,
instrumentos, entre outros. Após a idade de três anos, estes objetos papel dourado, folhas laminadas, sucata...
irão para o canto erguido especialmente para a festa de Chanuka. • confeccionar nerot (de maneira adequada às crianças do jardim-
de-infância);
Canto de Chanuka • criar, juntamente com as crianças, jogos com os símbolos do chag;
É importante providenciar um local na sala de aula, onde possa- • realizar brincadeiras/danças com lanternas;
mos expor imagens, objetos, símbolos, entre outros, num canto • dançar com lenços (como se fossem chamas), ao som de canções
fixo, tipo vitrine ou mural de parede, com mesa ao lado, onde pos- de Chanuka;
samos colocar os objetos. Os objetos, símbolos, brinquedos, jogos, • produzir sufganiot, reais e “faz-de-conta” (de massa de modelar),
estarão acessíveis para a criança poder brincar, manipular, atuar, usando formas para biscoitos, no formato dos símbolos de Chanuka;
“agir”. Os cantos poderão incluir álbuns com imagens, livros, obje- • produzir obras a partir do uso de materiais criativos que lembram
tos trazidos de casa, brinquedos e jogos didáticos ou outros, caixas cores e transparência das luzes: desenho, colagem, pintura, massi-
de atividades, entre outros. Este canto poderá ser organizado pela nha, argila, modelagem, entre outros.
professora, junto com as crianças e seus familiares, a partir de ma-
teriais trazidos de casa pelas próprias crianças. No canto específico Idéias de Projetos e/ou Temas
de Chanuka, poderemos colocar, p. ex., svivonim, chanukiot, livros • luz
de Chanuka. • luz e sombra
• oliveira e óleo de oliva
Exposições • sevivon
• chanukia e menora
Exposição de várias chanukiot e svivonim trazidos de casa, junta- • nerot
mente com fotos das famílias comemorando a festa de Chanuka.
Idéias de atividades com
Murais ou Painéis materiais artísticos/ Enfeites
Com o uso das “Cem Linguagens” de expressão, para transmitir • moldes vazados, com símbolos de Chanuka
o conteúdo, que é relevante e significativo em um mural da festa, • imagens de Chanuka para colorir (Jewish Artwork by Esky)
com frase ou passuk relevante, p. ex: Kol echad hu or katan vechu- • imagens de Chanuka para colorir (Learn as your color)
lanu or eitan ou Nes gadol haia po! e/ou em português, respectiva- • confecção de svivonim, usando tiras de papel enrolado em pali-
mente: Cada um é uma pequena luz, mas, todos juntos, formamos tos de fósforo; ou confecção de rodelas de 2-3 cm de raio, perfu-
uma luz potente ou Um grande milagre aconteceu aqui! E fotogra- radas no centro por um palito (de dentes), que será o bico onde se
fias de crianças, seus familiares, diferentes famílias e comunidades apoiará o sevivon ao girar.
judaicas festejando Chag Hachanuka, entre outras. • construção e decoração de chanukia em grupo (com fotos)
• confecção de vitrais com papel celofane de símbolos do chag
(Chanuka window Deco Kit)
CHANUKA 75
Anexos
1. Sugestões de imagens para construir jogos
• chanukia
• levivot (latkes)
• criança girando sevivon
• nerot/shamash
• shemen zait
• criança comendo sufganiot
• sevivon
• kad – shemen zait
• Makabim
• lamparina
• família acendendo chanukia
• dmei Chanuka
Levivot (Latkes)
Ingredientes Modo de Fazer
4-5 batatas descascadas, raladas no lado grosso do ralador e espremidas (co- Misturar tudo, e fritar no óleo às colheradas.
locando numa peneira e retirando o líquido)
1 cebola ralada (facultativo)
1 ovo
2 colheres de farinha
½ colherinha de fermento em pó
sal e pimenta (facultativo)
76
4. Peça de Teatro (para ser encenada):
Dinheiro de Chanuka
Sholem Aleichem8
Narrador Boa noite, amigos. Vou apresentar-me; sou Sholem Aleichem. Estou, esta noite, com vocês, para convidá-los
a relembrar comigo uma das minhas peripécias de infância. Isto se passa por volta de 1900, numa pequena aldeia da
Rússia. Logo irão conhecer minha família – meu pai, minha mãe, meu irmão Motel, minha irmã Odl, seu esposo, meus
tios, Breine a empregada e, logicamente, eu, um pirralho muito inquieto. Bem, agora fechemos os olhos e recuemos no
tempo:
CENA I - (o pai rezando Maariv; Sholem e Motel no chão, brincando com o sevivon)
Motel (O sevivon cai na letra shin). Mano, qual o sig- mos estar novamente todos unidos. Kel haRachaman!
nificado do shin? Pai (Entoa Hanerot halalu anu madlikim; todos an-
Sholem (baixinho) Shin significa… Sheket! Você não dam pela sala).
está vendo que aba mitpalel? Pois então não interrompa! Sholem Bem, Motel!
Motel (baixinho) Ah, Shalom, diga-me qual são os sig- Motel Bem o quê?
nificados das letras do sevivon. Eu já me esqueci… Sholem Vá! Chegou a hora! Vá e diga-lhe algo sobre o
Sholem Ah, seu cabeça-dura. Quantas vezes terei que Chanuke guelt! Dmei Chanuka!
repetir o mesmo? Nun significa nes, guimel é gadol, hei é Motel (Zangado.) E por que eu?
haia e shin significa sham. Sholem Porque você é o menor, ora essa.
Motel Mas o que quer dizer isto tudo? Motel E o que tem isso? Vá você, que é o maior!
Sholem Bem, lá vai: Nes, é milagre e gadol, grande, Sholem (Pára e escuta a conversa das crianças. Vai até
entende? um armário e apanha uma caixa. De dentro dela, tira algu-
Motel Puxa, que sorte você tem por ser tão inteligente. mas moedas. Sholem e Motel disfarçam a ansiedade e vão
Bem, e qual o significado de hei e shin? para o canto oposto da sala.) Kinder, venham até aqui!
Sholem Hei e shin? Hei e shin querem dizer… bem… Sholem (Devagar, vai até o pai.) Aba, o senhor me
(asperamente) Será que você não vai ficar quieto? (apon- chamou?
tando para o pai, que ainda reza.) Motel (Também se aproxima devagar.) Aba, o senhor
Pai (Termina a reza, dirige-se para a mesa, pega uma também me chamou?
vela da caixinha de velas para Chanuka e começa a re- Pai (Sorrindo.) Eis aqui o vosso dmei Chanuka. Para
zar o aleinu leshabeach. Olha para as crianças e faz sinal você, Sholem, 6 kopkes e, para você, Motel, 2 kopkes.
com a mão para que estas se dirijam para a cozinha). (As crianças olham para as moedas com alegria, dão-se
Mm… mm… sheHu note shamaim veiossed haaretz, as mãos e começam a dançar. Neste ínterim, entra o tio
mm…. mm… Beni, irmão do pai).
Sholem (Olhando, curioso, para o pai, sem entender.) Dod Beni (Sorrindo.) Chag Sameach! Pelo visto, iela-
Aba, quer um fósforo? dim, vocês já ganharam o dmei Chanuka do aba. Bem,
Pai (Repetindo o gesto) Mm…, mm…, nu, nu! venham, que vou dar-lhes a minha parte também. (Chei-
Motel (Querendo ajudar o pai.) Aba, é um copo? Um ra o ar.) Humm, parece que sinto o cheiro de latkes!
prato? Una faca? Será?! Ora, que tal jogarmos uma partida de damas?
Pai (Impacientemente) Corram, moleques, chamem a Pai Tudo bem, mas sem trapaças; não se recua pedra
ima. Que ela também venha assistir a hadlakat nerot nem jogada!
Chanuka! Dod Beni Combinado, mano; sem trapaças. Crianças,
Sholem & Motel (Correndo para a cozinha.) ima, rápi- vão até a cozinha e tragam os feijões para usarmos como
do, venha assistir a hadlakat nerot Chanuka! Nerot Cha- fichas. Motel, traga os pretos e, você Sholem, traga os
nuka! (A mãe aparece: mangas arregaçadas, enxugando brancos. (Enquanto isso, o pai pega o tabuleiro. Logo que
as mãos no avental, arrumando os cabelos. Atrás dela, as crianças voltam com os feijões e armam o jogo, pai e
vem Breine, com o rosto sujo e brilhando, as mãos en- tio sentam-se à mesa.)
roladas no avental). Pai (Cantarola, hesita e joga.) Feito! Agora é a sua vez!
Mãe Oi, Elokim, que todas as casas sejam abençoadas Dod Beni Vá lá que seja! Uma jogada é uma jogada. E lá
como a nossa! (Desarregaça as mangas e arruma o lenço vai a minha jogada! (Sorri. Sholem e Motel se sentam a um
na cabeça.) canto, retiram as moedas do bolso e se põem a contá-las.)
Breine Oi, a broch! Nerot Chanuka! (Sholem e Motel Sholem Eu tenho 12 moedas. E você?
riem de Breine, sem se controlarem.) Motel Eu só tenho 8. ((Fazendo um muchocho.)
Pai Sheket, ieladim! Sholem (Todo satisfeito.) Bem, é que eu sou o mais
Mãe Za shtill! Por que riem tanto? velho. Mereço mais! Nasci primeiro, e o primogênito
Breine Deixe-os em paz. Estão rindo de mim, ma- sempre deve ter mais! Você deveria ter sido mais inteli-
chashafim (carinhosamente)… gente e ter nascido antes de mim. Ai, então, você teria o
Pai (Acende as nerot, recita a bracha.) Amen, amen… mesmo tanto que eu tenho. (Silêncio.) Mano, o que você
Breine Amen, amen…, que, no próximo ano, possa- pensa dos chaguim? Qual a melhor de todas?
8
Adaptado por Geni H.O. Chanoft e revisado por Suely Pfeferman
CHANUKA 77
Motel (Pensa um pouco.) Ora, bolas! Como vou saber? (Agarra a mão de Beni, para impedir a jogada.)
Não sou o inteligente ou o que nasceu primeiro… Dod Beni (Zangado.) Essa é boa! Enquanto não com-
Sholem Pois eu acho que é Chanuka. (Pensativo.) pleto a jogada, posso fazer o que quiser, andar para onde
Motel E por que não Purim? bem entender!
Sholem Bem, primeiro, porque Purim é um só dia e Pai Nada disso! Mexeu, morreu! Combinamos não an-
Chanuka, oito: oito dias de chofesh do cheder! Sabe lá o dar para trás e não mudar de idéia.
que é isso? Segundo, porque hoje é Chanuka, e Purim, Dod Beni Mudar de idéia, essa é boa! (Fazendo tom
quem sabe quando será? de pouco caso.) E quantas vezes aconteceu de também
Pai (Fala alto, acariciando a própria barba.) O que você mudar de idéia?
devo fazer agora? Se mexo aqui, ele vai para lá. E, se vou Pai (Bem sério.) Eu?! É por essa e por outras que não
para lá, estou certo de que ele vem para cá. Acho que é gosto de jogar com você…
melhor que eu vá para lá. (Realiza a jogada.) Dod Beni (Em altos brados.) E quem é que o obriga
Dod Beni Aqui… aqui… e aqui! a jogar comigo?
Pai Ai, como você é bobo, Beni! Você é um grande bobo! Mãe (Vindo da cozinha, acompanhada por Breine,
Dod Beni Bobo é você, meu irmão. e muito mais que carrega uma bandeja lotada de latkes.) Já estão bri-
bobo do que você pensa. gando outra vez? Vocês dois, heim? Esqueçam disso e
(Solta uma alta gargalhada. Tio Beni aproveita e mexe venham saborear os latkes antes que esfriem.
uma peça para trás.) Breine Venha, Sholem; venha, Motel! Os latkes estão
Pai (Levanta-se e grita.) Assim não, Beni! O que foi esperando por vocês. (Os dois avançam na bandeja e o
que nós combinamos? pai lhes dá umas bofetadas. Fecham-se as cortinas.)
Narrador Já foram apresentados alguns de meus familiares – gente simples, pacata, sempre procurando seguir todos
os preceitos da nossa religião. Contudo, voltando à nossa história… Depois de levarmos os bofetões, fomos para o quar-
to, a mando de Breine, que nos queria muito bem. No quarto, cada um de nós, sentados sobre um lado da única cama,
conversávamos sobre o dia passado e sobre aquele que seria o dia seguinte.
CENA II - (Os dois deitados lado a lado, sobre um estrado coberto, no centro do palco, com só um pedaço da
cortina aberta.)
78
Sholem Jogaram. Moshe Aron Não grite! Não sou surdo! (Voltando-se
Pessie Discutiram? para as crianças.) Ahá! Querem Chanuke guelt, não?! E o
Motel Discutiram. que vão fazer com ele? Vão gastar, né? Mas ouçam bem ao
Pessie Muito bem, crianças sabidas. Ah! Mas já sei dod. Não gastem! Não gastem nada. (Pensando e se diri-
porque vieram. É por causa do Chanuke guelt, não? (As gindo à Pessie.) É assim que se estragam as crianças. Logo
crianças se entreolham e não dizem nada. Pessie se di- tornam-se homens esbanjadores. Mas não gastem nada.
rige ao marido, gritando) Moshe Aron! Chanuke guelt Guardem, ouviram? (Vai a um canto da sala, põe a mão
para as crianças! no bolso, tira algumas moedas e se volta para as crianças.)
Moshe Aron Hã? Quê?! Crianças, eis o vosso Chanuke guelt, chag sameach! Dêem
Pessie Chanuke guelt para os meninos! lembranças ao aba e à ima’. (As crianças saem.)
Narrador E, assim, saímos. Queríamos muito ver as moedas que dod Moshe Aron nos havia dado, mas o frio era tanto,
que não tínhamos coragem de tirar as mãos do bolso. Então, sob e sobre a neve, rumamos até a casa de dod Itzi, o tio
com o qual papai não conversa. Há muito tempo, haviam brigado. Todavia, mesmo assim, nas Grandes Festas, costumam
ocupar cadeiras vizinhas no Beit Haknesset e comparecem às festas que têm lugar na casa de cada um. Enfim, são irmãos;
amam-se fraternalmente, mas não se conversam. Ainda assim, dod Itzi e doda Beile nos receberam muito bem, serviram-
nos sufganiot, deram-nos Chanuke guelt e desejaram-nos chag sameach. Depois, lá fomos nós para a casa de dod Beinish
e doda Iente. Estes, bem, não os descreverei. Vejam por si mesmos que família alegre!!!
Sholem Zeidl Olhem só quem vem aí! Como vão vo- Sholem Em casa, vai tudo bem.
cês? Fizeram muito bem em vir. Preparei Chanuke guelt Motel Dod Beni este em casa e brigou com o aba
para vocês. (Tira as moedas do bolso.) Venham até aqui. como sempre…
Aqui está! (Dá as moedas e, enquanto contam, aproveita Odl (Novamente choramingando.) Ah, que bom! Que
para dar um piparote em cada um. Entra Odl.) no próximo ano, tudo isto volte a acontecer… Venham,
Odl (Choramingando.) Pare com isso, Sholem Zeidl. vou dar-lhes balas e mais Chanuke guelt. (Dá-lhes, beija-
Deixe os meninos em paz. (Abraça-os e os puxa para a os e lhes diz: ) Shalom! Chag sameach, sigam em paz!
frente.) Como vai o aba? E a ima? E a Breine? Dod Beny Sholem Zeidl Shalom, kinder! (E lhes dá mais dois
esteve em casa? piparotes.)
Motel Ô, mana, faça uma pergunta de cada vez! Odl (Choramingando.) Chega, Sholem Zeidl!
Narrador Saímos de lá, corremos alegres para casa, ansiosos por contar nosso tesouro. Refugiamo-nos num canto da
sala, tiramos nosso Chanuke guelt dos bolsos e nos pusemos a contá-lo.
Sholem Motel, deixe-me contar primeiro, depois você Todos (Todos os familiares entram, rodeiam a mesa e
conta o seu. Bem, 2 kopkes mais 2 rublos, mais 15 gro- começam a acender as nerot da chanukia, cantam can-
shens, mais 2 piatkes…? (Fica pensando.) ções da festa. As crianças levantam-se e se aproximam.
Motel (Impaciente, começa a contar também.) Bem, 2 Também o narrador se aproxima. Apagam-se todas as lu-
piatkes, mais 1 kopke, mais 3 rublos, mais 10 groshens… zes. Permanecem acesas apenas as velas e as lanternas.)
quanto é isso, Shalom? Que D’us nos proteja e defenda;
Sholem Não me interrompa, Motel! Tenha paciência… Que nos livre sempre do mal;
Zain Shtil! Como bênção de vossa luz,
Dai-nos, Senhor D’us, felicidade,
e oremos pela paz!
FIM
CHANUKA 79
5. Histórias de Chanuka
Breve história de Chanuka9
Há muitos anos, o povo judeu vivia em Israel. Porém, Todos os habitantes de Modiin ficaram imóveis, quan-
nesta época, Israel era dominado pelos gregos. Mesmo do, então, ouviu-se a voz de Matitiahu Hachashmonai:
não podendo governar suas terras, os judeus viviam “Meu D’us é um só!” E então, Matitiahu destruiu o altar
bem, estudavam a Tora, celebravam o Shabat e iam ao e ordenou a seus filhos que atacassem os gregos, e toda
Beit Hamikdash. O Beit Hamikdash era um Grande a cidade se juntou a eles e conseguiram combater aquele
Templo, que ficava em Jerusalém, onde judeus rezavam grupo de soldados. Entretanto, os habitantes de Modiin
e guardavam a Tora, o que tinham de mais importante, sabiam que os gregos voltariam com mais soldados e
no Aron Hakodesh. com mais armas…
Lá, ficava também uma linda menora de ouro, que era Daí, perguntaram a Matitiahu Hachashmonai, o que
acesa todos os dias pelo cohen, que usava óleo guarda- fazer. Matitiahu Hachashmonai disse: “Vamos para as
do em jarros, para acendê-la. Entanto, infelizmente, os montanhas e, lá, nos esconderemos nas cavernas; lá po-
judeus não conseguiram viver em paz por muito tempo. deremos continuar a estudar a Tora e a treinar para en-
O rei da Grécia, Antiochos, não respeitava os judeus, seu frentar os gregos. E assim fez o povo de Modiin. Escon-
D’us, nem seus costumes. didos nas cavernas, fizeram armas de pedras e treinaram
Então, ordenou a seus soldados que entrassem no Beit muito para a guerra contra os gregos. Iehuda Hamakabi,
Hamikdash e roubassem todos os objetos sagrados. Os filho de Matitiahu Hachashmonai, inteligente e muito
objetos que não pudessem ser levados seriam destruí- corajoso, era o general do exército judeu.
dos! Os gregos, colocaram a estátua de um deus grego E então, depois de um tempo, começou a guerra. O
no altar, e quem tentasse impedi-los teria que enfrentar exército de Iehuda Hamakabi, apesar de pequeno e por-
os fortes soldados do exército grego montados em seus tando armas simples, surpreendeu os gregos que eram
enormes elefantes. muito numerosos. Sabendo como o exército judeu era
O povo tentou reagir, porém os gregos eram mais for- imbatível, Antiochos convocou Lisias seu melhor gene-
tes. Antiochos, então, ficou furioso, e fez um decreto ral. Os guerreiros de Iehuda Hamakabi rezaram para
proibindo os judeus de rezarem, celebrarem o Shabat e D’us pedindo forças. Assim, derrotaram os gregos, ex-
estudarem a Tora. Antiochos queria que os judeus acre- pulsando-os para sempre de Israel. Os Makabim liber-
ditassem no deus dos gregos e que seguissem a sua reli- tadores foram para Jerusalém, onde encontraram o Beit
gião. E proclamou: “Quem desobedecer minhas ordens, Hamikdash sujo e abandonado. Começaram, então, a
será castigado.” consertar e a restaurá-lo. Todos ajudaram até que o Beit
Os judeus passaram a esconder-se para estudar a Tora, Hamikdash ficou limpo, bonito de novo e purificado.
celebrar o Shabat e rezar. No entanto, era muito perigoso Em 25 de kislev, estavam todos prontos para Chanukat
desrespeitar as ordens do rei. Quando algum soldado se Habait, todos vestidos com roupas de festa foram para o
aproximava de um judeu, este fingia estar jogando o se- Beit Hamikdash. Iehuda Hamakabi preparou a menora
vivon para disfarçar e não ser descoberto. Em toda a terra de ouro e, quando foi procurar o óleo para acendê-la,
de Israel, já se sabia das ordens do Monarca Antiochos. não o encontrou. Todos ficaram muito tristes, pois sa-
Em uma pequena aldeia chamada Modiin, os mora- biam que, para fazer mais óleo, demorariam muitos dias.
dores eram agricultores e cuidavam de seus campos e Não se conformaram e procuraram, procuraram, até que
colheitas. Era ali que vivia Matitiahu Hachashmonai, encontraram um kad pequeno de óleo, mas não ficaram
e seus cinco filhos: Iochanan, Shimon, Iehuda, Eleazar totalmente felizes, pois o óleo só duraria um dia. E ainda
e Ionathan. Matitiahu era o homem mais velho, mais precisariam de 7 dias para produzir o novo óleo.
sábio e o mais respeitado na cidade de Modiin. Um dia, Então, aconteceu o milagre! Todos os dias, o jarro de
a paz de Modiin foi quebrada, quando alguns soldados óleo se enchia sozinho, durando assim, oito dias e, du-
gregos chegaram e colocaram a estátua de um ídolo e rante estes dias, conseguiram produzir mais óleo. Desde
um porco no meio da praça e proclamaram as ordens então, a partir de 25 de kislev, comemoramos a vitória
do Rei Antiochos: “Todo judeu precisa converter-se!”, “É dos corajosos Makabim durante oito dias. Mesmo sendo
proibido estudar a Tora!”, “É proibido aos judeus res- poucos contra um batalhão de gregos, venceram, fazen-
peitar o Shabat!”, “E todos devem curvar-se diante da do assim com que todo judeu pudesse continuar a seguir
estátua do deus grego!” Um soldado disse: “Ordeno que sua religião.
todos se curvem diante da estátua, agora!”
9
História resumida e adaptada para a idade de 3 a 6 anos. Para a idade de 3 anos, a professora deverá adequar a história de acordo com o grupo.
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O sevivon que não queria girar
O dia amanheceu e, com ele, um monte de coisas se queixe tanto assim, afinal de contas, sua vida não é
também despertou. O sevivon também acordou, pois já das piores, todos têm seus problemas, mas nada é mais
estava dormindo há bastante tempo: “Ah! Puxa a vida!” importante do que a festa de Chanuka.”
disse o sevivon, “Dormi bastante, também, pudera! A fes- Finalmente, a noite de Chanuka chegou. A chanukia
ta de Chanuka foi há quase um ano atrás. Mas logo estava toda orgulhosa no parapeito da janela. A vela so-
logo, Chanuka vai chegar de novo e, aí, terei novamente bre ela estava toda orgulhosa, já de cabeça erguida para
muito trabalho. Pessoal, acorda! A festa de Chanuka está ser acesa. As levivot estavam quentes, esperando para se-
chegando e temos que nos aprontar.” rem comidas sobre a mesa. As sufganiot estavam cheias
As personagens acordaram espreguiçando-se. Um por de creme, também esperando para serem saboreadas. O
um, se vão apresentando, arrumando-se e limpando-se, kad estava brilhando sobre a mesa enfeitando-a. A mãe
limpam os olhos e perguntam o que foi que aconteceu: fez a bracha, e todos disseram: “Amen.” A mãe desejou
“Está chegando a festa de Chanuka, temos que nos a todos “Chag Sameach!”, e entoaram todos as canções
preparar”, disse o sevivon, “Olhem como estou cheio de de Chanuka.
poeira, tenho que me limpar.” O sevivon soprou, limpou A menina pegou o sevivon e o girou pelo cabinho.
as quatro letras, deu uma voltinha e viu que ficou mais “Vejam só! Este sevivon não está girando!”, disse ela, “Al-
bonito e arrumado. guma coisa deve estar errada!”
Só que estava triste. Olhando para seu corpo, pensou... A mãe pediu para experimentar, mas o sevivon não
Essas letrinhas... de que adianta tê-las à minha volta, se girava e sempre caía...
ninguém nem sabe o que querem dizer... Nem tenho A chanukia pediu ao sevivon: “Levante-se e gire, é
vontade de rodar nesta festa de Chanuka. Chag HaChanuka!”
Todos a uma só voz se espantaram: O sevivon retrucou: “Não quero, não vou girar.”
“O quê? Você não vai girar em Chanuka? O que fare- A batata: “Por favor, sevivon, veja se muda de idéia!”
mos sem você?” Todos os objetos juntos: “Gira, gira, gira.”
“Não me importa, não vou girar de jeito algum...”, dis- O sevivon: “Não, não e não. Não quero e pronto!”
se o sevivon. “Que tal se lhes torcessem o cabinho? Como A mãe pegou o sevivon e o examinou: “Acho que já
vocês se sentiriam se os fizessem girar em torno do seu descobri o que há de errado com este sevivon. Olhe!
próprio nariz, sim... ficando tonto, tonto, até cair?” Você está vendo estas letras nos lados do sevivon? Você
A chanukia exaltada respondeu: “Ah é? E o que você sabe o que elas significam?”
tem a dizer de mim que tenho velas quentes derretendo A menina: “Não, não sei não, conta para mim?”
sobre mim, esquentando-me e sujando-me com cera der- A mãe: “ Esta é a letra nun, que significa nes, milagre,
retida? Se alguém tem motivos para queixas, este alguém esta é a guimel, de gadol, grande; esta é a hei, de haia,
sou eu...” aconteceu; e este é o shin, de sham, lá – todas juntas
“Quem tem motivos para queixas sou eu. Sou a batata, querem dizer nes gadol haia sham - um grande milagre
descascada, batida, ralada e mexida até virar bolinhos, as aconteceu lá.”
levivot de Chanuka. Mas vale a pena, pois é para a festa O sevivon: “Um milagre! Eu represento um milagre!” E
de Chanuka.” começou a girar devagarzinho.
“Imaginem só vocês - sou a sufgania, a mim, abrem no A menina animou o sevivon: “Vamos lá sevivon, gire
meio, enchem-me de creme e fico toda lambuzada. Não bem bonito...”
é fácil, mas para a festa de Chanuka vale a pena...” O sevivon deu uma volta, e mais uma volta e deu um
“Não é fácil ser ner de Chanuka, também me acendem grande pulo.
e me derreto de tanto calor. Mas tudo vale a pena, pois Ele era o sevivon mais feliz do mundo, girava e girava,
é Chanuka...” saltitando ao redor das crianças.
“E em mim, colocam o óleo quente e aí fico todo ole- Todos os objetos se juntaram em volta do sevivon e
oso, tendo que ficar durante toda a festa de Chanuka começaram a girar com ele...
sem tomar banho... mas, se é para a festa de Chanuka, E juntos cantaram e dançaram e desejaram um alegre
vale a pena...” e feliz Chanuka.
“Está vendo sevivon, não vejo motivos para que você
CHANUKA 81
A chanukia do vovô
I. Gutman
Rami e Ruth têm uma bela chanukia em casa. A cha- nha Ruth, vamos limpar a chanukia e fazê-la brilhar.”
nukia já tem muitos anos, é uma chanukia feita de cobre. As crianças limparam e esfregaram a chanukia muito
- Papai, Rami perguntou, de onde temos esta cha- bem; lustraram até que ela brilhasse como a luz do sol,
nukia? Quem a deu para nós? quase como o ouro. As crianças ficaram muito felizes por
- Esta chanukia, o avô de vocês me deu quando eu era conseguirem obter tamanho sucesso em seu trabalho.
um garoto. O vovô contou, que esta chanukia foi feita Na primeira noite de Chanuka, o pai chegou em casa,
há cem anos e talvez até mais. Meu próprio avô acendeu e viu, de repente, que no patamar da escada, a velha cha-
nela, as nerot de Chanuka. nukia de seu avô estava reluzindo. E ficou feliz, muito feliz.
O pai de Rami disse ainda:”Vocês também, crianças, Deu um beijo em Rami, deu um beijo em Ruth e falou:
meus netos também irão cuidar da chanukia, desta cha- - Obrigado crianças, vocês fizeram muito bem!
nukia antiga, e nela acenderão as nerot de Chanuka. Quem dera que o vovô pudesse ver como vocês lustra-
Antes da festa de Chanuka, Rami chamou Ruth: “Ve- ram bem a chanukia, ele também ficaria muito feliz.
6. Brachot e psukim
Baruch Ata Ad-nai Elokenu Melech Haolam
Asher kidshanu bemitzvotav vetzivanu
lehadlik ner shel Chanuka.
Bendito sejas o Senhor, ó Eterno nosso D’us, Rei do Universo,
Que nos santificou com seus mandamentos e nos ordenou
acender a vela de Chanuka.
Maoz tzur ieshuati, lecha nae leshabeach, tikon beit tefilati, vesham toda nezabeach
Leet tachin matbeach, mitzar hamnabeach
Az egmor beshir mizmor Chanukat hamizbeach.
Ó Rocha inabalável, fonte do meu socorro, ao Senhor é bom louvar. Estabelece a casa das minhas
orações, para que ali Lhe ofereçamos nossa gratidão. Na época em que apagar os vestígios do inimigo
impetuoso, jubilaremos, em hino, proclamando a restauração do Seu altar.
82
Hanerot halalu anu madlikim al hanissim
veal haniflaot veal hatshuot veal hamilchamot
sheassita laavotenu baiamim hahem bazman haze,
al iedei kohanecha hakdoshim;
vechol shmonat iemei Chanuka
hanerot halalu kodesh hem,
veein lanu reshut lehishtamesh bahem,
ela lirotam bilvad, kdei lehodot ulehalel leshimcha hagadol
al nissecha veal niflotecha veal ieshuatecha.
Estas velas nós acendemos por causa dos milagres, maravilhas, salvações e guerras, que fez aos
nossos antepassados, naqueles dias, nestes tempos, pelas mãos dos Seus santos sacerdotes. Por
isso, estas velas são sagradas todos os oito dias de Chanuka; não estamos nós autorizados a fazer
qualquer outro uso delas senão o de apreciá-las, a fim de que possamos oferecer agradecimentos
a Seu nome por Seus milagres, obras maravilhosas e salvação.
CHAG SAMEACH!
Canções e poemas
• Anu Nossim Lapidim • Levivot bevakasha, L. Naor
• Banu choshech legaresh, S. Tanahi • Lichvod HaChanuka
• Kad katan, A. Ashman • Maoz tzur ieshuati
• Chanuka chag iafe kol kach • Mi imalel
• Chanukia li iesh, S. Gluzman • Mistovev hasevivon
• Chanuka song, I have a little dreidel • Ner li, L. Kipnis
• Hanerot halalu • Sevivon katan
• Hava narima, L. Kipnis • Sevivon, sov sov sov
• Iemei HaChanuka • Sheket sheket, E. Harussi
• Sipur Hasevivon
CHANUKA 83
Sugestão de sites
http://www.education.gov.il/preschool
http://www.chaguim.org.il/chanukkah.html
http://www.bluemountain.com/
http://Chanuka.com
http://galim.org.il/holidays/Chanuka
http://www.Chanukah97.com
http://www.chabad-lubavitch.com/lights/
http://www.holidaynotes.com
http://www.greetme.com
http://www.draydelhouse.com
http://rats2u.com/christmas/hanukkah_index.htm
http://holidays.bfn.org/xmas/Chanuka.html
http://jajz-ed.org.il/ivrit/hanuka/index.htm
http://www.jajz-ed.org.ul/festivals/hanuka/index.htm
http://aish.com/holidays/Chanukah/
http://www.vjholidays.com/Chanukah/
http://www.geocities.com/Heartland/7997/Hanukkah.htm
http://www.angelfire.com/ma/1stGrade/pageh.html
http://www.geocities.com/enchantedforest/dell/7376/
Bibliografia
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Israel. Tochnit misgueret legan haieladim guilaei 3-6. Misrad Hachinuch
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Chaguei Israel Umoadav. Israel
Gan ieladim beavodato. Israel
“Lama Chanuka” Sefer HaChanuka, al pi Sefer HaChashmonaim. Israel
Maagal Hashana.
Madrich tochnit haavoda laguil harach. Israel
Almanaque do Tzivot Hashem.
Around the Jewish Calendar.
Holiday Greatest Songs. Shirei Chanuka
Integrating the Multiple Intelligence Theory into a Judaic Curriculum.
Jewish Holiday Crafts, Arts & Crafts.
The Jewish Holiday Card Game.
84
Tu Bishvat
Crianças e árvores
crescendo juntas
Fontes
…beechad bishvat Rosh Hashana lailan kedivrei Beit Shamai, Beit Hilel omrim bechamisha assar ba…
… No primeiro dia de shvat, comemora-se o Rosh Hashana da árvore, de acordo com Beit Shamai, e no
dia quinze, de acordo com Beit Hilel…
(Mishna Massechet Rosh Hashana perek alef, mishna alef)
85
Descrição da festa
* Tu Bishvat é, em Israel, o “aniversário” oficial das árvores, comemorado no décimo quinto dia do mês de shvat. A
data do ano novo das árvores foi designada por chachamenu (nossos sábios) de Israel em Tu Bishvat, seguindo sua
observação à natureza. Após observar o clima e sua influência sobre a natureza, repararam que, em Israel, no mês de
shvat, chovia o maior volume, comparando à quantidade do ano inteiro, e que, nesta época, as árvores, tendo absorvido
a água das chuvas do ano anterior, começariam novamente a florescer e a dar frutos.
Tu Bishvat é considerado o início do ano das árvores, pois é o ponto médio do inverno em Israel: a força do frio dimi-
nui, a maioria das chuvas do ano já caiu e a seiva das árvores começa a subir. Como resultado, os frutos começam a se
formar. A fruta que já estava madura antes de Tu Bishvat foi nutrida na estação chuvosa anterior.
O cálculo dos anos de uma árvore é necessário para a realização das diversas mitzvot da Tora:
maasrot – o dízimo dos frutos de cada ano;
orlo – proibição de comer frutas de árvores nos três primeiros anos;
revai – redenção dos frutos no quarto ano;
shmita – o ano sabático.
Este dia possui um significado especial, pois o ser humano é comparado à árvore, conforme escrito na Tora: “Pois o
homem é como uma árvore no campo”.
A árvore está constantemente crescendo e, assim, devemos nós também crescer; a árvore produz frutos e, assim, de-
vemos também produzir frutos. Em Tu Bishvat, devemos renovar nosso crescimento pessoal, assim como as árvores que
começam a retirar umidade da terra:
raiz = em conexão à
fonte = fé
tronco, corpo principal = estudo e cumprimento da Tora
fruto, o resultado = influência positiva.
Em Israel
Atualmente, no dia quinze do mês de shvat, celebra-se
Tu Bishvat, o ano novo das árvores, plantando árvores
e comendo frutas típicas e tradicionais de Israel, eviden-
ciando a ligação íntima do povo judeu com a sua terra e
seu profundo amor às árvores.
Com o começo do re-assentamento em Israel, esta
festividade tornou-se a festa do plantio da árvore, que
simboliza a vontade do povo de se enraizar em sua terra.
Daí por diante, o plantio de árvores ficou sendo o motivo
central desta festividade. Como o plantio de árvores, em
volta da maioria das escolas, já se completou, esta festi-
vidade recebeu um significado adicional, comemorando,
também, o Dia da Preservação à Natureza, realizando o
costume de sair e passear na natureza.
Israel é um dos poucos países que, neste começo do
século 21, tem mais árvores do que no princípio do sé-
culo passado. Desde que foi plantada a primeira árvore
no Bosque Ben Shemen, em 1908, os bosques cumpriram
muitas funções na história de Israel. Primeiro, e sobretu-
do, cuidar das terras nacionais, proporcionando ocupa-
ção a milhares de novos imigrantes que trabalharam em
obras de reflorestamento. Consequentemente, o bosque
e a árvore, passaram a simbolizar a volta à Terra de Is-
rael.
A partir de 1949, após o surgimento do Estado de Is-
rael, a Knesset - Parlamento de Israel também comemora
seu aniversário neste dia.
86
Mensagens das escolas
Homens e plantas
O homem é como a árvore que as outras plantas. Esta é uma qualidade que nós, hu-
Tu Bishvat é o Ano Novo das Árvores, uma festa come- manos, devemos procurar imitar. Embora o crescimento
morada com o cumprimento de vários costumes. Cha- físico possa cessar, devemos lutar por continuar a crescer
chamenu os associam à frase: “O homem é como a ár- intelectual e espiritualmente, sem parar de desenvolver
vore do campo”, pois a analogia entre árvore e homem é o potencial humano.
tão fundamental para nossa personalidade, que os seres
humanos celebram o Ano Novo das Árvores. Enraizado na fonte
Há aspectos básicos em uma árvore: raízes, tronco, O potencial de crescimento das plantas é caracte-
galhos, folhas e frutos. As raízes não são visíveis. Entre- rizado por uma qualidade única. Embora uma planta
tanto, são elas que sustentam a estrutura da árvore e lhe continuamente cresça para o alto, sempre permanece
permitem suportar fortes ventos. Pelas raízes, a árvore ligada à sua fonte de alimento, o solo. Em oposição
retira a maior parte de sua nutrição. O tronco e os galhos a animais e humanos, que se movem livremente para
representam a porção maior da árvore; são a parte, onde que vicejem e floresçam, as plantas devem continuar
o crescimento é refletido e são aquilo que faz a árvore firmemente enraizadas.
atraente a quem a vê. Contudo, não são o propósito su- Este conceito também pode servir como analogia ao
premo da árvore. O propósito máximo da árvore é seu desenvolvimento pessoal. A fonte de um judeu é a he-
fruto, pois é o fruto que beneficia o outro e contém as rança da Tora e, como acima mencionado, as raízes são
sementes que provêem as espécies com potencial para uma analogia para o potencial de fé. À medida que cres-
posteridade. cemos e nos desenvolvemos como indivíduos, é exigido
Possuímos uma símile para cada um destes aspectos que muitos de nós passem grande parte do tempo em
em nossa personalidade. As raízes representam o poten- ocupações e preocupações além da esfera imediata da
cial de fé, qualidade espiritual que liga o homem a D’us, Tora. Quando podemos florescer em tais situações? Ape-
a fonte de sua nutrição. À medida que alguém cresce nas quando a fé nos mantém firmemente enraizados na
e se desenvolve espiritualmente, continuamente conta herança da Tora.
com seus fortes laços de fé como apoio. O tronco, os Há uma outra dimensão significativa sobre o cresci-
galhos e as folhas representam o estudo da Tora e a ex- mento das árvores. Ao contrário de outras plantas, as
pressão dos valores judaicos na conduta diária. Estes são árvores vicejam por todo o ano. Não apenas são capazes
os meios que permitem a alguém crescer e desenvolver. de suportar diferentes estações e mudanças climáticas,
E são estas atividades que lhe geram beleza interior e o como também crescem o tempo todo. Esta é também
tornam atraente aos outros. uma lição que pode ser aplicada à nossa vida. Deve-
A realização suprema da pessoa, contudo, são seus mos procurar ver cada situação como tendo o potencial
frutos, seu desenvolvimento com os outros: primeiro e de contribuir para o crescimento e tentar desenvolver a
acima de tudo, com sua própria família, as sementes que flexibilidade interna, que nos permite responder positi-
planta, mas também com quem vive a seu redor. Por vamente a transições e mudanças.
meio destes esforços, uma árvore gera outra; uma pes-
soa é capaz de inspirar um colega a imitar seu exemplo, Como mudas crescem e vicejam
estabelecer uma base de fé. Tu Bishvat, como outras festas judaicas, possui uma
conexão especial com crianças. São elas que praticam
Crescimento constante o costume de comer os frutos de Tu Bishvat com ale-
Há uma dimensão positiva singular para o crescimento gria e entusiasmo. Aqui também há uma lição aplicável
potencial das plantas. Em oposição aos animais ou hu- à nossa vida. Assim como uma pequena melhoria numa
manos, cujo crescimento físico cessa a uma determinada muda produz uma grande melhoria na planta, que sub-
idade, as plantas crescem continuamente; sua vida e cres- seqüentemente cresce dela, da mesma forma, uma pe-
cimento são intrinsecamente relacionados. Em particular, quena melhoria na educação das crianças as afeta por
tal qualidade se relaciona às árvores, pois dentro do rei- toda a vida.
no vegetal são elas que crescem altaneiras em direção (Texto extraído do Chabad News nº 230, adaptado de
ao céu, exibindo o potencial de crescimento muito mais Likutei Sichot, vol. XVII) – Gani TT
TU BISHVAT 87
Nomes da festa
O significado do nome Tu Bishvat, na junção das letras
( טtet) e (וvav), que têm valor numérico 9 e 6, respectiva-
mente, totalizando 15, e ( בשבטBishvat), que significa,
“no mês de shvat”. Daí, a comemoração acontecer no dia
15 do mês de shvat.
Conceitos importantes
• etz: árvore
• shoresh: raiz
• gueza: tronco
• anaf(im): galho(s)
• ale/im: folha(s)
• pri/perot: fruto/a(s)
• perach/prachim: flor(es)
• garin(im): grão(s)
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Símbolos e motivos, usos e costumes
Tu Bishvat é celebrada, saboreando frutos. Costuma-se apreciar várias espécies de frutas, algumas da nova estação,
para poder recitar a bracha de shehechianu. É costume comer, especificamente, dos frutos pelos quais Eretz Israel é
enaltecida: os shivat haminim.
A celebração cabalística de Tu Bishvat, originária de Tzfat, toma a forma de um seder1, similar ao seder de Pessach.
Certas frutas são ingeridas numa dada ordem.
Segue abaixo a proposta de um guia para o seder de Tu Bishvat:
1- Prepare uma mesa festiva com toalha, velas e flores;
2- Comece servindo bolo ou outro alimento saboroso que leve farinha, recitando a bracha “bore minei mezonot”;
3- Sirva vinho ou suco de uva, após o bolo, com a “bracha bore pri hagafen”;
4- Recite, em seguida, a bracha da fruta, “bore pri haetz”, saboreando, em primeiro lugar, as frutas pelas quais Eretz Isra-
el é enaltecida, ou o fruto de sua preferência, seguidas pelos frutos, conforme a ordem dos 12 primeiros frutos, abaixo:
1. chita (trigo) é a base de sustento, mas demanda trabalho para crescer, ser
colhido e processado. (seora, cevada, embora não incluída neste seder, é uma das
sete espécies pelas quais Israel é abençoada. Usada com freqüência para alimentar
animais, sua designação para o omer2 inspira nossos esforços para subjugar os ins-
tintos animalescos).
2. zait (azeitona) fornece o melhor shemen (óleo) quando o fruto é esmagado. O
azeite flutua sobre outros líquidos.
3. tamar (tâmara) é freqüentemente uma metáfora para a retidão, pois a tamareira
é alta e frutífera. Ademais, a tamareira é resistível à mudança de ventos, assim como
o povo judeu.
4. guefen (uva) pode ser transformada em diferentes tipos de alimentos (passas)
e bebidas (vinho); assim, também, cada judeu tem o potencial de êxito em algum
aspecto de Tora e cumprimento das mitzvot, e pode ser especial à sua maneira.
5. teena (figo) deve ser colhido assim que amadurece, pois logo estraga. Do
mesmo modo, devemos ser rápidos nas mitzvot à mão, antes que a oportunidade
se vá.
6. rimon (romã) tem 613 sementes, coincidente ao número de mitzvot da Tora.
Tente contar! Mesmo o judeu menos cumpridor de mitzvot está repleto de méritos,
assim como uma romã cheia de sementes.
7. etrog (fruta cítrica) é considerado extremamente belo e é importante à época de
Sukot. O etrog permanece na árvore durante todo o ano, beneficiando-se de todas as
estações, ensinando que o judeu deve ser judeu durante o ano todo.
8. tapuach (maçã) leva 50 dias para amadurecer. Também os judeus amadure-
ceram durante os 50 dias entre Pessach e Shavuot. Assim como a macieira produz
frutos antes das folhas, assim os judeus cumprem mitzvot, sem o pré-requisito da
compreensão, como disseram na outorga da Tora: naasse venishma (“faremos” e,
depois, “entenderemos, escutaremos”).
9. egoz (noz) divide-se em quatro partes, correspondentes às letras do tetragrama
(do nome de D’us) e às quatro “rodas da Carruagem Divina”3. Como as nozes têm
duas cascas, uma dura, outra mole, que devem ser removidas, assim também deve-
mos sofrer a circuncisão física e espiritual.
10. shaked/shkedia (amêndoa) significa entusiasmo em servir a D’us, pois a amen-
doeira é sempre a primeira a florescer. É por isso que o cajado de Aharon fez brotar
especificamente amêndoas.
11. charuv/im (alfarroba) demora mais para crescer do que qualquer outra fruta.
Lembra-nos da necessidade de investirmos muitos anos no estudo da Tora, para
alcançarmos entendimento claro e valioso.
12. agas/sim (pera(s)) de diferentes cepas ainda mantêm muita afinidade. Ensina-
nos a importância da união.
1
Seder; literalmente ordem. No contexto, refere-se a uma refeição, que segue determinada ordem de cumprimento de mitzvot.
2
Omer, contagem para a colheita.
3
Carruagem Divina refere-se ao relato bíblico sobre o profeta Ezequiel.
TU BISHVAT 89
*Mitzvat Hanetia ção da natureza. A Tora proíbe que se cortem árvores,
O plantio de árvores, mitzvat hanetia, é a primeira mesmo no intuito de sitiar uma cidade.
mitzva ordenada a bnei Israel, ao chegarem a Eretz Cnaan.
*Mitzva bal tashchit
*Shmira al pri A proibição de destruir, bal tashchit se estende, inclu-
A mitzva de proteger o fruto, shmira al pri, ao mesmo sive a rasgar, queimar roupas, quebrar qualquer objeto
tempo que proíbe arrancar ou destruir árvores, também sem necessidade, com a intenção de evitar o desperdício.
proíbe abandoná-las até que sequem. Essa mitzva tem, por finalidade, refinar nossa alma, no
sentido de valorizar o que é bom e útil e, assim, afastar a
*Mitzva lo taase maldade e o estrago. É este o caminho dos justos: amar,
O mandamento proibitivo, mitzva lo taasse, nº 529 es- conseguir a paz, usufruir tudo o que Hashem criou. En-
tabelece que “Não destruirá árvores frutíferas”, em pa- tristecem-se com a perda de algo mínimo, empregam
rashat Shoftim, cap. 20, versículos 19-20, sobre preserva- todos os seus esforços para salvá-lo do desperdício.4
De 3 a 4 anos, as crianças já podem identificar a festi- árvore, suas partes e características, e valores como
vidade, e dar-lhe o nome usual e freqüente, Tu Bishvat. a importância do cuidado com a árvore.
Além disto, por meio de vivências baseadas no jogo e na * Nesta faixa etária, a criança já pode conhecer as mitzvot
brincadeira, as crianças poderão conhecer os símbolos básicas e seus conceitos: seudat Tu Bishvat, o plantio,
do chag: shivat haminim (7 espécies: chita; seora; gue- aprender que há e quais são as brachot anteriores aos
fen; teena; rimon; zait; tamar), diferentes tipos de árvo- alimentos; a bracha “bore pri haetz” e a importância do
res e frutas. Partes da árvore: raiz, tronco, galhos, folhas, cuidado com as plantas.
fruto, e cuidados com as plantas. Alguns costumes carac- De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a
terísticos da festa de Tu Bishvat, poderão ser vivenciados criança vai acumulando, ela passa a compreender mais
pelo olfato, observação, comparação de forma, tamanho, profundamente o significado de costumes e símbolos re-
cor e degustação de frutas; observação de árvores em levantes, que são de valor para o povo judeu. Revela
diferentes fontes. curiosidade em conhecer a história da festa e seu signi-
ficado, inclusive as origens das idéias ligadas à festivida-
* Nesta faixa etária, a festa poderá ser trabalhada de de. Outros aspectos que se podem abordar com crianças
maneira exploratória e concreta adequada à idade. Dá-se nesta faixa etária são: o histórico e seu significado, os va-
o início o conhecimento da mitzva de seudat Tu Bishvat, lores morais e nacionais ligados ao chag, os nomes espe-
as brachot anteriores aos alimentos e a “bracha al pri ciais do chag. Além do nome usual da festa, Tu Bishvat
haetz”. e seu significado, pode-se usar o nome especial, Rosh
De 4 a 5 anos, quando a criança já manifesta Hashana Lailanot, explicando a importância da árvore e
compreensão mais intuitiva, e não somente concre- do bosque para o homem e para a natureza. É adequado,
ta, seus conhecimentos de costumes e símbolos se também, conversar sobre os costumes aceitos pela co-
vão ampliando, assim como se vão ampliando os munidade e pelo povo e seus significados, como p. ex.,
ambientes de vivência: em casa, na escola, na co- plantar árvores, enfatizando a importância destas para o
munidade. Nesta época, a criança já pode entender homem, sua vida, para a paisagem, além de incentivar
a festa de Tu Bishvat e seu significado, contados em atividades agrícolas relevantes.
linguagem simples, além de poder compreender
mais facilmente certos valores sociais, como cuida- * Nesta faixa etária, a criança já compreende o sig-
dos com as árvores e com alimentos, não os des- nificado das mitzvot e, além das mitzvot de seudat
perdiçando. A criança pode aprender os nomes adi- Tu Bishvat, realizam-se as mitzvot ligadas com Eretz
cionais de Tu Bishvat: Rosh Hashana Lailanot e seu Israel: a mitzva do plantio, e os cuidados com as
contexto, além dos símbolos e costumes e seus sig- plantas (shmira al pri), maasser, orla, revia, shmita.
nificados, vivenciados pela família e pelo ambiente Nesta fase, a criança já pode conhecer as brachot
próximo. Além dos nomes das frutas, as crianças já anteriores aos alimentos e a ordem em que devem
podem conhecer suas características, assim como a ser recitadas, além dos shivat haminim.
4
Sefer Hachinuch (Livro da Educação).
90
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Tu Bishvat
TU BISHVAT 91
Mitzva de maasser Atividades planejadas
Conteúdos:
conhecimento da mitzva pela vivência.
em torno de habilidades
Objetivos potenciais:
Habilidades
pelo manuseio com massa de modelar, as crianças terão opor-
• percepção gustativa: experimentar frutas
tunidade de trabalhar com a contagem e entender a mitzva de
• percepção olfativa: sentir os diferentes cheiros de frutas e/ ou flores
maasser.
• percepção visual: cores e formas distintas de flores e frutos
Descrição:
• percepção tátil: texturas diferentes de folhas e flores, terra seca,
as crianças confeccionarão frutas e formarão grupos de 10 em 10,
terra úmida
retirando o maasser (originalmente, o maasser deve ser queimado,
• classificação (plantas, flores, frutos)
cabe a cada escola decidir se oferece ou não esta experiência).
• seqüência lógica (crescimento da árvore)
Materiais e recursos:
• contagem (grãos, sementes, pétalas)
massa para modelar (que poderá ser substituída por papel, massa
• ampliação do vocabulário.
de farinha ou frutas de verdade, entre outros).
Atividades
Atividades com a família e amigos • gustativa: tomar frutas dos shivat haminim, para experimentá-las
individualmente; depois, montar salada de fruta.
Cesta de Tu Bishvat • olfativa: ter em mãos diferentes folhas e flores - para perceber
Conteúdos: se têm cheiros iguais ou diferentes, se são bons ou ruins; se se as-
convidar pais e pedir que tragam uma fruta de casca dura como semelham a outros cheiros, aromas, perfumes, e diferentes frutas,
maracujá, grapefruit, melão ou moranga/abóbora para, juntamente para perceber se têm ou não cheiro.
com seus filhos, montarem uma cesta de Tu Bishvat. • visual: selecionar plantas iguais por seu formato; selecionar flo-
Objetivos potenciais: res iguais pela cor.
pais e filhos trabalharem juntos. • tátil: sentir folhas e flores, e selecioná-las pelo aspecto espesso,
Descrição: espinhoso ou macio. Compará-las com outros objetos como algo-
(1) mostrar a maneira de cortar as frutas para que fiquem em dão e lixa, entre outros.
formato de cesta: cortar apenas 2 abas laterais deixando o centro • classificação: juntar todos os elementos e pedir para que sepa-
como alça; (2) Cavar, retirando a polpa, separando para ser usada rem por cores, textura, espessura e forma.
posteriormente como suco, salada de fruta ou doce com a moran- • seqüência lógica: observar o plantio, crescimento e desenvolvi-
ga; (3) Secar bem a parte interna, revestir com papel filme. Todos mento das plantas, descrever a seqüência lógica, por desenhos,
receberão cravo, canela, flores naturais ou artificiais, pequenos jogos ou até dramatização com o corpo.
enfeites usados em decoração, e frutas secas dos shivat haminim, • contagem: separar grãos e sementes, montando gráfico que marque
para decorarem e montarem a cesta que levarão para casa. quantos há em cada pote, em qual há mais, menos ou igual quantida-
de. A cada acréscimo de grãos ou sementes, completar o gráfico.
• ampliação do vocabulário: por histórias e jogos.
92
Registro de projetos
TU BISHVAT 93
Anexos
1. Sugestões de imagens para construir jogos
• etz,etzim - árvore/s
• shkedia porachat - amendoeira florescendo
• crianças plantando
• instrumentos ligados ao plantio
Tâmaras recheadas
Ingredientes Modo de Fazer
Biscoitos de Tu Bishvat
Ingredientes Modo de Fazer
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(k) desenhar nas próprias folhas, ou em papel colocado sobre elas, para (o) enfiar folhas secas em um fio e enfeitar a classe;
conseguir extrair a textura; (p) construir jogos de memória, com as folhas secas coladas em papel e
(l) pintar as folhas e imprimi-las em papel ou tecido; plastificadas;
(m) criar esculturas com partes da árvore e palitos (árvores, animais, veículos, (q) contar a história desde que saímos da escola, registrar as várias paradas
entre outros); e atividades que fizemos, e resumir este encontro especial – um encontro
(n) montar móbiles para enfeitar a classe; frutífero com a árvore.
4. Histórias de Tu Bishvat
Era uma vez um saco, transparente, leve como uma - Toc-toc-toc, quem está aí neste saquinho?
pena, que foi levado pelo vento por uma janela aberta, e - Eu, a amêndoa-dourada!
foi cair sobre a terra, perto de uma parreira. Aproximou- - Eu, a tâmara-ruivinha!
se dele, uma amêndoa amarelada, dourada, e bateu! - E eu, o tamarindo-espigado. E você, quem é?
- Toc-toc-toc, quem está aí neste saquinho? - Sou Sr. Figo-Gargarejo; posso entrar?
Nenhum ruído se ouviu lá de dentro. A amêndoa, rapi- - Mas é claro, seja bem vindo. E o figo pulou para
damente, pulou para dentro do saquinho. dentro do saquinho.
Veio a tâmara, ruivinha, bateu e disse: Veio a laranja, fruta de classe, rolando que nem uma
- Toc-toc-toc! Quem está aí no saquinho? bola.
- Sou eu, amêndoa-dourada; e você, quem é? - Toc-toc-toc, quem está aí neste saquinho?
- Sou a tâmara-ruivinha, posso entrar? - Eu, a amêndoa-dourada!
- Mas é claro, seja bem vinda. E a tâmara pulou para - Eu, a tâmara-ruivinha!
dentro do saquinho. - Eu, o tamarindo-espigado!
Veio um tamarindo, alto e magro e, com voz trêmula, - Eu, Sr. Figo-Gargarejo! E você, quem é?
gritou: - Sou a laranja, fruta de classe, posso entrar?
- Toc-toc-toc! Toc-toc-toc! Quem está aí no saquinho? - Mas é claro, seja bem vinda.
- Eu, a amêndoa-dourada! E a laranja pulou para dentro, enchendo todo o saquinho.
- E eu, a tâmara-ruivinha! E você, quem é? O pequeno Gadi levantou bem cedinho, para cum-
- Sou o tamarindo-espigado; posso entrar? primentar as árvores, pois era Tu Bishvat. Gadi achou
- Mas é claro, seja bem vindo. E o tamarindo pulou o saquinho de frutas, com todas as frutas juntinhas, e
para dentro do saquinho. ficou muito contente. Tomou o saquinho e o levou para
Um senhor, aproximando-se elegantemente, o Sr. Figo- a escola, para comemorar Tu Bishvat, junto com os ami-
Gargarejo, bateu e disse: guinhos, como fizeram as frutas no saquinho.
Tamar e os savionim
Tamar e savionim (sendo este último o nome de uma do-a diariamente. Noutro dia, quando foi procurá-la,
flor), A Semente de Rabanete e Pinheiro Insatisfeito são viu que a flor tinha desaparecido. Mas que surpresa!
contos traduzidos e adaptados do livro: Tzarfati, M. & Em seu lugar, apareceu, no caule da flor, uma “cabeça
Michlalon Niv Tzion, Tchanim Upeiluiot Lechag HaCha- branca como a de um vovô”. Estas eram as sementes
nuka veTu Bishvat, Israel 2002. da flor. Tamar assoprou, espalhando todas as semen-
Esta é a história de uma menina chamada Tamar, tes. No ano seguinte, logo após as primeiras chuvas,
que se mudou para um novo lugar, e não tinha muitos floresceram muitas flores, que Tamar chamou de sa-
amiguinhos, pois ainda não sabia falar muito bem a vionim (palavra derivada de saba, vovô), pois eram
língua deste novo lugar. Certo dia, Tamar foi brincar parecidas com a cabeça branca do vovô. Ela ficou
no pátio de sua casa e aí encontrou uma flor amarela. muito feliz, pois ganhou muitas ‘amiguinhas’ e não se
Contente com o achado, Tamar cuidou da flor, regan- sentiu mais tão sozinha.
A Semente de Rabanete
Um menino pequeno, semeou uma semente de raba- Qual não foi a surpresa quando foi nascendo e cres-
nete, e todo dia ia regá-las. Ninguém em casa acreditou cendo um lindo rabanete, que ficou tão grande que o
que iria crescer alguma coisa, nem o pai, nem a mãe e menino, teve que pedira a ajuda do seu irmão, de sua
nem os irmãos, mas mesmo assim o menino continuou a mãe e de seu pai para colhê-lo. Todos comeram uma
cuidar e a regar a semente diariamente. deliciosa salada de rabanete.
TU BISHVAT 95
O Pinheiro Insatisfeito
Certo pinheiro vivia muito descontente, pois tinha mui- primeiro rebanho que passou, comeu todas as folhas,
ta inveja das folhas das outras árvores. Chorava muito e sem deixar ao menos uma.
implorava, pedia tanto, que seu pedidos eram atendidos. Assim, finalmente o pinheiro entendeu que as suas fo-
Uma vez, pediu folhas de ouro, mas logo vieram la- lhas, finas e pontiagudas eram as que mais lhe ajudavam
drões e lhe roubaram todas as folhas; depois pediu fo- a se defender de todos os perigos, e deste momento em
lhas de vidro, mas na primeira ventania, todas as folhas diante, começou a achá-las muito bonitas e úteis, e não
se quebraram; pediu folhas tenras e deliciosas, mas o quis trocá-las por outras.
5
Obs.: Adriano foi o Imperador de Roma, entre os anos 117 e 138. Viveu há mais de 1800 anos.
96
5. Brachot e psukim
Baruch Ata Ad-nai Elokenu Melech haolam shehechianu vekiimanu vehiguianu lazman haze.
Bendito seja o Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, Que nos deu vida, nos manteve e nos fez chegar até estes tempos.
Baruch Ata Ad-nai Elokenu Melech haolam hamotzi lechem min haaretz.
Bendito seja o Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, Que faz brotar pão da terra.
Canções e poemas
• Chag haiom lagan
• Kach shotlim shatil
• Haetz
• Kol hagan lavash lavan
• Hashkedia porachat
• Shir hashtil
• Kach holchim hashotlim
• Tu Bishvat higuia
TU BISHVAT 97
Sugestão de sites
http://www.galim .org.il/tubishvat
http://www.ort.org.il/year/2bshvat
http://www.brosh-music.co.il
http://www.123greetings.com
http://www.kosher.co.il/times/hebrew
http://www.jewishfamily.com
http://www.aish.com/holidays
http://www.chagim .org.il
http://www.holidays.net/
http://www.jajz-ed.org.il
http://www.galim.org.il/holidays/15shvat
http://www.matar.ac.il/zmanim/previous.asp
http://www.ualberta.ca/~yreshef/tuintro.htm
http://www.ohr.org.il/special/tubshvat/index.htm
http://www.torah.org/learning/yomtov/tubshvat.htm
http://www.learn.jtsa.edu/topics/kids/together/tubshevat/
http://www.akhlah.com/holidays/tubshvat/tu_bshvat.asp
http://www.chabad-lubavitch.com
http://www.ourworld.compuserve.com/homepages/Susieq/2bshvat.htm
Bibliografia
Becker, J. Jewish holiday crafts. A Bonim activity book. N. Y. 1977
Cohen, L. Chag vechaguiga lepeutot. Israel. 1993
Nissim, R. Beshvilei hagan. Tochnit avoda legan haieladim hamamlachti dati, chelek beit.
Misrad Hachinuch Vehatarbut. Israel. 5755
Nissim, R. Gan haieladim beavodato, chelek alef tochnei Shabat umoed. Misrad Hachinuch vehatarbut, Israel. 5737
Tzarfati, M. Tchanim upeiluiot lechag HaChanuka veTu Bishvat. Michlalon Niv Tzion,
Israel, 2002.
Vaadat hachinuch shel haganim hacharidim Bnei Brak. Tu Bishvat ubrachot. Chomer ezer legananot umorot leguil
harach, shvat, 5745.
Zamir, R. Madrich tochnit haavoda leguil harach. Israel. 5748 (1988)
Chabad News nº 230 e 242, Editora Chabad
Lilmod ulelamed, choveret ezer legananot, lamorot leguil harach, chodesh shvat, Chabakuk, Israel
Mafteach lagananot, choveret nº3. Israel
98
Purim
Fontes
Al ken haiehudim hApruzim, haioshvim bearei haprazot, ossim et iom arbaa assar lechodesh adar, simcha umishte
veiom tov; umishloach manot, ish lereehu. Vaichtov Mordechai, et hadvarim haele; vaishlach sfarim el kol haiehudim,
asher bekol medinot hamelech Achashverosh hakrovim veharechokim. Lekaiem aleihem lihiot ossim et iom arbaa assar
lechodesh adar, veet iom chamisha assar bo: bechol shana veshana.
Também os judeus das cidades abertas, que habitavam as cidades sem muralhas, fizeram do dia catorze do mês de
adar, dia de alegria e de banquetes, e dia de festa e de mandarem presentes de alimentos uns aos outros. Mordechai
escreveu isto e enviou cartas a todos os judeus que se encontravam em todas as províncias do Melech Achashverosh, aos
de perto e aos de longe. Ordenou-lhes que comemorassem o dia catorze do mês de Adar, e o dia quinze do mesmo,
todos os anos.
(Meguilat Esther - cap. 9, vers. 19,20,21)
99
Descrição da festa
A história de Purim encontra-se na Meguilat Esther, o livro de Esther, no Tanach. A leitura desta faz parte da tradição
da festa de Purim e pode ser ouvida, em cerimônia festiva, na sinagoga e em demais comemorações coletivas. Esta festa
é celebrada no décimo quarto dia do mês de adar. Não se sabe exatamente a data dos fatos descritos na Meguila. Há,
ainda, a hipótese de ser uma história narrada com elementos típicos do século 5 a E.C. na Pérsia.
* O aspecto religioso
Precede a festa, um dia de jejum, chamado Taanit Esther (Jejum de Esther), como recordação do perigo de vida que
correram os judeus. O traço distintivo do ofício religioso de Purim é a leitura de Meguilat Esther e a oração de agrade-
cimento de Purim, pela milagrosa derrota de Haman. Lê-se, também, o capítulo do Êxodo, que relata a luta contra os
amalequitas, pois Haman é citado como descendente daqueles inimigos de Israel.
Na sinagoga, desenrolamos a Meguila e a dobramos em quatro, imitando a carta que Mordechai enviou a todas as
províncias proclamando, pela primeira vez, a festa de Purim, na Pérsia (Meguilat Esther – cap. 9, 28, vers. 9, 29). A partir
do terceiro capítulo, sempre que se anuncia o nome de Haman, as crianças tocam o raashan em sinal de indignação.
Mordechai convidou os judeus a darem esmola aos pobres e, hoje em dia, na véspera de Purim, isto ainda este costume
ainda é preservado.1
Em Israel
Comemora-se esta festa, realçando a alegria de Pu- Conceitos importantes
rim. As crianças se fantasiam tanto como as personagens
da Meguilat Esther, como outras personagens cômicas,
palhaços e personagens de histórias atuais do universo • oznei Haman: doce típico de Puri
infantil. Promove-se os costumes de enviar mishloach
manot entre as famílias e nas escolas, e de presentear • Purim: Nome da festa, (sorteio(s))
pessoas carentes.
• chag Purim sameach: Feliz festa de Purim!
No jardim-de-infância costuma-se realizar desfiles de
fantasia – a Adloiada, e cada cidade organiza este tipo
• raashan: reco-reco
de evento em sua rua principal que se veste de maneira
festiva especialmente para a comemoração. • Shushan, habira: Shushan, a capital
Nome da festa
Chag Purim
Vem da palavra pur, do hebraico, que significa “sor-
teio”, pois, por sorteio, Haman escolheu o dia em que o
povo judeu seria aniquilado.
1
Adaptação da apostila Vaad Hachinuch Nacional, 1986.
100
Símbolos e motivos, usos e costumes
Raashan Seudat Purim - mishte
É um instrumento sonoro (reco-reco) utilizado na Si- Participar de uma ceia festiva. Faz-se uma refeição que
nagoga durante a leitura da Meguilat Esther. Toda vez deve conter pão e carne (sem recitar o Kidush), para cele-
que o leitor pronuncia o nome de Haman, aquele que brar o espírito da festa de Purim, com familiares e amigos
tramou contra os judeus, o instrumento é tocado. A idéia reunidos. Inicia-se a refeição ainda durante o dia.
deste costume é a de apagar simbolicamente Haman da Como parte das comemorações, bebe-se vinho para
nossa memória, através do barulho dos raashanim. comemorar a vitória da sobrevivência do povo judeu.
Este costume aparece em alguns momentos na Meguila,
Mishloach manot como quando Esther foi coroada rainha e houve uma
É um dos costumes de Purim e está baseado no texto festa regada a vinho.
da Meguilat Ester.
*Uma das mitzvot de Purim, quando enviam-se manot Usar fantasias
(porções) de alimentos como presente aos amigos no Faz parte do espírito da festa usar fantasias, másca-
decorrer do dia de Purim, enfatizando o mérito da união ras ou simplesmente um adereço engraçado, como nariz
e amizade judaica. ou dentes postiços. Em Purim, vale tudo em termos de
fantasias. É costume fantasiar-se em lembrança à trans-
Meguilat Esther formação da aniquilação em salvamento. Atualmente,
O rolo de Esther, com a história de Purim. muitas crianças fantasiam-se de palhaços para simbolizar
*Kriat hameguila: e costume/mitzva ler e/ou ouvir a a alegria da festa.
leitura da Meguilat Esther, contando a história de Purim. A história de Purim nos transporta para um mundo de
Deve-se ouvir atentamente a leitura da Meguila na noite reis e rainhas. Usar coroas e cetros faz com que possa-
de Purim, e uma vez mais no decorrer do dia de Purim. mos nos sentir como o “Melech Achashverosh” (o Rei) a
O leitor recita três bênçãos e os ouvintes respondem “Malka Vashti” ou “Esther” (a Rainha).
amen para cada uma.
Adloiada
Oznei Haman Costume atual de realizar um desfile com fantasias,
Preparar, comer e enviar - oznei Haman - doce feito baseado no costume de beber vinho ad lo iada ou seja,
no formato de um triângulo (“a orelha de Haman”) re- estar em tal estado de êxtase após beber o vinho, que já
cheada com geléia. nem se lembre de mais nada.
PURIM 101
O significado da festa para crianças na idade infantil
Achashverosh, Malka Vashti e Malkat Esther e cenas da
Para facilitar o trabalho da professora, são propostos história. A criança pode aprender os símbolos e costu-
três níveis gerais no ensino-aprendizagem dos conteúdos mes e seus significados, vivenciados pela família e pelo
ligados a Purim, de acordo com as características perti- ambiente próximo.
nentes a cada faixa etária (de 3 a 6 anos de idade): * Nesta faixa etária, a criança já pode conhecer as
De 3 a 4 anos, as crianças já podem identificar a festi- mitzvot básicas e seus conceitos: kria bameguila, seudat
vidade, e dar-lhe o nome usual e freqüente, Chag Purim. Purim, mishloach manot, matanot laevionim.
Além disto, por meio de vivências baseadas na arte, no De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a
jogo e na brincadeira, as crianças poderão conhecer parte criança vai acumulando, ela passa a compreender mais
dos símbolos do chag: oznei Haman, raashan, tachpos- profundamente o significado de costumes e símbolos re-
sot de melech e malka, coroas e cetros. Alguns costumes levantes, que são de valor para o povo judeu - ouvir a
característicos de Purim que enfatizem o “aqui e agora” Meguila, prestando atenção para tocar o raashan ao ou-
poderão ser vivenciados: preparar mishloach manot e vir o nome de Haman, fantasiar-se de melech ou malka,
comer oznei Haman. A história da festa poderá ser con- usando coroas e cetros, massechot e tachpossot. Já pode
tada de maneira geral e adequada a esta faixa etária. também preparar mishloach manot, confeccionar e comer
* Nesta faixa etária, inicia-se o conhecimento das mitzvot oznei Haman. Revela curiosidade em conhecer a história
básicas: mishloach manot, seudat Purim, kriat hameguila. de Purim que se encontra na Meguilat Esther, enfatizan-
De 4 a 5 anos, quando a criança já manifesta compre- do conceitos como Melech Achashverosh, Malka Vashti
ensão mais intuitiva, e não somente concreta, seus co- e Malkat Esther, palácio, entre outros, e valores ligados
nhecimentos de costumes e símbolos se vão ampliando, à festa e aos costumes aceitos pela comunidade. Outros
assim como ouvir a Meguila, tocar o raashan, fantasiar- aspectos que se podem abordar com crianças nesta faixa
se, usar coroas, cetros e massechot, preparar mishloach etária são: o histórico e seu significado, os valores morais
manot, comer oznei Haman. Nesta época, a criança já e nacionais ligados à festa, e os costumes aceitos pela
pode entender a história de Purim e seu significado, sor- comunidade e pelo povo e seus significados.
teio, contada em linguagem simples, além de poder com- *Nesta faixa etária, a criança já compreende o signifi-
preender mais facilmente certos valores sociais e sentir cado das mitzvot, como mishloach manot, seudat Purim,
empatia por personagens e imagens históricas: Melech kriat hameguila, matanot laevionim.
102
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Purim
Melech, malka e a Meguila; importante trabalhar com a apreciação de diferentes imagens de
o importante é continuar a contar… palácio. Antes de montar um ambiente e construir um palácio, fa-
Conteúdos: zer uma pesquisa em livros, na escola e em casa. Pedir às crianças
história resumida de Purim, meguilat Esther. que tragam o material pesquisado com os pais. Já, para as crianças
Objetivo potencial: de 4 a 6 anos, dar ênfase às diferentes moradias. Trabalhar com
conhecer a história de Purim e os costumes da festa. pormenores e especificações dos palácios, tais como dormitórios,
Descrição: torres e cozinha, entre outros.
contar a história resumida da Meguila, de acordo com a faixa Materiais e recursos: caixas de papelão e sucata.
etária de seu grupo, usando bonecos, fantoches, entre outros. As
crianças maiores poderão preparar os bonecos e o cenário e contar Trono
a história de Purim para os menores, representando-a. As crianças Conteúdos:
preparam, em grupos, uma Meguila, juntando cenas diferentes a vida no palácio e, em especial, o trono, ligando a Purim. O que
desenhadas ou confeccionadas, de acordo com o desenrolar da representava o trono? (Meguilat Esther - cap. 3,1)
história. Pode-se realizar uma exposição das diferentes meguilot Objetivo potencial:
confeccionadas. compreender, pela leitura da Meguila, do ambiente e das dramati-
Materiais e recursos: zações, as situações que o melech passava no trono.
Meguilat Esther original, materiais criativos e sucatas para realizar Descrição:
bonecos, cenário e fantoches da Meguila, tachpossot e acessórios. construir um trono na classe que possa ser mais um ambiente para
Obs.: É importante a professora ter sempre próximo a si a Meguilat se contar um recorte da história, e acrescentar as vestimentas rela-
Esther, para que possa consultá-la e mostrá-la às crianças. tivas ao tema enriquecendo a dramatização.
Materiais e recursos:
Chag Purim está chegando! poltrona ou cadeira, tecido, tapete e tule colorido. Vestimentas de
Conteúdos: melech e malka.
experiências e vivências com personagens de Purim.
Objetivo potencial: Édito real
entrar em contato com o histórico da festa por meio de atividade “Mesmo as princesas de Paras e Madai, ao ouvirem o que fez a
participativa da criança. malka, dirão o mesmo a todos os príncipes do melech; e aí haverá
Descrição: muito desprezo e indignação”. (Meguilat Esther – cap. 1,18)
as crianças podem trabalhar em grupos, criando objetos e apetre- “E foram chamados os escrivãos do melech, no décimo terceiro dia
chos de melech e malka ligados a Purim, ktarim, mantos, cetros e do primeiro mês e, segundo ordenou Haman, tudo se escreveu ao
vários outros acessórios, que caracterizam os personagens da Me- sátrapas do melech, aos governadores de todas as províncias e aos
guila, vestindo bonecos feitos de meias, que serão as personagens ministros de cada povo; e cada província no seu próprio modo de
da Meguila ou as próprias crianças. As mais velhas recebem a in- escrever, e a cada povo na sua própria língua. Em nome do Melech
cumbência de maquiar as crianças menores; outras são maquiadas Achashverosh se escreveu, e com o anel do melech se selou”.
pelas próprias professoras. Quando todos ficam prontos, cantam (Meguilat Esther - cap. 3, 12)
e dançam as canções de Purim, além de outras danças israelenses Conteúdos:
(tais como Kadma eretz). leis e regras em situações do dia a dia fazendo a correspondência
No encontro, resume-se o que foi feito na escola, ligado ao chag, com a referência da Meguila.
recontando, juntos, parte por parte, a história de Purim. No final, Objetivo potencial:
saboreiam-se os oznei Haman. compreender a função das leis que aparecem na história de Purim.
Materiais e recursos: Descrição:
caixas com materiais criativos, que inspirem as crianças na criação fazer um paralelo com nossas leis, regras e estabelecer as do
de enfeites para os personagens como: meias, jornais, papéis co- grupo, trabalhando com o senso de responsabilidade da rotina da
loridos, cola, lã, materiais dourados e prateados e outros, maquia- escola.
gem, oznei Haman. Materiais e recursos:
material para a escrita de regras da classe. Buscar, em outras fon-
Armon (palácio) tes, leis como as de trânsito e/ou escola, entre outras.
Conteúdos:
a vida nos palácios, ligando ao histórico de Purim. “Livro das memórias”
Objetivo potencial: “Investigou-se o caso, e era fato; e ambos foram pendurados numa
conhecer a vida no palácio, para que as crianças possam compre- forca e foi escrito no livro das crônicas, perante o melech” (Megui-
ender a história de Esther (Meguilat Esther - cap.1,6 ao cap. 3,1). lat Esther – cap. 2, 23)
Descrição: “Naquele dia, não conseguiu o rei dormir; e mandou trazer o livro
neste trecho, encontramos a descrição pormenorizada da riqueza das memórias, as crônicas, e elas foram lidas diante do melech”
dos ornamentos do palácio. Para as crianças de 2 a 4 anos, é (Meguilat Esther – cap. 6,1)
PURIM 103
Conteúdos:
a função do registro, na história de Purim. Em Purim, troca-troca,
Objetivo potencial: sorteio e boa ação fazem parte da nossa tradição!
compreender a importância do registro na história de Purim. Conteúdos:
Descrição: costume/mitzva de Purim: o mishloach manot, matanot laevionim
o “Livro das Memórias” registrava todos os acontecimentos do Objetivo potencial:
Reino e, algumas vezes, era lido pelo melech, durante a noite, vivenciar os costumes, sorteio e realização de boas ações, que ca-
quando não conseguia dormir. Aqui, há um ‘gancho’ para explorar racterizam a festa de Purim.
a importância do registro, tanto pela escrita quanto pelas fotos ou Descrição:
desenhos, sendo possível construir o livro das memórias da classe. após um sorteio dos nomes das educadoras da escola, haverá uma
Pode ser interessante explorar o sono, a hora de dormir, e os recur- troca de mishloach manot, além de entrega de cestas com manti-
sos que cada um utiliza, quando tem dificuldades para dormir, re- mentos para os funcionários da escola.
tomando sempre o recorte da história que se refere ao livro da vida. Materiais e recursos:
Materiais e recursos: alimentos preparados e trazidos pelas educadoras. Cestas de man-
papel e diversos tipos de lápis, álbum de fotografia da classe. timentos.
Obs: A importância do registro pode ser mais um aspecto da histó- Convite à equipe pedagógica (modelo aqui, abaixo)
ria a ser trabalhado com as crianças, que iniciam seu processo de Obs.: Esta é uma atividade para os adultos - equipe pedagógica.
escrita do próprio nome (a partir dos 4 anos). No próximo dia 17/3 (2ª feira), realizaremos, entre as professoras,
o mishloach manot, importante costume/mitzva de Purim, que
Seudat Purim consta da Meguila.
“Os judeus das cidades abertas, que habitavam as cidades sem Para isso, cada professora deverá montar, em casa, uma cesta con-
muralhas, fizeram, do dia catorze do mês de adar, dia de alegria e tendo uma fruta, algum alimento feito de farinha e uma bebida, e
de banquetes, e dia de festa e de enviarem presentes de alimentos trazê-la no dia da comemoração.
uns aos outros.” (Meguilat Esther – cap.9, 19) Realizaremos o sorteio antes da troca das manot. Participem!
Conteúdos: Além de um importante costume judaico, esta também é uma for-
a seuda do Melech Achashverosh (que costumava oferecer muitas ma de integração do grupo.
seudot) Pedimos, ainda, que cada professora traga um item a mais (bebida
Objetivos potenciais: ou comida), para compor o matanot laevionim, outro importante
Conhecer a história de Purim, a partir do recorte de como se carac- costume de Purim, que tem por objetivo presentear pessoas menos
teriza uma seuda/mishte. favorecidas.
Descrição:
Será que o grupo pode preparar uma seuda? (1) Ler, para as Mishloach manot coletivo, vamos preparar...
crianças, na Meguilat Esther, como eram os banquetes do Melech E vamos fazer tzdaka...
Achashverosh; (2) Perguntar para as crianças o que precisam para Conteúdos:
fazer um banquete; (2a) Elaborar convite, mostrando vários tipos costume/mitzva de enviar manot.
para que possam entender a função deste portador de texto; (3) Si- Objetivos potenciais:
mular um banquete cheio de comes e bebes, oferecendo à criança conhecer e vivenciar o costume de mishloach manot e a mitzva da
uma vivência de como podem ter sido as seudot de Achashverosh. tzdaka; preparar vários kits para mishloach manot, com as crianças,
As crianças vestir-se-ão com fantasias bem bonitas e chiques. Al- além da execução do mishloach manot, que podem ser enviadas
gumas farão o papel de garçons, outras, de fotógrafos; outras, de para diversas entidades, revelando o quão importante é a contri-
barmen e outras, de convidados da festa. Fazer do banquete um buição de cada criança.
momento especial, para que as crianças possam participar do pro- Descrição:
cesso de organização. As crianças poderão dramatizar, utilizando pedir às crianças que separem brinquedos e livros seus, que gosta-
toalhas, pratos, copos; (4) Preparar pratos que serão servidos no riam de doar, em Chag Purim, às crianças que não têm condições
banquete – professora junto com crianças, relacionando ingredien- de comprar tais objetos. As crianças poderão também trazer de
tes necessários, dividindo funções (um abre o ovo, outro acrescenta casa algum alimento não perecível, para ser colocado numa caixa
farinha; outro o óleo) e, quando a massa estiver pronta, oferecer grande (na entrada da escola). Estes alimentos poderão ser dis-
um pedaço de massa para abrir e rechear com uma colher de ge- tribuídos em cestas que, juntamente com os oznei Haman, serão
léia para cada criança. Fecha-se a porção recebida em três partes e embrulhados em papel celofane. Estas manot serão distribuídas
leva-se para assar. para entidades de tzdaka. É importante redigir uma carta, com os
Materiais e recursos: alunos na escola, desejando algumas brachot.
1- Papéis e materiais de escrita e decoração para fazer os convites; Materiais e recursos:
2- Ingredientes para as receitas dos pratos que serão servidos no brinquedos e livros infantis usados (em bom estado) , alimentos
banquete (bebida, canapés, pipoca, doces e salgados); 3- Acessó- não perecíveis, oznei Haman, caixa grande, cestas, papel celofane,
rios para o banquete, como toalha para mesa, copos e pratos de papel, lápis, canetas (para as cartas), embalagens apropriadas para
plástico, diferentes dos que são utilizados no dia-a-dia; 4 - Fanta- as doações.
sias e materiais da sala-de-aula.
104
Chag Sameach! Comemorações de Purim
A comemoração de Purim pode ser uma grande festa:
1- O início pode ser marcado por um encontro entre O grupo será dividido em dois subgrupos. Cada um deles
todas as turmas, no qual acontecerá: receberá duas caixas, uma vazia e outra cheia. Na caixa cheia,
• Leitura de um trecho da Meguila, para as crianças fazerem haverá objetos pertencentes à mesa de uma seudat Purim,
barulho com o raashan no momento em que se pronuncia o tais como guardanapo, talheres, pratos, flores entre outros e,
nome de Haman; misturados a eles, objetos diversos, tais como livros, lápis, em-
• Apresentação das canções de Purim; balagens, sapatos entre outros.
• Baile de Purim O jogo consiste em classificar os objetos e arrumar a mesa da
seudat Purim. Os subgrupos com as respectivas professoras
2- Oficinas deverão organizar-se em roda e, no meio dela, estarão dispos-
É interessante juntar todo o grupo da escola, em um espaço tas as duas caixas. Uma criança por vez pegará um objeto da
maior, para que as crianças possam interagir em oficinas: caixa e o classificará. Se pertencer à mesa da seudat Purim,
• keter deverá colocá-lo sobre a mesma (que já estará com a toalha).
• raashan Caso contrário, deverá colocá-lo na caixa vazia. Ao final, as
• tatuagem professoras, juntamente com as crianças, verificarão se os
• mensageiro do melech objetos colocados na mesa realmente pertencem à seudat
• boneca Malkat Esther Purim, e que mesa é a mais completa e bem arrumada. Pode
Dentro de uma caixa, colocar objetos da Malkat Esther e um ser muito agradável, se as crianças puderem comer, depois da
grande boneco feito de meia. Um grupo de crianças enfeitará brincadeira.
este boneco, que estará presente durante toda a festa.
Tachana do pur
3- Quatro tachanot de jogos e atividades “No primeiro mês, que é o mês de nissan, no décimo segundo
ano do Melech Achashverosh, lançou-se um pur, isto é, um
Tachana dos mensageiros sorteio perante Haman, dia a dia, mês a mês, até o décimo
“Os homens do correio, pela ordem do melech, partiram segundo mês, que é o mês de adar. Então, disse Haman ao
apressadamente, e a lei se proclamou na capital Shushan; Melech Achashverosh: Existe um povo, espalhado e disperso
o melech e Haman se sentaram a beber, mas a cidade de entre os povos, em todas as províncias do seu reino, cujas leis
Shushan estava perplexa”. (Meguilat Esther – cap. 3,15) são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre…”
Ao passar por essa tachana, o grupo será dividido em três (Meguilat Esther – cap. 3, 7 – cap.3, 8)
subgrupos. Cada subgrupo deverá escolher 2 mensageiros (1 Neste jogo, as crianças participam divididas em pares. No chão
para o começo da fila e um para o final). Os mensageiros se- haverá a marcação de 6 percursos gigantes. Em cada ponta do
rão responsáveis por carimbar e entregar a mensagem para os percurso haverá uma criança (do par) identificada pelo mesmo
mensageiros, que estarão nos postos. personagem da história de Purim e receberá um símbolo repre-
sentativo.
Tachana do armon das mulheres Um dado gigante conterá os símbolos dos seis personagens.
“Ao chegar o prazo de cada moça vir ao Melech Achashve- Cada vez que uma dupla tirar o seu personagem as duas
rosh, depois de tratada segundo as prescrições das mulheres, avançarão uma casa no percurso. Ganharão o jogo, as duplas
por doze meses, pois assim se embelezavam, seis meses com que se encontrarem primeiro no centro do percurso.
óleo de Mor e seis meses com especiarias, e com ungüentos
em uso entre as mulheres.” (Meguilat Esther – cap. 2,12) 4- Contador de histórias
Na classe estarão escondidos vestidos, meias, sapatos, jóias, Sala arrumada com tapete grande tipo persa e almofadões.
coroas, perfumes, óleos e adornos (no mínimo 2 de cada). As Caracterização do contador de histórias (roupa de Sultão
crianças deverão procurar os objetos e vestir 2 bonecos gran- – pode ser alugada ou adquirida em lojas de fantasia).
des de pano, conforme forem encontrados os objetos.
Atenção: este não é um jogo de competição. O grupo todo ele- 5- Trono
gerá a malka (boneco), que poderia representar Malkat Esther. • poltrona
Ao final, deverão despir os bonecos para o próximo grupo e • tule
esconder as roupas e acessórios. O último grupo deverá levar o • veludo vermelho para forrar as poltronas
boneco vestido para o banquete. • 2 banquinhos ou almofadões gigantes para descanso dos pés
• tapetes, passadeira vermelha
Tachana de seudat Purim • baú com jóias do armon (bijuteria que as mães não usam
“Porém, os judeus que se encontravam em Shushan se ajun- mais)
taram nos dias treze e catorze; e no dia quinze descansaram,
e o fizeram dia de banquetes e de alegria”. (Meguilat Esther 6- “Caça ao Tesouro”
– cap 9,18) Os objetos a serem encontrados deverão ser os símbolos da
festa.
PURIM 105
Quem quiser desfilar e brincar, Ma iesh baarmon? (O que há em um palácio?)
venha para o bloco do Adloiada! Pode-se montar um espaço temático, e as crianças são convidadas
Conteúdos: a trazer de casa tudo que possa haver num palácio, para que pos-
adloiada, desfile típico da festa de Purim. sam imaginar como viviam Achashverosh e Vashti, e como Esther
Objetivos potenciais: conhecer as personagens da Meguilat Esther, provavelmente vivia. Para a seudat Purim, as mesas, dispostas em
e realizar o costume de Purim, a passeata tradicional da Adloiada. forma de U, serão arrumadas pelas crianças, que disporão taças,
Descrição: bandejas e oznei Haman. As crianças poderão chegar fantasiadas
após a construção das personagens típicas de Purim ou outras fan- à escola, com fantasias de sua preferência. No centro da praça,
tasias escolhidas pelas crianças, estas são convidadas a participar é colocado um grande tapete vermelho como passarela, onde as
na parada denominada Adloiada, desfilando pela escola ou pelo candidatas à Malkat Esther desfilam para o rei após seudat Purim.
bairro. Algumas professoras também são candidatas e desfilam com as
Materiais e recursos: a Meguila, imagens como aparecem nas crianças. Depois da coroação da rainha, o rei convida todas as
artes visuais, fantasias, materiais para confeccionar fantasias. crianças que quiserem para desfilar na passarela, em suas fanta-
sias, mostrando-lhes a importância de se fantasiarem em Purim. O
Mordechai, a cavalo, na escola! encerramento da comemoração é feito com muito confete e ser-
Conteúdos: pentina, cantando e dançando as canções de Purim.
história da Meguilat Eshter, e os papéis de Mordechai e Haman. Materiais e recursos:
Objetivos potenciais: cenário com palco da praça da cidade de Shushan, tules, almofadões,
andar a cavalo como Mordechai e puxar o cavalo como Haman, cadeiras altas, divã, portão de papelão e placas de polionda, cande-
mostrando às crianças como foi a sensação de Mordechai, ao dar labros, brasões e fantasias, mesas dispostas em forma de U, taças,
uma volta no cavalo do melech, e a de Haman, ao levar Mordechai bandejas, oznei Haman, tapete vermelho, confete e serpentina.
montado.
Descrição: Vamos brincar e festejar
após contar a história da Meguila, destaca-se a parte em que Conteúdos:
Haman teria levado Mordechai, montado no lombo de um cavalo, jogos e brincadeiras com os conteúdos de Purim.
para dar uma volta na cidade, mostrando, assim, o que pode acon- Objetivos potenciais:
tecer com quem engana o melech. Cada criança poderá dar uma festejar Chag Purim por meio de jogos e brincadeiras.
volta num cavalo (pônei) pelo pátio da escola, vestidos com roupa Descrição:
e coroa de melech. no dia da Festa de Purim, as professoras chegam à escola fanta-
Materiais e recursos: siadas. A festa poderá ser realizada no pátio, onde são montadas
cavalo (dois pôneis deverão ser alugados especialmente para a (1) barracas com jogos (Acerte a boca do leitzan, Jogo de argolas,
ocasião), roupas de melech, coroa e demais acessórios. Trilha (feita no chão), onde as próprias crianças são os peões, Pes-
caria, Acerte nas latas. Malabarismo e Gincana) e (2) oficinas (a)
Purim, Purim sameach! confecção de raashanim, (b) ktarim, (c) maquiagem, (d) confecção
Conteúdos: de balão - decoram balão cheio com olhos, boca, nariz, pés e mãos
concretizar, na escola, o costume de alegrar-se na Festa de Purim e (d) preparação de mishloach manot - enfeitando um pratinho,
Objetivos potenciais: colocando guloseimas e fechando com papel celofane). As crianças
vivenciar, na escola, a Festa de Purim, ajudar a criança a experen- podem, também, participar de (3) atividades (a) passeio de pônei,
ciar como é a vida dentro de um palácio. (b) ouvir histórias, contadas por professoras, (c) assistir a filmes
Descrição: Parpar Nechmad de Purim e Shirim Ktanim e (d) realizar a troca de
esta atividade inclui a construção de um cenário especial, montado manot, por meio de um pur, presenteando umas às outras.
pelas crianças junto com as professoras: o palco da praça da ci- Materiais e recursos:
dade de Shushan, decorado com tules, almofadões, cadeiras altas, materiais para (1) montagem de barracas no pátio; (2) oficinas (ra-
divã, como se fosse um palácio. Constrói-se um portão com pape- ashan, maquiagem, ktarim); (3) jogos e brincadeiras; (4) atividades
lão e placas de polionda, para sugerir a entrada do palácio onde (pônei, balões, pratinhos, guloseimas e papel celofane para manot,
Melech Achashverosh receberá as crianças. A decoração do local além dos filmes Parpar Nechmad de Purim, e Shirim Ktanim).
pode incluir candelabros, brasões e máscaras.
106
Atividades com a família e amigos de papelão), Meguilat Esther, objetos de melech/malka, raashan e
objetos que emitam sons.
Aba, ima veieladim,
todos juntos participam do Chag Purim. Exposições
Conteúdo: • máscaras
comemoração da festa de Purim com os pais. • objetos que produzem barulho (para os momentos, em que se
Objetivos potenciais: pronuncia o nome de Haman)
participação ativa dos pais na elaboração e na realização de com- • coroas
ponentes da festa de Purim. • fotos das crianças de anos passados fantasiadas
Descrição: • fotos dos familiares fantasiados
em cada festa na escola, os pais de um dos grupos podem ser con- • fotos das famílias, com receitas dos doces de Purim.
vidados para participar ativamente, com a confec ção de tachpos-
sot e cenários, preparação de mishloach manot e atuação em tea- Murais ou Painéis
tro (p. ex., dramatização da “História dos Macacos e os Chapéus” Com o uso das “Cem Linguagens” de expressão, para transmitir o
de M. Eilon e R. Saporta), além da realização de um coral que en- conteúdo da festa expõem-se: trabalho coletivo, com cena alusiva
toa canções da festa. A criação de chapéus é parte da elaboração à festa; bonecos de pano dos personagens da história; enfeites
das tachpossot de Purim (confecção de apetrechos típicos, usando coloridos como massechot, raashanim, serpentina; imagens de reis,
materiais ricos e interessantes – coroas de reis e rainhas, chapéus de rainhas, palácios persas e ceias; fotos de comemorações ou
de Haman e de Mordechai, de palhaços, entre outros), usados no outras fotos referentes à festa.
desfile típico de Purim, a Adloiada, e posteriormente.
Materiais e recursos: Registro de projetos
cada grupo usará os materiais relevantes ao tipo de atividade a • Palácios
que pertence, como p. ex.: cartolinas, papéis coloridos, dourados e • Édito
prateados, tesoura, cola, enfeites, entre outros. • Diário (livro da vida)
Obs: convidar pais ou avós para fazerem oznei Haman (receita em • Melech/malka
anexo), na escola com as crianças, e prepararem mishloach manot. • Seudat Purim.
Numa turma do Infantil III (de 2 a 3 anos), as crianças construíram um palácio, após terem ouvido a história de Purim
e observado imagens. Com tecidos e adereços de melech e de malka, todos puderam dramatizar. Durante as atividades,
foram feitos registros das falas:
Caio: “Olha, o armon! ”
Arthur: “Tem escada neste armon? ”
Gabriel: “E aqui, o que é mora?”
Mora: “É o lugar onde o melech e a malka fazem os banquetes!”
Graziela: “Olha, a rainha está de coroa!”
Esther: “E de vestido bonito!”
PURIM 107
Anexos
1. Sugestões de imagens para construir jogos
• oznei Haman
• Mordechai sendo levado por Haman
• Shushan, habira
• leitzan/im
• raashan
• massechot
• melech/mlachim
• Meguilat Esther
• coroas e cetros
• malka/ot
• cálice e vinho
• adloiada
250g de margarina sem sal 1. Misturar farinha de trigo, açúcar e fermento em pó.
1 ½ copo de açúcar 2. Acrescentar a margarina, cortada em pedaços, misturando até formar uma farofinha.
4 ½ copos de farinha de trigo 3. Colocar os ovos e trabalhar a massa até que fique homogênea.
4 ovos 4. Enrolar a massa em bolas, como brigadeiros grandes e achatá-las, formando pequenos círculos.
1 colher (sopa) de fermento em pó 5. Colocar um pouco de geléia no centro de cada uma e fechá-la como esfiha.
6. Colocar em forma untada e levar ao forno por 30 minutos.
Ingredientes da massa
1 tablete de manteiga ou margarina sem sal 1. Bata a manteiga e o açúcar até formar uma massa lisa.
2 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro 2. Junte as gemas, misture muito e junte a água gelada.
2 gemas 3. Gradualmente, acrescente farinha e misture, até que se forme uma bola de massa.
3 colheres de sopa de água bem gelada 4. A massa vai à geladeira, coberta com plástico, por muitas horas ou mesmo uma noite inteira.
1 ½ (copo)de farinha 5. No dia seguinte, tire a massa da geladeira. Acenda o forno a 350oC; unte e enfarinhe a forma.
Geléia de amora, morangos, damasco ou uva 6. Divida a massa em dois, pegue uma das partes e devolva à geladeira. Cubra uma superfície com farinha, abra
Manteiga e farinha para untar e a massa com cuidado.
enfarinhar a forma 7. Corte em círculos, usando um copo. Em cada círculo, coloque 1 colher de sopa de geléia. CUIDADO, não acres-
cente recheio demais, porque poderá vazar.
8. Feche os círculos na forma triangular. Passe o oznei Haman na farinha, bem de leve.
9. Coloque-os na forma, com a distância de ½ centímetro entre eles.
10. Asse por 15 minutos, ou até ficarem dourados nas pontas.
108
3. Sugestão de material didático
Charadas de Purim
As charadas são brincadeiras que estimulam as crianças a
descobrirem cenas da história.
2) Reina em Shushan. Gostava de fazer muitas festas e tem uma ex-esposa/rainha que se chama Vashti.
Qual seu nome?
R: Melech Achashverosh
3) Tem muita comida. Tem muito vinho e bebida. Acontece no armon. O que é o que é?
R: Banquete real
4) Quem é, quem é, que é a bela que o melech manda buscar para o banquete real e se recusa a vir?
R: Vashti
5) Melech zangado. Melech irado. E também desprezado. O que fazer, o que fazer? A quem recorrer?
R: Ao conselho
6) Com o seu jeito meigo e delicado conquistou logo Hagai, o camareiro do armon, que deu um quarto espe-
cial com mordomias. Quem sou eu?
R: Esther
7) Quem ficava numa casa de mulheres, recebia banhos, óleos, perfumes e lá passava 12 meses até ir ao
encontro do melech?
R: As moças solteiras e de boa aparência.
8) Também estive na casa das mulheres e quando fui chamada pelo rei causei-lhe encantamento. Logo em
seguida um banquete onde o rei me apresentou e eu já usava a coroa. Quem sou?
R: Esther
9) Nele, o melech escrevia muitas coisas importantes e uma delas foi quando Esther contou sobre camarei-
ros que queriam matar o melech.
Quem sou eu?
R: Livro das memórias
11) Estava de luto, sentado na porta do armon com roupas rasgadas e sujas de cinzas. Quem sou eu?
R: Mordechai
13) Fui convidado para um banquete, juntamente com meu ministro. Quem sou eu?
R: melech
14) Haman quer matar todos os judeus. Preciso salvar o meu povo. Convidei Haman e Achashverosh para 2
seudot e, só na 2ª, falei o que queria. Quem sou eu?
R: Esther
PURIM 109
Purim no maternal
Malka Hass (trad. Ester Barocas)
Durante o ano inteiro, nós, educadoras de crianças na A fantasia é um símbolo de algo ou de alguém que já
idade infantil, empenhamo-nos em criar um ambiente conhecemos, sobre quem já temos algum conceito. Fan-
educacional psicologicamente seguro e estável, ade- tasiar-se em Purim significa entrar num jogo simbólico.
quado ao desenvolvimento emocional e intelectual da Consequentemente, depois de as crianças começarem a
criança pequena que freqüenta a escola. O que acontece brincar de jogo dramático-simbólico, já poderão fanta-
em Purim? Por que os pequeninos do maternal choram siar-se sem medo, entendendo a brincadeira. A própria
tanto? professora, que vivencia juntamente com as crianças ex-
Em Purim, todo o ambiente em volta das crianças periências na escola, poderá observá-las brincando, e
muda: a escola fica mais enfeitada, muitas vezes até ir- retirar do próprio jogo, as idéias para as fantasias de
reconhecível, as pessoas se fantasiam e se maquiam e, Purim:
muitas vezes, usam máscaras. Será que a criança peque- • Uma das crianças esteve no hospital ou no médico.
na pode entender o que é uma máscara? ‘Máscara’ é um Portanto, é possível brincar de “médico e enfermeira”;
conceito adulto e não é apropriado ao nível de desenvol- • A professora casou-se. As crianças podem, então,
vimento intelectual da criança pequena, pois seu signifi- brincar de “noivo e noiva”;
cado principal é o da ocultação da identidade. • Depois de cuidar de coelhinhos ou ratinhos bran-
Geralmente, adultos e crianças mais velhas apreciam a cos, as crianças podem fazer o papel dos ratinhos ou
mudança e a descontração que uma máscara possibilita. coelhinhos.
O mesmo não ocorre com os pequenos, pois estes não
estão ainda seguros nem da sua identidade e nem da de Cada professora poderá encontrar idéias para fantasias
seus pais ou irmãos, ou seus relacionamentos com eles. - alegres, fáceis de preparar e confortáveis - que simbo-
Muitas vezes, os pequenos receiam até mesmo que sua lizem conceitos que os pequenos já começaram a cons-
mãe ou seu pai possa desaparecer repentinamente. truir. Este tipo de fantasia poderá promover as crianças
Se até mesmo uma mudança feita por meio de ma- em sua habilidade de brincar no jogo simbólico, passado
quiagem pode despertar ansiedade numa criança, tanto Purim. E, assim como acontece com crianças pequenas
mais uma fantasia ou máscara, que escondem totalmente que gostam de trabalhar juntas com argila ou pintura a
a identidade. Sendo assim, num dia cheio de emoções, dedos, elas também vão gostar de fantasiar-se juntas em
como acontece em Purim, no qual ocorrem tantas mu- Purim. Desta forma, uma dará apoio a outra e se sentirá
danças em seu ambiente de vida, é aconselhável que mais segura neste dia, que já é cheio de excitação.
professoras e pais procurem conservar suas identidades, Em Purim, muda toda a organização à qual as crianças
para dar à criança o apoio necessário e, assim, ajudá-la estão acostumadas - do tempo, do espaço e das pessoas.
a orientar-se. O papel da professora de crianças na idade do maternal
O discernimento entre a realidade e a fantasia ainda é conservar, o máximo possível, a programação, com a
está em desenvolvimento e, geralmente, é inútil tentar plena colaboração dos pais, para as crianças que possam
explicá-lo. Com o tempo, com as várias experiências orientar-se. O mesmo se pode dizer quanto ao horário,
e vivências na escola, em casa, na rua, entre outros, a enfeite da classe, e a festa em si. Cada professora poderá
criança aprenderá a diferenciar entre os dois. encontrar uma maneira de flexibilizar seu programa, ade-
O que podemos fazer para que os pequenos não cho- quando-o às possibilidades das crianças de seu grupo.
rem em Purim, e para que uma festividade tão linda Se for resolvido que os pequenos participarão de al-
contribua para o desenvolvimento da atividade da crian- guma festa maior na escola, a professora deverá planejar
ça na escola? E quanto à fantasia? Começar a fantasiar os evento, de forma que cada criança fique perto de um
pequeninos, gradativamente! Mas qual seria a idade ideal adulto que ela conheça, que possa defendê-la e ajudá-
para prepararmos fantasias de verdade para as crianças, la a se orientar no mundo ao seu redor, até mesmo em
sem que estas tenham medo? Purim.
110
4. Histórias de Purim
Há muito tempo, em uma cidade denominada Shushan, povo não obedecia suas leis.
vivia um melech chamado Achashverosh e uma malka Malkat Esther tinha um primo chamado Mordechai,
que se chamava Vashti. Certo dia, o melech fez um ban- que descobriu os planos de Haman e pediu a Esther que
quete para apresentar a sua esposa. Ele a chamou para tentasse salvar o povo judeu. Esther tinha medo de falar
mostrá-la aos convidados, mas Vashti se recusou. O me- com o melech, pois ele poderia ficar bravo se esta fosse
lech ficou bravo e mandou Vashti embora de Shushan. falar com ele sem ser chamada. Ela acabou criando cora-
O melech tinha um problema, ele precisava de outra gem e pediu ao melech para suspender os planos de Ha-
malka. Convidou, então, as moças da cidade para virem man, confessando sua identidade judaica. Ao descobrir
ao armon e uma delas seria escolhida para ser a nova que Haman lhe tinha mentido, decidiu puni-lo, forçando
malka. Elas foram bem cuidadas e embelezadas. O me- Haman a reverenciar Mordechai, da mesma forma que
lech escolheu Esther para ser sua malka, sem saber que Haman queria ser reverenciado por este: ”Assim se faz
era judia. ao homem a quem o melech deseja honrar”.
O melech tinha um ajudante, o primeiro ministro, que O melech garantiu, então, à Malkat Esther, que nem
se chamava Haman. Ele não gostava do povo judeu, seu povo, nem ela sofreriam conseqüências. Esther, Mor-
pois Mordechai, um judeu, não o reverenciava. Planejou dechai e o povo judeu ficaram tão felizes, que come-
puni-los e sorteou (realizando o Pur-Purim) o dia para moraram com seudot e com mishloach manot, uns aos
castigá-los. Haman mentiu ao melech, dizendo que este outros, além de matanot laevionim.
Certa vez, um rapaz trabalhou três dias e três noites, chateado, e parou uns momentos para pensar no que
preparando chapéus para Purim. Os chapéus eram dife- deveria fazer, “Acho que pedirei os chapéus; quem
rentes e interessantes; todos coloridos e enfeitados com sabe, os devolvem?” O rapaz começou a fazer movi-
papel dourado e prateado. mentos para os macacos, mexendo seus braços, com
Quando terminou, escolheu um dos chapéus, alto e gestos de quem pedia os chapéus, mas os macacos,
grande, e o colocou em sua cabeça. O resto dos chapéus, que gostam de imitar os gestos dos outros, começa-
o rapaz colocou num grande saco; pôs o saco nas costas, ram a mexer os braços em frente ao rapaz, exatamente
e saiu para o centro da cidade, para vendê-los. Em seu como este fazia.
longo caminho, passou o rapaz por uma floresta e, sen- “Ufa! Estes macacos não estão entendendo nada do
tindo-se cansado, retirou o saco de suas costas, deitou-se que estou pedindo,” refletiu o rapaz, “acho que começa-
na grama macia e adormeceu. rei a ameaçá-los; quem sabe ficam com medo de mim, e
Na floresta, havia muitos macacos. Viram o chapéu co- me devolvem os chapéus.”
lorido que estava na cabeça do rapaz, e se juntaram em Pegou uma pedra e jogou nos macacos. Fizeram os
torno dele e ficaram observando. Um dos macacos repa- macacos o mesmo: pegaram nozes das árvores, abriram-
rou que, embaixo da cabeça do rapaz que dormia, havia nas e jogaram as cascas no rapaz. Este chegou à con-
um saco. Abriu o saco e virou tudo o que havia em seu clusão de que não conseguiria fazer nada, para que os
interior. No mesmo momento, os outros macacos, pega- macacos lhe devolvessem seus chapéus, e que já podia
ram todos os chapéus, e os colocaram em suas cabeças, considerá-los perdidos. Ficou muito bravo e, no meio
pularam para os galhos das árvores e começaram a gritar de sua raiva, tirou o chapéu que estava em sua cabeça,
e a fazer a maior algazarra. jogou-o na frente dos macacos, e disse: “Peguem! Podem
Com o barulho, o rapaz acordou, abriu seus olhos pegar este aí também!”
e viu os macacos pendurados nas árvores. Todos usa- De repente, os macacos, da mesma maneira que o ra-
vam os chapéus que ele havia confeccionado para Pu- paz agiu, tiraram os chapéus e jogaram-nos na frente do
rim. O rapaz, surpreendido com o que estava acon- rapaz. Mais do que rápido, juntou todos os chapéus para
tecendo, olhou para dentro do saco e reparou que dentro do saco, colocou o saco nas costas, e continuou
estava vazio. Havia trabalhado bastante; ficou bem seu caminho alegre e contente.
PURIM 111
Uma adaptação da história de Purim
A história que agora vamos contar está escrita em um A verdade, no entanto, é que os judeus se salvaram. Vou
livro muito especial, a Meguilat Esther, que se encontra contar como ... Quando Mordechai ficou sabendo desta
no Tanach. Há muitos e muitos anos, os judeus viviam lei, valendo-se de um plano, fez com que Esther também
espalhados em vários lugares do mundo. Esta história soubesse e ordenou que ela falasse com o melech. Ela
aconteceu em uma cidade chamada Shushan, na Pérsia. mandou dizer ao povo que iria jejuar por três dias e que o
Nesta cidade, havia um palácio e, neste palácio, morava povo também jejuasse com ela. Esther precisou ser muito
um melech, o Melech Achashverosh. Havia também uma corajosa, para procurar o melech sem ter sido chamada, e
malka, que se chamava Vashti. também para contar-lhe a verdade… que era judia.
No palácio, o melech fazia muitos banquetes, com mui- Esther vestiu suas roupas reais e foi procurar o melech.
ta comida e muito vinho. Certo dia, ele oferecia um ban- Ele estendeu o cetro de ouro - que era o sinal para que
quete para seus convidados e Malka Vashti oferecia outro ela entrasse e disse: “Dar-lhe-ei até metade do Reino” (ad
banquete para seus convidados. Então, o melech quis que chatzi hamalchut). Neste momento, ela convida o mele-
a malka viesse ao seu banquete e desfilasse, para que ch e Haman para um banquete. Os dois compareceram
todos seus convidados vissem como era bonita. Pediu aos ao banquete, mas Esther não falou o que queria. Convi-
seus sete camareiros que fossem buscá-la, mas ela recu- dou para um segundo banquete, no dia seguinte. Haman
sou-se a ir. O melech ficou muito bravo, consultou seus ficou todo orgulhoso, mas continuava com raiva de Mor-
conselheiros e resolveu que Vashti não mais seria malka, dechai; então, mandou armar o local para enforcá-lo.
e seu reino seria dado a outra, melhor do que ela. Vocês se lembram quando Mordechai, por meio de
Quando o melech estava mais calmo, lembrou-se de Esther, salvou o melech daqueles soldados? Pois é… Cer-
Vashti e os conselheiros lhe sugeriram procurar outra ta noite, o melech estava com insônia, pegou o livro de
esposa. Passou, então, uma lei real, e foram reunidas crônicas e leu que Mordechai o havia salvado. Chamou
muitas moças bonitas que moravam por lá. Foram leva- Haman e perguntou o que deveria se fazer a um homem
das ao palácio, permanecendo por um ano, recebendo a quem o melech deseja honrar. Haman pensou que o
tratamento de beleza. No meio dessas moças, veio Es- melech queria homenageá-lo e respondeu que esse ho-
ther, que era iehudia, e que era órfã de pai e mãe. Quem mem deveria receber roupas reais, a coroa do melech e
cuidou dela, como se cuida de uma filha, foi um primo o cavalo do melech e que, montado no cavalo, deveria
mais velho que se chamava Mordechai. ser puxado pelas ruas de Shushan. Na verdade, quem
O melech chamou as moças, uma a uma, para conhe- puxou o cavalo por toda a cidade foi Haman. E quem
cê-las. Esther foi escolhida pelo melech, que a amou estava montado no cavalo? Mordechai !!!
mais que todas. Tornou-a malka e ofereceu, então, uma Mesmo com muita raiva, Haman não podia deixar
grande seuda, o banquete de Esther. Mas Esther não lhe de ir ao banquete. E, desta vez, finalmente Esther falou
contou que era judia. Guardou esse segredo, conforme para o melech que algo terrível estava para acontecer.
Mordechai havia ordenado. Todo dia, Mordechai pas- Revelou que era prima de Mordechai e contou que ela
sava pelo pátio da casa das mulheres, no palácio, para e seu povo, os judeus, seriam exterminados. O melech
saber como Esther estava e, certo dia, estava diante do perguntou quem havia mandado fazer isto e ela disse
portão real e escutou dois guardas tramando a morte do que foi Haman.
melech!!! Contou a Esther, que contou ao melech, que, O melech ordenou, então, que Haman fosse enforca-
após mandar investigar o caso, conseguiu salvar-se e do. Isto era suficiente para salvar os judeus? Não, pois a
mandou enforcar os guardas. Este fato ficou registrado lei ainda vigorava. Esther pediu que o melech salvasse
no livro das crônicas do melech, onde anotava todos os seu povo e ele respondeu que não poderia cancelar esta
acontecimentos importantes do reino. lei. Entretanto, o melech deu o anel real a Mordechai,
Melech Achashverosh tinha ministros, pessoas que lhe que assumiu, então, um cargo importante e pôde criar
davam conselhos. Às vezes, escutava o que seus conse- novo plano para salvar os judeus. Mordechai passou
lheiros falavam e, às vezes, decidia sozinho o que fazer. nova lei, selando-a com o anel real, dizendo que cada
Haman era um dos ministros que se foi tornando cada judeu poderia defender-se quando atacado.
vez mais importante para o melech. Prova disso é que foi Houve luta, porque as pessoas de ambos os lados
elevado em sua cadeira. O melech ordenou que, quando agiram segundo as leis. Vocês se lembram que Haman
Haman passasse, todos os servos que ficavam diante do passado uma lei para que os judeus fossem mortos?! Pois
portão real deveriam inclinar-se e ajoelhar-se. Mordechai é; muitos fizeram como a lei de Haman; outros fizeram
não obedecia e, quando lhe perguntaram porque não o como a lei de Mordechai. A luta durou dois dias e muitas
fazia, respondeu: sou judeu. As pessoas que ficavam por pessoas morreram. Depois de terminada a luta, os judeus
perto se incomodaram com o fato de Mordechai não se se reuniram, com grande alegria, para comemorar a vitó-
ajoelhar e contaram para Haman. ria e enviaram presentes uns aos outros.
Haman ficou com muita raiva e resolveu matar todos os Mordechai escreveu cartas aos judeus, para que come-
iehudim. Precisava da autorização do melech para fazer isto; morassem todos os anos, como naquele dia, lembrando
então, fez um plano para convencer o melech, que concor- que se viram livres do inimigo e que a tristeza se havia
dou e passou nova lei real, autorizando que matassem todos convertido em alegria. Como os judeus foram salvos, e
os judeus. Para saber o dia certo em que isto aconteceria, Esther e Mordechai muito corajosos, comemoramos Chag
jogou a sorte (pur), que determinou dia 13 de Adar. Purim, com muita alegria!
112
O Pequeno Vovô
Alguns dias antes de Purim, Oded disse à sua mãe: “Sou eu!” respondeu Oded, com voz grossa e rouca,
“Mãe, por favor me compre uma máscara com uma como é típico da voz de um idoso.
barba branca, eu quero me fantasiar de vovô.” Vovô ouviu a voz e disse à vovó: “Vovó, há um senhor
A mãe de Oded respondeu: “Está bem.” Saiu e com- batendo à porta; abra, por favor!”
prou uma massecha com uma barba branca. Na festa de Vovó abriu a porta: “Bem vindo!”
Purim, Oded vestiu o casaco grande de seu pai, colocou Oded entrou e disse: “Eu sou o vovô, dêem-me um
na cabeça seu velho chapéu, vestiu a massecha com a presente!”
barba branca, segurou na mão uma bengala pesada, e Só que, desta vez, Oded ficou emocionado e esque-
saiu. Andou, andou, até que chegou na casa do vovô ceu-se de modificar a voz.
Avraham e bateu à porta. Na hora, vovô e vovó reconheceram-no, festejaram e
“Quem é?” perguntou a vovó. ofereceram-lhe um ozen Haman.
5. Brachot e psukim
Antes da leitura da Meguila, o leitor recita três bênçãos e os ouvintes respondem amém para cada uma:
Baruch Ata Ad-nai Elokenu melech haolam Asher kidshanu bemitzvotav vetzivanu al mikra Meguila.
Bendito é o Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, Que realizou milagres para nossos antepassados,
naqueles dias, correspondentes a esta época.
Baruch Ata Ad-nai Elokenu melech haolam, sheassa nissim laavotenu baiamim hahem bazman haze.
Bendito é o Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, Que realizou milagres para nossos antepassados, na-
queles dias, correspondentes a esta época.
Baruch Ata Ad-nai Elokenu melech haolam, shehechianu vekiimanu vehiguianu lazman haze.
Bendito é o Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, Que nos deu a vida, nos manteve e nos fez chegar
até a presente época.
PURIM 113
6. “Fique por dentro”
Srs. Pais, nas mais uma das candidatas ao posto vago de rainha da
No dia 25 de março (6ª feira), comemoraremos Purim com Pérsia, mas, na verdade, é outra pessoa. Mordechai pare-
nossos alunos. Neste dia, as crianças poderão vir sem uniforme ce apenas ser mais um dos muitos que circulam pelo pa-
ou fantasiadas. Para as que não possuem fantasias, sugerimos lácio, mas seu papel surge como muito mais importante.
que confeccionem adornos, utilizando materiais caseiros, tais
O rei Achashverosh parece ser apenas um déspota pouco
como: papéis, retalhos de tecidos, sucatas, entre outros. Usem
sua criatividade e a de seus filhos; não é necessário comprar ou nada esclarecido e não razoável, pois não consegue
nada. conviver com a independência de Vashti, mas ouve as
Contamos com a sua colaboração, aproveitamos para palavras de Esther e aceita suas sugestões. Assim como
lhes desejar CHAG PURIM SAMEACH! um quebra-cabeças, ao juntarmos as peças, vemos que a
Meguila é muito mais que uma historinha de uma intriga
PURIM palaciana de um país desconhecido.
Para lembrarmos a história da malka (rainha) e do melech Para celebrar Purim intensamente, precisamos mudar
(rei) Achashverosh, organizamos uma grande festa na Sinagoga, nossa aparência e colocar roupas e máscara que não são
onde escutamos a leitura da Meguilat Esther. Ao ouvirmos o nossas do dia-a-dia. Purim é uma festa com muitos signi-
nome do malvado 1º Ministro, Haman, devemos fazer muito ficados e costumes/mitzvot de:
barulho com o raashan (reco-reco), mas, ao ouvirmos o nome • mishloach manot - presentear cestas com comida e
de Mordechai - primo da Malkat Esther, nós nos lembramos de
presentes.
como ele foi importante para que os iehudim pudessem vencer mais
uma perseguição. Comer oznei Haman, usar fantasias (tachpossot) e • matanot laevionim - presentear os pobres e as pes-
máscaras (massechot) e tocar e escutar o raashan fazendo baru- soas de idade, com roupas, comida e outros.
lho, além de comer e beber bem, são costumes desta festa. • fantasias - usar fantasias, máscaras ou algum adereço
Outro ponto central é a distribuição de cestas de alimentos engraçado - vale tudo em termos de fantasia.
(mishloach manot) e, neste ano em especial, empenhamo-nos • leitura da Meguila - ler a Meguila, ficando todos
muito para arrecadar uma grande quantidade de brinquedos e prontos para fazer muito barulho a qualquer menção do
livros para doarmos. Para comemorarmos Purim, na aula com nome de Haman.
as crianças, proporcionamos diferentes atividades para cada tur-
• raashan - (reco-reco) usaro para fazer barulho, sem-
ma: fizemos oznei Haman e nos fantasiamos para um divertido
baile. Todos puderam brincar com o raashan, enquanto escu- pre que se ouve o nome de Haman, ao ser lida a Me-
tavam a história. guilat Ester.
• jantar festivo - beber e alegrar-se (Iemei mishte
Caros pais, vesimcha), comemorando com jantar festivo.
Nas noites de segunda-feira e terça-feira (dias 22 • Oznei Haman
e 23/03) , comemoraremos a festa de Purim. Estamos Ingredientes: 1 tablete de margarina ou manteiga sem
enviando-lhes um texto para que possam refletir sobre sal, 2 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro, 2 gemas,
alguns conceitos de Chag Purim. Vocês poderão encon- 3 colheres de sopa de água bem gelada, 1 xícara e meia
trar, aqui, também os costumes e uma gostosa receita de de farinha, geléia de amora, morango, damasco ou uva,
oznei Haman para fazer com seus filhos. Desejamos a manteiga e farinha para untar a forma e farinha para abrir
todos um Chag Purim Sameach! a massa.
Modo de fazer: (1) Bater a manteiga e o açúcar até formar
Purim, na verdade, parece muito com um quebra-ca- uma massa lisa; (2) Juntar as gemas, misturando bem; (3) Juntar
beças ou, talvez, com um baile de máscaras. Só con- a água gelada e, gradualmente, a farinha, misturando até formar
seguimos perceber o todo coerente, ao unirmos todos uma bola de massa; (4) Colocar a massa coberta com plástico na
os pedaços, que estão meio misturados, ou ao serem geladeira por uma noite; (5) Ligar o forno em 350oC; (6) Abrir
retiradas as máscaras. a massa e cortá-la em círculos usando um copo; (7) Colocar,
Purim parece ser a mais descontraída e alegre de nos- em cada círculo, uma colher de sopa de geléia, fechando num
sas festas – mas, em sua essência, encontram-se dois tó- triângulo;p (8) Passar levemente na farinha, arrumar numa assa-
picos muito duros e sombrios: a opressão e o possível deira untada e enfarinhada, deixando espaço entre eles e assar
extermínio de um povo. A Rainha Esther parece ser ape- por 15 min.
114
Canções e poemas
• Ani Purim (por Levin Kipnis)
• Chag Purim (por Levin Kipnis)
• Purim Sameach
• Haleitzan (por Sara Levi-Tanai)
• Shir Hamassechot
• Iesh li raashan
• Shir haraashan
• Leitzanim ktanim anachnu
• Shoshanat Iaakov
• Mishenichnas adar
• UMordechai iatza
• Mischak Purim
• Iom tov lanu
Palhacinho Bonitinho
Palhacinho bonitinho
Venha, venha cá
Hoje é Purim
Vamos já brincar
Pegue a sua máscara
E o seu reco-reco
Rash, rash, rash, rash, rash
Vamos já brincar.
Palhacinho Dengoso
Um palhacinho dengoso
Bate ligeiro com as mãos
Um palhacinho dengoso
Dá três pulinhos no chão
Um palhacinho dengoso
Bate seus guizos assim: plim! plim!
Vira os olhinhos assim
Blim! blim! blim!
Palhacinho
Venham, venham todos
Ver o palhacinho
Que saiu de casa
Em seu cavalinho
A tocar corneta
A fazer piruetas
Venha, venham todos
Ver sua careta!
PURIM 115
Sugestão de sites
http//:www.education.gov.il/preschool
http//:www.regards.com
http//:www.chaguim.org.il
http//:www.chabadcenters.com
http//:www.bluemountain.com
http//:www.holidays.net
http//:www.galim.org.il/holidays
http//:www.museumofcostume.co.uk
http//:www.holidaynotes.com
http//:www.613.org/Purim.il.html
http//:www.greetme.com
http//:www.ort.org.il/year
http//:www.Purim.co.il
http//:www.theholidayspot.com
http//:www.holidays.net/Purim
http//:www.torah.org
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Tzarfati, M. Tchanim upeiluiot lePurim. Israel. 1993
Enciclopédia Judaica
116
Pessach
Ma Nishtana?
O que difere esta noite de todas as outras?
Fontes
Lemaan tizkor et iom tzeetcha meretz Mitzraim kol iemei chaiecha.
(Nela não comerás levedado; sete dias nela comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da
terra do Egito)), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os dias da tua vida.
Bechol dor vador, chaiav adam lirot et atzmo keilu hu iatza miMitzraim
A cada geração, devemos sentir como se nós mesmos tivéssemos saído do Egito.
117
Descrição da festa
Pessach, vem de passach – saltar, pular, lembrando a passagem de D’us sobre as casas dos judeus no Egito, poupando-
os das pragas que lançou sobre os egípcios. Pessach é uma festa ligada à formação do povo de Israel - de “bnei Israel”,
tornamo-nos “am Israel”, tendo à frente o líder Moisés. Um dos valores característicos de Pessach, importante ressaltar,
é o valor da liberdade para um grupo de pessoas que vivia sob o jugo do Faraó no Egito, e que continua sendo atual,
valor tanto particular como universal.
A festa de Pessach – celebrada por 8 dias, quando fora de Israel, e 7, em Israel – possui, como ponto central, a reali-
zação do seder, jantar especial que, pela simbologia, conta toda a história da escravidão e da conquista da liberdade. A
realização do seder; que significa ordem, é um jantar que segue uma ordem determinada, contando a história da saída
do povo judeu do Egito, atende à máxima da hagada, “vehigadeta levincha” – “e contarás ao seu filho”. As crianças têm
papel importante e cabe a elas a realização das kushiot, as perguntas que constam da Hagada.
Apesar do seder ser geralmente longo, se comparado a outras refeições familiares, vários costumes realizados neste
fazem com que as crianças fiquem atentas e não durmam: mostrando e abençoando os alimentos simbólicos da keara de
Pessach, bebendo os quatro copos de vinho, separando mais um para Eliahu Hanavi, entoando canções alegres, procu-
rando o afikoman, escondido durante o seder e lendo nas hagadot, geralmente ilustradas e coloridas.
Em Israel
Conceitos importantes Pessach em Israel, acontece na estação da primavera,
já que a festa é comemorada no mês de nissan. Saímos
do Egito, em nissan - é esta a estação do ano, que traz
• seder Pessach: refeição de Pessach a renovação e o renascimento das flores, combinando
• kearat haPessach: prato de Pessach com o renascimento de um povo, que sai da escravidão
• leil hasseder: noite da comemoração para a liberdade. Este é o mês que abre a temporada
• iain: vinho agrícola em Israel, acentuando a ligação do homem com
• Chag HaPessach: festa de Pessach a terra, do povo judeu com a terra de Israel e do povo
• kos Eliahu Hanavi: taça do Profeta Elias
judeu com D’us.
• Chag Haaviv: festa da primavera
• arba kossot: quatro taças
• Chag Hamatzot: festa de pães ázimos
• matza/ot: pão/ães ázimo(s) Mensagens das escolas
• Chag Hacherut: festa da liberdade
• afikoman: matza escondida A energia do seder
• chag sameach: Boas festas! Ao comemorar nosso êxodo do Egito, Pessach reflete
• beitza/im: ovo(s) a libertação da alma das coerções psicológicas e emocio-
• Hagada shel Pessach: livro de rezas de Pessach nais representadas pelo “Egito”. Aliás, a palavra hebraica
• charosset: purê - maçã e nozes para Egito, Mitzraim, pode ser também traduzida por
• kushiot: perguntas de Pessach “inibições” ou “restrições”: metzarim. Todos nós com-
• zroa: osso batemos inibições interiores e exteriores, que reprimem
• kasher lePessach: kasher nosso crescimento e impedem que utilizemos ao máximo
• karpas: salsão
o nosso potencial. Podemos ficar paralisados pelo medo,
• *bdikat e *biur chametz: Verificação de fermentados
vergonha, culpa, ressentimento, vícios. Podemos carecer
• maror: raiz forte
• esser hamakot: 10 pragas da habilidade de amar, sonhar, chorar e relaxar nossas
• chazeret: erva amarga defesas, ou ficar escravizados por impulsos e sentimen-
• eved/avadim: escravo(s) tos doentios de inveja, animosidade e amargura. Nes-
• egozim: noz/es te sentido, todos nós nos encontramos num ou noutro
• teva: cesto de Moisés tipo de “Egito”, e o seder nos oferece a oportunidade de
• sne boer (baesh veenenu ukal: abandonar nosso Egito pessoal e caminhar em direção à
sarça ardente (que não queima) Redenção. Abrimos nossos corações e acolhemos cordial-
mente em nossas vidas a energia Divina da libertação.
Extraído do Chabad News – Nissan 5763 (Gani TT)
118
A busca da Liberdade
Moacyr Scliar
O Êxodo do Egito é uma passagem dramática na his- muito mais nisto – o texto bíblico se revele educativo. A
tória bíblica, uma verdadeira inflexão na trajetória do liberdade não depende apenas do arroubo de um líder
povo judeu, que, neste momento, se mostra digno da ou de um governante. A liberdade resulta de um pro-
denominação de “povo eleito”. E isto acontece não por- cesso de amadurecimento. É significativo que, para os
que ele será o objeto de uma eleição. Não se trata de hebreus, esta fase tenha tido como cenário o deserto,
uma eleição nos moldes de hoje, com campanhas e voto um lugar árido, de poucos acidentes naturais, e onde as
eletrônico; não, trata-se de uma opção silenciosa, mas pessoas estão constantemente vendo-se umas às outras.
nem por isso menos eloqüente. Uma eleição em que, Esta convivência sem barreiras é uma condição essencial
parafraseando uma expressão moderna, o povo votará para o pacto social que consolidará a liberdade. A liber-
com os pés, em que ele mostrará sua vontade, a sua es- tação pode ser instantânea; a incorporação da idéia de
magadora vontade, com uma grande marcha – a marcha liberdade tarda mais tempo. Mas é irreversível.
rumo a uma terra, e rumo também a uma consciência Mais do que uma celebração judaica, o Pessach é uni-
grupal. Eloqüente instante em que a palavra “liberdade” versal. Porque a liberdade continua sendo um bem rela-
adquirirá um significado concreto. A liberdade tem um tivamente escasso em nosso planeta. Não se trata apenas
mote – “deixe meu povo sair” - e tem um gesto: é preciso dos regimes totalitários que vigem em grande número
atravessar o mar, e depois o deserto, para ir em busca de países; trata-se também de outros tipos de liberdades.
do sonho. Trata-se de livrar o ser humano da miséria, da doença,
O relato do Êxodo envolve elementos míticos (ou uma da exploração.
interpretação mítica de fenômenos naturais), mas não se “Deixe meu povo sair” é um brado que continua eco-
esgota nisso. De fato, a saída é relativamente rápida. Lon- ando em nosso tempo. O direito à liberdade precisa ser
go, porém, será o período em que os hebreus vagarão constantemente reafirmado. E Pessach é uma grande
pelo deserto: quatro décadas, o tempo necessário para ocasião para isto.
que uma geração dê lugar a outra. Também nisto - talvez (Bialik)
Nomes da festa
Chag HaPessach
Nome principal, usual e freqüente, vem do hebraico
e quer dizer ‘pulou, passou’, pois D’us “passou” pelas
casas dos judeus no Egito, para que não morressem seus
primogênitos, uma das dez pragas do Egito (Shmot, capí-
tulo XII, versículo 23).
Chag Haaviv
A festa da primavera.
Chag Hamatzot
A festa das matzot, ou pães ázimos, único alimento
dos judeus, ao saírem do Egito.
Chag Hacherut
A festa da liberdade.
PESSACH 119
Símbolos e motivos, usos e costumes
Matza/ot
Pão ázimo, confeccionado sem levedura, que se come durante a sema-
na na qual se comemora a festa de Pessach, como lembrança à massa que
não fermentou quando os judeus saíram, com pressa, do Egito.
Kearat haPessach
Bandeja, prato especial, com lugares designados para os alimentos
simbólicos de Pessach, que a compõem: charosset, maror, zroa, beitza,
karpas, chazeret, cada qual com seu significado e ligação a Pessach. Ke-
arat haPessach tornou-se, com o passar dos anos, um objeto onde a arte
judaica se pode manifestar, expressando o encontro entre os motivos
judaicos típicos da festa com a expressão artística do artesão/ artista, que
usou materiais e instrumentos que se achavam à sua volta.
1. zroa, osso, é o símbolo do sacrifício pascal, que ocorria na época do Beit Hamikdash. Utiliza-se um osso de frango, queimado na brasa, ave que nunca foi ofertada
como sacrifício.
2. beitza, ovo, representa a oferenda da festa, mas também é símbolo de luto. É colocado cozido, inteiro, com a casca. Antes de ser servido na refeição, é descascado
e saboreado, após mergulhado em água salgada.
3. e 6. maror e chazeret, raiz forte e erva amarga. São ingeridas, em lembrança aos tempos amargos sofridos por bnei Israel, enquanto escravos. Coloca-se alface
romana e raiz forte.
4. charosset, um purê de maçãs raladas, tâmaras e/ou passas, misturado com nozes, canela e/ou gengibre, com um pouco de vinho, que se assemelha à argamassa
na qual trabalhavam nossos antepassados.
5. karpas, salsão (podendo ser substituído por cebola, rabanete ou batata cozida). É mergulhado em água salgada antes de ser saboreado, para simbolizar as
lágrimas derramadas na época da escravidão.
120
Afikoman Egozim
O maior pedaço da matza, que fica no meio das três Brincar com egozim (nozes) é um costume antigo, que
matzot colocadas juntas, e que representam a junção das remonta aos tempos de Rabi Akiva.
tribos do povo judeu: Cohen, Levi e Israel. Outra expli-
cação para as três matzot lembra os patriarcas Avraham, *Bdikat e biur chametz
Itzchak e Iaakov, aludindo às mitzvot de hospitalidade É a verificação do chametz por toda a casa e perten-
(hachnassat orchim), como está descrito no episódio de ces pessoais, buscando por todo produto fermentado,
Avraham, com os três visitantes que vieram anunciar a na noite anterior a Pessach (salvo se for Shabat, quando
gravidez de sua esposa (Bereshit, 18:6). é antecipada para a noite anterior), pois este tipo de
É costume esconder o afikoman, para as crianças o alimento (cujos ingredientes sejam grãos de trigo, cen-
procurarem, fazendo-as ficarem acordadas durante o teio, cevada e aveia e, portanto, sujeitos a um processo
longo seder. Ao final, costuma-se também presenteá-las. de fermentação ao entrarem em contato com a água) é
*É costume/mitzva não comermos mais nada após o proibido durante a festa.
afikoman, para ficarmos com o gosto deste na boca. É costume espalhar dez pedaços de pão seco, embru-
lhados, em diferentes lugares da casa para serem acha-
Arba kossot dos durante a vistoria, à luz de vela. Na manhã anterior
São os quatro copos de vinho, bebidos durante o se- a Pessach, após às 9h30, não mais é permitido comer
der. Muitas são as explicações para os arba kossot, entre chametz, e sua posse é proibida após às 10h30. O que
elas, as quatro expressões de “redenção”, mencionadas for encontrado deve ser embrulhado e isolado para ser
na Tora, com relação à saída do povo judeu de Egito, ou queimado na manhã seguinte. Alimentos usados durante
os méritos de bnei Israel no Egito, que mantiveram seus o ano e não kasherizados devem ser guardados em armá-
nomes hebraicos, permaneceram leais a D’us, falaram a rios trancados e, por procuração entregue a um Rabino,
língua hebraica e levaram uma vida moral. devem ser vendidos a um não judeu, caso não tenham
sido queimados. Antes da busca recita-se a bracha:
Kos Eliahu Hanavi Baruch Ata Ad-nai Elokenu melech haolam, asher
É costume tradicional de Pessach, num determinado kidshanu bemitzvotav vetzivanu al biur chametz.
momento do seder, encher um copo de vinho para o Quando a busca estiver terminada recita-se: “Todo fer-
profeta Eliahu. Abre-se a porta, para que ele possa en- mento ou qualquer produto fermentado em meu poder
trar, simbolizando, com este costume, a chegada de uma que não vi ou removi, e de que não tenho consciência,
nova era de paz e compreensão entre os povos. seja considerado sem valor e sem dono, como o pó da
terra.”
Kushiot Durante a semana de Pessach, troca-se o pão, que é
São as perguntas feitas na canção Ma nishtana?, que chametz pela matza, que é kasher lePessach, e apenas
consta da Hagada, constituída de perguntas retóricas, comem-se alimentos kasher lePessach.
cantadas pelas crianças e respondidas, em coro, pelos
participantes no seder de Pessach, cumprindo, assim, o *Maot chitim
costume de contar, para as crianças, a história da saída Antigo costume de contribuir com dinheiro para, pos-
de Egito. teriormente, ser distribuído entre os pobres, para que
pudessem comprar matzot e outros alimentos necessá-
rios para Pessach.
PESSACH 121
O significado da festa para crianças na idade infantil
Chag haPessach, como a maior parte das festividades ju- significado, contada em linguagem simples, além de po-
daicas, é rica em conteúdos, símbolos, jogos e brincadeiras der compreender mais facilmente certos valores sociais
para a criança, possuindo ainda um histórico bastante ex- e sentir empatia por personagens e imagens históricas
tenso. Para facilitar o trabalho da professora, são propostos (segue sugestão da história de Pessach adaptada).
três níveis gerais no ensino-aprendizagem dos conteúdos A criança pode aprender os nomes adicionais de Pes-
ligados a Pessach, de acordo com as características perti- sach e seu contexto, além dos símbolos e costumes e
nentes a cada faixa etária (de 3 a 6 anos de idade): seus significados, vivenciados pela família e pelo am-
biente próximo.
De 3 a 4 anos, as crianças já podem identificar a fes- * Nesta faixa etária, a criança já pode conhecer as mit-
tividade, e dar-lhe o nome usual e freqüente, Chag Ha- zvot básicas e seus conceitos (mitzvot de bdikat chametz,
Pessach. Além disto, por meio de vivências baseadas na biur chametz, leil hasseder, kushiot, afikoman, arba kos-
arte, no jogo e na brincadeira, na música, na culinária sot), não somente vivenciadas mas também comentadas
e na experimentação, poderão conhecer parte dos sím- e exemplificadas, além da importância de Moshe, como
bolos da festa: matza, Hagada, kearat haPessach, iain, líder de nosso povo.
egozim e afikoman. Alguns costumes característicos de
Pessach que enfatizem o “aqui e agora” poderão ser De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a
vivenciados. criança vai acumulando, ela passa a compreender mais
* Nesta faixa etária, inicia-se o conhecimento das profundamente o significado de costumes e símbolos re-
mitzvot básicas: bdikat chametz, biur chametz, leil has- levantes, que são de valor para o povo judeu. Revela
seder, kushiot, afikoman, arba kossot, todas vivenciadas. curiosidade em conhecer a história da festa e seu sig-
A realização de sdarim na própria escola é importante, nificado, inclusive as origens das idéias ligadas à fes-
pois poder participar desta cerimônia, com seus colegas, tividade. Outros aspectos que se podem abordar com
fará com que as crianças se sintam à vontade, quando es- crianças nesta faixa etária são: a história da festa e seu
tiverem com suas famílias, reconhecendo e identificando significado(segue sugestão da história de Pessach adap-
os símbolos e os rituais. tada), os valores morais e nacionais ligados à festa, os
nomes especiais do chag, os nomes originais e seus sig-
De 4 a 5 anos, quando a criança já manifesta com- nificados e os costumes aceitos pela comunidade e pelo
preensão mais intuitiva, e não somente concreta, seus povo e seus significados, além das atividades agrícolas.
conhecimentos de costumes e símbolos se vão amplian- * Nesta faixa etária, a criança já compreende o sig-
do (acrescenta-se kos Eliahu Hanavi, maror e charosset), nificado das mitzvot básicas e seus conceitos, (mitzvot
assim como se vão ampliando os ambientes de vivên- de bdikat chametz, biur chametz, leil hasseder, kushiot,
cia: em casa, na escola, na comunidade. Nesta época, afikoman, arba kossot), não somente vivenciadas, mas
a criança já pode entender a história de Pessach e seu também comentadas, exemplificadas e comparadas.
122
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Pessach
PESSACH 123
Levando charosset para casa Descrição:
Conteúdos: as crianças farão um passeio e conhecerão todo o processo de
charosset fabricação de matzot.
Objetivos potenciais: Materiais e recursos:
conhecer os ingredientes do charosset. máquina fotográfica e apetrechos necessários para passeio.
Descrição:
preparar charosset, enfeitar um vasilhame, colar uma etiqueta Um seder de Pessach interativo
(charosset escrito em hebraico) e levar para casa com a receita. Conteúdos:
Materiais e recursos: seder de Pessach
ingredientes (vide seção receitas), vasilhame, etiqueta. Objetivos potenciais:
vivenciar o seder de Pessach, com a participação ativa de crianças
Chag haPessach betachanot e adultos.
Conteúdos: Descrição:
conteúdos típicos de Pessach, histórico e costumes, cada faixa etá- crianças e professoras participarão num grande seder de Pessach,
ria trabalhando num enfoque distinto. realizado na escola, dramatizando partes da Hagada, brachot e
Objetivos potenciais: costumes tradicionais.
cumprir os costumes e tradições do chag, por meio de atividades Materiais e recursos:
em tachanot. objetos referentes às partes da Hagada, escolhidas para serem
Descrição: dramatizadas, além dos componentes da mesa preparada para o
professoras trabalham juntas no desenvolvimento dos conteúdos seder de Pessach na escola
do chag, enfocando histórico e costumes: Moshe bateva, sne boer, Obs.: crianças menores podem participar em pequena parte do se-
Moshe uParo, saída do Egito, a mesa do seder. Prepara-se, com as der ou em uma breve comemoração, planejada adequadamente.
crianças, ambiente central, usando objetos, cores e materiais que
remetam aos temas cuidados. Com o uso de tintas, as crianças Confecção do mural da escola
marcam suas pegadas simulando a passagem de bnei Israel no Conteúdos:
deserto. Usando de movimento e pantomima, as professoras dra- trechos da história de Pessach – avadim, Moshe bateva, sne boer,
matizam os conteúdos relevantes. Após a atividade conjunta nas esser hamakot.
tachanot, a história é recontada nas classes. Objetivos potenciais:
Materiais e recursos: incentivar a criança a ilustrar cartazes relacionados ao tema.
mesas, tachanot, materiais - ligados aos conteúdos, tradições e Descrição:
costumes, papel craft, areia e pedrinhas. a atividade é iniciada em roda de conversa, continuando em
grupos de trabalho. Explicar que os grupos farão parte da história
A Hagada de Pessach de cada classe que, depois, comporão um grande mural coletivo, com histórias de
Conteúdos: Pessach.
Hagada de Pessach Materiais e recursos:
Objetivos potenciais: diferentes papéis e materiais criativos.
vivenciar a história, os motivos, os símbolos e os costumes, foto-
grafando as crianças em suas dramatizações, para a confecção da Brincadeiras com nozes (egozim)
Hagada. • corre-cutia
Descrição: • espalhar egozim pelo chão para que andem em volta, sem pisar
confeccionar a Hagada de Pessach, cada classe com conteúdos e • embrulhar as egozim com papel de bombom colorido e classificá-las
técnicas relevantes, fotografando as crianças em atividades e mon- • “noz ao cesto”
tando, no final do processo, as Hagadot referentes à cada classe. • adivinhe quantas egozim tenho mão?
Na época anterior ao chag, as crianças ‘vivem’ as histórias, costu- • criar com as cascas: cesta do Moshe, casco da tartaruga, joani-
mes e tradições de Pessach; a professora fotografa-as: lavando as nha, entre outros.
mãos e aprendendo as brachot, preparando toalhas para as mesas • caixa com duas cores – coloque a noz na sua “casinha”, de
das bonecas, confeccionando sacos para o afikoman, preparando acordo com a cor correspondente.
vinho, entre outros. Estas fotos farão parte das Hagadot, exclusivas • “quem consegue carregar mais egozim sem deixar cair?” Conta-
de cada classe. gem – quem conseguiu mais e menos – registro no papel
Materiais e recursos: • com dados: o número que cair, coloca na caixa a quantidade
papéis, materiais gráficos e artísticos relevantes, máquina fotográfica. correspondente de egozim
Obs.: No dia da comemoração do seder de Pessach na escola, as • com 2 dados: 1 com cores (azul, vermelho, amarelo e verde) e
crianças deverão vir vestidas de maneira festiva, realizando o seder outro com números – jogam-se os dados e colocam-se cor e quan-
conjunto, com todas crianças e professoras. tidade correspondentes de egozim (embrulhadas com papel de
bombom) – registro no papel
Um passeio kasher lePessach Obs.: adequar à faixa etária.
Conteúdos:
visita à fábrica de matzot
Objetivos potenciais:
vivenciar o processo da produção de matza.
124
Atividades com a família e amigos
Pergunte aos seus pais • inicia-se a leitura da Hagada de Pessach com o “Ma nishtana?”
Conteúdos: • em seguida, recita-se a bracha sobre a matza.
entrevista com pais sobre costumes e tradições de Pessach. • coloca-se um pouco de raiz forte num pedaço de matza e pro-
Objetivos potenciais: nuncia-se a bracha. Quando terminamos de ler a Hagada, é costu-
perceber diferenças e semelhanças nas formas de comemoração me dizer uns aos outros “leshana habaa biIerushalaim.”
das famílias.
Descrição: Igual e diferente:
realizar, como “lição de casa”, entrevistas com os pais. Sugerir que o seder de Pessach na escola e com a família
pais desenhem e/ ou escrevam suas respostas. Conteúdos:
Sugestão de perguntas: continuando naturalmente o tema da família, construído anterior-
Costumavam brincar com egozim quando eram pequenos? Procu- mente com as crianças, enfoca-se o ângulo do seder de Pessach,
ravam o afikoman? Encontravam? Como era? Que lembranças têm refeição realizada com a família.
da festa?Comparar com as brincadeiras atuais das crianças. Objetivos potenciais:
vivenciar o seder de Pessach, seus costumes e tradições, na escola,
Seder de Pessach na escola, um seder muito em família comparando o que é comum, ou diferente, na escola e com a famí-
Conteúdos: lia, de acordo com o desenvolvimento das crianças.
seder, com seus símbolos e rituais. Descrição:
Objetivos potenciais: preparar um seder de Pessach na escola, com Hagada e todos os
convidar pais ao seder, ao contrário do que ocorre em casa, quan- símbolos e costumes relevantes. Vivenciar as várias etapas do se-
do as crianças são as convidadas. Agora, serão elas as responsá- der e compará-las ao que as crianças vivem em família.
veis e anfitriãs. Materiais e recursos:
Descrição: mesas, toalha, kossot, pratos, guardanapos, elementos do seder
confeccionar convites para que os pais venham ao seder; preparar (keara, kos (Eliahu), iain, alimentos, afikoman, entre outros).
o mesmo, exatamente como foi descrito na atividade “Pessach na
escola – Preparando e realizando o seder” Confecção de livro de receitas
Materiais e recursos: Conteúdos:
mesas, vassouras, panos de limpeza, toalha, kossot, pratos, guar- receitas de Pessach
danapos, elementos do seder (keara, kos (Eliahu), iain, alimentos, Objetivos potenciais:
afikoman, entre outros), materiais para a confecção do convite. fortalecimento do elo casa-escola, pela valorização de diferentes
Proposta para seder de Pessach (vide seção de brachot) costumes
• a cerimônia começa com o kidush (ou bracha do iain) que ex- Descrição:
pressa graças pela festa. coleta de receitas de mães e avós dos alunos.
• a seguir serve-se o karpas (cebola ou batata). Materiais e recursos:
• pai segura então as 3 matzot, que tem à sua frente, quebra a do elaboração de página padronizada, a ser enviada para casa, soli-
meio em dois pedaços e reserva o maior para distribuí-lo no fim da citando que escrevam e/ou desenhem sua receita de Pessach. No
noite, o afikoman final, cada professora elege a forma de encadernação.
Cantos
Para expor imagens, objetos, símbolos, entre outros, o canto é montado pelas crianças, junto com a professora, a partir dos materiais trazidos,
podendo ser fixo - tipo vitrine, com mural na parede e mesa ao lado, e/ ou móvel - para brincar, manipular, interagir, com caixas de atividades
com objetos trazidos de casa, brinquedos e jogos didáticos e outros, álbuns de fotos, livros, caixas de atividades com objetos para manipular,
entre outros. Ex: montar uma mesa de Pessach, atrás da qual haverá um mural (com fotos dos familiares como se fossem convidados da festa).
Colocar, nesta mesa, todos os elementos de um seder, além de egozim para brincar, como p. ex., Hagadot para as crianças manusearem. Ao
lado, podem-se oferecer jogos alusivos ao chag.
Murais ou Painéis
Com o uso das “Cem Linguagens” de expressão, para transmitir o conteúdo do chag, com mensagem ou passuk relevante, em ivrit e/ou em
português como ledor vador; de geração em geração e Chag HaPessach, Chag Haaviv e/ou imagens com “judaica” (arte/artesanato judaicos,
de caráter estético e funcional), desenhos, imagens ou reproduções artísticas ligados ao passuk citado: fotos de flores de Israel, para que as
crianças “sintam” um pouco a primavera de lá; produções de crianças, em duplas ou trios, de partes do histórico, construindo assim uma gran-
de Hagada coletiva.; fotografias de crianças, seus familiares, diferentes famílias e comunidades judaicas festejando a festa, entre outras.
PESSACH 125
Registro de projetos
• Família, já que esta festa anuncia a reunião familiar em torno da mesa do seder.
• Egito, (sugestão: visita ao Museu de Arqueologia e Etnografia da USP).
• É uma boa oportunidade para o trabalho com coleções: de pedras, de pirâmides, de flores secas, entre outros.
• Pesquisa sobre ovelhas – visita à Biblioteca da escola, trazer material de casa – classificar o animal: descrição, o que come, características,
entre outros.
• Moshe bebê – confeccionar com as crianças de 2 a 4 anos um Moshe de pano e com ele trabalhar o recorte da história e os cuidados com o
bebê.
• Moshe líder de um povo – Moshe pastor foi uma das facetas do líder. Pesquisar com as crianças que líderes eles conhecem e comparar cam-
po e cidade. Textos para consulta das professoras acerca do projeto.
Quando a professora perguntou como se chamava o irmão de Moshe Rabenu, ninguém se lembrava. Então, a profes-
sora resolveu dar uma dica: AHA... E Naty logo disse que se lembrava:
- Eu sei, mora, AHA...SHVEROSH!!!
126
Anexos
1. Sugestões de imagens para construir jogos
• matza • maror • criança comendo matza • Hagada • kearat HaPessach
• iain • afikoman • kos Eliahu Hanavi • egozim
• mesa do seder de Pessach • pote de charosset • arba kossot iain
Matza
Ingredientes da massa Modo de Fazer
4 copos de farinha 1. Misturar os ingredientes,
1 copo de água gelada 2. Bater a massa com a mão, abrir com rolo de madeira e passar carretilha para fazer os furos.
3. Assar imediatamente.
4. Procurar fazer tudo em menos de 18 min..
Charosset
Ingredientes Modo de Fazer
Maçã 1. Ralar a maçã;
Nozes 2. Picar as nozes;
Vinho 3. Misturar com vinho e açúcar e a canela, se quiser.
Açúcar
Canela (opcional)
Brigadeiro de Pessach
Ingredientes Modo de Fazer
½ copo de açúcar 1. Misturar todos os ingredientes até formar uma massa que possibilite formar bolinhas de brigadeiro.
200 gramas de margarina sem sal 2. Enrolar e passar no cacau.
½ copo de vinho doce Obs: Se quiser, pode passar metade em coco ralado, arrumando em uma bandeja, em seqüência, ou imitando um
1 e ½ copo de farinha de matza tabuleiro de xadrez.
3 colheres (sopa) de cacau natural
Receita do vinho
Ingredientes Modo de Fazer
1kg de açúcar 1. Amassar bem as uvas com casca (usar luvas cirúrgicas), e acrescentar o açúcar.
3kg de uva preta 2. Despejar a mistura em um garrafão.
3. Tampar bem e deixar fermentar por aproximadamente 30 dias. Durante este período recomenda-se movimentar
o garrafão.
4. Coar após 30 dias e estará pronto para consumo.
PESSACH 127
3. Sugestão de material didático
Ser livre
Sabemos muito bem do trabalho que temos para característico. Podemos estar livres ainda no exílio; po-
organizar a semana de Pessach. As mudanças são tão rém, quando perdemos nossas próprias características,
grandes que, quando termina o chag, sentimo-nos perdemos nossa independência. Às vezes, o mundo mo-
como se estivéssemos voltando de uma viagem. E sur- derno procura determinar nossos valores, caráter e rela-
ge então a pergunta: Ma nishtana? O que mudou? O ções, encobrindo os verdadeiros valores da religião, da
que mudou em nossas vidas depois de cumprirmos to- tradição e da Tora. Para conseguirmos nossa liberdade,
dos os rituais da noite do seder? Que liberdade é esta precisamos recuperar nossa própria essência, caráter e
que procuramos atingir? maneira de pensar.
Nossos sábios nos ensinam que cada um tem sua es- Pelas leis e costumes da noite do seder, o que realmen-
cravidão e liberdade pessoal. Escravidão, quando esta- te enfatizamos é que “ontem, fomos escravos e hoje, so-
mos sujeitos à vontade dos outros e, liberdade, quando mos livres”. Enquanto recitamos a Hagada, relembramos
podemos realizar nossas próprias vontades. Escravidão, e compreendemos o que nela está escrito, cumprindo o
quando estamos entregues a um conjunto de valores, que ela nos diz: “e contarás ao teu filho...”. É uma gran-
relacionamentos e a um meio de vida estranhos ao nos- de oportunidade para tentarmos atingir nossa verdadeira
so ser. Liberdade, quando conservamos nosso próprio liberdade.
caráter, nossos princípios religiosos, nosso modo de vida Adaptado do texto do Rabino Adin Even Yisrael-Stenzalts
4. Histórias de Pessach
A história da saída do Egito
Adaptada do livro Chag vechaguiga lapeutot, de Lea Cohen.
O povo de Israel (bnei Israel) trabalhava muito, muito sair do Egito. O povo de Israel fugiu correndo e, não po-
pesado mesmo, para o Faraó, um tipo de rei do Egito. dendo esperar que o pão fermentasse, fizeram as matzot.
Moshe queria tirá-los de lá e trazê-los para Eretz Cnaan, Para nos lembrarmos da saída do Egito, festejamos Chag
mas o Faraó não concordava. Então, os egípcios recebe- HaPessach, comendo matzot por 8 dias – recordando as
ram dez pragas e, no final, desistindo, o Faraó deixou-os matzot que o povo de Israel comeu ao sair do Egito.
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1 dam (sangue) - em todo lugar onde havia águas, estas se transformavam em sangue.
E Paro continuou não deixando os hebreus saírem do Egito.
10 Até que veio a pior de todas as pragas: makat bechorot (a morte dos primogênitos!)
Só aí, quando Paro viu que seu filho havia morrido, falou: Podem ir!!!
PESSACH 129
Nesta atividade pode-se: viu dois hebreus brigando. Perguntou ao homem que
• utilizar o Tanach; batia: Por que você está batendo nele? O homem res-
• utilizar fotos do Egito, mostrando escravos trabalhando. pondeu: Quem é você para me dizer uma coisa destas?
• levantar questões como: o que acham deste tipo de Você vai me matar do mesmo jeito que matou o homem
trabalho? egípcio? Neste momento, Moshe ficou com medo, porque
• Cantar a música avadim hainu. viu que sabiam do caso, sabiam que havia matado um
homem!!!
Capítulo II: O nascimento de Moshe O Paro também ficou sabendo do caso e quis matar
(Shmot, cap. 2 – vers. 1 a 10) Moshe, que fugiu de Goshen e foi para outra cidade, Mi-
Hoje, contarei como Moshe, o nenê, foi salvo... Vocês dian. Ao chegar lá, logo procurou o poço da cidade. O
se lembram daquela lei que o Paro fez ... para jogar chefe desta cidade tinha 7 filhas e elas vieram tirar água
os meninos hebreus que nascessem no rio? Pois é, em do poço para darem ao rebanho. Voltaram rápido para
Goshen, morava uma família: Amram, o pai, Iocheved, casa e o pai delas, Itro, espantou-se e perguntou: Por
a mãe, Aharon e Miriam, os filhos. Nasceu, então, mais que voltaram tão cedo? Elas explicaram que tinha um
um filho, um menino, e a mãe viu que era ‘bom’. Não homem egípcio que as tinha salvado de outros pastores
queria jogá-lo ao rio e o escondeu por 3 meses. No en- e que tinha tirado água do poço para elas. Moshe era
tanto, três meses depois, não mais era possível esconder egípcio? Por que pensaram que era? O pai falou: Onde
o nenê. está este homem? Chamem-o aqui para darmos pão para
Fizeram, então, uma teva, um cesto especial, feito com ele comer!
junco, betume e pez, e a colocaram, com Moshe dentro, Moshe foi para casa e, passado um tempo, acabou ca-
às margens do rio Nilo. A irmã do nenê, Miriam, ficou sando-se com Tzipora, uma das filhas de Itro. Tiveram
para ver, de longe, o que aconteceria com ele. Nesta um filho, a quem chamaram Guershon.
hora, a filha do Paro foi com suas criadas banhar-se no
rio Nilo. Viu a cesta e mandou que uma de suas criadas Nesta atividade pode-se:
a pegasse. Quando a abriu, viu que havia um nenê que • mostrar imagem do soldado batendo no hebreu.
estava chorando e ficou com pena. Logo percebeu que • mostrar imagem do poço, explicando a função que
era um menino dos hebreus. tinha nesta época.
Miriam, que tudo viu, foi perguntar-lhe se queria que • mostrar fotos de ovelhas.
fosse chamar uma ama, entre as hebréias, para cuidar • conversar sobre o comportamento de Moshe ao ma-
dele. Quem é que ela foi chamar?! A Iocheved, que era tar o soldado e ao ajudar as moças que nem conhecia.
a mãe de verdade!!! Quando Iocheved apareceu, a filha • conversar sobre o comportamento de Itro ao convi-
do Paro falou: leve o menino, pagarei um salário para dar Moshe.
que cuide dele e lhe dê de mamar. Assim foi feito, Io-
cheved cuidou do nenê. Quando já era grande, levou-o Capítulo IV: a sarça ardente (sne boer)
para a filha do Paro, que o adotou e o chamou de Mo- (Shmot, cap. 3 – vers. 1 a 22 e cap. 4 – vers. 1 a 17)
she, que quer dizer, das águas foi tirado (min hamaim Moshe viveu em Midian e tornou-se pastor de ovelhas.
meshitihu). Um dia, saiu com o rebanho de Itro e, de repente, viu
Nesta atividade pode-se: uma coisa incrível! Moshe pensou: O que é isto? Apro-
• comentar que, no Tanach, está escrito que o nenê ximou-se do lugar e viu um arbusto queimando, com
era bom (tov hu). Refletir sobre o que será que isto quer fogo, mas o fogo não queimava! Não se transformava em
dizer? cinzas, mas queimava o tempo todo! Como podia ser?!
• discutir porque não era possível esconder o nenê, Era o anjo de D’us!
após os 3 meses de idade. Moshe ficou curioso para ver o que era e aproximou-se
• mostrar foto do Rio Nilo, explicando que é o maior devagar, devagar. D’us viu que ele estava se aproximando
rio do Egito. e o chamou: Moshe, Moshe. Moshe respondeu: Estou aqui.
• cantar a música dumam shata. E a voz disse: Tire suas sandálias, porque a terra é santa.
E a voz continuou: Eu sou seu D’us, o D’us de seu pai,
Capítulo III: Moshe mata e foge para Midian de Avraham, Itzchak e Iaakov. Moshe escondeu o rosto,
(Shmot, cap. 2 – vers. 11 a 22) porque ficou com medo de olhar direto na face de D’us.
Vocês se lembram que Moshe foi levado para o palácio A voz continuou: Eu ouvi meu povo implorando, por-
e que a filha do Paro o adotou? No Tanach, não se expli- que não agüenta mais sofrer no Egito. Vai, Moshe, tire
ca como ele passou o tempo na casa da mãe verdadeira meu povo do Egito!!! Moshe ficou surpreso e disse: Quem
mas, a partir daí, ele passou a viver no palácio. sou eu, para falar com o Paro e tirar bnei Israel de Egito?
Um dia, quando Moshe já era grande, saiu do palácio D’us respondeu: eu estarei com você e este será o sinal
e, passeando por Goshen, viu um homem egípcio, pa- que fui eu que te mandei.
recendo um guarda, batendo um homem hebreu, que Mas Moshe falou: Quando eu falar para o povo que
deveria ser um escravo. Olhou para um lado, olhou para vou tirá-lo do Egito e eles me perguntarem qual é o seu
o outro, e viu que não havia ninguém. O que fez? Matou nome, o que responderei?
o homem egípcio e escondeu-o na areia. D’us disse: Diga que fui Eu Quem lhe mandei. Diga
No dia seguinte, quando novamente saiu do palácio, que o D’us de Avraham, Itzchak e Iaakov foi Que o
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mandou. Diga que os levarei para uma terra boa, que e o levaria para Cnaan, e que deveriam voltar para falar
jorra leite e mel. com o Paro. Sabem quantos anos eles tinham? Moshe
Mas Moshe falou: Eles não vão acreditar em mim! tinha 80 anos e Aharon, 83.
D’us então falou: O que é isto em suas mãos? Moshe Os dois foram falar com o Paro e fizeram o sinal com o
respondeu: É um cajado. cajado, para que o Paro acreditasse que D’us estava com
D’us falou: Jogue-o no chão. Quando Moshe fez isto, o eles. Mas o Paro tinha feiticeiros, que fizeram a mesma
cajado transformou-se em uma cobra e fugiu. D’us falou: mágica. E o coração do Paro endureceu-se e não deixou
Pegue-a pela cauda e quando Moshe fez isto, a cobra o povo sair.
transformou-se de novo em cajado. D’us, então, manda as pragas. Primeiro, veio sangue,
D’us fez isto para que Moshe acreditasse que estava e toda a água do Nilo se transformou em sangue. Nem
com ele. assim, o Paro deixou eles saírem. Daí, veio a segunda
Mesmo assim, Moshe falou que tinha dificuldades ao praga, rãs, nas casas, nas camas, nos fornos, em todo
falar, que não conseguiria falar direito. D’us fala, então, lugar. Nem assim, o Paro deixou eles saírem.Vieram os
para ele leva seu irmão Aharon, junto com ele e que piolhos. Nem o povo todo se coçando, Paro deixou eles
Aharon falaria por ele. saírem. Aí animais selvagens, menos em Goshen e nem
Nesta atividade pode-se: assim, o Paro deixou eles saírem. Peste que matou os
• assistir a vídeo de pastores animais, menos os de bnei Israel. Nem assim, o Paro
• mostrar fotos de ovelhas deixou-os saírem. Sarna e nem assim, o Paro deixou eles
saírem. Chuva de pedras, e nem assim, o Paro deixou
Capítulo V: Moshe volta ao Egito: o encontro com eles saírem. Gafanhotos e nem assim, o Paro deixou eles
Aharon e com o povo saírem. Escuridão total e absoluta e nem assim, o Paro
(Shmot, cap. 4 – vers. 18 a 23, 27 a 31) deixou eles saírem.
Moshe, depois do encontro na sarça ardente, volta para Veio, então a pior praga de todas, morte dos primo-
casa, em Midian, e conta a Itro que vai salvar seu povo. gênitos. D’us mandou que todos bnei Israel deveriam
Itro fala: Vai em paz. Outra vez, D’us conversa com Mo- passar um pouco de sangue de cordeiro nos batentes de
she e diz que ele pode ir tranqüilo, pois todos aqueles suas portas, pois assim os filhos deles não morreriam.
que procuravam por ele já tinham morrido. Moshe pegou Nesta hora, quando morreu o filho do Paro, ele enfim
sua mulher, seus filhos e foi embora. Não esqueceu de concordou que o povo saísse e mandou que pegassem
pegar o cajado, aquele que se transformou em cobra! rápido todas as suas coisas, seus rebanhos e familiares.
Saiu de Midian e tinha um longo caminho pela frente. Nesta atividade pode-se:
E D’us disse a ele que mostrasse ao Paro os sinais que • Explicar que o sangue era para ser passado, onde
provavam que Ele estava com Moshe. hoje se afixa a mezuza.
D’us, então, falou com Aharon: Vá ao deserto para
encontrar-se com seu irmão. Capítulo VII: a saída do Egito e a passagem pelo
Aharon foi, se encontrou com Moshe em um monte Mar Vermelho
e se beijaram. Neste momento, Moshe contou a Aharon Shmot, cap. 13 até cap. 15
tudo o que D’us lhe havia dito e também sobre os sinais Com medo que Paro se arrependesse novamente, o
que havia dado. Os dois foram juntos, juntaram os ido- povo de Israel, liderado por Moshe, pegou rapidamente
sos de Israel e Aharon repetiu para o povo tudo o que suas coisas, inclusive os pães que estavam assando e que
Moshe havia falado, e também mostrou os sinais. O povo não tiveram tempo de fermentar. Para indicar o caminho,
acreditou neles!!! D’us fez uma coluna de nuvem para guiá-los de dia e
Nesta atividade pode-se: uma coluna de fogo para guiá-los de noite.
• refletir: como será que Moshe e Aharon se sentiram Chegando ao Mar Vermelho (Iam Suf), D’us falou para
ao se encontrarem depois de tanto tempo? Moshe levantar seu cajado e o encostasse no mar. Assim,
o mar se abriu. Atrás deles, vinham os egípcios que, a
Capítulo VI: o encontro com Paro e as pragas mando do Paro, queriam impedir a saída do povo judeu.
(Shmot, cap. 5 – vers. 1 a cap. 12 – vers. 33) Quando os egípcios tentaram atravessar o mar, o mar se
Moshe e Aharon foram até o Paro: Nosso D’us disse, fechou sobre o exército de Paro. Para nos lembrarmos
liberte Meu povo!!! da libertação do nosso povo, comemoramos Pessach e,
O Paro respondeu: Quem é esse D’us de vocês para como o pão não fermentou, comemos matza.
me mandar libertá-los?! Não libertarei seu povo!!! O povo Nesta atividade pode-se:
é numeroso e trabalha!!! Não libertarei!!! E mandou o • conversar sobre o que sentiram as pessoas ao se
povo fazer trabalho mais pesado ainda!!! virem livres.
D’us vendo isto, falou para Moshe que tiraria Seu povo • conversar sobre a importância da liberdade.
PESSACH 131
Moshe e o cabritinho
conto adaptado por Lea Cohen, Chag vechaguiga lapeutot
Moshe era pastor de um rebanho de cabras. Certa vez, perguntou Moshe.
um cabritinho fugiu do rebanho, e Moshe correu para O cabritinho respondeu:
procurá-lo. O cabritinho saiu correndo e Moshe, atrás - Bééé...bééé...
dele; o cabritinho correndo e Moshe, atrás, até que che- Moshe levantou o cabritinho e colocou-o sobre seus
garam a um poço d’água. O cabritinho parou ao lado ombros. Ia andando e acariciando o bichinho, andando
do poço para beber. Moshe ficou olhando o cabritinho e acariciando.... Vendo este gesto, o pessoal do povo
beber, e disse: disse para Moshe:
- Eu não sabia que fugiu porque estava com sede. - Você tem piedade para tratar assim do cabritinho, por-
Será que você está cansado, meu pequeno cabritinho? tanto, poderá tomar conta de seu povo e ser seu líder.
5. Brachot e psukim
• Kidush:
Baruch Ata Ad-nai, Elokenu Melech haolam bore pri hagafen (bracha do iain)
• Para karpas:
Baruch Ata Ad-nai, Elokenu Melech haolam bore pri haadama.
• Para matza:
Baruch Ata Ad-nai, Elokenu Melech haolam Hamotzi lechem min haaretz.
Baruch Ata Ad-nai, Elokenu Melech haolam Asher kidshanu bemitzvotav vetzivanu al
achilat matza.
• Para maror:
Baruch Ata Ad-nai, Elokenu Melech haolam Asher kidshanu bemitzvotav vetziva-
nu al achilat maror.
132
6. “Fique por dentro”
Senhores Pais:
Outra festa se aproxima e é como diz a tradicional canção: simcha raba, simcha raba, aviv higuia, Pessach ba; muita
alegria, a primavera chegou (obs.: em Israel), Pessach está chegando.
O primeiro seder acontecerá no dia 16/4 à noite, mas nós, do Infantil, desde o dia 24/3, já estamos convivendo com
hagadot, egozim, canções, histórias, e outras tantas atividades.
Em Purim, contamos com os pais das crianças dos Grupos 1 em nossa comemoração. Agora, nossos convidados es-
peciais são os pais dos alunos dos Grupos 3. Queremos compartilhar com vocês algumas das nossas atividades. Segue
programação abaixo.
Atenciosamente
A Equipe do Infantil
21 e 22/4 - 5ª e 6ª feiras
• Fábrica de matza, na escola Todos os grupos
23/4 - érev Pessach
Pessach tem vários nomes e, entre eles, Chag Haaviv, a festa da Primavera.
Então, aqueles que quiserem podem trazer flores para enfeitar a mesa do seder.
Importante: são várias as datas dos sdarim. Somente no dia do seder da própria turma, o aluno poderá vir sem uniforme.
PESSACH 133
Caras famílias
Pessach está chegando. Já estamos sentindo todos os preparativos. É um desejo da Escola poder ficar perto de vocês
nos diferentes chaguim (festividades judaicas). Por isso, em Pessach, achamos interessante enviar-lhes um guia sobre as
partes do seder, para que todas as famílias possam ter a oportunidade de enriquecer sua vivência judaica, de acordo com
a Hagada estudada por seus filhos.
Chag HaPessach kasher vesameach!
• Kadesh
Para que transformemos a mesa em que comemos em uma máquina do tempo, começamos falando as palavras
do kidush. Esta bracha do vinho marca o início do feriado de Pessach e brindamos, com D’us, o início de uma
época especial. Na Tora, D’us fez quatro promessas ao povo judeu: “Eu os tirarei”, “Eu os salvarei”, “Eu os redimirei” e
“Eu os tomarei por meu povo” (Êxodo, 6:6 – 7). Assim, também no seder, há quatro copos de vinho; cada copo simboliza
uma das promessas e, com o primeiro copo, começamos o caminho rumo à Liberdade.
• Urchatz
Urchatz é uma lavagem ritual e nada tem a ver com higiene: tem a ver com limpeza espiritual. É um ato de prepara-
ção para o seder, e é o único ritual que fazemos antes de começar o seder.
• Karpas
Karpas, o salsão, é um aperitivo, o primeiro gostinho da refeição e deixa-nos com a expectativa do que está por vir.
Pessach é uma festa da primavera, pois esta é a estação vigente em Israel nesta época. A essência da primavera é o cresci-
mento de vegetais verdes e, então, tomamos uma folha verde e mergulhamos na água com sal antes de comê-la. O gosto
com o qual o seder se inicia é o gosto das lágrimas (da água salgada), que estimula nossa memória, para relembrarmos
a escravidão. Começamos a retornar, em nossa máquina do tempo, mergulhando o karpas nas dores do Egito. Pode-se
usar a batata, cebola ou rabanete.
• Iachatz
Este é um ritual sem palavras. Tomamos a matza do meio das três matzot do seder e a quebramos ao meio,
escondendo metade. Esta metade é chamada afikoman e será escondida para que as crianças a “redimam” depois. Todos
sabem que quem a encontrar receberá uma recompensa. A história de Pessach também é contada pelo afikoman. Matza
é feita apenas de farinha e água; é o alimento mais simples que pode existir, sendo chamada de lechem oni, o pão da
aflição. A mágica de Pessach está na comida mais básica, farinha e água, onde encontramos a Liberdade.
• Maguid
Maguid, do mesmo radical hebraico da palavra Hagada, significa, relato. Em quatro passagens, a Tora fala da mitzva
de contar a história da saída do Egito: Êxodo 12:26, 13:8 e 13:14 e Deuteronômio 6:20. O Maguid é composto por 12
textos que contarão a história. Um desses textos é o Ma Nishtana, as quatro perguntas, feitas pela criança mais jovem no
seder. O caminho para a Liberdade começa com perguntas. Quando a Tora nos diz, quatro vezes, para contar a história,
ela nos leva a responder perguntas: “Quando seu filho perguntar...Você deverá responder... Fomos escravos do Faraó no
Egito e D’us nos retirou de lá ...” (Deut: 6:21).
• Rachtza
Estamos livres; já saímos do Egito. Já podemos celebrar! Rachtza é um ritual de purificação: lavamos as mãos mais uma
vez., recitando a bracha correspondente e, então, estamos prontos para comer.
• Motzi
Qualquer refeição judaica começa com pão, quando recitamos uma bracha, agradecendo a D’us por fazer os alimentos
saírem da terra.
• Matza
A bracha é um ponto de luz, chamando nossa atenção para um momento todo especial. O momento de comer a matza é um
desses: traz consigo o sabor da aflição e da libertação, ao mesmo tempo. Estas duas brachot são recitadas juntas. Trocamos a
experiência diária de comer pão, pela experiência singular de sentir o primeiro gosto da matza daquele ano.
• Maror
Quando comemos maror, a raiz forte, primeiro assustamo-nos com seu gosto muito amargo. Na segunda dentada,
já estamos até vermelhos! Com sua amargura, o maror traz a memória da experiência da escravidão.
• Korech
Em Pessach, muitas transformações acontecem. É a lembrança da escravidão nos conduz à libertação. O pão da
aflição transforma-se no pão da liberdade. Hilel transforma a história de Pessach em um sanduíche. De uma só
vez, provamos o amargo do maror e da escravidão, o doce do charosset, que lembra a argamassa do trabalho, e a
matza, o pão ázimo não fermentado.
• Shulchan Orech
O primeiro seder da história foi uma refeição familiar. Junto ao korban, sacrifício, de Pessach, sentavam e falavam sobre
a Liberdade que acabara de começar e sobre a redenção que viria. Fazemos o mesmo, hoje. Comer juntos é a essência
da celebração.
• Tzafun
Há pouco, o afikoman foi escondido; as crianças esperaram um bom tempo até que pudessem agir. O afikoman,
serve, também, para mantê-las interessadas e curiosas durante o seder. Quem encontra o afikoman recebe um presente
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(afikoman, em grego, significa sobremesa).
• Barech
Pessach fala, também, sobre o futuro. A esperança é a chave para a Liberdade. Os judeus passaram por muitos Egitos
diferentes. Cada um de nós tem a sua própria experiência de escravidão. A redenção do Faraó é a prova de que outras
redenções virão. Como todas refeições judaicas, o seder termina com birkat hamazon, a benção após as refeições. Essa
é a terceira bênção, a que nos lembra a promessa Divina “Eu os redimirei”.
• Halel
Eliahu Hanavi é o símbolo do futuro judaico. É o profeta que nunca morreu; a lenda garante que voltará para anunciar
a redenção final. Também simboliza a era da Paz, Liberdade e Prosperidade que virá. No seder, deixamos um quinto copo
para Eliahu. Halel exalta D’us, agradecendo-lhe pelas redenções que conhecemos e pela esperança pelo futuro.
• Nirtza
A quarta promessa de D’us determinou uma relação: “Eu os tomarei por Meu povo”. A quarta bênção, portanto, celebra
esta promessa. Nossa experiência nos uniu como um povo ligado a uma visão histórica de D’us. O seder termina com
nosso pedido a D’us: Leve Seu povo logo, logo, para comemorar Pessach em Ierushalaim.
Canções e poemas
• A farinha tão branquinha
• Avadim hainu
• Chag haPessach, Chag Haaviv
• Betzet Israel
• Dumam shata
• Chad gadia
• Moshe bateva (Kadish Yehuda Silman)
• Daienu
• Simcha raba (Bilha Yafe)
• Echad mi iodea
• Kadesh urchatz (na melodia do Adon Olam)
• Ma nishtana
• (Na melodia de Frére Jacque): Chag HaPessach (2)
• Hine ba (2)
• Kol haieladim (2)
• Ochlim matza (2)
PESSACH 135
Sugestão de sites
http://galim.org.il/holidays/passover
http://www.education.gov.il/moe/hagut/pesach
http://www.ohmygoodness.com
http://www.hagim.nana.co.il/2001/musaf
http://chagim.org.il/pesach.html
http://www.jewishmuseum.org
http://www.chabadcenters.com
http://hagim.nana.co.il/2001/musaf
http://www.passover.net/
http://www.holidays.net/passover/
http://www.regards.com
http://www.kosher.co.il/times/hebrew
http://greestsomeone.com
http://greetings.yahoo.com/browse/Holidays/Passover/
http://www.123greetings.com
Bibliografia
Hagada shel Pessach
Cohen, L. Chag vechaguiga lapeutot
Israel. Tochnit misgueret legan haieladim guilaei 3-6, Misrad Hachinuch, Hatarbut vehasport, Haagaf Lechinuch
Kdam Iessodi, Jerusalém, 1995
Reizman, O. Ietziat Egito umatan Tora. Israel
Chabad News
O Guia - fundamentos judaicos para iniciantes – Editora Chabad
Revista Nascente, ano 3, número 17
136
Iom Haatzmaut
Fontes
Iom Haatzmaut tem um significado muito especial; é um momento de mudança na história do povo judeu. A ligação
entre bnei Israel e Eretz Israel é fruto da promessa de D’us aos patriarcas, conforme descrito na Tora:
Para Avraham - a promessa de que toda a Terra de Canaã pertenceria a ele e a seus descendentes para a eternidade.
“À sua semente, darei esta terra.” (Bereshit 12, 7)
“Alce agora seus olhos, e olhe desde o lugar onde você está, para o norte, e para o sul, oriente e ocidente; porque toda
a terra que vê, a você darei e à sua semente, para sempre.” (Bereshit 13, 14-15)
“E dar-lhe-ei, e à sua semente depois de você, a terra das suas peregrinações, toda a terra de Canaã para possessão
perpétua; e serei para ela (sua semente) o seu D’us.” (Bereshit 17, 8)
Para Itzchak - a promessa da terra que ele ocupa.
“Não desça ao Egito; more na terra que lhe apontarei. Peregrine nesta terra, e estarei com você, e abençoá-lo-ei; que a
você e à sua semente darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que fiz a Avraham seu pai.” (Bereshit 26, 2-3)
Para Iaakov - a promessa da terra, quando recebe a benção dos pais.
“A terra sobre a qual você jaz, a você a darei e à sua semente. E será a sua semente como o pó da terra, e o fortale-
cerá, ao oeste, ao leste, ao norte e ao sul; e por você serão benditas todas as famílias da terra, e por sua posteridade.”
(Bereshit 28, 13-14).
Para Moshe - a promessa de manter o pacto com os patriarcas para seus descendentes.
“Porque o Eterno, seu D’us, lhe traz a uma boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes e de abismos, que há nas
suas colinas e nos seus montes; terra de trigo e de cevada, e de videira, e de figueira, e de romãzeira; terra de oliveira
que dá azeite, e de tamareira” (Dvarim 8, 7-8)
E, nas mãos de Iehoshua, o ajudante de Moshe, reali-
za-se a promessa de D’us a nossos patriarcas e a Moshe
Rabenu. Ele conquista a terra e a entrega para que bnei
Israel a colonize.
“ E agora, levante-se, atravesse este Jordão, você e
todo este povo, para ir à terra que Eu lhes dou, aos bnei
Israel. Todo o lugar que pisar a planta do seu pé, vô-lo
tenha dado, como disse a Moshe. Desde o deserto e este
Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos
hititas, e até o grande mar, do lado do poente do sol, será
seu termo.” (Iehoshua 1, 2-4).
A promessa da terra e de proliferação vêm entrelaça-
das uma na outra, por serem a condição necessária para
a criação de uma nação. O povo judeu viveu na Terra de
Israel uma etapa significativa de sua longa história. Nela,
formou-se sua identidade cultural, religiosa e nacional.
Aí, manteve ininterrupta, por séculos, sua presença físi-
ca, mesmo depois do exílio forçado da maioria do povo.
Durante os longos anos de dispersão, o povo judeu ja-
mais rompeu ou esqueceu a forte ligação com sua terra.
137
Descrição da festa
Iom Haatzmaut, ou Dia da Independência, ocorrido no dia 5 de iar de 1948, é a festa nacional do povo judeu. É o dia,
no qual foi declarado o estabelecimento de Medinat Israel, o Estado de Israel. Por isso, é a mais jovem das festas.
* O aspecto religioso
A oração pela paz em Israel
Nos primeiros dias da fundação do Estado de Israel, alguns rabinos importantes da época se reuniram e, juntos, elabo-
raram uma versão de reza para a paz no país. Várias sugestões foram dadas por intelectuais, entre eles, o escritor Shai
Agnon. A versão escolhida foi incluída nas rezas contidas no Sidur “Rinat Israel” e é usada em algumas comunidades.
Em Israel
Iom Haatzmaut tem significado muito especial para Har Herzl, o Monte Herzl em Jerusalém. São acesas 12
todo o povo judeu, mas, principalmente, para os isra- tochas, para expressar as conquistas do Estado e de seus
elenses. Por esta razão, este é o único feriado nacional cidadãos, nos diversos campos de cultura. A bandeira
em Israel. Nos primeiros anos da fundação do Estado, a é hasteada no topo do mastro e uma demonstração de
principal atração era a parada militar e o desfile das di- fogos de artifício encerra este evento.
versas divisões de Tzahal (acróstico hebraico para Tzva Na noite de Iom Haatzmaut, os israelenses costumam
Hagana LeIsrael, Exército de Defesa de Israel), realizada festejar nas ruas. Nos centros das grandes cidades, são
nas grandes cidades, para exibição dos novos equipa- montados palcos para apresentações artísticas de can-
mentos militares. ções e danças israelenses. Durante o dia, são realizados
Atualmente, apenas apresentam-se a aeronáutica, em vários eventos importantes, como o Concurso Mundial
exibição aérea festiva nos céus de Israel, e a marinha, de Tanach, a distribuição de prêmios para os soldados
em demonstração ao longo da costa israelense. Também que se destacaram, realizada pelo Presidente do Estado,
estão abertas todas as bases do Tzahal para visitação. e a comemoração de reconhecimento aos cidadãos que
Iom Haatzmaut inicia-se na noite de 5 de iar, com a mais se destacaram, em conquistas nas áreas social, cul-
cerimônia de encerramento de Iom Hazikaron (Dia da tural e das ciências. A maioria dos israelenses aproveita
Recordação). Esta é realizada no pátio do túmulo do Bi- este dia para passeios, piqueniques e churrascos ao ar
niamin Zeev Herzl, o visionário do Estado de Israel, em livre.
Conceitos importantes
• deguel Israel: bandeira de Israel
• Mapa (t/shel) Israel: mapa de Israel
• Hatikva: “A Esperança” (hino)
• semel hamedina: símbolo do país
• menora veanfei zait: menora e galhos de oliveira
• Iom Haatzmaut: “Dia da Independência”
• ivrit: hebraico
• shalom: paz
• kachol velavan: azul e branco
• shekel, shkalim: nome da moeda
• Maguen David: Estrela de David
• Tel Aviv, Kineret, Ierushalaim,
Iam Hamelach, Haifa, Eilat, Hermon: (locais em Israel)
• Medinat Israel: Eretz Israel
• Estado de Israel: Terra de Israel
138
Mensagens das escolas
Sugerimos este texto para ser enviado aos pais na épo- • Este é um país, onde se escreve hebraico, lê-se in-
ca de Iom Haatzmaut, a fim de refletirem sobre a atual glês e fala-se iídiche.
importância de Medinat Israel para os judeus. • Este é um país, onde cada um pode falar o que acha
e ninguém é obrigado a concordar.
• Este é um país que produz menos do que se come e,
O meu país justamente nele, ninguém ainda morreu de fome.
• Este é um país, onde os ministros chamam-se sim-
Efraim Kishon, resumida e traduzida por Ora Kuperszmidt. plesmente Moshe ou Igal.
• Este é um país que vive sempre em perigo, mas
• Este é um país tão pequeno, cujo tamanho nos mapas seus habitantes têm úlcera por causa de seus vizinhos
do mundo nem é suficiente para abrigar seu nome, nele de cima.
escrito. • Este é um país, onde cada ser humano é soldado e
• Este é um país em que a mãe aprende a língua ma- cada soldado é um ser humano.
terna com os filhos. • Este é o único país em que posso viver.
• Este é o único país do mundo, em que estrangeiros • Este é o meu país.
contribuíram para a sua fundação. (Beit Yaacov)
Nomes da festa
A origem do nome Iom Haatzmaut está ligada à independência. Iom, significa dia. Já, atzmaut vem do shoresh (radical
de três letras, típico em línguas semitas).מ.צ. עque, em português significa pessoa independente, autônoma, livre e que
não depende da ajuda dos outros. Daí, temos a idéia de país independente, que não está politicamente subordinado a
outro. A independência surge da força interna e externa do povo e da capacidade de se manter autônomo.
Símbolos e motivos
Deguel Israel David aparece como símbolo judaico principal, em batei
O grande líder, Biniamin Zeev Herzl, inspirou o povo knesset, cemitérios e locais públicos judaicos.
judeu para a criação de um deguel, a bandeira nacio- O deguel simboliza a união do povo. O fundo branco
nal, como qualquer nação livre possui. Sugeriu que fosse simboliza a vida nova e pura, o shalom e a harmonia em
branca, representando uma vida nova e limpa, livre de Israel. As duas listras azuis podem também simbolizar os
perseguições e, sobre ela, sete estrelas douradas, que dois lados do Iam Suf, o Mar Vermelho.
representariam as sete horas de trabalho diário, pois É o símbolo oficial principal do país, sendo hasteado
acreditava que, somente pelo trabalho, conquistaríamos em edifícios governamentais em Israel, representações de
novamente a nossa pátria. Israel no exterior, embarcações marítimas e aéreas que
Já seu parceiro, David Wolfsohn, sugeriu que o deguel atravessam as fronteiras de Israel, nas cidades, em even-
fosse branco com duas faixas azuis, inspiradas no de- tos e festas e em cerimônias oficiais. A bandeira é haste-
senho do talit (tipo de xale retangular que envolve os ado no topo do mastro diariamente, exceto em dias de
ombros dos homens durante as rezas na sinagoga), que recordação e luto, nos quais é baixado a meio mastro.
protegeria a nova nação judaica. No centro, propôs um
maguen David (literalmente, o Escudo de David, mas Semel hamedina
que traduzimos por Estrela de David), na cor azul. Na O semel hamedina, emblema oficial do Estado de Is-
Cabala, o maguen David tem um significado muito for- rael é uma menora (candelabro de 7 braços), ladeada
te e profundo, sobre a ligação entre D’us e Seu povo. por dois anfei zait (ramos de oliveira). Sob eles, está
Algumas fontes dizem que este símbolo aparecia grava- escrito “Israel”. Aparece em todos os documentos gover-
do no escudo do Rei David. É interessante notar que a namentais oficiais, tais como carteira de identidade ou
letra grega delta (equivalente ao dalet, em hebraico) se passaporte.
parece com um triângulo ∆ e o nome de David apresen- A menora do símbolo nacional nos remete à menora
ta tal letra duas vezes. Ficou, então, estabelecido que de ouro do mishkan (tabernáculo) e, mais tarde, do Beit
tal maguen integraria o deguel, por simbolizar a vitória Hamikdash que foi, por muitas gerações, o símbolo da
de David sobre Golias, o “fraco” contra o “forte”, ou de existência do povo judeu. A menora do Segundo Grande
poucos contra muitos. A partir do século 19, o maguen Templo, ou mais provavelmente uma de suas réplicas,
HATIKVÁ
Kol od balevav penima
Nefesh iehudi homia
Ulfaatei mizrach kadima
Ain leTzion tzofia
Od lo avda tikvateinu
Hatikva bat shnot alpaim
Lihiot am chofshi beartzeinu
Eretz Tzion vIerushalaim.
140
O significado da festa para crianças na idade infantil
Esta festa como a maior parte das festividades judai- De 4 a 5 anos, quando a criança já possui uma compre-
cas, é rica em conteúdos, símbolos, canções, jogos e ensão mais intuitiva, e não somente concreta, seus conhe-
brincadeiras para a criança. Para facilitar o trabalho da cimentos de costumes e símbolos vão se ampliando, po-
professora, são propostos três níveis gerais no ensino- dendo-se acrescentar a menora como símbolo de Israel.
aprendizagem dos conteúdos ligados a Iom Haatzmaut, A criança pode aprender o significado de Iom Haatzmaut
de acordo com as características pertinentes a cada faixa além dos significados dos símbolos do Estado de Israel.
etária (de 3 a 6 anos de idade): De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a
De 3 a 4 anos, as crianças já podem identificar a festivi- criança vai acumulando, ela passa a ter uma compreen-
dade, e dar-lhe o nome usual e freqüente, Iom Haatzmaut. são mais profunda do significado dos costumes e dos
Além disto, por meio de vivências baseadas na arte, no símbolos relevantes que têm valor ao povo judeu, tendo
jogo, na brincadeira, na música, na culinária e na ex- a curiosidade de conhecer a história da festa e seu signi-
perimentação, as crianças poderão conhecer parte dos ficado, inclusive as origens das idéias ligadas à festivida-
símbolos do chag: deguel Israel, menora e as cores da de. Outros aspectos que se pode abordar com as crianças
bandeira de Israel - kachol velavan (azul e branco). Al- desta idade são: o histórico de Iom Haatzmaut e seu sig-
guns costumes característicos do chag que enfatizem o nificado (segue sugestão de histórico básico que deverá
“aqui e agora” poderão ser vivenciados. A história da ser adaptado à faixa etária da criança), os valores morais
festa poderá ser contada de maneira geral e adequada a e nacionais ligados à festa. Nesta idade podemos estar
esta faixa etária. acrescentando um tema atual e muito discutido, que é
A criança desta faixa etária necessita estar em conta- o tema da paz. A criança poderá entrar em contato com
to com aspectos mais concretos do chag. Para que isto os vários tipos de pessoas que fazem parte da população
ocorra, é necessário planejar o ambiente da escola, usan- israelense, suas características, costumes e diferenças. A
do, no caso, kachol velavan, para que ela possa associar partir desta caracterização, pode-se levantar a questão do
estas cores ao deguel e a Israel. respeito pelas diferenças.
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Iom Haatzmaut
Iom Haatzmaut bram-se de quando Herzl juntou seus conhecidos sionistas numa
Conteúdos: grande reunião, para planejarem como criar o Estado Judeu na
ligados a Iom Haatzmaut adequados à faixa etária, vivenciados Palestina? Nesta reunião, Herzl disse: ”Queremos construir um Es-
pelas crianças. tado Judeu, mas não temos deguel.” Pensou consigo mesmo: “Que
Objetivos potenciais: bandeira teremos? Quem sabe uma bandeira branca, com estrelas
levantamento de informação e de conteúdos sobre Iom Haatzmaut, de ouro?” Só que, de repente, um de seus conhecidos levanta-se
por meio de experiências diretas com textos e objetos. e diz: “Mas temos uma bandeira!” “Qual bandeira?” perguntou
Descrição: Herzl. O senhor pegou, então, seu talit e disse: “Vejam nossa ban-
Apreciação e interação com textos e materiais visuais e escritos, deira! Os judeus colocam seus talitot para rezar; nossa bandeira
oferecidos como experiências para as crianças. será como o talit: uma bandeira branca e, sobre ele, duas listras
Materiais e recursos: azuis e, no centro, o maguen David.
histórias, fotografias, quadros e livros. (2) Mostrar a bandeira de Israel, observar suas cores, seu formato.
Depois, dar o material necessário para que as crianças costurem
Deguel kachol lavan uma bandeira de Israel. Os tecidos podem ser substituídos por tela
Conteúdos: de bordar; assim, ao invés de costurarem a bandeira, as crianças
deguel Israel (bandeira de Israel). a bordam com agulha grossa e linha de bordar (não sem antes
Objetivos potenciais: riscarem o desenho na tela). O trabalho pode ser individual ou
familiarização com este símbolo do Estado de Israel, o deguel em duplas, trios ou grupo. O material fica ao alcance das crianças
Israel, suas cores e formato. Criação de um deguel kachol velavan (5 anos), que bordarão tiras, cada dia um pouco. No final, estas
- deguel Israel. tiras poderão ser aplicadas pela professora, em um grande tecido
Descrição: branco, formando, assim, uma bandeira coletiva. Após a confecção,
(1) Sensibilizar o grupo acerca da necessidade de pensar num pode haver o hasteamento da bandeira de Israel.
deguel para um país que acaba de ser criado. Para tal, a profes- (3) A posteriori, é possível montar o canto do bordado.
sora poderá desafiar seu grupo: “Todos nós acabamos de criar o Materiais e recursos:
Estado de Israel, mas um país necessita um símbolo, que todos papel sulfite branco, cartolina, papéis e adesivos azuis e brancos de
reconheçam como sendo daquele país. O primeiro passo, então, é diversas formas e texturas, canetinhas, guache, lã e tecido nas cores
criar um deguel. Agora, cada um de nós criará um deguel kachol azul e branca, linha e agulha (usar agulha mais grossa para que as
velavan.” Depois que as crianças confeccionarem as bandeiras, a crianças não se machuquem), telas, talagarça, agulha sem ponta.
professora poderá retomar o histórico da seguinte forma: “Lem- Sugestão: Mostrar um talit para as crianças.
142
Broches da Independência Criando artesanato israelense
Conteúdos: Conteúdos:
símbolos de Medinat Israel. montar colares e pulseiras.
Objetivos potenciais: Objetivos potenciais:
expressão criativa e sistematização da informação, referentes aos perceber a beleza dos colares e das pulseiras em azul e branco.
símbolos de Iom Haatzmaut. Descrição:
Descrição: oferecer miçangas e contas azuis e brancas para os alunos, para
produzir broches com matéria EVA e materiais criativos, ligados ao que montem colares, alternando as cores.
conteúdo do chag; no caso, Simlei Medinat Israel. Materiais e recursos:
Materiais e recursos: diversos materiais que possibilitem a expres- miçangas, contas e fios.
são das crianças. Obs.: adaptar o tamanho das miçangas e contas à faixa etária.
144
Hagan roked beIom Haatzmaut Atividades com a família e amigos
(O jardim-de-infância dança em Iom Haatzmaut)
Objetivos potenciais: Um encontro emocionante
• relacionar aula de dança israeli com festa de Iom Haatzmaut. Conteúdo:
• proporcionar às crianças contato com canções do chag dia em que foi proclamado o Iom Haatzmaut
• demonstrar a ideologia e realidade dos pioneiros na época de Objetivos potenciais:
colonização de Israel. contar a história do dia de Iom Haatzmaut.
• mostrar e contar a história das comunidades agrícolas de Israel Descrição:
(kibutzim e moshavim). convidar alguém que esteve presente em Israel no dia do Iom
• aprender sobre o chag com fantasias e dramatizações. Haatzmaut para um encontro com as crianças.
Estratégias:
• ambientalizar a sala, para a realização da atividade, de maneira Uma mensagem de paz
que fique parecida a um kibutz (ou moshav). Conteúdos:
• preparar na classe 5 tachanot (estações) de ‘empregos’ comuns paz, segundo a crônica de Efraim Kishon, “O meu País”.
em kibutzim: agrícola, galinheiro, cozinha, colheita e estábulo. Objetivos potenciais:
• espalhar ou pregar, nas paredes, símbolos do judaísmo: maguen envolver os pais em um dos motivos de Iom Haatzmaut – a espe-
David, menora, bandeira, entre outros. rança da paz
Obs.: Deverá haver 3 símbolos para cada criança. Descrição:
Descrição: enviar carta aos pais, com o texto de Efraim Kishon, e um pedaço
• as crianças inventam movimentos de trabalho, relacionados a de papel-cartão vazio, pedindo-lhes para confeccionarem e envia-
cada tachana (com canção de Iom Haatzmaut). rem mensagem de shalom. Com estas mensagens de todos os pais,
• o grupo é dividido em 5 sub-grupos, identificá-los com uma cor constrói-se um grande mural.
diferente e cada um começa a inventar movimentos representati- Obs.: Idéias semelhantes: cada família pode confeccionar uma flor
vos de cada estação, ao som de outra música de Iom Haatzmaut. para Israel. Outra idéia, um bonequinho que, somado a todos os
• a canção pára; então, cada criança se dirige a um símbolo de Is- outros recebidos, formou uma grande corrente pela paz.
rael e o coloca no centro da kita. As crianças formam uma roda ao Materiais e recursos:
redor destes símbolos e, com a canção escolhida, como “símbolo” crônica de Efraim Kishon, papel-cartão.
da atividade, começam a dançar em roda e de mãos dadas.
• a canção recomeça; daí, cada grupo vai a outra estação e a ativi- Pergunte aos seus avós
dade recomeça. De onde vieram?
Finalização: Vocês gostariam de terem vivido em Israel?
Terminada a vivência, sentamo-nos para avaliar e finalizar a ativi- Se hoje pudessem escolher outro lugar para viver, quais lugares
dade. A idéia é enfatizar que, no começo da formação de Medinat escolheriam?
Israel, os judeus eram muito unidos, trabalhavam com um ideal Sugestão:
comum e que, ao final de longo e árduo dia de trabalho, reuniam- pedir fotografias e/ou vídeos, para acompanhar a fala das crianças.
se numa praça, num local central do kibutz, ou até mesmo ao redor
de uma fogueira, para se confraternizarem e passarem momentos
agradáveis juntos. Nestes momentos, dançavam de mão dadas,
comemorando mais um dia de alegrias, luta e união.
Outras sugestões:
Algumas danças existentes de rikudei am, relacionadas a Israel,
podem ser adaptadas para essa faixa etária, tais como: hadeguel
sheli, Eretz Eretz, hine ma tov, entre outras.
Anexos
1. Sugestões de imagens para construir jogos
• deguel
• pita com falafel
• laranjas/ eshkoliot (grapefruit)
• crianças com bandeiras
• paisagens de Israel
• livro escrito em ivrit
• semel hamedina (símbolo)
• moedas e notas (shkalim)
• beigale
146
Falafel
Ingredientes Modo de Fazer
1 copo de grão de bico 1. Deixar de molho o grão de bico e as favas por 24 horas.
1 copo de favas 2. Coar e triturar.
2 dentes de alho amassados 3. Juntar com o resto dos ingredientes e misturar bem novamente no triturador.
½ maço de cebolinha verde bem picada 4. Deixar descansar por 30 m.
½ maço de cheiro verde bem picado 5. Formar bolinhos e deixar descansar mais 15 m.
1 colher de café de cominho 6. Fritar em panela funda com bastante óleo até dourar.
½ colher de café de fermento em pó
Sal e pimenta, a gosto
Óleo para fritar
Beigale
Ingredientes Modo de Fazer
4 copos de farinha 1. Misturar o fermento com água e deixar descansar por 10 minutos.
1 colher de sobremesa de sal 2. Acrescentar o açúcar, o sal e 2 copos de farinha. Amassar bem.
2 colheres de sobremesa de açúcar 3. Acrescentar mais um copo de farinha.
1 copo de água fervente 4. Trabalhar a massa por 5 minutos, acrescentando aos poucos o restante da farinha.
40 g de fermento fresco 5. Deixar descansar por 2 horas.
6. Formar o beigale, e cozinhar na água fervente com sal, até subir à superfície.
7. Tirar, deixar escorrer toda a água.
8. Assar em forma untada, por 15 minutos, em forno médio.
Obs: Pode passar gema batida com gergelim ou papoula.
1
Obs.: este histórico é mais adequado para crianças de 5 a 6 anos
148
A pipa da paz
Ana Muylaert
“Avinu shebashamaim, Tzur Israel vegoala, barech et Medinat Israel, reshit Tzmichat geulatenu. Haguen aleha beevrat
chasdecha ufros aleha sukat shlomecha ushlach orcha vaamitecha lerasheha, sareha veioatzeha vetakenem beetza tova
milfanecha.
Chazek et iedei maguinei Eretz kodshenu, vehanchilem Elokenu ieshua vaateret nitzachon teatrem, venatata shalom
baaretz vesimchat olam leioshvaha...”
“Nosso Pai Que está no céu, Rocha de Israel e seu Redentor. Abençoe o Estado de Israel, princípio do crescimento da
nossa redenção. Ampare-o com Sua benevolência e estenda sobre ele a tenda da Sua paz. Envie Sua luz e Sua verdade
aos seus dirigentes, ministros e conselheiros, encaminhando-os com Seus bons conselhos.
Fortifique as mãos dos defensores da nossa Terra Santa e faça-os herdar, ó nosso D’us, a salvação, coroando-os com
glória. Proporcione paz na terra e alegria eterna aos seus habitantes...”
Canções e poemas
• Alpaim shana • Dgalim baaretz
• Hatikva • Ionat hashalom
• Ani vehadeguel • Shalom katan
• Ialdei kol haolam • Eretz Israel sheli
• Leartzi iesh iom huledet • Israel
• Chag li • Tapuach zahav
• Ieladim tzoadim • Eretz ktantana
• Machau kapaim • Israel chogueguet
• Deguel Israel • Tziarti tziur al shalom
• Ierushalaim • Etaiel beIsrael
• Menora veanfei zait • Israel sheli veshelach
• Deguel li baiad • Tzivei hadeguel
• Im tirtzu ein zo agada • Garim beIsrael
• Siman sheba hechag • Kachol velavan
• Dgalim • Zo haaretz sheli
• Iom huledet lamdina • Hadeguel sheli
• Shaiara LIerushalaim • Kol haaretz dgalim
150
Sugestão de sites
http//:www.chaguim.org.il
http//:www.education.gov.il/preschool
http://www.j.co.il
http//:www.galim.org.il/holidays
http://www.jajz-ed.org.il/so
http//:www.theholidayspot.com
http//:www.holidaynotes.com
http//:www.bluemountain.com
Bibliografia
Alon A. Meagada lemedina. Israel
Barak B. Bechen uvetaam netapeach socharei omanut vetarbut. Israel
Barak B. Bechen Uvekalut 5, iar- sivan. Israel
Herman, D. Kol Chag Umoed. Israel
HaCohen M. Harav & D. HaCohen. Chaguim umoadim. Hotzaat Meter. Israel
Nissim, R. Beshvilei hagan, Madrich haavoda legan haieladim hamamlachti dati Misrad Hachinuch Vehatarbut.
Israel
Tzarfati, M. Tchanim upeiluiot leIom Haatzmaut. Israel
Iovel leIsrael, madrich laganenet (+ fotografias). Misrad hachinuch hatarbut vehasport, haminhal hapedagogui.
Israel
Meidataf
Migola Legueula. Hassochnut Haiehudit. Israel
Mifgashim (Alef, Beit, Guimel). Misrad hachinuch hatarbut vehasport. Israel
Mikraot Israel chadashot. Misrad hachinuch hatarbut vehasport. Israel
Moadei Israel veartzo.Hamachlaka lechinuch uletarbut bagola. Israel
Moshitim iad leshalom. Misrad hachinuch hatarbut vehasport, Israel
Conhecendo, estudando e vivendo Israel. Centro Pedagógico de S. Paulo. Brasil
O Estado de Israel – 100 Anos de Sionismo. Edição Comemorativa. S. Paulo. Brasil
O Estado Judeu. Theodor Herzl. Ed. Sefer. S. Paulo. Brasil
A história de uma história. Anat Slomka . Centro Pedagógico de São Paulo. Brasil
Iom Haatzmaut: Da Independência à esperança da paz
A Literatura de Israel. Desirée Nacson. S. Paulo. Brasil
Realidades de Israel. Centro de Informações de Israel
Fontes
Embora seja uma festividade central e diversificada, o chag de Lag Baomer não é lembrado nem na Tora, nem na
Mishna nem na Gmara, e nem mesmo na Literatura dos gueonim1, escrita posteriormente. É lembrado na literatura ligada
à halacha2, mas não como dia especial, e sim como uma data de transição entre uma época e outra: comemoração em
honra a Rabi Shimon Bar Iochai.
Chochmei Hakabala
História de Rabi Akiva: Sifrei halacha harishonim
1
O Talmud (Mishna + Gmara) e os escritos dos gueonim compõem vasta e rica literatura de exegese bíblica.
2
halacha, lei judaica.
153
Descrição da festa
Lag Baomer é o trigésimo terceiro dia da contagem tos sábios, mas, no trigésimo terceiro dia do omer (aos 18
do omer. A contagem dos quarenta e nove dias, que de iar), a praga se dissipou. Este dia, portanto, tornou-se
começa no 2º dia de Pessach e termina em Shavuot, é festivo. Nas sete semanas de sfirat haomer, são proibidas
denominada sfirat haomer, ou seja, a contagem do omer. atividades alegres, tais como casamentos, escutar música,
A primeira contagem realizada por nosso povo ocorreu entre outras, exceto em Lag Baomer, quando voltam a
na saída do Egito, sendo motivada pela forte ansiedade ser permitidas.
com que esperavam para receber a Tora. Neste dia, lembramos também de Rabi Shimon Bar
Bar Kochva Iochai, um dos discípulos de Rabi Akiva, que ficou es-
A revolta de Bar Kochva, que comandando um grupo condido dos romanos numa caverna, por treze anos,
de jovens judeus, conseguiu libertar Jerusalém do jugo estudando Tora. Autor da obra sagrada denominada Zo-
do imperador Adriano. Os romanos porém acabaram har, que nos revela muitos segredos da Tora, este Rabi
derrotando o líder judeu e seus homens. faleceu em Lag Baomer. Sabendo que sua missão neste
* O aspecto religioso mundo já estava terminada, pediu que este dia fosse ce-
Atualmente, contamos estes dias como preparação lebrado com muita alegria. Muitas velas são acesas nas
para recebermos, ‘novamente’, a Tora. Por que o trigési- sinagogas e costuma-se acender uma grande fogueira,
mo terceiro dia (Lag) do omer foi ressaltado? Na época em sua homenagem. As crianças são levadas a passeios
após a destruição do 2o Beit Hamikdash, aconteceu algo pelos bosques e campos, para brincarem com arcos e fle-
trágico em meio à sfira, associado ao Rabi Akiva e seus chas de madeira, lembrando a época em que os alunos
discípulos. O famoso Rabi Akiva contava com 24.000 do Rabi Akiva saíam aos campos, aparentemente para jo-
alunos. Por uma série de razões, discutiam e não viviam gos e brincadeiras, para poderem estudar a Tora em paz,
em harmonia, não se respeitando mutuamente. Então, longe dos romanos. Desta maneira, Lag Baomer tornou-
uma praga espalhou-se durante os dias da sfira e muitos se um dia em memória de Rabi Shimon Bar Iochai.
deles morreram. Bnei Israel lamentaram a perda de tan-
Em Israel
Conceitos importantes
Atualmente, costumam-se fazer passeios por bosques,
florestas ou campo e brincar com arco e flecha, festejan- • chetz vakeshet: arco e flecha
• talmidim: aluno(s), discípulo(s)
do-se em volta da fogueira.
• medura: fogueira
*Em Meron (que fica na Galiléia, ao norte de Israel), • charuvim: alfarroba
local onde Rabi Shimon Bar Iochai foi sepultado junto • esh: fogo
a seu filho Rabi Elazar, milhares de pessoas alegram-se • etz: árvore
ali com extraordinário entusiasmo no estudo da Tora, • tiul: passeio, excursão
nas rezas, na dança e no canto, que se elevam aos céus, • romaim: romanos
e com acender de tochas cujas chamas são visíveis à • meara: caverna
grande distância. Os pais trazem seus filhos, que na pro-
ximidade desta data completam três anos de idade, para
cortarem seus cabelos pela primeira vez ali, iniciando-os
assim, na educação judaica formal.
Mensagens das escolas
Rabi Akiva tinha 24.000 alunos. Ao ensiná-los, cada aluno, o mekabel. Para o fluxo da vida atual, ambos de-
um convertia o conhecimento para seu próprio padrão vem estar lá; sem um deles, há esterilidade.
mental. Cada um valorizava tanto seu ensinamento e es- Cada um dos adeptos de Rabi Akiva era mashpia e
tava num nível tão elevado, que não podia tolerar um nenhum era mekabel. Ninguém se interessava em ouvir
enfoque diferente. Um escutava Rabi Akiva ensinando o outro. Todos acreditavam ter ouvido Rabi Akiva. Cada
chessed (bondade), outro escutava gvura (severidade). um insistia em seu próprio modo e achava estar agindo
Cada um acreditava que o outro perdeu algo e, assim, a certo; mas a realização da vida requer que o homem
missão de cada um tornou-se uma empreitada de con- seja mekabel e, ao mesmo tempo, mashpia. Assim, toda
vencer o outro de sua deficiência, e vice-versa. a grandeza de ser discípulo de Rabi Akiva, que pregava
Há um conceito no chassidismo sobre mashpia e o valor de Ahavat Israel (amor ao próximo) foi anulada:
mekabel – doador e receptor, respectivamente. mash- veahavta lereacha kamocha, Rabi Akiva omer, ze klal ga-
pia refere-se a quem dá e mekabel a quem recebe. Uma dol baTora. E amarás ao seu próximo como a si mesmo,
manifestação física desta noção espiritual é o caso do diz Rabi Akiva: este é um princípio maior na Tora.
homem e da mulher. Quando procriam, o homem é o Texto extraído do Chabad News nº 270, traduzido de
doador e a mulher, a receptora. Este processo existe em “The ladder up”.
toda Criação. Na Educação, o professor é o mashpia; o (Escola Gani Talmud Tora)
154
Nomes da festa
O nome do chag Lag Baomer explica-se pela contagem do omer são os quarenta e nove dias contados, a partir do 2º
dia de Pessach, quando se trazia a oferenda do omer ao Beit Hamikdash, até Shavuot, quando da entrega da Tora. Lag
é escrito, em hebraico, com duas consoantes = ל30, =ג3, que se traduz no trigésimo terceiro dia de sfirat haomer. O
número 33 (lag) é uma medida de grãos da nova colheita de cevada oferecida a D’us.
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Lag Baomer
Construindo e comemorando com a medura po; (d) Encontrar as peças (devemos encorajar às crianças a ajuda-
Conteúdos: rem também as colegas de outras classes praticando, efetivamente,
a fogueira. a mitzva de Ahavat Israel); (e) Montar o quebra-cabeça, cada grupo
Objetivos potenciais: com a ajuda da professora, descobrindo qual é sua mitzva; (f)
conhecer os componentes de uma fogueira e os cuidados necessários. Desenvolver uma atividade artística, como música, dramatização,
Descrição: poesia sobre seu tema, para apresentarem aos outros grupos.
recolher pela escola, professora e crianças juntas, gravetos de Materiais e recursos:
árvores. Ao voltar para a kita, pintar uma base com tinta marrom e gravuras ou fotografias (no tamanho de cartolina) de mitzvot de
colar os gravetos. Em seguida, enfeitar, com papel celofane verme- Ahavat Israel, cortadas no formato de quebra-cabeça.
lho e amarelo, representando o fogo. No final, as crianças dançam
à volta da fogueira, entoando canções de Lag Baomer. Atividades com a família e amigos
Materiais e recursos:
uma base em qualquer material resistente, tinta, gravetos, papéis Piquenique de Lag Baomer com os pais
celofane amarelo e vermelho, cola, tesoura, pincéis. Conteúdos:
piquenique de Lag Baomer.
Brincadeira na caverna Objetivos potenciais:
Conteúdos: festejar Lag Baomer envolvendo a família.
história de Rabi Shimon Bar Iochai (R’ashbi). Descrição:
Objetivos potenciais: realiza-se um piquenique de confraternização de Lag Baomer em um
vivenciar os momentos de Rabi Shimon Bar Iochai na meara e brin- ambiente arborizado, com fogueira, músicas e danças israelenses.
car de esconde-esconde. Materiais e recursos:
Descrição: preparativos para a fogueira e o piquenique. Neste piquenique,
confeccionar, junto com as crianças, uma simulação de caverna, pode-se, também realizar a confecção de arco e flecha com a ajuda
um riacho e uma árvore, num canto da classe. Posteriormente, dos pais. No caso de Lag Baomer cair num domingo, convidar os
escondidas dentro da caverna junto com a professora, as crianças pais para organizar um churrasco e planejar atividades integradas
escutarão histórias de Rabi Shimon Bar Iochai. com seus filhos, como por ex: salto em altura em cima do fogo, tiro
Materiais e recursos: ao alvo com chetz vakeshet ou bolas, dramatização sobre partes
papel craft ou papelão, que poderá ser pintado pelas crianças, da história, esconde-esconde, etc.
carteiras ou mesas.
156
Organização do espaço e dos materiais
Anexos
1. Sugestões de imagens para construir jogos
• Tora
• chetz vakeshet
• meninos brincando de chetz vakeshet
• fogueira
• chamas de fogo
• menino subindo o Har Sinai (representação de sfirat haomer)
• charuvim
• meninos recolhendo madeira
• Rabino contando histórias à volta da medura
• caverna
• caixa de fósforos (cuidados com esh)
Aos 40 anos de idade, Rabi Akiva ainda não tinha es- ‘tinha mais cabeça’ do que muitos dos outros rapazes.
tudado a Tora. Todos os dias, estava ocupado com seu Pensava consigo, Rachel: “Só não pôde estudar até
trabalho. Era pastor do gado de Kalba Savua. E quem era agora, por causa de sua pobreza. Se tivesse estudado,
Kalba Savua? Um senhor rico, dos mais ricos de Ierusha- teria sido superior a todos com sua inteligência e sua
laim. Tinha uma casa maravilhosa, que mais se asseme- bondade.”
lhava ao palácio. E quem não conhecia Kalba Savua? Em Perguntou-lhe Rachel: “Se eu for sua esposa, estudará
sua casa, distribuíam comidas e bebidas a todos os que Tora?” Ao que, Akiva respondeu que sim.
entrassem. Mesmo que alguém entrava faminto como um Os dois se casaram em segredo, pois Rachel sabia que
cachorro, saía de lá savea (satisfeito); daí que passaram a seu pai não concordaria com este noivo. Mas Kalba Sa-
chamá-lo Kalba Savua! vua acabou sabendo. E como ficou bravo ao saber que
Mas não eram só os pobres que iam à casa de Kalba sua filha Rachel, bela e inteligente, casou-se com um
Savua. Muitos sábios estavam entre seus visitantes, pois pastor que nunca havia estudado nada! Como era grande
era um homem que honrava a Tora e seus estudiosos. sua tristeza!
Nesta casa, cresceu Rachel, filha de Kalba Savua. Estava “Saia já de minha casa!” ordenou a Rachel, “e prometo
acostumada a muita riqueza, belas roupas e comidas fi- que receberá nada do tudo que tenho!”
nas. Muitos servos estavam prontos a satisfazer todos os Assim, Kalba Savua expulsou sua filha de casa. E ela
seus desejos. Desde criança, estava habituada a escutar saiu. Nada mais possuía da enorme riqueza de seu pai.
ditos da Tora. Aliás, o que mais ela apreciava era estudar Lá fora estava frio; não tinham, Akiva e Rachel, nem casa
a Tora. onde morar. Alugaram um estábulo e lá moraram. Akiva
Kalba Savua decidiu que sua filha Rachel se casaria sentia muito pela pobreza de Rachel, sua esposa, que
com um dos jovens ricos e estudantes de Tora. Mas Ra- estava acostumada a uma casa bonita e quente, cheia
chel não escolheu nenhum deles. Escolheu um pastor, de coisas boas. Agora, tremia de frio, e seus cabelos es-
Akiva, que não havia estudado, nem era rico; jovem, tavam cobertos de palha, ao invés das lindas jóias que
tampouco era. Aos olhos de muitas pessoas, Akiva não possuía em casa de seu pai.
era mais do que um homem muito simples, mas Rachel Disse-lhe, então: “Se pudesse, dar-lhe-ía Ierushalaim
enxergou nele um homem muito humilde e discreto, e que shel zahav (Jerusalém de ouro). No contexto, é uma jóia
158
de ouro, com a imagem de Ierushalaim gravada sobre estas roupas simples, vai ao encontro de seu marido? Vis-
ela). Veio Eliahu Hanavi, disfarçado como pobre e ba- ta um vestido bonito e se enfeite com jóias!”
teu à porta do estábulo. Veio consolá-los e mostrar-lhes Mas Rachel disse: “Rabi Akiva, meu marido, é bondo-
que sempre há pessoas ainda mais pobres: “Dê-me um so e inteligente. Não se importará ainda que eu vá em
pouco de palha!” pediu a Akiva, “minha esposa deu à roupas simples.”
luz, e não temos palha para ela deitar-se e esquentar-se Para aproximar-se dele, teve que afastar muitos alu-
um pouco.” nos que o rodeavam, caiu em seus pés; ria e chorava.
Deram-lhe palha e Rabi Akiva disse à sua esposa: Os alunos viram que uma mulher pobre estava junto de
“Veja, há pessoas ainda mais pobres do que nós; tão seu honrado Rav e começaram a afastá-la dele, mas logo
pobres que nem palha têm.” Mas a verdade é que Rachel Rabi Akiva reconheceu-a e disse: “Agradeçam a ela! O
nem precisava deste consolo, pois era uma pessoa muito que é meu e o que é de vocês é dela também. Tudo o
forte: “Vá a um Beit-Midrash3 e estude Tora! disse ela. E que estudei e ensinei a vocês, devemos a ela, que me
não se preocupe comigo. Posso arranjar-me sozinha.” mandou estudar Tora e sofreu por minha causa.”
Rabi Akiva foi e estudou por 12 anos com grandes Kalba Savua também soube que um grande sábio en-
sábios, com Rabi Eliezer Ben Hurkanos e Rabi Iehoshua contrava-se Ierushalaim. Há muito tempo, já se havia
Ben Hanania. Estudava dia e noite. Destacou-se muito arrependido da promessa que havia feito quando estava
em seus estudos, como Rachel já esperava. Para susten- bravo. Muitas vezes, pensou na desgraça em que se en-
tar-se, ele cortava lenha e as vendia na feira. E, nesse contrava sua pobre filha, e não podia ajudá-la. Agora,
meio tempo, Rachel vivia entre os pobres, nem pão era disse para si mesmo: “Perguntarei ao sábio, que está em
constante sobre sua mesa. Por todos estes anos, Rabi nossa cidade, se pode desfazer minha promessa. Assim,
Akiva não voltou à sua casa, como haviam decidido en- poderei ajudar minha filha em sua pobreza.”
tre eles dois. Às vezes apenas, enviava um pouco de Kalba Savua foi ter com Rabi Akiva sobre sua promes-
dinheiro, do pouco que ganhava. sa, e não reconheceu que este era o homem que havia
Passados estes 42 anos, Rabi Akiva voltou com seus trabalhado para ele como pastor, por muitos anos. Rabi
12.000 alunos, que sempre o acompanhavam. Foi à casa Akiva logo viu em seu rosto o quanto se havia arrepen-
de Rachel e, por detrás da porta, ouviu um homem mau dido por sua promessa. Perguntou-lhe: “Se soubesse que
falando para ela: “Seu pai estava certo em expulsá-la de o marido de sua filha Rachel, um dia, seria um grande
sua casa. De fato, casou-se com um homem que não é sábio e estudante de Tora, ainda assim teria feito esta
adequado para você. E como se isto não bastasse, ele promessa?”
também a abandonou por 12 anos!” Rachel respondeu “Não, não! disse Kalba Savua, se soubesse um só ver-
ao homem: sículo, ou ao menos uma halacha, com certeza não teria
“Se ele me tivesse escutado, teria ficado mais 12 anos feito esta promessa.”
no Beit Hamidrash para estudar ainda mais !” “Então é possível desfazer sua promessa. Sou eu o noi-
Quando ouviu Rabi Akiva as palavras de sua esposa, vo de sua filha: Akiva o pastor.”
disse a si mesmo: “Rachel me deu permissão. Estudarei Escutou Kalba Savua, caiu a seus pés e beijou-os. Es-
mais!” Não entrou Rabi Akiva em sua casa, e sim voltou tava, agora, muito feliz. Logo dividiu sua riqueza e deu
a estudar mais doze anos e tornou-se um grande sábio. a metade a Rabi Akiva. E Rabi Akiva cumpriu sua pro-
Quando finalmente voltou, e foi para Ierushalaim, desta messa a Rachel. Agora, como era rico, comprou-lhe a
feita com 24.000 alunos, as pessoas da cidade saíram ao mais bela jóia que existia naquela época: Ierushalaim
seu encontro todas, para honrá-lo, pois era um homem shel zahav! Para Rachel, no entanto, o mais importante
muito importante. Também Rachel, sua esposa, saiu ao mesmo foi o estudo da Tora por Rabi Akiva, durante o
seu encontro. Disseram a ela, suas vizinhas: “Rachel, com longo período de pobreza que viveram.
5. Brachot e psukim
160
6. “Fique por dentro”
Lag Baomer é o 33º do omer, que é o período entre Pessach e Shavuot. Neste dia,
a praga que estava matando os discípulos de Rabi Akiva cessou. Também é o dia do
aniversário de falecimento de Rabi Shimon Bar Iochai, R’ashbi, o autor do Zohar, livro
básico da Cabala, o misticismo judaico. De acordo com a tradição, no dia de seu fale-
cimento, o dia estava repleto de uma forte luz, de grande alegria pela sabedoria secreta
que havia revelado a seus discípulos no Zohar. Em Israel, acendem-se grandes fogueiras
por todo o país. Desde Pessach, as crianças costumam juntar gravetos e panos velhos
para montarem fogueiras, que são acesas ao escurecer, enchendo o céu de chamas e fu-
maça. A fogueira simboliza tanto a luz da sabedoria de R’ashbi trazida ao mundo, assim
como a vela pela memória de seu falecimento.
Cortes de cabelo e casamentos costumam ser feitos nesta data e há muitas festivida-
des, acompanhadas de música, danças e canções.
Canções e poemas
• Oi oi assur lagueshet
• Haiom Lag Baomer
• Amar Rabi Akiva
• Esh, esh medura
Bibliografia
Agranoff, T. Jewish holiday crafts.
Cohen. L. Chag vechaguiga lepeutot. Israel. 1993
Zamir, R. Madrich tochnit haavoda leguil harach.
Gan haieladim beavodato, chelek alef
Lilmod ulelamed, choveret ezer legananot, sefirat haomer .
Maagal hashana, chelek dalet, Íar ad Av.
Miftach lagananot, choveret nº 5.
Teacher’s guide for Summer Camps & Hebrew Schools, Hachai publishing.
Tochnit haavoda legan haieladim hamamlachti dati
“Beshvilei Hagan”, chelek beit.
Almanaque do Tzivot HaShem. Beit Chabad Morumbi.
162
Shavuot
“Shiva Shavuot tispor lecha meachel charmash bakama tachel lispor shiva Shavuot: veassita chag Shavuot laAd-nai
Elokecha missat nidvat iadecha Asher titen kaasher ievarechecha Ad-nai Elokecha: vessamachta lifnei Ad-nai Elokecha
Ata uvincha uvitcha veavdecha veamatecha vehalevi asher bisharecha vehaguer vehaiatom vehaalmana asher bekirbe-
cha bamakom asher ivchar Ad-nai Elokecha leshakan shmo sham: vezacharta ki aved haita beEgito veshamarta veassita
et hachukim haele:” (Dvarim 16, 9 a 12)
Mais fontes...: Shmot 34, 22; Shmot 23; Shmot 19 e 20; Vaikra 23, 15 – 22; Dvarim 26, 1 – 2; Dvarim 16, 16 – 17
163
Descrição da festa
Chag HaShavuot surgiu como uma celebração da co- *O aspecto religioso
lheita da chita (trigo); os pães eram levados como sacri- Shavuot é observada pelos ortodoxos com estudos re-
fício ao Beit Hamikdash, simbolizando o início da colhei- ligiosos e, em Ierushalaim, por uma concentração maci-
ta. A importância dada ao alimento cotidiano é universal ça de fiéis no Kotel Hamaaravi.
em todos os credos, o povo judeu destaca este aconte- Nas sinagogas, na véspera do primeiro dia, são lidos
cimento com muita ênfase. O povo de Israel recebeu a trechos da Tora e de outros livros do Tanach. Na manhã
imposição de celebrar o Chag HaShavuot quando ainda seguinte, a leitura do poema Akdamot transmite a idéia
estava no deserto, em terras estranhas, quando ainda da revelação do har Sinai. Na manhã do segundo dia, é
sentiam em suas bocas o gosto amargo da escravidão. lida a Meguilat Ruth, sendo a história de Ruth, de Moav,
E, no Har Sinai (Monte Sinai), ao receber as Leis, escuta uma das mais bonitas de toda a literatura do Tanach.
como deverá se comportar na colheita dos cereais em Descreve a amizade, o amor e a dedicação de duas mu-
sua Terra, após nela estabelecer-se. Como antes, terá que lheres – Ruth e Naomi. Exalta a lealdade - lealdade à pró-
sacrificar-se e, somente depois, começar a colheita. Ao pria família, que planta, nos seres humanos, a semente
plantar e ao colher, lembrar-se-á dos anos de escravidão, da confiança, da fé e da lealdade que uns têm nos ou-
para que as gerações vindouras saibam e sintam por si tros, crescendo, assim, a sólida lealdade do homem para
próprias a pobreza e o exílio, pois assim vivia o povo com D’us. Enquanto viverem, os homens vibrarão com
judeu no passado. as palavras de Ruth, a viúva do filho de Naomi:
A alegria do chag provém, antes de tudo, da ajuda e de
Ahavat Israel. Tanto o pobre como o rico têm direito ao Não me instes para que a deixe, e volte e não a siga;
pri haadama, o fruto da terra. A bendição da terra é na- Porque aonde quer que vá, irei eu;
tural e se estende tanto sobre aqueles que possuem mais, Onde quer que pouses, pousarei eu;
como aqueles que são obrigados a colher no campo dos O seu povo será o meu povo,
outros. O conteúdo de Meguilat Ruth, o Livro de Ruth, E o seu D’us, o meu D’us.
que é lido nos Batei Knesset em Shavuot, refere-se ao
período das colheitas e destaca Ahavat Israel, conforme A história de Ruth é ainda mais encantadora, porque
a conduta de Boaz com Ruth, pobre e estrangeira. apresenta vivo contraste com os tempestuosos tempos
Shavuot e a colheita do trigo estão relacionadas a Eretz dos Shoftim, Juízes, durante os quais se passa - tempos
Israel e ao Beit Hamikdash. Mesmo depois da destruição tão obscurecidos com guerras e feitos cruéis. Houve
do Beit Hamikdash e impossibilitados de realizar sacri- anos, porém, naquele período, em que os judeus não
fícios, a festividade segue sendo celebrada com alegria estavam empenhados em guerras, quando colhiam (se-
e devoção. Em Shavuot, 50 dias após o êxodo do Egito, gavam) nos campos e trabalhavam em suas aldeias. O
bnei Israel encontram-se junto ao har Sinai e recebem o povo simples muitas vezes passava fome e aflição, e so-
texto da Tora das mãos de Moshe Rabenu. fria com a separação das famílias, e até com a morte. Sem
Atualmente, os ornamentos colocados no Beit Haknes- fé ou lealdade mútuas que os sustentassem, a vida lhes
set, durante os festejos, acrescentam ao lugar uma nota teria sido muito mais difícil. Além disso, os ricos auxilia-
de alegria e satisfação. As flores e o verde agregam bele- vam aos pobres. deixando os cantos dos campos e tudo
za e colorido à alegria dos participantes nas tfilot. o que caía das mãos dos segadores, para os pobres, isto
é, para que eles respigassem (o direito de respigar era
ditado por lei bíblica).
A história de Ruth, repleta de paz e de beleza, se passa
em Eretz Israel. Há nela o doce calor da terra, podemos
“ver” o trigo e os cereais em campos ondulantes, e ouvir o
canto dos respigadores que manejavam as foices. Meguilat
Ruth relembra os velhos tempos do nosso povo e alguns
de seus costumes. No final, conta como David, o rei maior
de Israel, descende da adorável Ruth, a moabita.
164
Em Israel Mensagens das escolas
A colheita em Eretz Israel começava com a da seora Lições para a vida ensinadas pelos pássaros (gansos):
(cevada), no segundo dia de Pessach e, findos os 49 dias 1. Cada pássaro, quando bate suas asas, cria um vácuo
da contagem do omer, entre Pessach e Shavuot, a chita para o pássaro que vem atrás. Isso facilita o vôo do de
(trigo) já está madura para a colheita, e é chegado Chag trás. Voando numa formação em V, o bando todo con-
haShavuot. segue voar 71% a mais do que se cada pássaro voasse
Com a volta dos judeus à Eretz Israel, reiniciou-se a sozinho.
tradição de que crianças de todos os cantos de Israel Lição: Pessoas que compartilham uma mesma direção e
ofereciam os bikurim, primícias de frutas e verduras do tem senso comunitário, podem chegar aonde pretendem
solo, à KKL1, em Ierushalaim. As crianças chegavam com mais rápido e mais facilmente ao viajarem (viverem) con-
seus cestos repletos de frutos da terra, como símbolo fiando umas nas outras.
dos bikurim e como identificação do povo com as tra- 2. Toda vez que um ganso sai da formação, ele subita-
dições antigas e o desejo de mantê-las vivas. Em muitos mente sente o arrasto e a resistência do ar ao tentar voar
países fora de Medinat Israel, este desejo de continuar a sozinho. Então volta rapidamente à formação, tomando
tradição dos bikurim também acontece, e os frutos são vantagem do vácuo do pássaro que está imediatamente
distribuídos entre os mais necessitados. à sua frente.
Em Israel atualmente, a festa de Shavuot readquiriu Lição: Devemos permanecer “em formação” com aqueles
seu caráter de festa campestre. Como nos tempos bíbli- que encabeçam o caminho que desejamos seguir. Caso
cos, muitas crianças chegam com seus cestos repletos contrário, podemos ser arrastados para longe.
de frutos, como símbolo dos bikurim levados a Ierusha- 3. Quando o ganso que lidera os demais se cansa, ele
laim, e como identificação do povo com as tradições muda de posição dentro da formação e outro ganso toma
antigas e o desejo de mantê-las vivas. Em Ierushalaim, sua posição.
oferecem-nas ao KKL. Lição: Vale a pena revezar com aqueles que fazem as
Nos kibutzim, Shavuot marca o auge da colheita de tarefas difíceis, compartilhando a liderança, porque as
cereais e o amadurecimento das primeiras frutas nos pessoas, como os gansos, dependem umas das outras.
campos, inclusive dos shivat haminim mencionados no 4. Os gansos da parte de trás da formação grasnam para
Tanach (chita, seora, guefen, teena, rimon, zait, tamar). os da frente, encorajando-os a manter sua velocidade.
Em muitos kibutzim, realizam-se grandes cerimônias de Lição: Devemos nos assegurar que nosso “grasnado” lá
bikurim, que incluem exposições de máquinas agrícolas, do fundo é encorajador – não algo menos útil.
e amostras da colheita do campo e, inclusive, os pais 5. Quando um ganso fica doente ou ferido, dois gansos
apresentam as crianças que nasceram no último ano. saem da formação e o acompanham para baixo, para
Em muitos jardins-de-infância, atualmente, trocam-se auxiliá-lo e protegê-lo. Ficam com ele até que esteja apto
cestos de bikurim, além de realizarem o costume de ofe- a voar novamente ou morra. Então partem novamente,
recer cestos a alguma instituição para idosos. tentando alcançar o bando original ou entrando em um
novo bando.
Lição: Devemos acompanhar o próximo nos momen-
tos difíceis, protegendo-o e ajudando-o a recuperar-se.
(Renascença)
1
KKL, Keren Kaiemet Leisrael; Fundo para Israel, é a entidade responsável por plantação de árvores por todo o país.
SHAVUOT 165
Nomes da festa
Conceitos importantes
Chag HaShavuot
Festa das semanas, que conclui o período de sete se- • alia lareguel: peregrinação
• zait/zeitim: oliva/s
manas desde o segundo dia de Pessach, a partir do qual
• bikurim: primícias
procedemos com sfirat haomer. Assinala o começo da • rimon: romã
colheita do trigo. • Chag HaBikurim: Festa das Primícias
• sal/im: cesto/s
Chag HaBikurim • Chag HaShavuot: Festa das Semanas
O vocábulo bikur(im) compartilha seu radical com • seora: cevada
bechor, que, como vimos em Pessach, significa primo- • Chag HaKatzir: Festa da Colheita
gênito. É a festa da oferenda das primícias, ou primei- • shibolet: espiga
• Zman Matan Toratenu ou Chag Matan Tora:
ras frutas que, na Antiguidade, eram levados de todos
Festa da Entrega da Tora
os cantos da Terra Prometida, ao Beit Hamikdash, com • shivat haminim: sete espécies
grande pompa e alegria. • chita: trigo
• tamar/tmarim: tâmara/s
Zman Matan Toratenu ou Chag Matan Tora • guefen: uva
Festa da entrega das leis (Tora), relembrando a entrega • teena: figo
solene dos Dez Mandamentos a Moshe e o pacto feito • lechem: pão
com bnei Israel. • tene: oferenda
• Luchot HaBrit: Tábuas da Lei
• shloshet haregalim os 3 chaguim:
Chag HaKatzir Sukot, Pessach e Shavuot
Este nome nos faz entender este chag como a festa da • maachalei chalav: comidas lácteas
colheita (da chita). O início da colheita era assinalado • Meguilat Ruth: História de Ruth
por este chag, que representava o agradecimento pela • pri/perot haadama: fruto da terra
dádiva da terra e, portanto, é também a festa do pão. • sfirat haomer: contagem do omer
• perach/prachim: flor/flores
Pentecostes • omer: as 7 semanas entre Pessach e Shavuot
• E mais os nomes dos legumes, verduras e frutas
Palavra grega que, significando qüinquagésimo, e ade-
que fizerem parte das diversas atividades
qua-se para Shavuot, pois, então, celebramos o 50º dia
após o início de sfirat haomer, já mencionado na primei-
ra noite de Pessach.
166
Símbolos e motivos, usos e costumes
Shivat haminim
Costuma-se dizer que a Terra Prometida foi abençoada com os shivat haminim de frutas do campo e das
vinhas, que representam a base da alimentação do homem, a saber:
1 chita - trigo, cereal, cujo cultivo é antiqüíssimo, serve como elemento básico da
alimentação humana. Afirma-se que é originário do Oriente Médio. Seu plantio foi
intenso na Antiguidade, assim como o é na Israel moderna.
2 seora - a cevada, assim como o trigo, também pode ser considerada um dos cereais
mais antigos conhecidos pelo homem. Na Antiguidade, como nos dias de hoje, era
plantada em todos as regiões de Eretz Israel.
3 guefen - uva, encontrada na Antiguidade e descrita na literatura, junto com seu produto
primeiro, o vinho. A cultura da uva praticada antes da conquista de Cnaan, foi uma das
bases agrícolas daquela época. Os membros da 1ª alia, imigração para Israel, renovaram
sua cultura em Eretz Israel.
4 teena - figo, fruta antiqüíssima, encontrada na Arábia Meridional, trazida por tribos
nômades até o Mediterrâneo e, de lá, levada ao ocidente pelos fenícios. Nossos
antepassados encontraram o figo como cultura mantida nos tempos da dispersão e foi
retomada com a volta do povo a Eretz Israel.
5 rimon - romã, fruto de origem persa, antiqüíssima, encontrada pelos hebreus como
cultura, em Cnaan. Muitas regiões e localidades da Antiguidade receberam o nome de
romã.
7 tamar - tâmara, fruta encontrada nas regiões do Mediterrâneo assim como nas regiões
desérticas, onde serve, até hoje, como base alimentar. Na Israel moderna, a tâmara está
sendo plantada em maior escala.
As Leis Divinas não existem apenas para os judeus, depositários da Tora, mas para muitos povos, nas escolas, nos
templos e igrejas onde se lê a Bíblia e se cantam os Tehilim, Salmos, em louvor a D’us. As Leis estão vivas nas grandes
constituições fundadas sobre os pilares da justiça e da igualdade proclamados no har Sinai e adotados pela humanidade
civilizada; vivem na literatura universal e nas mais famosas obras de arte. Em todo o mundo, os Dez Mandamentos têm
encontrado ressonância e se têm imposto como fundamento moral. Bnei Israel festejam Shavuot com orgulho, porque se
sentem mensageiros dos sábios Ensinamentos Divinos e herdeiro dos Livro Sagrado, a Tora.
As palavras “Asher bachar banu mikol haamim venatan lanu et Torato” significam que D’us nos escolheu entre todos
os povos e nos deu a Tora. Estas palavras, pronunciadas na bendição da Tora no Beit Haknesset, não representam ex-
pressão de vaidade, mas sim uma recordação, renovada anualmente, de sua missão espiritual: a de salvaguardar, pelos
séculos, esse tesouro de ética e sabedoria, que foi confiado ao povo judeu, ao pé do Har Sinai.
SHAVUOT 167
Comer derivados de leite * Espirrar água
Este costume é realizado, para enfatizar o que foi des- Este costume é realizado em comunidades que vie-
crito no Shir Hashirim, Cântico dos Cânticos, escrito pelo ram ao Oriente Médio, quando as pessoas espirram água
melech Shlomo, onde diz que Tora é tão doce como o umas às outras, relembrando que a Tora é comparada à
mel e tão nutritiva como o leite, em “mel e leite há sob água: maim chaim - água que representa a vida.
sua língua”. Portanto, na celebração do dia do recebi-
mento da Tora, nos lares, costuma-se preparar comidas *Introdução da criança no estudo da Tora
especiais à base de leite e adoçadas com mel. Outra ra- Em comunidades originárias da Europa Oriental, re-
zão deste cardápio lácteo é que se supõe que, no dia aliza-se tal costume em forma de cerimônia: quando o
da entrega da Tora, bnei Israel voltaram extremamente menino completa cinco anos, seu pai o leva para o Beit
cansados ao acampamento e, incapazes de preparar uma Haknesset, em Chag Matan Tora, e o entrega ao rabino,
refeição formal, tomaram de qualquer prato de leite e que lhe mostra um pergaminho com as primeiras letras
queijo, comida típica entre pastores, e dele se alimenta- do alfabeto, alef-beit. O rabino lê para a criança as letras
ram. Acredita-se ainda que foi neste dia que bnei Israel de frente para trás e de trás para a frente, espalhando
ouviram, pela primeira vez, as leis da kashrut e, como mel por sobre as letras, para a criança provar e sentir que
não tiveram tempo de preparar comidas kasher de carne, as palavras da Tora são doces como o mel. Para encer-
prepararam comidas de leite, cujo preparo é mais fácil e rar, é também costume comer o bolo do har Sinai, bolo
rápido. É costume, também, comer os shivat haminim, de mel com amêndoas e passas. As crianças que apren-
além de usá-los para receitas culinárias, típicas do chag, deram a ler começam, neste dia, a estudar o chumash,
como pão, bolos, levivot, biscoitos, salada-de-frutas, pu- Pentateuco, ou os 5 primeiros livros do Tanach.
dins e mingaus.
* Ouvir a leitura das Asseret Hadibrot
Cestos A Revelação no har Sinai foi uma experiência profun-
Em muitas escolas judaicas do mundo todo, as crian- da que inspirou reverência. Todo o Universo, dizem nos-
ças preparam cestos com frutas e legumes, coroas de sos sábios, tremeu com o forte som do toque do shofar.
flores e relembram, por meio de canções, danças e dra- Trovões e relâmpagos cruzaram os céus. De repente, o
matizações a alia bareguel, peregrinação, e a entrega de silêncio. Para que se torne concreta para as crianças a
bikurim, assim como nossos antepassados traziam para importância deste acontecimento, a escolha do povo, a
Jerusalém, ao Beit Hamikdash. escolha do local e do tempo, sendo que nosso objetivo é
que a criança sinta a ligação e a pertinência a bnei Israel
Mitzvot e sua cultura, podemos usar alguns comentários que fo-
ram escritos por nossos sábios, z”l (zichronam livracha,
*Kriat Meguilat Ruth de abençoada memória): a situação era tão emocionante
É costume ler quatro capítulos da Meguilat Ruth, em que o mundo todo: seres vivos, o mar, o vento e os anjos
Shavuot, antes mesmo de ler a Tora, pois acredita-se que ficaram estagnados, paralisados. E, no meio do silêncio
esta data marca também o dia da morte do rei David. No absoluto, ouviram-se vozes e raios e um som de shofar
começo da Meguila, é contada a história dos antepas- muito alto. Naquele instante, foram entregues por Moshe
sados de David, que pertence à família da qual, acredi- Rabenu, que havia escalado a montanha, as Asseret Ha-
ta-se, descenderá o Mashiach, o ungido (escolhido) ou dibrot, que são os princípios da nossa religião.
Messias. E todo o povo via os trovões e as tochas e o som do
shofar, e o monte fumegante; e viu o povo, e tremeu, e
*Tikun leil Shavuot ficou de longe. (Êxodo, 20, 18)
No recebimento da Tora, conta-se que Moshe deve ve kol haam roim et hakolot veet halapidim ve et kol
ter conduzido bnei Israel por três dias, antes do dia em hashofar veet hahar ashan vaiar haam vaiane vaiaa-
que isto realmente aconteceu. Após grandes preparativos mdu merachok. (Shmot, 20,18)
para o importante evento, como Moshe não aparecia, o Quando D’us deu a Tora,
povo ficou indiferente. Para “consertar”, simbolicamente, O pássaro não piou,
a indiferença mostrada por bnei Israel, que ficou espe- A ave não voou,
rando pela volta de Moshe portando a Tora, costuma-se O boi não mugiu,
ficar acordado, durante toda a noite anterior e a noite Os anjos não voaram,
de Shavuot, para estudar a Tora, lendo o Tikun leil Sha- O mar não estremeceu,
vuot, que é uma compilação do Tanach, da Mishna e Os pactos não falaram,
do Talmud. Ao contrário- o mundo silenciou e ensurdeceu,
E saiu a VOZ:
“EU SOU O SEU D’US!”
(Shmot Raba, 29, 9)
168
O significado da festa para crianças na idade infantil
Assim como outros chaguim do calendário judaico, pela família e pelo ambiente próximo. É possível resgatar
também Shavuot é rica em simbologia, histórias e cos- conhecimentos prévios, poderemos introduzir os concei-
tumes. Os conceitos bikurim, matan Tora e katzir serão tos de sfirat haomer, os shivat haminim e a alia lareguel.
introduzidos nas rodas de histórias, vídeos, jogos e em Nesta etapa, além de contar histórias curtas, dos acon-
visita à sinagoga, para que as crianças possam ver um tecimentos que se passaram no har Sinai, é possível
Sefer Tora. Para facilitar o trabalho da professora, são explicar o significado do dito naasse venishma (Reali-
propostos três níveis gerais no ensino-aprendizagem dos zaremos e escutaremos). É adequado conversar com as
conteúdos ligados a Shavuot, e enfocar os vários aspec- crianças a respeito de alguns mandamentos e seus signi-
tos, ou seja, adequar as atividades de acordo com as ficados, enfatizando a importância da leitura da Tora e
características pertinentes a cada faixa etária (de 3 a 6 das Asseret Hadibrot.
anos de idade):
* Nesta faixa etária, a criança já pode conhecer as mitzvot
De 3 a 4 anos, as crianças já podem identificar a festivi- básicas e seus conceitos.
dade, e nomear a festa Chag HaBikurim. Além disto, por
meio de vivências baseadas em arte, jogos diversos, na De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a
brincadeira, em dramatizações, filmagens, contos, trilhas, criança vai acumulando, ela passa a compreender mais
culinária, modelagem, as crianças poderão conhecer par- profundamente o significado de costumes e símbolos re-
te dos símbolos do chag: sal/im (cesto), tene (oferen- levantes, que são de valor para o povo judeu. Revela
da), zer (guirlanda), bikurim (primícias). Alguns costu- curiosidade em conhecer a história da festa e seu signifi-
mes característicos de Shavuot que enfatizem o “aqui e cado, inclusive as origens das idéias ligadas à festividade.
agora” poderão ser vivenciados, como a preparação de Outros aspectos que se podem abordar com crianças nes-
maachalei chalav (comidas de leite). A história da festa ta faixa etária são: o histórico e seu significado, os valo-
poderá ser contada de maneira geral e adequada a esta res morais e nacionais ligados à festa, os nomes especiais
faixa etária. do chag, além dos nomes originais e seus significados e
* Nesta faixa etária, inicia-se o conhecimento das os costumes aceitos pela comunidade e pelo povo e seus
mitzvot básicas. Podem-se contar histórias curtas, com significados, além das atividades agrícolas. Acrescenta-
acontecimentos passados no har Sinai, salientando sím- mos o conceito de Chag Matan Tora, resgatando assim
bolos como os luchot habrit. a festa de Pessach, trabalhando a seqüência histórica e o
significado das leis para a formação de um povo (grupo
De 4 a 5 anos, quando a criança já manifesta com- social). A análise dos dez mandamentos poderá motivar
preensão mais intuitiva, e não somente concreta, seus a discussão de combinados da classe e da necessidade
conhecimentos de costumes e símbolos se vão amplian- destes. A história da Meguilat Ruth poderá ser contada,
do, assim como se vão ampliando os ambientes de vi- adaptando o conteúdo para a idade das crianças.
vência: em casa, na escola, na comunidade. Nesta época, * Nesta faixa etária, a criança já compreende o signi-
a criança já pode entender a história de Shavuot e seu ficado das mitzvot de “halel” e “shehechianu”, além da
significado, contada em linguagem simples, além de po- importância de Tikun Shavuot (cerimônia religiosa típica
der compreender mais facilmente certos valores sociais e de Shavuot). É possível conversar com as crianças sobre
sentir empatia por personagens e imagens históricas. o que se passou em har Sinai, na época da entrega da
A criança pode aprender nomes adicionais de Shavuot Tora, a aliança (brit) entre D’us e Israel – naasse venish-
e seu contexto, além dos símbolos e costumes do chag e ma, as Asseret Hadibrot e completar os shloshet harega-
seus significados, como enfeitar o ambiente com folha- lim (os 3 chaguim, nos quais se peregrinava a Jerusalém:
gens verdes (kishut beierek), que podem ser vivenciados Sukot, Pessach e Shavuot).
SHAVUOT 169
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Shavuot.
Com a mão na massa que serão entregues a um cohen, que se coloca diante de um dos
Conteúdos: portões simbólicos de Ierushalaim. Toda a comemoração é acom-
receitas à base de leite. panhada de canções, danças, ginástica rítmica e brachot alusivas
Objetivos potenciais: à festa de Iom Ierushalaim e Shavuot. Terminada a comemoração,
entrar em contato com o costume de comer derivados de leite e os alunos participam de uma gincana preparada pelos alunos do
“colocar a mão na massa”. Fundamental 2.
Descrição: Materiais e recursos:
preparar a atividade entoando a canção Eretz zavat chalav udvash. a preparação externa exige certo tempo de antecedência e mão-
Em seguida, separar os ingredientes nomeando-os em hebraico. de-obra adulta. Os pais poderão ser convocados para ajudar nesta
Passar à elaboração da culinária. Assar a massa no forno, fazendo preparação. Sugestão: preparar canções, rodas ‘dançadas’, quando
o registro da receita, de várias formas, por meio de colagem de ró- cada turma poderá escolher uma das espécies ou símbolos, p. ex.
tulos, escrita, desenho ou fotos. A última etapa será a degustação. cestos, enfeites (kishut beierek), que usarão na comemoração.
Materiais e recursos: Obs.: sugerimos que apenas os alunos de 5/6 anos) devem partici-
espaço adequado, forno elétrico, tigelas, batedeira, liquidificador, par desta longa comemoração. Já, para outros graus, a comemora-
colher de pau, formas, aventais e ingredientes que fazem parte das ção durará mais ou menos 40m’ e será menos complexa. Poderão
receitas. Obs: Dependendo da receita, esta atividade poderá ser formar rodas ‘dançadas’, cantar e trocar (inter-classes) cestos de
desenvolvida com todas as faixas etárias. bikurim, além de lanchar frutas e guloseimas que receberão nos
cestos.
Saleinu al ktefeinu
(Nossas cestas sobre nossos ombros) Vamos à feira
Conteúdos: Conteúdos:
cesta para colocar os bikurim. frutas e verduras.
Objetivos potenciais: Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de preparar cestos que compor- por meio desta atividade simbólica, entrar em contato com um dos
tem bikurim. costumes do chag, preparando o cesto de bikurim, com frutas e
Descrição: legumes.
Contar, na roda, uma história sobre alia lIerushalaim e a entrega Descrição:
dos bikurim, acompanhada de figuras ilustrativas. Oferecer, em se- dois dias antes desta atividade, cada aluno escolherá a fruta ou o
guida, diversos materiais para que as crianças montem seus cestos legume que gostaria de trazer à feira. Também começam a enfeitar
e frutas que serão levadas para casa, na véspera do chag. com verde e folhagens a barraca da classe, de acordo com suas
Materiais e recursos: frutas e legumes. No dia da atividade, cada aluno receberá dinhei-
caixas de diversos tamanhos e modelos, potes vazios de margarina ro de faz-de-conta e trará de casa uma sacola ou carrinho de feira
ou sorvete, quadrados de E.V.A., folhas de RX, massa de modelar, para poder transportar suas “compras”. As professoras assumem
papel jornal, cola branca, barbante, fita ou fitilho largo, fita dupla o papel de vendedoras e os alunos circulam, “comprando” o que
face, grampeador, papel crepom colorido, forminhas de brigadeiro quiserem. Terminadas as compras, os alunos voltam para as clas-
e “bailarinas” ses, onde farão, com parte de suas compras, salada de frutas e de
Obs.: crianças de 2-3 anos utilizarão, de preferência, embalagens legumes, que saborearão na classe. O restante, levarão para casa.
já estruturadas, enquanto as de 4-5 montarão suas próprias. Materiais e recursos:
mesas que serão transformadas em tabuleiros para comportar fru-
Olim lierushalaim (Indo para Jerusalém) tas e legumes, separadas por espécies, bolsas, cestos, dinheiro de
Conteúdos: faz-de-conta, tabuletas com preços e folhagens para as barracas.
costume de oferecer bikurim, relacionando-o com a comemoração
de Iom Ierushalaim. Brincando com os “combinados” da kita,
Objetivos potenciais: comemoramos Chag Matan Tora
entrar em contato com o chag, por meio deste costume central, Conteúdos:
com o ritual que remete aos tempos do Beit Hamikdash. combinados da classe, comparados às asseret hadibrot.
Descrição: Objetivos potenciais:
esta atividade deve envolver todos os alunos, inclusive os do elaborar os combinados, confeccionar os luchot habrit, e comemo-
Fundamental. Acontece num espaço grande, que se transforma na rar Chag Matan Tora.
cidade de Ierushalaim. Sua duração é de mais ou menos 3 horas. Descrição:
Os alunos mais velhos poderão representar os cohanim2 que rece- elaborar os combinados da classe, confeccionar os luchot habrit com
berão os bikurim, a serem entregues pelos alunos menores. Toda desenhos das crianças e comemorar, ao final, Chag Matan Tora.
a comemoração poderá seguir os rituais narrados no livro Dvarim. Materiais e recursos:
Os alunos serão divididos em 7 grupos, simbolizando shivat hami- materiais criativos para construir os luchot habrit, e para registrar
nim. Cada grupo tem como motivo os bikurim, uma das espécies os combinados.
2
cohanim, sacerdotes (uma das três tribos remanescentes de Israel, citadas anteriormente). Singular, cohen.
170
Brincando no Har Sinai, Naasse venishma (Realizaremos e escutaremos)
comemoramos Chag Matan Tora Conteúdos:
Conteúdos: concretização da expressão: naasse venishma.
conteúdos específicos de Shavuot: Chag Matan Tora, bikurim, ktzir chitim. Objetivos potenciais:
Objetivos potenciais: vivenciar a lenda em torno desta expressão.
vivenciar conteúdos do chag por meio de dramatização. Descrição:
Descrição: contar a história, na qual D’us oferece a Tora a diversos povos, mas
crianças escolherão as personagens que desejam dramatizar, e apenas bnei Israel aceita recebê-la, enfatizando a mensagem que
participarão, de forma ativa, na dramatização do recebimento da se expressa nesta frase.
Tora no Har Sinai. No final, dançarão e apreciarão comidas típicas Materiais e recursos:
do chag. história e apetrechos para dramatização.
Materiais e recursos:
efeitos para a simulação do Har Sinai e coreografia relevante. Co- Um piquenique delicioso com maachalei chalav
midas típicas da festa. Conteúdos:
a idéia da comparação do chalav com a Tora, piquenique com
Construindo Har Sinai e recebendo a Tora maachalei chalav.
Conteúdos: Objetivos potenciais:
bnei Israel beHar Sinai, beMatan Tora. vivenciar, de maneira gostosa, o costume de saborear maachalei
Objetivos potenciais: chalav, em Shavuot, enfatizando que, após Matan Tora, bnei Israel
construir uma montanha, e dramatizar Matan Tora. comeram uma refeição de chalav, pois ainda não conheciam as leis
Descrição: da carne kasher.
com um poncho, professora e crianças constroem Har Sinai, acres- Descrição:
centando flores. E, com fundos de garrafas de plástico, bonecos e comemorar Shavuot, saboreando algum produto de leite. Cada
caixas-de-fósforos, montam a coreografia para Matan Tora. criança traz de casa algum produto de leite. Esta atividade pode
Materiais e recursos: ser realizada no pátio, num grande piquenique.
poncho, flores, fundos de garrafas, caixas-de-fósforos, bonecos, Materiais e recursos:
entre outros. comidas e guloseimas de leite (requeijão, bolo, sucrilhos, ‘Toddy-
nho’, brigadeiro), uma toalha grande para estender no chão.
Comemorando Shavuot com arte
Conteúdos: Levando bikurim leBeit Hamikdash bIerushalaim
reproduções de Rembrandt e Michelangelo, ligadas ao tema. Conteúdos:
Objetivos potenciais: shivat haminim.
desenvolver o gosto pela arte, conversar sobre o conteúdo das Objetivos potenciais:
obras-de-arte. vivenciar conteúdos de Shavuot.
Descrição: Descrição:
salientando sempre que Tanach não contém imagens, ao contar- cada nível escolherá dois dos shivat haminim, e todas as classes
mos sobre Matan Tora, podemos dizer que Moshe e este aconteci- trarão frutas para os cestos que serão oferecidas aos funcionários
mento foram tão importantes, que artistas famosos decidiram usar da escola. As crianças brincarão com coroas de flores, simbolizan-
sua imaginação e habilidade artística para retratá-los. Rembrandt o do a festa dos bikurim. No dia de Shavuot, as crianças vão ao Beit
fez pela pintura e Michelangelo, pela escultura. Motivar as crianças Haknesset da escola, simulando uma alia bareguel para o Beit Ha-
para observarem estas obras e criarem, com diferentes materiais, mikdash. Para comemorar Iom Ierushalaim, realiza-se um Kabalat
seu próprio Moshe. Shabat coletivo, no qual cada classe participa, representando um
Materiais e recursos: dos aspectos relevantes. No Kabalat Shabat, são oferecidas comi-
reproduções acima citadas, que constam do set que acompanha das típicas, como burekas de queijo, salada de frutas, chantilly.
o livro de Ofra Reisman; argila, papéis coloridos, cola, giz de cera, Materiais e recursos:
entre outros. shivat haminim, frutas, verduras, flores, comidas típicas de Shavuot.
SHAVUOT 171
Atividades com a família e amigos
172
Registro de projetos
• Projeto de continuidade de Pessach com Shavuot, desde a saída de Egito até o Har Sinai, planejando a coreografia relevante (craft na areia,
pirâmides, bonecos simulando bnei Israel caminhando pelo deserto) .
• Sugestão para a integração com o projeto anual da escola sobre ecologia, salientando a plantação de frutas e verduras.
Idéias de atividades com materiais artísticos/ Enfeites
• tear com elásticos coloridos.
• objetivos: percepção visual, coordenação motora e orientação espacial. Trata-se de uma placa de compensado, onde está desenhado uma
flor, fruta, ou legume contornado por pregos, para passar o elástico, formando-o e visualizando-o. A criança recebe vários elásticos coloridos,
ou de uma cor só. Deverá encaixá-los nos ângulos da figura até conseguir formá-la, podendo formar, também, outras figuras.
• dobraduras diversas (para 5-6 anos)
• cesta ou sacola de feira, maçã, pêra, chuchu, abacaxi, cenoura, queijo, tulipa, banana, cacho de uvas e outros.
• bonecos emborrachados para mural.
• cesta de material emborrachado (EVA) para teatro.
Anexos
1. Sugestões de imagens para construir jogos
• chita: trigo
• zait/zeitim: azeitona/s
• luchot habrit: tábuas da Lei
• rimon: romã
• tamar/tmarim: tâmara/s
• tene: oferenda
• seora: cevada
• shivat haminim: sete espécies
• lechem: pão
• guefen: uva
• bikurim: primícias
• maachalei chalav: comidas lácteas
• teena: figo
• shibolet: espiga
• perach/prachim: flor/flores
SHAVUOT 173
2. Receitas de “delícias” típicas para realizarmos na escola
Kreplach de Queijo
Ingredientes da massa Modo de Fazer
1 ovo
1 copo de farinha de trigo 1. Abrir a massa, não muito fina, com rolo sobre um tampo polvilhado com farinha.
sal e água o suficiente para amassar 2. Cortar círculos com copo.
3. Rechear cada círculo e fechá-lo como pastel.
4. Deixá-los secarem e cozinhar em bastante água temperada com sal.
Ingredientes para o recheio 5. Escorrer, passar na manteiga derretida e servir com queijo parmesão ralado.
Queijo fresco amassado temperado
com sal e pimenta síria
ovos
pão umedecido no leite
Blintzes (panquecas)
Ingredientes da massa Modo de Fazer
2 ovos
1 copo de leite 1. Bater todos os ingredientes no liquidificador.
1 copo de farinha 2. Deixar descansar.
3. Untar, levemente, uma pequena frigideira.
1 colher de chá de sal
4. Levar ao fogo, com a concha, derramando pequenas quantidades de massa.
5. Fritar de um lado e, depois, virar, não deixando que a panqueca core muito.
Ingredientes para o recheio
Queijo ricota amassado 1. Rechear as panquecas.
cebolinha verde 2. Arranjá-las num pirex fundo.
pimenta síria e sal 3. Jogar creme-de-leite por cima.
4. Levar ao forno para o queijo derreter.
5. Servir quente.
174
3. Sugestão de material didático
Asseret Hadibrot
1. Eu sou o Eterno seu D’us, que lhe tirei da terra de Egito, da casa dos escravos.
3. Não fará para si imagem de esculturas, figura alguma do que há em cima, nos céus,
e abaixo, na terra, nem nas águas, debaixo da terra. Não tomará o nome do Eterno seu
D’us em vão.
4. Observe o dia de sábado para santificá-lo. Seis dias trabalharás, mas o sétimo dia é o
Shabat do Eterno, seu D’us: não fará nenhuma obra, você ou seu filho, ou sua filha; seu
servo, ou sua serva, ou seu animal e seu peregrino, que estiver em suas cidades.
5. Honrará seu pai e sua mãe, para que se prolonguem seus dias sobre a terra.
6. Não matará.
8. Não furtará.
10. Não cobiçará a casa do seu próximo, a mulher do seu próximo ou tudo o que seja
de seu próximo.
SHAVUOT 175
4. Histórias de Shavuot
A raposa e o pão
Adaptação do conto de Leon Tolstoi, no livro de L. Cohen, Chag vechaguiga lapeutot.
Certo lavrador colheu frutas no campo, durante toda a - Não. Aí choverá, as sementes brotarão durante o in-
manhã, até que se cansou tanto, que sentou-se para des- verno e, mais ou menos em Shavuot, amadurecerão.
cansar. Uma raposa saiu de um bosque próximo ao local - E aí, já vai dar para comer o pão?
onde o lavrador trabalhava, aproximou-se e disse: - Não, aí você colhe e traz a colheita para o celeiro...
- O que está comendo? - E come o pão!
- Pão, respondeu o lavrador. - Não, não... você ainda precisa retirar os grãos, juntá-
- Dê-me um pedaço, nunca provei pão antes. los, moê-los e fazer a farinha.
O lavrador lhe deu uma fatia. - E finalmente, já se pode comer o pão?
- Hum... que gostoso, disse a raposa. Também quero - Dali a pouco. Da farinha, faça uma massa, trabalhe-a
fazer um pão desses para mim. Como se faz? bem, faça um filão de pão e coloque-o no forno para assar.
- Antes de mais nada, pegue um arado e are o campo. - E aí, terá pão?
- E aí? Terei o pão? - Sim, aí você pode cortar um pedaço de pão e comer.
- Não, ainda não. Depois, você limpa a terra... A raposa pensou e pensou e disse:
- E tenho pão! - Eu, heim, é muito difícil, um processo muito longo;
- Espera aí, você nem semeou ainda! pode deixar a gente doido. É melhor eu ir andando prá
- E aí, então, terei pão! procurar uma galinha. E lá se foi ela.
Har Sinai
Extraída do livro Ma assaper laieled, vol. 2.
Har Sinai O Monte Sinai
Beshaa sheratza HaKadosh Baruch Hu latet et haTora No momento em que D’us, o Todo Poderoso, quis en-
leam Israel, hitchilu heharim lariv beineihem. tregar a Tora para o povo de Israel, os montes começa-
har haCarmel amar: ram a brigar entre si. O Monte Carmel disse: Eu sou um
“Ani kol kach iafe, monte tão lindo, alto e de ótima aparência. Com certeza
gavoa venechmad lemare. D’us entregará a Tora para o povo de Israel, sobre mim.”
Bevadai alai iten haShem Ao que o Monte Tabor respondeu: “Não sobre você, mas
Et haTora leamo Israel.” sim sobre mim! Eu sou mais belo! Eu sou mais boni-
Ana lo har Tabor: to!” E o Monte Bashan também não deixou de se gabar:
“Lo alecha, ki im alai! “Nem sobre você, e nem sobre você, e sim sobre mim!
Ani ioter iafe! Ani ioter nae!” Esperem e vocês verão!” Teria algum monte mais lindo
HItravrev gam har Bashan: do que eu?
“Lo alecha, Lo alecha, E assim brigavam os montes entre si, brigavam e discu-
Habitu ureu!” tiam, e somente o Monte Sinai ficava em silencio quieto.
Haiesh od har iafe kamoni?! Eu sou tão baixinho... pensava.
Kach ravu heharim beineihem, ravu vehitkotetu, verak Foi então que D’us falou: “Sobre o que vocês, mon-
har Sinai amad besheket veshatak. tes vaidosos estão a discutir? Nem você Monte Bashan!
Harei ani kol kach katan! Chashav. E tampouco você Monte Carmel! E também não você
Amar HaKadosh Baruch Hu Monte Tabor! Somente sobre o Monte Sinai que é mo-
Al ma tarivu harim gueim? Lo alecha har Bashan! Velo desto, D’us entregará a Tora a seus filhos.”
alecha har Carmel! Vegam lo alecha har Tabor! Os montes baixaram a cabeça de vergonha por sua
Rak al har Sinai heanav boba vaidade. E D’us fez com que florescesse no Monte
Iten haKadosh Baruch Hu et haTora lebanav!” Sinai uma linda grama e lindas flores em homenagem ao
Hirkinu heharim et rasheihem bebusha al gueutam ha- recebimento da Tora.
tipshit.
Veal har Sinai hitzmiach HaKadosh Baruch Hu essev
ufrachim iafim lichvod matan Tora.
176
5. Brachot e psukím
A seguinte bracha é recitada após a leitura da Meguilat Ruth:
Baruch Ata Ad-nai Elokenu Melech haolam, harav et rivenu, vehadan et dinenu, vehanokem et nikmatenu, vehanifra
lanu mitsarenu, vehameshalem guemul lechol oivei nafshenu. Baruch Ata Ad-nai, hanifra leamo Israel mikol tzarehem
hak’El hamoshia.”
Baruch Ata Ad-nai Elokenu Melech Haolam Shehechianu vekiimanu vehiguianu lazman haze.
Bendito sejas o Senhor, ó Eterno nosso D’us, Rei do Universo,
Que nos conservou em vida, nos sustentou e nos fez chegar a estes tempos.
SHAVUOT 177
6. “Fique por dentro”
Caros Pais,
Shavuot é a última festa judaica do primeiro semestre. Em Shavuot, cada um de nós recebe a
Tora e seus ensinamentos. Estamos enviando-lhes alguns textos para compartilharem em família.
Chag Sameach!
Quais são os Dez Mandamentos?
1. Sou o senhor seu D’us
2. Não fará imagens nem ídolos para adorar
3. Não jurara em falso em Meu Nome
4. Observe o dia de Shabat para santificá-lo
5. Respeite seu pai e sua mãe
6. Não matará
7. Não cometerá adultério
8. Não roubará
9. Não dará falso testemunho
10. Não cobiçará nada que pertença ao seu próximo.
PARA REFLETIR...
Os Dez Mandamentos constituem a base ética da civilização humana, a essência da Tora (Lei)
e do Judaísmo. Moisés subiu ao Monte Sinai para receber a Tora, que exigiu ascensão e elevação.
Simbolicamente, todo o povo elevou-se com Moisés. Elevaram-se quando responderam naasse ve-
nishma – realizemos e, depois, escutemos. Compreenderam que viver é atuar, que a existência se
fundamenta na realização de valores, e não na mera divagação filosófica. Atuar e escutar significa
realizar e refletir.
Formalmente, os Dez Mandamentos se distribuem em duas partes, correspondentes às duas
pedras onde foram talhados. Os primeiros cinco mandamentos se referem às relações do homem
com D’us. Os cinco restantes não mencionam D’us absolutamente; portanto, referem-se, exclusi-
vamente, às relações do homem com o homem.
O Decálogo, no entanto, é pleno. No Judaísmo, a idéia ética é total e absoluta. As duas partes se
complementam e se exigem reciprocamente. A existência humana deve desenvolver-se em duplo
plano: relação com D’us e relação com o próximo. O mesmo indivíduo que, em Shavuot, oferece
as primícias e fala a D’us é o mesmo que, minutos mais tarde, haverá de alegrar-se com seu próxi-
mo. Ambos atos configuram uma idêntica realização vital; cada um deles tomados separadamente
e de forma isolada é imperfeito. O homem criado segundo o Gêneses, a imagem e semelhança
de D’us deve realizar essa unidade em sua própria existência e ser, ele próprio, uno, integro, sem
fragmentações parciais ou relativas.
Canções e poemas
• Salenu al ktefenu • Iom shel ziv
• Bikurim • Chag laemek
• Ieladim tzoadim • Eretz zavat chalav udvash
• Chag HaBikurim • Mi barechev
• Pri gani • Shibolim hivshilu
• Olim lierushalaim • Bechag HaShavuot taasse lecha
• Bechag HaShavuot • Navi bikurim
• Zemer chag • Zerim beShavuot
• VeZot HaTora • Bechag HaShavuot kibalnu matana
• Lach Ierushalaim • Vehaer eineinu
• Hine ma tov • Tov tov lilmod Tora
• Shibolet basade • Shma bni mussar avicha veal titosh Torat imecha
• Kshekiblu et haTora • Al shlosha dvarim haolam omed al haTora, veal havodá veal gmilut chassadim
178
Sugestões de sites
http://chagim.org.il
http://galim.org.il/holidays/Shavuot
http://haguim.nana.co.il
http://www.holidays.net/Shavuot
http//:www.j.co.il
http//:www.education.gov.il/preschool
http//:www.regards.com
http://www.jewishworldcenter.com
http//:www.Torah.org
http://www.chabadnews.com.br
http//:www.aish.com
http//:www.chabadcenters.com
http://www.ort.il/year/Shavuot
http//:www.bluemountain.com
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Bibliografia
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Berker, M. MiPessach leShavuot. Israel
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Agenda Judaica de datas tradicionais e nacionais, Na’amat Pioneiras São Paulo, 1993
As primícias da Colheita do Trigo, Antologia de fontes de Shavuot, KKL
A Feira – brincando com dobradura, Gláucia Lombardi, Ed. Paulus
A história de Shavuot, Congregação Monte Sinai
Comemorando Shavuot, Beith Chabad,
“Egito, percorrendo os caminhos de Moisés”, Terra - ano 10, no. 4 (abril/2001)
“Shavuot, o que é a Tora?” Morasha, junho/2000
Shavuot na Pré-escola, apostilas da Organização Sionista Unificada do Brasil
SHAVUOT 179
Anexos
Estes anexos foram adicionados, com o objetivo de concretizar alguns dos fun-
damentos teóricos e práticos, que serviram como base para a escrita deste material.
Sendo assim, poderá ser usado para oficinas de planejamento, para discussões
relevantes, bem como para a prática cotidiana.
Recomendamos, se possível, usar as fontes bibliográficas em seu formato original,
pois estes anexos representam “recortes” que, embora focalizados nas necessidades
de nosso projeto, implicam limitações por terem sido extraídos de seu contexto.
181
Anexo 1
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da
Educação Fundamental. Brasília, Brasil, MEC/SEF, 1998. 3 vols.
A seguir, reproduziremos alguns trechos retirados do Referencial Curricular, que nos serviram de inspiração e guia para
o desenvolvimento de nosso projeto.
Apresentação
A construção de conhecimentos se processa de ma- possuem de ter idéias e hipóteses originais sobre aquilo
neira integrada e global e há inter-relações entre os di- que buscam desvendar. Nessa perspectiva, as crianças
ferentes eixos, sugeridos para serem trabalhados com as constróem o conhecimento, a partir das interações que
crianças. A educação infantil é considerada a primeira estabelecem com outras pessoas e com o meio em que
etapa da educação básica, tendo como finalidade o de- vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da
senvolvimento integral da criança até seis anos de idade. realidade, mas sim em fruto de um intenso trabalho de
(…) planejamento, desenvolvimento e avaliação de prá- criação, significação e re-significação.
ticas educativas que considerem a pluralidade e diversi- (Nota: A concepção de construção do conhecimen-
dade étnica, religiosa, de gêneros, social e cultural das to, pelas crianças em situações de interação social, foi
crianças brasileiras (…). pesquisada com diferentes enfoques e abordagens,
(vol. 1, Introdução) por vários autores, entre eles: Jean Piaget, Lev Se-
mionovitch Vygotsky e Henry Wallon. Sob o nome
Considerando as especificidades afetivas, emocionais, de construtivismo, reúnem-se idéias que preconizam
sociais e cognitivas das crianças de zero a seis anos, a tanto a ação do sujeito, como o papel significativo da
qualidade das experiências oferecidas que podem contri- interação social no processo de aprendizagem e de-
buir para o exercício da cidadania deve estar embasada senvolvimento da criança.)
nos seguintes princípios: (vol. 1 p. 21-22)
• o respeito à dignidade e aos direitos das crianças,
consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, As crianças possuem uma natureza singular, que as
econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc.; caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo
• o direito das crianças a brincar, como forma particu- de um jeito muito próprio. Nas interações que estabele-
lar de expressão, pensamento, interação e comunicação cem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas
infantil; e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu
• o acesso das crianças aos bens sócio-culturais dis- esforço para compreender o mundo em que vivem, as
poníveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relações contraditórias que presenciam e, por meio das
relativas à expressão, à comunicação, à interação social, brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão
ao pensamento, à ética e à estética; submetidas e seus anseios e desejos.
• a socialização das crianças por meio de sua partici- Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular
pação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, das crianças serem e estarem no mundo é o grande desa-
sem discriminação de espécie alguma; fio da educação infantil e de seus profissionais. Embora
• o atendimento aos cuidados essenciais, associados à os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia,
sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade. sociologia, medicina, entre outros estudos, possam ser
(vol. 1, p. 13) de grande valia para desvelar o universo infantil, apon-
tando algumas características comuns de ser das crian-
Embora haja um consenso sobre a necessidade de que ças, elas permanecem únicas em suas individualidades
a educação para as crianças pequenas deva promover a e diferenças.
integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, As novas funções para a educação infantil devem es-
cognitivos e sociais da criança, considerando que esta é tar associadas a padrões de qualidade. Essa qualidade
um ser indivisível, as divergências estão exatamente no advém de concepções de desenvolvimento, que consi-
que se entende sobre o que seja trabalhar com cada um deram as crianças nos seus contextos sociais, ambientais,
desses aspectos. culturais e, mais concretamente, nas interações e práti-
(vol. 1, pp. 17-18) cas sociais, que lhes fornecem elementos relacionados
às mais diversas linguagens e ao contato com os mais
A criança, como todo ser humano, é um sujeito so- variados conhecimentos para a construção de uma iden-
cial e histórico e faz parte de uma organização familiar tidade autônoma.
que está inserida em uma sociedade, com uma deter- (vol. 1 p. 23)
minada cultura, em um determinado momento históri-
co. É profundamente marcada pelo meio social em que Educar significa, portanto, propiciar situações de cui-
se desenvolve, mas também o marca. No processo de dados, brincadeiras e aprendizagens, orientadas de for-
construção do conhecimento, as crianças se utilizam das ma integrada e que possam contribuir para o desenvol-
mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que vimento das capacidades infantis de relação interpessoal,
182
de ser e estar com os outros em uma atitude básica de o campo das brincadeiras na vida das crianças. Conse-
aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crian- qüentemente, é ele quem organiza sua base estrutural,
ças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social por meio da oferta de determinados objetos, fantasias,
e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espa-
desenvolvimento das capacidades de apropriação e co- ços e do tempo para brincar.
nhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emo- Por meio das brincadeiras, os professores podem ob-
cionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir servar e constituir uma visão dos processos de desen-
para a formação de crianças felizes e saudáveis. volvimento das crianças em conjunto e de cada uma em
Para atingir os objetivos (...), e com o desenvolvimento particular, registrando suas capacidades sociais e dos re-
das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e cursos afetivos e emocionais de que dispõem.
procedimentos estejam baseados em conhecimentos es- (vol. 1, p. 28)
pecíficos sobre o desenvolvimento biológico, emocional
e intelectual das crianças, levando em consideração as A intervenção intencional, baseada na observação das
diferentes realidades sócio-culturais. brincadeiras das crianças, oferecendo-lhes material ade-
(vol. 1 p. 25) quado, assim como um espaço estruturado para brincar,
permite o enriquecimento das competências imaginati-
A brincadeira é uma linguagem infantil, que mantém vas, criativas e organizacionais infantis. Cabe ao profes-
um vínculo essencial com aquilo que é o “não-brincar”. sor organizar situações, para que as brincadeiras ocor-
Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da ram de maneira diversificada, propiciando às crianças
imaginação, isto implica que aquele que brinca tenha o a possibilidade de escolherem temas, papéis, objetos e
domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é companheiros com quem brincar ou os jogos de regras
preciso haver consciência da diferença existente entre a e de construção. Assim, elaborarão, de forma pessoal e
brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu con- independente, suas emoções, sentimentos, conhecimen-
teúdo para realizar-se. Nesse sentido, para brincar, é pre- tos e regras sociais.
ciso apropriar-se de elementos da realidade imediata, de Nessa perspectiva, não se devem confundir situações
tal forma a atribuir-lhe novos significados. Essa peculiari- nas quais se objetivam determinadas aprendizagens re-
dade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre lativas a conceitos, procedimentos e atitudes explícitas,
a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira com aquelas nas quais os conhecimentos são experimen-
é uma imitação transformada, no plano das emoções e tados de uma maneira espontânea e destituída de objeti-
das idéias, de uma realidade anteriormente vivenciada. vos imediatos pelas crianças. Pode-se, entretanto, utilizar
(vol. 1 p. 25) os jogos, especialmente aqueles que possuem regras,
como atividades didáticas. É preciso, porém, que o pro-
O brincar apresenta-se por meio de várias categorias fessor tenha consciência de que as crianças não estarão
de experiências, que são diferenciadas pelo uso do ma- brincando livremente nestas situações, pois há objetivos
terial ou dos recursos predominantemente implicados. didáticos em questão.
Essa categorias incluem: (vol. 1, p. 29)
• movimento e as mudanças da percepção, resultantes
essencialmente da mobilidade física das crianças; As crianças, desde que nascem, participam de várias
• a relação com os objetos e suas propriedades físicas, práticas sociais no seu cotidiano, dentro e fora da ins-
assim como a combinação e a associação entre eles; tituição de educação infantil. Dessa forma, adquirem
• a linguagem oral e gestual, que oferecem vários ní- conhecimentos sobre a vida social no seu entorno. A
veis de organização a serem utilizados para brincar; família, os parentes e os amigos, a instituição, a igreja, o
• os conteúdos sociais, como papéis, situações, valo- posto de saúde, a venda, a rua, entre outros, constituem
res e atitudes que se referem à forma como o universo espaços de construção do conhecimento social.
social se constrói; e, finalmente, Determinados conteúdos, pertinentes às áreas das Ci-
• os limites definidos pelas regras, constituindo-se em ências Humanas e Naturais, sempre estiveram presentes
um recurso fundamental para brincar. na composição dos currículos e programas de Educação
Essas categorias de experiências podem ser agrupadas Infantil:
em três modalidades básicas, quais sejam, brincar de faz- • Participação em atividades que envolvam histórias,
de-conta ou com papéis, considerada atividade funda- brincadeiras, jogos e canções, que digam respeito às tra-
mental, da qual se originam todas as outras; brincar com dições culturais de sua comunidade e de outras;
materiais de construção e brincar com regras. • Conhecimento de modos de ser, viver e trabalhar de
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de constru- alguns grupos sociais do presente e do passado;
ção e aqueles que possuem regras, como os jogos de so- • Identificação de alguns papéis sociais existentes em
ciedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogo seus grupos de convívio, dentro e fora da instituição;
s tradicionais, didáticos, corporais, entre outros, propi- • Valorização do patrimônio cultural do seu grupo so-
ciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio cial e interesse por conhecer diferentes formas de ex-
da atividade lúdica. É o adulto, na figura do professor pressão cultural.
portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturar (vol. 3, pp.181-182)
ANEXOS 183
Anexo 2
Tochnit misgueret legan haieladim guilaei 3-6 (trad. Rosely Mandelman: Parâmetros Curriculares para o Jardim-de-
Infância de Israel, idades 3-6). Misrad hachinuch, hatarbut vehasport, Haagaf lechinuch kdam iessodi, Jerusalém, Israel,
1998.
Obs: O acréscimo do asterisco (*) denota a adaptação à educação tradicional religiosa brasileira.
A tradição inclui valores nacionais, costumes e comportamentos, aceitos pela sociedade, e que são transmitidos de
geração em geração.
As festividades são datas especiais, que se diferenciam do curso normal do tempo. Nestes dias diminuem as atividades
rotineiras que dão lugar a cerimônias e atividades simbólicas criadas para assinalar acontecimentos especiais, cuja origem
está na história, na religião ou na natureza.
As festividades fortalecem a unicidade emocional e social do povo.
A relação com as festas desde a tenra idade possibilita a continuidade da existência dos valores do povo.
A escola de Educação Infantil, como transmissora de valores sociais, ética e tradição, tem como função importante
propiciar a descoberta da criança do conjunto de costumes das festividades e de seu racional.
PREMISSAS BÁSICAS
1. As festividades representam marcos no ciclo da vida, possibilitando pausas temporárias; elas representam o símbolo do término de uma
época e início de uma nova, e dão significado para a existência e a renovação.
2. A atividade cerimonial da festividade, envolta em significado tradicional, é fonte de um sentimento de participação e pertinência à cole-
tividade, que se ocupa dessa mesma vivência.
3. Através da vivência nas festividades e de sua base tradicional-social-nacional são revelados à criança os valores da sociedade.
4. As festividades dão à vida do indivíduo ritmo, cor e som e o expõem aos símbolos relacionados às estações do ano e à natureza que se
transforma e se renova.
5. A comemoração e a alegria são partes inseparáveis da festividade; elas possibilitam a libertação e o alívio da carga emocional decorrente
da vida rotineira.
6. A criança na tenra idade absorve de forma sensorial os costumes da festa e os preceitos da tradição.
7. A divisão do tempo contínuo e ritmado por meio do Shabat e pelas festividades possibilita à criança a percepção cíclica da natureza e da
vida do Homem.
8. A tradição e o calendário das festividades representam uma projeção das origens do povo e de sua criação através das experiências na diás-
pora até o seu assentamento na sua terra, como Estado soberano.
9. As festividades e suas histórias são recortadas das histórias da Bíblia e da história do povo e se juntam na memória coletiva do povo.
10. O desenvolvimento do povo em sua terra e a consolidação de uma tradição nacional causam mudanças na percepção e nos costumes dos
antepassados ligados às festividades em volta da natureza e do trabalho, e cerimônias e costumes dos antepassados recebem um novo signifi-
cado.
OBJETIVOS
1. Cultivo da ligação ao povo judeu e compreensão dos símbolos das festividades e seus significados.
2. Transmissão de valores sociais como liberdade, integridade, relacionamento positivo do homem com seu semelhante, ajuda mútua, descanso
para todos.
3. Cultivo da capacidade de sentir alegria em dia de festa (iom tov).
4. Cultivo do conhecimento dos costumes de comunidades diferentes e da tolerância para com elas.
5. Cultivo da identidade e do sentimento de pertinência social-nacional e tradicional da criança.
6. Transmissão dos históricos, nos quais se baseiam as festas judaicas e o esclarecimento da relação com a natureza e com o clima.
7. Conhecimento da importância da tradição e das festividades na conservação da unidade do povo e de sua existência no decorrer de mi-
lhares de ano de diáspora.
184
TRADIÇÃO E FESTIVIDADES JUDAICAS NA ESCOLA TRADICIONAL - ÁREAS (p. 129)
Nomes Nome usual e freqüente. Nomes adicionais e seu contexto. Nomes especiais e nomes originais e
seus significados.
Símbolos Símbolos em uso pela criança. Símbolos no ambiente da criança: Símbolos com significado de valor
em casa, na escola, no bairro. nacional.
Costumes Costumes realizados pela criança. Costumes aceitos pela família e Costumes aceitos pela comunidade e
pelo ambiente próximo. pelo povo e seus significados.
A história O “aqui e o agora” ao redor dos História em linguagem simples. A história e seu significado.
costumes da festa. Valores sociais Valores morais e nacionais ligados à
festa.
PREMISSAS BÁSICAS
OBJETIVOS
1. Desenvolvimento da crença no Criador, que transmite à todos a quem criou sua benção e benevolência.
2. Desenvolvimento da relação de santidade e amor com o Shabat e com a festividade.
3. Desenvolvimento da crença em D’us, na sua proteção e em seus milagres.
4. Transmissão da segurança no amor de D’us pelo seu povo.
5. Desenvolvimento do sentimento de pertinência ao povo de Israel.
6. Fortalecimento do vínculo e do amor por Israel, pela natureza do país, sua paisagem e seus lugares.
7. Cultivo pela expectativa de redenção, pela reunião das diásporas, pela vinda do Messias e pela reconstrução do Templo.
8. Transmissão dos hábitos de cumprimento das mitzvot concretas e específicas do Shabat e de cada festividade.
9. Despertar da vontade e do sentimento da necessidade das orações de agradecimento a D’us por sua justiça e pelos seus milagres.
10. Conhecimento dos símbolos das festividades e de seus costumes.
11. Transmissão do conhecimento sobre a essência do Shabat e das festividades, de suas características e de suas histórias.
12. Transformar em rotina as bênçãos ligadas ao Shabat e às festividades.
13. Aquisição das mitzvot ligadas ao Shabat e às festividades e compreensão da variedade de mitzvot e halachot.
14. Aquisição de palavras, conceitos e expressões ligadas ao Shabat e às festividades.
15. Transmissão das mitzvot entre o Homem e D’us e entre o Homem e seu semelhante e o hábito de cumpri-las.
16. Recebimento da sensação do aspecto cíclico do calendário judaico, de seus meses e suas festividades.
ANEXOS 185
TRADIÇÃO E FESTIVIDADES JUDAICAS PARA A ESCOLA TRADICIONAL RELIGIOSA -
(p.133)
Seqüência de desenvolvimento
186
Símbolos e costumes e seus
Símbolos e costumes:
significados. História da Meguila e idéias centrais: o milagre –
meguila, raashan, massecha,
Leitura da Meguila e o “venahafoch hu”, perigo do exílio, união do povo e ajuda mútua.
tachposset, ozen Haman.
milagre de Purim. Significado dos costumes da festa.
Os personagens na história
O conceito: “baiamim hahem bazman haze”.
Purim da Meguila.
*Mitzvot: kria bemeguila,
seuda, mishloach manot, *Mitzvot: compreensão do significado das mitzvot da festa.
* Mitzvot: mishloach
matanotlaevionim.
manot, seudat Purim, kriat
* Bracha “al hanissim”.
hameguila.
ANEXOS 187
Anexo 3
Panorama sobre a abordagem de adequação ao desenvolvimento infantil
(Developmentally Appropriate Practice)
As abordagens sobre educação se diferenciam umas Um programa educacional, adequado ao desenvolvi-
das outras, pela ênfase que se coloca em suas diversas mento infantil, inclui duas dimensões:
considerações. Estas considerações englobam crenças, a. adequação às normas de desenvolvimento – ou
idéias e atitudes, concepções de mundo sobre o que vem seja, às características universais do desenvolvimento in-
a ser a criança e sobre o trabalho do educador, além de fantil;
aspectos práticos que emergem dos fundamentos teóri- b. adequação à criança individual como parte do
cos. grupo – a definição do que sabemos e aprendemos so-
As filosofias concernentes à idade infantil se caracteri- bre a origem da família e da cultura de cada criança, so-
zam por duas concepções antagônicas principais: bre suas aptidões, suas necessidades individuais e sobre
1. a abordagem tradicional, que considera a educa- seus interesses no grupo.
ção como o ato de transmitir conhecimentos de geração A abordagem de adequação ao desenvolvimento é ba-
para geração; seada em decisões feitas com base no olhar cuidadoso,
2. a abordagem atual, que considera a educação na escuta, na observação que a educadora faz das crian-
como um ato de apoiar e guiar a criança em seu proces- ças e no cuidado que esta cultiva em não generalizar suas
so de desenvolvimento pessoal. expectativas, no tocante ao aprendizado de conceitos e
A abordagem de adequação ao desenvolvimento in- conteúdos, da mesma maneira e com a mesma rapidez,
fantil, coloca a ênfase no desenvolvimento das capaci- para todas as crianças. Estas resoluções se baseiam tanto
dades e das habilidades do sujeito e tem, como objetivo em acontecimentos na instituição educacional, como em
principal, a busca para o alcance de potenciais. O con- interações, que ocorrem entre crianças do grupo e adul-
teúdo é, antes de mais nada, um meio; meio este usado tos e crianças entre si, levando a educadora a considerá-
ao mesmo tempo em que se fortalecem as funções nas las, como oportunidades de ensino-aprendizado.
várias áreas de desenvolvimento: sócio-emocional, cog- Os seguintes marcos de desenvolvimento físico,
nitivo, motor e da linguagem. A própria divisão em áreas de crianças entre 3 e 5/6 anos, são baseados em Bre-
é artificial, e é usada somente para propósitos didáticos dekamp, S. Copple, C., Eds. Developmentally Appro-
e de planejamento. O que ocorre, na realidade, é que a priate Practice, NAEYC, 1998:
aprendizagem em uma área influi às demais.
Desenvolvimento físico
188
Desenvolvimento da maturidade, sentidos e percepção
ANEXOS 189
Desenvolvimento motor fino – expectativas
190
(Ela é legal, não é?), e experimenta construções novas, criando dificuldades de compreensão para o
ouvinte.
Tenta comunicar mais do que seu vocabulário permite; força e inventa palavras para criar significa-
dos novos.
Aprende vocabulário novo rapidamente, caso seja relacionado com sua experiência própria (P. ex.: Levamos o
cachorro para passear com um cinto. Ah é, era uma coleira; levamos o cachorro para passear com uma coleira.)
Consegue repetir uma instrução, em cinco etapas, ou elaborar a seqüência de uma história.
Como foi visto nas descrições feitas com relação ao (tais como causa e efeito, número, classificação, seria-
desenvolvimento físico e ao desenvolvimento da lin- ção e raciocínio lógico). Esta perspectiva construtivista
guagem (e como acontece no desenvolvimento sócio- na cognição enfatiza a necessidade da criança de agir em
emocional), nos anos da pré-escola e jardim-de-infância, objetos, interagir com pessoas, e pensar e refletir sobre
ocorrem mudanças dramáticas também no plano cogni- suas experiências. Grande parte da pesquisa de Piaget
tivo. A cognição de crianças entre 3 e 6 anos de idade é, identificou os caminhos, nos quais o raciocínio e a ha-
qualitativamente, diferente daquela de crianças entre o bilidade de aplicar tais operações em crianças na idade
nascimento e 3 anos de idade, pois, então, já adquiriram pré-escolar são menos maduros do que em crianças mais
as habilidades lingüísticas e de representações mentais. velhas, pois crianças mais jovens tendem a enxergar o
Podem, p. ex., pensar em acontecimentos que ocorreram mundo, a partir de seu próprio e egocêntrico ponto-de-
há algumas semanas, assim como naqueles que ainda vista e confundem a aparência com a realidade (um bis-
não aconteceram. Apesar de os processos que ocorrem coito inteiro quebrado em pedaços pode, p. ex., parecer
no pensamento, no raciocínio e na memória continua- maior do que um que não esteja quebrado).
rem a sofrer mudanças e se transformarem até por volta Apesar de pesquisadores acharem que os processos
dos 7 anos de idade, entre os 3 e os 5, a capacidade operacionais se desenvolvem gradualmente na idade
cognitiva crescente possibilita-lhes a atuação em ativi- pré-escolar, em contraste àqueles que aparecem abrupta-
dades de estudo-aprendizado e em relações sociais mais mente ao final desta faixa etária, conforme foi proposto
sofisticadas. por Piaget, pesquisas mais recentes dão suporte à sua
Os saberes dos profissionais da Educação Infantil sobre visão, afirmando que há limites nos processos cognitivos
o desenvolvimento cognitivo da criança baseiam-se em da criança nesta faixa etária. Tais pesquisas concluem
três amplas perspectivas teóricas: (1) a teoria de Piaget, que, ao oferecermos tarefas de seleção, classificação e
que descreve estes anos como sendo a etapa pré-ope- seqüência, simplificadas e altamente relevantes às suas
racional (1952), (2) a teoria sócio-cultural de Vygotsky experiências, as crianças revelam melhor desempenho
(1978), e (3) as teorias de processamento de informação, do que aquelas nos cenários de Piaget - menos familiares
sobre a habilidade da memória de curto e longo prazos e e menos significativos para elas (vide Seifert 1993; Srou-
sobre o uso de estratégias cognitivas em crianças na ida- fe, Cooper, & De Hart 1993; Berk 1996). Gelman e Meck
de infantil (Siegler, 1983; Seifert, 1993). Pesquisas ligadas (1983) mostraram, p. ex., que crianças, sob certas condi-
a cada uma destas teorias, entre outras, encontram-se ções (contando bonecas, no caso de sua pesquisa), aos 3
nos fundamentos atuais da prática na idade infantil. anos, já reconhecem que (1) cada item num conjunto se
Entre as maiores contribuições do trabalho de Piaget, deve combinar com um nome diferente de número, (2)
está, hoje em dia, o reconhecimento, largamente aceito, números devem ser nomeados numa certa ordem con-
de que a criança na idade infantil constrói ativamente sistente, e que (3) o último número dá o nome especial a
seus próprios conhecimentos de conceitos e “operações” todo o conjunto. Estas mesmas crianças ainda não conse-
1
No texto original, em inglês, os sons específicos apontados foram l ou th, muito provavelmente aqueles nos quais as crianças encontram dificuldades
para sua reprodução.
ANEXOS 191
guem demonstrar conhecimento sobre correspondência apresentamos um resumo das características do pensa-
de um para um, pois, provavelmente, falta-lhes a com- mento, habilidades do processamento de informação e o
preensão básica deste conceito de número. desenvolvimento da cognição social da criança, durante
Os trabalhos de Vygotsky (1978) e Berk e Winsler os anos de pré-escola e jardim-de-infância.
(1995) iluminam o papel do desenvolvimento da lingua-
gem e a interação social no desenvolvimento cognitivo. Pensamento simbólico
De acordo com Vygotsky, crianças pequenas freqüente- A mudança mais óbvia, desde os dois anos de idade, é
mente usam um discurso pessoal, ao tentar realizar uma o crescimento extraordinário na capacidade de a criança
tarefa em sua “zona do desenvolvimento proximal”. Ou representar, mental e simbolicamente, objetos concretos,
seja, além de seu nível de funcionamento atual, mas pos- ação e eventos. Esta habilidade é mais aparente no vas-
sível de ser alcançado com a ajuda de outra pessoa ou to crescimento na linguagem, que permite às crianças
com andaimes que lhe dêem suporte. Dicas, perguntas na idade pré-escolar ligarem o pensamento à ação. Aos
e outras formas de ajuda são oferecidas por adultos ou dois anos de idade, p. ex., crianças repetem o mesmo
por outras crianças. Quando a criança , p. ex., luta para “erro” e imaginam coisas por meio da ação direta so-
encaixar uma peça de um quebra-cabeças, ao invés de bre os objetos e pessoas. As mais velhas, no entanto,
mostrar-lhe, diretamente, como completar o jogo, colo- já podem pensar adiante e antecipar as conseqüências
cando a peça no lugar, o adulto pode falar “Que cor de suas ações físicas. Esta habilidade crescente de usar
é esta? Onde você vê esta cor no quebra-cabeças?” ou representação mental permite à criança planejar antes de
“Experimente virar a peça de outro modo.” Vygotsky de- agir, e suas atividades tomam um caráter mais planeja-
monstrou que grande parte da compreensão da criança do e dirigido para um objetivo (Friedman, Scholnick, &
ocorre, primeiramente, quando está em comunicação Cocking 1987). A capacidade de pensamento simbóli-
com outras pessoas Depois, aparece no discurso pessoal co crescente, da criança na pré-escola, fica aparente no
e, finalmente, é internalizada como pensamento. aumento significativo do uso do jogo do faz-de-conta,
Teóricos na área de processamento de informação que se vai tornando mais bem elaborado e cooperativo.
consideram as diferenças no desempenho das crianças, O envolvimento no jogo sócio-dramático, por sua vez,
em termos das mudanças que ocorrem, como respostas fortalece a memória, a linguagem, o raciocínio lógico, a
a estímulos, guardando informação na memória de curto imaginação e a criatividade da criança.
prazo, armazenando-a e recuperando-a da memória de
longo prazo, como também outros aspectos do processa- Egocentrismo, centrismo e concretismo
mento de informação. Certas diferenças nestas capacida- O pensamento da criança na idade pré-escolar e de
des estão relacionadas com a idade. Apesar de restrições jardim-de-infância continua a ser influenciado por seu
acerca dos limites da capacidade da criança de processar egocentrismo – a tendência de considerar somente o seu
informação, suporte e supervisão apropriados, por parte ponto-de-vista, e pelo centrismo, que é a focalização da
do adulto, podem fortalecer as habilidades de processa- atenção em um elemento de uma situação, ignorando
mento da criança. todos os demais. Estas características influenciam bas-
Comparado ao desenvolvimento físico e lingüístico, o tante o pensamento e o raciocínio da criança. Crianças
desenvolvimento cognitivo da criança é menos fácil de na idade infantil têm, p. ex., dificuldades em entender
ser observado. Um visitante que passa por uma pré-esco- como o mundo é visto por outras pessoas, assumindo
la ou jardim-de-infância não poderá, simplesmente, ob- que estas pessoas olham e experimentam as coisas da
servar e ouvir, para poder fazer anotações pormenoriza- mesma maneira que elas. O egocentrismo está ligado a
das sobre as habilidades motoras de uma criança, sobre muitas coisas deliciosas e divertidas que crianças fazem
a produção de vocabulário ou sobre a extensão de uma e dizem (como a criança que oferece seu cobertor para
frase. Para entender como crianças pensam, lembram, a mãe, quando ela está triste ou doente, acreditando que
raciocinam ou resolvem problemas, é necessário que es- será confortada pelo mesmo objeto que lhe conforta). O
tas se empenhem em tarefas, em que estas habilidades egocentrismo também limita a capacidade da criança de
sejam requeridas e, só então, imaginar estratégias para raciocinar logicamente ou de realizar certas operações
avaliar o que sabem e como pensam. Está provado que que crianças maiores e adultos acham simples.
a avaliação cuidadosa do desenvolvimento cognitivo da O concretismo é a tendência da criança em idade in-
criança é mais difícil do parece. Como a maioria dos fantil a focalizar aspectos tangíveis e observáveis dos ob-
educadores sabem, crianças parecem saber ou conhecer jetos, como fica claro em seu uso de linguagem. Uma
mais, ou menos, do que realmente podem. Muitas crian- criança pode, p. ex., usar a palavra cabeludo/peludo, ao
ças na idade de pré-escola podem, p. ex., estar aptas a referir-se tanto à película do pêssego quanto a uma man-
contar até 20 ou mais; uma criança pode até contar um ta, mas tem dificuldade em aplicá-la para algo abstrato,
grupo de 8 objetos, mas, quando lhe pedimos “Mostre- como, p.ex., “pensamento cabeludo”.
me 8”, ela aponta justo para o último objeto do conjunto
(Kamii, 1982). Raciocínio
Características do pensamento de crianças entre 3 Crianças em idade infantil caracterizam-se por racioci-
e 5/6 anos de idade nar do particular para o particular (“Meu cachorrinho é
Dos 3 aos 5/6 anos de idade, a criança continua a manso; portanto, este cachorrinho é manso”). Têm, tam-
desenvolver as principais áreas da cognição. A seguir, bém, tendência a presumir uma relação causal, caso dois
192
eventos sejam associados, com relação ao tempo ou de Durante a idade infantil, a atenção e a memória da
outra forma, pondo o foco em atributos que são superfi- criança não estão ainda inteiramente desenvolvidas; daí,
ciais aos eventos, aos quais estão, de fato, ligados. Uma certas limitações em sua capacidade de raciocinar e re-
criança de 4 anos que viaja de avião pode, p. ex., per- solver problemas. Crianças na idade infantil, em compa-
guntar a outro passageiro ‘Você também está indo para a ração a crianças na idade da escola fundamental, apre-
casa da minha avó?’. Outra criança de 4 anos pode dizer sentam dificuldade na concentração em pormenores e
‘O carro do meu pai é maior do que o do seu; portanto, são mais propensas à distração (Day 1975; Anderson &
podemos viajar mais rápido nele.’ Com o tempo, a capa- Levin 1976; Miller 1985), especialmente quando lhes pe-
cidade de raciocinar da criança torna-se mais lógica. dem que ouçam passivamente ou para trabalhar em uma
O raciocínio da criança na idade infantil é, também, tarefa pré-concebida. Nesta faixa etária, a atenção se sus-
influenciado por sua tendência ao pensamento mágico e tenta por um tempo maior e é mais planejada (Cocking
ao animismo – ou seja, dá qualidades vivas aos objetos & Copple 1987); ao menos quando se leva em conta o
inanimados. Estas perspectivas levam em conta vários interesse da criança. Embora pedidos do adulto, no gê-
medos típicos nesta faixa etária. Por exemplo, o trovão nero “Prestem atenção!” ou “Ouçam!”, não ajudem muito,
sendo D’us Que está bravo, ou o aspirador de pó, um desafios mais específicos (“Quais são os dois mais pa-
monstro. recidos?”) poderão proporcionar certa estruturação, ne-
cessária para oferecer tarefas, de maneira que a criança
Aquisição de conceito consiga completá-las.
Na idade infantil, crianças organizam informação em Crianças na idade infantil têm pouca capacidade de
conceitos (p.ex., carro ou cadeira), baseadas nas atribui- recordar e enumerar informações, se não estiverem en-
ções que definem um objeto ou uma idéia (quatro rodas voltas em contextos significativos (Istomina 1975; Mur-
e você pode viajar nele ou quatro pés e você pode sentar phy & Brown 1975). De forma diferente das crianças
nela, respectivamente). Podem, também, descrever ob- maiores, crianças na idade infantil não fazem uso efetivo
jetos por sua aparência e ações (o ‘grande’, p. ex., quer de estratégias de memória, como, p.ex., tentar listar ou
dizer cachorro). Por volta dos 5 anos, crianças já são ca- agrupar itens por categorias significativas (Perlmutter &
pazes de realizar a correspondência de um para um, mas Myers 1979; Waters & Andreassen 1983). Mesmo quando
seu conceito numérico ainda não está completamente adultos tentam ensinar estas estratégias para melhorar a
desenvolvido. Podem confundir-se, quando, p.ex., com- memória, crianças na idade infantil não as aplicam de
param o mesmo número de objetos arrumados em filas forma automática ou exata em situações que requeiram
mais compridas ou mais curtas (como na tarefa de con- o uso da memória. O concretismo e o egocentrismo con-
servação de Piaget). Embora crianças na idade pré-esco- tinuam a fazer com que as crianças continuem a estar
lar tenham desenvolvido grande quantidade de concei- aptas a entender e lembrar relações, conceitos e estraté-
tos, ainda encontram dificuldade em usar conceitos, tais gias que elas adquirem por meio de experiências diretas
como tempo, espaço ou idade, na organização de suas e significativas. Crianças na idade pré-escolar que, por
experiências. um lado, não podem relembrar os vários passos em uma
dada direção, mas que, por outro lado, já conseguem
Classificação relatar, até mesmo em seqüência, eventos específicos de
Dos 3 aos 5/6 anos de idade, crianças manifestam in- experiências importantes - se estas ocorreram há mais ou
teresse crescente em números e quantidade (contando, menos um ano (p. ex., uma viagem de avião, uma visita
medindo, comparando), em atividades mais complexas a um parque temático). Parte do progresso da memória
de combinação e classificação. Em tarefas de selecionar de longo-prazo está ligada ao aumento do uso da criança
objetos em uma classe, crianças de 3 anos persistem na de estratégias de organização, além de sua capacidade
dificuldade em considerar somente um aspecto destes. de memória, que se libera, em virtude da conquista de
Outros atributos tendem a distraí-las no uso de uma só formas de comportamentos de rotina – horário e outros
dimensão de forma consistente durante a tarefa. Crianças – em situações que já lhe são conhecidas (Schank &
em idade pré-escolar ainda têm dificuldade em tarefas Abelson 1977; Nelson 1978; Frese & Stewart 1984).
de seriação, como montar um conjunto de seis ou oito
pinos, em ordem crescente de tamanho. Considerando Cognição social
que crianças estão justamente começando a entender a A interação social tem um papel importante no desen-
relação parte/ inteiro e relações hierárquicas, podem ter volvimento cognitivo da criança. Crianças constróem sua
ainda dificuldade em entender que um objeto pode estar compreensão de um conceito, quando interagem com
em mais de uma classe (“Isto não é uma fruta, é uma outras pessoas, e não isoladamente. No desenvolvimento
maçã!”) ou, ainda, para reconhecer que, somando 6 me- da sua noção de “escola”, p.ex., a criança usa o que ouve
ninas a 5 meninos, há mais pessoas do que meninas. Por pessoas falando sobre escolas, vendo o que as pessoas
volta dos 4 ou 5 anos, crianças selecionam e classificam, identificam como sendo escolas, e ouvindo histórias que
usando mais do que um atributo para um mesmo objeto as pessoas lhes contam. Suas idéias iniciais podem ser
(p.ex., cor e tamanho). desafiadas, confirmadas, elaboradas, ou alteradas por in-
terações subseqüentes com crianças de sua idade, com
Processamento de informação de crianças entre 3 crianças mais velhas, ou com adultos. Este processo é
e 5/6 anos de idade conhecido como a construção social do conhecimento
ANEXOS 193
(Vygotsky 1978; vide tb. Shantz 1975,1982). Quanto mais em interagir com outras pessoas, embora nem sempre
a memória e outros aspectos da cognição vão progredin- use tal conhecimento de forma consistente (Flavell et al,
do e melhorando, tanto mais o relacionamento com os 1968; Shantz 1975). Mais uma vez, a natureza altamente
outros vai sendo afetado. De suas experiências e intera- integrada do desenvolvimento e da aprendizagem fica
ções, crianças descobrem que outras pessoas oferecem evidente. A cognição da criança afeta sua interação social
diferentes pontos-de-vista, que desafiam e começam a e suas interações afetam sua cognição. Estes novos de-
quebrar seu egocentrismo. Quando a criança consegue senvolvimentos têm implicações para o desenvolvimento
vencer suas perspectivas egocêntricas, tem mais sucesso social, emocional e moral.
2
in Shores, E. Grace, C. Manual de Portfólio: um guia passo a passo para o professor. P.A.: Artmed, 2001, pp 69- 75
194
Considerações para com a diversidade individual idade infantil e das características do desenvolvimento
e cultural3 infantil ainda resulta em práticas, programas e políticas
Publicar uma descrição de desenvolvimento e de que, no melhor dos casos, perdem grandes oportunida-
aprendizagem típicos, como foi trazida neste material, des para dar suporte ao desenvolvimento da saúde e, no
engloba certo risco. A tomada de posição da NAEYC pior dos casos, prejudicam as crianças. Como Lílian Katz
(National Association for the Education of Young Chil- (1995) sempre lembra educadores, as mais importantes
dren), com relação a uma prática adequada ao desenvol- decisões se traduzem em escolhas erradas e, muitas ve-
vimento, enfatiza que as variações individuais e culturais zes, é necessário escolher “um erro que seja o menos
são a norma, e não a exceção. Um maior número de pior”. Sendo assim, escolhemos, nesta publicação, o
estudos sobre o desenvolvimento da criança e sobre as ‘erro’ de oferecer um perfil generalizado da criança em
práticas na idade infantil, em culturas que se entrelaçam, diferentes idades e, ao mesmo tempo, buscar corrigi-lo,
demonstram que muitas das idéias sobre o desenvolvi- fazendo com que os leitores se lembrem de crianças re-
mento infantil previamente estabelecidas já não servem ais, que vivem em casa e na escola; cada qual diferente
mais (Tobin, Davidson, & Wu 1989; Mallory & New 1994; da outra.
Woodhead 1996). Daniel, Melissa, José Rafael, Deborah e Rodrigo são
A pesquisa limitada entre culturas e a variação signifi- crianças que conhecemos. A diversidade sem fim é o
cativa entre crianças deixam-nos numa estranha posição, que faz interessante a idade infantil e o motivo pelo qual
ao descrever características e expectativas, ainda que bons professores gostam de lecionar para crianças nesta
com grande margem de tolerância. Estas descrições são idade, pois cada criança, cada grupo de crianças, é di-
usadas de maneira errônea, para categorizar ou colocar ferente.
crianças individuais em determinados níveis. Embora a
NAEYC reconheça os enormes efeitos de fatores indivi- Observação: O uso de tabelas de desenvolvimento
duais e culturais no desenvolvimento, existem provas por nós, educadoras de educação infantil, pode ajudar
contundentes de similaridades entre crianças da mesma a antever os estágios de desenvolvimento, mas também
idade nas diversas culturas (p.ex., em Weikart 1995). O permite variações individuais no estilo da aprendizagem.
princípio da idade infantil difere de seus meados, assim Além do mais, permite-nos, também, ser suficientemente
como da adolescência e da idade adulta. Infelizmente, a abertas em nossas abordagens, para responder a todos
falta de reconhecimento do aprendizado da criança na os campos de desenvolvimento simultaneamente.
3
in Bredekamp, S. Copple, C., Eds. Developmentally Appropriate Practice, NAEYC, 1998
ANEXOS 195
Anexo 4
Modelo para a escrita de planejamento dos chaguim
Título
Fonte
(no Tanach ou escrituras)
Descrição da festa
* O aspecto religioso
Em Israel
Nomes da festa
Para facilitar o trabalho da professora de Educação In- além de poder compreender mais facilmente certos va-
fantil, são propostos três níveis gerais no ensino-apren- lores sociais e sentir empatia por personagens e imagens
dizagem dos conteúdos ligados à ___ (nome da festa), históricas.
de acordo com as características pertinentes a cada faixa A criança pode aprender os nomes adicionais de ___
etária. (nome da festa) e seu contexto, além dos símbolos e
De 3 a 4 anos, as crianças já podem identificar a festi- costumes e seus significados, vivenciados pela família e
vidade, e dar-lhe o nome usual e freqüente. pelo ambiente próximo.
Além disto, por meio de vivências baseadas no jogo e * Nesta faixa etária, a criança já pode conhecer as mit-
na brincadeira e no uso de materiais criativos, as crianças zvot básicas e seus conceitos.
poderão conhecer os símbolos da festividade. De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a
Alguns costumes característicos de ___ (nome da festa) criança vai acumulando, ela passa a compreender mais
que enfatizem o “aqui e agora”, poderão ser vivenciados. profundamente o significado de costumes e símbolos re-
A história da festa, nesta idade, poderá ser contada de levantes, que são de valor para o povo judeu. Revela
maneira adequada à faixa etária. curiosidade em conhecer a história da festa, inclusive
*Nesta idade tem início o conhecimento das mitzvot as origens das idéias ligadas à festividade. Outros as-
básicas de ___ (nome da festa). pectos que se podem abordar com crianças nesta faixa
De 4 a 5 anos, quando a criança já possui uma com- etária são: os valores morais e nacionais ligados à festa,
preensão mais intuitiva, e não somente concreta, seus os nomes especiais da festa, além dos nomes originais e
conhecimentos de costumes e símbolos se vão amplian- seus significados e os costumes aceitos pela comunida-
do, assim como se vão ampliando os ambientes de vi- de e pelo povo e seus significados, além das atividades
vência: em casa, na escola, na comunidade. Nesta épo- agrícolas.
ca, a criança já pode entender a história de ___ (nome da * Nesta faixa etária,a criança já compreende o signifi-
festa) e seu significado, contada em linguagem simples, cado das mitzvot.
196
Conceitos importantes
Conceitos e vocabulário que pretendemos garantir.
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de (nome da festa)
Atividade
Conteúdos
Objetivos potenciais
Descrição
Materiais e recursos
Atividades com a família e amigos
Atividades planejadas em torno de habilidades
Atividades relevantes, usando os conteúdos de (nome da festa)
Registro de projetos
• Temas (ligados, relevantemente a (nome da festa)
• Atividades
• Textos para consulta dos professores acerca do projeto
• Sugestão para a integração com o projeto anual da escola
Organização do espaço e dos materiais
Planejamento e organização do entorno educativo: caixas de atividades, cantinhos, exposições, murais ou painéis, considerando as “cem lin-
guagens4” de expressão.
Murais ou painéis incluindo frase ou passuk relevante em hebraico e/ou português, descrição de alguma atividade vivenciada pelas crianças,
imagens, fotos, “judaica” (arte/artesanato judaicos de caráter estético e funcional), desenho ou reproduções artísticas ligados à frase. Outras
possibilidades seriam: mural com as produções das crianças e registro breve (meia página) do processo de elaboração destas produções e a
ligação com a comemoração da festa com este grupo, mural de fotos de outros anos (resgate de memória): das crianças, seus familiares, dife-
rentes famílias e comunidades judaicas festejando a festa, entre outras.
Anexos
Imagens para construir jogos
Desenhos/ fotos (dos símbolos, tradições, usos e costumes, *mitzvot).
Receitas de “delícias” típicas para realizarmos na escola
Sugestão de material didático
Histórias de (nome da festa)
Conteúdos adequados e adaptados à faixa etária.
*Brachot e psukim
“Fique por dentro”
Interação/ informação sobre o chag para as famílias
Canções e poemas
Sugestão de sites
Bibliografia
ANEXOS 197
Anexo 5
Sugestões de jogos didáticos, com conteúdos das festividades
Anexo 6
Tabela de transliteração
(mudo) א
B ב
V ב
G ou GU ג
D ד
H ה
V ו
Z ז
CH ( como rr, gutural) ח
T ט
I י
K כ
CH (como rr) כ
CH (como rr) ך
L ל
M מ
M ם
N נ
N ן
S (no início ou no final de palavras) ou SS (quando estiver entre duas vogais) ס
(mudo) ע
P פ
F פ
F ף
TZ צ
TZ ץ
K ק
R ר
SH ש
S (no início ou no final de palavras) ou SS (quando estiver entre duas vogais) ש
T ת
Nota: optamos por retirar os acentos das palavras transliteradas, para facilitar a leitura.
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