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A conscincia quando manifestada pela palavra possui fora social e nas relaes
sociais resultam em expresses materiais ideolgicas, fatos sociais. Cabe ressaltar que o
ponto organizacional de toda enunciao est no exterior, pois est situada no meio
social, e posteriormente exteriorizada. Da resulta, a Ideologia do Cotidiano, que
conforme o autor uma juno do Discurso Interior e as normas sociais.
A filosofia Marxista, conforme M. Bakhtin deve colocar como base de sua
doutrina a enunciao que social como realidade da linguagem e como estrutura
scia ideolgica.1
Para ilustrarmos mais claramente as concepes de Bakhtin, utilizamo-nos do
artigo do Professor Doutor em Histria Lus Filipe Ribeiro intitulado O Conceito de
Linguagem em Bakhtin
Para Bakhtin, j que se trata de linguagem e no de lngua, a unidade
bsica no pode ser o signo, mas o enunciado. Um enunciado no
um signo pela simples razo de que para existir ele exige a presena
de um enunciador (quem fala, quem escreve) e de um receptor (quem
ouve, quem l). O signo faz parte de uma construo terica que
dispensa os sujeitos reais do discurso. Um signo, num dicionrio, no
e no pode ser um enunciado. Este exige uma realizao histrica.
Um enunciado acontece em um determinado local e em um tempo
determinado, produzido por um sujeito histrico e recebido por
outro. Cada enunciado nico e irrepetvel. A mesma frase,
exatamente a mesma, pronunciada em situaes sociais diferentes,
ainda que pelo mesmo enunciador, no constitui um mesmo enunciado
e no pode constituir. Imaginem que, daqui a algumas horas, eu leia
este mesmo texto, palavra a palavra, na Estao Rodoviria de
Campos, para um pblico que no esperava ouvir-me. Ser o mesmo
texto, mas seguramente no o mesmo enunciado. Aqui, leio uma
palestra para um pblico que, presumivelmente (eu espero!), deseja
ouvir-me dissertar sobre as questes da linguagem num terico de
nome estrangeiro e complicado. L, as pessoas estaro possivelmente
esperando as chamadas para as suas viagens e sem nenhum interesse
pelas coisas que eu venha a dizer. Tudo o que conseguirei uma fama
de maluco, maior do que a j carrego, por ser professor universitrio
nesse nosso triste pas. 2
1 2006, p. 131
2 (http://revistabrasil.org/revista/artigos/crise.htm, disponvel em 06/08/09.)
3 Grifo meu.
4 2006, p. 27
5 2006. P.150.