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1 SERIE — N.° 112 — 16-5-1987 2001 Leonardo Eugénio Ramos Ribeiro de Almeida — Mi- guel José Ribeiro Cadilhe — Joaquim Maria Fernan- des Marques. Promulgado em 29 de Abril de 1987. Publique-se. © Presidente da Republica, MARIO SOARES, Referendado em 6 de Abril de 1987. 0 Primeiro-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva. Decreto-Lei n.° 204/87 de 16 de Malo A pratica dos designados «juros & cabeca» esté, ha longos anos, institucionalizada no sistema bancério. E ndo teria, muito provavelmente, sido posta em causa se a inflagdo ndo houvesse atingido niveis elevados, entre 20% € 30%, na maior parte dos anos de 1974 a 1985 € se, em consequéncia disso, as taxas nominais, de juro no tivessem ultrapassado os limites a partir dos quais aquela pritica dos juros antecipados come- ou a tornar-se insustentavel para os clientes de crédito, ‘A gradual liberalizacdo das taxas de juro das opera- ¢8es activas, de que o mais recente passo foi dado com a fixagdo de um tinico limite maximo (Aviso n.° 7/87, de 20 de Marco), veio propiciar melhores condicdes para a presente eliminacio da pratica dos juros & cabeca. A tinica excepsdo respeita ao desconto de letras e similares, mas ndo de livrancas. ‘A medida poderd ter especial relevo para as peque- nas e médias empresas ¢, de um modo geral, para os clientes de crédito que, pela sua dimensdo ou pela sua dependéncia financeira, tenham um poder negocial rela- tivamente menor. E dbvio que os bancos podem apli- car, dentro do limite maximo referido, taxas de juros superiores as que usariam se continuasse a vigorar a citada prética de cdleulo ¢ cobranga. Mas, mesmo admitindo que assim ser4 e que a concorréncia bancé- ria ndo sera suficiente para o evitar, sempre restaria a vantagem de o prego do crédito se tornar mais expres- sivo ¢ verdadeiro, ao desfazer ou atenuar a diferenca entre a taxa nominal ¢ a taxa efectiva de juro. ‘Assim, 0 Governo decreta, nos termos da alinea a) do n.° I do artigo 201.° da Constituicdo, o seguinte: ‘Artigo 1.° O artigo 5.° do Decreto-Lei n.° 344/78, de 17 de Novembro, com a redacgdo que Ihe foi dada pelo artigo 1.° do Decreto-Lei n.° 83/86, de 6 de Maio, passa a ter a seguinte redaccio: Artigo 5.° Jaros 1 — Nas operagdes de desconto de letras, extrac- tos de factura e warrants, as instituigbes de cré- dito poderdo cobrar a importancia dos juros ante- cipadamente, por dedug&o ao valor nominal dos efeitos. 2... eee eee 3 — Nas restantes operacdes, 0 pagamento dos juros serd efectuado no termo do respectivo prazo, podendo, no caso de operacdes a médio ¢ longo prazos, Ocorrer no termo de cada periodo anual ou outro acordado pelas partes. 4 — Os juros referentes as operagées descritas no niimero anterior serdo calculados sobre 0 mon- tante em divida no inicio de cada periodo conven- cionado para contagem de juros. § — Nao é considerada cobranca antecipada de juros o desconto, ao valor nominal dos titulos, dos juros calculados segundo o estabelecido no n.° 4. 6 — Nao podem ser capitalizados juros corres- pondentes a um periodo inferior a trés meses. Art. 2.° O disposto no presente vigor no 30.° dia apds a respectiva publicacio. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 26 de Margo de 1987. — Eurico Silva Teixeira de Melo — Miguel José Ribeiro Cadithe. Promulgado em $ de Maio de 1987. Publique-se, © Presidente da Republica, MARIO SOARES. Referendado em 5 de Maio de 1987, Primeiro-Ministro, Antbal Antonio Cavaco Silva MINISTERIO DA AGRICULTURA, PESCAS E ALIMENTACAO de 18 de Maio ‘A produgao do leite ¢ lacticinios reveste-se de parti- cular importancia social, quer por abranger produtos considerados essenciais sob 0 ponto de vista nutricio- nal, quer pelos elevados interesses econémicos que S20, gerados por esta actividade. Por isso, desde sempre 0s poderes piblicos se tém preocupado com este importante sector, adoptando as ‘medidas legislativas julgadas as mais ajustadas & con- juntura de cada momento. Desta actuagio, todavia, tem resultado a publicacio, desde longa data, de numerosos diplomas, que se sobre- poem umas vezes ¢ se contradizem até outras, 0 que em nada favorece a disciplina do sector, com vista a0 seu efectivo desenvolvimento. ‘Acontece que muitos diplomas legais estéo j4 longe de responder de forma adequada, ou mesmo aceitavel, aos progressos técnicos desde entdo registados, pelo que nada justifica que continuem em vigor. Torna-se assim necessdrio e urgente proceder & revi- so de toda a legislagao respeitante a leites lactici- rnios, a que agora se da inicio com a publicacdo de dois diplomas, um sobre leite alimentar e outro sobre leites tratados para consumo piblico. Neste termos: © Governo decreta, nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituico, 0 seguinte: Artigo 1.° As caracteristicas do leite alimentar, 0 periodo de durac&o, 0 acondicionamento, a rotulagem € as condigdes de conservagdo dos leites tratados pars consumo puiblico directo, dos leites compostos, dos lei tes gelificados, das natas, da manteiga e das matérias gordas lécteas concentradas para fins alimentares, do 2002 queijo € queijo fundido serdo reguladas em portarias, dos Ministros do Plano e da Administragdo do Terri- trio, da Agricultura, Pescas ¢ Alimentagao e da Indus- tria e Comércio, Art, 2.° Sao revogados, a data da entrada em vigor das portarias mencionadas no artigo anterior, os seguin- tes diplomas legais: 4@) Decreto-Lei n.° 36 973, de 17 de Julho de 1948; b) Decreto n.° 36 974, de 17 de Julho de 1948; ¢) Decreto n.° 39 825, de 22 de Setembro de 1954; 4d) Decteto n.° 41772, de 4 de Agosto de 1958; e) Decreto n.° 306/73, de 15 de Junho; A) Regulamento das Condigdes Higiotécnicas da Venda ¢ Distribuico do Leite, aprovado pelo Decreto Regulamentar n.° 7/81, de 31 de Janeiro; 8) Despacho do Subsecretério de Estado da Agri- cultura de 25 de Abril de 1952, publicado no Didrio do Governo, 1." série, n:° 151, de 8 de Julho de 1952; ‘h) Regulamento da Utilizagdo do Leite, aprovado por despacho do Secretario de Estado da Agri- cultura de 30 de Junho de 1964, publicado no Didrio do Governo, 1.* série, n.° 170, de 21 de Julho de 1964. Art. 3.° O presente decreto-lei entra em vigor quinze dias apés a sua publicagao. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 22 de Janeiro de 1987. — Antbal Antonio Cavaco Silva — Luis Francisco Valeme de Oliveira — Alvaro Roque de Pinko Bissaia Barreto — Jorge Manuel Aguas da Ponte Silva Marques. Promulgado em $ de Maio de 1987. Publique-se. © Presidente da Republica, MARIO SOARES. Referendado em 6 de Maio de 1987. © Primeiro-Ministro, Anibal Antonio Cavaco Silva. MINISTERIO DO TRABALHO E SEGURANCA SOCIAL Decreto-Lei n.° 206/87 de 16 de Malo Os problemas de emprego ¢ sécio-laborais em geral ‘80 objecto de disposigées diversas que visam a sua pre- veneao ou solucdo. Observa-se, no entanto, a falta de uma base legal comum susceptivel de aplicasao, qual- quer que seja o sector de actividade, abrangendo a generalidade dos problemas previsiveis ¢ estabelecendo uma solucdo claramente integrada. © presente decreto-lei vem preencher essa lacuna. Para tanto estabelece os objectivos a atingir, enumera, de maneira ndo exaustiva, 0s tipos de medidas a adop- tar e define o papel dos servigos e organismos respon- sdveis pela preparacao e aplicagao das mesmas. Cinco principios fundamentais inspiram todo o diploma: a relevancia prioritéria atribuida ao emprego; a simultaneidade de actuagdes nos dominios técnico- -econémico ¢ sécio-laboral; a integracao das medidas de politica de emprego ¢ sécio-laborais em geral nos 1 SERIE — N.° 112 — 16-5-1987 processos a que respeitam; a pluralidade de solugées, de maneira a contemplarcm os diferentes problemas previsiveis, e, enfim, a participacao das entidades envol- vidas, com destaque para os parceiros soci A relevancia atribuida ao emprego nao se traduz ‘numa salvaguarda ilus6ria de postos de trabalho des- rovidos de base econémica e capacidade remunera- dora, mas sim na optimizagao das condigdes que vi bilizem a consisténcia econémica ¢ social das empresas envolvidas, tendo em conta as orientagdes decorrentes do Programa de Correccdo Estrutural da Divida Externa e do Desemprego (PCEDED), bem como de ‘outros instrumentos de actuagao politica. Por seu turno, a simultaneidade das actuagdes destina-se a assegurar que, desde o inicio de cada pro- cesso, se desenvolvam todos os esforcos requeridos por aquela optimizagao. ‘A pluralidade de solugdes tem a ver, naturalmente, com a diversidade e complexidade dos problemas a enfrentar e torna recomendavel a insergdo daqueles pro- cessos nos de desenvolvimento regional ¢ local. Tal insereao aconselha ainda o tratamento simulténeo das iferentes actividades econémicas na mesma zona geo- erafica. principio da participagdo decorre ndo sé dos pre- ceitos constitucionais ¢ legais, mas também de razdes de ordem técnica e pragmatica alicercadas na valia do contributo, designadamente, dos parceiros sociais e das autoridades locais para o estudo e escolha das melho- res solucdes. Tendo em conta os prinefpios referidos, 0 presente diploma sé prevé a aplicagao do respectivo regime aos processos conduzidos por ministérios responsdveis pelos sectores em reestruturacao, competindo aos diplomas legais orientadores de tais processos a fixagdo do Ambito respectivo e a definicao do préprio alcance das Teestruturagdes. Quanto as medidas de politica de emprego e sécio-laborais em geral, o presente decreto- -Iei limita-se a um enunciado global e meramente exem- plificativo, remetendo para diplomas regulamentares, referentes a cada proceso de reestruturagio, 0 seu desenvolvimento, ‘Assim: © Governo decreta, nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigdo, o seguinte: Artigo 1. Ambito © objectvos 1— As medidas de politica de emprego ¢ sécio- -laborais a adoptar no ambito dos processos de rees- truturacdo conduzidos por servigos ou organismos dos ministérios responsaveis pelos respectivos sectores regem-se pelo presente diploma, sem prejuizo de dis- posigdes especificas aplicaveis com base noutra legis- lagao. 2 — Tais medidas visam a compatibilizacao entre os imperativos das politicas sectoriais, regionais, de emprego ¢ sécio-laborais em geral e a prossecucdo dos seguintes objectivos: @) Prevenir ¢ atenuar os eventuais reflexos sociais negatives dos processos de reestruturagdo; 4) Contribuir para que os problemas de emprego € as insuficigncias de formagdo profissional nao constituam obstéculos aqueles processos;

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