A industrialização concentrou-se inicialmente na Região Sudeste do Brasil devido aos fatores históricos e econômicos, como a mudança da capital para o Rio de Janeiro e o crescimento da cafeicultura em São Paulo. Planos de desenvolvimento posteriormente reforçaram essa concentração, aprofundando os desequilíbrios regionais. Entretanto, tem ocorrido gradual descentralização industrial para outras regiões, embora o Sudeste continue polarizando a economia nacional.
A industrialização concentrou-se inicialmente na Região Sudeste do Brasil devido aos fatores históricos e econômicos, como a mudança da capital para o Rio de Janeiro e o crescimento da cafeicultura em São Paulo. Planos de desenvolvimento posteriormente reforçaram essa concentração, aprofundando os desequilíbrios regionais. Entretanto, tem ocorrido gradual descentralização industrial para outras regiões, embora o Sudeste continue polarizando a economia nacional.
A industrialização concentrou-se inicialmente na Região Sudeste do Brasil devido aos fatores históricos e econômicos, como a mudança da capital para o Rio de Janeiro e o crescimento da cafeicultura em São Paulo. Planos de desenvolvimento posteriormente reforçaram essa concentração, aprofundando os desequilíbrios regionais. Entretanto, tem ocorrido gradual descentralização industrial para outras regiões, embora o Sudeste continue polarizando a economia nacional.
Buscando as causas que influem na distribuio espacial da atividade
industrial, podem se destacar dois fatores: Fatores
histrico-econmicos
(mo-de-obra,
capital,
mercado
consumidor - interno e externo - tecnologia, transportes etc.);
Fatores naturais, isto , aqueles que derivam das condies naturais de uma certa rea ou regio (matrias-primas e fontes de energia, por exemplo). Aps a decadncia da agroindstria canavieira do Nordeste, no sculo XVII, e a descoberta de metais preciosos nas Minas Gerais, a Regio Sudeste comeou a estruturar-se como rea de atrao de populao e de inverso de capitais. Data, inclusive, dessa poca, a mudana da capital poltico-administrativa da colnia, de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade mais prxima da atividade mineradora. Esse fato constitui-se de grande importncia no crescimento da cidade do Rio de Janeiro e de sua rea prxima, pois essa cidade tornou-se o centro de intercmbio comercial. Atravs de seu porto, estabelecia-se o contato com o exterior e com as outras regies do Brasil. Quando ocorreu a decadncia da atividade mineradora, os trabalhadores das minas deslocaram-se em busca de solos mais frteis onde pudessem desenvolver uma agricultura de maior rendimento, encontrando-os no norte e nordeste de So Paulo. 1
No incio do sculo XIX, a cafeicultura, vinda do Rio de Janeiro,
penetrava em solo paulista e, logo em seguida, atingia os solos frteis do planalto ocidental (as terras roxas). Alm de atrair populaes de outras regies e reas do Brasil, a expanso da cafeicultura requisitou mo-deobra estrangeira, representada por imigrantes italianos, espanhis, alemes e outros. Alm disso estimulou o desenvolvimento ferrovirio e a concentrao financeira. A instalao da corte portuguesa no Rio de Janeiro, a partir de 1808, tambm contribuiu para dinamizar no s a cidade, mas tambm a rea prxima capital. A crise da cafeicultura de 1929/30 possibilitou que muitos recursos financeiros que eram aplicados nessa cultura fossem transferidos para a atividade industrial. V-se, ento, que desde o sculo XVIII, o Sudeste foi-se estruturando como rea de atrao de populao e de capitais, tornando-se a regio concentradora da riqueza. Assim, o mercado consumidor e financeiro que a se formou, o crescimento das cidades, principalmente So Paulo e Rio de Janeiro, o desenvolvimento ferrovirio e rodovirio, ao lado de recursos naturais favorveis (potencial hidreltrico, recursos minerais, solos frteis) e ainda o fluxo imigratrio estrangeiro que trouxe tcnicas de produo influram na concentrao espacial da atividade industrial nessa regio. Em tempos recentes, essa posio do Sudeste reafirmou-se, em vista de que, no governo do Presidente Juscelino Kubitcshek (1956-1961), o 2
Plano de Metas deu nfase concentrao industrial nessa regio e
particularmente em So Paulo. Os planejadores acreditavam na necessidade de se criar um grande plo de desenvolvimento, tendo So Paulo como centro e que a partir do mesmo o desenvolvimento se propagaria, em crculos concntricos, contagiando as outras reas e regies do pas. Em vista dessa interpretao, o governo de JK canalizou grandes investimentos pblicos em infra-estrutura (energia e transportes, alm de siderrgicas) e emprstimos para a expanso econmica de So Paulo e, em menor escala, do Rio de Janeiro e do sul de Minas Gerais. Essa orientao aprofundou ainda mais os desequilbrios regionais j existentes e consolidou a posio do Sudeste, como a regio de forte concentrao industrial, financeira, populacional e de renda. Desse modo, a Regio Sudeste tornou-se o centro das decises do pas, exercendo forte polarizao sobre as demais regies. Repetiam-se, assim, ao nvel interno, isto , entre as regies do Brasil, as relaes de dominao e explorao espacial, exercidas pela metrpole sobre a colnia, no passado, ou pelos pases centrais (Estados Unidos e pases da Europa Ocidental e Japo) sobre os pases perifricos (pases subdesenvolvidos) na atualidade. A Regio Sudeste tornou-se a produtora de manufaturados e exportadora dos mesmos para as demais regies do pas, a preos elevados e, estas, fornecedoras de mercados consumidores e de matrias-primas a preos baixos. Reproduziam-se, assim, ao nvel interno, as relaes coloniais do passado e do presente entre os pases. 3
Tendncias da industrializao no Brasil
Vem acontecendo gradualmente uma descentralizao industrial, ou seja, a implantao de indstrias em outras regies do pas, e no s na Regio Sudeste. Regies que no se encontravam no mapa de empregos agora oferecem centenas de empregos, a mo-de-obra est sendo procurada em estados que antes as pessoas se viam obrigadas a virem para So Paulo, a fim de trabalharem. Entretanto, esta regio continua centralizando e polarizando a vida econmica nacional, reproduzindo, como j foi assinalado, ao nvel interno, o neocolonialismo que se manifesta nas relaes espaciais internacionais: de um lado os pases centrais e de outro os pases perifricos ou satlites dos primeiros.