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Diário da República, 1.ª série — N.

º 87 — 6 de Maio de 2009 2559

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA c) ‘Arma de acção dupla’ a arma de fogo que pode


ser disparada efectuando apenas a operação de accionar
Lei n.º 17/2009 o gatilho;
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de 6 de Maio e) ‘Arma de alarme ou salva’ o dispositivo com a con-
figuração de uma arma de fogo destinado unicamente
Procede à segunda alteração à Lei n.º 5/2006, a produzir um efeito sonoro semelhante ao produzido
de 23 de Fevereiro, que aprova o novo por aquela no momento do disparo;
regime jurídico das armas e suas munições f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) ‘Arma de ar comprimido desportiva’ a arma de ar
A Assembleia da República decreta, nos termos da comprimido reconhecida por uma federação desportiva
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: como adequada para a prática de tiro desportivo, nos
termos do disposto na respectiva lei;
Artigo 1.º h) ‘Arma de ar comprimido de aquisição condicionada’
Alteração à Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro a arma de ar comprimido capaz de propulsar projécteis
de calibre superior a 5,5 mm e as de qualquer calibre,
Os artigos 1.º a 5.º, 7.º, 8.º, 11.º, 12.º, 14.º, 15.º, 17.º, capazes de propulsar projécteis, cuja energia cinética,
19.º, 21.º, 22.º, 28.º a 30.º, 32.º, 34.º, 35.º, 38.º, 39.º, 41.º medida à boca do cano, seja igual ou superior a 24 J;
a 43.º, 45.º, 47.º, 48.º, 51.º a 53.º, 55.º, 56.º, 60.º, 62.º a i) ‘Arma de ar comprimido de aquisição livre’ a arma
65.º, 67.º, 68.º, 70.º, 71.º, 73.º a 75.º, 77.º a 82.º, 84.º a 89.º, de ar comprimido, de calibre até 5,5 mm, capaz de pro-
91.º, 95.º, 97.º a 99.º, 101.º, 107.º a 109.º e 113.º da Lei pulsar projécteis, cuja energia cinética, medida à boca
n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro, que aprova o novo regime do cano, seja inferior a 24 J;
jurídico das armas e suas munições, na redacção que lhe j) ‘Arma automática’ a arma de fogo que, mediante
foi dada pela Lei n.º 59/2007, de 4 de Setembro, passam uma única acção sobre o gatilho ou disparador, faz uma
a ter a seguinte redacção: série contínua de vários disparos;
l) [Anterior alínea j).]
«Artigo 1.º m) ‘Arma branca’ todo o objecto ou instrumento
[…] portátil dotado de uma lâmina ou outra superfície cor-
tante, perfurante, ou corto-contundente, de comprimento
1— ..................................... igual ou superior a 10 cm e, independentemente das
2— ..................................... suas dimensões, as facas borboleta, as facas de abertura
3 — Ficam ainda excluídas do âmbito de aplicação automática ou de ponta e mola, as facas de arremesso,
da presente lei as actividades referidas no n.º 1 relativas os estiletes com lâmina ou haste e todos os objectos
a armas de fogo e munições cuja data de fabrico seja destinados a lançar lâminas, flechas ou virotões;
anterior a 1 de Janeiro de 1891, bem como aquelas que n) [Anterior alínea m).]
utilizem munições obsoletas, constantes de portaria do o) ‘Arma eléctrica’ todo o sistema portátil alimentado
Ministério da Administração Interna ou que obtenham por fonte energética e destinado unicamente a produzir
essa classificação por peritagem individual da Polícia descarga eléctrica momentaneamente neutralizante da
de Segurança Pública (PSP). capacidade motora humana, não podendo, pela sua apre-
4 — Ficam também excluídos do âmbito de aplicação sentação e características, ser confundida com outras
da presente lei: armas ou dissimular o fim a que se destina;
p) [Anterior alínea o).]
a) As espadas, sabres, espadins, baionetas e outras
q) [Anterior alínea p).]
armas tradicionalmente destinadas a honras e cerimo-
r) [Anterior alínea q).]
niais militares ou a outras cerimónias oficiais;
s) [Anterior alínea r).]
b) Os marcadores de paintball, respectivas partes e
t) ‘Arma de fogo desactivada’ a arma de fogo a que
acessórios. foi retirada peça ou peças necessárias para obter o dis-
5 — A detenção, uso e porte de arma por militares paro do projéctil;
dos quadros permanentes das Forças Armadas e por u) ‘Arma de fogo obsoleta’ a arma de fogo excluída
membros das forças e serviços de segurança são regu- do âmbito de aplicação da lei por ser de fabrico anterior
lados por lei própria. a 1 de Janeiro de 1891, bem como aquelas que, sendo de
fabrico posterior àquela data, utilizem munições obso-
Artigo 2.º letas constantes da lista de calibres obsoletos publicada
em portaria do Ministério da Administração Interna ou
[…] que obtenham essa classificação por peritagem indivi-
......................................... dual da PSP;
1— ..................................... v) ‘Arma de fogo modificada’ a arma de fogo que,
mediante uma intervenção não autorizada de qualquer
a) ‘Aerossol de defesa’ todo o contentor portátil de tipo, sofreu alterações das suas partes essenciais, mar-
gases comprimidos cujo destino seja unicamente o de cas e numerações de origem, ou aquela cuja coronha
produzir descargas de gases momentaneamente neutra- tenha sido reduzida de forma relevante na sua dimensão
lizantes da capacidade agressora, não podendo pela sua a um punho ou substituída por outra telescópica ou
apresentação e características ser confundido com outras rebatível;
armas ou dissimular o fim a que se destina; x) ‘Arma de fogo transformada’ o dispositivo que,
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mediante uma intervenção mecânica modificadora, ob-
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teve características que lhe permitam funcionar como av) ‘Faca de borboleta’ a arma branca, ou instrumento
arma de fogo; com configuração de arma branca, composta por uma
z) ‘Arma lançadora de gases’ o dispositivo portátil lâmina articulada num cabo ou empunhadura dividido
destinado a lançar gases por um cano; longitudinalmente em duas partes também articuladas
aa) [Anterior alínea v).] entre si, de tal forma que a abertura da lâmina pode ser
ab) [Anterior alínea x).] obtida instantaneamente por um movimento rápido de
ac) [Anterior alínea z).] uma só mão;
ad) ‘Arma de repetição’ a arma de fogo com depó- ax) ‘Faca de abertura automática ou faca de ponta e
sito fixo ou com carregador amovível que, após cada mola’ a arma branca, ou instrumento com configuração
disparo, é recarregada pela acção do atirador sobre um de arma branca, composta por um cabo ou empunhadura
mecanismo que transporta e introduz na câmara nova que encerra uma lâmina, cuja disponibilidade pode ser
munição, retirada do depósito ou do carregador ou que obtida instantaneamente por acção de uma mola sob
posiciona a câmara para ser disparada a munição que tensão ou outro sistema equivalente;
contém; az) [Anterior alínea as).]
ae) [Anterior alínea ab).] aaa) ‘Pistola-metralhadora’ a arma de fogo auto-
af) [Anterior alínea ac).] mática, compacta, que utiliza munições para arma de
ag) ‘Reprodução de arma de fogo para práticas re- fogo curta;
creativas’ o mecanismo portátil com a configuração de aab) ‘Réplica de arma de fogo’ a arma de fogo de
arma de fogo das classes A, B, B1, C e D, pintado com carregamento pela boca, apta a disparar um ou mais pro-
cor fluorescente, amarela ou encarnada, indelével, clara- jécteis, utilizando carga de pólvora preta ou similar, que
mente visível quando empunhado, em 5 cm a contar da não seja classificada no âmbito do n.º 3 do artigo 1.º;
boca do cano e na totalidade do punho, caso se trate de aac) ‘Reprodução de arma de fogo’ o mecanismo
arma curta, ou em 10 cm a contar da boca do cano e na portátil com a configuração de uma arma de fogo que,
totalidade da coronha, caso se trate de arma longa, por pela sua apresentação e características, possa ser con-
forma a não ser susceptível de confusão com as armas fundida com as armas previstas nas classes A, B, B1,
das mesmas classes, apto unicamente a disparar esfera C e D, com exclusão das reproduções de arma de fogo
não metálica cuja energia à saída da boca do cano não para práticas recreativas, das armas de alarme ou de
seja superior a 1,3 J para calibres inferiores ou iguais a salva não transformáveis e das armas de starter;
6 mm e munições compactas, ou a 13 J para outros cali- aad) ‘Revólver’ a arma de fogo curta, de repetição,
bres e munições compostas por substâncias gelatinosas; com depósito constituído por tambor contendo várias
ah) ‘Marcador de paintball’ o mecanismo portátil câmaras;
propulsionado a ar comprimido, apto unicamente a aae) ‘Arma de starter’ o dispositivo tecnicamente
disparar esfera não metálica constituída por tinta hi- não susceptível de ser transformado em arma de fogo,
drossolúvel e biodegradável não poluente contida em com a configuração de arma de fogo, destinado unica-
invólucro de gelatina, cuja energia à saída da boca do mente a produzir um efeito sonoro, para ser utilizado
cano não seja superior a 13 J; em actividades desportivas e treinos de caça;
ai) [Anterior alínea ae).] aaf) ‘Arma com configuração de armamento militar’
aj) ‘Arma de tiro a tiro’ a arma de fogo sem depósito a arma de fogo que, pela sua configuração ou caracte-
ou carregador, de um ou mais canos, que é carregada rísticas técnicas, seja susceptível de ser confundida com
mediante a introdução manual de uma munição em equipamentos, meios militares e material de guerra ou
cada câmara ou câmaras ou em compartimento situado classificada como tal.
à entrada destas;
al) [Anterior alínea ag).] 2— .....................................
am) [Anterior alínea ah).] a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
an) ‘Bastão extensível’ o instrumento portátil teles- b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
cópico, rígido ou flexível, destinado a ser empunhado c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
como meio de agressão ou defesa; d) ‘Báscula’ parte da arma de fogo em que se articula
ao) [Anterior alínea ai).] o cano ou canos e que obtura a câmara ou câmaras
ap) ‘Boxer’ o instrumento metálico ou de outro ma- fazendo o efeito de culatra;
terial duro destinado a ser empunhado e a ampliar o e) [Anterior alínea d).]
efeito resultante de uma agressão; f) [Anterior alínea e).]
aq) [Anterior alínea al).] g) [Anterior alínea f).]
ar) [Anterior alínea am).] h) [Anterior alínea g).]
as) ‘Estilete’ a arma branca, ou instrumento com i) [Anterior alínea h).]
configuração de arma branca, composta por uma haste j) [Anterior alínea i).]
perfurante sem gumes e por um punho; l) [Anterior alínea j).]
at) ‘Estrela de lançar’ a arma branca, ou instrumento m) [Anterior alínea l).]
com configuração de arma branca, em forma de estrela n) [Anterior alínea m).]
com pontas cortantes que se destina a ser arremessada o) ‘Culatra’ a parte da arma de fogo que obtura a
manualmente; extremidade do cano onde se localiza a câmara;
au) ‘Faca de arremesso’ a arma branca, ou instru- p) [Anterior alínea o).]
mento com configuração de arma branca, composta por q) [Anterior alínea p).]
uma lâmina integrando uma zona de corte e perfuração r) [Anterior alínea q).]
e outra destinada a ser empunhada ou a servir de con- s) [Anterior alínea r).]
trapeso com vista a ser lançada manualmente; t) [Anterior alínea s).]
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u) [Anterior alínea t).] u) ‘Munição com projéctil encamisado’ a munição


v) [Anterior alínea u).] com projéctil designado internacionalmente como full
x) [Anterior alínea v).] metal jacket (FMJ), com camisa metálica que cobre o
z) [Anterior alínea x).] núcleo em toda a sua extensão, com excepção, ou não,
aa) [Anterior alínea z).] da base;
ab) ‘Sistema de segurança de arma’ mecanismo da v) ‘Munição com projéctil perfurante’ a munição
arma que pode ser accionado pelo atirador, destinado a com projéctil destinado a perfurar alvos duros e resis-
impedir o seu disparo quando actuado o gatilho. tentes;
x) ‘Munição com projéctil tracejante’ a munição com
3— ..................................... projéctil que contém uma substância pirotécnica desti-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . nada a produzir chama, ou chama e fumo, de forma a
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . tornar visível a sua trajectória;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . z) ‘Munição com projéctil cilíndrico’ a munição de-
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . signada internacionalmente como wadcutter de projéctil
e) ‘Cartucho’ o recipiente metálico, plástico ou de cilíndrico ou de ponta achatada, destinada a ser usada
vários materiais, que se destina a conter o fulminante, em tiro desportivo, provocando no alvo um orifício de
a carga propulsora, a bucha e a carga de múltiplos pro- contorno bem definido;
jécteis, ou o projéctil único, para utilização em armas aa) ‘Munição obsoleta’ a munição de fabrico anterior
de fogo com cano de alma lisa; a 1 de Janeiro de 1891, ou posterior a essa data, que
f) ‘Bucha’ a parte componente de uma munição em tenha deixado de ser produzida industrialmente e que
plástico ou outro material destinada a separar a carga não é comercializada há pelo menos 40 anos;
propulsora do projéctil ou múltiplos projécteis, podendo ab) [Anterior alínea x).]
também incorporar um recipiente que contém projécteis; ac) [Anterior alínea z).]
g) ‘Cartucho carregado’ a munição para arma de ad) [Anterior alínea aa).]
fogo com cano de alma lisa contendo todos os seus ae) ‘Munição de salva ou alarme’ a munição sem
componentes em condições de ser disparado; projéctil e destinada unicamente a produzir um efeito
h) ‘Cartucho vazio’ o cartucho para arma de fogo sonoro no momento do disparo.
com cano de alma lisa não contendo nenhum dos com- 4— .....................................
ponentes necessários ao disparo;
i) ‘Cartucho de letalidade reduzida’ o cartucho carre- a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
gado com projéctil ou carga de projéctil não metálicos b) ‘Arma de fogo com segurança accionada’ a arma
com vista a não ser letal; de fogo em que está accionado o mecanismo que impede
j) ‘Cartucho carregado com bala’ a munição car- o disparo pela pressão no gatilho;
regada com projéctil único, para arma com cano de c) [Anterior alínea b).]
alma lisa, ou arma com cano raiado para utilização de d) [Anterior alínea c).]
munições para arma com cano de alma lisa; e) ‘Culatra aberta’ a posição em que a culatra, a cor-
l) [Anterior alínea g).] rediça ou a báscula de uma arma se encontra de forma
m) [Anterior alínea h).] que a câmara não esteja obturada;
n) ‘Fulminante ou escorva’ o componente da mu- f) ‘Culatra fechada’ a posição em que a culatra, cor-
nição composto por uma cápsula que contém mistura rediça, ou báscula de uma arma se encontra de forma
explosiva, a qual, quando deflagrada, provoca uma a obturar a câmara;
chama intensa destinada a inflamar a carga propulsora g) [Anterior alínea f).]
da munição, não fazendo parte da munição nas armas
de carregamento pela boca; 5— .....................................
o) ‘Invólucro’ o recipiente metálico, de plástico ou de a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
outro material, que se destina a conter o fulminante, a b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
carga propulsora e o projéctil para utilização em armas c) ‘Cedência a título de empréstimo’ a entrega de
com cano de alma estriada; arma a terceiro, para que este se sirva dela durante certo
p) ‘Munição de arma de fogo’ o cartucho ou invólucro período, com a obrigação de a restituir findo o mesmo,
ou outro dispositivo contendo o conjunto de componen- saindo a arma da esfera de disponibilidade do seu pro-
tes que permitem o disparo do projéctil ou de múltiplos prietário;
projécteis, quando introduzidos numa arma de fogo; d) [Anterior alínea c).]
q) ‘Munição com projéctil desintegrável’ a munição e) [Anterior alínea d).]
cujo projéctil é fabricado com o objectivo de se desin- f) ‘Data de fabrico de arma’ o ano em que a arma foi
tegrar no impacte com qualquer superfície ou objecto produzida ou, sendo desconhecido, quando iniciada a
duro; sua produção;
r) ‘Munição com projéctil expansivo’ a munição cujo g) [Anterior alínea f).]
projéctil é fabricado com o objectivo de expandir no h) [Anterior alínea g).]
impacte com um corpo sólido; i) [Anterior alínea h).]
s) ‘Munição com projéctil explosivo’ a munição com j) [Anterior alínea i).]
projéctil contendo uma carga que explode no momento l) ‘Explosivo civil’ todas as substâncias ou produ-
do impacte; tos explosivos cujo fabrico, comércio, transferência,
t) ‘Munição com projéctil incendiário’ a munição com importação e utilização estejam sujeitos a autorização
projéctil contendo um composto químico que se inflama concedida pela autoridade competente;
em contacto com o ar ou no momento do impacte; m) [Anterior alínea j).]
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n) ‘Engenho explosivo ou incendiário improvisado’ 2— .....................................


todos aqueles que utilizam substâncias ou produtos a) Os equipamentos, meios militares e material de
explosivos ou incendiários de fabrico artesanal não guerra, ou classificados como tal por portaria do Mi-
autorizado; nistério da Defesa Nacional;
o) ‘Guarda de arma’ o acto de depositar a arma, no b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
domicílio ou outro local autorizado, em cofre ou armário c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de segurança não portáteis, casa-forte ou fortificada, d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
bem como a aplicação de cadeado, accionamento de e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
mecanismo ou remoção de peça que impossibilite dis- f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
parar a mesma; g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
p) ‘Porte de arma’ o acto de trazer consigo uma arma h) Os aerossóis de defesa não constantes da alínea a)
branca ou uma arma municiada ou carregada ou em do n.º 7 do presente artigo e as armas lançadoras de
condições de o ser para uso imediato; gases que estejam dissimuladas de forma a ocultarem
q) [Anterior alínea o).] a sua configuração;
r) ‘Transporte de arma’ o acto de transferência de i) Os bastões eléctricos ou extensíveis, de uso exclusivo
uma arma descarregada e desmuniciada ou desmontada das Forças Armadas ou forças e serviços de segurança;
de um local para outro, de forma a não ser susceptível j) Outros aparelhos que emitam descargas eléctricas
de uso imediato; sem as características constantes da alínea b) do n.º 7 do
s) ‘Uso de arma’ o acto de empunhar, apontar ou presente artigo ou que estejam dissimulados de forma
disparar uma arma; a ocultarem a sua configuração;
t) [Anterior alínea r).] l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
u) ‘Cadeado de gatilho’ o dispositivo aplicado ou m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
fazendo parte da arma que impede o accionamento do n) As reproduções de armas de fogo e as armas de
gatilho e o disparo da arma; alarme ou salva que possam ser convertidas em armas
v) ‘Importação’ a entrada ou introdução nos limites de fogo;
fiscais do território nacional, de quaisquer bens, bem o) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
p) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
como a sua permanência em estância alfandegária ou
q) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
zona internacional, a aguardar os procedimentos legais r) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
aduaneiros, quando provenientes de países terceiros à s) As miras telescópicas, excepto aquelas que tenham
União Europeia; afectação ao exercício de quaisquer práticas venatórias,
x) ‘Exportação’ a saída dos limites fiscais do território recreativas ou desportivas federadas;
nacional de quaisquer bens com destino a país terceiro t) As armas longas semiautomáticas com a configu-
à União Europeia, bem como a sua permanência em ração das armas automáticas para uso militar ou das
estância alfandegária ou zona internacional a aguardar forças de segurança.
os procedimentos legais aduaneiros;
z) ‘Trânsito’ a passagem por território nacional, a 3— .....................................
aguardar os procedimentos legais aduaneiros, de quais- 4— .....................................
quer bens oriundos de país terceiro e que se destinam a a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
exportação ou transferência para outro Estado; b) Os revólveres com os calibres denominados
aa) ‘Homologação de armas e munições’ a aprovação .32 S & W Long e .32 H & R Magnum.
de marca, modelo, bem como demais características
técnicas de armas pelo director nacional da PSP; 5— .....................................
ab) ‘Transferência’ a entrada em território nacional a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de quaisquer bens previstos na presente lei, quando b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
provenientes de Estados membros da União Europeia c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
tendo Portugal como destino final, ou a saída de quais- d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
quer bens de Portugal tendo como destino final Estados e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
membros da União Europeia; f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ac) ‘Norma técnica’ a informação emitida pela Direc- g) As armas de ar comprimido de aquisição condi-
ção Nacional da PSP destinada a comunicar instrução cionada.
técnica ou procedimental aos titulares de licenças e
alvarás emitidos ao abrigo da presente lei; 6— .....................................
ad) ‘Arma de aquisição condicionada’ a arma que só 7— .....................................
pode ser adquirida por quem tenha licença habilitante e a) Os aerossóis de defesa com gás, cujo princípio
autorização da Direcção Nacional da PSP; activo seja a capsaicina ou oleoresina de capsicum (gás
ae) ‘Ornamentação’ a exposição de arma em local a pimenta) com uma concentração não superior a 5 %, e
indicar pelo requerente e identificado na correspondente que não possam ser confundíveis com armas de outra
licença F. classe ou que não estejam dissimulados de forma a
ocultarem a sua configuração;
Artigo 3.º b) As armas eléctricas até 200 000 V, com mecanismo
[…]
de segurança e que não possam ser confundíveis com
armas de outra classe ou que não estejam dissimuladas
1— ..................................... de forma a ocultarem a sua configuração;
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c) As armas de fogo e suas munições, de produção Artigo 5.º


industrial, unicamente aptas a disparar projécteis não […]
metálicos ou a impulsionar dispositivos, concebidas de
origem para eliminar qualquer possibilidade de agressão 1— .....................................
letal e que tenham merecido homologação por parte da 2— .....................................
Direcção Nacional da PSP. 3— .....................................
4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, me-
8— ..................................... diante autorização especial do director nacional da PSP,
podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência,
a) As matracas, sabres e outras armas brancas tra-
a detenção, a utilização, a importação, a exportação e a
dicionalmente destinadas às artes marciais ou a orna- transferência de armas e acessórios da classe B destinados
mentação; a museus públicos ou privados, investigação científica ou
b) As réplicas de armas de fogo quando destinadas industrial e utilizações em realizações teatrais, cinema-
a ornamentação; tográficas ou outros espectáculos de natureza artística,
c) As armas de fogo inutilizadas quando destinadas de reconhecido interesse cultural.
a ornamentação.
9 — São armas e munições da classe G: Artigo 7.º
[…]
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1— .....................................
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
d) As armas de ar comprimido desportivas e de aqui- 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
sição livre; mediante autorização especial do director nacional da
e) As reproduções de armas de fogo para práticas PSP, podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a ce-
recreativas; dência, a detenção, a utilização, a importação, a expor-
f) As armas de starter; tação e a transferência de armas e acessórios da classe
g) As armas de alarme ou salva que não estejam C destinados a museus públicos ou privados, investiga-
incluídas na alínea n) do n.º 2 do presente artigo; ção científica ou industrial, utilizações em realizações
h) As munições para armas de alarme ou salva e para teatrais, cinematográficas ou outros espectáculos de
armas de starter. natureza artística, de reconhecido interesse cultural.
4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 2, mediante
10 — Para efeitos do disposto na legislação especí- autorização especial do director nacional da PSP, podem
fica da caça, são permitidas as armas de fogo referidas ainda ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência,
nas alíneas a), b) e c) do n.º 5 e nas alíneas a), b) e c) a detenção, a utilização, a importação, a exportação e
do n.º 6, com excepção das armas com configuração de a transferência das armas referidas nas alíneas a) e c)
armamento militar. do n.º 5 do artigo 3.º às entidades privadas gestoras ou
11 — As armas só podem ser afectas à actividade que concessionárias de zonas de caça ou pesca.
motivou a concessão, podendo, por despacho do director
nacional da PSP, ser afectas a mais de uma actividade Artigo 8.º
por solicitação fundamentada do interessado. […]
12 — As partes essenciais das armas de fogo estão
incluídas na classe em que tiver sido classificada a arma 1— .....................................
de fogo de que fazem parte ou a que se destinam. 2— .....................................
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, me-
diante autorização especial do director nacional da PSP,
Artigo 4.º
podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência,
[…] a detenção, a utilização, a importação, a exportação e a
transferência de armas e acessórios da classe D a enti-
1— ..................................... dades privadas gestoras ou concessionárias de zonas de
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, caça ou pesca, museus públicos ou privados, investigação
mediante autorização especial do director nacional científica ou industrial e utilizações em realizações tea-
da PSP, podem ser autorizadas a venda, a aquisição, trais, cinematográficas ou outros espectáculos de natureza
a cedência, a detenção, a utilização, a importação, a artística, de reconhecido interesse cultural.
exportação e a transferência de armas e acessórios da
classe A destinados a museus públicos ou privados, Artigo 11.º
investigação científica ou industrial e utilizações em
realizações teatrais, cinematográficas ou outros espec- Armas e munições da classe G
táculos de natureza artística, de reconhecido interesse 1— .....................................
cultural, com excepção de meios militares e material de 2— .....................................
guerra cuja autorização é da competência do ministro 3 — A aquisição de reproduções de armas de
que tutela o sector da defesa nacional. fogo para práticas recreativas é permitida aos maio-
3 — As autorizações a que se refere o número an- res de 18 anos, mediante declaração aquisitiva e
terior são requeridas com justificação da motivação, prova da inscrição numa associação de promoção
indicação do tempo de utilização e respectivo plano desportiva reconhecida pelo Instituto do Desporto
de segurança. de Portugal, I. P., e registada junto da PSP.
2564 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, de segurança, é regulado por despacho do director na-
aos menores de 18 anos e maiores de 16 anos é permi- cional da PSP.
tida a aquisição de reproduções de armas de fogo para
práticas recreativas desde que autorizados para o efeito Artigo 14.º
por quem exerça a responsabilidade parental. […]
5 — (Anterior n.º 4.)
6 — A detenção, o uso e o porte das armas referi- 1— .....................................
das nos n.os 1 a 4, bem como das armas de starter e de a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
alarme, só são permitidos no domicílio, transporte e para b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
o exercício das actividades para as quais foi solicitada c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
autorização de aquisição. d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, e) Sejam portadores do certificado de aprovação em
a detenção, uso, porte e transporte de reproduções de curso de formação técnica e cívica para o uso e porte
armas de fogo para práticas recreativas, ainda que não de armas de fogo da classe B1.
contendo as características previstas na alínea ag) do
n.º 1 do artigo 2.º, podem ser temporariamente autori- 2 — Sem prejuízo do disposto no artigo 30.º da Cons-
zadas a praticantes estrangeiros em provas internacio- tituição e do número seguinte, para efeito de apreciação
nais realizadas em Portugal, pelo período necessário do requisito constante na alínea c) do número anterior,
à sua participação nas provas, mediante requerimento é susceptível de indiciar falta de idoneidade para efei-
instruído com prova da inscrição no evento, a formular tos de concessão de licença o facto de, entre outros,
junto da Direcção Nacional da PSP pela entidade pro- ao requerente ter sido aplicada medida de segurança
motora da iniciativa. ou ter sido condenado pela prática de crime doloso,
8 — A aquisição de armas de starter pode ser au- cometido com uso de violência, em pena superior a
torizada a quem demonstrar, fundamentadamente, ne- 1 ano de prisão.
cessitar das mesmas para a prática desportiva ou de 3 — No decurso do período anterior à verificação
treino de caça. do cancelamento definitivo da inscrição no registo cri-
9 — A aquisição de munições para as armas de minal das decisões judiciais em que o requerente foi
alarme ou salva e para armas de starter pode ser auto- condenado, pode este requerer que lhe seja reconhecida
rizada a quem for autorizada a aquisição destas mesmas a idoneidade para os fins pretendidos, pelo tribunal da
armas. última condenação.
10 — A aquisição de armas de ar comprimido de 4 — O incidente corre por apenso ao processo prin-
aquisição livre é permitida aos maiores de 18 anos, cipal, sendo instruído com requerimento fundamentado
mediante declaração aquisitiva. do requerente, que é obrigatoriamente ouvido pelo juiz
11 — A aquisição de armas de ar comprimido desti- do processo, que decide, produzida a necessária prova
nadas à prática de actividades desportivas é permitida e após parecer do Ministério Público.
mediante declaração aquisitiva e prova de inscrição 5 — (Anterior n.º 4.)
numa federação de tiro desportivo que as reconheça 6 — (Anterior n.º 5.)
como adequadas para a prática daquela modalidade
desportiva. Artigo 15.º
12 — Não é permitido o uso e porte de armas de ar […]
comprimido fora de propriedade privada e dos locais
autorizados. 1— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 12.º b) Demonstrem carecer da licença para a prática de
[…]
actos venatórios de caça maior ou menor e se encontrem
habilitados com carta de caçador com arma de fogo ou
1— ..................................... demonstrem fundamentadamente carecer da mesma por
motivos profissionais;
a) Licença B, para o uso e porte de armas das
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
classes B, B1 e E; d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3— .....................................
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4— .....................................
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 17.º
2 — Às situações de isenção ou dispensa de licença […]
legalmente previstas são correspondentemente apli-
cáveis as obrigações previstas para os titulares de li- 1— .....................................
cença. a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3 — O uso e porte de arma por quem desempenha b) Demonstrem carecer da licença para a prática
actividades profissionais que o exijam, que não as de- desportiva de artes marciais, sendo atletas federados,
sempenhadas pelas Forças Armadas e forças e serviços práticas recreativas em propriedade privada, detenção
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2565

de réplicas e armas de fogo inutilizadas destinadas a Artigo 29.º


ornamentação e armas brancas destinadas ao mesmo […]
fim;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 — Nos casos em que se verifique a caducidade da
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . licença, o respectivo titular tem o prazo de 180 dias para
promover a sua renovação, solicitar outra licença que
2— ..................................... permita a detenção, uso ou porte das armas adquiridas
3— ..................................... ao abrigo da licença caducada ou proceder à transmissão
4 — Por despacho do director nacional da PSP, a das respectivas armas.
solicitação do interessado, através de quem exerça a 2 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 99.º-A,
responsabilidade parental, pode ser permitida a aqui- logo que caducar a licença, as armas adquiridas ao abrigo
sição, a detenção, o uso e o porte das armas indicadas da mesma e que não estejam legalmente autorizadas a ser
na alínea a) do n.º 8 do artigo 3.º, quando destinadas à utilizadas ao abrigo doutra licença passam a ser conside-
prática de artes marciais, a menores de 18 anos e maiores radas, a título transitório, como em detenção domiciliária,
de 14 anos, sendo atletas federados. durante o prazo estipulado no número anterior.
3 — No caso de o titular da licença caducada ser
Artigo 19.º titular de outra licença que permita a detenção, uso ou
[…] porte, das armas adquiridas ao abrigo daquela, pode so-
licitar, no prazo referido no n.º 1, que as mesmas sejam
1 — Podem ser concedidas licenças especiais para consideradas tituladas por esta outra licença.
o uso e porte de arma das classes B e B1 quando soli- 4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
citadas pelo Presidente da República, pelo Presidente nos casos em que não seja autorizada a renovação da
da Assembleia da República, pelos ministros, pelos licença ou seja indeferida a concessão da nova licença
Presidentes das Assembleias Legislativas das Regiões a que se refere o n.º 1, deve o interessado depositar a
Autónomas e pelos Presidentes dos Governos Regionais, respectiva arma na PSP, acompanhada dos documentos
para afectação a funcionários ao seu serviço. inerentes, no prazo de 15 dias após a notificação da de-
2— ..................................... cisão, sob pena de incorrer em crime de desobediência
qualificada.
Artigo 21.º 5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
[…] nos 15 dias seguintes à data em que a decisão se tornar
definitiva, pode o interessado proceder à transmissão da
1 — Os cursos de formação técnica e cívica para o arma, remetendo à PSP o respectivo comprovativo.
uso e porte de armas de fogo das classes B1, C e D, e 6 — Findo o prazo de 15 dias referido no número an-
para o exercício de actividade de armeiro, são minis- terior, a arma é declarada perdida a favor do Estado.
trados pela PSP ou por entidades por si credenciadas
para o efeito.
Artigo 30.º
2— .....................................
[…]
Artigo 22.º 1— .....................................
[…] 2— .....................................
1 — Os titulares de licença B1 devem submeter-se, a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
em cada cinco anos, a um curso de actualização técnica b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e cívica para o uso e porte de armas de fogo, ministrado c) Identificação da marca, modelo, tipo e calibre ou,
nos termos do artigo anterior. no caso de partes essenciais de arma de fogo, a identi-
2 — Os titulares de licenças C e D devem submeter- ficação da arma a que se destinam e as características
-se, em cada 10 anos, a um curso de actualização técnica dessas partes;
e cívica para o uso e porte de armas de fogo, ministrado d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
nos termos do artigo anterior. e) Autorização para que a PSP, sem prejuízo do dis-
3 — Exceptuam-se do disposto nos números anterio- posto no artigo 34.º da Constituição e após notificação
res os titulares de licença de tiro desportivo e de licença para o efeito, proceda à fiscalização das condições de
federativa válida, que façam prova da prática desportiva segurança da guarda das armas.
com armas de fogo.
3— .....................................
Artigo 28.º 4— .....................................
5 — (Revogado.)
[…]
1 — A renovação da licença de uso e porte de arma Artigo 32.º
deve ser requerida até ao termo do seu prazo e depende […]
da verificação, à data do pedido, dos requisitos exigidos
para a sua concessão. 1— .....................................
2 — O requisito de frequência do curso de formação 2 — Ao titular da licença C só é permitida a detenção
técnica e cívica para o uso e porte de arma da classe res- até duas armas de fogo desta classe, excepto se a sua
pectiva é substituído por prova da frequência do curso guarda for feita em cofre ou armário de segurança não
de actualização correspondente, previsto no artigo 22.º, portáteis, casa-forte ou fortificada para a guarda das
sempre que exigível. mesmas, devidamente verificados pela PSP.
2566 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

3 — Ao titular da licença D só é permitida a detenção d) Disparar as armas unicamente em carreiras ou


até duas armas de fogo desta classe, excepto se a sua campos de tiro ou no exercício de actos venatórios,
guarda for feita em cofre ou armário de segurança não actos de gestão cinegética e outras actividades de
portáteis, devidamente verificados pela PSP. carácter venatório, nomeadamente no treino de caça
4 — Ao titular de licença de detenção de arma no em áreas específicas para o efeito, em provas des-
domicílio só é permitida a detenção até duas armas portivas ou em práticas recreativas em propriedades
de fogo, excepto se a sua guarda for feita em cofre rústicas privadas em condições de segurança para
ou armário de segurança não portáteis, devidamente o efeito;
verificados pela PSP. e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5— ..................................... f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6 — Sempre que, por razões legais ou de estrutura g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
do edifício, não seja possível a edificação de casa-forte h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ou fortificada, podem estas ser substituídas por cofre i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
com fixação à parede ou pavimento, devidamente ve-
rificado pela PSP.
Artigo 41.º
Artigo 34.º
[…]
[…]
1 — O proprietário ou o detentor de uma arma das 1— .....................................
classes B e B1 não pode, em momento algum, ter em 2 — As armas de fogo curtas devem ser portadas em
seu poder mais de 250 munições por cada uma das condições de segurança, em coldre ou estojo próprio
referidas classes. para o seu porte, com dispositivo de segurança, sem
2 — A aquisição de munições depende da apresenta- qualquer munição introduzida na câmara, com excepção
ção do livrete de manifesto da arma, da licença de uso dos revólveres.
e porte de arma, do livro de registo de munições e de 3 — As armas de fogo devem ser transportadas
prova da identidade do titular da licença. de forma separada das respectivas munições, com
cadeado de gatilho ou mecanismo que impossibilite
Artigo 35.º o seu uso, ou desmontadas de forma a que não sejam
facilmente utilizáveis, ou sem peça que possibilite
[…]
o seu disparo, em bolsa ou estojo próprios para o
1 — A compra e venda de munições para as armas das modelo em questão, com adequadas condições de
classes C e D é livre, mediante prova da identidade do segurança.
comprador, exibição do livrete de manifesto da respectiva 4— .....................................
arma ou do documento comprovativo da cedência a título
de empréstimo da mesma, licença de uso e porte de arma Artigo 42.º
e emissão de factura discriminada das munições vendidas.
[…]
2 — Aos titulares das licenças C e D não é permitida
a detenção de mais de 2000 munições para armas da 1— .....................................
classe D ou de mais de 250 munições para cada calibre 2— .....................................
de armas da classe C, salvo por autorização especial do
director nacional da PSP, mediante requerimento do in- a) O exercício da prática desportiva ou de actos ve-
teressado através do qual comprove possuir as necessá- natórios, actos de gestão cinegética e outras actividades
rias condições de segurança para o seu armazenamento. de carácter venatório, nomeadamente o treino de tiro
3 — (Anterior n.º 2.) em zonas de caça nas áreas específicas para o efeito,
em provas desportivas e em práticas recreativas em
Artigo 38.º propriedades rústicas privadas com condições de se-
gurança para o efeito;
[…]
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — Podem ser objecto de cedência, a título de em- c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
préstimo, a terceiro que as possa legalmente deter, as
armas das classes C e D, desde que destinadas ao exercí- Artigo 43.º
cio de prática venatória ou treino de caça, nas condições
[…]
definidas na legislação regulamentar da presente lei.
2— ..................................... 1 — O portador que se separe fisicamente da arma
3— ..................................... de fogo deve colocá-la no interior de um cofre ou
4— ..................................... armário de segurança não portáteis, sempre que exi-
gido.
Artigo 39.º 2 — Nos casos não abrangidos pelo número anterior,
[…] deve o portador retirar à arma peça que possibilite o
seu disparo, que deve ser guardada separadamente, ou
1— ..................................... fixá-la a parede ou a outro objecto fixo, ou apor-lhe
2— ..................................... cadeado ou mecanismo de bloqueio, por forma a que
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . não seja possível a sua utilização.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 — O cofre ou armário referidos no n.º 1 podem ser
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . substituídos por casa-forte ou fortificada.
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2567

SECÇÃO III 4— .....................................


5— .....................................
Proibição de detenção, uso e porte de arma
6— .....................................
7— .....................................
Artigo 45.º 8— .....................................
[…] 9 — Aos elementos das forças e serviços de segu-
rança e das Forças Armadas, quando no activo, é inter-
1 — É proibida a detenção, uso e porte de arma, bem
dito o exercício da actividade de armeiro.
como o seu transporte fora das condições de segurança
10 — Sem prejuízo do disposto no artigo 68.º-A,
previstas no artigo 41.º, sob a influência de álcool ou
os titulares de alvará de armeiro só podem exercer a
de outras substâncias estupefacientes ou psicotrópicas,
sua actividade em estabelecimentos licenciados para o
sendo o portador de arma, por ordem de autoridade
efeito, de acordo com as regras de segurança definidas,
policial competente, obrigado, sob pena de incorrer podendo apenas transaccionar, para além de todos os
em crime de desobediência qualificada, a submeter-se bens, materiais e equipamentos de venda livre, as armas,
a provas para a sua detecção. munições e equipamentos previstos na presente lei que
2— ..................................... recaiam no âmbito do seu alvará.
3— ..................................... 11 — O exercício da actividade de armeiro em fei-
4 — Para efeitos do disposto no n.º 1, considera-se ras da especialidade ou feiras agrícolas, bem como em
detenção de arma o facto de esta se encontrar na esfera exposições, carece de autorização prévia do director
de disponibilidade imediata do detentor, montada, mu- nacional da PSP.
niciada, e apta a disparar. 12 — As regras de funcionamento, obrigações, re-
quisitos de concessão e das taxas a cobrar pela emissão
Artigo 47.º dos alvarás de armeiro tipo 4 e 5 são estabelecidos por
[…] portaria do Ministério da Administração Interna.
Por despacho do director nacional da PSP, podem Artigo 51.º
ser concedidos alvarás de armeiro para o exercício da
actividade de fabrico, compra e venda ou reparação de […]
armas das classes B, B1, C, D, E, F e G e das suas mu- 1— .....................................
nições, para efeitos cénicos ou cinematográficos e leilão
de armas, e ainda para armas e munições de colecções a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
temáticas definidas no artigo 27.º da Lei n.º 42/2006, b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de 25 de Agosto. c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 48.º d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) Facultar às autoridades competentes, sempre que
[…]
por estas solicitado, o acesso aos registos de armas e
1— ..................................... munições, bem como a conferência das armas e muni-
ções em existência;
a) Alvará de armeiro do tipo 1, para o fabrico, mon- f) Facultar às autoridades competentes, sempre que por
tagem e reparação de armas de fogo e suas munições; estas solicitado, o acesso às armas transferidas de outro
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Estado membro, bem como à respectiva documentação.
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) Alvará de armeiro do tipo 4, para importar, trans- 2— .....................................
ferir, deter e ceder temporariamente armas e acessórios 3— .....................................
de todas as classes, com excepção dos equipamentos, 4— .....................................
meios militares e material de guerra, para efeitos cénicos 5— .....................................
e cinematográficos; 6— .....................................
e) Alvará de armeiro do tipo 5, para venda e leilão 7 — Os registos devem ser mantidos por um período
de armas destinadas a colecção. de 20 anos.
2— ..................................... Artigo 52.º
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . […]
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1— .....................................
d) Seja portador do certificado de aprovação para o 2 — Cabe aos armeiros ou aos seus trabalhadores
exercício da actividade de armeiro ou, tratando-se de verificar a identidade do comprador, a existência das li-
pessoa colectiva, possua um responsável técnico que cenças ou autorizações habilitantes, confirmar e explicar
preencha os requisitos das alíneas a) a e); as características e efeitos da arma e munições vendidas,
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . bem como as regras de segurança aplicáveis.
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3— .....................................

3 — Quando o requerente for uma pessoa colectiva, Artigo 53.º


os requisitos mencionados nas alíneas a), b), c) e e) do
[…]
número anterior têm de se verificar relativamente a to-
dos os sócios e gerentes ou aos cinco maiores accionistas 1 — O titular de alvará do tipo 1 é obrigado a marcar,
ou administradores, conforme os casos. de modo permanente, nas armas por ele produzidas, por
2568 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

marcação incisiva ou indelével, o seu nome ou marca, Artigo 62.º


modelo, país de origem, o ano e o número de série de Autorização prévia para a importação
fabrico e a apresentar, de seguida, as mesmas à PSP e exportação temporária
para efeitos de exame.
2— ..................................... 1 — O director nacional da PSP pode emitir autori-
zação prévia, nos seguintes casos:
Artigo 55.º a) Para a importação e exportação temporária de
[…] armas e partes essenciais de armas de aquisição condi-
cionada, destinadas à prática venatória e competições
1— ..................................... desportivas;
2— ..................................... b) Para a importação e exportação temporária de
3— ..................................... armas e partes essenciais de armas de aquisição con-
4 — As alterações de características das armas para dicionada, destinadas a feiras da especialidade, feiras
efeito de maior aptidão venatória ou desportiva são re- agrícolas ou de coleccionadores, exposições, mostruá-
queridas ao director nacional da PSP, sendo obrigatório rios e demonstrações;
o seu averbamento ao respectivo manifesto. c) Para a importação e exportação temporária de
armas e partes essenciais de armas de aquisição condi-
Artigo 56.º cionada, com vista à sua alteração ou reparação.
[…]
2 — O requerimento será formulado pelos proprietá-
1 — Só é permitido efectuar disparos com armas rios, fabricantes, armeiros, agentes comerciais ou enti-
de fogo em carreiras e campos de tiro devidamente dades que promovem as iniciativas referidas no n.º 1.
autorizados ou no exercício de actos venatórios, actos 3 — Da autorização constam a classe, tipo, modelo,
de gestão cinegética e outras actividades de carácter calibre e demais características das armas e suas quan-
venatório, nomeadamente o treino de caça em áreas tidades, o prazo de permanência ou ausência do país,
específicas para o efeito, em provas desportivas, em bem como, se for caso disso, as regras de segurança a
práticas recreativas em propriedades rústicas privadas observar.
em condições de segurança para o efeito e nos demais 4 — (Revogado.)
locais permitidos por lei.
2— ..................................... Artigo 63.º
3 — É permitida a prática recreativa de tiro com
[…]
armas de fogo em propriedades rústicas privadas, desde
que observadas as condições de segurança definidas por 1— .....................................
despacho do director nacional da PSP. 2 — A peritagem só pode ser efectuada após o im-
portador ou exportador fornecer os dados que não te-
Artigo 60.º nha apresentado no momento do pedido de autorização
[…]
prévia, relativos às armas de aquisição condicionada, às
partes essenciais de armas de fogo, às munições, aos ful-
1 — A importação e a exportação de armas de aqui- minantes, aos cartuchos ou invólucros com fulminantes.
sição condicionada, partes essenciais de armas de fogo, 3 — (Anterior n.º 2.)
munições, fulminantes, cartuchos ou invólucros com 4 — (Anterior n.º 3.)
fulminantes, punhos para armas de fogo longas e co- 5 — Quando, na sequência da peritagem referida no
ronhas retrácteis ou rebatíveis, estão sujeitas a prévia número anterior, as armas, munições e acessórios sejam
autorização do director nacional da PSP. classificados como arma com a configuração de arma-
2— ..................................... mento militar, o processo de atribuição das autorizações
3— ..................................... para importação, exportação, transferência, trânsito e
4— ..................................... transbordo é encerrado, as armas são devolvidas à ori-
5— ..................................... gem e o respectivo processo de notificação internacional
6 — O requerimento, acompanhado pelo certificado segue o disposto na legislação própria aplicável, no
de utilizador final, individual ou colectivo, quando a âmbito do Ministério da Defesa Nacional.
arma se destine à exportação, indica o tipo, a marca, o
modelo, o calibre, o número de série de fabrico, demais Artigo 64.º
características da arma e a indicação de a arma ter sido
[…]
sujeita ao controlo de conformidade.
7 — Previamente à concessão da autorização de ex- 1 — A importação e a exportação de armas, partes
portação, a PSP solicita ao Ministério dos Negócios essenciais de armas de fogo, munições, fulminantes,
Estrangeiros parecer relativo ao cumprimento pelo país cartuchos ou invólucros com fulminantes, punhos para
de destino dos critérios previstos no Código de Conduta armas de fogo longas e coronhas retrácteis ou rebatíveis
da União Europeia sobre exportação de armas. efectuam-se nas estâncias aduaneiras de Lisboa, Porto,
8 — O parecer previsto no número anterior é vin- Faro, Ponta Delgada e Funchal da Direcção-Geral das
culativo e enviado à PSP no prazo de 10 dias após o Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo
pedido. (DGAIEC).
9 — Só podem ser admitidas em território nacional as 2— .....................................
armas homologadas por despacho do director nacional 3— .....................................
da PSP, nos termos do artigo 11.º-A. 4— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2569

Artigo 65.º 5 — São averbadas as armas de propriedade do re-


[…]
querente e aquelas de que é legítimo detentor e utiliza-
dor, bem como o seu extravio ou furto.
1 — Na ausência de prévia autorização de impor-
tação ou de exportação, as armas, munições e partes Artigo 71.º
essenciais de armas de fogo, fulminantes e invólucros
[…]
com fulminantes ficam depositados em local a deter-
minar pela PSP ou pelo chefe da estância aduaneira, se 1— .....................................
esta reunir condições de segurança adequadas, sendo o 2 — O visto prévio a que se refere o número anterior
proprietário notificado de que as armas e munições ou não é exigido para o exercício de prática venatória ou
outros artigos serão perdidos a favor do Estado se não desportiva, desde que comprovado o motivo da deslo-
for regularizada a sua situação no prazo de 180 dias. cação, nomeadamente mediante a apresentação de um
2— ..................................... convite ou de outro documento que prove a prática das
3— ..................................... actividades de caça ou de tiro desportivo no Estado
membro de destino.
Artigo 67.º
[…] Artigo 73.º
1 — A expedição ou transferência de armas de aqui- […]
sição condicionada, partes essenciais de armas de fogo, 1 — O manifesto das armas das classes B, B1, C e
munições, fulminantes, cartuchos ou invólucros com D e das previstas na alínea c) do n.º 7 e na alínea b) do
fulminantes, punhos para armas de fogo longas e coro- n.º 8 do artigo 3.º é obrigatório, resulta da sua impor-
nhas retrácteis ou rebatíveis de Portugal para os Estados tação, transferência, fabrico, apresentação voluntária
membros da União Europeia depende de autorização, ou aquisição e faz-se em função das respectivas carac-
nos termos dos números seguintes. terísticas, classificando-as de acordo com o disposto
2— ..................................... no artigo 3.º
3— ..................................... 2— .....................................
4— ..................................... 3— .....................................
5— ..................................... 4— .....................................
6— .....................................
Artigo 74.º
Artigo 68.º
[…]
[…]
1 — As armas sujeitas a manifesto têm de estar mar-
1 — A admissão ou entrada e a circulação de armas
cadas com o nome ou marca de origem, número de
de aquisição condicionada, partes essenciais de armas
de fogo, munições, fulminantes, cartuchos ou invólucros série de fabrico, calibre e modelo, com excepção das
com fulminantes, punhos para armas de fogo longas e que foram fabricadas antes de 1950, que apenas têm
coronhas retrácteis ou rebatíveis procedentes de ou- de estar marcadas com o nome ou marca de origem e
tros Estados membros da União Europeia dependem número de série de fabrico.
de autorização prévia, quando exigida, nos termos dos 2 — As armas que não estejam marcadas em con-
números seguintes. formidade com o disposto no número anterior são
2— ..................................... marcadas com um código numérico e com punção
3— ..................................... da PSP.
4 — Cumpridos os requisitos dos números anteriores 3 — A marcação deve ser efectuada de molde a não
e após verificação por perito da PSP das características diminuir o valor patrimonial das armas.
dos bens referidos no n.º 1, é emitida uma autorização 4 — Cada embalagem de munições produzidas,
de transferência definitiva, por despacho do director comercializadas e utilizadas em Portugal tem de
nacional da PSP, de onde constem os elementos referidos ser marcada, de forma a identificar o fabricante,
no n.º 2 do artigo anterior. o calibre, o tipo de munição e o número de iden-
5— ..................................... tificação do lote, em conformidade com regras a
6 — Só podem ser admitidas em território nacional estabelecer por portaria do Ministério da Adminis-
as armas de fogo, reproduções de armas de fogo, armas tração Interna.
de salva ou alarme, armas de starter e munições homo-
logadas por despacho do director nacional da PSP, nos Artigo 75.º
termos do artigo 11.º-A. […]

Artigo 70.º 1— .....................................


2 — As armas que se inutilizem por completo são
[…]
entregues à PSP para efeitos de peritagem.
1— ..................................... 3 — Quando da peritagem resultar a reclassificação
2— ..................................... da arma como arma inutilizada, pode o respectivo pro-
3— ..................................... prietário requerer à PSP a sua devolução, quando titular
4— ..................................... de licença aplicável, ou a sua destruição.
2570 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

Artigo 77.º Artigo 80.º


[…] […]
1 — Os titulares de licenças e de alvarás previstos na 1— .....................................
presente lei ou aqueles a quem a respectiva lei orgânica 2 — As armas são depositadas nas instalações da PSP,
ou estatuto profissional atribui ou dispensa da licença da Guarda Nacional Republicana, da Polícia Judiciária
de uso e porte de arma são civilmente responsáveis, ou unidade militar que melhor garanta a sua segurança
independentemente da sua culpa, por danos causados e disponibilidade em todas as fases do processo, sem
a terceiros em consequência da utilização das armas de prejuízo do disposto em legislação especial aplicável
fogo que detenham ou do exercício da sua actividade. aos órgãos de polícia criminal.
2— ..................................... 3— .....................................
3 — Com excepção dos titulares de licenças E ou de 4— .....................................
licença especial, quando a arma não for da sua proprie- 5 — Compete à PSP, manter, organizar e disponibili-
dade, é obrigatória a celebração de contrato de seguro zar um ficheiro informático nacional de armas apreendi-
de responsabilidade civil com empresa seguradora me- das, proceder à sua análise estatística e técnica e difundir
diante o qual seja transferida a sua responsabilidade até informação às entidades nacionais e estrangeiras.
um capital mínimo a definir em portaria conjunta dos 6 — Todas as entidades que procedam à apreensão
Ministros das Finanças e da Administração Interna. de armas de fogo, independentemente do motivo que
4— ..................................... determinou a apreensão, comunicam a sua apreensão
5— ..................................... à PSP, para efeitos de centralização e tratamento de
6 — Os titulares de licenças e de alvarás previstos na informação, de acordo com as regras a estabelecer por
presente lei ou aqueles a quem a respectiva lei orgânica despacho dos membros do Governo competentes.
ou estatuto profissional atribui ou dispensa da licença 7 — Todas as armas apreendidas devem ser perita-
de uso e porte de arma, deverão fazer prova, a qualquer das, registadas as suas características e o seu estado de
momento e em sede de fiscalização, da existência de conservação, competindo à entidade à guarda de quem
seguro válido. ficam a sua conservação no estado em que se encontra-
vam à data da sua apreensão.
Artigo 78.º 8 — Do ficheiro informático referido no n.º 5 devem
[…]
constar, entre outros, os seguintes elementos:

1 — Sem prejuízo do disposto em legislação especial, a) Entidade apreensora;


todas as armas que, independentemente do motivo da b) Despacho judicial que determinou, ou validou a
entrega ou decisão, sejam declaradas perdidas a favor apreensão, com menção do número do processo e res-
do Estado, ficam depositadas à guarda da PSP, que pectivo tribunal.
promoverá o seu destino. Artigo 81.º
2 — As armas referidas no número anterior, desde […]
o momento do depósito à guarda da PSP até à decisão
Não é permitida a publicidade a armas, suas carac-
final, nomeadamente de destruição, venda, ou utilização
terísticas e aptidões, excepto em meios de divulgação
pelas forças de segurança, devem ser acompanhadas de
da especialidade, feiras de armas, feiras de caça, provas
registo documental, consultável a todo o tempo pelo
desportivas de tiro e, relativamente a armas longas,
interessado, do qual devem constar os seguintes ele-
mentos: feiras agrícolas, bem como a publicidade da venda em
leilão nos termos do artigo 79.º-A.
a) Identificação da pessoa, ou entidade, que procedeu
à entrega; Artigo 82.º
b) Motivo que determinou a entrega;
[…]
c) Agente que recepcionou a entrega e respectiva
esquadra; 1— .....................................
d) Características da arma, com referência à marca, 2— .....................................
modelo, calibre, condições de funcionalidade, estado de 3— .....................................
conservação e demais características relevantes; 4 — O achado, logo que disponibilizado pelas auto-
e) Fotografia da arma aquando do depósito, da qual ridades, se for susceptível de comércio ou manifesto,
deve ser facultada cópia à pessoa ou entidade que pro- será objecto de venda em leilão, revertendo o produto
cedeu à entrega; da venda para o achador, podendo este, em alternativa,
f) Decisão final quanto ao destino da arma. requerer o seu manifesto, se for titular da licença apli-
cável.
Artigo 79.º Artigo 84.º
Leilões de armas […]
1 — A Direcção Nacional da PSP organiza, pelo me- 1 — As competências atribuídas na presente lei ao
nos uma vez por ano, uma venda em leilão das armas director nacional da PSP podem ser delegadas e subde-
que tenham sido declaradas perdidas a favor do Estado, legadas nos termos da lei.
apreendidas ou achadas e que se encontrem em condi- 2 — Compete ao director nacional da PSP a emissão
ções de serem colocadas no comércio. de normas técnicas destinadas a estabelecer e harmo-
2— ..................................... nizar procedimentos operativos no âmbito do regime
3— ..................................... jurídico das armas e munições.
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2571

Artigo 85.º 3 — As penas aplicáveis a crimes cometidos com


[…]
arma são agravadas de um terço nos seus limites mí-
nimo e máximo, excepto se o porte ou uso de arma for
O disposto na presente lei relativamente ao certifi- elemento do respectivo tipo de crime ou a lei já previr
cado de aprovação para o uso e porte de armas de fogo agravação mais elevada para o crime, em função do uso
não é aplicável aos requerentes que, pela sua experiência ou porte de arma.
profissional nas Forças Armadas e nas forças e serviços 4 — Para os efeitos previstos no número anterior,
de segurança, tenham adquirido instrução própria no considera-se que o crime é cometido com arma quando
uso e manejo de armas de fogo que seja considerada qualquer comparticipante traga, no momento do crime,
adequada e bastante em certificado a emitir pelo co- arma aparente ou oculta prevista nas alíneas a) a d) do
mando ou direcção competente, nos termos da legislação n.º 1, mesmo que se encontre autorizado ou dentro das
regulamentar da presente lei. condições legais ou prescrições da autoridade compe-
tente.
Artigo 86.º 5 — Em caso algum pode ser excedido o limite má-
Detenção de arma proibida e crime cometido com arma ximo de 25 anos da pena de prisão.
1 — Quem, sem se encontrar autorizado, fora das Artigo 87.º
condições legais ou em contrário das prescrições da
Tráfico e mediação de armas
autoridade competente, detiver, transportar, importar,
transferir, guardar, comprar, adquirir a qualquer título 1— .....................................
ou por qualquer meio ou obtiver por fabrico, transfor- 2— .....................................
mação, importação, transferência ou exportação, usar 3— .....................................
ou trouxer consigo:
a) Equipamentos, meios militares e material de Artigo 88.º
guerra, arma biológica, arma química, arma radioac- […]
tiva ou susceptível de explosão nuclear, arma de fogo
automática, explosivo civil, engenho explosivo ou in- 1 — Quem, pelo menos por negligência, detiver,
cendiário improvisado é punido com pena de prisão transportar fora das condições de segurança previstas
de 2 a 8 anos; no artigo 41.º, usar ou portar arma com uma taxa de
b) Produtos ou substâncias que se destinem ou pos- álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l é punido
sam destinar, total ou parcialmente, a serem utilizados com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa
para o desenvolvimento, produção, manuseamento, até 360 dias.
accionamento, manutenção, armazenamento ou proli- 2 — Na mesma pena incorre quem, pelo menos por
feração de armas biológicas, armas químicas ou armas negligência, detiver, transportar fora das condições de
radioactivas ou susceptíveis de explosão nuclear, ou para segurança previstas no artigo 41.º, usar ou portar arma
o desenvolvimento, produção, manutenção ou armaze- não estando em condições de o fazer com segurança,
namento de engenhos susceptíveis de transportar essas por se encontrar sob a influência de substâncias estu-
armas, é punido com pena de prisão de 2 a 5 anos; pefacientes ou psicotrópicas ou produtos com efeito
c) Arma das classes B, B1, C e D, espingarda ou análogo perturbadores da aptidão física, mental ou psi-
carabina facilmente desmontável em componentes de cológica.
reduzida dimensão com vista à sua dissimulação, espin-
garda não modificada de cano de alma lisa inferior a Artigo 89.º
46 cm, arma de fogo dissimulada sob a forma de outro […]
objecto, ou arma de fogo transformada ou modificada,
é punido com pena de prisão de 1 a 5 anos ou com pena Quem, sem estar especificamente autorizado por le-
de multa até 600 dias; gítimo motivo de serviço ou pela autoridade legalmente
d) Arma da classe E, arma branca dissimulada sob competente, transportar, detiver, usar, distribuir ou for
a forma de outro objecto, faca de abertura automática, portador, em recintos desportivos ou religiosos, em
estilete, faca de borboleta, faca de arremesso, estrela zona de exclusão, em estabelecimentos ou locais onde
de lançar, boxers, outras armas brancas ou engenhos decorra manifestação cívica ou política, bem como em
ou instrumentos sem aplicação definida que possam estabelecimentos ou locais de diversão, feiras e merca-
ser usados como arma de agressão e o seu portador não dos, qualquer das armas previstas no n.º 1 do artigo 2.º,
justifique a sua posse, aerossóis de defesa não constan- bem como quaisquer munições, engenhos, instrumen-
tes da alínea a) do n.º 7 do artigo 3.º, armas lançadoras tos, mecanismos, produtos ou substâncias referidos no
de gases, bastão, bastão extensível, bastão eléctrico, artigo 86.º, é punido com pena de prisão até 5 anos ou
armas eléctricas não constantes da alínea b) do n.º 7 do com pena de multa até 600 dias, se pena mais grave lhe
artigo 3.º, quaisquer engenhos ou instrumentos cons- não couber por força de outra disposição legal.
truídos exclusivamente com o fim de serem utilizados
como arma de agressão, silenciador, partes essenciais Artigo 91.º
da arma de fogo, munições, bem como munições com […]
os respectivos projécteis expansivos, perfurantes, ex-
plosivos ou incendiários, é punido com pena de prisão 1 — Pode ser temporariamente interdita a frequência,
até 4 anos ou com pena de multa até 480 dias. participação ou entrada em estabelecimento de ensino,
recinto desportivo, estabelecimentos ou locais de diver-
2— ..................................... são, locais onde ocorra manifestação cultural, desportiva
2572 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

ou venatória, feira ou mercado, campo ou carreira de trar a exercer esta actividade é punido com coima
tiro, a quem for condenado: de € 20 000 a € 40 000.
4 — Quem exercer comércio electrónico de armas, mu-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
nições e acessórios da classe A e partes essenciais dessas
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
armas é punido com coima de € 2000 a € 20 000.
2— ..................................... 5 — Quem exercer comércio electrónico em viola-
3— ..................................... ção do disposto no artigo 50.º-A é punido com coima
4— ..................................... de € 1000 a € 10 000.
5— ..................................... 6 — Quem frequentar ou utilizar carreira ou campo
de tiro não licenciado, conhecendo ou devendo conhe-
Artigo 95.º cer, essa falta de licenciamento, é punido com coima
de € 500 a € 2000.
Responsabilidade criminal
das pessoas colectivas e equiparadas
Artigo 107.º
As pessoas colectivas e entidades equiparadas são […]
responsáveis, nos termos gerais, pelos crimes previstos
no n.º 1 do artigo 86.º e no artigo 87.º 1 — O agente ou autoridade policial procede à apre-
ensão da ou das armas de fogo, munições e respectivas
Artigo 97.º licenças e manifestos, emitindo documento de apreensão
com a descrição da ou das armas, munições e documen-
[…]
tação, quando:
Quem, sem se encontrar autorizado, fora das condi-
ções legais ou em contrário das prescrições da autori- a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
dade competente, detiver, transportar, importar, guardar, b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
comprar, adquirir a qualquer título ou por qualquer meio c) Se encontrarem fora das condições legais ou em
ou obtiver por fabrico, transformação, importação ou violação das prescrições da autoridade competente.
exportação, usar ou trouxer consigo reprodução de arma 2— .....................................
de fogo, arma de alarme, munições de salva ou alarme 3— .....................................
ou armas das classes F e G, é punido com uma coima 4— .....................................
de € 600 a € 6000.
Artigo 108.º
Artigo 98.º
[…]
[…]
1 — Sem prejuízo da cassação de licenças por au-
Quem, sendo titular de licença, detiver, usar ou for toridade judiciária, o director nacional da PSP pode
portador, transportar arma fora das condições legais, determinar a cassação:
afectar arma a actividade diversa da autorizada pelo
director nacional da PSP ou em violação das normas a) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
de conduta previstas na presente lei é punido com uma arma, quando o titular tenha sido condenado pela prática
coima de € 500 a € 5000. de crime doloso, cometido com uso de violência, em
pena superior a 1 ano de prisão;
Artigo 99.º b) Das licenças C e D obtidas com base na titularidade
de carta de caçador, quando o titular foi condenado pela
[…]
prática de infracção no exercício de acto venatório,
1 — Quem não observar o disposto: tendo-lhe sido interditado o direito de caçar ou cassada
a respectiva autorização, ou cessado, por caducidade, a
a) No n.º 3 do artigo 31.º e nos artigos 34.º e 35.º, é referida autorização;
punido com uma coima de € 250 a € 2500; c) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
b) No artigo 19.º-A, é punido com uma coima de arma, quando o titular for condenado por crime de maus
€ 500 a € 5000; tratos ao cônjuge ou a quem com ele viva em condições
c) No n.º 6 do artigo 11.º, no n.º 3 do artigo 18.º e análogas, aos filhos ou a menores ao seu cuidado, ou
nos n.os 1 e 3 do artigo 38.º, é punido com uma coima quando pelo mesmo crime foi determinada a suspensão
de € 600 a € 6000; provisória do processo de inquérito;
d) [Anterior alínea c).] d) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
2 — Quem proceder à alteração das características arma, quando ao titular for aplicada medida de coacção
das reproduções de armas de fogo para práticas recrea- de obrigação de não contactar com determinadas pessoas
tivas é punido com coima de € 500 a € 1000. ou não frequentar certos lugares ou certos meios;
e) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
Artigo 101.º arma, quando ao titular for aplicada a medida de suspen-
são provisória do processo de inquérito mediante a im-
[…]
posição de idênticas injunções ou regras de conduta;
1— ..................................... f) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
2— ..................................... arma, ao titular que utilizou a arma para fins não auto-
3 — Quem, não sendo titular de alvará para a rizados ou diferentes daqueles a que a mesma se destina
exploração de carreira ou campo de tiro, se encon- ou violou as normas de conduta do portador de arma;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2573

g) Da licença de tiro desportivo, quando tenha ces- Artigo 113.º


sado, por qualquer forma, a atinente licença federa- […]
tiva;
h) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte 1— .....................................
de arma, quando o titular contribuiu com culpa para o
furto ou extravio da arma; a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
i) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
arma, quando o titular contribuiu com culpa, na guarda, c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
segurança ou transporte da arma, para a criação de pe- d) Autorização de uso e porte de arma de defesa ‘mo-
rigo ou verificação de acidente. delo V’ e ‘modelo V-A’ transita para licença especial,
aplicando-se as mesmas regras que a esta relativamente
2 — Nos casos previstos no n.º 1 do artigo anterior é à caducidade e validade, bem como no que se refere aos
lavrado termo de cassação provisória que seguirá junta- requisitos previstos para a sua concessão;
mente com o expediente resultante da notícia do crime e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ou da contra-ordenação para os serviços do Ministério
Público ou para a PSP, respectivamente. 2— .....................................
3 — Nos casos previstos nas alíneas f), h) e i) do n.º 1 3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .»
e nos casos em que o titular de licença de tiro desportivo
tenha sido expulso da respectiva federação, a concessão Artigo 2.º
de nova licença só é autorizada decorridos cinco anos Aditamento à Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro
após a cassação e implica sempre a verificação de todos
os requisitos exigidos para a sua concessão. São aditados os artigos 11.º-A, 19.º-A, 50.º-A, 68.º-A,
4 — A Autoridade Florestal Nacional deve comunicar 79.º-A, 95.º -A, 99.º-A e 112.º-A à Lei n.º 5/2006, de
à Direcção Nacional da PSP, no prazo de 60 dias após 23 de Fevereiro, que aprova o novo regime jurídico das
a sua ocorrência, a cassação ou a caducidade da auto- armas e suas munições, na redacção que lhe foi dada
rização para a prática de actos venatórios, bem como pela Lei n.º 59/2007, de 4 de Setembro, com a seguinte
todas as interdições efectivas do direito de caçar de que redacção:
tenha conhecimento.
5 — Para efeitos do disposto nas alíneas a), c), d) «Artigo 11.º-A
e e) do n.º 1, a cassação não ocorrerá se, observado o Homologação
procedimento previsto no n.º 3 do artigo 14.º, instaurado
pelo interessado até 30 dias após o trânsito em julgado 1 — São sujeitas a homologação, mediante catálogo
da condenação, medida de coacção fixada ou da deci- a publicar anualmente pela PSP, as armas de fogo, re-
são da suspensão provisória do processo de inquérito, produções de armas de fogo, armas de salva ou alarme,
houver reconhecimento judicial da idoneidade do titular armas de starter e munições destinadas a venda, aqui-
para a sua manutenção. sição, cedência, detenção, importação, exportação e
6 — Para efeitos do disposto nas alíneas f), h) e i) transferência.
do n.º 1 e nos casos em que o titular de licença de tiro 2 — Para fins de homologação de armas de fogo,
desportivo tenha sido expulso da respectiva federação, reproduções de armas de fogo, armas de salva ou alarme,
a PSP instaura um processo de inquérito com todos os armas de starter e munições, que não constem do ca-
elementos atinentes ao fundamento da cassação relativos tálogo referido no n.º 1, o interessado submete reque-
à infracção e outros considerados necessários. rimento ao director nacional da PSP, sendo o processo
7 — A cassação da licença implica a sua entrega instruído com a descrição técnica pormenorizada da
na PSP, acompanhada da arma ou armas que a mesma arma e munições e com catálogo fotográfico, em mo-
autoriza e respectivos documentos inerentes, no prazo delo e condições a definir por despacho do director
de 15 dias após a notificação do despacho, sob pena de nacional da PSP.
cometimento de crime de desobediência qualificada. 3 — É proibida a importação, exportação, transferên-
8 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, cia e comércio, em território nacional, de armas de fogo,
no prazo de 180 dias após o depósito ou após a data em reproduções de armas de fogo, armas de salva ou alarme,
que a decisão se tornar definitiva, pode o interessado armas de starter e munições não homologadas.
proceder à transmissão da arma, remetendo à PSP o
respectivo comprovativo. Artigo 19.º-A
9 — Findo o prazo referido no número anterior, a Licença para menores
arma é declarada perdida a favor do Estado.
Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 15.º,
Artigo 109.º aos menores com a idade mínima de 16 anos pode ser
autorizado o uso e porte de armas da classe D, para a
[…]
prática de actos venatórios de caça maior ou menor,
1— ..................................... desde que acompanhados no mesmo acto cinegético por
2— ..................................... quem exerce a responsabilidade parental ou, mediante
3— ..................................... autorização escrita deste e sendo portadores desta au-
4 — Compete ainda à PSP a verificação dos bens pre- torização, por qualquer pessoa habilitada com licença
vistos na presente lei e que se encontrem em trânsito nas para a prática do acto venatório, identificada naquela
zonas portuárias e aeroportuárias internacionais, com autorização, que seja simultaneamente proprietária da
a possibilidade de abertura de volumes e contentores, arma utilizada pelo menor e titular da licença corres-
para avaliação do seu destino e proveniência. pondente.
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Artigo 50.º-A 5 — Os bens destinados a leilão devem estar expos-


Comércio electrónico
tos para exame dos interessados, durante os cinco dias
anteriores à data prevista para a sua venda em leilão,
1 — É permitido aos armeiros o comércio electró- devendo, para o efeito, os interessados solicitar infor-
nico de bens que recaiam no âmbito do seu alvará, com mação a uma qualquer esquadra da PSP, sobre o local
excepção de armas, munições e acessórios da classe A e hora onde podem examinar os bens.
e partes essenciais dessas armas. 6 — A publicitação através da Internet faz-se me-
2 — O comércio electrónico não dispensa que a diante a publicação, em destaque, no sítio oficial da
aquisição de bens permitidos ao abrigo da presente lei PSP, do anúncio referido no n.º 3, durante os 15 dias
seja titulada pelos originais ou fotocópias autenticadas que antecedem o leilão.
dos documentos necessários para a sua realização, nem 7 — A publicação de anúncios poderá não ter lu-
que a sua entrega seja efectuada no estabelecimento gar quando o departamento responsável pela venda
de armeiro, cujo alvará permita a referida transacção, considere justificadamente os bens de reduzido valor,
mantendo-se as obrigações do n.º 2 do artigo 52.º procedendo-se, porém, sempre, à afixação de editais e
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, não à publicitação através da Internet.
é admissível a apresentação de fotocópias autenticadas 8 — No que não esteja expressamente previsto na
de autorizações prévias de importação, exportação ou presente lei, à venda das armas aplicar-se-á, com as
de transferência. necessárias adaptações, o disposto nos artigos 248.º e
seguintes do Código de Procedimento e de Processo
Artigo 68.º-A Tributário.
Transferência temporária
Artigo 95.º-A
Detenção e prisão preventiva
1 — O director nacional da PSP pode autorizar pre-
viamente a transferência temporária de: 1 — Há lugar à detenção em flagrante delito pelos
crimes previstos nos artigos 86.º, 87.º e 89.º da presente
a) Armas e partes essenciais de armas de aquisição lei e pelos crimes cometidos com arma puníveis com
condicionada, destinadas a práticas venatórias e com- pena de prisão.
petições desportivas; 2 — A detenção prevista no número anterior deve
b) Armas e partes essenciais de armas de aquisição manter-se até o detido ser apresentado a audiência
condicionada, destinadas a feiras da especialidade, feiras de julgamento sob a forma sumária ou a primeiro
agrícolas ou de coleccionadores, exposições, mostruá- interrogatório judicial para eventual aplicação de
rios e demonstrações; medida de coacção ou de garantia patrimonial, sem
c) Armas e partes essenciais de armas de aquisição prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 143.º, no n.º 1
condicionada, com vista à sua alteração ou reparação. do artigo 261.º, no n.º 3 do artigo 382.º e no n.º 2 do
2 — O requerimento será formulado pelos proprietá- artigo 385.º do Código de Processo Penal.
rios, fabricantes, armeiros, agentes comerciais e entida- 3 — Fora de flagrante delito, a detenção pelos crimes
des que promovem as iniciativas referidas no n.º 1. previstos no n.º 1 pode ser efectuada por mandado do
3 — Da autorização constam a classe, tipo, marca, juiz ou, nos casos em que for admissível prisão preven-
modelo, calibre, número de série de fabrico e demais tiva, do Ministério Público.
características da arma ou munições, e as suas quantida- 4 — As autoridades de polícia criminal podem também
des, o prazo de permanência ou ausência do País, bem ordenar a detenção fora de flagrante delito, por iniciativa
como as regras de segurança a observar. própria, nos casos previstos na lei, e devem fazê-lo se
4 — A autorização prevista na alínea a) do no n.º 1 houver perigo de continuação da actividade criminosa.
é dispensada aos titulares do cartão europeu de arma 5 — É aplicável ao arguido a prisão preventiva
de fogo, desde que nele estejam averbadas as armas a quando houver fortes indícios da prática de crime doloso
transferir. previsto no n.º 1, punível com pena de prisão no máximo
superior a 3 anos, verificadas as demais condições de
Artigo 79.º-A aplicação da medida.
Publicidade da venda em leilão Artigo 99.º-A
1 — Quando decidida a venda em leilão, como des- Violação específica de norma de conduta atinente
tino das armas, procede-se à respectiva publicitação, à renovação de licença de uso e porte de arma
mediante editais, anúncios e divulgação através da In-
1 — Quem, sendo detentor de arma, deixar caducar
ternet.
a sua licença de uso e porte de arma, tendo ou não
2 — Os editais são afixados, com a antecipação de
posteriormente promovido a tramitação necessária à
10 dias úteis, na porta de cada um dos comandos dis-
sua legalização prevista nos n.os 1 e 3 do artigo 29.º, é
tritais da PSP.
punido com coima de € 250 a € 2500.
3 — Os anúncios são publicados, com a antecipação
2 — A detenção de arma, verificada a caducidade da
referida no número anterior, num dos jornais mais lidos
licença de uso e porte de arma sem que tenha sido promo-
de expressão nacional.
vida a sua renovação, requerida nova licença aplicável no
4 — Em todos os meios de publicitação da venda
prazo previsto no n.º 1 do artigo 29.º ou solicitada a sua
incluem-se, para que permita a sua fácil compreensão,
titularidade ao abrigo de outra licença aplicável conforme
as seguintes indicações:
o disposto no n.º 3 do artigo 29.º, é considerada detenção
a) Número de armas por cada classe; de arma fora das condições legais, para efeitos do disposto
b) Local, data e hora da venda em leilão. no n.º 1 do artigo 86.º e do artigo 97.º
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2575

Artigo 112.º-A Artigo 7.º


Reclassificação de armas Norma revogatória
1 — As armas que, no âmbito da presente lei, venham São revogados o n.º 5 do artigo 30.º, o n.º 4 do ar-
a ser reclassificadas só podem ser detidas e utilizadas tigo 62.º e o anexo a que se referia o n.º 3 do artigo 1.º
nos termos permitidos pela presente lei. da presente lei, na sua redacção original.
2 — Se o titular da arma reclassificada não a puder
deter e utilizar no âmbito da presente lei, tem o prazo Artigo 8.º
de seis meses para proceder à sua venda ou inutilização,
Entrada em vigor
sob pena de a mesma ser declarada perdida a favor do
Estado.» 1 — A presente lei entra em vigor 30 dias após a sua
Artigo 3.º publicação.
Alteração à sistemática da Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro 2 — O artigo 11.º-A entra em vigor um ano após a pu-
blicação da presente lei.
1 — O capítulo II da Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro,
passa a denominar-se «Homologação, licenças para uso e Aprovada em 19 de Março de 2009.
porte de armas ou sua detenção». O Presidente da Assembleia da República, Jaime
2 — A secção I do capítulo II da Lei n.º 5/2006, de Gama.
23 de Fevereiro, passa a denominar-se «Homologação,
tipos de licença e atribuição». Promulgada em 21 de Abril de 2009.
Publique-se.
Artigo 4.º
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Republicação
Referendada em 22 de Abril de 2009.
É republicada, em anexo à presente lei, da qual faz parte
integrante, a Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro, com a re- O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
dacção actual, sem prejuízo da caducidade do disposto no de Sousa.
artigo 112.º, nos n.os 2 e 3 do artigo 113.º, nos artigos 115.º
e 117.º e nas alíneas a) e b) do artigo 119.º da mesma. ANEXO

Artigo 5.º Republicação da Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro

Disposições transitórias
CAPÍTULO I
1 — As armas classificadas ao abrigo da anterior redac-
ção do n.º 3 do artigo 1.º, como utilizando munições de Disposições gerais
calibre obsoleto, que não forem abrangidas pela portaria
do Ministério da Administração Interna a que se refere a
SECÇÃO I
actual redacção do n.º 3 do artigo 1.º, devem ser mani-
festadas no prazo de seis meses a contar da publicação Objecto, âmbito, definições legais e classificação das armas
daquela portaria.
2 — Quem detiver entre três a cinco armas das Artigo 1.º
classes C e D, fica obrigado a observar as condições
Objecto e âmbito
de guarda das armas a que se refere o artigo 32.º, no
prazo de três meses a partir da entrada em vigor da 1 — A presente lei estabelece o regime jurídico relativo
presente lei. ao fabrico, montagem, reparação, importação, exportação,
3 — Quem desenvolver as actividades compreendidas transferência, armazenamento, circulação, comércio, aqui-
nas alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo 48.º fica obrigado a sição, cedência, detenção, manifesto, guarda, segurança,
requerer o respectivo alvará de armeiro no prazo de seis uso e porte de armas, seus componentes e munições, bem
meses a partir da entrada em vigor da presente lei. como o enquadramento legal das operações especiais de
4 — Quem detiver munições cujo número exceda os prevenção criminal.
limites previstos no artigo 35.º da presente lei, deverá obe- 2 — Ficam excluídas do âmbito de aplicação da presente
decer aos limites previstos no referido artigo, no prazo de lei as actividades relativas a armas e munições destinadas
três meses a partir da entrada em vigor da presente lei. às Forças Armadas, às forças e serviços de segurança, bem
como a outros serviços públicos cuja lei expressamente as
Artigo 6.º exclua, bem como aquelas que se destinem exclusivamente
Regulamentação a fins militares.
3 — Ficam ainda excluídas do âmbito de aplicação da
São aprovadas por portaria do Ministério da Adminis- presente lei as actividades referidas no n.º 1 relativas a
tração Interna, a publicar no prazo de 180 dias, as normas armas de fogo e munições cuja data de fabrico seja anterior
relativas às seguintes matérias: a 1 de Janeiro de 1891, bem como aquelas que utilizem
a) A lista das armas obsoletas a que se refere o n.º 3 munições obsoletas, constantes de portaria do Ministério
do artigo 1.º; da Administração Interna ou que obtenham essa classifi-
b) A marcação das embalagens de munições a que se cação por peritagem individual da Polícia de Segurança
refere o n.º 4 do artigo 74.º Pública (PSP).
2576 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

4 — Ficam também excluídos do âmbito de aplicação de protecção ou outro de carácter pacífico e que se mostrem
da presente lei: nocivos ou letais para a vida;
m) «Arma branca» todo o objecto ou instrumento por-
a) As espadas, sabres, espadins, baionetas e outras ar- tátil dotado de uma lâmina ou outra superfície cortante,
mas tradicionalmente destinados a honras e cerimoniais perfurante, ou corto-contundente, de comprimento igual
militares ou a outras cerimónias oficiais; ou superior a 10 cm e, independentemente das suas dimen-
b) Os marcadores de paintball, respectivas partes e sões, as facas borboleta, as facas de abertura automática ou
acessórios. de ponta e mola, as facas de arremesso, os estiletes com
lâmina ou haste e todos os objectos destinados a lançar
5 — A detenção, uso e porte de arma por militares dos lâminas, flechas ou virotões;
quadros permanentes das Forças Armadas e por membros n) «Arma de carregamento pela boca» a arma de fogo
das forças e serviços de segurança são regulados por lei em que a culatra não pode ser aberta manualmente e o
própria. carregamento da carga propulsora e do projéctil só podem
ser efectuados pela boca do cano, no caso das armas de
Artigo 2.º um ou mais canos, e pela boca das câmaras, nas armas
Definições legais equipadas com tambor, considerando-se equiparadas às de
carregamento pela boca as armas que, tendo uma culatra
Para efeitos do disposto na presente lei e sua regula- móvel, não podem disparar senão cartucho combustível,
mentação e com vista a uma uniformização conceptual, sendo o sistema de ignição colocado separadamente no
entende-se por: exterior da câmara;
1 — Tipos de armas: o) «Arma eléctrica» todo o sistema portátil alimentado
a) «Aerossol de defesa» todo o contentor portátil de por fonte energética e destinado unicamente a produzir
gases comprimidos cujo destino seja unicamente o de descarga eléctrica momentaneamente neutralizante da ca-
produzir descargas de gases momentaneamente neutra- pacidade motora humana, não podendo, pela sua apresen-
lizantes da capacidade agressora, não podendo pela sua tação e características, ser confundida com outras armas
apresentação e características ser confundido com outras ou dissimular o fim a que se destina;
armas ou dissimular o fim a que se destina; p) «Arma de fogo» todo o engenho ou mecanismo
b) «Arco» a arma branca destinada a lançar flechas portátil destinado a provocar a deflagração de uma carga
mediante o uso da força muscular; propulsora geradora de uma massa de gases cuja expansão
c) «Arma de acção dupla» a arma de fogo que pode impele um ou mais projécteis;
ser disparada efectuando apenas a operação de accionar q) «Arma de fogo curta» a arma de fogo cujo cano
não exceda 30 cm ou cujo comprimento total não exceda
o gatilho;
60 cm;
d) «Arma de acção simples» a arma de fogo que é dis-
r) «Arma de fogo inutilizada» a arma de fogo a que foi
parada mediante duas operações constituídas pelo armar
retirada ou inutilizada peça ou parte essencial para obter o
manual do mecanismo de disparo e pelo accionar do ga- disparo do projéctil e que seja acompanhada de certificado
tilho; de inutilização emitido ou reconhecido pela Direcção Na-
e) «Arma de alarme ou salva» o dispositivo com a con- cional da Polícia de Segurança Pública (PSP);
figuração de uma arma de fogo destinado unicamente a s) «Arma de fogo longa» qualquer arma de fogo com
produzir um efeito sonoro semelhante ao produzido por exclusão das armas de fogo curtas;
aquela no momento do disparo; t) «Arma de fogo desactivada» a arma de fogo a que
f) «Arma de ar comprimido» a arma accionada por ar ou foi retirada peça ou peças necessárias para obter o disparo
outro gás comprimido, com cano de alma lisa ou estriada, do projéctil;
destinada a lançar projéctil metálico; u) «Arma de fogo obsoleta» a arma de fogo excluída do
g) «Arma de ar comprimido desportiva» a arma de ar âmbito de aplicação da lei por ser de fabrico anterior a 1 de
comprimido reconhecida por uma federação desportiva Janeiro de 1891, bem como aquelas que, sendo de fabrico
como adequada para a prática de tiro desportivo, nos termos posterior àquela data, utilizem munições obsoletas cons-
do disposto na respectiva lei; tantes da lista de calibres obsoletos publicada em portaria
h) «Arma de ar comprimido de aquisição condicionada» do Ministério da Administração Interna ou que obtenham
a arma de ar comprimido capaz de propulsar projécteis de essa classificação por peritagem individual da PSP;
calibre superior a 5,5 mm e as de qualquer calibre, capazes v) «Arma de fogo modificada» a arma de fogo que,
de propulsar projécteis, cuja energia cinética, medida à mediante uma intervenção não autorizada de qualquer
boca do cano, seja igual ou superior a 24 J; tipo, sofreu alterações das suas partes essenciais, marcas e
i) «Arma de ar comprimido de aquisição livre» a arma de numerações de origem, ou aquela cuja coronha tenha sido
ar comprimido, de calibre até 5,5 mm, capaz de propulsar reduzida de forma relevante na sua dimensão a um punho
projécteis, cuja energia cinética, medida à boca do cano, ou substituída por outra telescópica ou rebatível;
seja inferior a 24 J; x) «Arma de fogo transformada» o dispositivo que,
j) «Arma automática» a arma de fogo que, mediante mediante uma intervenção mecânica modificadora, obteve
uma única acção sobre o gatilho ou disparador, faz uma características que lhe permitem funcionar como arma de
série contínua de vários disparos; fogo;
l) «Arma biológica» o engenho susceptível de libertar z) «Arma lançadora de gases» o dispositivo portátil
ou de provocar contaminação por agentes microbiológi- destinado a lançar gases por um cano;
cos ou outros agentes biológicos, bem como toxinas, seja aa) «Arma lança-cabos» o mecanismo portátil com a
qual for a sua origem ou modo de produção, de tipos e em configuração de uma arma de fogo, destinado unicamente
quantidades que não sejam destinados a fins profilácticos a lançar linha ou cabo;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2577

ab) «Arma química» o engenho ou qualquer equipa- aq) «Carabina» a arma de fogo longa com cano de alma
mento, munição ou dispositivo especificamente concebido estriada;
para libertar produtos tóxicos e seus precursores que pela ar) «Espingarda» a arma de fogo longa com cano de
sua acção química sobre os processos vitais possa causar alma lisa;
a morte ou lesões em seres vivos; as) «Estilete» a arma branca, ou instrumento com con-
ac) «Arma radioactiva ou susceptível de explosão nu- figuração de arma branca, composta por uma haste perfu-
clear» o engenho ou produto susceptível de provocar uma rante sem gumes e por um punho;
explosão por fissão ou fusão nuclear ou libertação de partí- at) «Estrela de lançar» a arma branca, ou instrumento
culas radioactivas ou ainda susceptível de, por outra forma, com configuração de arma branca, em forma de estrela
difundir tal tipo de partículas; com pontas cortantes que se destina a ser arremessada
ad) «Arma de repetição» a arma de fogo com depósito manualmente;
fixo ou com carregador amovível que, após cada disparo, au) «Faca de arremesso» a arma branca, ou instrumento
é recarregada pela acção do atirador sobre um mecanismo com configuração de arma branca, composta por uma
que transporta e introduz na câmara nova munição, retirada lâmina integrando uma zona de corte e perfuração e outra
do depósito ou do carregador ou que posiciona a câmara destinada a ser empunhada ou a servir de contrapeso com
para ser disparada a munição que contém; vista a ser lançada manualmente;
ae) «Arma semiautomática» a arma de fogo com depó- av) «Faca de borboleta» a arma branca, ou instrumento
sito fixo ou com carregador amovível que, após cada dis- com configuração de arma branca, composta por uma
paro, se carrega automaticamente e que não pode, mediante lâmina articulada num cabo ou empunhadura dividido
uma única acção sobre o gatilho, fazer mais de um disparo; longitudinalmente em duas partes também articuladas entre
af) «Arma de sinalização» o mecanismo portátil com si, de tal forma que a abertura da lâmina pode ser obtida
a configuração de arma de fogo destinado a lançar um instantaneamente por um movimento rápido de uma só
dispositivo pirotécnico de sinalização, cujas características mão;
excluem a conversão para o tiro de qualquer outro tipo de ax) «Faca de abertura automática ou faca de ponta e
projéctil; mola» a arma branca, ou instrumento com configuração de
ag) «Reprodução de arma de fogo para práticas recrea- arma branca, composta por um cabo ou empunhadura que
tivas» o mecanismo portátil com a configuração de arma encerra uma lâmina, cuja disponibilidade pode ser obtida
de fogo das classes A, B, B1, C e D, pintado com cor instantaneamente por acção de uma mola sob tensão ou
fluorescente, amarela ou encarnada, indelével, claramente outro sistema equivalente;
visível quando empunhado, em 5 cm a contar da boca do az) «Pistola» a arma de fogo curta, de tiro a tiro, de
cano e na totalidade do punho, caso se trate de arma curta, repetição ou semiautomática;
ou em 10 cm a contar da boca do cano e na totalidade da aaa) «Pistola-metralhadora» a arma de fogo automática,
coronha, caso se trate de arma longa, por forma a não ser compacta, que utiliza munições para arma de fogo curta;
susceptível de confusão com as armas das mesmas classes, aab) «Réplica de arma de fogo» a arma de fogo de car-
apto unicamente a disparar esfera não metálica cuja ener- regamento pela boca, apta a disparar um ou mais projécteis,
gia à saída da boca do cano não seja superior a 1,3 J para utilizando carga de pólvora preta ou similar, que não seja
calibres inferiores ou iguais a 6 mm e munições compactas classificada no âmbito do n.º 3 do artigo 1.º;
ou a 13 J para outros calibres e munições compostas por aac) «Reprodução de arma de fogo» o mecanismo por-
substâncias gelatinosas; tátil com a configuração de uma arma de fogo que, pela sua
ah) «Marcador de paintball» o mecanismo portátil pro- apresentação e características, possa ser confundida com as
pulsionado a ar comprimido, apto unicamente a disparar armas previstas nas classes A, B, B1, C e D, com exclusão
esfera não metálica constituída por tinta hidrossolúvel das reproduções de arma de fogo para práticas recreativas,
e biodegradável não poluente contida em invólucro de das armas de alarme ou de salva não transformáveis e das
gelatina, cuja energia à saída da boca do cano não seja armas de starter;
superior a 13 J; aad) «Revólver» a arma de fogo curta, de repetição,
ai) «Arma submarina» a arma branca destinada unica- com depósito constituído por tambor contendo várias câ-
mente a disparar arpão quando submersa em água; maras;
aj) «Arma de tiro a tiro» a arma de fogo sem depósito ou aae) «Arma de starter» o dispositivo tecnicamente não
carregador, de um ou mais canos, que é carregada mediante susceptível de ser transformado em arma de fogo, com a
a introdução manual de uma munição em cada câmara ou configuração de arma de fogo, destinado unicamente a
câmaras ou em compartimento situado à entrada destas; produzir um efeito sonoro, para ser utilizado em activida-
al) «Arma veterinária» o mecanismo portátil com a des desportivas e treinos de caça;
configuração de uma arma de fogo destinado unicamente aaf) «Arma com configuração de armamento militar»
a disparar projéctil de injecção de anestésicos ou outros a arma de fogo que, pela sua configuração ou caracte-
produtos veterinários sobre animais; rísticas técnicas, seja susceptível de ser confundida com
am) «Bastão eléctrico» a arma eléctrica com a forma equipamentos, meios militares e material de guerra ou
classificada como tal.
de um bastão;
an) «Bastão extensível» o instrumento portátil telescó-
pico, rígido ou flexível, destinado a ser empunhado como 2 — Partes das armas de fogo:
meio de agressão ou defesa; a) «Alma do cano» a superfície interior do cano entre
ao) «Besta» a arma branca dotada de mecanismo de a câmara e a boca;
disparo que se destina exclusivamente a lançar virotão; b) «Alma estriada» a superfície interior do cano com
ap) «Boxer» o instrumento metálico ou de outro mate- sulcos helicoidais ou outra configuração em espiral, que
rial duro destinado a ser empunhado e a ampliar o efeito permite conferir rotação ao projéctil, dotando-o de esta-
resultante de uma agressão; bilidade giroscópica;
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c) «Alma lisa» a superfície interior do cano não dotada cano pelos gases resultantes da deflagração de uma carga
de qualquer dispositivo destinado a imprimir movimento propulsora ou outro sistema de propulsão;
de rotação ao projéctil; b) «Calibre da arma» a denominação da munição para
d) «Báscula» parte da arma de fogo em que se articula o que a arma é fabricada;
cano ou canos e que obtura a câmara ou câmaras fazendo c) «Calibre do cano» o diâmetro interior do cano, ex-
o efeito de culatra; presso em milímetros ou polegadas, correspondendo, nos
e) «Boca do cano» a extremidade da alma do cano por canos de alma estriada, ao diâmetro de brocagem antes de
onde sai o projéctil; abertas as estrias, ou equivalente a este diâmetro no caso
f) «Caixa da culatra» a parte da arma onde está contida de outros processos de fabrico;
e se movimenta a culatra; d) «Carga propulsora ou carga de pólvora» a carga de
g) «Câmara» a parte do cano ou, nos revólveres, a ca- composto químico usada para carregar as munições ou a
vidade do tambor onde se introduz a munição; carga de pólvora preta ou substância similar usada para
h) «Cano» a parte da arma constituída por um tubo carregar as armas de carregamento pela boca;
destinado a guiar o projéctil no momento do disparo; e) «Cartucho» o recipiente metálico, plástico ou de
i) «Cão» a peça de um mecanismo de percussão que vários materiais, que se destina a conter o fulminante, a
contém ou bate no percutor com vista ao disparo da mu- carga propulsora, a bucha e a carga de múltiplos projécteis,
nição; ou o projéctil único, para utilização em armas de fogo com
j) «Carcaça» a parte da arma curta de que faz parte cano de alma lisa;
ou onde se fixa o punho e que encerra o mecanismo de f) «Bucha» a parte componente de uma munição em
disparo; plástico ou outro material, destinada a separar a carga
l) «Carregador» o contentor amovível onde estão alo- propulsora do projéctil ou múltiplos projécteis, podendo
jadas as munições numa arma de fogo; também incorporar um recipiente que contém projécteis;
m) «Coronha» a parte de uma arma de fogo que se des- g) «Cartucho carregado» a munição para arma de fogo
tina a permitir o seu apoio no ombro do atirador; com cano de alma lisa contendo todos os seus componentes
n) «Corrediça» a parte da arma automática ou semiau- em condições de ser disparado;
tomática que integra a culatra e que se movimenta em h) «Cartucho vazio» o cartucho para arma de fogo com
calhas sobre a carcaça; cano de alma lisa não contendo nenhum dos componentes
o) «Culatra» a parte da arma de fogo que obtura a ex- necessários ao disparo;
tremidade do cano onde se localiza a câmara; i) «Cartucho de letalidade reduzida» o cartucho car-
p) «Depósito» o compartimento inamovível de uma regado com projéctil ou carga de projéctil não metálicos
arma de fogo onde estão alojadas as munições; com vista a não ser letal;
q) «Gatilho ou cauda do gatilho» a peça do mecanismo j) «Cartucho carregado com bala» a munição carregada
de disparo que, quando accionada pelo atirador, provoca com projéctil único, para arma com cano de alma lisa, ou
o disparo; arma com cano raiado para utilização de munições para
r) «Guarda-mato» a peça que protege o gatilho de ac- arma com cano de alma lisa;
cionamento acidental; l) «Chumbos de caça» os projécteis, com diâmetro até
s) «Mecanismo de disparo» o sistema mecânico ou 4,5 mm, com que se carregam os cartuchos de caça;
outro que, quando accionado através do gatilho, provoca m) «Componentes para recarga» os cartuchos, invólu-
o disparo; cros, fulminantes ou escorvas, carga propulsora e projécteis
t) «Mecanismo de travamento» o conjunto de peças para munições de armas de fogo;
destinado a bloquear a culatra móvel na posição de obtu- n) «Fulminante ou escorva» o componente da munição
ração da câmara; composto por uma cápsula que contém mistura explosiva, a
u) «Partes essenciais da arma de fogo» nos revólveres, qual, quando deflagrada, provoca uma chama intensa desti-
o cano, o tambor e a carcaça, nas restantes armas de fogo, nada a inflamar a carga propulsora da munição, não fazendo
o cano, a culatra, a caixa da culatra ou corrediça, a báscula parte da munição nas armas de carregamento pela boca;
e a carcaça; o) «Invólucro» o recipiente metálico, de plástico ou
v) «Percutor» a peça de um mecanismo de disparo de outro material, que se destina a conter o fulminante,
que acciona a munição, por impacte na escorva ou ful- a carga propulsora e o projéctil para utilização em armas
minante; com cano de alma estriada;
x) «Punho» a parte da arma de fogo que é agarrada pela p) «Munição de arma de fogo» o cartucho ou invólucro
mão que dispara; ou outro dispositivo contendo o conjunto de componentes
z) «Silenciador» o acessório que se aplica sobre a boca que permitem o disparo do projéctil ou de múltiplos pro-
do cano de uma arma destinado a eliminar ou reduzir o jécteis, quando introduzidos numa arma de fogo;
ruído resultante do disparo; q) «Munição com projéctil desintegrável» a munição
aa) «Tambor» a parte de um revólver constituída por cujo projéctil é fabricado com o objectivo de se desintegrar
um conjunto de câmaras que formam um depósito rotativo no impacte com qualquer superfície ou objecto duro;
de munições;
r) «Munição com projéctil expansivo» a munição cujo
ab) «Sistema de segurança de arma» mecanismo da
projéctil é fabricado com o objectivo de expandir no im-
arma que pode ser accionado pelo atirador, destinado a
pacte com um corpo sólido;
impedir o seu disparo quando actuado o gatilho.
s) «Munição com projéctil explosivo» a munição com
projéctil contendo uma carga que explode no momento
3 — Munições das armas de fogo e seus componen-
do impacte;
tes:
t) «Munição com projéctil incendiário» a munição com
a) «Bala ou projéctil» a parte componente de uma muni- projéctil contendo um composto químico que se inflama
ção ou carregamento que se destina a ser lançada através do em contacto com o ar ou no momento do impacte;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2579

u) «Munição com projéctil encamisado» a munição com c) «Cedência a título de empréstimo» a entrega de arma
projéctil designado internacionalmente como full metal a terceiro, para que este se sirva dela durante certo período,
jacket (FMJ), com camisa metálica que cobre o núcleo em com a obrigação de a restituir findo o mesmo, saindo a
toda a sua extensão, com excepção, ou não, da base; arma da esfera de disponibilidade do seu proprietário;
v) «Munição com projéctil perfurante» a munição com d) «Carreira de tiro» a instalação interior ou exterior,
projéctil destinado a perfurar alvos duros e resistentes; funcional e exclusivamente destinada à prática de tiro com
x) «Munição com projéctil tracejante» a munição com arma de fogo carregada com munição de projéctil único;
projéctil que contém uma substância pirotécnica destinada e) «Casa forte ou fortificada» a construção ou compar-
a produzir chama, ou chama e fumo, de forma a tornar timento de uso exclusivo do portador ou detentor, integral-
visível a sua trajectória; mente edificada em betão, ou alvenaria, ou com paredes,
z) «Munição com projéctil cilíndrico» a munição de- soalho e tecto reforçados com malha ou estrutura metálica,
signada internacionalmente como wadcutter de projéctil sendo em todos os casos dotado de porta de segurança
cilíndrico ou de ponta achatada, destinada a ser usada em com fechadura de trancas e, caso existam, janelas com
tiro desportivo, provocando no alvo um orifício de con- grades metálicas;
torno bem definido; f) «Data de fabrico de arma» o ano em que a arma foi
aa) «Munição obsoleta» a munição de fabrico anterior produzida ou, sendo desconhecido, quando iniciada a sua
a 1 de Janeiro de 1891, ou posterior a essa data, que tenha produção;
deixado de ser produzida industrialmente e que não é co- g) «Detenção de arma», o facto de ter em seu poder ou
mercializada há pelo menos 40 anos; na sua esfera de disponibilidade uma arma;
ab) «Percussão anelar ou lateral» o sistema de ignição h) «Disparo de advertência» o acto voluntário de dis-
de uma munição em que o percutor actua sobre um ponto parar uma arma apontada para zona livre de pessoas e
periférico relativamente ao centro da base da mesma; bens;
ac) «Percussão central» o sistema de ignição de uma i) «Equipamentos, meios militares e material de guerra»
munição em que o percutor actua sobre a escorva ou ful- os equipamentos, armas, engenhos, instrumentos, produtos
minante aplicado no centro da base do invólucro; ou substâncias fabricados para fins militares e utilizados
ad) «Zagalotes» os projécteis, com diâmetro superior pelas Forças Armadas e forças e serviços de segurança;
a 4,5 mm, que fazem parte de um conjunto de múltiplos j) «Estabelecimento de diversão nocturna» entre as 0 e
projécteis para serem disparados em armas de fogo com as 9 horas, todos os locais públicos ou privados, constru-
cano de alma lisa; ídos ou adaptados para o efeito, na sequência ou não de
ae) «Munição de salva ou alarme» a munição sem pro- um processo de licenciamento municipal, que se encon-
jéctil e destinada unicamente a produzir um efeito sonoro trem a funcionar essencialmente como bares, discotecas
no momento do disparo. e similares, salas de jogos eléctricos ou manuais e feiras
de diversão;
4 — Funcionamento das armas de fogo: l) «Explosivo civil» todas as substâncias ou produtos
explosivos cujo fabrico, comércio, transferência, importa-
a) «Arma de fogo carregada» a arma de fogo que tenha
ção e utilização estejam sujeitos a autorização concedida
uma munição introduzida na câmara e a arma de carregar
pela autoridade competente;
pela boca em que seja introduzida carga propulsora, ful-
m) «Engenho explosivo civil» os artefactos que utilizem
minante e projéctil na câmara ou câmaras;
produtos explosivos cuja importação, fabrico e comerciali-
b) «Arma de fogo com segurança accionada», a arma
zação está sujeito a autorização concedida pela autoridade
de fogo em que está accionado o mecanismo que impede
competente;
o disparo pela pressão no gatilho;
n) «Engenho explosivo ou incendiário improvisado»
c) «Arma de fogo municiada» a arma de fogo com pelo me-
todos aqueles que utilizem substâncias ou produtos explosi-
nos uma munição introduzida no seu depósito ou carregador;
vos ou incendiários de fabrico artesanal não autorizado;
d) «Ciclo de fogo» o conjunto de operações realizadas
o) «Guarda de arma» o acto de depositar a arma, no
sequencialmente que ocorrem durante o funcionamento
domicílio ou outro local autorizado, em cofre ou armário
das armas de fogo de carregar pela culatra;
de segurança não portáteis, casa-forte ou fortificada, bem
e) «Culatra aberta» a posição em que a culatra, a corre-
como a aplicação de cadeado, accionamento de mecanismo
diça ou a báscula de uma arma se encontra de forma que
ou remoção de peça que impossibilite disparar a mesma;
a câmara não esteja obturada;
p) «Porte de arma» o acto de trazer consigo uma arma
f) «Culatra fechada» a posição em que a culatra, cor-
branca ou uma arma municiada ou carregada ou em con-
rediça ou báscula de uma arma se encontra de forma a
dições de o ser para uso imediato;
obturar a câmara;
q) «Recinto desportivo» o espaço criado exclusivamente
g) «Disparar» o acto de pressionar o gatilho, accionando
para a prática de desporto, com carácter fixo e com estru-
o mecanismo de disparo da arma, de forma a provocar o
lançamento do projéctil. turas de construção que lhe garantam essa afectação e fun-
cionalidade, dotado de lugares permanentes e reservados
a assistentes, após o último controlo de entrada;
5 — Outras definições:
r) «Transporte de arma» o acto de transferência de uma
a) «Armeiro» qualquer pessoa singular ou colectiva cuja arma descarregada e desmuniciada ou desmontada de um
actividade profissional consista, total ou parcialmente, no local para outro, de forma a não ser susceptível de uso
fabrico, compra e venda ou reparação de armas de fogo imediato;
e suas munições; s) «Uso de arma» o acto de empunhar, apontar ou dis-
b) «Campo de tiro» a instalação exterior funcional e parar uma arma;
exclusivamente destinada à pratica de tiro com arma de t) «Zona de exclusão» a zona de controlo da circulação
fogo carregada com munição de projécteis múltiplos; pedestre ou viária, definida pela autoridade pública, com
2580 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

vigência temporal determinada, nela se podendo incluir florestais, domésticas ou desportivas, ou que pelo seu valor
os trajectos, estradas, estações ferroviárias, fluviais ou histórico ou artístico não sejam objecto de colecção;
de camionagem com ligação ou a servirem o acesso a g) Quaisquer engenhos ou instrumentos construídos
recintos desportivos, áreas e outros espaços públicos, dele exclusivamente com o fim de serem utilizados como arma
envolventes ou não, onde se concentrem assistentes ou de agressão;
apoiantes desse evento; h) Os aerossóis de defesa não constantes da alínea a)
u) «Cadeado de gatilho» o dispositivo aplicado ou fa- do n.º 7 do presente artigo e as armas lançadoras de ga-
zendo parte da arma que impede o accionamento do gatilho ses que estejam dissimuladas de forma a ocultarem a sua
e o disparo da arma; configuração;
v) «Importação» a entrada ou introdução nos limites i) Os bastões eléctricos ou extensíveis, de uso exclusivo
fiscais do território nacional, de quaisquer bens, bem como das Forças Armadas ou forças e serviços de segurança;
a sua permanência em estância alfandegária ou zona inter- j) Outros aparelhos que emitam descargas eléctricas
nacional, a aguardar os procedimentos legais aduaneiros, sem as características constantes da alínea b) do n.º 7 do
quando provenientes de países terceiros à União Euro- presente artigo ou que estejam dissimulados de forma a
peia; ocultarem a sua configuração;
x) «Exportação» a saída dos limites fiscais do território l) As armas de fogo transformadas ou modificadas;
nacional de quaisquer bens com destino a país terceiro à m) As armas de fogo fabricadas sem autorização;
União Europeia, bem como a sua permanência em estância n) As reproduções de armas de fogo e as armas de alarme
alfandegária ou zona internacional a aguardar os procedi- ou salva que possam ser convertidas em armas de fogo;
mentos legais aduaneiros; o) As espingardas e carabinas facilmente desmontáveis
z) «Trânsito» a passagem por território nacional, a aguar- em componentes de reduzida dimensão com vista à sua
dar os procedimentos legais aduaneiros, de quaisquer bens dissimulação;
oriundos de país terceiro e que se destinam a exportação p) As espingardas cujo comprimento de cano seja in-
ou transferência para outro Estado; ferior a 46 cm;
aa) «Homologação de armas e munições» a aprovação q) As munições com bala perfurante, explosiva, incen-
de marca, modelo, bem como demais características téc- diária, tracejante ou desintegrável;
r) Os silenciadores;
nicas de armas pelo director nacional da PSP;
s) As miras telescópicas, excepto aquelas que tenham
ab) «Transferência» a entrada em território nacional
afectação ao exercício de quaisquer práticas venatórias,
de quaisquer bens previstos na presente lei, quando pro-
recreativas ou desportivas federadas;
venientes de Estados membros da União Europeia tendo t) As armas longas semiautomáticas com a configuração
Portugal como destino final, ou a saída de quaisquer bens das armas automáticas para uso militar ou das forças de
de Portugal tendo como destino final Estados membros segurança.
da União Europeia;
ac) «Norma técnica» a informação emitida pela Di- 3 — São armas da classe B as armas de fogo curtas de
recção Nacional da PSP destinada a comunicar instrução repetição ou semiautomáticas.
técnica ou procedimental aos titulares de licenças e alvarás 4 — São armas da classe B1:
emitidos ao abrigo da presente lei;
ad) «Arma de aquisição condicionada» a arma que só a) As pistolas semiautomáticas com os calibres denomi-
pode ser adquirida por quem tenha licença habilitante e nados 6,35 mm Browning (.25 ACP ou .25 Auto);
autorização da Direcção Nacional da PSP; b) Os revólveres com os calibres denominados .32 S & W
ae) «Ornamentação» a exposição de arma em local a Long e .32 H & R Magnum.
indicar pelo requerente e identificado na correspondente
licença F. 5 — São armas da classe C:
a) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repe-
Artigo 3.º tição ou de tiro a tiro, de cano de alma estriada;
Classificação das armas, munições e outros acessórios b) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repeti-
ção ou de tiro a tiro com dois ou mais canos, se um deles
1 — As armas e as munições são classificadas nas clas- for de alma estriada;
ses A, B, B1, C, D, E, F e G, de acordo com o grau de c) As armas de fogo longas semiautomáticas ou de
perigosidade, o fim a que se destinam e a sua utilização. repetição, de cano de alma lisa, em que este não exceda
2 — São armas, munições e acessórios da classe A: 60 cm;
a) Os equipamentos, meios militares e material de d) As armas de fogo curtas de tiro a tiro unicamente
guerra, ou classificados como tal por portaria do Ministé- aptas a disparar munições de percussão central;
rio da Defesa Nacional; e) As armas de fogo de calibre até 6 mm unicamente
b) As armas de fogo automáticas; aptas a disparar munições de percussão anelar;
c) As armas químicas, biológicas, radioactivas ou sus- f) As réplicas de armas de fogo, quando usadas para
ceptíveis de explosão nuclear; tiro desportivo;
d) As armas brancas ou de fogo dissimuladas sob a g) As armas de ar comprimido de aquisição condicio-
forma de outro objecto; nada.
e) As facas de abertura automática, estiletes, facas de
borboleta, facas de arremesso, estrelas de lançar e bo- 6 — São armas da classe D:
xers; a) As armas de fogo longas semiautomáticas ou de repe-
f) As armas brancas sem afectação ao exercício de quais- tição, de cano de alma lisa com um comprimento superior
quer práticas venatórias, comerciais, agrícolas, industriais, a 60 cm;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2581

b) As armas de fogo longas semiautomáticas, de SECÇÃO II


repetição ou de tiro a tiro de cano de alma estriada Aquisição, detenção, uso e porte de armas
com um comprimento superior a 60 cm, unicamente
aptas a disparar munições próprias do cano de alma Artigo 4.º
lisa;
c) As armas de fogo longas de tiro a tiro de cano de Armas da classe A
alma lisa. 1 — São proibidos a venda, a aquisição, a cedência, a
detenção, o uso e o porte de armas, acessórios e munições
7 — São armas da classe E: da classe A.
a) Os aerossóis de defesa com gás, cujo princípio activo 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, me-
seja a capsaicina ou oleoresina de capsicum (gás pimenta) diante autorização especial do director nacional da PSP,
com uma concentração não superior a 5 %, e que não podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência,
possam ser confundíveis com armas de outra classe ou a detenção, a utilização, a importação, a exportação e a
que não estejam dissimulados de forma a ocultarem a sua transferência de armas e acessórios da classe A destinados
configuração; a museus públicos ou privados, investigação científica ou
b) As armas eléctricas até 200 000 V, com mecanismo de industrial e utilizações em realizações teatrais, cinemato-
segurança e que não possam ser confundíveis com armas gráficas ou outros espectáculos de natureza artística, de
de outra classe ou que não estejam dissimuladas de forma reconhecido interesse cultural, com excepção de meios
a ocultarem a sua configuração; militares e material de guerra cuja autorização é da compe-
tência do ministro que tutela o sector da defesa nacional.
c) As armas de fogo e suas munições, de produção in-
3 — As autorizações a que se refere o número anterior
dustrial, unicamente aptas a disparar projécteis não metá-
são requeridas com justificação da motivação, indicação
licos ou a impulsionar dispositivos, concebidas de origem do tempo de utilização e respectivo plano de segurança.
para eliminar qualquer possibilidade de agressão letal e
que tenham merecido homologação por parte da Direcção Artigo 5.º
Nacional da PSP.
Armas da classe B
8 — São armas da classe F: 1 — As armas da classe B são adquiridas mediante de-
a) As matracas, sabres e outras armas brancas tradi- claração de compra e venda ou doação, carecendo de prévia
cionalmente destinadas às artes marciais ou a ornamen- autorização concedida pelo director nacional da PSP.
tação; 2 — A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas
b) As réplicas de armas de fogo quando destinadas a da classe B são autorizados ao Presidente da República,
ornamentação; ao Presidente da Assembleia da República, aos Deputados,
c) As armas de fogo inutilizadas quando destinadas a aos membros do Governo, aos representantes da República,
ornamentação. aos deputados regionais, aos membros dos Governos Re-
gionais, aos membros do Conselho de Estado, aos gover-
9 — São armas e munições da classe G: nadores civis, aos magistrados judiciais, aos magistrados
do Ministério Público e ao Provedor de Justiça.
a) As armas veterinárias; 3 — A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas
b) As armas de sinalização; da classe B podem ser autorizados:
c) As armas lança-cabos;
a) A quem, nos termos da respectiva lei orgânica ou
d) As armas de ar comprimido desportivas e de aqui-
estatuto profissional, possa ser atribuída ou dispensada a
sição livre;
licença de uso e porte de arma de classe B, após verificação
e) As reproduções de armas de fogo para práticas re- da situação individual;
creativas; b) Aos titulares da licença B;
f) As armas de starter; c) Aos titulares de licença especial atribuída ao abrigo
g) As armas de alarme ou salva que não estejam inclu- do n.º 1 do artigo 19.º
ídas na alínea n) do n.º 2 do presente artigo;
h) As munições para armas de alarme ou salva e para 4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, me-
armas de starter. diante autorização especial do director nacional da PSP,
podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência,
10 — Para efeitos do disposto na legislação específica a detenção, a utilização, a importação, a exportação e a
da caça, são permitidas as armas de fogo referidas nas transferência de armas e acessórios da classe B destinados
alíneas a), b) e c) do n.º 5 e nas alíneas a), b) e c) do n.º 6, a museus públicos ou privados, investigação científica ou
com excepção das armas com configuração de armamento industrial e utilizações em realizações teatrais, cinemato-
militar. gráficas ou outros espectáculos de natureza artística, de
11 — As armas só podem ser afectas à actividade reconhecido interesse cultural.
que motivou a concessão, podendo, por despacho do
director nacional da PSP, ser afectas a mais de uma Artigo 6.º
actividade por solicitação fundamentada do interes-
Armas da classe B1
sado.
12 — As partes essenciais das armas de fogo estão in- 1 — As armas da classe B1 são adquiridas mediante de-
cluídas na classe em que tiver sido classificada a arma de claração de compra e venda ou doação, carecendo de prévia
fogo de que fazem parte ou a que se destinam. autorização concedida pelo director nacional da PSP.
2582 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

2 — A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas Artigo 9.º


da classe B1 podem ser autorizados: Armas da classe E
a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da 1 — As armas da classe E são adquiridas mediante de-
classe B1; claração de compra e venda.
b) Aos titulares de licença especial atribuída ao abrigo 2 — A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas
do n.º 1 do artigo 19.º da classe E podem ser autorizados:
Artigo 7.º a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da
classe E;
Armas da classe C b) Aos titulares de licença de uso e porte de arma das
1 — As armas da classe C são adquiridas mediante de- classes B, B1, C e D, licença de detenção de arma no do-
claração de compra e venda ou doação, carecendo de prévia micílio e licença especial, bem como a todos os que, por
autorização concedida pelo director nacional da PSP. força da respectiva lei orgânica ou estatuto profissional,
2 — A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas possa ser atribuída ou dispensada a licença de uso e porte
da classe C podem ser autorizados: de arma, verificada a sua situação individual.
a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da Artigo 10.º
classe C;
b) A quem, nos termos da respectiva lei orgânica ou Armas da classe F
estatuto profissional, possa ser atribuída ou dispensada a 1 — As armas da classe F são adquiridas mediante de-
licença de uso e porte de arma de classe C, após verificação claração de compra e venda ou doação.
da situação individual. 2 — A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas
da classe F podem ser autorizados aos titulares de licença
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, me- de uso e porte de arma da classe F.
diante autorização especial do director nacional da PSP,
podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência, Artigo 11.º
a detenção, a utilização, a importação, a exportação e a
Armas e munições da classe G
transferência de armas e acessórios da classe C destinados
a museus públicos ou privados, investigação científica ou 1 — A aquisição de armas veterinárias e lança-cabos
industrial e utilizações em realizações teatrais, cinemato- pode ser autorizada, mediante declaração de compra e
gráficas ou outros espectáculos de natureza artística, de venda, a maiores de 18 anos que, por razões profissionais
reconhecido interesse cultural. ou de prática desportiva, provem necessitar das mesmas.
4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 2, mediante auto- 2 — A aquisição de armas de sinalização é permitida,
rização especial do director nacional da PSP, podem ainda mediante declaração de compra e venda e prévia autoriza-
ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência, a detenção, ção da PSP, a quem desenvolver actividade que justifique
a utilização, a importação, a exportação e a transferência o recurso a meios pirotécnicos de sinalização.
das armas referidas nas alíneas a) e c) do n.º 5 do artigo 3.º 3 — A aquisição de reproduções de armas de fogo para
às entidades privadas gestoras ou concessionárias de zonas práticas recreativas é permitida aos maiores de 18 anos,
de caça ou pesca. mediante declaração aquisitiva e prova da inscrição numa
associação de promoção desportiva reconhecida pelo Ins-
Artigo 8.º tituto do Desporto de Portugal, I. P., e registada junto da
PSP.
Armas da classe D 4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, aos
1 — As armas da classe D são adquiridas mediante menores de 18 anos e maiores de 16 anos é permitida a
declaração de compra e venda ou doação. aquisição de reproduções de armas de fogo para práticas
2 — A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas recreativas desde que autorizados para o efeito por quem
da classe D podem ser autorizados: exerça a responsabilidade parental.
5 — A autorização referida no n.º 2 deve conter a iden-
a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma das tificação do comprador e a quantidade e destino das armas
classes C ou D; de sinalização a adquirir e só pode ser concedida a quem
b) A quem, nos termos da respectiva lei orgânica ou demonstre desenvolver actividade que justifique a utili-
estatuto profissional, possa ser atribuída ou dispensada a zação destas armas.
licença de uso e porte de arma de classe D, após verificação 6 — A detenção, o uso e o porte das armas referidas nos
da situação individual. n.os 1 a 4, bem como das armas de starter e de alarme, só
são permitidos no domicílio, transporte e para o exercício
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, me- das actividades para as quais foi solicitada autorização de
diante autorização especial do director nacional da PSP, aquisição.
podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência, a 7 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
utilização, a detenção, a utilização, a importação, a expor- detenção, uso, porte e transporte de reproduções de armas
tação e a transferência de armas e acessórios da classe D a de fogo para práticas recreativas, ainda que não contendo as
entidades privadas gestoras ou concessionárias de zonas de características previstas na alínea ag) do n.º 1 do artigo 2.º,
caça ou pesca, museus públicos ou privados, investigação podem ser temporariamente autorizadas a praticantes estran-
científica ou industrial e utilizações em realizações teatrais, geiros em provas internacionais realizadas em Portugal, pelo
cinematográficas ou outros espectáculos de natureza artís- período necessário à sua participação nas provas, mediante
tica, de reconhecido interesse cultural. requerimento instruído com prova da inscrição no evento, a
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formular junto da Direcção Nacional da PSP pela entidade d) Licença D, para o uso e porte de armas das classes D
promotora da iniciativa. e E;
8 — A aquisição de armas de starter pode ser autorizada e) Licença E, para o uso e porte de armas da classe E;
a quem demonstrar, fundamentadamente, necessitar das f) Licença F, para a detenção, uso e porte de armas da
mesmas para a prática desportiva ou de treino de caça. classe F;
9 — A aquisição de munições para as armas de alarme g) Licença de detenção de arma no domicílio, para a
ou salva e para armas de starter pode ser autorizada a quem detenção de armas das classes B, B1, C, D e F e uso e porte
for autorizada a aquisição destas mesmas armas. de arma da classe E;
10 — A aquisição de armas de ar comprimido de aqui- h) Licença especial para o uso e porte de armas das
sição livre é permitida aos maiores de 18 anos, mediante classes B, B1 e E.
declaração aquisitiva.
11 — A aquisição de armas de ar comprimido destinadas 2 — Às situações de isenção ou dispensa de licença
à prática de actividades desportivas é permitida mediante legalmente previstas são correspondentemente aplicáveis
declaração aquisitiva e prova de inscrição numa federação as obrigações previstas para os titulares de licença.
de tiro desportivo que as reconheça como adequadas para 3 — O uso e porte de arma por quem desempenha activi-
a prática daquela modalidade desportiva. dades profissionais que o exijam, que não as desempenha-
12 — Não é permitido o uso e porte de armas de ar das pelas Forças Armadas e forças e serviços de segurança,
comprimido fora de propriedade privada e dos locais au- é regulado por despacho do director nacional da PSP.
torizados.
Artigo 13.º
CAPÍTULO II Licença B

Homologação, licenças para uso e porte 1 — Sem prejuízo das situações de isenção ou dispensa,
de armas ou sua detenção a licença B pode ser concedida ao requerente que faça
prova da cessação do direito que lhe permitiu o uso e porte
de arma da classe B, pelo menos durante um período de
SECÇÃO I quatro anos.
Homologação, tipos de licença e atribuição 2 — A licença não é concedida se a cessação do direito
que permitiu ao requerente o uso e porte de arma ocorreu
Artigo 11.º-A em resultado da aplicação de pena disciplinar de demissão,
de aposentação compulsiva, bem como de aposentação
Homologação
por incapacidade psíquica ou física impeditiva do uso e
1 — São sujeitas a homologação, mediante catálogo a porte da mesma.
publicar anualmente pela PSP, as armas de fogo, reprodu- 3 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte
ções de armas de fogo, armas de salva ou alarme, armas de de arma da classe B são formulados através de requeri-
starter e munições destinadas a venda, aquisição, cedência, mento do qual conste o nome completo do requerente,
detenção, importação, exportação e transferência. número do bilhete de identidade, data e local de emissão,
2 — Para fins de homologação de armas de fogo, re- data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade,
produções de armas de fogo, armas de salva ou alarme, nacionalidade e domicílio, bem como a justificação da
armas de starter e munições, que não constem do catálogo pretensão.
referido no n.º 1, o interessado submete requerimento ao
director nacional da PSP, sendo o processo instruído com Artigo 14.º
a descrição técnica pormenorizada da arma e munições e Licença B1
com catálogo fotográfico, em modelo e condições a definir
por despacho do director nacional da PSP. 1 — A licença B1 pode ser concedida a maiores de
3 — É proibida a importação, exportação, transferên- 18 anos que reúnam, cumulativamente, as seguintes
cia e comércio, em território nacional, de armas de fogo, condições:
reproduções de armas de fogo, armas de salva ou alarme, a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos ci-
armas de starter e munições não homologadas. vis;
b) Demonstrem carecer da licença por razões profis-
Artigo 12.º sionais ou por circunstâncias de defesa pessoal ou de pro-
Classificação das licenças de uso e porte de arma ou detenção priedade;
c) Sejam idóneos;
1 — De acordo com a classificação das armas constante d) Sejam portadores de certificado médico;
do artigo 3.º, os fins a que as mesmas se destinam, bem e) Sejam portadores do certificado de aprovação em
como a justificação da sua necessidade, podem ser conce-
curso de formação técnica e cívica para o uso e porte de
didas pelo director nacional da PSP as seguintes licenças
armas de fogo da classe B1.
de uso e porte ou detenção:
a) Licença B, para o uso e porte de armas das classes B, 2 — Sem prejuízo do disposto no artigo 30.º da Cons-
B1 e E; tituição e do número seguinte, para efeito de apreciação
b) Licença B1, para o uso e porte de armas das classes B1 do requisito constante na alínea c) do número anterior, é
e E; susceptível de indiciar falta de idoneidade para efeitos de
c) Licença C, para o uso e porte de armas das classes C, concessão de licença o facto de, entre outros, ao requerente
D e E; ter sido aplicada medida de segurança ou ter sido conde-
2584 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

nado pela prática de crime doloso, cometido com uso de 2 — A apreciação da idoneidade do requerente é feita
violência, em pena superior a 1 ano de prisão. nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 14.º
3 — No decurso do período anterior à verificação do 3 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte
cancelamento definitivo da inscrição no registo criminal de arma da classe E são formulados através de requeri-
das decisões judiciais em que o requerente foi condenado, mento do qual conste o nome completo do requerente,
pode este requerer que lhe seja reconhecida a idoneidade número do bilhete de identidade, data e local de emissão,
para os fins pretendidos, pelo tribunal da última conde- data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade,
nação. nacionalidade e domicílio, bem como a justificação da
4 — O incidente corre por apenso ao processo princi- pretensão.
pal, sendo instruído com requerimento fundamentado do
requerente, que é obrigatoriamente ouvido pelo juiz do Artigo 17.º
processo, que decide, produzida a necessária prova e após Licença F
parecer do Ministério Público.
5 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte 1 — A licença F é concedida a maiores de 18 anos, que
de arma da classe B1 são formulados através de requeri- reúnam, cumulativamente, as seguintes condições:
mento do qual conste o nome completo do requerente,
a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos ci-
número do bilhete de identidade, data e local de emissão,
vis;
data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade,
b) Demonstrem carecer da licença para a prática des-
nacionalidade e domicílio, bem como a justificação da
portiva de artes marciais, sendo atletas federados, práticas
pretensão.
recreativas em propriedade privada, detenção de réplicas
6 — O requerimento referido no número anterior deve
e armas de fogo inutilizadas destinadas a ornamentação e
ser acompanhado do certificado de aprovação para o uso
armas brancas destinadas ao mesmo fim;
e porte de armas de fogo da classe B1.
c) Sejam idóneos;
d) Sejam portadores de certificado médico.
Artigo 15.º
Licenças C e D 2 — A apreciação da idoneidade do requerente é feita
1 — As licenças C e D podem ser concedidas a maiores nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 14.º
de 18 anos que reúnam, cumulativamente, as seguintes 3 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte
condições: de arma da classe F são formulados através de requerimento
do qual conste o nome completo do requerente, número
a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos ci- do bilhete de identidade, data e local de emissão, data de
vis; nascimento, profissão, estado civil, naturalidade, naciona-
b) Demonstrem carecer da licença para a prática de lidade e domicílio, bem como a justificação da pretensão.
actos venatórios de caça maior ou menor e se encontrem 4 — Por despacho do director nacional da PSP, a so-
habilitados com carta de caçador com arma de fogo ou licitação do interessado, através de quem exerça a res-
demonstrem fundamentadamente carecer da mesma por ponsabilidade parental, pode ser permitida a aquisição, a
motivos profissionais; detenção, o uso e o porte das armas indicadas na alínea a)
c) Sejam idóneos; do n.º 8 do artigo 3.º, quando destinadas à prática de artes
d) Sejam portadores de certificado médico; marciais, a menores de 18 anos e maiores de 14 anos,
e) Sejam portadores do certificado de aprovação para sendo atletas federados.
o uso e porte de armas de fogo.
Artigo 18.º
2 — A apreciação da idoneidade do requerente é feita Licença de detenção de arma no domicílio
nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 14.º
3 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte 1 — A licença de detenção de arma no domicílio é con-
de arma das classes C e D são formulados através de re- cedida a maiores de 18 anos, exclusivamente para efeitos
querimento do qual conste o nome completo do requerente, de detenção de armas na sua residência, nos seguintes
número do bilhete de identidade, data e local de emissão, casos:
data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade,
a) Quando a licença de uso e porte de arma tiver cessado,
nacionalidade e domicílio.
por vontade expressa do seu titular, ou caducado e este não
4 — O requerimento deve ser acompanhado do certi-
opte pela transmissão da arma abrangida;
ficado de aprovação para o uso e porte de armas de fogo
b) Quando o direito de uso e porte de arma tiver ces-
da classe C ou D.
sado e o seu detentor não opte pela transmissão da arma
abrangida;
Artigo 16.º c) Quando as armas tenham sido adquiridas por sucessão
Licença E mortis causa ou doação e o seu valor venal, artístico ou
estimativo o justifique.
1 — A licença E pode ser concedida a maiores de
18 anos que reúnam, cumulativamente, as seguintes
2 — Os pedidos de concessão de licenças de detenção
condições:
de arma no domicílio são formulados através de reque-
a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos civis; rimento do qual conste o nome completo do requerente,
b) Demonstrem justificadamente carecer da licença; número do bilhete de identidade, data e local de emissão,
c) Sejam idóneos; data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade e
d) Sejam portadores de certificado médico. domicílio, bem como a justificação da pretensão.
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2585

3 — Em caso algum a detenção das armas pode ser SECÇÃO II


acompanhada de munições para as mesmas.
Cursos de formação e de actualização, exames e certificados
4 — Se a classe em que as armas se encontram clas-
sificadas obrigar à existência no domicílio de cofre ou
armário de segurança não portáteis, a atribuição da li- Artigo 21.º
cença de detenção fica dependente da demonstração da Cursos de formação
sua existência, sendo aplicável o disposto na alínea e) do
1 — Os cursos de formação técnica e cívica para o uso
n.º 2 do artigo 30.º
e porte de armas de fogo das classes B1, C e D, e para o
5 — A licença de detenção domiciliária não pode ser
concedida nos seguintes casos: exercício da actividade de armeiro, são ministrados pela
PSP ou por entidades por si credenciadas para o efeito.
a) Quando a licença de uso e porte tiver sido cassada; 2 — A frequência, com aproveitamento, dos cursos de
b) Quando o direito de uso e porte de arma tiver cessado formação para o uso e porte de armas de fogo confere ao
pelas razões constantes do n.º 2 do artigo 13.º; formando um certificado com especificação da classe de
c) Quando o requerente não reúna, cumulativamente, armas a que se destina.
os requisitos constantes das alíneas a), c) e d) do n.º 1 do
artigo 14.º Artigo 22.º
Cursos de actualização
6 — A apreciação da idoneidade do requerente é feita
nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 14.º 1 — Os titulares de licença B1 devem submeter-se,
7 — Verificada alguma das circunstâncias referidas no em cada cinco anos, a um curso de actualização técnica e
n.º 5, tem o detentor das armas 180 dias para promover cívica para o uso e porte de armas de fogo, ministrado nos
a transmissão das mesmas, sob pena de serem declaradas termos do artigo anterior.
perdidas a favor do Estado. 2 — Os titulares de licenças C e D devem submeter-se,
em cada 10 anos, a um curso de actualização técnica e
Artigo 19.º cívica para o uso e porte de armas de fogo, ministrado nos
Licença especial
termos do artigo anterior.
3 — Exceptuam-se do disposto nos números anterio-
1 — Podem ser concedidas licenças especiais para o res os titulares de licença de tiro desportivo e de licença
uso e porte de arma das classes B e B1 quando solicitadas federativa válida, que façam prova da prática desportiva
pelo Presidente da República, pelo Presidente da Assem- com armas de fogo.
bleia da República, pelos Ministros, pelos Presidentes das
Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas e pelos Artigo 23.º
Presidentes dos Governos Regionais, para afectação a
Exame médico
funcionários ao seu serviço.
2 — A licença especial concedida nos termos do número O exame médico, com incidência física e psíquica,
anterior caduca com a cessação de funções, podendo, em destina-se a certificar se o requerente está apto, ou apto
casos justificados, ser atribuída licença de uso e porte de com restrições, à detenção, uso e porte de arma, bem como
arma da classe B ou B1, nos termos do disposto nos n.os 1 se está na posse de todas as suas faculdades psíquicas, sem
e 2 do artigo 13.º historial clínico que deixe suspeitar poder vir a atentar
contra a sua integridade física ou de terceiros.
Artigo 19.º-A
Licença para menores Artigo 24.º
Frequência dos cursos de formação
Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 15.º, aos para portadores de arma de fogo
menores com a idade mínima de 16 anos pode ser au-
torizado o uso e porte de armas da classe D, para a prá- A inscrição e a frequência no curso de formação para
tica de actos venatórios de caça maior ou menor, desde portadores de arma de fogo ou para o exercício da activi-
que acompanhados no mesmo acto cinegético por quem dade de armeiro dependem de prévia autorização da PSP
exerce a responsabilidade parental ou, mediante autori- mediante avaliação do cumprimento dos requisitos legais
zação escrita deste e sendo portadores desta autorização, para a concessão da licença.
por qualquer pessoa habilitada com licença para a prática
do acto venatório, identificada naquela autorização, que Artigo 25.º
seja simultaneamente proprietária da arma utilizada pelo Exames de aptidão
menor e titular da licença correspondente.
1 — Concluídos os cursos de formação têm lugar exa-
Artigo 20.º mes de aptidão.
2 — Os exames serão realizados em data e local a fi-
Recusa de concessão
xar pela PSP e compreendem uma prova teórica e uma
Para além da não verificação dos requisitos exigidos prática.
na presente lei para a concessão da licença pretendida, 3 — Os júris de exame são constituídos por três mem-
pode o pedido ser recusado, nomeadamente, quando tiver bros a designar pelo director nacional da PSP, podendo
sido determinada a cassação da licença ao requerente, não integrar representantes do Ministério da Agricultura,
forem considerados relevantes os motivos justificativos do Desenvolvimento Rural e das Pescas, nos casos de
da pretensão ou não se considerem adequados para os atribuição de licenças para uso e porte de armas das
fins requeridos. classes C e D.
2586 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

Artigo 26.º 4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, nos


Certificado de aprovação
casos em que não seja autorizada a renovação da licença ou
seja indeferida a concessão da nova licença a que se refere
1 — O certificado de aprovação para o uso e porte de armas o n.º 1, deve o interessado depositar a respectiva arma na
de fogo é o documento emitido pela Direcção Nacional da PSP, acompanhada dos documentos inerentes, no prazo de
PSP, atribuído ao candidato que tenha obtido a classificação 15 dias após a notificação da decisão, sob pena de incorrer
de apto nas provas teórica e prática do exame de aptidão, em crime de desobediência qualificada.
comprovando que o examinado pode vir a obter licença para 5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, nos
o uso e porte de armas da classe a que o mesmo se destina. 15 dias seguintes à data em que a decisão se tornar defini-
2 — O deferimento do pedido de inscrição e frequência tiva, pode o interessado proceder à transmissão da arma,
no curso de formação bem como a aprovação no exame remetendo à PSP o respectivo comprovativo.
de aptidão não conferem quaisquer direitos ao requerente 6 — Findo o prazo de 15 dias referido no número ante-
quanto à concessão da licença. rior, a arma é declarada perdida a favor do Estado.

SECÇÃO III CAPÍTULO III


Renovação e caducidade das licenças Aquisição de armas e munições
Artigo 27.º
SECÇÃO I
Validade das licenças
Autorizações de aquisição e declarações de compra
1 — As licenças de uso e porte ou de detenção de arma e venda ou doação de armas
são emitidas por um período de tempo determinado e po-
dem ser renovadas a pedido do interessado. Artigo 30.º
2 — Em caso algum são atribuídas licenças vitalícias. Autorização de aquisição
3 — As licenças de uso e porte de arma das classes B,
B1, C e D e a licença especial concedida ao abrigo do 1 — A autorização de aquisição é o documento emitido
artigo 19.º são válidas por um período de cinco anos. pela PSP que permite ao seu titular a aquisição, a título
4 — As licenças de uso e porte de arma das classes E e oneroso ou gratuito, de arma da classe a que o mesmo se
F são válidas por um período de seis anos. refere.
5 — As licenças de detenção de arma no domicílio são 2 — O requerimento a solicitar a autorização de aqui-
válidas por um período de 10 anos. sição deve conter:
a) A identificação completa do comprador ou donatá-
Artigo 28.º rio;
Renovação da licença de uso e porte de arma b) O número e o tipo de licença de que é titular ou o
número do alvará da entidade que exerce a actividade;
1 — A renovação da licença de uso e porte de arma c) Identificação da marca, modelo, tipo e calibre ou, no
deve ser requerida até ao termo do seu prazo e depende caso de partes essenciais de arma de fogo, a identificação da
da verificação, à data do pedido, dos requisitos exigidos arma a que se destinam e as características dessas partes;
para a sua concessão. d) Declaração, sob compromisso de honra, de possuir
2 — O requisito de frequência do curso de formação no seu domicílio ou instalações, respectivamente, um cofre
técnica e cívica para o uso e porte de arma da classe res- ou armário de segurança não portáteis, ou casa-forte ou
pectiva é substituído por prova da frequência do curso de fortificada, bem como referência à existência de menores
actualização correspondente, previsto no artigo 22.º, sempre no domicílio, se os houver;
que exigível. e) Autorização para que a PSP, sem prejuízo do disposto
Artigo 29.º no artigo 34.º da Constituição e após notificação para o
Caducidade e não renovação da licença efeito, proceda à fiscalização das condições de segurança
para a guarda das armas.
1 — Nos casos em que se verifique a caducidade da
licença, o respectivo titular tem o prazo de 180 dias para 3 — A verificação das condições de segurança por parte
promover a sua renovação, solicitar outra licença que per- da PSP leva sempre em consideração a existência ou não
mita a detenção, uso ou porte das armas adquiridas ao de menores no domicílio do requerente, podendo a au-
abrigo da licença caducada ou proceder à transmissão das torização de aquisição ser condicionada à realização de
respectivas armas. alterações nas mesmas.
2 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 99.º-A, 4 — A autorização de aquisição tem o prazo de validade
logo que caducar a licença, as armas adquiridas ao abrigo de 60 dias e dela devem constar os elementos referidos nas
da mesma e que não estejam legalmente autorizadas a ser alíneas a), b) e c) do n.º 2.
utilizadas ao abrigo doutra licença passam a ser conside- 5 — (Revogado.)
radas, a título transitório, como em detenção domiciliária,
durante o prazo estipulado no número anterior. Artigo 31.º
3 — No caso de o titular da licença caducada ser titular
Declarações de compra e venda ou doação
de outra licença que permita a detenção, uso ou porte, das
armas adquiridas ao abrigo daquela, pode solicitar, no 1 — A declaração de compra e venda ou doação é o
prazo referido no n.º 1, que as mesmas sejam consideradas documento do qual consta a identificação completa do ven-
tituladas por esta outra licença. dedor ou doador e do comprador ou donatário, tipo e nú-
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2587

mero das licenças ou alvarás, data, identificação da marca, Artigo 34.º


modelo, tipo, calibre, capacidade ou voltagem da arma, Posse e aquisição de munições para as armas das classes B e B1
conforme os casos, e número de fabrico, se o tiver.
2 — A declaração referida no número anterior é feita em 1 — O proprietário ou o detentor de uma arma das
triplicado, sendo o original para a PSP, o duplicado para classes B e B1 não pode, em momento algum, ter em seu
o comprador ou donatário e o triplicado para o vendedor poder mais de 250 munições por cada uma das referidas
ou doador. classes.
3 — O vendedor ou doador remete o original da de- 2 — A aquisição de munições depende da apresentação
claração para a PSP, bem como o livrete de manifesto, no do livrete de manifesto da arma, da licença de uso e porte
prazo máximo de 15 dias, para efeitos de emissão de livrete de arma, do livro de registo de munições e de prova da
de manifesto, do registo da arma e da sua propriedade, identidade do titular da licença.
conforme os casos.
Artigo 32.º Artigo 35.º
Limites de detenção Aquisição de munições para as armas das classes C e D
1 — Aos titulares das licenças B e B1 só é permitida a 1 — A compra e venda de munições para as armas das
detenção até duas armas da classe respectiva. classes C e D é livre, mediante prova da identidade do
2 — Ao titular da licença C só é permitida a detenção até comprador, exibição do livrete de manifesto da respectiva
duas armas de fogo desta classe, excepto se a sua guarda arma ou do documento comprovativo da cedência a título
for feita em cofre ou armário de segurança não portáteis, de empréstimo da mesma, licença de uso e porte de arma e
casa-forte ou fortificada para a guarda das mesmas, devi- emissão de factura discriminada das munições vendidas.
damente verificados pela PSP. 2 — Aos titulares das licenças C e D não é permitida a
3 — Ao titular da licença D só é permitida a detenção até detenção de mais de 2000 munições para armas da classe D
duas armas de fogo desta classe, excepto se a sua guarda ou de mais de 250 munições para cada calibre de armas da
for feita em cofre ou armário de segurança não portáteis, classe C, salvo por autorização especial do director nacional
devidamente verificados pela PSP. da PSP, mediante requerimento do interessado, através do
4 — Ao titular de licença de detenção de arma no do- qual comprove possuir as necessárias condições de segu-
micílio só é permitida a detenção até duas armas de fogo, rança para o seu armazenamento.
excepto se a sua guarda for feita em cofre ou armário de 3 — A legislação regulamentar da presente lei define
segurança não portáteis, devidamente verificados pela PSP. as medidas necessárias para a implementação de meios de
5 — Independentemente do número de armas detidas registo electrónico e gestão centralizada na PSP de todas
ao abrigo das licenças referidas nos números anteriores, as aquisições.
sempre que o titular detiver no total mais de 25 armas de
fogo está obrigado a ter casa-forte ou fortificada para a Artigo 36.º
guarda das mesmas, devidamente verificada pela PSP.
Recarga e componentes de recarga
6 — Sempre que, por razões legais ou de estrutura do
edifício, não seja possível a edificação de casa-forte ou 1 — A recarga de munições é permitida aos titulares de
fortificada, podem estas ser substituídas por cofre com licença C e D, não podendo ultrapassar as cargas propul-
fixação à parede ou a pavimento, devidamente verificado soras indicadas pelos fabricantes.
pela PSP. 2 — Só é permitida a venda de equipamentos e compo-
nentes de recarga a quem apresentar as licenças referidas
SECÇÃO II no número anterior.
3 — As munições provenientes de recarga não podem
Aquisição de munições ser vendidas ou cedidas e só podem ser utilizadas na prática
de actos venatórios, treinos ou provas desportivas.
Artigo 33.º
Livro de registo de munições para as armas das classes B e B1 SECÇÃO III
1 — O livro de registo de munições é concedido com o Aquisição por sucessão mortis causa e cedência
livrete de manifesto das armas das classes B e B1. por empréstimo
2 — O livro de registo de munições destina-se a ins-
crever em campos próprios as datas e quantidades de mu- Artigo 37.º
nições adquiridas e disparadas, dele devendo constar o Aquisição por sucessão mortis causa
nome do titular, número do livrete de manifesto da arma
e seu calibre. 1 — A aquisição por sucessão mortis causa de qualquer
3 — Cada compra de munições efectuada deve ser re- arma manifestada é permitida mediante autorização do
gistada no livro e certificada e datada pelo armeiro. director nacional da PSP.
4 — Cada disparo ou conjunto de disparos efectuados 2 — O director nacional da PSP pode autorizar que a
pelo proprietário em carreira de tiro deve ser registado no arma fique averbada em nome do cabeça-de-casal até se
livro e certificado e datado pelo responsável da carreira. proceder à partilha dos bens do autor da herança, sendo
5 — O livro de registo de munições pode ser substituído neste caso obrigatório o depósito da arma à guarda da PSP.
no quadro da implementação de um registo informático 3 — Caso o cabeça-de-casal ou outro herdeiro reúna
centralizado na PSP de todas as aquisições e gastos de as condições legais para a detenção da arma, pode ser
munições que inclua a atribuição e gestão de um cartão solicitado averbamento em seu nome, ficando a mesma
electrónico com código de identificação secreto. à sua guarda.
2588 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

4 — A pedido do cabeça-de-casal, pode a arma ser propriedades rústicas privadas em condições de segurança
transmitida a quem reunir condições para a sua detenção, para o efeito;
sendo o adquirente escolhido pelo interessado, ou pode ser e) Comunicar de imediato às autoridades policiais situa-
vendida em leilão que a PSP promova, sendo o valor da ções em que tenham recorrido às armas por circunstâncias
adjudicação, deduzido dos encargos, entregue à herança. de defesa pessoal ou de propriedade;
5 — Finda a partilha, a arma será entregue ao herdeiro f) Comunicar às autoridades policiais qualquer tipo de
beneficiário, desde que este reúna as condições legais para acidente ocorrido;
a sua detenção. g) Não emprestar ou ceder as armas, a qualquer título,
6 — Decorridos 10 anos sem que haja reclamação do fora das circunstâncias previstas na presente lei;
bem, será o mesmo declarado perdido a favor do Estado. h) Dar uma utilização às armas de acordo com a justi-
ficação da pretensão declarada aquando do seu licencia-
Artigo 38.º mento;
Cedência a título de empréstimo
i) Manter válido e eficaz o contrato de seguro relativo à
sua responsabilidade civil, quando a isso esteja obrigado
1 — Podem ser objecto de cedência, a título de emprés- nos termos da presente lei.
timo, a terceiro que as possa legalmente deter, as armas
das classes C e D, desde que destinadas ao exercício de Artigo 40.º
prática venatória ou treino de caça, nas condições definidas
Segurança das armas
na legislação regulamentar da presente lei.
2 — O empréstimo deve ser formalizado mediante do- Os portadores de armas são permanentemente respon-
cumento escrito, elaborado em triplicado, emitido pelo sáveis pela segurança das mesmas, no domicílio ou fora
proprietário e por este datado e assinado, sendo certificado dele, e devem tomar todas as precauções necessárias para
pela PSP, que arquiva o original, devendo o duplicado ser prevenir o seu extravio, furto ou roubo, bem como a ocor-
guardado pelo proprietário e o triplicado acompanhar a rência de acidentes.
arma.
3 — Não é permitido o empréstimo por mais de 180 dias,
SECÇÃO II
excepto se for a museu.
4 — O empréstimo legal da arma exime o proprietário Uso de armas de fogo, eléctricas e aerossóis de defesa
da responsabilidade civil inerente aos danos por aquela
causados. Artigo 41.º
Uso, porte e transporte
CAPÍTULO IV 1 — O uso, porte e transporte das armas de fogo deve
Normas de conduta de portadores de armas ser especialmente disciplinado e seguir rigorosamente as
regras e procedimentos de segurança.
2 — As armas de fogo curtas devem ser portadas em
SECÇÃO I condições de segurança, em coldre ou estojo próprio para
Obrigações comuns o seu porte, com dispositivo de segurança, sem qualquer
munição introduzida na câmara, com excepção dos re-
Artigo 39.º vólveres.
3 — As armas de fogo devem ser transportadas de forma
Obrigações gerais
separada das respectivas munições, com cadeado de gatilho
1 — Os portadores de qualquer arma obrigam-se a ou mecanismo que impossibilite o seu uso, ou desmontadas
cumprir as disposições legais constantes da presente lei e de forma a que não sejam facilmente utilizáveis, ou sem
seus regulamentos, bem como as normas regulamentares peça que possibilite o seu disparo, em bolsa ou estojo
de qualquer natureza relativas ao porte de armas no inte- próprios para o modelo em questão, com adequadas con-
rior de edifícios públicos, e as indicações das autoridades dições de segurança.
competentes relativas à detenção, guarda, transporte, uso 4 — O porte de arma de fogo, armas eléctricas, aerossóis
e porte das mesmas. de defesa e munições nas zonas restritas de segurança dos
2 — Os portadores de armas estão, nomeadamente, aeroportos e a bordo de uma aeronave carece de autori-
obrigados a: zação da autoridade competente, sendo o seu transporte
a bordo de aeronaves, como carga, sujeito ao disposto na
a) Apresentar as armas, bem como a respectiva docu- Convenção da Aviação Civil Internacional.
mentação, sempre que solicitado pelas autoridades com-
petentes; Artigo 42.º
b) Declarar, de imediato e por qualquer meio, às autori-
dades policiais o extravio, furto ou roubo das armas, bem Uso de armas de fogo
como o extravio, furto, roubo ou destruição do livrete de 1 — Considera-se uso excepcional de arma de fogo a
manifesto ou da licença de uso e porte de arma; sua utilização efectiva nas seguintes circunstâncias:
c) Não exibir ou empunhar armas sem que exista ma-
nifesta justificação para tal; a) Como último meio de defesa, para fazer cessar ou re-
d) Disparar as armas unicamente em carreiras ou campos pelir uma agressão actual e ilícita dirigida contra o próprio
de tiro ou no exercício de actos venatórios, actos de gestão ou terceiros, quando exista perigo iminente de morte ou
cinegética e outras actividades de carácter venatório, no- ofensa grave à integridade física e quando essa defesa não
meadamente no treino de caça em áreas específicas para o possa ser garantida por agentes da autoridade do Estado,
efeito, em provas desportivas ou em práticas recreativas em devendo o disparo ser precedido de advertência verbal ou
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2589

de disparo de advertência e em caso algum podendo visar sendo o portador de arma, por ordem de autoridade policial
zona letal do corpo humano; competente, obrigado, sob pena de incorrer em crime de
b) Como último meio de defesa, para fazer cessar ou desobediência qualificada, a submeter-se a provas para a
repelir uma agressão actual e ilícita dirigida contra o patri- sua detecção.
mónio do próprio ou de terceiro e quando essa defesa não 2 — Entende-se estar sob o efeito do álcool quem apre-
possa ser garantida por agentes da autoridade do Estado, sentar uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a
devendo os disparos ser exclusivamente de advertência. 0,50 g/l.
3 — As provas referidas no n.º 1 compreendem exames
2 — Considera-se uso não excepcional de arma de de pesquisa de álcool no ar expirado, análise de sangue e
fogo: outros exames médicos adequados.
a) O exercício da prática desportiva ou de actos vena- 4 — Para efeitos do disposto no n.º 1, considera-se de-
tórios, actos de gestão cinegética e outras actividades de tenção de arma o facto de esta se encontrar na esfera de
carácter venatório, nomeadamente o treino de tiro em zonas disponibilidade imediata do detentor, montada, municiada,
caça nas áreas específicas para o efeito, em provas despor- e apta a disparar.
tivas e em práticas recreativas em propriedades rústicas
privadas com condições de segurança para o efeito; Artigo 46.º
b) Como meio de alarme ou pedido de socorro, numa Fiscalização
situação de emergência, quando outros meios não possam
ser utilizados com a mesma finalidade; 1 — O exame de pesquisa de álcool no ar expirado é
c) Como meio de repelir uma agressão iminente ou efectuado por qualquer autoridade ou agente de autoridade,
em execução, perpetrada por animal susceptível de fazer mediante o recurso a aparelho aprovado.
perigar a vida ou a integridade física do próprio ou de 2 — Sempre que o resultado do exame for positivo, o
terceiros, quando essa defesa não possa ser garantida por agente de autoridade deve notificar o examinado por escrito
outra forma. do respectivo resultado e sanções daí decorrentes e ainda
da possibilidade de este requerer de imediato a realização
Artigo 43.º de contraprova por análise do sangue.
3 — Se a suspeita se reportar à existência de substân-
Segurança no domicílio
cias estupefacientes ou outras, o exame é feito mediante
1 — O portador que se separe fisicamente da arma de análise ao sangue ou outros exames médicos, devendo o
fogo deve colocá-la no interior de um cofre ou armário de suspeito ser conduzido pelo agente de autoridade ao esta-
segurança não portáteis, sempre que exigido. belecimento de saúde mais próximo dotado de meios que
2 — Nos casos não abrangidos pelo número anterior, permitam a sua realização.
deve o portador retirar à arma peça que possibilite o seu 4 — A recolha do sangue para efeitos dos números an-
disparo, que deve ser guardada separadamente, ou fixá-la teriores deve efectuar-se no prazo máximo de duas horas
a parede ou a outro objecto fixo, ou apor-lhe cadeado ou e é realizada em estabelecimento de saúde oficial ou, no
mecanismo de bloqueio, por forma a que não seja possível caso de contraprova de exame que já consistiu em aná-
a sua utilização. lise do sangue, noutro estabelecimento de saúde, público
3 — O cofre ou armário referidos no n.º 1 podem ser ou privado, indicado pelo examinado, desde que a sua
substituídos por casa-forte ou fortificada. localização e horário de funcionamento permitam a sua
efectivação no prazo referido.
Artigo 44.º 5 — Para efeitos da fiscalização prevista neste artigo, as
Armas eléctricas, aerossóis de defesa e outras autoridades policiais podem utilizar os aparelhos e outros
armas de letalidade reduzida meios homologados ao abrigo do Código da Estrada e
legislação complementar.
1 — O uso de arma eléctrica, aerossóis de defesa e
outras armas não letais deve ser precedido de aviso ex-
plícito quanto à sua natureza e intenção da sua utilização, CAPÍTULO V
aplicando-se, com as devidas adaptações, as limitações
definidas no artigo 42.º Armeiros
2 — Estas armas ou dispositivos devem ser transpor-
tados em bolsa própria para o efeito, com o dispositivo SECÇÃO I
de segurança accionado, e ser guardados no domicílio em
local seguro. Tipos de alvarás, sua atribuição e cassação

Artigo 47.º
SECÇÃO III
Concessão de alvarás
Proibição de detenção, uso e porte de arma
Por despacho do director nacional da PSP, podem
Artigo 45.º ser concedidos alvarás de armeiro para o exercício da
actividade de fabrico, compra e venda ou reparação de
Ingestão de bebidas alcoólicas ou de outras substâncias
armas das classes B, B1, C, D, E, F e G e das suas mu-
1 — É proibida a detenção, uso e porte de arma, bem nições, para efeitos cénicos ou cinematográficos e leilão
como o seu transporte fora das condições de segurança de armas, e ainda para armas e munições de colecções
previstas no artigo 41.º, sob a influência de álcool ou temáticas definidas no artigo 27.º da Lei n.º 42/2006,
de outras substâncias estupefacientes ou psicotrópicas, de 25 de Agosto.
2590 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

Artigo 48.º de que Portugal seja, no presente domínio, parte celebrante


Tipos de alvarás
ou aderente.
9 — Aos elementos das forças e serviços de segurança
1 — Tendo em consideração a actividade pretendida e e das Forças Armadas, quando no activo, é interdito o
as condições de segurança das instalações, são atribuídos exercício da actividade de armeiro.
os seguintes tipos de alvarás: 10 — Sem prejuízo do disposto no artigo 68.º-A, os
titulares de alvará de armeiro só podem exercer a sua
a) Alvará de armeiro do tipo 1, para o fabrico, montagem
actividade em estabelecimentos licenciados para o efeito,
e reparação de armas de fogo e suas munições;
de acordo com as regras de segurança definidas, podendo
b) Alvará de armeiro do tipo 2, para a compra e venda
apenas transaccionar, para além de todos os bens, mate-
e reparação de armas das classes B, B1, C, D, E, F e G e
riais e equipamentos de venda livre, as armas, munições
suas munições;
e equipamentos previstos na presente lei que recaiam no
c) Alvará de armeiro do tipo 3, para a compra e venda âmbito do seu alvará.
e reparação de armas das classes E, F e G e suas muni- 11 — O exercício da actividade de armeiro em feiras
ções; da especialidade ou feiras agrícolas, bem como em expo-
d) Alvará de armeiro do tipo 4, para importar, transfe- sições, carece de autorização prévia do director nacional
rir, deter e ceder temporariamente armas e acessórios de da PSP.
todas as classes, com excepção dos equipamentos, meios 12 — As regras de funcionamento, obrigações, requi-
militares e material de guerra, para efeitos cénicos e ci- sitos de concessão e das taxas a cobrar pela emissão dos
nematográficos; alvarás de armeiro tipo 4 e 5 são estabelecidos por portaria
e) Alvará de armeiro do tipo 5, para venda e leilão de do Ministério da Administração Interna.
armas destinadas a colecção.
Artigo 49.º
2 — Os alvarás podem ser requeridos por quem reúna,
cumulativamente, as seguintes condições: Cedência do alvará

a) Seja maior de 18 anos; O alvará de armeiro só pode ser cedido a pessoa singular
b) Se encontre em pleno uso de todos os direitos ci- ou colectiva que reúna iguais condições às do seu titular
vis; para o exercício da actividade, ficando a sua cedência
c) Seja idóneo; dependente de autorização do director nacional da PSP.
d) Seja portador do certificado de aprovação para o exer-
cício da actividade de armeiro ou, tratando-se de pessoa Artigo 50.º
colectiva, possua um responsável técnico que preencha os Cassação do alvará
requisitos das alíneas a) a e);
e) Seja portador de certificado médico; 1 — O director nacional da PSP pode determinar a cas-
f) Seja possuidor de instalações comerciais ou industriais sação do alvará de armeiro nos seguintes casos:
devidamente licenciadas e que observem as condições de a) Incumprimento das disposições legais fixadas para
segurança fixadas para actividade pretendida. a prática da actividade;
b) Alteração dos pressupostos em que se baseou a con-
3 — Quando o requerente for uma pessoa colectiva, cessão do alvará;
os requisitos mencionados nas alíneas a), b), c) e e) do c) Por razões de segurança e ordem pública.
número anterior têm de se verificar relativamente a todos
os sócios e gerentes ou aos cinco maiores accionistas ou 2 — A cassação do alvará é precedida de um processo
administradores, conforme os casos. de inquérito, instruído pela PSP com todos os documentos
4 — A apreciação da idoneidade do requerente é feita atinentes ao fundamento da cassação relativos à infracção
nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 14.º e com outros elementos que se revelem necessários.
5 — O alvará de armeiro é concedido por um perí- 3 — O armeiro a quem for cassado o alvará deve en-
odo de cinco anos, renovável, ficando a sua renovação cerrar a instalação no prazo de 48 horas após a notificação
condicionada à verificação das condições exigidas para a da decisão, sob pena de incorrer em crime de desobedi-
sua concessão, não sendo contudo exigido o certificado ência qualificada, sem prejuízo de a PSP optar por outro
previsto na alínea d) do n.º 2. procedimento, nomeadamente o imediato encerramento e
6 — O alvará de armeiro só é concedido depois de ve- selagem preventiva das instalações.
rificadas as condições de segurança das instalações, bem
como da comprovada capacidade que os requerentes pos- Artigo 50.º-A
suem para o exercício da actividade, podendo a PSP, para
Comércio electrónico
o efeito, solicitar parecer às associações da classe.
7 — Os requisitos fixados no n.º 2 são de verificação 1 — É permitido aos armeiros o comércio electrónico
obrigatória para as pessoas singulares ou colectivas pro- de bens que recaiam no âmbito do seu alvará, com excep-
venientes de Estados membros da União Europeia ou de ção de armas, munições e acessórios da classe A e partes
países terceiros. essenciais dessas armas.
8 — Para os efeitos previstos no número anterior, pode a 2 — O comércio electrónico não dispensa que a aqui-
Direcção Nacional da PSP proceder à equiparação de certi- sição de bens permitidos ao abrigo da presente lei seja
ficações emitidas por Estados terceiros para o exercício da titulada pelos originais ou fotocópias autenticadas dos
actividade de armeiro a que corresponda alvará do tipo 1, sem documentos necessários para a sua realização, nem que a
prejuízo da aplicabilidade de eventuais tratados ou acordos sua entrega seja efectuada no estabelecimento de armeiro,
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2591

cujo alvará permita a referida transacção, mantendo-se as ou autorizações habilitantes, confirmar e explicar as ca-
obrigações do n.º 2 do artigo 52.º racterísticas e efeitos da arma e munições vendidas, bem
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, não como as regras de segurança aplicáveis.
é admissível a apresentação de fotocópias autenticadas 3 — O armeiro e os seus trabalhadores devem recusar
de autorizações prévias de importação, exportação ou de a venda de arma ou munições sempre que o comprador
transferência. apresente sinais notórios de embriaguez, perturbação psí-
quica, consumo de estupefacientes ou ingestão de qualquer
SECÇÃO II substância que lhe afecte o comportamento.
Obrigações dos armeiros, registos e mapas
SECÇÃO III
Artigo 51.º Obrigações dos armeiros no fabrico, montagem
Obrigações especiais dos armeiros quanto à actividade e reparação de armas
1 — Os titulares de alvará de armeiro, para além de Artigo 53.º
outras obrigações decorrentes da presente lei, estão, es-
pecialmente, obrigados a: Marca de origem

a) Exercer a actividade de acordo com o seu alvará e 1 — O titular de alvará do tipo 1 é obrigado a marcar,
com as normas legais; de modo permanente, nas armas por ele produzidas, por
b) Manter actualizados os registos obrigatórios; marcação incisiva ou indelével, o seu nome ou marca,
c) Enviar à PSP cópia dos registos obrigatórios; modelo, país de origem, o ano e o número de série de
d) Observar com rigor todas as normas de segurança a fabrico e a apresentar, de seguida, as mesmas à PSP para
que está sujeita a actividade; efeitos de exame.
e) Facultar às autoridades competentes, sempre que por 2 — As armas de fogo produzidas em Portugal devem
estas solicitado, o acesso aos registos de armas e muni- ter inscrito um punção de origem e uma marca aposta por
ções, bem como a conferência das armas e munições em um banco oficial de provas reconhecido por despacho do
existência; Ministro da Administração Interna.
f) Facultar às autoridades competentes, sempre que por
estas solicitado, o acesso às armas transferidas de outro Artigo 54.º
Estado membro, bem como à respectiva documentação. Manifesto de armas

2 — Os armeiros estão, especialmente, obrigados a re- O manifesto das armas fabricadas ou montadas é sem-
gistar diariamente os seguintes actos: pre feito a favor dos armeiros habilitados com alvará do
tipo 2 ou 3.
a) Importação, exportação e transferência de armas; Artigo 55.º
b) Importação, exportação e transferência de munições;
c) Compra de armas; Obrigações especiais dos armeiros na reparação de armas de fogo
d) Venda de armas; 1 — É proibida a reparação de armas de fogo que não
e) Compra e venda de munições; estejam devidamente manifestadas e acompanhadas dos
f) Fabrico e montagem de armas; respectivos livretes de manifesto ou documento que os
g) Reparação de armas; substitua.
h) Existências de armas e munições. 2 — Quando da reparação de armas possa resultar eli-
minação de número de série de fabrico ou alteração das
3 — Em cada um dos registos referidos nas alíneas do suas características, devem as armas ser, previamente,
número anterior são escrituradas, separadamente, as armas examinadas e marcadas pela PSP.
e munições por classes, indicando-se o seu fabricante, 3 — As armas sem número de série de fabrico ficam
número, modelo, calibre, data e entidade com quem se efec- sujeitas ao exame e marcação previstos no número an-
tuou a transacção, respectiva licença ou alvará, bem como terior.
o número da autorização de compra, quando exigida. 4 — As alterações de características das armas para
4 — Os registos são efectuados em livros ou suporte efeito de maior aptidão venatória ou desportiva são re-
informático e devem existir em todos os locais de fabrico, queridas ao director nacional da PSP, sendo obrigatório o
compra e venda ou reparação de armas e suas munições. seu averbamento ao respectivo manifesto.
5 — Nos armazéns que o armeiro possua só é obriga-
tório o registo referido na alínea h) do n.º 2.
6 — O armeiro remete à PSP, até ao dia 5 de cada mês, CAPÍTULO VI
uma cópia dos registos obrigatórios. Carreiras e campos de tiro
7 — Os registos devem ser mantidos por um período
de 20 anos. SECÇÃO I
Artigo 52.º
Prática de tiro
Obrigações especiais dos armeiros na venda ao público
1 — A venda ao público de armas de fogo e suas muni- Artigo 56.º
ções só pode ser efectuada por pessoas devidamente habi-
Locais permitidos
litadas para o efeito, com domínio da língua portuguesa.
2 — Cabe aos armeiros ou aos seus trabalhadores veri- 1 — Só é permitido efectuar disparos com armas de fogo
ficar a identidade do comprador, a existência das licenças em carreiras e campos de tiro devidamente autorizados ou
2592 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

no exercício de actos venatórios, actos de gestão cinegética 2 — A autorização pode ser concedida:
e outras actividades de carácter venatório, nomeadamente
a) Ao titular do alvará de armeiro, de acordo com a
o treino de caça em áreas específicas para o efeito, em pro-
actividade exercida;
vas desportivas e em práticas recreativas em propriedades
b) Ao titular de licença B, ou isento nos termos da lei,
rústicas privadas em condições de segurança para o efeito
para armas de fogo da classe B;
e nos demais locais permitidos por lei.
c) Ao titular de licença B1, C, D, E ou F, para armas da
2 — Ficam excluídos do âmbito da presente lei as car-
classe permitida pela respectiva licença.
reiras e campos de tiro para uso militar ou policial, estejam
ou não afectos à prática de tiro desportivo.
3 — É permitida a prática recreativa de tiro com armas 3 — Em cada ano apenas é concedida autorização de
de fogo em propriedades rústicas privadas, desde que ob- importação de uma arma aos titulares das licenças B, B1,
servadas as condições de segurança definidas por despacho C, D, E e F, ou que delas estejam isentos.
do director nacional da PSP. 4 — Os cidadãos nacionais regressados de países ter-
ceiros após ausência superior a um ano e os estrangeiros
oriundos desses países que pretendam fixar residência em
SECÇÃO II território nacional podem ser autorizados a importar as suas
Atribuição de alvarás, sua cedência e cassação armas das classes B, B1, C, D, E, F ou G e respectivas
munições, ficando contudo sujeitos à prova da respectiva
Artigo 57.º licença de uso e porte ou detenção.
5 — A autorização prevista no número anterior pode,
Competência em casos devidamente fundamentados, ser concedida, pelo
1 — O licenciamento das carreiras e campos de tiro director nacional da PSP, a nacionais regressados de países
depende de alvará concedido pelo director nacional da PSP. terceiros antes de decorrido um ano.
2 — A criação de carreiras e campos de tiro em pro- 6 — O requerimento, acompanhado pelo certificado de
priedades rústicas, com área adequada para o efeito, para utilizador final, individual ou colectivo, quando a arma se
uso restrito do proprietário, depende de licença concedida destine à exportação, indica o tipo, a marca, o modelo, o
pela PSP. calibre, o número de série de fabrico, demais características
3 — Ficam excluídos do disposto no n.º 1 as carreiras da arma e a indicação de a arma ter sido sujeita ao controlo
e campos de tiro da iniciativa do Instituto do Desporto de de conformidade.
Portugal, I. P., desde que se encontrem asseguradas as con- 7 — Previamente à concessão da autorização de ex-
dições de segurança. portação, a PSP solicita ao Ministério dos Negócios Es-
Artigo 58.º trangeiros parecer relativo ao cumprimento pelo país de
destino dos critérios previstos no Código de Conduta da
Concessão de alvarás União Europeia sobre exportação de armas.
As pessoas singulares ou colectivas que pretendam 8 — O parecer previsto no número anterior é vinculativo
instalar carreiras ou campos de tiro devem requerer ao e enviado à PSP no prazo de 10 dias após o pedido.
director nacional da PSP a atribuição do respectivo alvará e 9 — Só podem ser admitidas em território nacional as
licenciamento do local, observando-se, na parte aplicável, armas homologadas por despacho do director nacional da
o disposto nos n.os 2 e seguintes do artigo 48.º PSP, nos termos do artigo 11.º-A.

Artigo 59.º Artigo 61.º


Cedência e cassação do alvará Procedimento para a concessão da autorização prévia

São aplicáveis à cedência e à cassação dos alvarás para 1 — Do requerimento da autorização de importação
a exploração e gestão de carreiras e campos de tiro as devem constar o número e a data do alvará, a licença dos
disposições constantes dos artigos 49.º e 50.º requerentes, a descrição dos artigos a importar, a sua pro-
veniência, características e quantidades, o nome dos fabri-
cantes e revendedores, bem como a indicação de as armas
CAPÍTULO VII terem sido sujeitas ao controlo de conformidade.
2 — A autorização é válida pelo prazo de 180 dias,
Importação, exportação, transferência e cartão prorrogável por um único período de 30 dias.
europeu de arma de fogo 3 — A autorização é provisória, convertendo-se em
definitiva após peritagem a efectuar pela PSP.
SECÇÃO I 4 — O disposto nos números anteriores é aplicável, com
as devidas adaptações, à autorização de exportação sempre
Importação e exportação de armas e munições
que o director nacional da PSP o considere necessário.
Artigo 60.º
Artigo 62.º
Autorização prévia à importação e exportação
Autorização prévia para a importação e exportação temporária
1 — A importação e a exportação de armas de aqui-
1 — O director nacional da PSP pode emitir autorização
sição condicionada, partes essenciais de armas de fogo,
prévia, nos seguintes casos:
munições, fulminantes, cartuchos ou invólucros com ful-
minantes, punhos para armas de fogo longas e coronhas a) Para a importação e exportação temporária de armas e
retrácteis ou rebatíveis, estão sujeitas a prévia autorização partes essenciais de armas de aquisição condicionada, des-
do director nacional da PSP. tinadas à prática venatória e competições desportivas;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2593

b) Para a importação e exportação temporária de armas longas e coronhas retrácteis ou rebatíveis efectuam-se nas
e partes essenciais de armas de aquisição condicionada, estâncias aduaneiras de Lisboa, Porto, Faro, Ponta Delgada
destinadas a feiras da especialidade, feiras agrícolas ou de e Funchal da Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impos-
coleccionadores, exposições, mostruários e demonstrações; tos Especiais sobre o Consumo (DGAIEC).
c) Para a importação e exportação temporária de armas 2 — A declaração aduaneira de importação ou de expor-
e partes essenciais de armas de aquisição condicionada, tação depende da apresentação da autorização de impor-
com vista à sua alteração ou reparação. tação ou de exportação concedida pela PSP e processa-se
com observância da regulamentação aduaneira aplicável,
2 — O requerimento será formulado pelos proprietários, sem prejuízo do disposto na presente lei.
fabricantes, armeiros, agentes comerciais ou entidades que 3 — A autorização de importação é arquivada na ins-
promovem as iniciativas referidas no n.º 1. tância aduaneira de processamento da declaração adua-
3 — Da autorização constam a classe, tipo, modelo, ca- neira.
libre e demais características das armas e suas quantidades, 4 — A declaração aduaneira de importação ou de ex-
o prazo de permanência ou ausência do País, bem como, portação é comunicada à PSP nos 15 dias seguintes à res-
se for caso disso, as regras de segurança a observar. pectiva ultimação.
4 — (Revogado.)
Artigo 65.º
Artigo 63.º
Não regularização da situação aduaneira
Peritagem
1 — Na ausência de prévia autorização de importação
1 — A peritagem efectua-se num prazo máximo de ou de exportação, as armas, munições e partes essenciais de
cinco dias após a sua solicitação e destina-se a verificar armas de fogo, fulminantes e invólucros com fulminantes
se os artigos declarados para importação, e se for caso ficam depositados em local a determinar pela PSP ou pelo
disso para exportação, estão em conformidade com o chefe da estância aduaneira, se esta reunir condições de
previsto na presente lei. segurança adequadas, sendo o proprietário notificado de
2 — A peritagem só pode ser efectuada após o importa- que as armas e munições ou outros artigos serão perdidos
dor ou exportador fornecer os dados que não tenha apre- a favor do Estado se não for regularizada a sua situação
sentado no momento do pedido de autorização prévia, no prazo de 180 dias.
relativos às armas de aquisição condicionada, às partes 2 — Para efeitos de declaração de perda a favor do
essenciais de armas de fogo, às munições, aos fulminantes, Estado ou de leilão, as estâncias aduaneiras lavram auto
aos cartuchos ou invólucros com fulminantes. de entrega à PSP dos artigos originários de países tercei-
3 — A abertura dos volumes com armas, partes essen- ros indicando a classificação pautal e a taxa de recursos
ciais, munições, invólucros com fulminantes ou só fulmi- próprios comunitários e de outras imposições devidas na
nantes só pode ser efectuada nas estâncias alfandegárias importação, nos termos da legislação comunitária e na-
na presença de perito da PSP, mediante a apresentação da cional.
declaração aduaneira acompanhada de todos os documen- 3 — As importâncias a cobrar a título de recursos pró-
tos exigidos, prontos para a verificação. prios comunitários e de outras imposições devidas na im-
4 — A peritagem a que se refere o número anterior é portação, ainda que os artigos tenham um destino que não
feita conjuntamente com a Direcção-Geral de Armamento seja a venda, são remetidas à DGAIEC.
e Equipamentos de Defesa sempre que se trate de armas,
munições ou acessórios cuja característica dual, civil e Artigo 66.º
militar, as torne enquadráveis nas seguintes normas do
artigo 3.º: Despacho de armas para diplomatas
e acompanhantes de missões oficiais
a) Alíneas a) a c) e q) e r) do n.º 2;
b) N.º 3; 1 — A entrada no território nacional e a saída deste de
c) Alíneas a) a c) do n.º 5, apenas no que respeita a armas de fogo e munições das missões acreditadas junto
armas semiautomáticas e de repetição; do Estado Português, ou outras de carácter diplomático
d) Alínea a) do n.º 6, apenas quanto a armas semiau- contempladas por acordos entre os Estados, são dispen-
tomáticas. sadas de formalidades alfandegárias.
2 — A entrada e circulação em território nacional e a
5 — Quando, na sequência da peritagem referida no saída deste de armas de fogo e munições para uso, porte e
número anterior, as armas, munições e acessórios sejam transporte por elementos de forças e serviços de segurança
classificados como arma com a configuração de armamento de outros Estados, em missão oficial em Portugal ou em
militar, o processo de atribuição das autorizações para im- trânsito de ou para países terceiros, carecem de autoriza-
portação, exportação, transferência, trânsito e transbordo é ção do director nacional da PSP, estando dispensadas de
encerrado, as armas são devolvidas à origem e o respectivo formalidades alfandegárias.
processo de notificação internacional segue o disposto na
legislação própria aplicável, no âmbito do Ministério da SECÇÃO II
Defesa Nacional.
Transferência
Artigo 64.º
Procedimentos aduaneiros
Artigo 67.º
Transferência de Portugal para os Estados membros
1 — A importação e a exportação de armas, partes essen-
ciais de armas de fogo, munições, fulminantes, cartuchos 1 — A expedição ou transferência de armas de aquisição
ou invólucros com fulminantes, punhos para armas de fogo condicionada, partes essenciais de armas de fogo, muni-
2594 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

ções, fulminantes, cartuchos ou invólucros com fulminan- da PSP, de onde constem os elementos referidos no n.º 2
tes, punhos para armas de fogo longas e coronhas retrácteis do artigo anterior.
ou rebatíveis de Portugal para os Estados membros da 5 — Por razões de segurança interna, o Ministro da Ad-
União Europeia depende de autorização, nos termos dos ministração Interna pode autorizar a transferência de armas
números seguintes. para Portugal com isenção das formalidades previstas nos
2 — O requerimento a solicitar a autorização é dirigido números anteriores, devendo comunicar a lista das armas
ao director nacional da PSP e deve conter: objecto de isenção às autoridades dos restantes Estados
membros da União Europeia.
a) A identidade do comprador ou cessionário;
6 — Só podem ser admitidas em território nacional as
b) O nome e apelidos, a data e lugar de nascimento, a
armas de fogo, reproduções de armas de fogo, armas de
residência e o número do documento de identificação, bem
salva ou alarme, armas de starter e munições homologadas
como a data de emissão e indicação da autoridade que tiver
por despacho do director nacional da PSP, nos termos do
emitido os documentos, tratando-se de pessoa singular;
artigo 11.º-A.
c) A denominação e a sede social, bem como os ele-
mentos de identificação referidos na alínea anterior re-
Artigo 68.º-A
lativamente ao seu representante, tratando-se de pessoa
colectiva; Transferência temporária
d) O endereço do local para onde são enviadas ou trans-
1 — O director nacional da PSP pode autorizar previa-
portadas as armas;
mente a transferência temporária de:
e) O número de armas que integram o envio ou o trans-
porte; a) Armas e partes essenciais de armas de aquisição con-
f) O tipo, a marca, o modelo, o calibre, o número de série dicionada, destinadas a práticas venatórias e competições
de fabrico e demais características da arma, bem como a desportivas;
indicação de as armas terem sido sujeitas ao controlo de b) Armas e partes essenciais de armas de aquisição
conformidade; condicionada, destinadas a feiras da especialidade, feiras
g) O meio de transferência; agrícolas ou de coleccionadores, exposições, mostruários
h) A data de saída e a data estimada da chegada das e demonstrações;
armas. c) Armas e partes essenciais de armas de aquisição con-
dicionada, com vista à sua alteração ou reparação.
3 — O requerimento a que se refere o número anterior
deve ser acompanhado do acordo prévio emitido pelo Es- 2 — O requerimento será formulado pelos proprietários,
tado membro do destino das armas, quando exigido. fabricantes, armeiros, agentes comerciais e entidades que
4 — A PSP verifica as condições em que se realiza a promovem as iniciativas referidas no n.º 1.
transferência com o objectivo de determinar se garante as 3 — Da autorização constam a classe, tipo, marca, mo-
condições de segurança da mesma. delo, calibre, número de série de fabrico e demais carac-
5 — Cumpridos os requisitos dos números anteriores, é terísticas da arma ou munições, e as suas quantidades, o
emitida uma autorização de transferência, por despacho do prazo de permanência ou ausência do país, bem como as
director nacional da PSP, de onde constem todos os dados regras de segurança a observar.
exigidos no n.º 2 do presente artigo. 4 — A autorização prevista na alínea a) do no n.º 1 é
6 — A autorização de transferência deve acompanhar dispensada aos titulares do cartão europeu de arma de fogo,
a arma ou armas até ao ponto de destino e deve ser apre- desde que nele estejam averbadas as armas a transferir.
sentada, sempre que solicitada, às autoridades dos Estados
membros da União Europeia de trânsito ou de destino. Artigo 69.º
Comunicações
Artigo 68.º
Transferência dos Estados membros para Portugal
1 — A PSP envia toda a informação pertinente de que
disponha sobre transferências definitivas de armas às cor-
1 — A admissão ou entrada e a circulação de armas respondentes autoridades dos Estados membros da União
de aquisição condicionada, partes essenciais de armas Europeia para onde se realize a transferência.
de fogo, munições, fulminantes, cartuchos ou invólucros 2 — Sempre que o Estado Português esteja vinculado
com fulminantes, punhos para armas de fogo longas e por acordo ou tratado internacional à notificação de paí-
coronhas retrácteis ou rebatíveis procedentes de outros ses terceiros relativa à exportação de armas, a PSP faz as
Estados membros da União Europeia dependem de auto- comunicações necessárias à entidade que nos termos das
rização prévia, quando exigida, nos termos dos números obrigações assumidas for competente para o efeito.
seguintes.
2 — A autorização é concedida por despacho do director SECÇÃO III
nacional da PSP, observado o disposto na presente lei, me-
diante requerimento do interessado, instruído com os ele- Cartão europeu de arma de fogo
mentos referidos na alínea f) do n.º 2 do artigo anterior.
3 — As armas que entrem ou circulem em Portugal Artigo 70.º
devem estar acompanhadas da autorização expedida pelas
Cartão europeu de arma de fogo
autoridades competentes do país de procedência.
4 — Cumpridos os requisitos dos números anteriores 1 — O cartão europeu de arma de fogo é o documento
e após verificação por perito da PSP das características que habilita o seu titular a deter uma ou mais armas de fogo
dos bens referidos no n.º 1, é emitida uma autorização de em qualquer Estado membro da União Europeia desde que
transferência definitiva, por despacho do director nacional autorizado pelo Estado membro de destino.
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2595

2 — O cartão europeu de arma de fogo é concedido 2 — A cada arma manifestada corresponde um livrete
pelo director nacional da PSP e é válido pelo período de de manifesto, a emitir pela PSP.
cinco anos, prorrogável por iguais períodos, desde que se 3 — Do livrete de manifesto consta o número e data de
verifiquem os requisitos que levaram à sua emissão. emissão, classe da arma, marca, calibre, número de fabrico,
3 — Os pedidos de concessão do cartão europeu de arma número de canos e identificação do seu proprietário.
de fogo são instruídos com os seguintes documentos: 4 — Em caso de extravio ou inutilização do livrete, é
concedida uma segunda via depois de organizado o res-
a) Requerimento a solicitar a concessão de onde conste pectivo processo justificativo.
a identificação completa do requerente, nomeadamente
estado civil, idade, profissão, naturalidade, nacionalidade Artigo 74.º
e domicílio;
b) Duas fotografias do requerente a cores e em tamanho Numeração e marcação
tipo passe; 1 — As armas sujeitas a manifesto têm de estar marca-
c) Cópia da licença ou licenças de uso e porte de armas das com o nome ou marca de origem, número de série de
de fogo ou prova da sua isenção; fabrico, calibre e modelo, com excepção das que foram
d) Cópia dos livretes de manifesto de armas que pre- fabricadas antes de 1950, que apenas têm de estar marca-
tende averbar; das com o nome ou marca de origem e número de série
e) Cópia do bilhete de identidade ou passaporte. de fabrico.
2 — As armas que não estejam marcadas em confor-
4 — O director nacional da PSP pode determinar a todo midade com o disposto no número anterior são marcadas
o tempo a apreensão do cartão europeu de arma de fogo com um código numérico e com punção da PSP.
por motivos de segurança e ordem pública de especial 3 — A marcação deve ser efectuada de molde a não
relevo. diminuir o valor patrimonial das armas.
5 — São averbadas as armas de propriedade do reque- 4 — Cada embalagem de munições produzidas, comer-
rente e aquelas de que é legítimo detentor e utilizador, bem cializadas e utilizadas em Portugal tem de ser marcada,
como o seu extravio ou furto. de forma a identificar o fabricante, o calibre, o tipo de
munição e o número de identificação do lote, em confor-
Artigo 71.º midade com regras a estabelecer por portaria do Ministério
Vistos da Administração Interna.
1 — A autorização referida no n.º 1 do artigo anterior Artigo 75.º
reveste a forma de visto prévio e deve ser requerida à PSP
quando Portugal for o Estado de destino. Factos sujeitos a registo
2 — O visto prévio a que se refere o número anterior 1 — O extravio, furto, roubo e transmissão de armas
não é exigido para o exercício de prática venatória ou des- ficam sujeitos a registo na PSP.
portiva, desde que comprovado o motivo da deslocação, 2 — As armas que se inutilizem por completo são en-
nomeadamente mediante a apresentação de um convite ou tregues à PSP para efeitos de peritagem.
de outro documento que prove a prática das actividades de 3 — Quando da peritagem resultar a reclassificação da
caça ou de tiro desportivo no Estado membro de destino. arma como arma inutilizada, pode o respectivo proprietário
requerer à PSP a sua devolução, quando titular de licença
CAPÍTULO VIII aplicável, ou a sua destruição.

Manifesto
CAPÍTULO IX
SECÇÃO I Disposições comuns
Marcação e registo Artigo 76.º
Artigo 72.º Exercício da actividade de armeiro e de gestão
de carreiras e campos de tiro
Competência
1 — A constituição de pessoas colectivas sob a forma
Compete à PSP a organização e manutenção do cadastro de sociedade anónima cujo objecto social consista, total
e fiscalização das armas classificadas no artigo 3.º e suas ou parcialmente, no exercício da actividade de armeiro ou
munições. na exploração e gestão de carreiras e campos de tiro obriga
a que todas as acções representativas do seu capital social
Artigo 73.º sejam nominativas.
Manifesto
2 — Independentemente do tipo de pessoa colectiva
cujo objecto social consista, total ou parcialmente, no
1 — O manifesto das armas das classes B, B1, C e exercício da actividade de armeiro ou de exploração e
D e das previstas na alínea c) do n.º 7 e na alínea b) do gestão de carreiras e campos de tiro, qualquer transmissão
n.º 8 do artigo 3.º é obrigatório, resulta da sua importação, das suas participações sociais deve ser sempre autorizada
transferência, fabrico, apresentação voluntária ou aqui- pelo director nacional da PSP, sendo exigido ao novo ti-
sição e faz-se em função das respectivas características, tular a verificação dos requisitos legais para o exercício
classificando-as de acordo com o disposto no artigo 3.º da actividade.
2596 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

Artigo 77.º tenham sido declaradas perdidas a favor do Estado, apre-


Responsabilidade civil e seguro obrigatório
endidas ou achadas e que se encontrem em condições de
serem colocadas no comércio.
1 — Os titulares de licenças e de alvarás previstos na 2 — Podem licitar em leilões de armas:
presente lei ou aqueles a quem a respectiva lei orgânica
ou estatuto profissional atribui ou dispensa da licença de a) Os legalmente isentos de licença de uso e porte de
uso e porte de arma são civilmente responsáveis, indepen- arma;
dentemente da sua culpa, por danos causados a terceiros b) Os titulares de licença de uso e porte de arma adequada
em consequência da utilização das armas de fogo que à classe da peça em leilão, desde que preencham as condi-
detenham ou do exercício da sua actividade. ções legalmente exigidas para detenção da arma em causa;
2 — A violação grosseira de norma de conduta referente c) Os armeiros detentores de alvarás dos tipos 2 e 3,
à guarda e transporte das armas de fogo determina sempre consoante a classe das peças presentes a leilão;
a responsabilização solidária do seu proprietário pelos d) Os titulares de licença de coleccionador e as associa-
danos causados a terceiros pelo uso, legítimo ou não, que ções de coleccionadores com museu, correndo o processo
às mesmas venha a ser dado. de emissão de autorização de compra posteriormente à
3 — Com excepção dos titulares de licenças E ou de licitação, se necessário.
licença especial, quando a arma não for da sua proprie-
dade, é obrigatória a celebração de contrato de seguro de 3 — Sob requisição da Direcção Nacional da PSP ou
responsabilidade civil com empresa seguradora mediante o das entidades públicas responsáveis por laboratórios de
qual seja transferida a sua responsabilidade até um capital perícia científica e balística, podem ser retiradas de qual-
mínimo a definir em portaria conjunta dos Ministros das quer venda armas com interesse científico para o estudo e
Finanças e da Administração Interna. investigação, sendo-lhes afectas gratuitamente.
4 — A celebração de contrato de seguro de responsabili-
dade civil para a prática de actos venatórios não dispensa o Artigo 79.º-A
contrato referido no número anterior, excepto se a apólice Publicidade da venda em leilão
respectiva o contemplar.
5 — Se o segurado for titular de mais de uma licença só 1 — Quando decidida a venda em leilão, como destino
está obrigado a um único seguro de responsabilidade civil. das armas, procede-se à respectiva publicitação, mediante
6 — Os titulares de licenças e de alvarás previstos na editais, anúncios e divulgação através da Internet.
presente lei ou aqueles a quem a respectiva lei orgânica ou 2 — Os editais são afixados, com a antecipação de
estatuto profissional atribui ou dispensa da licença de uso e 10 dias úteis, na porta de cada um dos comandos dis-
porte de arma, deverão fazer prova, a qualquer momento e tritais da PSP.
em sede de fiscalização, da existência de seguro válido. 3 — Os anúncios são publicados, com a antecipação
referida no número anterior, num dos jornais mais lidos
Artigo 78.º de expressão nacional.
4 — Em todos os meios de publicitação da venda
Armas declaradas perdidas a favor do Estado incluem-se, para que permita a sua fácil compreensão, as
1 — Sem prejuízo do disposto em legislação especial, to- seguintes indicações:
das as armas que, independentemente do motivo da entrega ou a) Número de armas por cada classe;
decisão, sejam declaradas perdidas a favor do Estado, ficam b) Local, data e hora da venda em leilão.
depositadas à guarda da PSP, que promoverá o seu destino.
2 — As armas referidas no número anterior, desde o 5 — Os bens destinados a leilão devem estar expostos para
momento do depósito à guarda da PSP até à decisão final, exame dos interessados, durante os cinco dias anteriores à data
nomeadamente de destruição, venda, ou utilização pelas prevista para a sua venda em leilão, devendo para o efeito,
forças de segurança, devem ser acompanhadas de registo os interessados solicitar informação a uma qualquer esquadra
documental, consultável a todo o tempo pelo interessado, da PSP, sobre o local e hora onde podem examinar os bens.
do qual devem constar os seguintes elementos: 6 — A publicitação através da Internet faz-se mediante a
a) Identificação da pessoa, ou entidade, que procedeu publicação, em destaque, no sítio oficial da PSP, do anúncio
à entrega; referido no n.º 3, durante os 15 dias que antecedem o leilão.
b) Motivo que determinou a entrega; 7 — A publicação de anúncios poderá não ter lugar
c) Agente que recepcionou a entrega e respectiva es- quando o departamento responsável pela venda considere
quadra; justificadamente os bens de reduzido valor, procedendo-
d) Características da arma, com referência à marca, -se, porém, sempre, à afixação de editais e à publicitação
modelo, calibre, condições de funcionalidade, estado de através da Internet.
conservação e demais características relevantes; 8 — No que não esteja expressamente previsto na pre-
e) Fotografia da arma aquando do depósito, da qual deve sente lei, à venda das armas aplicar-se-á, com as necessá-
ser facultada cópia à pessoa ou entidade que procedeu à rias adaptações, o disposto nos artigos 248.º e seguintes do
entrega; Código de Procedimento e de Processo Tributário.
f) Decisão final quanto ao destino da arma.
Artigo 80.º
Artigo 79.º Armas apreendidas
Leilões de armas
1 — Todas as armas apreendidas à ordem de processos
1 — A Direcção Nacional da PSP organiza, pelo menos criminais ficam na disponibilidade da autoridade judiciária
uma vez por ano, uma venda em leilão das armas que até decisão definitiva que sobre a mesma recair.
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2597

2 — As armas são depositadas nas instalações da PSP, Artigo 83.º


da Guarda Nacional Republicana, da Polícia Judiciária, Taxas devidas
ou unidade militar que melhor garanta a sua segurança e
disponibilidade em todas as fases do processo, sem prejuízo 1 — A apresentação de requerimentos, a concessão de
do disposto em legislação especial aplicável aos órgãos licenças e de alvarás, e suas renovações, de autorizações, a
de polícia criminal. realização de vistorias e exames, os manifestos e todos os
3 — Somente serão depositadas armas em instalações actos sujeitos a despacho, previstos na presente lei, estão
da Guarda Nacional Republicana se na área do tribunal dependentes do pagamento por parte do interessado de uma
que ordenou a apreensão não operar a PSP. taxa de valor a fixar por portaria do ministro que tutele a
4 — Excepcionalmente, atenta a natureza da arma administração interna, sujeita a actualização anual, tendo
e a sua perigosidade, pode o juiz ordenar o seu depó- em conta o índice médio de preços junto do consumidor
sito em unidade militar, com condições de segurança oficialmente publicado e referente ao ano imediatamente
para o efeito, após indicação do Ministério da Defesa anterior.
Nacional. 2 — O disposto na presente lei não prejudica as isenções
5 — Compete à PSP, manter, organizar e disponibilizar previstas na lei.
um ficheiro informático nacional de armas apreendidas, 3 — O produto das taxas previstas no n.º 1 reverte a
proceder à sua análise estatística e técnica e difundir in- favor da PSP.
formação às entidades nacionais e estrangeiras. 4 — Para os efeitos do disposto no n.º 1, podem ser
6 — Todas as entidades que procedam à apreensão de utilizados meios electrónicos de pagamento, nas condi-
armas de fogo, independentemente do motivo que deter- ções e prazos constantes da legislação regulamentar da
minou a apreensão, comunicam a sua apreensão à PSP, presente lei.
para efeitos de centralização e tratamento de informação, 5 — A falta de pagamento voluntário das quantias devi-
de acordo com as regras a estabelecer por despacho dos das nos termos do n.º 1 determina a suspensão automática
membros do Governo competentes. de toda e qualquer autorização prevista na presente lei.
7 — Todas as armas apreendidas devem ser peritadas,
registadas as suas características e o seu estado de conser- Artigo 84.º
vação, competindo à entidade à guarda de quem ficam, a
Delegação de competências
sua conservação no estado em que se encontravam à data
da sua apreensão. 1 — As competências atribuídas na presente lei ao direc-
8 — Do ficheiro informático referido no n.º 5 devem tor nacional da PSP podem ser delegadas e subdelegadas
constar, entre outros, os seguintes elementos: nos termos da lei.
a) Entidade apreensora; 2 — Compete ao director nacional da PSP a emissão
b) Despacho judicial que determinou, ou validou a apre- de normas técnicas destinadas a estabelecer procedimen-
ensão, com menção do número do processo e respectivo tos operativos no âmbito do regime jurídico das armas e
tribunal. munições.

Artigo 81.º Artigo 85.º


Publicidade Isenção

Não é permitida a publicidade a armas, suas característi- O disposto na presente lei relativamente ao certificado
cas e aptidões, excepto em meios de divulgação da especia- de aprovação para o uso e porte de armas de fogo não é
lidade, feiras de armas, feiras de caça, provas desportivas aplicável aos requerentes que, pela sua experiência pro-
de tiro e, relativamente a armas longas, feiras agrícolas, fissional nas Forças Armadas e nas forças e serviços de
bem como a publicidade da venda em leilão nos termos segurança, tenham adquirido instrução própria no uso e
do artigo 79.º-A. manejo de armas de fogo que seja considerada adequada
e bastante em certificado a emitir pelo comando ou direc-
Artigo 82.º ção competente, nos termos da legislação regulamentar
da presente lei.
Entrega obrigatória de arma achada
1 — Quem achar arma de fogo está obrigado a entregar CAPÍTULO X
de imediato a mesma às autoridades policiais, mediante
recibo de entrega. Responsabilidade criminal e contra-ordenacional
2 — Com a entrega deve ser lavrado termo de justifica-
ção da posse, contendo todas as circunstâncias de tempo SECÇÃO I
e lugar em que o achado ocorreu.
3 — Todas as armas entregues devem ser objecto de Responsabilidade criminal e crimes de perigo comum
análise e perícia balística, a efectuar pelo departamento
competente da Polícia Judiciária. Artigo 86.º
4 — O achado, logo que disponibilizado pelas auto- Detenção de arma proibida e crime cometido com arma
ridades, se for susceptível de comércio ou manifesto,
será objecto de venda em leilão, revertendo o produto 1 — Quem, sem se encontrar autorizado, fora das condi-
da venda para o achador, podendo este, em alternativa, ções legais ou em contrário das prescrições da autoridade
requerer o seu manifesto, se for titular da licença apli- competente, detiver, transportar, importar, transferir, guar-
cável. dar, comprar, adquirir a qualquer título ou por qualquer
2598 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

meio ou obtiver por fabrico, transformação, importação, algum dos comportamentos previstos no artigo anterior,
transferência ou exportação, usar ou trouxer consigo: envolvendo quaisquer equipamentos, meios militares e
material de guerra, armas, engenhos, instrumentos, meca-
a) Equipamentos, meios militares e material de guerra,
nismos, munições, substâncias ou produtos aí referidos, é
arma biológica, arma química, arma radioactiva ou suscep-
punido com uma pena de 2 a 10 anos de prisão.
tível de explosão nuclear, arma de fogo automática, explo-
2 — A pena referida no n.º 1 é de 4 a 12 anos de prisão se:
sivo civil, engenho explosivo ou incendiário improvisado
é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos; a) O agente for funcionário incumbido da prevenção
b) Produtos ou substâncias que se destinem ou possam ou repressão de alguma das actividades ilícitas previstas
destinar, total ou parcialmente, a serem utilizados para nesta lei; ou
o desenvolvimento, produção, manuseamento, acciona- b) Aquela coisa ou coisas se destinarem, com o conhe-
mento, manutenção, armazenamento ou proliferação de cimento do agente, a grupos, organizações ou associações
armas biológicas, armas químicas ou armas radioactivas criminosas; ou
ou susceptíveis de explosão nuclear, ou para o desenvol- c) O agente fizer daquelas condutas modo de vida.
vimento, produção, manutenção ou armazenamento de
engenhos susceptíveis de transportar essas armas, é punido 3 — A pena pode ser especialmente atenuada ou não ter
com pena de prisão de 2 a 5 anos; lugar a sua punição se o agente abandonar voluntariamente
c) Arma das classes B, B1, C e D, espingarda ou cara- a sua actividade, afastar ou fizer diminuir consideravel-
bina facilmente desmontável em componentes de reduzida mente o perigo por ela provocado, impedir que o resultado
dimensão com vista à sua dissimulação, espingarda não que a lei quer evitar se verifique ou auxiliar concretamente
modificada de cano de alma lisa inferior a 46 cm, arma de na recolha das provas decisivas para a identificação ou a
fogo dissimulada sob a forma de outro objecto, ou arma de captura de outros responsáveis.
fogo transformada ou modificada, é punido com pena de
prisão de 1 a 5 anos ou com pena de multa até 600 dias; Artigo 88.º
d) Arma da classe E, arma branca dissimulada sob a
forma de outro objecto, faca de abertura automática, esti- Uso e porte de arma sob efeito de álcool
e substâncias estupefacientes ou psicotrópicas
lete, faca de borboleta, faca de arremesso, estrela de lançar,
boxers, outras armas brancas ou engenhos ou instrumentos 1 — Quem, pelo menos por negligência, detiver, trans-
sem aplicação definida que possam ser usados como arma portar fora das condições de segurança previstas no ar-
de agressão e o seu portador não justifique a sua posse, tigo 41.º, usar ou portar arma com uma taxa de álcool no
aerossóis de defesa não constantes da alínea a) do n.º 7 sangue igual ou superior a 1,2 g/l é punido com pena de
artigo 3.º, armas lançadoras de gases, bastão, bastão ex- prisão até 1 ano ou com pena de multa até 360 dias.
tensível, bastão eléctrico, armas eléctricas não constantes 2 — Na mesma pena incorre quem, pelo menos por
da alínea b) do n.º 7 do artigo 3.º, quaisquer engenhos ou negligência, detiver, transportar fora das condições de
instrumentos construídos exclusivamente com o fim de segurança previstas no artigo 41.º, usar ou portar arma não
serem utilizados como arma de agressão, silenciador, partes estando em condições de o fazer com segurança, por se
essenciais da arma de fogo, munições, bem como munições encontrar sob a influência de substâncias estupefacientes
com os respectivos projécteis expansivos, perfurantes, ou psicotrópicas ou produtos com efeito análogo pertur-
explosivos ou incendiários, é punido com pena de prisão badores da aptidão física, mental ou psicológica.
até 4 anos ou com pena de multa até 480 dias.
Artigo 89.º
2 — A detenção de arma não registada ou manifestada,
Detenção de armas e outros dispositivos, produtos
quando obrigatório, constitui, para efeitos do número an- ou substâncias em locais proibidos
terior, detenção de arma fora das condições legais.
3 — As penas aplicáveis a crimes cometidos com arma Quem, sem estar especificamente autorizado por legítimo
são agravadas de um terço nos seus limites mínimo e má- motivo de serviço ou pela autoridade legalmente compe-
ximo, excepto se o porte ou uso de arma for elemento do tente, transportar, detiver, usar, distribuir ou for portador,
respectivo tipo de crime ou a lei já previr agravação mais em recintos desportivos ou religiosos, em zona de exclusão,
elevada para o crime, em função do uso ou porte de arma. em estabelecimentos ou locais onde decorra manifestação
4 — Para os efeitos previstos no número anterior, cívica ou política, bem como em estabelecimentos ou locais
considera-se que o crime é cometido com arma quando de diversão, feiras e mercados, qualquer das armas previstas
qualquer comparticipante traga, no momento do crime, no n.º 1 do artigo 2.º, bem como quaisquer munições, enge-
arma aparente ou oculta prevista nas alíneas a) a d) do n.º 1, nhos, instrumentos, mecanismos, produtos ou substâncias
mesmo que se encontre autorizado ou dentro das condições referidos no artigo 86.º, é punido com pena de prisão até
legais ou prescrições da autoridade competente. 5 anos ou com pena de multa até 600 dias, se pena mais
5 — Em caso algum pode ser excedido o limite máximo grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
de 25 anos da pena de prisão.
SECÇÃO II
Artigo 87.º
Penas acessórias e medidas de segurança
Tráfico e mediação de armas
1 — Quem, sem se encontrar autorizado, fora das condi- Artigo 90.º
ções legais ou em contrário das prescrições da autoridade Interdição de detenção, uso e porte de armas
competente, vender, ceder a qualquer título ou por qualquer
meio distribuir, mediar uma transacção ou, com intenção 1 — Pode incorrer na interdição temporária de detenção,
de transmitir a sua detenção, posse ou propriedade, adoptar uso e porte de arma ou armas quem for condenado pela
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2599

prática de crime previsto na presente lei ou pela prática, a Artigo 92.º


título doloso ou negligente, de crime em cuja preparação Interdição de exercício de actividade
ou execução tenha sido relevante a utilização ou disponi-
bilidade sobre a arma. 1 — Pode incorrer na interdição temporária de exercício
2 — O período de interdição tem o limite mínimo de de actividade o titular de alvará de armeiro ou de explo-
um ano e o máximo igual ao limite superior da moldura ração de campo ou carreira de tiro que seja condenado, a
penal do crime em causa, não contando para este efeito o título doloso e sob qualquer forma de participação, pela
tempo em que a ou as armas, licenças e outros documentos prática de crime cometido com grave desvio dos fins para
tenham estado apreendidos à ordem do processo ou em que que foi licenciado ou credenciado ou com grave violação
o condenado tenha estado sujeito a medida de coacção ou dos deveres e regras que disciplinam o exercício da ac-
de pena ou execução de medida de segurança. tividade.
3 — A interdição implica a proibição de detenção, uso 2 — A interdição tem a duração mínima de 6 meses
e porte de armas, designadamente para efeitos pessoais, e máxima de 10 anos, não contando para este efeito o
funcionais ou laborais, desportivos, venatórios ou outros, tempo em que o condenado tenha estado sujeito a medida
bem como de concessão ou renovação de licença, cartão de coacção ou em cumprimento de pena ou execução de
europeu de arma de fogo ou de autorização de aquisição medida de segurança privativas da liberdade.
de arma de fogo durante o período de interdição, devendo 3 — A interdição implica a proibição do exercício da
o condenado fazer entrega da ou das armas, licenças e actividade ou a prática de qualquer acto em que a mesma
demais documentação no posto ou unidade policial da se traduza, bem como a concessão ou renovação de al-
área da sua residência no prazo de 15 dias contados do vará, credenciação, licença ou autorização no período de
trânsito em julgado. interdição.
4 — A interdição é decretada independentemente de 4 — O exercício da actividade ou a prática de actos em
o condenado gozar de isenção ou dispensa de licença ou que a mesma se traduza durante o período de interdição faz
licença especial. incorrer em crime de desobediência qualificada.
5 — É aplicável o disposto no n.º 3 do artigo 90.º
5 — A decisão de interdição é comunicada à PSP e,
sendo caso disso, à entidade pública ou privada relevante
Artigo 93.º
no procedimento de atribuição da arma de fogo ou de quem
o condenado dependa. Medidas de segurança
6 — O condenado que deixar de entregar a ou as armas 1 — Pode ser aplicada a medida de segurança de cas-
no prazo referido no n.º 3 incorre em crime de desobedi- sação de licença de detenção, uso e porte de armas ou de
ência qualificada. alvará a quem:
Artigo 91.º a) For condenado pela prática de crime previsto na
presente lei, pela prática de qualquer um dos crimes re-
Interdição de frequência, participação feridos no n.º 2 do artigo 14.º ou por crime relacionado
ou entrada em determinados locais
com armas de fogo ou cometido com violência contra
1 — Pode ser temporariamente interdita a frequência, pessoas ou bens;
participação ou entrada em estabelecimento de ensino, b) For absolvido da prática dos crimes referidos na
recinto desportivo, estabelecimentos ou locais de diversão, alínea anterior apenas por inimputabilidade, desde que a
locais onde ocorra manifestação cultural, desportiva ou personalidade do agente e o facto praticado façam recear
venatória, feira ou mercado, campo ou carreira de tiro, a o cometimento de novos crimes que envolvam tais armas
quem for condenado: ou o agente se revele inapto para a detenção, uso e porte
das mesmas.
a) Pela prática de crime previsto na presente lei prati-
cado num dos locais referidos; 2 — A medida tem a duração mínima de 2 e máxima
b) Pela prática de crime cometido num desses locais ou de 10 anos.
que se repercuta significativamente no mesmo e em cuja 3 — A cassação implica a caducidade do ou dos títulos,
preparação ou execução tenha sido relevante uma arma. a proibição de concessão de nova licença ou alvará ou de
autorização de aquisição de arma pelo período de duração
2 — O período de interdição tem o período mínimo da medida e ainda a proibição de detenção, uso e porte
de um ano e máximo de cinco anos, não contando para o de arma ou armas, designadamente para efeitos pessoais,
efeito o tempo em que o condenado esteja sujeito a medida funcionais ou laborais, desportivos, venatórios ou outros
de coacção ou em cumprimento de pena ou medida de durante o mesmo período, devendo o arguido ou quem
segurança privativa da liberdade. por ele for responsável fazer entrega de armas, licenças
3 — A decisão de interdição é comunicada à PSP e à e demais documentação no posto ou unidade policial da
autoridade administrativa, federação desportiva, associação área da sua residência no prazo de 15 dias contados do
ou entidade pública ou privada que regule ou fiscalize o trânsito em julgado.
sector ou actividade ou organize o evento. 4 — É aplicável o disposto nos n.os 4 a 6 do artigo 90.º
4 — O incumprimento faz incorrer o condenado em
crime de desobediência qualificada. Artigo 94.º
5 — A decisão de interdição pode compreender a obri-
Perda da arma
gação de apresentação do condenado no posto ou unidade
policial da área da sua residência no dia ou dias de rea- 1 — Sem prejuízo de ser declarada perdida a favor do
lização de feira, mercado ou evento desportivo, cultural Estado nos termos gerais, qualquer arma entregue na PSP,
ou venatório. por força da aplicação ao condenado de uma pena acessória
2600 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

ou medida de segurança, pode ser vendida a quem reúna arma de alarme, munições de salva ou alarme ou armas
condições para as possuir. das classes F e G, é punido com uma coima de € 600 a
2 — A venda, requerida pelo condenado, é efectuada € 6000.
pela PSP ao comprador indicado por aquele ou, caso não
haja indicação de comprador no prazo de 180 dias contados Artigo 98.º
da apresentação do requerimento, é levada a leilão nos
Violação geral das normas de conduta
termos do disposto no artigo 79.º, revertendo o produto e obrigações dos portadores de armas
da venda para o condenado, deduzidas as despesas e taxas
aplicáveis, a fixar por portaria do ministro que tutela a Quem, sendo titular de licença, detiver, usar ou for
administração interna. portador, transportar arma fora das condições legais,
afectar arma a actividade diversa da autorizada pelo
Artigo 95.º director nacional da PSP ou em violação das normas
de conduta previstas na presente lei é punido com uma
Responsabilidade criminal das pessoas colectivas e equiparadas
coima de € 500 a € 5000.
As pessoas colectivas e entidades equiparadas são res-
ponsáveis, nos termos gerais, pelos crimes previstos no Artigo 99.º
n.º 1 do artigo 86.º e no artigo 87.º
Violação específica de normas de conduta e outras obrigações

Artigo 95.º-A 1 — Quem não observar o disposto:


Detenção e prisão preventiva a) No n.º 3 do artigo 31.º e nos artigos 34.º e 35.º, é
1 — Há lugar à detenção em flagrante delito pelos cri- punido com uma coima de € 250 a € 2500;
mes previstos nos artigos 86.º, 87.º e 89.º da presente lei b) No artigo 19.º-A, é punido com uma coima de € 500
e pelos crimes cometidos com arma puníveis com pena a € 5000;
de prisão. c) No n.º 6 do artigo 11.º, no n.º 3 do artigo 18.º e
2 — A detenção prevista no número anterior deve nos n.os 1 e 3 do artigo 38.º, é punido com uma coima
manter-se até o detido ser apresentado a audiência de € 600 a € 6000;
de julgamento sob a forma sumária ou a primeiro d) Nos artigos 32.º, 33.º e 36.º, no n.º 1 do artigo 45.º
interrogatório judicial para eventual aplicação de e nos n.os 1 e 2 do artigo 53.º, é punido com uma coima
medida de coacção ou de garantia patrimonial, sem de € 700 a € 7000.
prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 143.º, no n.º 1
do artigo 261.º, no n.º 3 do artigo 382.º e no n.º 2 do 2 — Quem proceder à alteração das características das
artigo 385.º do Código de Processo Penal. reproduções de armas de fogo para práticas recreativas é
3 — Fora de flagrante delito, a detenção pelos crimes punido com coima de € 500 a € 1000.
previstos no n.º 1 pode ser efectuada por mandado do juiz
ou, nos casos em que for admissível prisão preventiva, do Artigo 99.º-A
Ministério Público. Violação específica de norma de conduta atinente
4 — As autoridades de polícia criminal podem também à renovação de licença de uso e porte de arma
ordenar a detenção fora de flagrante delito, por iniciativa
própria, nos casos previstos na lei, e devem fazê-lo se 1 — Quem, sendo detentor de arma, deixar caducar a
houver perigo de continuação da actividade criminosa. sua licença de uso e porte de arma, tendo ou não posterior-
5 — É aplicável ao arguido a prisão preventiva quando mente promovido a tramitação necessária à sua legalização
houver fortes indícios da prática de crime doloso previsto prevista nos n.os 1 e 3 do artigo 29.º, é punido com coima
no n.º 1, punível com pena de prisão de máximo superior de € 250 a € 2500.
a 3 anos, verificadas as demais condições de aplicação 2 — A detenção de arma, verificada a caducidade da
da medida. licença de uso e porte de arma sem que tenha sido promo-
vida a sua renovação, requerida nova licença aplicável no
Artigo 96.º prazo previsto no n.º 1 do artigo 29.º ou solicitada a sua
titularidade ao abrigo de outra licença aplicável conforme
Punição das entidades colectivas e equiparadas o disposto no n.º 3 do artigo 29.º, é considerada detenção
(Revogado.) de arma fora das condições legais, para efeitos do disposto
no n.º 1 do artigo 86.º e do artigo 97.º
SECÇÃO III Artigo 100.º
Responsabilidade contra-ordenacional Violação das normas para o exercício da actividade de armeiro

Artigo 97.º 1 — Quem, sendo titular de alvará para o exercício


das actividades de armeiro, se encontrar a exercer a
Detenção ilegal de arma
actividade em violação das normas e regras legais para
Quem, sem se encontrar autorizado, fora das condições o exercício da actividade é punido com uma coima de
legais ou em contrário das prescrições da autoridade com- € 1000 a € 20 000.
petente, detiver, transportar, importar, guardar, comprar, 2 — É punido com a coima referida no número anterior
adquirir a qualquer título ou por qualquer meio ou obtiver o armeiro que tenha estabelecimento de venda ao público
por fabrico, transformação, importação ou exportação, e não observe as normas e deveres de conduta a que está
usar ou trouxer consigo reprodução de arma de fogo, obrigado bem como os seus funcionários.
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2601

Artigo 101.º lativo ao combate à criminalidade organizada e económico-


Exercício ilegal de actividades sujeitas a autorização
-financeira e demais legislação especial.

1 — Quem, sendo titular de alvará para a exploração Artigo 106.º


de carreira ou campo de tiro, se encontrar a exercer a
Competências e produto das coimas
actividade em violação das normas e regras legais para o
exercício da mesma é punido com uma coima de € 1000 1 — A instrução dos processos de contra-ordenação
a € 20 000. compete à PSP.
2 — Quem, não estando autorizado pelo director na- 2 — A aplicação das respectivas coimas compete
cional da PSP, organizar manifestação teatral, cultural ou ao director nacional, que pode delegar essa compe-
outra onde sejam utilizadas ou disparadas armas de fogo, tência.
mostra ou feira de armas, leilão ou outro tipo de iniciativa 3 — O produto das coimas previstas nesta lei reverte na
aberta ao público é punido com uma coima de € 1000 a percentagem de 40 % para o Estado, de 40 % para a PSP e
€ 20 000. de 20 % a repartir entre as demais entidades fiscalizadoras
3 — Quem, não sendo titular de alvará para a exploração do cumprimento da presente lei.
de carreira ou campo de tiro, se encontrar a exercer esta
actividade é punido com coima de € 20 000 a € 40 000.
4 — Quem exercer comércio electrónico de armas, mu- SECÇÃO V
nições e acessórios da classe A e partes essenciais dessas Apreensão de armas e cassação de licenças
armas é punido com coima de € 2000 a € 20 000.
5 — Quem exercer comércio electrónico em viola- Artigo 107.º
ção do disposto no artigo 50.º-A é punido com coima
de € 1000 a € 10 000. Apreensão de armas
6 — Quem frequentar ou utilizar carreira ou campo 1 — O agente ou autoridade policial procede à apre-
de tiro não licenciado, conhecendo ou devendo conhecer, ensão da ou das armas de fogo, munições e respectivas
essa falta de licenciamento, é punido com coima de € 500 licenças e manifestos, emitindo documento de apreensão
a € 2000.
com a descrição da ou das armas, munições e documen-
tação, quando:
Artigo 102.º
Publicidade ilícita
a) Quem a detiver, portar ou transportar se encontrar
sob influência do álcool, de estupefacientes, substâncias
Quem efectuar publicidade a armas de fogo e quem a psicotrópicas ou produtos de efeito análogo, verificada nos
publicar, editar ou transmitir fora das condições previstas na termos da presente lei ou recusar a submeter-se a provas
presente lei é punido com uma coima de € 1000 a € 20 000. para sua detecção;
b) Houver indícios da prática pelo suspeito de crime
Artigo 103.º de maus tratos a cônjuge, a quem com ele viva em
Agravação condições análogas às dos cônjuges, a progenitor de
descendente comum em 1.º grau, aos filhos, a pessoa
As coimas são agravadas nos seus limites mínimos e menor ou particularmente indefesa em razão da idade,
máximos para o triplo se o titular da licença ou alvará, o deficiência, doença ou gravidez e que esteja a seu cui-
organizador ou promotor, for uma entidade colectiva ou dado, à sua guarda ou sob a sua responsabilidade de
equiparada, sendo responsáveis solidários pelo pagamento direcção ou educação e, perante a queixa, denúncia ou
os seus sócios, gerentes, accionistas e administradores. a constatação de flagrante, verificarem probabilidade
na sua utilização;
Artigo 104.º c) Se encontrarem fora das condições legais ou em
Negligência e tentativa violação das prescrições da autoridade competente.
1 — A negligência e a tentativa são puníveis.
2 — No caso de tentativa, as coimas previstas para a 2 — A apreensão inclui a arma de fogo detida ao abrigo
respectiva contra-ordenação são reduzidas para metade de isenção ou dispensa de licença ou de licença especial,
nos seus limites máximos e mínimos. bem como a arma de fogo que seja propriedade de entidade
pública ou privada.
3 — Para além da transmissão da notícia do crime ao
SECÇÃO IV Ministério Público ou à PSP, em caso de contra-ordenação,
Regime subsidiário e competências a apreensão nos termos do número anterior é comunicada
à respectiva entidade pública ou privada titular da arma,
Artigo 105.º para efeitos de acção disciplinar e ou de restituição da
arma, nos termos gerais.
Regime subsidiário 4 — Em caso de manifesto estado de embriaguez ou de
1 — Em matéria relativa à responsabilidade criminal ou intoxicação por substâncias estupefacientes ou psicotrópi-
contra-ordenacional é aplicável subsidiariamente o Código cas de pessoa que detenha, use, porte ou transporte consigo
Penal, o Código de Processo Penal e o regime geral das arma de fogo, a arma pode ser retida por qualquer caçador
contra-ordenações. ou atirador desportivo ou ainda por qualquer pessoa que o
2 — O disposto no número anterior não prejudica a possa fazer em condições de segurança até à comparência
aplicação à matéria regulada na presente lei do regime re- de agente ou autoridade policial.
2602 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

Artigo 108.º medida de coacção fixada ou da decisão da suspensão pro-


Cassação das licenças
visória do processo de inquérito, houver reconhecimento
judicial da idoneidade do titular para a sua manutenção.
1 — Sem prejuízo da cassação de licenças por autori- 6 — Para efeitos do disposto nas alíneas f), h) e i) do
dade judiciária, o director nacional da PSP pode determinar n.º 1 e nos casos em que o titular de licença de tiro des-
a cassação: portivo tenha sido expulso da respectiva federação, a PSP
a) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de instaura um processo de inquérito com todos os elementos
arma, quando o titular tenha sido condenado pela prática atinentes ao fundamento da cassação relativos à infracção
de crime doloso, cometido com uso de violência, em pena e outros considerados necessários.
superior a 1 ano de prisão; 7 — A cassação da licença implica a sua entrega na PSP,
b) Das licenças C e D obtidas com base na titulari- acompanhada da arma ou armas que a mesma autoriza e
dade de carta de caçador, quando o titular foi condenado respectivos documentos inerentes, no prazo de 15 dias após
pela prática de infracção no exercício de acto venatório, a notificação do despacho, sob pena de cometimento de
tendo-lhe sido interditado o direito de caçar ou cassada crime de desobediência qualificada.
a respectiva autorização, ou cessado, por caducidade, a 8 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, no
referida autorização; prazo de 180 dias após o depósito ou após a data em que
c) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de a decisão se tornar definitiva, pode o interessado proce-
arma, quando o titular for condenado por crime de maus der à transmissão da arma, remetendo à PSP o respectivo
tratos ao cônjuge ou a quem com ele viva em condições comprovativo.
análogas, aos filhos ou a menores ao seu cuidado, ou 9 — Findo o prazo referido no número anterior, a arma
quando pelo mesmo crime foi determinada a suspensão é declarada perdida a favor do Estado.
provisória do processo de inquérito;
d) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de SECÇÃO VI
arma, quando ao titular for aplicada medida de coacção de
obrigação de não contactar com determinadas pessoas ou Operações especiais de prevenção criminal
não frequentar certos lugares ou certos meios;
e) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de Artigo 109.º
arma, quando ao titular for aplicada a medida de suspensão Reforço da eficácia da prevenção criminal
provisória do processo de inquérito mediante a imposição
de idênticas injunções ou regras de conduta; 1 — As forças de segurança devem planear e levar a
f) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de efeito, periodicamente, operações especiais de prevenção
arma, ao titular que utilizou a arma para fins não autori- criminal em áreas geográficas delimitadas com a fina-
zados ou diferentes daqueles a que a mesma se destina ou lidade de controlar, detectar, localizar, prevenir a intro-
violou as normas de conduta do portador de arma; dução, assegurar a remoção ou verificar a regularidade
g) Da licença de tiro desportivo, quando tenha cessado, da situação de armas, seus componentes ou munições
por qualquer forma, a atinente licença federativa; ou substâncias ou produtos a que se refere a presente
h) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de lei, reduzindo o risco de prática de infracções previstas
arma, quando o titular contribuiu com culpa para o furto no presente capítulo, bem como de outras infracções
ou extravio da arma; que a estas se encontrem habitualmente associadas ou
i) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de ainda quando haja suspeita de que algum desses crimes
arma, quando o titular contribuiu com culpa, na guarda, possa ter sido cometido como forma de levar a cabo ou
segurança ou transporte da arma, para a criação de perigo encobrir outros.
ou verificação de acidente. 2 — A delimitação das áreas geográficas para a reali-
zação das operações especiais de prevenção pode abran-
2 — Nos casos previstos no n.º 1 do artigo anterior é ger:
lavrado termo de cassação provisória que seguirá junta-
mente com o expediente resultante da notícia do crime ou a) Pontos de controlo de acesso a locais em que cons-
da contra-ordenação para os serviços do Ministério Público titui crime a detenção de armas, dispositivos, produtos ou
ou para a PSP, respectivamente. substâncias enumeradas na presente lei;
3 — Nos casos previstos nas alíneas f), h) e i) do n.º 1 b) Gares de transportes colectivos rodoviários, ferroviá-
e nos casos em que o titular de licença de tiro desportivo rios ou fluviais, bem como no interior desses transportes, e
tenha sido expulso da respectiva federação, a concessão ainda em portos, aeroportos, vias públicas ou outros locais
de nova licença só é autorizada decorridos cinco anos públicos, e respectivos acessos, frequentados por pessoas
após a cassação e implica sempre a verificação de todos que em razão de acções de vigilância, patrulhamento ou
os requisitos exigidos para a sua concessão. informação policial seja de admitir que se dediquem à
4 — A Autoridade Florestal Nacional deve comunicar prática das infracções previstas no n.º 1.
à Direcção Nacional da PSP, no prazo de 60 dias após a
sua ocorrência, a cassação ou a caducidade da autoriza- 3 — As operações especiais de prevenção podem com-
ção para a prática de actos venatórios, bem como todas preender, em função da necessidade, a identificação das
as interdições efectivas do direito de caçar de que tenha pessoas que se encontrem na área geográfica onde têm
conhecimento. lugar, bem como a revista de pessoas, de viaturas ou de
5 — Para efeitos do disposto nas alíneas a), c), d) e e) do equipamentos e, quando haja indícios da prática dos crimes
n.º 1, a cassação não ocorrerá se, observado o procedimento previstos no n.º 1, risco de resistência ou de desobediência
previsto no n.º 3 do artigo 14.º, instaurado pelo interessado à autoridade pública ou ainda a necessidade de condução
até 30 dias após o trânsito em julgado da condenação, ao posto policial, por não ser possível a identificação su-
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2603

ficiente, a realização de buscas no local onde se encon- Artigo 112.º-A


trem. Reclassificação de armas
4 — Compete ainda à PSP a verificação dos bens pre-
vistos na presente lei e que se encontrem em trânsito nas 1 — As armas que, no âmbito da presente lei, venham
zonas portuárias e aeroportuárias internacionais, com a a ser reclassificadas só podem ser detidas e utilizadas nos
possibilidade de abertura de volumes e contentores, para termos permitidos pela presente lei.
avaliação do seu destino e proveniência. 2 — Se o titular da arma reclassificada não a puder deter
e utilizar no âmbito da presente lei, tem o prazo de seis
Artigo 110.º meses para proceder à sua venda ou inutilização, sob pena
de a mesma ser declarada perdida a favor do Estado.
Desencadeamento e acompanhamento
1 — As operações especiais de prevenção são sempre Artigo 113.º
comunicadas ao Ministério Público, através do procurador- Transição para o novo regime legal
-geral distrital com competência territorial na área geo-
gráfica visada. 1 — As licenças e autorizações de uso e porte de arma
2 — A comunicação é feita, com antecedência adequada concedidas ao abrigo de legislação anterior são convertidas,
e especificação da delimitação geográfica e temporal das quando da sua renovação, para as licenças agora previstas,
medidas previstas, pelo director nacional da PSP, pelo nos seguintes termos:
comandante-geral da GNR ou por ambos, caso se trate de a) Licença de uso e porte de arma de defesa transita
operação conjunta. para licença de uso e porte de arma B1;
3 — Sem prejuízo da autonomia técnica e táctica das b) Licença de uso e porte de arma de caça transita para
forças de segurança, as operações podem ser acompanha- licença de uso e porte de arma C ou D, conforme os ca-
das, na modalidade tecnicamente disponível que se revele sos;
mais apropriada, por um magistrado, o qual será respon- c) Licença de uso e porte de arma de recreio de cano
sável pela prática dos actos de competência do Ministério liso transita para licença de uso e porte de arma D;
Público que elas possam requerer. d) Autorização de uso e porte de arma de defesa «mo-
4 — As operações podem prosseguir para além dos delo V» e «modelo V-A» transita para licença especial,
espaços geográfico e temporal determinados se os actos aplicando-se as mesmas regras que a esta relativamente
a levar a cabo forem decorrentes de outros iniciados no à caducidade e validade, bem como no que se refere aos
âmbito da delimitação inicial. requisitos previstos para a sua concessão;
e) Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 3 do ar-
Artigo 111.º tigo 5.º, as referências existentes nas respectivas leis or-
gânicas ou estatutos profissionais a licença de uso e porte
Actos da exclusiva competência de juiz de instrução de arma de defesa entendem-se feitas para licença de uso
1 — Quando no âmbito de uma operação especial de e porte de arma de classe B.
prevenção se torne necessário levar a cabo buscas domici-
liárias ou outros actos da exclusiva competência de juiz de 2 — Os armeiros devidamente licenciados que se en-
instrução, são adoptadas as medidas necessárias ao acom- contrem no exercício da actividade dispõem de um prazo
panhamento por parte deste magistrado, na modalidade de seis meses contados da data da entrada em vigor da
tecnicamente disponível que se revele mais apropriada. presente lei para requerer a concessão de um alvará para
2 — Quando a operação deva ser desenvolvida em mais o exercício da actividade pretendida no novo quadro legal
[caducado].
de uma comarca, intervém o juiz de instrução que, nos
3 — Os proprietários dos estabelecimentos que efec-
termos da lei, tenha competência no território da comarca
tuem vendas de armas das classes G e F dispõem de um
em que a operação se inicie. prazo de seis meses a contar da data da entrada em vigor
da presente lei para requerer a concessão de um alvará
CAPÍTULO XI do tipo 3 para a continuação do exercício da actividade
[caducado].
Disposições transitórias e finais
Artigo 114.º
SECÇÃO I Detenção vitalícia de armas no domicílio
Regime transitório 1 — Os possuidores de armas detidas ao abrigo de
licenças de detenção domiciliária emitidas nos termos
Artigo 112.º do disposto no artigo 46.º do regulamento aprovado pelo
Armas manifestadas em países que estiveram
Decreto-Lei n.º 37 313, de 21 de Fevereiro de 1949, man-
sob a administração portuguesa têm o direito a deter essas armas nos termos anteriormente
estabelecidos.
Os proprietários das armas manifestadas nos países 2 — Os possuidores de armas de ornamentação abran-
que estiveram sob a administração portuguesa têm o prazo gidas pelo disposto no artigo 5.º do regulamento aprovado
de 180 dias após a entrada em vigor da presente lei para pelo Decreto-Lei n.º 37 313, de 21 de Fevereiro de 1949,
substituir o documento de manifesto concedido pelas au- mantêm o direito de deter essas armas nos termos ante-
toridades portuguesas de então pelo livrete de manifesto riormente estabelecidos.
concedido pelo director nacional da PSP e livro de registo 3 — Os possuidores de armas de fogo manifestadas
de munições [caducado]. ao abrigo do Decreto -Lei n.º 328/76, de 6 de Maio,
2604 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009

e que nos termos da presente lei devam ser conside- 2 — São aprovadas por portaria do Ministro que tutela
radas armas da classe A mantêm o direito de deter a Administração Interna as normas referentes às seguintes
essas armas, desde que comprovem junto da Direc- matérias:
ção Nacional da PSP que são legítimos detentores e a) Condições de segurança para o exercício da activi-
que dispõem das condições de segurança previstas na dade de armeiro;
presente lei. b) Regime da formação técnica e cívica para uso e porte
4 — Os possuidores de armas de fogo manifestadas e de armas de fogo, incluindo os conteúdos programáticos
registadas ao abrigo do regime anterior como armas de e duração dos cursos;
defesa e que por força da presente lei não sejam classifi- c) Regime do exame de aptidão para obtenção do certifi-
cadas como armas da classe B1 mantêm o direito de deter, cado de aprovação para o uso e porte de armas de fogo;
usar e portar essas armas, desde que comprovem junto da d) Modelo das licenças, alvarás, certificados e outros
Direcção Nacional da PSP que são legítimos detentores necessários à execução da presente lei;
e que dispõem das condições de segurança previstas na e) As taxas a cobrar pela prestação dos serviços e de-
presente lei. mais actos previstos na presente lei [caducado].
5 — A eventual transmissão das armas a que se re-
ferem os n.os 1, 3 e 4 está sujeita à sua inutilização,
passando a ser classificadas como armas da classe F, SECÇÃO II
excepto se transmitidas a museus públicos ou, mediante Revogação e início de vigência
autorização do director nacional da PSP, a associações
de coleccionadores com museu, ou, se esse for o caso, Artigo 118.º
à sua reclassificação como arma de outra classe legal-
Norma revogatória
mente permitida.
São revogados os seguintes diplomas:
Artigo 115.º
a) O Decreto-Lei n.º 37 313, de 21 de Fevereiro de 1949;
Manifesto voluntário e detenção domiciliária provisória b) O Decreto-Lei n.º 49 439, de 15 de Dezembro de 1969;
1 — Todos os possuidores de armas de fogo não ma- c) O Decreto-Lei n.º 207-A/75, de 17 de Abril;
nifestadas ou registadas devem, no prazo de 120 dias d) O Decreto-Lei n.º 328/76, de 6 de Maio;
contado da sua entrada em vigor, requerer a sua apresen- e) O Decreto-Lei n.º 432/83, de 14 de Dezembro;
tação a exame e manifesto, não havendo nesse caso lugar f) O Decreto-Lei n.º 399/93, de 3 de Dezembro;
g) A Lei n.º 8/97, de 12 de Abril;
a procedimento criminal.
h) A Lei n.º 22/97, de 27 de Junho;
2 — Após exame e manifesto, a requerimento do
i) A Lei n.º 93-A/97, de 22 de Agosto;
interessado, as referidas armas ficam, se susceptíveis
j) A Lei n.º 29/98, de 26 de Junho;
de serem legalizadas ao abrigo deste diploma, em re- l) A Lei n.º 98/2001, de 25 de Agosto;
gime de detenção domiciliária provisória pelo período m) O Decreto-Lei n.º 258/2002, de 23 de Novembro;
de 180 dias, devendo nesse prazo habilitar-se com a n) O Decreto-Lei n.º 162/2003, de 24 de Julho;
necessária licença, ficando perdidas a favor do Estado o) O artigo 275.º do Código Penal, aprovado pelo
se não puderem ser legalizadas. Decreto-Lei n.º 48/95, de 15 de Março, alterado pela Lei
3 — O requerimento para a detenção domiciliária n.º 98/2001, de 25 de Agosto.
provisória deve ser instruído com certificado de registo
criminal do requerente. Artigo 119.º
4 — Em caso de indeferimento ou decorrido o prazo re-
ferido no n.º 2 deste artigo sem que o apresentante mostre Legislação especial
estar habilitado com a respectiva licença, são as armas Legislação própria, a elaborar no prazo de 180 dias,
guardadas em depósito na PSP, sendo aplicável o disposto regula:
no n.º 7 do artigo 18.º [caducado].
a) O uso e porte de armas em actividades de carác-
Artigo 116.º ter desportivo, incluindo a definição dos tipos de armas
utilizáveis, as modalidades e as regras de licenciamento,
Livro de registo de munições continuando a aplicar-se, até à entrada em vigor de novo
Mediante a exibição da licença de uso e porte de arma regime, o actual quadro legal [caducado];
e o manifesto da arma, é emitido pelo director nacional da b) A actividade de coleccionador, designadamente no
PSP, a requerimento do interessado, um livro de registo tocante ao licenciamento, à segurança e aos incentivos
de munições. tendentes a promover a defesa do património histórico
[caducado];
Artigo 117.º c) Lei especial regulará os termos e condições em que as
empresas com alvará de armeiro podem dispor de bancos
Regulamentação a aprovar de provas próprios ou comuns a várias dessas empresas.
1 — São aprovadas por decreto regulamentar as normas
referentes às seguintes matérias: Artigo 120.º
Início de vigência
a) Licenciamento e concessão de alvará para a explo-
ração e gestão de carreiras e campos de tiro; A presente lei entra em vigor 180 dias após a sua publicação,
b) Condições técnicas de funcionamento e de segurança com excepção do disposto nos artigos 109.º a 111.º, que vigo-
das carreiras e campos de tiro. ram a partir do dia seguinte ao da publicação da presente lei.

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