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a regio, bem como o atraso rotulou o Nordeste. Nem uma das concepes
so reais, entretanto, demarcam interesses polticos e econmicos de cada
poca, de cada momento e posio social.
Devemos levar em conta que se por um lado ficava evidente um processo
de homogeneizao cultural e uma necessidade de ampliao das margens do
capital, seja para obteno de matria- prima ou insero da regio no modo
de consumo global, o que invariavelmente leva a questionamentos sobre a
manuteno de manifestaes culturais genuinamente brasileiras, por outro
lado, a distino das regies, em especial do Nordeste, vem demarcando uma
concepo pr-concebida e que muito pouco diz sobre a prpria sociedade
nordestina. Alm disso, sabe-se que a maior parte da intelectualidade
nordestina no sculo XIX, eram justamente os filhos dos grandes latifundirios,
que embasavam suas concepes em uma representao nada popular da
cultura nordestina:
Os movimentos regionais ou regionalistas, so em geral, vistos
como movimentos de resistncia a homogeneizao, movimentos de defesa
das diferenas e, por isso, contam com a simpatia e adeso imediata de
grande nmero de pessoas. [...] Ao mesmo tempo, porm, o discurso
regional pode ser tambm o veculo encontrado por uma elite local para sua
preservao. (GOMES, Paulo Cesar da Costa. O Conceito de Regio e sua
discusso, pg. 73)
BIBLIOGRAFIA
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. A inveno do Nordeste e outras artes.
4 ed. Recife: FJN; Ed. Massangana; So Paulo: Cortez, 2009.
GOMES, Paulo Cesar da Costa. O conceito de Regio e sua
discusso in CASTRO, I. E. GOMES, P. C. C & CORRA, R. L.
[orgs.] Geografia: conceitos e temas. Rio de janeiro: Bertrand Brasil.
SILVEIRA, Rosa Maria Godoy. A Questo Regional Gnese e Evoluo. In:
Espao e Debates, ano VII, volume 1. 1987.
FILMOGRAFIA
Bye Bye Brasil. Dir. Carlos Diegues. Produes Cinematogrficas L. C.
Barreto Ltda. Embrafilme - Empresa Brasileira de Filmes S.A. 1979