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Quinta-feira, os 88 anos
Os camaradas tailandeses sabem o que é formar uma frente
em rede de rádio e TV
anticapitalista: camponeses e trabalhadores da cidade se
movem como um mar de camisas vermelhas rumo à capital A mídia burguesa, falsamente
tailandesa, Bangkok, pregando a derrubada do governo democrática, ignora a existência do
elitista daquela país. Hoje, o governo tailandês é formado partido mais antigo do País.
por uma aliança entre as famílias ricas, a aristocracia e a Mas nesta quinta-feira, dia de nosso
elite militar. *Natthawut Saikua, porta-voz da Frente aniversário, terão que nos engolir:
Unida para a Democracia e contra a Ditadura, propôs aos às 20h, no rádio. Às 20h3omin na
tailandeses fazer já a luta de classes para derrubar o TV.
poder dos ricos e militares.*Milhares de pessoas Na pauta, o aniversário do Partidão
manifestaram-se domingo em 50 cidades russas contra a e o lançamento da candidatura
política econômica do governo de Vladimir Putin, exigindo própria do PCB à Presidência da
a demissão do primeiro-ministro. *Em Paris, a derrota do República para convocar o povo a
governo direitista de Sarkozy e o forte avanço da formar a Frente Anticapitalista
esquerda foram seguidos de protestos e manifestações
sindicais.
O que vale é a classe: todos
contra a burguesia exploradora
Em todo o mundo, ou os governos
alteram a criminosa política de tirar
direitos dos trabalhadores, ou os
protestos vão continuar, cada vez mais
intensos.
País por país, os trabalhadores vão
despertando do “hipnotismo” ideológico
e compreendendo que o grande inimigo
da humanidade é o capitalismo, que
mesmo disfarçado de “socialista”,
O povo sai às ruas, em Paris: fortes
“cristão” ou “verde” já não consegue
protestos contra a exploração capitalista
enganar mais.
Os EUA estão doentes
Por Boaventura de Sousa Santos - de Coimbra, Portugal
Milhares morrem todos os anos por falta de plano de saúde nos EUA
Os EUA são o único país do mundo desenvolvido em que a saúde foi transformada em
mercadoria e o seu provimento entregue ao mercado privado das seguradoras. Os resultados
são assustadores. Gastam por ano duas vezes mais em despesas de saúde que qualquer outro país
desenvolvido e, apesar disso, 49 milhões de cidadãos não têm qualquer seguro de saúde e 45 mil
morrem por ano por falta dele. Mais, a cada passo surgem notícias aterradoras de pessoas com
doenças graves a quem as seguradoras cancelam os seguros, a quem recusam pagar tratamentos
que lhes poderiam salvar a vida ou a quem recusam vender o seguro por serem conhecidas as suas
— condições pré-existentes“, ou seja, a probabilidade de virem necessitar de cuidados de saúde
dispendiosos no futuro.
A perversidade do sistema reside em que os lucros das seguradoras são tanto maiores quanto mais
gente da classe média baixa ou trabalhadores de pequenas e médias empresas são excluídos, ou
seja, grupos sociais que não aguentam constantes aumentos dos prémios de seguro que nada têm a
ver com a inflação.
No meio de uma grave crise econômica e alta taxa de desemprego, a seguradora Anthem
Blue Cross - que no ano passado declarou um aumento de 56% nos seus lucros - anunciou há
semanas uma alta de 39% nos preços na Califórnia, o que provocaria a perda do seguro para
800 mil pessoas. A medida foi considerada criminosa e escandalosa por alguns membros do
Congresso.
Por todas estas razões, há um consenso nos EUA de que é preciso reformar o sistema de saúde,
e essa foi uma das promessas centrais da campanha de Barack Obama.
A sua proposta assentava em duas medidas principais:criar um sistema público, financiado
pelo Estado, que, ainda que residual, pudesse dar uma opção aos que não conseguem pagar
os seguros; regular o sector de modo que os aumentos dos planos não pudessem ser decididos
unilateralmente pelas seguradoras.
Placa:
“Para cortar custos, mudamos a
clínica para a China.
→
Por favor, pegue uma senha para
sua passagem aérea
Há um ano que a proposta de lei tramita no Congresso e não é seguro que a lei seja aprovada até à
Páscoa, como pede o Presidente*. Mas a lei que será aprovada não contém nenhuma das
propostas iniciais de Obama. Pela simples razão de que o lobby das seguradoras gastou 300
milhões de euros para pagar aos congressistas encarregados de elaborar a lei (para as suas
campanhas, para as suas causas e, afinal, para os seus bolsos). Há seis lobistas da área de saúde
registrados por cada membro do Congresso.
Lobby é a forma legal do que no resto do mundo se chama corrupção. A proposta, a ser aprovada,
está de tal modo desfigurada que muitos setores progressistas (ou seja, setores um pouco menos
conservadores) pensam que seria melhor não promulgar a lei. Entre outras coisas, a lei
"entrega" às seguradoras cerca de 30 milhões de novos clientes sem qualquer controle sobre
o montante dos planos. Os EUA estão doentes porque a democracia norte-americana está doente.
Que lições? Primeiro, é um crime social transformar a saúde em mercadoria. Segundo, uma
vez dominantes no mercado, as seguradoras mostram uma irresponsabilidade social
assustadora. São responsáveis perante os acionistas, não perante os cidadãos. Terceiro, têm
armas poderosas para dominar os governos e a opinião pública.
Em Portugal, convém-lhes demonizar o SNS só até ao ponto de retirar dele a classe média, mais
sensível à falta de qualidade, mas nunca ao ponto de o eliminar pois, doutro modo, deixariam de
ter o "caixote do lixo" para onde atirar os doentes que não querem. Os mais ingênuos ficam
perplexos perante os prejuízos dos hospitais públicos e os lucros dos privados. Não se deram
conta de que os prejuízos dos hospitais públicos, por mais eficientes que sejam, serão sempre
a causa dos lucros dos hospitais privados.
*A lei foi aprovada na segunda-feira por 219 votos a favor e 212 contra
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Os intelectuais Astrojildo Pereira e Octávio Brandão, que iniciaram sua militância no movimento
anarquista, muito contribuíram para a formulação das teses marxistas sobre a realidade brasileira,
propondo a aliança dos trabalhadores da cidade e do campo contra o imperialismo e o poder do
latifúndio no Brasil.
No final da década de 1920, o PCB participou de eleições municipais e nacionais sob a legenda do
Bloco Operário e Camponês (BOC), elegendo representantes na Câmara do Rio e lançando um
candidato negro - o operário Minervino de Oliveira - à Presidência da República.
A queda da República Velha e a ascensão de Getúlio Vargas nos anos 1930 não representaram
refresco para os comunistas: foram anos de enfrentamento à onda fascista que varria o mundo.
Contando em suas fileiras com a presença de Luiz Carlos Prestes - egresso do movimento
tenentista - o PCB articulou uma grande frente nacional e antifascista, propondo à sociedade um
projeto de desenvolvimento democrático, anti-imperialista e antilatifundiário, através da Aliança
Nacional Libertadora (ANL). A perseguição varguista ao movimento levou os comunistas a
promoverem a insurreição de novembro de 1935, com a tomada de quartéis no Rio Grande do
Norte, Pernambuco e Rio de Janeiro. Derrotada a insurreição, abateu-se sobre o país uma ação
repressiva sem precedentes, a que se seguiu a ditadura do Estado Novo, que obrigou os militantes
comunistas a vários anos de luta clandestina.
A reorganização de grupos comunistas espalhados pelo país (com destaque para os núcleos da
Bahia e de São Paulo) e a participação do Brasil na guerra antifascista possibilitaram a
reestruturação nacional do PCB, com a realização da célebre Conferência da Mantiqueira, em
agosto de 1943. A partir dela, o Partido conquistava novos espaços na vida política e, com o fim
da guerra e a queda do Estado Novo, tornou-se um partido nacional de massas, conquistou
legalidade plena, formando aguerrida bancada parlamentar - elegeu 14 deputados e um senador,
Luiz Carlos Prestes - e assumindo a vanguarda das lutas democráticas e pela aprovação de
reformas sociais na Assembleia Nacional Constituinte.
A Guerra Fria e a subserviência do governo Dutra ao imperialismo estadunidense
impuseram novo período de ilegalidade ao PCB a partir de 1947. Mas a retomada das
lutas operárias nos anos 1950, durante os governos de Vargas e JK, trouxe de volta o
PCB à condição de principal organização representativa dos interesses dos
trabalhadores, dos intelectuais, artistas, jovens e mulheres.
No ocaso da ditadura, para o que muito contribuíram as greves do ABC paulista, a campanha pela
anistia ampla, geral e irrestrita e, mais adiante, o movimento pelas Diretas Já, o PCB passou a
confundir a participação na Frente Democrática de combate à ditadura com uma estratégia de luta
política que privilegiava a conquista de espaços institucionais, através das eleições burguesas. Na
esteira da crise internacional do socialismo, marcada pela queda da União Soviética e dos regimes
do Leste Europeu, parte da direção nacional do Partido abdicou da luta contra o capitalismo e
tentou destruir o PCB.
Por isso mantemos firme nossa determinação de organizar a classe trabalhadora, nas suas lutas
específicas e gerais contra o capital e o patronato, em torno da Unidade Classista e da
Intersindical. Reorganizamos a União da Juventude Comunista, que agora em abril realizará seu V
Congresso, mobilizando e organizando a juventude comunista por todo o Brasil. Reestruturamos
nossa atuação junto aos movimentos de mulheres e dos negros, através dos Coletivos Ana
Montenegro e Minervino de Oliveira. Prestamos nossa solidariedade militante aos movimentos
sociais, com destaque para o MST, que hoje sofrem intenso processo de criminalização de seus
atos, por conta da combativa atitude no enfrentamento aos ditames do capital no campo e nas
cidades.
Defendemos a plena reestatização da Petrobras, mantendo viva a campanha "O Petróleo tem que
ser nosso!".
Denunciamos a presença de tropas brasileiras no Haiti, cumprindo o triste papel de força auxiliar e
subalterna do imperialismo, assim como a presença da IV Frota dos EUA na América do Sul e
toda a tentativa de desestabilizar as conquistas dos governos e movimentos populares na América
Latina. Damos vivas à Revolução Cubana, que segue firme enfrentando o criminoso bloqueio
econômico imperialista e avança na construção do socialismo.
Para fazer avançar a luta contra o capitalismo e no caminho da
construção do projeto socialista em nosso país, defendemos a criação
de uma Frente Nacional Permanente de caráter Anticapitalista e Anti-
imperialista, que não se confunda com uma articulação meramente
eleitoral.
E entendemos ser igualmente necessária a formação do Bloco Revolucionário do Proletariado,
capaz de reunir as organizações políticas e sociais dos trabalhadores brasileiros dispostas a lutar de
forma radical contra o sistema capitalista e em favor da alternativa socialista.
Neste mês de março de 2010, comemoramos também os 110 anos de nascimento de um dos mais
destacados personagens da história do proletariado e do PCB, aquele cuja trajetória de lutas
melhor representa o tipo de militante e de Partido revolucionário que estamos reconstruindo.
Trata-se de Gregório Bezerra, bravo militante comunista que enfrentou os porões da ditadura do
Estado Novo, foi deputado atuante da bancada parlamentar do PCB em 1945/1946, organizou a
luta dos camponeses sem terra pela reforma agrária, encarou de frente a brutal repressão militar e a
tortura imposta pelo regime de 1964. Um exemplo de coragem e dedicação à revolução socialista,
um verdadeiro comunista que fez jus à acusação que lhe faziam os órgãos de repressão da ditadura
e da qual se orgulhava: um agitador subversivo!
VIVA OS 88 ANOS DO
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)!