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COMPLEMENTAÇÃO

ORTOGRAFIA

Algumas confusões passíveis de explicação:

G ou J?

Utiliza-se G:
 Palavras terminadas em –ÁGIO, -ÉGIO, -ÍGIO, -ÓGIO, -ÚGIO.
Ex: pedágio, litígio, colégio, relógio, refúgio.

 Substantivos terminados em –GEM.


Ex: viagem, vertigem, coragem, sacanagem, margem, miragem, garagem.
Exceção: pajem.

 Verbos terminados em –GER, -GIR.


Ex: eleger, proteger, agir, mugir, surgir, emergir.

Utiliza-se J:
 Palavras derivadas de verbos da primeira conjugação (vermos terminados em –AR, como
amar):
trajar → traje
ajeitar → jeito
enjeitar → enjeitado
injetar → injeção
lisonjear → lisonja
objetar → objetar
projetar → projeção

CUIDADO: viajar → viajem (3ª pessoa do presente do subjuntivo: que eles viajem).

 Palavras que contenham J no radical:


lojista → loja
gorjeta → gorje (do francês: garganta)
canjica → canja

 Palavras derivadas do tupi, dos dialetos africanos, da cultura popular brasileira:


jeca (Jeca Tatu, personagem de Monteiro Lobato)
jibóia (do tupi)
jiló (origem africana)
pajé (tupi)
jerivá (tipo de palmeira solitária, com cerca de 30m – origem tupi)
acarajé (origem africana)

X ou CH?

Utiliza-se X:
 Depois de ditongo:
ameixa, eixo, feixe, gueixa, caixa, faixa, ameixa.
Exceção: recauchutar, guache.

 Depois da sílaba inicial EN-:


enxame, enxaqueca, enxurrada, enxerido, enxada, enxoval, enxerido, enxuta.
Exceção:
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encher, enchente → CHEIO


encharcar, enchiqueirar → CHARCO

 Palavras de origem indígena, africana, ou de línguas com alfabeto exótico:


xangô, xará, xavante, xingar, Hiroxima, xucro, xodó, xale, xaxim.

 Depois da sílaba ME-:


mexer, mexicano, mexerico, mexilhão.
Exceção: mecha (cabelo).

 Palavras do inglês aportuguesadas trocam o SH por X (discutível):


shampoo → xampu
sheriff → xerife
show → xou
shopping → xópin

ESTRANGEIRISMOS: são aquelas palavras que provêm de línguas estrangeiras (hoje em dia,
especialmente o inglês) e que por algum motivo não encontram uma tradução na língua (ou, pode
haver uma tradução, como no caso de xerox → fotocópia, mas não é a forma mais aceita e mais
comumente utilizada). Isso quer dizer que nos referimos às coisas utilizando a mesma palavra
utilizada em seu idioma de origem. A palavra mouse (informática), por exemplo, encontra tradução
no português de Portugal (rato), mas não no português brasileiro. Assim, falando especificamente de
palavras que não encontram tradução e que são utilizadas da mesma forma como em seus países de
origem, podemos identificar dois tipos de estrangeirismos:

a grafia permanece igual à grafia do idioma de origem: show, shopping, mouse, site*.
a maneira de falar permanece igual, mudando a grafia: hambúrguer, jiu-jítsu, ioga.

Obs.: alguns casos são controversos, como o caso de xópin (seria apropriado aportuguesar a
grafia?). Algumas palavras também são trazidas nos dicionários com as duas formas, como o caso de
chantilly (francês) e chantili, garage (francês) e garagem, stress (inglês) e estresse. Verifiquei estas
duas palavras no dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa e tanto a forma estrangeira
como a aportuguesada aparecem. O que ocorre é uma nítida preferência do autor pela forma
aportuguesada, o que se mostra no fato de que, quando é mostrado o registro da forma estrangeira,
o autor remete para a forma aportuguesada. Já no caso da palavra site, o dicionário registra, mas
recomenda o uso da palavra sítio.
Um caso interessante e recorrente é o uso da palavra recorde. Esta palavra vem do inglês
(record) e se pronuncia, em inglês, com a tônica na primeira sílaba. Verificamos que a pronúncia por
falantes de português (observe os apresentadores de telejornais!) ocorre com a tônica na primeira
sílaba REcorde e também com a tônica na segunda reCORde. Fui ao dicionário e a forma registrada
para a língua portuguesa é RECORDE, o que implicaria na pronúncia com a tônica na sílaba COR;
entretanto, o dicionário admite a possibilidade da tônica estar sobre a primeira sílaba RE, mas, na
língua escrita, caso optemos pela utilização com esta tônica, temos de escrevê-la com acento, já
que, segundo as regras de acentuação, toda a palavra proparoxítona é acentuada. Então, ficaria
RÉCORDE.

K, Y e W não fazem parte do alfabeto brasileiro. São mantidos com estas letras apenas os
símbolos internacionais (kg, kbte), nomes próprios e derivações destes nomes: Kafka → kafkaniano,
Shakespeare → shakespeareano. A única palavra do português brasileiro mantida com o Y é
Itamaraty.

S ou Z?

Utiliza-se S:
 Para produzir o som /z/ entre vogais (na maioria das palavras):
casa, defesa, gostoso, horrorosa, frase, tese, osmose, cirrose.
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Exceção: gozo, gaze, deslize.

 Palavras terminadas em –ÊS e –ESA que indicarem nacionalidade, títulos e nomes


próprios; palavras femininas terminadas em –ISA:
português (nacionalidade), norueguesa (nacionalidade), Teresa (nome próprio), baronesa
(título), marquesa (título), Marisa (nome próprio e feminino de Mário), poetisa (feminino de
poeta).

 Nas flexões dos verbos PÔR, QUERER e USAR:


(eu) pus, (eu) quis, (nós) usamos, (se nós) quisermos, (se eles) usassem, (se eu)
pusesse

 Quando, ao buscar palavras da mesma família, encontramos palavras escritas com S:


lápis → lapisinho Formação do diminutivo
Luís → Luisinho
Inês → Inesita
Formação do diminutivo
análise → analisar Formação de verbos com o acréscimo do sufixo –
pesquisa → pesquisar IZAR, mas, como já existia um S, ele é mantido em
paralisia → paralisar lugar de Z.

Exceções:
catequese → catequizar Pedir explicações em
síntese → sintetizar aula!
hipnose → hipnotizar
batismo → batizar

Utiliza-se Z:
 Quando, ao buscar palavras da mesma família, não encontramos palavras escritas com S:
cor → corzinha
Carol → Carolzinha Formação do diminutivo (como não havia S na
café → cafezinho primeira forma, o diminutivo é escrito com Z).
piá → piazito

economia → economizar
escândalo → escandalizar Formação de verbos com o acréscimo do sufixo –
terror → aterrorizar IZAR.
esquema → esquematizar
drama → dramatizar

 Palavras terminadas em –EZ e –EZA, mas somente se for possível a transformação em um


adjetivo:

embriagado → embriaguez
limpo → limpeza O que vemos ao lado é um substantivo abstrato se
lúcido → lucidez originando de um adjetivo, que não possui um S
pobre → pobreza anterior. Logo, colocaremos um Z.
frio → frieza

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