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Agrupamento de Escolas de Taveiro 2010

Concurso Esmiuçar Copenhaga


Escalão A

Paulo Martins

Escola Básica do 2º e 3º Ciclo de Taveiro


Rua da Barqueira, 3045 - 459, Taveiro

Tel.: 239980160 Fax: 239984346

correiodopaulo@gmail.com

Micaela Montezuma de Carvalho

Escola Básica do 2º e 3º Ciclo de Taveiro


Rua da Barqueira, 3045 - 459, Taveiro

Tel.: 239980160 Fax: 239984346

micaelamontezuma@gmail.com

ENQUADRAMENTO

Nesta memória descritiva apresentamos o Projecto “Esmiuçar Copenhaga” desenvolvido pela


Escola Básica do 2º e 3º Ciclo de Taveiro. Promovido pela Agência Portuguesa de Ambiente,
este concurso pretendeu suscitar a reflexão e a discussão sobre a Conferência de Copenhaga
transpondo para um videoclip as conclusões inferidas pelos alunos relativas às temáticas
abordadas.

Em 2014, atingimos o final da Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, e, como tal, urge integrar
os valores inerentes à sustentabilidade nas diferentes formas de aprendizagem e auxiliar os
nossos alunos na aquisição de valores que fomentem práticas sociais, ambientais e de cidadania
que contribuam para um futuro que compatibilize as necessidades humanas com o uso
sustentável dos recursos.

O Projecto Esmiuçar Copenhaga surge, assim, como uma oportunidade para cooperar na
criação de uma consciência crítica em torno das questões ambientais, a fim de promover uma

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mudança efectiva de atitudes e de estilos de vida nos nossos alunos e, consequentemente, nas
suas famílias.

1. OBJECTIVOS

1.1 OBJECTIVOS GERAIS

Promover a integração das TIC em contexto escolar e desenvolver dinâmicas adequadas


à prática pedagógica orientada para a inovação;
Desenvolver recursos educativos inovadores;
Favorecer a interacção entre os alunos, a capacidade de comunicar e de colaborar com
os outros;
Estimular a criatividade;

Abrir a aula à comunidade escolar;

Dar visibilidade ao trabalho escolar;

Promover a interdisciplinaridade;
Reconhecer que a Natureza constitui um património comum de todos os cidadãos que
tem de ser preservada;
Promover e alentar a consciência ambiental nos alunos;
Incentivar a aprendizagem de saberes e conceitos sobre Ambiente e estimular a
criatividade e a elaboração de materiais de apoio à divulgação da informação;
Incentivar os valores, o comportamento e os estilos de vida necessários para um futuro
sustentável.
Compreender a importância de contribuir para a sustentabilidade da Terra;
Perceber o impacto das alterações climáticas na saúde e qualidade de vida das
populações.

1.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CONCURSO ESMIUÇAR COPENHAGA

Envolver da sociedade civil nas questões que se relacionam com as Alterações


Climáticas em geral e a Conferência de Copenhaga em particular;
Difundir informação relativa à Conferência de Copenhaga, por forma a incentivar o
acompanhamento desta Cimeira de manifesto interesse científico, educativo, político e
mediático;
Suscitar o debate, a análise e reflexão crítica acerca da Conferência de Copenhaga;

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Incentivar escolas, instituições da sociedade civil e cidadãos em geral, a apresentar o seu


ponto de vista/análise, critica fundamentada acerca Cimeira de Copenhaga recorrendo ao
suporte audiovisual.

2. DISCIPLINAS ENVOLVIDAS, INTERVENIENTES E DESTINATÁRIOS

Disciplinas envolvidas: Educação Musical, Área de Projecto e Ciências Naturais.


Intervenientes: 22 alunos da turma B do 9º ano, com idades compreendidas entre os 14
e os 18 anos. Os intervenientes são na sua maioria do sexo feminino (63,6%).
Destinatários: Toda a comunidade escolar.

3. METODOLOGIA

A execução deste Projecto consistiu na adopção de 4 passos de trabalho.

3.1 SENSIBILIZAÇÃO DOS ALUNOS PARA A PROBLEMÁTICA DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Durante todo o ano lectivo, e apesar de não fazer parte dos programas curriculares das
disciplinas de Ciências Naturais e de Educação Musical, os alunos dinamizam um blogue,
inserido no Projecto de Educação Ambiental Climántica, onde são abordadas diferentes
temáticas nomeadamente na perspectiva das Alterações Climáticas, Ambiente e Saúde,
Biodiversidade e Recursos Naturais.

Este blogue, que pode ser consultado em pt.taveiro.climantica.org, é um espaço de partilha de


informação, onde são, e serão, postados artigos, vídeos, imagens, notícias actualizadas,
fotografias de actividades dinamizadas e são igualmente dinamizados fóruns de discussão sobre
as temáticas em questão.

O blogue fomentou a permuta da informação sobre as problemáticas relacionadas com o


aquecimento global e permitiu igualmente o debate e o confronto de expectativas em torno da
Conferência de Copenhaga, já que foram publicados vários posts e vídeos cujo objectivo era o
acompanhamento quase diário do antes, do durante e do após a COP 15. Os alunos foram
continuamente estimulados a contribuírem com comentários aos posts a fim de construírem o
seu próprio conhecimento em torno destas questões.

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3.2 ANÁLISE E DEBATE DAS QUESTÕES MAIS RELEVANTES DA CONFERÊNCIA DE COPENHAGA

Foi elaborado um documento1 sobre os pontos mais preeminentes da Conferência que foi
analisado e debatido com os alunos em contexto de sala de aula.

3.3 STORYBOARDS E REALIZAÇÃO DE DOIS VIDEOCLIPS

O documento supramencionado serviu de fonte de informação e inspiração à escrita das


storyboards dos dois videoclips. Inicialmente, nas aulas de Educação Musical e no Clube de
Música da escola os alunos escreveram e gravaram as letras das músicas que integram os
vídeos. As aulas seguintes destinaram-se à captação e edição de imagem e vídeo recorrendo ao
software de edição de vídeos Windows MovieMaker da Microsoft e ao programa de edição de
áudio digital Audacity, ambos programas de fácil acesso.

3.3.1 Videoclip 1

Título : Imagine no pollution


Música e letra: adaptadas do original de John Lennon “Imagine” de 1971
Duração: 3 minutos
Sinopse: Imagine o que seria viver num mundo sem poluição. Imagine o que seria viver sem lixo
nas florestas ou nas praias. Imagine que milhares de espécies não se extinguiriam devido à
destruição dos ecossistemas. Imagine que não existia escassez de água doce e que, assim, 12
milhões de crianças no mundo não morriam devido à seca. Imagine que não nos auto-
destruíamos e que não aumentava a propagação de doenças como o dengue e a malária.
Imagine que não morreriam 87 mil pessoas por ano, até 2071, devido ao aumento da
temperatura do planeta. O aquecimento global é uma realidade negligenciada, uma das maiores
ameaças com que o planeta se confronta desde os primórdios da História da Humanidade. Uma
única pessoa é capaz de fazer coisas excepcionais. Muitas pessoas unidas conseguirão salvar o
planeta.

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Em anexo

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Imagine no pollution
Imagine there's no garbage
It is so hard to stand
It is so hard to do
No acids above us No need to separate
Below us a clean land
a need to preserve earth too
Imagine all the people Imagine all the people
Living for all days
Living life in peace

Imagine no polluting factories


You may say that I'm a dreamer
I wonder if you can
But I'm not the only one
No need for masks or filters
I hope someday you'll join us
A brotherhood of man
And the world will be as one
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say that I'm a dreamer


But I'm not the only one And the world will live as one
I hope someday you'll join us

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3.3.2 Videoclip 2

Título : Crescer Bem


Música e letra: originais
Duração: 3 minutos
Sinopse: este videoclip pretende salientar que as esperanças depositadas na Conferência que
“ia salvar o mundo” ficaram muito aquém das expectativas. A letra e as imagens do vídeo vão
inquietar e questionar o porquê do fracasso da COP15, deixando contudo a mensagem para cada
um de nós tirar as suas próprias lições e agir.

Nós já sabemos que devemos mudar


Nós já sabemos o que vamos fazer. Sabemos que todos podemos crescer
Porque sabemos que se tudo ficar, como está Sabemos que precisamos de avançar
Sabemos bem o que vai acontecer Seguir em frente sem comprometer, o futuro
Pois não há outra forma de aceitar

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Há uma nova atitude no ar Sente esta onda que veio para ficar
Há uma nova força que se pressente. Sente este clima que está à tua espera!
Uma mudança que começa a chegar Deixa que a música te possa tocar
Respira-se já um novo ambiente Deixa-te envolver por esta nova atmosfera

Podíamos começar já amanhã

Dizem que tudo na vida tem um preço, Se houvesse tempo, o tempo que já passou
Se assim é então está tudo em aberto Por isso agora há apenas uma vontade em nós
Será que queremos pagar pelos nossos erros, em
vez… Gritar bem alto “A mudança já começou!”
Em vez de escolhermos o preço certo

Há uma nova atitude no ar


Há uma nova força que se pressente. Sente esta onda que veio para ficar
Uma mudança que começa a chegar Sente este clima que está à tua espera!
Respira-se já um novo ambiente Deixa que a música te possa tocar
Deixa-te envolver por esta nova atmosfera

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Não esperes que sejam apenas os outros. Agora sabes que depende de nós,
Porque há quem finja não estar a perceber. Algo que vai sair de ti e de mim
Dizem que “não, isto não é bem assim…” E se juntares aqui a tua voz
Dizem que assim isto não pode ser! Outros virão, acredita, é assim!

3.4 ELABORAÇÃO DA MEMÓRIA DESCRITVA

Depois de concluídos os videoclips e respectivos storyboards foi elaborada a presente


memória descritiva a fim de ser enviada para a Agência Portuguesa do Ambiente.

4. AVALIAÇÃO GLOBAL E IMPLICAÇÕES EDUCATIVAS

A realização deste projecto veio confirmar que os recursos multimédia são uma ferramenta
criativa e inovadora que se adequa perfeitamente a actividades de carácter interdisciplinar e
que podem conduzir à integração de saberes de primordial importância para uma actuação
eficaz na sociedade onde nos inserimos.

Vivemos actualmente a Sociedade da Informação e do Conhecimento, em constante


mudança, cujas bases do progresso assentam nas novas tecnologias e onde a informação
assume o papel de protagonista.

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A escola deve modernizar e diligenciar no sentido de fomentar a aquisição de conhecimentos


e atitudes adaptados à mutante Sociedade do Conhecimento. Deve igualmente proporcionar
a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o sentido dos valores, as atitudes, o interesse
activo e as aptidões necessárias para proteger e melhorar o ambiente. Ajudar a alcançar uma
consciência do ambiente global. E aqui entramos, nós professores, a sensibilizar a
comunidade escolar para estas questões. E os novos recursos educativos, como trabalhos
em formato de vídeo, poderão ser a nossa muleta.

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Anexo

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5. O PLANETA PRECISA QUE SE ENTENDAM!

Os gases com efeito de estufa não são um problema tradicional de poluição atmosférica mas um
problema de utilização de energia – o que faz toda a diferença. A poluição atmosférica é um
subproduto indesejado e reduzi-la não exige limitações ao uso de combustíveis fósseis. Nas
últimas décadas, duplicámos o consumo de alguns desses combustíveis, ao mesmo tempo que
reduzíamos enormemente a poluição atmosférica.

Contudo, o dióxido de carbono (CO 2) resulta da combustão completa dos combustíveis. Tirando
algumas tecnologias ainda por testar, a única maneira de reduzir a sua emissão é queimar
menos combustível, o que significa produzir menos energia!

Para cumprir a meta fixada pelos defensores do clima, os EUA, a Europa e o Japão teriam de
substituir, praticamente, toda a sua infra-estrutura energética.

Pretendia-se em Copenhaga uma meta de redução de 80 por cento para as emissões de gases
com efeito de estufa dos países ricos até 2050. Nos EUA, por exemplo, a meta de 80 por cento
de redução de emissões de gases com efeitos de estufa resultantes dos combustíveis fósseis
significaria o regresso ao nível de emissões de 1910!

O grande problema é que as alternativa propostas – energia solar e eólica, biocombustíveis,


hidrogénio, mais centrais nucleares – são mais caras que os combustíveis fósseis.

A energia não é como outros bens: não podemos substitui-la nem ficar sem ela. Chamam-lhe
recurso chave, por nele assentar toda a economia. Não há nação que tenha enriquecido usando
energia cara.

Mas porque estivemos todos de olhos postos na Conferência de Copenhaga?

A realidade é esmagadora! Os efeitos do aquecimento global, e consequentemente das


alterações climáticas, castigam-nos por todo o planeta: as cheias na Madeira e no Brasil, as
tempestades em Cuba e em França, as secas na Península Ibérica e no México, o degelo do
Oceano Glacial Árctico, os incêndios na Austrália e na Califórnia e a subida dos termómetros são
exemplos de catástrofes indirectamente provocadas pela Humanidade e que causaram milhares
de mortos em todos os continentes.

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5.1 O PROTOCOLO DE QUIOTO

O protocolo de Quioto é o mais importante instrumento na luta contra as alterações climáticas.


Integra o compromisso assumido pela maioria dos países industrializados de reduzirem em 5%,
em média, as suas emissões de determinados gases com efeito de estufa responsáveis pelo
aquecimento global. Este documento foi discutido e negociado em Quioto – Japão – em 1997 e
entrou em vigor a 16 de Fevereiro de 2005.

O Protocolo de Quioto incide nas emissões de seis gases com efeito de estufa:

Dióxido de carbono (CO2).


Metano (CH4).
Óxido nitroso (N2O);
Hidrocarbonetos fluorados (HFC);
Hidrocarbonetos perfluorados (PFC).
Hexafluoreto de enxofre (SF6).

Constitui um passo em frente importante na luta contra o aquecimento global, pois contém
objectivos vinculativos e quantificados de limitação e redução dos gases com efeito de estufa.

Globalmente, os Estados signatários comprometeram-se a reduzir as suas emissões de gases


com efeito de estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990 (ano de referência),
durante o período 2008-2012.

Os Estados-Membros da União Europeia terão de reduzir, em conjunto, as suas emissões de


gases com efeito de estufa em 8% entre 2008 e 2012.

Para a realização desses objectivos, o Protocolo propõe uma série de meios:

Reforço ou criação de políticas nacionais de redução das emissões (aumento da


eficiência energética, promoção de formas sustentáveis de agricultura, desenvolvimento
das fontes renováveis de energia, ...).

Cooperação com as restantes Partes contratantes (intercâmbio de experiências ou de


informação, coordenação das políticas nacionais com o objectivo de garantir a eficácia
através de mecanismos de cooperação, ou seja, licenças de emissão, aplicação
conjunta e mecanismo de desenvolvimento limpo).

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5.2 A CONFERÊNCIA DE COPENHAGA

Entre 7 e 18 de Dezembro, os ministros do Ambiente reuniram-se em Copenhaga para a


conferência do clima das Nações Unidas. A COP15 (Conferência de Copenhaga) deve o seu
nome ao facto de ser a 15ª Conferência das Partes, ou seja, desde 1992, ano em que se
realizou a Cimeira da Terra no Rio de Janeiro, diversos países foram aderindo à Convenção
das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

Desde então, os diversos países reunem-se anualmente para analisar os aspectos relacionados
com as alterações climáticas e negociar os termos do Protocolo de Quioto, assinado durante a
COP3 realizada em Dezembro de 1997.

A grande meta desta conferência era encontrar um substituto para o Protocolo de Quioto, que
termina em 2012. Neste sentido, seria muito importante ter chegado a um acordo internacional e
legalmente vinculativo que estabelecesse metas de redução de emissões nos países
industrializados e limites ao crescimento das emissões nos países em desenvolvimento, mas
também que prevê-se financiamento para as acções de mitigação dos efeitos das alterações
climáticas e para os esforços de adaptação dos países mais pobres.

Um dos principais objectivos de Copenhaga é limitar uma subida de temperatura a 2º C, no


entanto, os cientistas que estudam o clima estimam que, para que tal seja concretizado, a nível
global serão precisos cortes de 80% nas emissões em relação aos níveis de 1990.

5.2.1 Quais os principais protagonistas da Cimeira?

Os países em desenvolvimento, como a China e a Índia, defendem que países ricos como os
Estados Unidos e o Reino Unido devem dar um "claro exemplo" na redução de emissões de
gases como efeito de estufa.

Os Estados Unidos não ratificaram o Protocolo de Quioto. O presidente dos Estados Unidos, na
altura, George W. Bush, argumentou que a redução exigida por Quioto (menos 5% de emissões)

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iria "arruinar a economia dos Estados Unidos", além de não exigir reduções aos países
emergentes.

As possibilidades de alcançar um acordo aumentaram com a chegada de Barack Obama à


presidência dos Estados Unidos. No entanto, o presidente enfrenta um problema interno, já que
o Congresso ainda não aprovou legislação para reduzir as emissões de CO 2.

5.2.2 Quais foram os “pontos quentes” da Cimeira?

O "ponto mais quente" da cimeira é a chamada "partilha de encargos". Ou seja, que países
devem reduzir emissões e em que montante? Por exemplo, a China já superou os Estados
Unidos como maior poluidor do mundo. No entanto, historicamente, os Estados Unidos são
maiores emissores do que a China e as emissões per capita chinesas são cerca de um quarto
das dos Estados Unidos.

Nos próximos 40 anos, os países em desenvolvimento vão precisar de consumir ainda mais
energia. Será realista pensar que vão querer pagá-la ao preço dos países ricos?

O Governo chinês argumenta que tem o direito moral ao desenvolvimento e ao crescimento da


economia – e que, inevitavelmente, as emissões vão aumentar. Há ainda outra questão: os
países desenvolvidos transferem as emissões de gases com efeito de estufa para as nações em
desenvolvimento, ao instalarem nestes países indústrias que provocam emissões de CO2.
Assim, a China defende que devem ser os consumidores a assumir a responsabilidade das
emissões geradas para produzir certos bens e não os países onde são produzidos.

Por conseguinte, os compromissos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa
(GEE) que os vários países apresentaram às Nações Unidas, no âmbito do Acordo de
Copenhaga, são insuficientes para limitar o aumento da temperatura a 2ºC.

Os Estados Unidos confirmaram a intenção de reduzir em dez anos as suas emissões em "cerca
de 17 por cento" em relação aos níveis de 2005, o que representa uma redução de três por
cento em relação aos níveis de 1990. O Canadá alinhou os seus objectivos pelos norte-
americanos: 17 por cento em relação aos níveis de 2005, ou seja, três por cento em relação a
1990.A União Europeia comprometeu-se a reduzir as suas emissões em 20 por cento até 2020,
em relação aos níveis de 1990, e abre a porta a uma redução de 30 por cento "na condição de
outros países desenvolvidos se comprometerem com reduções comparáveis".

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Por outro lado, os representantes do Grupo Africano na conferência de Copenhaga declararam


que a meta dos 2ºC não é suficiente porque um aumento de 2ºC em todo o planeta traduz-se em
mais de 3ºC no continente africano.

5.2.3 O fracasso de Copenhaga

O objectivo fundamental era reduzir as emissões de CO 2, a fim de diminuir o aquecimento global,


no entanto, ignoraram-se muitos dos 193 Estados representados e os dois maiores poluidores,
China e Estados Unidos, foram os que, afinal, decidiram. Com o apoio de alguns Estados como:
Brasil, Índia, África do Sul, União Europeia estabeleceram um acordo mínimo, não vinculativo e
insuficiente.

A verdade é que nenhum país, tendo em conta as declarações dos altos responsáveis dos
Estados representados, saiu de Copenhaga satisfeito com os resultados conseguidos. A Europa,
que tinha assumido uma posição clara, uníssona e generosa, não foi ouvida. O Presidente
Barack Obama, visivelmente decepcionado, não deixou de responsabilizar a China.

A verdade é que se esperava de Copenhaga um tratado vinculativo, na linha de Quioto e para


além dela, contra o aquecimento global, e não houve mais do que um simples acordo voluntário
e não vinculativo.

É certo que as negociações prosseguirão, na Alemanha, em Junho, e no México no final do


próximo ano. Mas não parece provável que se modifique, até lá, a relação de forças mundial, de
modo a possibilitar as mudanças necessárias.

5.3 O QUE MUDOU EM COPENHAGA

Os países desenvolvidos comprometeram-se a contribuir com 30 mil milhões de dólares


norte-americanos entre 2010 e 2012, para apoio climático aos países em desenvolvimento;

Os países em desenvolvimento concordaram, pela primeira vez, em participar nos esforços


de mitigação das alterações climáticas e demonstraram disponibilidade para que os seus
esforços sejam sujeitos a "supervisão internacional".

5.4 O QUE NÃO MUDOU EM COPENHAGA

Não foi celebrado um acordo vinculativo de redução das emissões de dióxido de carbono a curto
prazo;

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Agrupamento de Escolas de Taveiro 2010

Não foi celebrado um acordo vinculativo de redução de 50% das emissões a longo prazo;

O Acordo de Copenhaga não é vinculativo e apenas reconhece a necessidade de evitar que as


temperaturas aumentem mais de 2°C.

6. CURIOSIDADES

6.1 QUAL O SIGNIFICADO DO VALOR 350 PPM?

O número significa 350 partes por milhão (ppm) em volume de dióxido de carbono (CO2) no ar.
Este valor da concentração de partículas de CO2 na atmosfera é o limite máximo estabelecido
pelos cientistas para travar o aquecimento global. Mas o nível já vai em 385 ppm!

6.2 “UMA CHUVA FORTE A CAIR” DE BOB DYLAN

A ONU adoptou a canção “A Hard Rain‟s A Gonna Fall” („Uma chuva forte vai cair‟), de Bob
Dylan, como hino não-oficial para as negociações de Copenhaga sobre alterações climáticas. A
música lançada em 1962, em plena Guerra Fria, reflecte os temores de uma geração que vivia
sob a ameaça de uma guerra nuclear.

Não penses no que o teu planeta pode fazer por ti, pensa antes no que tu podes fazer pelo teu planeta.

Adaptada da famosa frase de John F. Kennedy “Don´t ask what the country can do for you, ask what you can do
for your country”.

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