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inovação & desenvolvimento

comCENTRO
31 MAR 2010

MAIS CENTRO
Milhões de euros
DB - Luís Carregã

Projectos
para o eixo
tecnológico
Coimbra - Leira
de qualidade
pág. 8

garantem
progresso
da região
Alfredo Marques, presidente da Comissão Directiva do Mais Centro, garante que os agentes
económicos do Centro do país têm sabido aproveitar os incentivos comunitários . págs. 4 e 5

Guarda apoia
jovens e adultos
sobredotados
Produtos
Made in Centro
pág. 12

Coimbra
promove veículos à conquista
eléctricos pág. \1
pág. 6
do Mundo
opinião
J. Norberto Pires
3.ideias.pt
pág. 2
Encarnação
Maria Emília Martins
Da cultura
assinala sucesso
da investigação
vem a riqueza
pág. 3

Reflexões
Os parques tecnológicos
e as práticas internacionais pág. 3 universitária pág. 12
10/0481

O GOVERNADOR CIVIL
DE COIMBRA APOIA O
EMPREENDEDORISMO
E A INOVAÇÃO NAS
EMPRESAS DO DISTRITO.
2
comCENTRO
Ponto de vista
inovação & desenvolvimento

3.ideias.pt vantagem estratégica, e crie


sinergias com os nossos
país por uma empresa. Em
Portugal o estado poderia
tugal como país produtor de
tecnologia, mas também à
motores de desenvolvimen- suportar, por um tempo fixo criação de mecanismos de
to. O governo tem de estar (metade de um contrato a redução fiscal para empre-
disponível para esse inves- termo certo por 5 anos), a sas que apresentem taxas
timento, e criar os mecanis- diferença salarial entre um crescentes de exportação e
mos que o potenciem exigin- trabalhador com mestrado uma estratégia de interna-
do contrapartidas que sejam ou doutoramento, e um tra- cionalização com resultados
mais-valias e saltos na nossa balhador menos qualificado. práticos. O nosso merca-
capacidade produtiva, expor- Isso permitiria à empresa do é pequeno. Não permite
tadora, de I&D, etc. Só inte- um período de experiência que as empresas se desen-
ressa o IDE que cria mais- e adaptação, o que tenderia volvam. É preciso passar de
Norberto Pires valias. a acomodar e retirar vanta- forma mais eficaz a mensa-
Presidente do CA Três ideias simples: gens deste tipo de colabora- gem que temos de expor-
do Coimbra iParque
1. Reforçar as valências dores mais qualificados. Isto tar, procurar novos merca-
de transferência de saber e permitiria criar um merca- dos e estabelecer alianças

A
trair empresas e mundo e teve contacto com tecnologia nas universida- do para mestres e douto- com locais onde possamos
investimento de projectos de I&D. des e centros de I&D; apoio res, com efeitos a médio e entrar com os nossos pro-
fora do país deve ser O estado só deve incen- a incubadoras de ideias e longo prazo. Os objectivos dutos. Por exemplo, o estado
um objectivo nacional nos tivar o investimento directo empresas; apoio a acelerado- são muito claros: a aposta poderia reduzir impostos a
próximos tempos. Portugal estrangeiro (IDE) que tenha res de empresas; apoio a par- em I&D, em novas formas empresas que aumentaram
tem de dar um salto com- uma forte componente de ques de ciência e tecnologia; de gerir e se relacionar com a sua facturação em mais de
petitivo muito substancial e inovação e transferência de foco na criação de sinergias a economia, exige pesso- 1 milhão de euros, relativa-
isso significa aprender com tecnologia. Isso significa e redes entre as várias insti- as criativas com formação mente ao ano anterior, em
aqueles que fazem bem, que avaliar as áreas de interesse tuições, procurando a coope- avançada. Isso será facili- que pelo menos 50% des-
estão habituados a merca- estratégico, verificar aque- ração estratégica; tado se as empresas forem se aumento de facturação
dos exigentes, que preci- las em que Portugal pode 2. Premiar a criação incentivadas a dar emprego seja feito com o exterior do
sam de recursos humanos ter vantagens competitivas de emprego qualificado. a pessoas com essa forma- país. Imaginem que 5% ou
de qualidade e que vivem da e incentivar empresas des- Empresas que criam empre- ção. Esta medida faz parte 10% desse valor de aumen-
capacidade de gerar conhe- sas áreas a instalarem-se go para licenciados, mestres de uma estratégia de médio to de facturação, ou seja,
cimento em sinergia com em Portugal. Os incentivos e doutores deveriam ser e longo prazo para incorpo- algo entre os 50.000€ e os
centros de saber reconheci- devem ser reais, tendo por premiadas por isso, como ração inovação e empreen- 100.000 por milhão de euros
dos. Isso permitirá acelerar base preços de instalação, forma de incentivo. Por dedorismo na matriz das de aumento de facturação,
a mudança de mentalidades acompanhamento persona- exemplo, a iniciativa plug- empresas. era convertido em reduções
que é necessário promo- lizado, ligação a centros de and-play nos EUA, uma 3. Premiar a actividade de impostos (nacionais e
ver em Portugal. E coloca- I&D, programas de incen- incubadora do silicon-valley económica e a exportação. O locais) pagos pela empre-
rá o foco na necessidade de tivo ao estabelecimento de que pretende atrair empre- apoio à exportação é crucial. sa. Não era isso um forte
gerar emprego qualificado projectos de I&D com par- sas (também estrangeiras), Isso significa reforçar o incentivo ao investimento
que permita tirar partido da ceiros nacionais, etc. premeia com um valor fixo apoio à internacionalização, e à exportação? E não é isso
uma geração com forma- Na verdade, só interes- (10.000 USD) cada empre- à diplomacia económica, ao que urgentemente precisa-
ção superior, que conhece o sa o IDE que nos veja como go qualificado criado no reforço da imagem de Por- mos de aumentar?

Panorama
Plug-and-play: Acelerar a insta- ras. A mensagem é bem simples: tornem-se Eco-eficiência da CWJ em
lação de empresas estrangeiras empresas globais connosco. destaque no Diário Económico
Link: http://www.plugandplaytechcenter.com/interna-
tional/index.php
A CWJ é uma empresa que nasceu em Coimbra,
por iniciativa do empreendedor João Carvalho
A FCTUC desenvolve 10 a 20 (licenciado em Engenharia Electrotécnica e ex-
projectos por ano com aplicação docente do DEEC da FCTUC), e que se dedica
Director
António Abrantes industrial ao desenvolvimento de soluções de electrónica
eco-eficientes, isto é, que promovam o uso sus-
Sub-Directora executiva O director da Faculdades de Ciências e Tecnologia tentado e racional da energia. Neste momento,
Eduarda Macário da Universidade de Coimbra (FCTUC), João Gabriel os produtos da CWJ inserem-se em três verten-
coorDenaDor científico
e Silva, declarou à LUSA que a FCTUC desenvolve tes principais: Cozinhar Eco-eficiente, Conforto
J. Norberto Pires por ano entre 10 e 20 projectos com aplicabilidade Eco-eficiente e Iluminação Eco-eficiente. A tec-
industrial, envolvendo a participação de alunos de nologia e estratégia da CWJ esteve em destaque
Director comercial mestrado e doutoramento. Isso significa uma forte no suplemento de 26 de Março de 2010 do Diário
Luís Filipe Figueiredo dedicação a projectos com aplicabilidade prática, Económico. Vale a pena ler.
ProjectoS eSPeciaiS
mas também, e até principalmente, uma preocupa-
ção crescente em envolver alunos nas actividades Link: http://www.cwj.pt
Soares Rebelo
Link: http://robotics.dem.uc.pt/DE_CWJ.pdf
Quem diria que nos EUA isso também é relacionadas com a resolução de problemas reais e
DePartamento Gráfico um assunto urgente e importante. E quem com a transferência de tecnologia para as empresas.
Carla Fonseca diria que o famoso Silicon-Valley, talvez o É critico que as escolas se apercebam da necessidade
ProDução
Parque de Ciência e Tecnologia mais conhe- de incentivar a actividade empreendedora dos alu-
cido do mundo, está muito interessado em nos, procurando que a passagem pelo ensino supe-
ProPrieDaDe
Sojormedia Beiras, SA
promover a instalação de empresas de fora rior seja uma mais-valia nessa área.
Contribuinte n.º 508535115 do seu país, abrindo-lhes o mercado ameri-
Sede, Redacção e Administração
Rua 25 de Abril, n.º 7 cano e tentando acelerar empresas inovado- Link: http://www.fct.uc.pt
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comCENTRO
Boca de cena Reflexões

inovação & desenvolvimento


Da cultura vem a riqueza Parques de Ciência e Tecnologia (1)

C
omeça nesta edição do comCENTRO de Ciência e Tecnológico estimula e gere o
uma série de cinco artigos sobre Par- fluxo de conhecimento e tecnologia entre
ques de Ciência e Tecnologia, nos universidades e politécnicos, instituições de
quais abordaremos as características destas I&D, empresas e mercados; facilita a criação
infra-estruturas, as suas potencialidade e o e o crescimento de empresas inovadoras
tipo de equipamentos e serviços que ofere- através de processos de incubação e spin‐off;
cem. Daremos também uma perspectiva fornece outros serviços de valor acrescenta-
Emília Cabral Martins internacional, procurando mostrar em que do, juntamente com espaços e infra-estrutu-
Presidente da Associação da
Orquestra Clássica do Centro medida as estratégias seguidas em Portugal ras de elevada qualidade.”
se alinham com as melhores práticas inter-

“D
a riqueza não dero um projecto que com- nacionais. De acordo com Luis Sanz, Director‐
vem a cultu- bina a vertente cultural, de Um Parque Tecnológico é, de acordo Geral da IASP, “um Parque de Ciência e
ra, mas da cul- empreendedorismo, criação com a definição da Associação Internacio- Tecnologia é um espaço, físico ou ciberné-
tura vem a riqueza”, disse de riqueza (material e espiri- nal de Ciência (IASP), o habitat perfeito para tico, gerido por uma equipa profissional
Sócrates. Partindo destas pala- tual)? Isto digo, porque a OCC empresas e instituições da economia global especializada, que fornece serviços de valor
vras tão sábias, naturalmente é uma orquestra profissional, do conhecimento (aqui se justifica o concei- acrescentado, e cujo principal objectivo é
se diz que a chave da econo- sediada na cidade de Coimbra to de ecossistema de empresas, universida- fazer aumentar a competitividade da região
mia contemporânea é cultural. e que conta já, em 2010, des e centros de I&D, as quais desenvolvem ou território de influência, através do estí-
Eu própria o afirmo, pois con- com nove anos de actividade em consórcio actividades de I&D e transfe- mulo da cultura de qualidade e inovação
sidero que o desenvolvimento ininterrupta. rência de tecnologia, mantendo um equilí- entre as empresas e instituições do siste-
tem de coexistir com a criativi- Como pessoa ligada desde brio que justifica e suporta a estrutura). Um ma científico e tecnológico que lhe estão
dade, que é naturalmente uma a primeira hora à actividade da Parque de Ciência e Tecnologia, e a sua rede associadas, organizando as transferências
acção cultural. Na verdade, a OCC, posso dizer que pensa- de parcerias, promove o desenvolvimento de conhecimento e tecnologia, das fontes
perspectiva económica possi- mos estar a conseguir a reali- económico e a competitividade de cidades e para as empresas e para o mercado, e através
bilita-nos ter a noção e o conhe- zação dos objectivos, podendo regiões através: do acolhimento activo da criação de novas
cimento da dimensão quan- dizer-se que o nosso sucesso é Da criação de novas oportunidades de empresas inovadoras sustentáveis, através
titativa do desenvolvimento, evidente e reconhecido e fun- negócio e de mais-valias para empresas de processos de incubação e spin‐off.”
mas é sem dúvida a perspec- damenta-se essencialmente “maduras”; De acordo com a Associação de Parques
tiva cultural que nos dá acesso em determinação, entusias- Do acolhimento do empreendedorismo e de Ciência do Reino Unido (UKSPA), “um
à dimensão qualitativa. Cul- mo e confiança – elementos da incubação de novas empresas inovadoras; Parque de Ciência é uma iniciativa de apoio
turas milenares tiveram este indispensáveis para qualquer Da criação de empregos qualificados a empresas cujo principal objectivo é enco-
olhar sobre as coisas da cultu- empreendimento ser vitorioso. baseados em conhecimento; rajar e apoiar o start‐up e a incubação de
ra, o que deu origem a níveis O nosso objecto de acção, Da construção de espaços atractivos para empresas inovadoras, baseadas no conheci-
de desenvolvimento conside- como todos sabem, é a músi- trabalhadores de elevado potencial e conhe- mento e de elevado crescimento através do
ráveis, implementando não só ca, em especial a música eru- cimento; fornecimento de: infra‐estruturas e serviços
a curiosidade e a busca cientí- dita. E nove anos são, embo- Da promoção de sinergias entre Univer- de apoio incluindo ligações de colaboração
fica e criando bem-estar para ra poucos, já suficientes para sidades e empresas, incentivando o I&D com Agências de Desenvolvimento Regio-
os povos. podermos concluir que valeu a em consórcio como forma mais efectiva de nal; ligações formais e operacionais com
Hoje, com mais evidên- pena começar e que não deve- transferência de tecnologia. centros de excelência como Universidades,
cia, olhamos o mundo como mos desistir. Isto porque sabe- Mas o que é um Parque de Ciência e instituições de ensino superior e de investi-
um espaço global, em que as mos que não estamos a traba- Tecnologia? gação; apoio à gestão e empenho activo na
fronteiras materiais foram lhar no vazio, sabemos que o Segundo a IASP (uma associação inter- transferência de tecnologia e competências
substituídas por pontes de nosso trabalho está gerando nacional de parques de ciência e tecnologia, empresariais para PMEs.”
conhecimento assentes em esperança não só nos músi- www.iasp.com), “um Parque de Ciência e Do cruzamento destas definições obte-
pilares de tolerância, solidarie- cos que integram a orquestra, Tecnologia é uma organização gerida por mos com facilidade os elementos caracteriza-
dade e mais partilha. Pontes mas em muitos outros jovens profissionais especializados, cujo principal dores de um Parque de Ciência e Tecnologia:
que atravessamos juntos por que estamos a despertar para objectivo é fazer aumentar a riqueza da sua infra-estruturas, serviços de apoio, inovação,
sabermos ser diferentes, mas a música e que vêem na OCC comunidade, através da promoção da cultu- tecnologia, incubação, transferência de tec-
aprendendo a nunca poder um espaço de trabalho que os ra de inovação e competitividade das empre- nologia, empresas e ligação a instituições de
ou dever ser indiferente, o que realiza. sas e instituições do sistema científico e tec- ensino e investigação.
decorrerá necessariamente do Não é falta de modéstia nológico que lhe estão associadas”.
nível cultural dos agentes eco- dizer que com o nosso traba- Para atingir estes objectivos, um Parque J. Norberto Pires
nómicos e culturais. A cultura lho tem ganho a cultura, mas
permite-nos ser mais capazes, também temos dado o nosso
mais sensíveis, mais livres e, contributo a outras empre-
consequentemente, abre as sas no domínio do design, da
portas da criatividade. E a cria- publicidade, das artes plásti-
tividade, gerando o novo, está cas, etc. Empreender, criar, é
sendo um acto eminentemen- essencialmente um acto de
te cultural. Por isso, considero cultura porque depende da
que a cultura faz parte indis- vontade e inteligência que nos
sociável do desenvolvimento. comanda.
Hipótese, antítese e tese. Cultura é a acção para o
Mas as minhas palavras são bem, de preferência para o
justificadas só por estar ligada bem comum, e com esta ideia,
a um projecto que é a Orques- estou convencida de que, tal
tra Clássica do Centro (OCC), como Sócrates dizia, da cultu-
que, sem modéstia, consi- ra virá a riqueza.
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comCENTRO
inovação & desenvolvimento

Entrevista Alfredo Marques, presidente da Comissão Directiva do Mais Centro


O Mais Centro disponibilizou em 2009 mais de 40 mi-

“Moderniz
lhões de euros para parques de ciência e tecnologia e
incubadoras de empresas, 50 milhões para infra-estrutu-
ras científicas e tecnológicas e sete milhões para a pro-
moção da cultura científica. Segundo Alfredo Marques,

empresaria
presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvi-
mento Regional do Centro e responsável pelo programa,
têm surgido, mercê destes incentivos, vários projectos
de qualidade, decisivos para impulsionar o desenvolvi-
mento regional.
ultrapassa
Soares Rebelo
DIÁRIO AS BEIRAS - Está
satisfeito com os resultados do
Mais Centro?
ALFREDO MARQUES - O
tes da melhoria da envolvente
institucional, nomeadamente
a modernização de toda a rede
de apoio científico e tecnológi-
nacional, ou seja 1212 projec-
tos, com um investimento ele-
gível de mais de 1.600 milhões
de euros e um incentivo total de
expectativa
Mais Centro está a ter um co. Ao mesmo tempo, o Mais mais de 600 milhões de euros.
bom desempenho. Até ao Centro está a fazer um esfor- Estes números são similares e
momento, já aprovámos 1370 ço considerável na melhoria até um pouco melhores do que
candidaturas, que represen- do parque educativo e na os registados na região Norte,
tam um investimento total modernização da administra- o que significa, se considerar-
de cerca de 1.700 milhões de ção pública de âmbito regional mos o peso relativo no PIB de
euros e a que atribuímos uma e local, através do co-financia- ambas as regiões, que a Região
comparticipação do Fundo mento de investimentos que Centro tem apresentado uma
Europeu de Desenvolvimen- a médio e longo prazo trarão maior apetência para a moder-
to Regional (FEDER) de 871 benefícios importantes à eco- nização e internacionalização
milhões de euros. Tem havido nomia regional. das empresas.
um forte dinamismo por parte
dos agentes da região, com a Os empresários já estão cons- A região Centro é então uma
apresentação de projectos de cientes da necessidade de ino- região atractiva para o investi-
qualidade, que serão decisivos var permanentemente? mento?
para impulsionar o desenvolvi- A competitividade do tecido Estes resultados mostram
mento regional. económico da região passa pela precisamente que há uma
valorização dos bens e serviços grande atractividade para o “A existência de uma rede de universidades e politécnicos, bem co
O apoio às empresas continua produzidos, afastando-se pro- investimento empresarial na para o mundo empresarial de conhecimentos científicos e tecnol
a ser uma prioridade do progra- gressivamente da competitivi- região Centro. Os empresários
ma Mais Centro? dade assente em mão-de-obra da região têm feito uma gran-
O Mais Centro tem feito e barata. No caso dos projectos de aposta na modernização e lidade deste tipo de empresas, imprescindíveis à competitivi-
continuará a fazer uma grande apoiados pelo Mais Centro, dos internacionalização, ultrapas- sobretudo em cenários menos dade global das empresas. Esta
aposta nos incentivos às peque- 200 milhões de euros de incen- sando todas as expectativas. favoráveis, torna-se numa van- rede proporciona igualmente a
nas e micro-empresas. Até ao tivos atribuídos, 70 % dizem Temos, por isso, um peso da tagem comparativa. Depois, a disponibilidade de quadros téc-
momento, o programa já apro- respeito a projectos de inova- região nos sistemas de incen- aposta no mercado global de nicos superiores, quer ao nível
vou 798 projectos no âmbito ção, 13% a projectos de inves- tivos de cerca de 15 pontos alguns sectores de forte espe- da investigação, quer para a
dos sistemas de incentivos às tigação e desenvolvimento tec- percentuais acima do peso cialização tem proporcionado introdução de novos processos
empresas, representando um nológico e 17% a projectos de da região no PIB (o qual é de a realização de investimentos produtivos ou de novos produ-
investimento total de cerca de qualificação e internacionaliza- 19,5%). em sectores de elevada inten- tos, que são o grande capital
430 milhões de euros e um ção de PME. Se considerarmos sidade tecnológica ou o upgra- para a mudança do paradigma
incentivo FEDER que ascende todo o tecido empresarial, ou Quais as razões de tão bom ding tecnológico de sectores do tecido empresarial.
a 200 milhões de euros. seja se adicionarmos às micro e desempenho? tradicionais. Por outro lado, a
pequenas, as médias e grandes Desde logo, e apesar da concretização na região Centro Quais os sectores de actividade
Que mecanismos estão a ser empresas apoiadas pelo Pro- região se caracterizar por uma de alguns investimentos-ânco- que mais têm beneficiado com
disponibilizados pelo QREN grama Operacional Factores estrutura produtiva muito ra, estratégicos e de interesse o QREN?
para a modernização empresa- de Competitividade, constata- diversificada, territorialmente nacional, nomeadamente nos Os Sistemas de Incentivos
rial na região Centro? mos que as empresas sediadas heterogénea e com elevada per- sectores do papel, da química às empresas foram desenha-
O contributo do Mais Cen- na região Centro representam centagem de PME, constata-se industrial, do sector automóvel dos para apoiar a competitivi-
tro para a modernização do teci- 34% do total apoiado a nível que a versatilidade e a adaptabi- e da energia, tem induzido, por dade das empresas no mercado
do económico da região passa arrasto, a realização de outros global. Assim, a aposta foi pri-
essencialmente por dois tipos investimentos. Finalmente, a vilegiar os sectores de produ-
de intervenção: a directa e de “O Mais Centro tem feito existência de uma rede de uni- tos transaccionáveis, ou inter-
iniciativa dos empresários na e continuará a fazer uma versidades e politécnicos, bem nacionalizáveis, potenciando
utilização dos apoios previstos como de centros tecnológicos, as exportações de bens e ser-
grande aposta nos incenti-
nos Sistemas de Incentivos às disseminada por toda a região viços. Neste contexto, o sector
Empresas do QREN, aquando vos às pequenas e micro- Centro, tem assegurado a industrial é aquele que mais
da concretização de projectos empresas” transferência para o mundo tem beneficiado, representan-
de investimento, ou através de empresarial de conhecimen- do 74% do total dos incentivos
benefícios indirectos resultan- tos científicos e tecnológicos aprovados. Os serviços e o turis-
5

comCENTRO
inovação & desenvolvimento
de que, matéria de intenções mo tempo que se reforçam os
de investimentos por parte dos equipamentos dos centros de

zação
municípios e de aprovações ou conhecimento existentes e se
compromissos por parte do criam novos centros.
programa, o balanço até aqui
é muito positivo, os níveis de Podemos então estar perante

al
execução dos projectos finan- uma verdadeira política regio-
ciados são claramente insatis- nal de ciência e tecnologia?
fatórios para ambas as partes. Estamos, sem dúvida,
perante uma política de ciên-
Como acelerar, então, a cia e tecnologia concebida

as
concretização dos investimen- e realizada, em algumas das
tos? suas componentes essenciais,
Para impulsionar a a nível regional e que espera-
concretização destes investi- mos que contribua fortemente
mentos, o Governo adoptou para a melhoria do padrão de

as”
recentemente um conjunto de especialização da região.
medidas, concertadas com a
ANMP (que tem sido um par- Além das áreas já referidas,
ceiro muito activo e cooperante que outros domínios têm tido
na gestão do QREN), entre as mais forte apoio do Mais Cen-
quais se destacam o aumen- tro?
to da taxa de co-financiamento A educação é outra das áreas
do FEDER para 80% durante centrais do Mais Centro. Já apro-
o ano de 2010 e a agilização da vámos 189 projectos de centros
gestão do pacote contratualiza- escolares, representando um
do. Apesar das restrições finan- investimento de 354 milhões de
ceiras com que os municípios euros. Estes novos centros esco-
se debatem e de outros tipos de lares, que abrangem cerca de 28
dificuldades, pode esperar-se mil alunos, têm um impacto sig-
deste conjunto de medidas a nificativo na organização da rede
aceleração da execução e, com escolar e, consequentemente, na
ela, um efeito de reanima- qualificação dos recursos huma-
ção da economia, através do nos da região Centro. Outra das
aumento da procura de bens e principais frentes de intervenção
serviços dirigida em particular do programa é a da regeneração
às PME. Paralelamente, pode e do desenvolvimento urbano,
esperar-se igualmente um onde os investimentos apoiados
impacto positivo no empre- se elevam a quase 370 milhões
omo de centros tecnológicos, disseminada por toda a região Centro, tem assegurado a transferência go. Fica, deste modo, patente o de euros. Além da recuperação
lógicos imprescindíveis à competitividade global das empresas” importante papel que os muni- de um património degradado,
cípios podem desempenhar na em particular nos centros his-
superação da crise económica tóricos, os investimentos na
mo, respectivamente com 14% cular através dos Programas Como é praticada agora essa actual. regeneração têm uma grande
e 7%, situam-se em segundo Operacionais Regionais. Nes- contratualização na região Cen- importância nesta conjuntura
e terceiro lugar, mas muito tes programas, beneficiam de tro? No Programa Operacional económica, pois criam oportu-
afastados da indústria. Em ter- financiamento para investi- Na região Centro, onde esta Mais Centro existe uma forte nidades de negócio para as PME
mos de actividades económi- mentos em centros escolares, modalidade já tinha sido prati- concentração de apoios para ligadas directa ou indirectamen-
cas e por ordem decrescente, em saneamento básico e abas- cada no Médio Tejo e no Oeste, os municípios e para as empre- te à construção.
saliento as mais importantes: tecimento de água, na regene- a contratualização aplica-se hoje sas. Que respostas tem o pro-
produtos químicos (excluin- ração urbana, na modernização às 12 NUT III da região. Atra- grama para as universidades, E no sector da saúde?
do farmacêuticos) com 14%, administrativa, na protecção ou vés dela, o Mais Centro afectou institutos politécnicos e outras A saúde é também um
construção metálica com 11%, valorização ambiental e ainda aos municípios mais de 30% da entidades ligadas à ciência e sector estratégico. Além
pasta e papel com 9%, cerâmi- em equipamentos ou infra- dotação total do programa, não tecnologia? do importante projecto do
cas também com 9%, máqui- estruturas em muitas outras se incluindo aqui os quase 200 O Mais Centro levou a cabo novo Hospital Pediátrico
nas e equipamentos com 7%, áreas (acolhimento ou apoio a milhões de euros já aprovados em 2009 uma acção na área de Coimbra, o Mais Centro
madeira, cortiça e mobiliário empresas, saúde, cultura, des- para projectos de desenvolvi- da ciência e tecnologia sem aprovou recentemente mais
igualmente com 7%, aloja- porto, mobilidade, etc.). No mento urbano em 56 municí- paralelo no âmbito das políti- 24 projectos nesta área, que
mento, restauração e similares período do QREN, generalizou- pios. cas públicas na região Centro. vão permitir uma maior equi-
com 6 %, consultoria de gestão, se uma forma de acesso dos Foram disponibilizados mais dade no acesso aos cuidados
engenharia e outras com 5%, municípios aos Fundos Estru- A adesão tem sido, portanto, de 40 milhões de euros para de saúde e uma melhoria nas
comércio também com 5% e turais que, no período anterior, significativa. parques de ciência e tecnolo- condições de vida das pesso-
indústria têxtil, vestuário e cou- já tinha sido utilizada, mas ape- A adesão dos municípios gia e incubadoras de empre- as. Entre os projectos apro-
ro com 4,4%. nas numa parte reduzida do da região ao QREN, atra- sas, 50 milhões de euros para vados recentemente, está a
País: a da contratualização, que vés dos projectos para rege- infra-estruturas científicas e ampliação do Hospital de Sousa
Como estão os municípios a consiste na atribuição de um neração ou enquadrados na tecnológicas e sete milhões de Martins, na Guarda, que tem
comportar-se na gestão dos pacote financeiro para diversos contratualização (para os euros para a promoção da cultu- ainda como objectivo a aquisi-
fundos oriundos do PO Cen- anos ao conjunto dos municí- outros tipos de investimentos), ra científica. Com estes apoios ção de novos equipamentos, de
tro? pios de uma dada sub-região é realmente muito forte e visí- são criados novos espaços para modo a aumentar e melhorar a
Os municípios encontram- NUTE III, a gerir pela associa- vel. Tal não significa, porém, acolhimento ou lançamento de capacidade de resposta na pres-
se entre os principais desti- ção de municípios respec - ausência de problemas e de empresas e actividades intensi- tação destes serviços à popula-
natários do QREN, em parti- tiva. preocupações, pois se é verda- vas em conhecimento, ao mes- ção da região.
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inovação & desenvolvimento

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Centro à conquista do mundo


O DIÁRIO AS BEIRAS destaca hoje quatro novos produtos que, concebidos e desenvolvidos por
empresas tecnológicas sediadas na região Centro, estão a impor-se no mundo da globalização.
Importa realmente relevar as marcas que, por cá, vão conquistando os mercados nacionais e
internacionais, tanto pela qualidade como pela inovação.

csXCEPTION iMeter
De Coimbra para Marte Solução de eficiência energética

O csXCEPTION, desenvolvido Após um forte investimento em I & D


pela Critical Software, cujo suces- ao longo de três anos e usando a experiên-
so radica na aposta na qualidade e cia de terreno adquirida com a instalação
inovação tecnológica, é um produto de 50 mil sistemas de telemetria nos cin-
proveniente de investigações inicia- co continentes, a ISA (Intelligent Sensing
das, nos anos 90, na Universidade de Anywhere), fundada em 1990 como spin-
Coimbra, sobre a forma de melho- off da Universidade de Coimbra, lançou
rar a realização de testes em sistemas o iMeter, equipamento de uso doméstico
informáticos, quando usados sob con- que permite aos cidadãos poupar dinheiro
dições adversas. Comercializado a partir de 1998, depois do interesse e ajudar Portugal a cumprir os compro-
demonstrado pela NASA tendo em vista testar um sistema de explo- missos internacionais de sustentabilidade do planeta. Com capacidade para
ração a Marte, a sua principal utilização continua a estar centrada medir em tempo real os consumos de água, gás e electricidade, faculta
em mercados como o aeroespacial e o aeronáutico, que exigem altos ainda informação sobre o dinheiro que está a ser gasto a cada momento e
níveis de qualidade, certificações e muito raramente toleram falhas, garante reduções nas contas entre os 15 e os 20 por cento. Trata-se, simul-
pois estas podem ter efeitos catastróficos. O csXCEPTION, para além taneamente, de uma solução muito fácil de instalar e utilizar. Constituído
de permitir a execução destes testes especiais, monitoriza a activa- por sensores de electricidade, gás e água, por um display que permite a
ção de erros e regista o seu impacto nos sistemas. Desta forma, esta visualização da informação em tempo real e por um concentrador que
ferramenta da Critical, empresa cuja abrangência tecnológica vai do recolhe toda a informação e permite acesso através da Internet recorren-
sector aeroespacial à defesa e segurança do território, passando pela do a um simples router existente em casa, o iMeter possibilita, em tempo
indústria, telecomunicações, energia e sector financeiro, identifica real, a visualização no display da informação referente ao consumo de
os pontos fracos do sistema e fornece informação valiosa para a sua energia. Para quem não dispõe de ligação à Internet em casa, o iMeter
correcção ou para se evitarem esses cenários. está equipado para uma ligação 3G.

iLogger ERP-RSOFT
Tecnologias avançadas Sofware com aceitação mundial
para os combustíveis
Fundada em 1992, a RCSOFT – Desen-
A ISA tem vindo a desenvol- volvimento de Software, Lda., iniciou a sua
ver, ao longo dos últimos 10 anos, actividade limitada ao desenvolvimento
uma estratégia de criação de tec- de soluções para o controlo de produção
nologias avançadas de hardware e e comercialização de equipamentos infor-
software para as maiores empre- máticos. Devido, contudo, ao sucesso do
sas de combustíveis e gás do software desenvolvido em 1996, alargou a
mundo (BP, Shell, Galp, Repsol, sua esfera de actuação criando um depar-
SHVGas/Primagaz e Butagás, tamento de desenvolvimento de ERP (Enterprise Rsource Planning),
entre outras), proporcionando- que ao longo dos anos soube ocupar uma posição sólida e forte nos
lhes poupanças de milhões de euros em custos logísticos. Sur- segmentos de mercado em que actua – designadamente, a contabili-
giu, neste contexto, o iLogger, sistema de gestão remota autó- dade geral, analítica e orçamental, a gestão comercial, o aprovisiona-
nomo e multifacetado, que possibilita data logging, leitura mento, a logística, o imobilizado e os recursos humanos. Em 2000,
automática de contadores e a emissão de alarmes. Com recurso devido a inúmeras solicitações dos clientes para interligação dos sis-
à telemetria de alta qualidade, o iLogger armazena os dados e temas de produção com a gestão global da empresa, foi lançada uma
transmite-os depois, por SMS, para o sistema de informação nova área de negócio, a automação industrial, tendo como primeiro
das respectivas empresas. Assim, é possível optimizar todo trabalho o desenvolvimento em cooperação com empresas italianas
o procedimento logístico, antecipando ou adiando os abaste- e alemãs de um sistema de controlo e monitorização da fábrica mais
cimentos e gerir, simultaneamente, o stock. Evitam-se, desta moderna e automatizada da Europa na área da cerâmica. Em
forma, as rupturas no fornecimento aos clientes e reduzem-se 2001, um produto para gestão global de empresas (software para
as intervenções no terreno, isto é, as deslocações para verificar comunicações) de telecomunicações abriu-lhe as portas para a
se os depósitos estão cheios ou vazios. internacionalização.
7

comCENTRO
inovação & desenvolvimento
SAÚDE

SANFIL investiga no Coimbra iParque


O hospital que a SANFIL vai construir em Antanhol tem como objectivo tornar-se “um pólo de
investigação e desenvolvimento nas áreas das ciências da vida e da saúde”.

Norberto Pires, do Coimbra iParque, e Henrique Amaral Dias, da Sanfil, assinaram compra do lote rá atingir os 200 a 300 par-
tos/ano. Prevê-se, por outro
lado, o tratamento diário de
mil doentes na Unidade de
Medicina Física e de Reabi-
litação e de 200 insuficientes
renais crónicos na Unidade
de Hemodiálise.
Com a construção de oito
salas de bloco operatório são
esperadas 20 mil cirurgias/
ano, disse o director-geral
da SANFIL, instituição que,
sublinhou, “foi, em 2009,
pelo terceiro ano consecu-
tivo, a unidade privada que
mais cirurgias realizou a
nível nacional”, no âmbito
das convenções para redução
das listas de espera no sector
público.

O
Hospital de Santa que é a mais importante ções da SANFIL, áreas
Filomena, que substi- infra-estrutura de serviços e de investigação que terão
tuirá, a parir de 2013, tecnologia realizada na região atenção redobrada no iPar-
a actual Casa de Saúde Santa Centro na última década” e, que.
Filomena (SANFIL), começa- por isso mesmo, a SANFIL O novo hospital, que terá
rá a ser construído ainda este quis “abraçar o desafio estra- também um sistema dedi-
ano no Coimbra iParque - Par- tégico de construir e desen- cado de transporte de doen-
que de Inovação em Ciência, volver, neste empreendi- tes, creche e “health club”,
Tecnologia e Saúde, em Anta- mento, um hospital, cuja para servir os trabalhadores,
nhol. principal característica dife- quer “vir a tornar-se um pólo
“Trata-se de um investi- renciadora é vir a tornar-se de investigação e desenvolvi-
mento muito interessante, um pólo de I&D (Investi- mento nas áreas das ciências
porque alavanca a área da gação & Desenvolvimento) da vida e da saúde”.
saúde do parque, que é uma nas áreas das Ciências da A aposta na investigação
das áreas estratégicas do pro- Vida e Saúde”, sublinhou o justifica, de resto, pelo menos
jecto”, reconheceu o professor director-geral da SANFIL. em parte, segundo o director-
Norberto Pires, presidente do “O iParque tem um conjun- geral da SANFIL, Henrique
Conselho de Administração to de condições que facilitam Amaral Dias, o local escolhido
do iParque, na cerimónia de a aposta na investigação, por para a construção.
assinatura da compra do lote isso, apesar de já existir essa O complexo, cujo investi-
em que o complexo vai ser aposta na SANFIL, o pro- mento ronda os 15 milhões
implantado. jecto que vamos desenvol- de euros, terá 130 camas,
“A SANFIL comprou um ver no iParque intensificará um serviço de urgência pre-
dos maiores lotes do parque e essa aposta”, garantiu ainda parado para atender 250
é a primeira empresa a assi- Henrique Amaral Dias. utentes por dia, as prin-
nar a escritura connosco, o A obesidade mórbida, a cipais valências médicas,
que significa que será prova- reprodução humana e enge- unidades de imagiologia,
velmente a primeira a estar nharia genética, a urologia medicina física e reabilita-
em condições de começar a oncológica e transplanta- ção, urgência e hemodiálise,
construir”, acrescentou o res- ção, a cirurgia laparoscópi- bem como centros especia-
ponsável pelo parque tecno- ca, endo-urologia, terapia lizados em diversas áreas,
lógico. prostática e litiásica com incluindo pediatria, fertilida-
O espaço adquirido tem laser, a cirurgia de incon- de, tratamento de obesidade
uma área total de 19.252,5 tinência urinária, a cirur- e estética.
metros quadrados, uma gia assistida por computa- O projecto, que garanti-
área máxima de constru- dor, as técnicas de limpeza rá 350 postos de trabalho,
ção de 12.000 metros qua- de hemorragias do vítreo”, incluirá também um centro
drados e uma área de máxi- entre outras, são, por outro de partos e neonatologia,
ma implementação de 8.000 lado, segundo Manuel Car- que, de acordo com Hen-
metros quadrados. “O iPar- valho, director de opera- rique Amaral Dias, pode-
10-0479
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comCENTRO
inovação & desenvolvimento

O eixo Coimbra/Leiria anuncia-se como um pólo de desenvolvimento tec- CIÊNCIA VIVA


nológico para a próxima década. O plano de desenvolvimento está traçado
até 2013 e até já há financiamento, mas tudo depende da dinâmica que
Portugal no
instituições de investigação e empresas conseguirem imprimir ao projecto. FameLab
O nosso país participa-
INVESTIGAÇÃO E EMPRESAS rá este ano, pela primeira

Milhões para eixo


vez, no FameLab, concur-
so de comunicação de ciên-
cia. Trata-se de um concur-

tecnológico Coimbra/Leiria
so internacional que existe
desde 2005, organizado pelo
British Council e cuja final
decorrerá, em Junho, no
Reino Unido, no decorrer
O Coimbra iParque foi contemplado pelo FEDER com quase metade do investimento do Festival de Ciências de
Cheltenham, organizado
pelo jornal The Times.
Em Portugal, a primei-
ra triagem das inscrições
através de vídeos enviados
para o site da Ciência Viva
(www.cienciaviva.pt) está
a decorrer até 31 de Março
e também há já um grupo
constituído na Internet, na
rede social Facebook. Os
seleccionados nesta primei-
ra triagem terão depois de
fazer uma apresentação de
três minutos sobre um tópi-
co científico em frente a um
júri, sem qualquer tipo de
apoio. “Têm de ser eles mes-
mos: carismáticos, claros,
informativos e rigorosos”,
segundo o responsável do
Ciência Viva, Carlos Catalão.
O vencedor da final
nacional, escolhido peran-
te uma audiência de públi-
António Rosado co, irá representar o nosso

A
transferência de Energia, Obitec - Associação la (acelerador de empresas), de administração do iPar- país no Reino Unido. Neste
conhecimento que Óbidos Ciência e Tecnologia o sistema de mobilidade do que, Norberto Pires, não tem momento, estão a ser feitos
for possível promo- e Óbidos Requalifica – E. E. parque e as infra-estruturas dúvidas em dizer que o “pro- os contactos para constituir
ver entre investigadores da M. No caso do Coimbra de comunicação. O investi- cesso foi mais longo e mais o painel de avaliadores, que
Universidade de Coimbra iParque, a candidatura con- mento total, neste caso con- difícil do que julgamos que prometem ser rigorosos. “O
e dos politécnicos das duas templou as suas duas fases creto, é de 24,3 milhões de poderia ter sido, mas esta- júri será constituído por pes-
capitais de distrito, bem de construção, incluindo, euros, financiado em quase mos muito contentes com soas de referência quer do
como o apoio que as peque- entre outros, o business metade pelo FEDER. este desfecho que viabiliza o ponto de vista da comuni-
nas empresas tecnológicas center, o edifício Nicola Tes- O presidente do conselho projecto do iParque”. cação científica em Portu-
venham a obter através das gal, quer do ponto de vista
incubadoras instaladas, são do jornalismo científico e
condições fundamentais Incubadoras e aceleradoras de empresas dos media, e será implacá-
para o sucesso do designa- vel do ponto de vista do rigor
do Inov-C, programa estraté- O Instituto Pedro ro, o terceiro edifício do seu imprensa onde refere que científico”, garante Carlos
gico contemplado com 23,5 Nu n e s , c o m s e d e e m parque tecnológico. se pretende “consolidar a Catalão. Baseando-se no
milhões de euros de fundos Coimbra, também terá um A rede tecnológica Inov- região Centro”, mas ape- “entusiasmo pela ciência”
comunitários para um total papel fundamental neste C foi apresentada em Can- nas “posicionando-a entre demonstrado pelas comuni-
de investimento a rondar os ecossistema de inovação, tanhede, na presença do as 100 mais inovadoras dades educativa e científica,
73 milhões de euros. com a construção de uma primeiro-ministro, com da Europa”. Ou seja, não o responsável acredita que
São 11 as entidades dos “aceleradora de empresas” toda a pompa e circuns- será dos clusters de ciên- a “adesão vai ser bastante
distritos de Coimbra e Lei- orçada em seis milhões de tância e com o objectivo de cia mais exclusivos do grande”. Noutros países, a
ria envolvidas. Para além euros, vocacionada para se tornar uma “referência velho continente. Permi- competição tem sido dispu-
das instituições de ensino apoiar estruturas empresa- internacional na criação de tirá, todavia, uma aposta tada por professores, cientis-
superior já referidas, tam- riais viradas para a interna- conhecimento, inovação e forte em quatro áreas cien- tas ou estudantes, que esco-
bém participam as incuba- cionalização. empreendedorismo”. Toda- tíficas bem identificadas: lhem os tópicos.
doras do Instituto Pedro O Biocant, incubadora via, a própria Comissão de ciências da vida (saúde e Lançado em Julho de
Nunes (Coimbra), D. Dinis de Cantanhede, assumirá Coordenação e Desenvol- tecnologia), tecnologias da 1996, o Ciência Viva tem
(Leiria), Biocant (Cantanhe- outra das posições de lide- vimento Regional do Cen- informação, comunicação como missão a promo-
de), Coimbra Inovação (iPar- rança, principalmente após tro (CCDRC) faz baixar as e electrónica, energia e ção da cultura científica e
que), Mor-Energy - Asso- ter inaugurado, em Feverei- expectativas numa nota de indústrias criativas. tecnológica junto da popu-
ciação de Investigação em lação portuguesa.
inovação & desenvolvimento
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comCENTRO
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comCENTRO
inovação & desenvolvimento

INVESTIGAÇÃO
TECNOLOGIA

Óbidos à conquista da Europa Robôs


“inteligentes”
Colocar a região Centro entre as 100 mais inovadoras da Europa é um dos made
objectivos da OBITEC, entidade gestora da componente de investigação, in Portugal
desenvolvimento, ensino e formação do Parque Tecnológico de Óbidos.
Um consórcio por-
tuguês pretende
lançar no mercado

“A
té 2017, vamos em 2012 os primei-
tentar que a ros robôs vigilan-
r e g i ã o Ce n t r o tes “inteligentes” do
seja uma das mais inovado- Mundo, anunciou o
ras da Europa, onde estamos Instituto de Enge-
hoje em 153.º lugar entre nharia de Sistemas
300 regiões”, sublinhou Jor- e Computadores do
ge Ferreira, da Universida- Porto (Inesc Porto).
de de Coimbra, que, com “Robvigil é o nome
outras entidades, integra os do projecto que
órgãos sociais da OBITEC, arrancou em Feve-
entidade gestora do Parque reiro pela mão de
Tecnológico de Óbidos. um consórcio de 1,2
Trata-se de uma meta milhões euros com-
que conta, à partida, com posto inteiramente
total apoio do presiden- por empresas portu-
te da Câmara Municipal guesas, mas dirigido
de Óbidos, Telmo Faria, ao mercado interna-
empenhado em “dar um cional e cujo objecti-
contributo muito forte, em vo é criar os primei-
conjunto com outros par- rá ser posta a concurso no Incentivar o empreen- ros robôs vigilantes
ques, incubadoras de empre- até final do ano”. dedorismo, promovendo e Critérios de prioridade “inteligentes’” do
sas e universidades”. A obra, que deverá estar apoiando o surgimento de Mundo”.
O projecto integra nos concluída, no máximo, até empresas de base tecnológica; Para além dos promoto-
órgãos sociais várias univer- início de 2012, permitirá ao fornecer serviços de apoio às res, terão prioridade para
sidades, politécnicos e insti- parque, segundo o presiden- empresas instaladas no par- a instalação no Parque Tec-
iPad da Apple
tuições de formação na ges- te da câmara, “entrar em que; fixar quadros altamen- nológico “Óbidos Terra Digi- a 370 euros
tão de um parque de ciência velocidade cruzeiro, criando te qualificados e atrair novos tal”, desde que se enquadrem
e tecnologia”. espaços para apoio a muitas talentos; contribuir para o nas actividades referidas e nas
Os órgãos sociais da OBI- empresas e aumentando sig- desenvolvimento sustentado áreas científico-tecnológicas
TEC integram, para além do nificativamente o número da região; colaborar na forma- descritas, empresas, departa-
município (que preside à de trabalhadores”. ção de empresários dinâmi- mentos de empresas, agru-
direcção), as universidades A par com este dossiê, a cos e inovadores, com uma pamentos de empresas, insti-
de Coimbra e Técnica de Lis- OBITEC apostará também, visão global do mercado; pro- tuições públicas ou privadas,
boa, o Instituto Politécnico a partir de agora, na apre- mover actividades de ensi- que exerçam actividades de OiPad, o novo PC
de Leiria, a Escola Técnica sentação do projecto do Par- no e formação em ambiente investigação e desenvolvimen- táctil da Apple,
de Imagem e Comunicação que Tecnológico de Óbidos empresarial real e activida- to ou de inovação tecnológica; uma espécie de
(ETIC), empresas e associa- a cerca de 3.000 empresas des no âmbito da investiga- empresas de serviços de base iPhone “gigante”,
ções empresariais. da Área Metropolitana de ção tecnológica; criar redes científica e/ou tecnológica, vai começar a ser
O lançamento do concur- Lisboa. A gestão do ABC - de interacção, intercâmbio e de apoio ao tecido produtivo; comercializado nos
so público de ideias para os Apoio de Base à Criatividade investigação entre as empre- entidades vocacionadas para o Estados Unidos a 3
edifícios centrais do Parque (uma incubadora de empre- sas instaladas e instituições ensino e formação de recursos de Abril, anunciou
Tecnológico de Óbidos, num sas a funcionar no Conven- do mundo académico – eis humanos nas áreas científicas a empresa liderada
investimento de 3,6 milhões to de S. Miguel das Gaeiras) alguns dos objectivos a atin- e tecnológicas privilegiadas; por Steve Jobs. De
de euros, será um dos pri- será outra das tarefas cen- gir. empresas que prestem servi- acordo com a Apple,
meiros projectos da associa- trais da Obitec. O parque funcionará ços para o Parque Tecnológico as reservas podem
ção. como infra-estrutura para “Óbidos Terra Digital” e seus ser feitas na pági-
“Queremos uma respos- Interligação dinâmica o acolhimento de múltiplas utentes. na electrónica da
ta arquitectónica que espe- actividades, entre elas, a ino- Será dada preferência a tecnológica e o pre-
lhe a inovação e a criativida- Os principais objectivos vação, investigação e desen- empresas que tenham uma ço base é de 499 dó-
de”, explicou Telmo Faria, do Parque Tecnológico de volvimento tecnológico; o acentuada componente de ino- lares (cerca de 370
durante a apresentação do Óbidos passam por criar as ensino e formação de recur- vação e desenvolvimento tecno- euros), uma vez que
programa de concurso a condições para o desenvolvi- sos humanos; a difusão e lógico, nomeadamente aquelas começará a ser ven-
que arquitectos nacionais e mento de actividades de base utilização de tecnologias que se enquadrem nas áreas dida a versão mais
estrangeiros se poderão can- tecnológica, essencialmente avançadas; a divulgação das das tecnologias da informação barata. O início da
didatar durante 60 dias. na área das indústrias criati- actividades científico-tecno- e comunicação, telecomunica- comercialização do
O autarca estima que a vas, assegurando uma inter- lógicas; consultoria e servi- ções, energias renováveis, efi- novo computador
construção dos edifícios cen- ligação dinâmica entre as ços de engenharia e gestão; ciência energética, ciência da Apple na Europa
trais, onde serão instaladas empresas, o mercado e a acti- concepção, projecto e pro- e tecnologia do ambiente, está previsto para
todas as áreas de apoio às vidade académica e de inves- dução com base em conhe- tecnologias da produção e finais de Abril.
empresas do parque, “pode- tigação. cimento avançado. electrónica.
11

comCENTRO
inovação & desenvolvimento
Vida empresarial ASSESSORIA JURÍDICA

Nuno Santos explica sucesso com investimento em tecnologia de ponta


Organização essencial
ao sucesso das empresas
Filipe Oliveira considera que
a advocacia preventiva e de acon-
selhamento influente é, a par de
outras, uma valência indispensá-
velnasempresasenaformacomo
as mesmas actuam no mercado.

DIÁRIO AS BEIRAS - De organização empresarial é fulcral


que forma pode o direito existirumafortecomponentejurí-
contribuir para a organização dicadebase,numaprimeirafasee
empresarial? de apoio, numa fase subsequente.
Filipe Oliveira - O direito sur-
giu como forma de regulação das É cada vez mais fácil consti-
relações entre os indivíduos, fosse tuir uma empresa.
para regular as relações familiares A desmaterialização de alguns
(direito das sucessões, da família), actos e a implementação de pro-
CICLO FAPRIL fosse para regular as relações entre gramascomoaEmpresanaHora,
as pessoas (direito de propriedade, tornaram realmente tudo mais

Referência nacional direito de demarcação), fosse para


regular as relações entre as pesso-
as no âmbito das sua actividades,
fácil. Só que, a constituição da
empresanãoégarantiadesucesso
ou da desejada implantação e sus-

ao nível da inovação
agrícolas, comerciais ou outras tentação no mercado. Mais uma
(contratos, obrigações de juros). A vez, a organização é essencial ao
ordemjurídicaé,desdeháséculos, sucesso de qualquer empresa.
um dos pilares civilizacionais, a
par com a ordem religiosa. Que problemas podem
ocorrer no início do desen-
Em tempo de crise, a empresa pode orgulhar-se de, nos Significa isso que coube ao volvimento da actividade da
últimos anos, ter visto a sua facturação aumentar. O direito um papel importante empresa?
sucesso deve-se, em grande parte, ao facto de ter apos- na forma como a humanida- Eu não diria problemas, mas
de evoluiu …. simdesafios.Definiráreasdeactu-
tado em tecnologia de ponta.
Sim, sem dúvida, ainda que ação e definir a estrutura ao nível
possa parecer tendenciosa a res- dos recursos humanos e das suas
Patrícia Cruz Almeida posta vinda de um advogado. valências técnicas são fulcrais para
Desde sempre, o nosso dia-a-dia qualquer empresa.

A
Ciclo Fapril, com a especialização, explica Nuno peças. E trabalhamos desde baseia-se em actos com relevância
sede em Vale de Grou Santos, acrescentando que a a indústria automóvel à hos- ou consequências jurídicas. Pen- A existência de um gabinete
(Águeda), foi a primei- Ciclo Fapril trabalha na área pitalar, passando por compo- se-se na primeira troca comer- jurídico pode contribuir para
ra empresa nacional a adquirir da indústria metalomecânica nentes para energias reno- cial ou na autorização concedida o sucesso de uma empresa?
uma máquina de corte e tubo ligeira em geral. “Os clientes váveis. Somos, em suma, a alguém para cultivar determi- Um gabinete jurídico ou um
por laser. Hoje, quase 45 anos enviam-nos uma modelo e uma indústria ao serviço nado terreno com a obrigação de apoio jurídico regular certamente
após ter sido fundada, pode nós procedemos à indus- da indústria”, considera o pagar ao proprietário do terreno que contribuirão para que uma
orgulhar-se de ser uma empre- trialização e à execução das administrador. com parte da colheita. empresa e a sua estrutura accio-
sa moderna. nista tomem decisões mais ade-
“O nosso crescimento acen- Mas desde esses tempos as quadas e, acima de tudo, para que
tuou-se à medida que fomos
investindo em tecnologia de
Quase meio século de história necessidades alteraram-se,
tornaram-se mais complexas.
corram menos riscos nos contra-
tos que celebram e nas obriga-
ponta. Isso tornou-nos uma É verdade e o direito tem ções que assumem. Pense-se, por
referência ao nível de inovação A Ciclo Fapril nasceu em 1965, a fazer pequenos com- acompanhado essa evolução, ain- exemplo, nas implicações fiscais
de processos no trabalho de ponentes para bicicletas e ciclomotores, nomeadamente na da que por vezes de forma aparen- que pode ter a celebração de um
tubo, soldadura e fabrico de tornearia. Mais tarde, durante a década de 80, afirmou-se temente lenta. Pense-se no direi- contrato. Caberá à assessoria jurí-
peças em alumínio”, revela também no fornecimento da indústria automóvel nacio- to da informática, nos direitos da dica da empresa avaliar se aquele
Nuno Santos, um dos admi- nal. Ainda nos anos 70, parte da produção era vendida para personalidade, nomeadamente contrato, à partida lucrativo, não
nistradores da empresa. as ex-colónias portuguesas em África e ainda para Holanda naquilo que era o direito à ima- sairá prejudicado pela tributação
A atenção constante à evolu- e França. Depois, com a produção de componentes para a gem ou à reserva da vida privada em percentagem não antecipada
ção da tecnologia garantiu-lhe indústria automóvel, a empresa começou alargar os seus antes de existirem os meios actu- de mais valias.
“diferenciação face à concor- horizontes. Aliás, a Ciclo Fapril, como adianta Nuno San- ais de comunicação e de difusão.
rência”. A pesquisa de novos tos, “teve sempre um carácter exportador”. Devido à crise Os ordenamentos jurídicos sou- Mas o recurso ao advogado
caminhos, soluções inovado- no sector das duas rodas a nível nacional e os problemas beram adaptar-se e criar um con- ainda é o último dos expe-
ras e conceitos alternativos para que daí surgiram, a respectiva estratégia comercial passou junto de normas reguladoras e dientes.
benefício dos clientes foi “a a desenvolver-se noutros mercados que não o português. A de protecção dos indivíduos face Essa é uma realidade que está
locomotiva do desenvolvimen- aposta foi ganha e, actualmente, a Ciclo Fapril dedica-se ao a estas novas e complexas realida- a mudar. Antecipar problemas é
to da empresa”, que está pres- fabrico de componentes soldados metálicos, baseados em des. evitá-los e a advocacia preventiva
tes a concluir a reestruturação estampagem/quinagem de chapa, corte/dobragem de tubo/ e de aconselhamento influente
de todo o seu layout, de toda a arame e tornearia/mecanização. “Não temos produto pró- Centremo-nos nas empresas é, a par de outras, uma valência
fábrica. “Adoptámos algumas prio nem final. São novos projectos, novos negócios que nos e na actividade empresarial… indispensável nas empresas e na
políticas de gestão ligeiramen- continuarão a fazer crescer”, conclui Nuno Santos. Sim, acabei por não responder forma como as mesmas actuam
te diferentes, nomeadamente à pergunta. Também ao nível da no mercado.
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inovação & desenvolvimento

Números

39
é o número de empresas de base
429.253
trabalhadores nacionais colectaram-
7%
foi a quebra registada em 2009,
tecnológica portuguesas que já benefi- se como independentes em 2008, o relativamente a 2008, na venda de
ciam, no âmbito do programa america- que representava 7,6 por cento dos telemóveis em Portugal, que se cifrou
no Carnegie Mellon, do acesso a jovens 5,6 milhões de empregados regista- em apenas cerca de 5,5 milhões de
talentos e do contacto com as redes glo- dos pelo INE e que não podem usu- aparelhos. Os “smartphones” regista-
bais de conhecimento. A Critical é uma fruir legalmente da intervenção sindi- ram, por seu turno, uma quebra recor-
delas. cal. de de 28%.

Ora diga lá, senhor autarca Pelas Beiras


CARLOS ENCARNAÇÃO, presidente da Câmara Municipal de Coimbra
Guarda apoia
“Sem competitividade jovens
sobredotados
não há empresas nem futuro” O apoio a crianças,
jovens e adultos sobredo-
tados e talentosos é um
O executivo municipal salienta o investimento feito no Coimbra iParque e dos principais objectivos
congratula-se com o facto de vários grupos de investigação universitária da Associação Desenvolver
terem passado directamente à experiência empresarial com sucesso. o Talento, criada na Guar-
da. Segundo Nabais Cal-
deira, assessor da direcção
recebeu a maior fatia do financiamento, O que seria efectivamente necessário, a da ADoT, que é presidida
qualquer coisa como 11 milhões de euros. nível local, para ultrapassar a crise e relan- por Maria Goreti Caldeira,
çar a economia? o projecto surgiu no segui-
Que empresas irão instalar-se no iParque? O nível local limita-se a responder às mento do trabalho desen-
Empresas ligadas, sobretudo, às novas nossas debilidades históricas criando con- volvido nos últimos dez
tecnologias e à saúde. dições onde havia um deserto e oferecendo anos pelo Pólo da Guarda
apoio às iniciativas na base de um pensa- da Associação Portuguesa
Qual o impacto dos apoios financeiros da mento estratégico. Todavia, ultrapassar a das Crianças Sobredotadas
câmara aos projectos tecnológicos no orça- crise e relançar a economia necessita de (APCS).
mento municipal? muito mais. Exige políticas nacionais de
A Câmara de Coimbra e o iParque já investimento e equilíbrio do território, exi-
investiram mais de 12 milhões de euros. ge políticas de desenvolvimento económi-
Só em terrenos adquiridos foram investi- co e de geração de emprego mais activas.
Coimbra
dos cerca de 2,5 milhões de euros. promove
E não em havido?
O tecido empresarial conimbricense Há mais de oito anos que há uma
veículos
DIÁRIO AS BEIRAS - Que projectos está a revelar empenho na inovação e na crise cada vez mais profunda, uma fal- eléctricos
tecnológicos têm merecido apoios finan- melhoria da sua competitividade? ta de investimento privado angustiante
ceiros da autarquia? As indicações que temos vão nesse sen- e um desemprego crescente e histórico. Coimbra é um dos 21
CARLOS ENCARNAÇÃO - A Câmara tido, sendo certo que esse esforço acontece Qualquer governo que apresente estes municípios portugueses
colocou-se ao lado da Universidade naqui- no meio da mais grave das crises senti- resultados bem pode pensar noutra vida. envolvidos na fase pilo-
lo que considera a única forma de superar das em Portugal. Há a geral convicção de to do Programa para a
os constrangimentos de Coimbra e as suas que sem competitividade não há empresas Que papel poderá desempenhar a Câmara Mobilidade Eléctrica
vulnerabilidades no tecido económico. De nem futuro. de Coimbra tendo em vista a dinamização (Mobi-e), que visa a cria-
modo inovador participa no programa de do tecido empresarial do concelho? ção da rede nacional de
apoio à invenção e registo de patentes em Os estabelecimentos de ensino superior Pode definir e seguir uma estratégia abastecimento de veícu-
associação com a Universidade. Definiu, estão a apoiar os empresários? de desenvolvimento. Pode incentivar o los eléctricos, uma das
ainda como projecto absolutamente funda- Houve uma mudança muito significa- investimento público (o bom) que arraste primeiras da Europa. A
mental, a construção do iParque, que inicia tiva no modo como passaram a olhar para consigo a iniciativa privada - neste capítu- instalação destes postos
agora a segunda fase, completas que estão o empresariado. Estão disponíveis e têm lo os mais de 200 milhões de euros em de carregamento, com-
as infra-estruturas, inserindo-se no progra- iniciativas. Mas o melhor exemplo des- saneamento são um exemplo flagrante. patíveis com todas as
ma da Universidade de Coimbra e de outras sa interacção resulta de vários grupos de Pode desenhar uma política de benefício marcas, é suportada pela
Universidades da região Centro que candi- investigação universitária passarem direc- fiscal, como acontece com as taxas da der- administração central e
dataram com sucesso os empreendimen- tamente à experiência empresarial com rama. Pode investir em condições infra- sem quaisquer custos
tos tecnológicos desenvolvidos ao QREN. sucesso. estruturais. Pode ajudar na inovação. O para os municípios.
Convém salientar que o projecto iParque resto muito dificilmente depende de nós.
10-0788

MANTENHA O SEU CORAÇÃO EM BOA FORMA

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