L'OSSERVATORE ROMANO EDIÇÃO SEMANAL EM PORTUGUÊS

Unicuique suum Non praevalebunt

Ano XLI, número 14 (2.102), sábado 3 de Abril de 2010 Cidade do Vaticano Preço ; 1,00. Número atrasado ; 2,00

As celebrações da Quinta-Feira Santa presididas por Bento XVI Santa Missa do Domingo de Ramos

A oração sacerdotal de Cristo Cristo caminho

exame de consciência para a Igreja justo para ser homens

Ser cristãos é o caminho que conduz à «via justa», a que é mos-

Com a Missa in cena Domini na tarde de
Quinta-Feira Santa, 1 de Abril, na Basílica
de São João de Latrão tiveram início as cele-
brações do sagrado Tríduo pascal presididas
por Bento€XVI. Na Catedral de Roma, o Papa
celebrou o momento institutivo da Eucaristia,
realizando o sugestivo rito do lava-pés a doze
sacerdotes da Diocese de Roma, com o qual é
reproposto o gesto feito por Jesus em sinal de
doação total da vida. De manhã presidiu à
Missa Crismal em São Pedro na presença de
numerosíssimos presbíteros que renovaram as
promessas sacerdotais. Explicando o significa-
do do óleo sagrado, Bento XVI descreveu a
vocação do sacerdote – que deve ser também
missão de todos os cristãos – como homem de
misericórdia e de paz, que se opõe à violência
e não aceita a injustiça.
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trada por Jesus. Caminhar com Ele significa caminhar também
com quantos o querem seguir e formam a sua comunidade. Disse
o Papa na homilia da missa de Domingo de Ramos, celebrada
na Praça de São Pedro, na manhã de 28 de Março. No final da
celebração Bento XVI recitou o Angelus, durante o qual dirigiu
um apelo aos responsáveis do destino de Jerusalém, para que
empreendam com coragem o caminho da paz e o sigam com
perseverança.
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O Papa presidiu missa pelo seu Predecessor Em memória de João Paulo II

Companheiro de viagem
para o homem de hoje
Na tarde de segunda-feira, 29
de Março, Bento XVI celebrou
a missa em sufrágio por João
Paulo II, poucos dias antes do
quinto aniversário da sua
morte. Na homilia o Papa
traçou uma imagem do seu
Predecessor descrevendo-o co-
mo companheiro de viagem
para o homem de hoje, que
espalhou no mundo o perfu-
me do Amor de Deus e se
prodigalizou para proclamar
o direito sem debilidades nem
hesitações, sobretudo quando
se tinha que confrontar com
resistências, hostilidades ou
rejeições.
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Diálogo do Sumo Pontífice
com os jovens da Diocese de Roma
A vida não deve ser
desperdiçada
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Mensagem para o Dia Missionário
Mundial
Irmãos universais numa
sociedade multiétnica
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GIOVANNI MARIA VIAN
A cinco anos da morte de João Pau-
lo€II, o aniversário coincide com os
dias mais sagrados do calendário cris-
tão, quase como que a ressaltar não só
a associação com a paixão de Cristo
durante o doloroso declínio físico das
últimas semanas de vida terrena, mas
sobretudo a fidelidade a seguir o Se-
nhor durante toda a existência. Quem
o recordou foi Bento XVI na homilia
durante a missa de sufrágio do Papa
polaco – «grande polaco», assim o de-
finiu – escolhendo «para delinear o
seu perfil essencial» duas comparações
escriturísticas.
A primeira é a firmeza do «servo de
Deus» no livro profético de Isaías, que
Bento XVI viu reflectida na proclama-
ção do direito por parte do Papa Wo-
jtyła, «sobretudo quando tinha que se
medir com resistências, hostilidades e
rejeições». A segunda comparação é a
que o Pontífice evocou quando cele-
brou o vigésimo quinto aniversário da
sua eleição e meditou sobre a pergun-
ta radical de€Jesus€a Pedro: «Tu amas-
Me? Amas-Me mais do que a estes?».
Palavras às quais João Paulo II confi-
denciou ter respondido como o após-
tolo – «Senhor, tu sabes tudo; tu bem
sabes que te amo» – e declarando-se
consciente quer da própria fragilidade
quer das responsabilidades que lhe fo-
ram confiadas pelo próprio Cristo.
Eleito à sede romana relativamente
jovem, o Papa eslavo impôs-se depres-
sa como um dos protagonistas dos úl-
timos vinte anos do século XX, assu-
mindo plenamente a tarefa que o pri-
maz polaco Stefan Wyszy´nski tinha
previsto: «introduzir a Igreja no Ter-
ceiro Milénio». Foi o próprio Pontífice
que o recordou no testamento, um
texto escrito em várias etapas – mas
sempre durante os exercícios espiri-
tuais da quaresma – que documenta a
sua visão mística da história e o itine-
rário pessoal, corajoso e dramático.
Em tempos definidos por ele mesmo
«indizivelmente difícieis e atormenta-
dos», entre perseguições ferozes, o
atentado à sua vida, o receio do con-
flito nuclear e, depois da derrocada do
comunismo europeu, «novos proble-
mas e dificuldades».
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Uma exposição
sobre a face e o corpo de Cristo
Sudário e secularização
LUCETTA SCARAFFIA NA PÁGINA 16