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económico e político
Sumário
1 - Um plano de fundo
2 - As especificidades do reino socratóide
2.1 – As debilidades da inútil burguesia portuguesa
2.2 – A História recente
3 – O famoso PEC
3.1- O RSI ou Regime de Supressão de Indigentes
3.2- Subsídio de desemprego
3.3- Perseguição aos desempregados
3.4- Apoios para manutenção do emprego ou aos
desempregados
3.5- O papel do congelamento do IAS (Indexante dos Apoios
Sociais)
3.6- O aumento da carga fiscal
3.7- Rendimentos de gestores de empresas com prejuízos
3.8- Pagamento de prémios a gestores
3.9 - Eliminação dos benefícios fiscais associados a seguros de
vida e acidentes pessoais
3.10 - As privatizações
3.11 - Os intocáveis na gestão do Estado socratóide
1 - Um plano de fundo
3 – O famoso PEC
Neste quadro não é difícil que se vá manter a recessão bem para além
de 2013, data a partir da qual o PEC é estritamente omisso. Por um lado,
a recessão ou o baixo nível de crescimento na Europa impedem que a
economia portuguesa reanime – aliás ela tem-se mantido pouco
dinâmica mesmo quando, neste século, a Europa apresentava taxas de
crescimento menos miseráveis que agora. Por outro, as debilidades
estruturais de Portugal – situação periférica, desajustada especialização
produtiva, mais sentida concorrência dos países com baixos salários –
interagem com a crise económica europeia e ampliam as dificuldades
portuguesas.
Por outro lado, muitos dos beneficiários do RSI não são facilmente
integráveis no mundo do trabalho por razões de idade (crianças e
velhos), de doença ou qualificação. Recorde-se que o xenófobo Paulo
Portas, defendeu, demagogicamente, a distribuição do dinheiro afecto
ao RSI pelos reformados, durante as últimas eleições.
2009 – 507.8
2010 – 495.2
2011 – 400.0
2012 – 370.0
2013 – 370.0
2009 - € 1087
2010 - € 645
O IAS foi criado com um valor de € 397.86 para 2007 e está, de 2009 a
2013, fixado em € 419.22; os seus valores tão pouco arredondados e só
revelam o carácter tecnocrático e fomenica dos seus patrocinadores,
incapazes de proceder a simples arredondamentos. Porém, mais
importante neste IAS, é que se projecta para um periodo de sete anos
um aumento estagnado de cerca de € 21, uma verdadeira fortuna que,
na linguagem corrente dos mafiosos, convém manter para incentivar os
seus beneficiários a encontrar emprego.
Para além do IRS, existe uma outra forma fácil e eficiente de exercer a
pulsão fiscal sobre os trabalhadores e os pobres em geral – o IVA.
O pateta do Teixeira, em 2008, reduziu o IVA de 21 para 20% para
aumentar encapotadamente as receitas das empresas dependentes
do mercado interno, (v. “Aumento dos preços dos bens alimentares e
redução do IVA para 20%”), quando já se via o fumo da catástrofe
financeira. E talvez nisso, para se não ver a sua estupidez, esteja uma
das causas para não aumentar o IVA… para já, embora o retorno aos
21% pudesse render € 1500 M até 2013. E não está sozinho, tem ao seu
lado, o balofo Proença, semovente acampado numa coisa vagamente
sindical chamada UGT.
3.10 - As privatizações
Por outro lado, os lucros das grandes empresas não cresceram em 2009,
a facturação também não, a turbulência da finança internacional não
está ultrapassada, as exportações dificilmente crescem e o consumo
interno degrada-se; e é preciso encontrar uma boa justificação para as
ajudar nesta má conjuntura. O deficit é essa recorrente justificação
para animar a iniciativa privada.
E, em 2013, já com pouco para privatizar ainda haverá deficit, qual ogre
ameaçador, a exigir mais impostos para alimentar a burguesia
portuguesa e pagar juros à finança. Não é este o cenário já traçado
pelo PS/PSD e pelos seus donos?
O caso do TGV
Gastos militares
Por outro lado e para se ter uma noção mais prática do que significa o
desperdício militar, refira-se que, no total dos programas orçamentais do
governo português se incluem € 2412 M com a defesa, o que representa o
valor necessário para a manutenção de 360 centros de saúde.
No capítulo dos benefícios fiscais em sede de IRC, o PEC diz tanto como nada;
nem sequer no que se refere aos apoios aos traficantes que utilizam o offshore
da Madeira que se mantém, enquanto se abocanha o parco rendimento dos
mais pobres.
Amaral Tomás, antigo secretário de Estado do Teixeira dos Santos revela que
no PEC se verifica “um apagão relativamente à fraude e à evasão fiscal”; e,
por seu turno, Leite de Campos refere que existem € 13000/14000 M de
dívidas ao Estado a boiar nos tribunais, naturalmente pouco
recuperáveis, para não prejudicar a competitividade dos nossos
“empresários”.
- - -- -
Naturalmente, os aspectos aqui tratados, não esgotam as malfeitorias
do governo e, de modo mais alargado do PS/PSD, anos após ano. Essas
malfeitorias atingem a esmagadora maioria da população e reveste
formas triviais de crime, como nos vários casos, mais ou menos
encalhados nos tribunais, sendo o mais recente o dos submarinos,
revelador de como se geram rapidamente fortunas.
Notas:
(1) http://www.scribd.com/doc/20691174/Nato
(2) http://esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt/702.html
(3) http://www.scribd.com/doc/5571733/O-novo-fascismo-que-esta-em-marcha
(4) http://www.scribd.com/doc/23725522/A-resposta-capitalista-que-estao-a-
preparar-para-a-crise
(5) http://www.scribd.com/doc/5571160/PARA-QUE-SERVE-A-BURGUESIA-
PORTUGUESA
(6) http://www.scribd.com/doc/27972404/Capitalistas-e-Estado-A-Mesma-Luta
(7) http://esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt/3567.html
(10)Jornal “I”,24/3/2010
(13) http://esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt/2008/03/
(14) http://www.scribd.com/doc/14290349/Nacionalizacao-da-banca-piada-ou-
mistificacao
(15) http://www.scribd.com/doc/15926603/PARA-UM-PROGRAMA-DE-MEDIDAS-
FAVORAVEIS-AOS-TRABALHADORES
(17) Eilis Lawlor et alia, “Calculating the Real Value to Society of Different
Professions” divulgado na edição portuguesa do Monde Diplomatique
(Março/2010)
(18) http://www.scribd.com/doc/5570973/Afinal-qual-a-funcao-social-do-
capitalista
(19) http://esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt/16177.html
(21) http://esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt/21226.html