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CAPTULO IV
Do funcionalismo
teoria geral dos sistemas
A idia de sistema tem uma longa histria nas cincias sociais.
Iniciando pela analogia mecnica, a sociologia percorreu modelos cada vez
mais complexos, passando por Herbert Spencer (orgnico) e algumas verses
funcionalistas mais elaboradas, chegando analogia ciberntica e aquilo que
tem sido denominado "Teoria dos Sistemas" ou "Teoria Geral dos Sistemas".1
Os adeptos dessa teoria advogam que se trata de uma verdadeira
revoluo nas cincias sociais, medida que o modelo ciberntico implicaria
algo novo, derivado diretamente de necessidades tcnicas e descobertas
cientficas que convergem para a idia de totalidade. Em parte, de fato, cabelhes razo. A crescente integrao do aparato tecnolgico e das
determinaes econmicas da sociedade contempornea, cada vez mais
articulados e interdependentes, exige que os processos sejam abordados em
conjunto, como uma totalidade complexa, e no mais como uma soma de
partes relativamente autnomas. De outro lado, as cincias naturais, em
especial a Biologia molecular, indicam a necessidade de conceitos e teorias
que consigam dar conta das modalidades "cibernticas" dos fenmenos que
vo sendo desvendados.
No entanto, no plano da filosofia, a idia de totalidade no nova e
contm uma riqueza de determinaes que os "sistemistas" ainda no
alcanaram. O significado dessa categoria na dialtica hegeliana - e depois
no marxismo - ultrapassa largamente o sentido objetivista que lhe atribudo
pela ciberntica, embora seja menos preciso e operacionalizvel que a
moderna idia de sistema.
Norbert Wiener foi o primeiro a apontar as implicaes mais gerais da
ciberntica.2 Embora desde a dcada de trinta a Biologia tenha comeado a
utilizar o conceito de sistema em seu sentido atual, a partir do
desenvolvimento dos computadores que se constituram as condies para
uma utilizao mais ampla dessa categoria e, mesmo, para torn-la mais