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David Moss, dirigente da Associação de Católicos Hebreus, fala da experiência de quem troca o judaísmo pelo
catolicismo.
Rádio Renascença (RR): A maioria das pessoas encara os termos “judeu” e “católico” como inconciliáveis…
David Moss (DM): O Papa João Paulo II chamou aos judeus “os nossos irmãos mais velhos”. Como é que irmãos podem ser
“inconciliáveis”?
DM: Todas as vocações são uma dádiva de Deus e deviam-nos fazer sentir especiais.
Deus chamou os judeus para ser o povo eleito, para servir os outros através do testemunho colectivo da revelação, misericórdia
e fidelidade de Deus. É neste sentido de chamamento colectivo, de que faço parte, que me sinto “especial”.
RR: Tem havido alguma polémica sobre se a Igreja deve procurar evangelizar os judeus, ou sequer rezar pela sua conversão. O
que acha disto?
DM: Jesus é o Messias dos judeus, e os judeus precisam de O conhecer. Como é que eu, enquanto judeu, poderia conhecer a
misericórdia e o amor de Jesus sem o querer partilhar com o meu próprio povo, o povo para quem veio? Sim! Devemos rezar
para que eles venham a conhecer o seu Senhor e a Sua Igreja. Contudo, a nossa forma de interagir com os judeus deve ser
nova. A capacidade de reconhecer e aceitar o Messias e a Sua Igreja é um dom de Deus. Logo, os nossos esforços devem ser
dirigidos a remover os obstáculos que impedem que eles reconheçam e aceitem Jesus.
• Filipe d'Avillez