You are on page 1of 14

ORIENTAÇÃO AO EXERCÍCIO PRÁTICO

DA DISCIPLINA DE IMUNOLOGIA

Professores:

Luís Carlos Figueira de Carvalho


Francisco Laurindo
Daniela Parente

SÃO LUÍS
2000
2
SUMÁRIO
1. IMUNODIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS 91
2. SANGRIA DE ANIMAIS. 95
3. TÉCNICAS DE INOCULAÇÃO EM ANIMAIS 97
4. REAÇÃO DE HEMAGLUTINAÇÃO. TIPAGEM SANGUÍNEA 98
5. IMUNOPRECIPITAÇÃO EM GEL (SEG. OUCHTERLONY) 99
6. REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE RETARDADA E IMEDIATA 101
BIBLIOGRAFIA 102
3

IMUNODIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS

REAÇÕES ANTÍGENO - ANTICORPO

Reação “in vitro” ou “in vivo” (no plasma, líquor, intimidade dos tecidos e pele) que
revela a presença do antígeno ou do anticorpo
IMPORTÂNCIA:
• Diagnóstico imunológico
• Evolução e tratamento ( critério e cura e recaída)
• Prognóstico ( cura sorológica)
• Inquéritos epidemiológicos
• Análise de antígenos e de anticorpos
TÍTULO DE UM SORO: Teor em anticorpos. Amboceptor
REPETIÇÃO DAS PROVAS:Ex. Viroses e Riquétsioses, com intervalo de 14 dias.
Verificar elevação 4 vezes do título original.
INTERPRETAÇÃO CUIDADOSA COM OS DADOS CLÍNICOS: “Reações cruzadas”
podem ocorrer ( antígenos comuns ).
PROVAS INTRADÉRMICAS: Persistem positivas e as sorológicas se negativam com o
tempo. A chamada “cicatriz sorológica” pode ocorrer.
TIPOS DE REAÇÕES
I - REAÇÃO DE AGLUTINAÇÃO (FLOCULAÇÃO CELULAR )
• Reação de Widal - Febre tifóide e paratifóide . Antígenos O, H, e Vi.
Salmonella typhi
Salmonella paratyphi A
Salmonella paratyphi B
• Reação de Weil-Felix: Riquetsioses, exceção da febre Q.
Proteus OX2, OXK, OX1
• Reação de Paul-Bunnel-Davidsohn: Mononucleose
hemácia de carneiro - 1ª fase
Rim de cobaio/ hemácias de boi - 2ª fase
(Absorção de aglutinina)
• Mono-teste para mononucleose: hemácias formalizadas de cavalo
• Reação de Huddleson: Brucelose ( Brucella abortus )
• Reação de Rubino: Mycobacterium leprae ( hemácia de carneiro formalizada)
• Tipagem de bactérias: soros mono e polivalentes
• Doença de Weil - Leptospira ictero-haemorrhagiae
II - REAÇÕES DE AGLUTINAÇÃO E DE PRECIPITAÇÃO
O antígeno figurado ou em micelas é “sensibilizado” com polissacarídeos, ácido
tânico, benzidina bisdiazotada, difluordinitrobenzeno, enzimas ou outras substâncias. Ex.
Chagas, Esquistossomose, teste de látex p/ diagnóstico da gravidez.

IMUNOPRECIPITAÇÃO EM GEL

A imunoprecipitação em gel nada é mais do que uma interação de Ag e Ac no interior


de um suporte neutro, constituído por ágar ou ágarose. Esta técnica combina difusão com
precipitação. A difusão dos componentes da reação pode ser unidirecional ou radical, passiva
ou impulsionada por um campo elétrico. Os componentes da reação são colocados em regiões
opostas, dentro de orifícios previamente preparados, em placa ou lâmina de ágarose, de
forma que eles possam se difundir livremente um em direção ao outro, formando linha de
precipitação, facilmente visível, quando atingem uma relação ótima de Ag Ac (ponto de
equivalência ).
4
IMUNODIFUSÃO RADICAL DUPLA

A imunodifusão radical dupla ou de Ouchterlony é uma técnica de imunoprecipitação


em gel, onde os componentes da reação se difundem radical e passivamente, formando linhas
de precipitação no ponto de equilíbrio Ag X Ac.

III - REAÇÕES DE FLOCULAÇÃO MICELAR


Precipitação em tubos, placas, gel-de-ágar ou gel-de-amido.
• Reação de Muniz & Freitas: Doença de Chagas
• Reação de Fava Netto: Blastomicose sul americana
• Reação de Ouchterlony : Dupla difusão em gel-de-ágar
• Imuno-eletroforese (Grabar & Williams)
• Prova de Ascoli : Carbúnculo
• Reação de VDRL: Treponematose
• Sistemática bacteriana
• Reação de Uhlenhuth: Medicina legal e higiene

IV - REAÇÕES DE FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO


Antígeno deve possuir bom poder fixador e não impediente
Soro inativado ( 56ºC - 30 min.)
Complemento (C’) ou alexina - 1ª fase
(O complexo Ag-Ac liga com o complemento)
Hemolisina
Hemácia de carneiro - 2ª fase
Ausência de hemólise - Reação positiva
Presença de hemólise - Reação negativa

• Reação de Fava Netto : B.S.A • R.F.C. para micoses profundas em geral


• Reação de Weinberg: • Reação de Machado Guerreiro: Extrato de T. cruzi
Cisticercose ( doença de Chagas)
• R.F.C para Riquetsiose • Gonofixação: Blenorragia crônica
• R.F.C para tuberculose e lepra • R.F.C para infecção do grupo P.L.T (Bedsonia)
• Reação de Craig : Amebíase • R.F.C. para viroses
• • Reação de Wassermann: Sífilis, pinta e bouba
(cardiolipina )

V - REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO

Aplicada principalmente para diagnóstico de viroses. O antígeno é neutralizado pelo


anticorpo, perdendo seu poder infectante para ovos, para cultura de tecidos e para animais de
laboratório.
• Diagnóstico da Poliomielite
• Diagnóstico da febre amarela

VI - REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA

A imunofluorescência tem sido utilizada com sucesso para investigação de numerosos


problemas imunológicos ( destino do antígeno infectado, localização e titulação de
anticorpos) e virológicos ( localização dos vírus).
• Diagnóstico bacteriológico das diarréias infantis por Escherichia coli patogênicas,
• Diagnóstico da coqueluche,
• Diagnóstico das meningites por H. influenzae,
• Caracterização dos estreptococos do grupo A,
• Pesquisa do corpúsculo de Negri,
• Demonstração do vírus da pneumonia atípica primária, etc.
5

IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA: É o método pelo qual se pode detectar antígenos


figurados através de soro hiperimunes específicos, conjugados com o isotiocianato de
fluoresceína.

IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA: Baseia-se no fato dos anticorpos serem


imunoglobulinas. Um soro anti-globulina ( soro de Coombs ) reage com as globulinas
de uma mesma espécie animal. Se um soro anti-globulina humana for marcada com
fluoresceína, obtêm-se conjugado útil para evidenciação dos anticorpos em soros
humanos.

VII - IMUNOELETROFORESE

A imunoeletroforese é uma técnica que combina difusão passiva com ativa. Neste tipo
de reação a interação antégono versus anticorpos (Ag X Ac) ocorre quando o Antígeno é
colocado em um orifício no centro da lâmina e submetido a uma corrente elétrica. Após o
fracionamento do Antígeno de encontro ao Anticorpo, formando linhas de precipitação no
ponto de equivalência.

CONTRAIMUNOELETROFORESE (CIE)

A contraimunoeletroforese é uma técnica que consiste em submeter Ag e Ac a uma


corrente elétrica.

SEPARAÇÃO ELETROFORÉTICA DE PROTEÍNAS ( SDS - PAGE)

A técnica eletroforese SDS - PAGE é utilizada para verificar se uma proteína está
pura ou se tem subunidades. As subunidades das proteínas podem ser separadas e seus pesos
moleculares determinados por eletroforese em gel uni-dimensional na presença de
detergentes como o dodecil sulfato de sódio (SDS) ou “spots” em gel bi-dimensional.
A eletroforese pode ser usada também para recuperar e isolar grandes quantidades de
proteínas através de eletroeluição.
Após a solubilização das proteínas pelo aquecimento na presença de SDS e 2
mercaptoetanol ( agente químico que reduz pontes de enxôfre) uma alíquota da solução de
proteínas é aplicada a um gel e as proteínas individuais ou suas subunidades são separadas
eletroforeticamente.

WESTERN BLOTTING

Uma mistura antigênica deve ser solubilizada, geralmente com dodecil sulfato de
sódio ( SDS), uréia, e/ou agentes redutores tais como 2 - mercaptoetanol. Após a
solubilização, o material é separado pela eletroforese em gel de poliacrilamida(SDS-
PAGE).Os antígenos são então transferidos eletroforeticamente para um filtro de
nitrocelulose, ficando ligados irreversivelmente. O filtro é então bloqueado para prevenir
ligação não específica de anticorpos e colocado para reagir com o anticorpo de interesse. O
anticorpo é dectado por um conjugado anti-imunoglobulinas (Ig) marcado com peroxídase e
visualizado incubando o papel de filtro na presença de um substrato precipitável. O anticorpo
também pode ser detectado através da proteína A marcada com I125.

VIII - REAÇÕES DE INIBIÇÃO DA HEMAGLUTINAÇÃO


Gripe, sarampo, caxumba ( Mixovírus )

IX - TÉCNICA IMUNOENZIMATICAS - ELISA


(ENZYME-LIKE IMMUNOSORBENTE ASSAY)
6
Antígenos e anticorpos podem ser detectados e quantificados utilizando-se o ensaio
imunoenzimático tipo ELISA.
• ELISA para detecção e quantificação de anticorpos
• ELISA tipo sanduiche

O teste de ELISA clássico pode ser usado para quantificação de anticorpos . Para a
reação necessita-se de uma fase sólida (placas de poliestireno) onde o antígeno é adsorvido.
A amostra contendo o anticorpo a dosar é incubada com o antígeno insolubilizado. Após
lavagens para retirada de anticorpos que não reconheceram o antígeno, adiciona-se um
“conjugado” (anti-imunoglobulina-Enzima), que se ligará aos sítios livres do anticorpo.
Por este modelo, a qualidade do conjugado ligado à fase sólida é proporcional à
quantidade de anticorpos ligados ao antígeno adsorvido no plástico. Finalmente, a atividade
enzimática é revelada por um substrato - ELISA, possibilitando em investigações mais
elaboradas, o uso de conjugados classe específica para determinar anticorpos das classes
IgM, IgA e IgE.

CONJUGAÇÃO DE ENZIMAS A ANTICORPOS

Há vários métodos para ligar covalentemente haptenos, proteínas e carboidratos a


proteínas. No momento, conjugados enzima-proteína são preparados principalmente usando
periodato de sódio ou glutaraldeído. A ligação é estável, não se alterando o sítio antigênico
do anticorpo, nem o sítio ativo da enzima.
7
36. SANGRIA DE ANIMAIS.

Objetivo: Retirar sangue do animal experimental para obter soro e estudar a prução de
anticorpos

Princípio: Os anticorpos estào presentes no sangue do animal e para obté-lo, se faz


necessária realizar a sangria, por diversos procedimentos, dependendo dos objetivos e da
quantidade de sangue que se deseja retirar 1. Toda sangria tem como principio básico a
assepsia do local antes da retirada do sangue, bem como os cuidados assépticos para evitar a
contaminação do sangue, do operador e do ambiente.

Material: Camundongo, rato e coelho. Pinças cirúrgica, éter, gilete, tesoura cirúrgica de
ponta; alcool iodado, seringa den 5ml com agulha, tubo centrifugador; caixa de contenção
para coelho; caixa de contenção para camundongos e ratos; água morna, xilol, algodão, mesa
cirúrgica para camundongo e ratos, papel de aluminio, pipeta pasteur

Metodologia
Punção cardíaca
• Imobilizar o animal em suporte apropriado
• Depilar a região do tórax a ser puncionada (junção da apólice xifóide com as costelas
esquerda mais baixas; ou lado esquerdo do tórax, onde os batimentos cardíacos são mais
perceptíveis);
• Lavar o local com álcool iodado;
• Introduzir a agulha até encontrar o coração e aspirar lentamente o volume de sangue
desejado;
• Remover a agulha da seringa e depositar o sangue, sem fazer espuma, diretamente no
tubo
Obs: A sangria poderá ser feita também com o animal sob anestesia superficial com éter ou
nembutal

Punção venosa
A – COELHO
• Manter o animal preso na sua caixa;
• Provocar a dilatação das veias da orelha (aplicação de xilol, calor, etc.,);
• Remover o xilol e cortar longitudinalmente a veia marginal da orelha ( 2cm acima da sua
extremidade distal);
• Deixar que o sangue goteje em tubo centrifugador até o volume desejado;
• Comprimir a veia seccionada com pedaço de gazes até que não mais ocorra sangramento

B- RATOS E CAMUNDONGOS
B.1. Punção do plexo venoso oftálmico
• Anestesiar o animal com éter;
• Segurar o animal contra a mesa com a mão esquerda, fazendo pressão sobre a pele da
cabeça com o polegar e dedo médio;
• Com o dedo indicador praticar ligeira tração sobre a pele, próximo ao olho, fazendo o
globo ocular projetar-se ligeiramente para fora
• Introduzir suavelmente a micropipeta2 na parte inferior ou interna do olho, fazendo a
pipeta deslizar suave mais firmemente até atingir o plexo venoso oftálmico que atapeta o
fundo do olho
Obs: O plexo venoso é muito frágil e se rompe facilmente com a introdução da pipeta,
resultando na saída de sangue que é aspirado por capilaridade pela micropipeta.

1
Volume máximo de sangue que pode ser colhido de cada animal sem sacrificá-lo: Coelho = 50cm 3; Cobaia =
10 cm3; Rato = 5 cm3 ; Camundongo = 0,5 cm3 ; Galinha = 50 cm3
2
A pipeta deve ter sua ponta lisa (flambada, não cortante)
8
• Removida a pipeta, aspirar o sangue residual dos olhos com papel absorvente 3

B.2. Punção do coração


• Anestesiar o animal com éter;
• Segurá-lo com a mão esquerda e com o indicador da mão direita localizar o apêndice
xifóide;
• Introduzir a agulha montada em tubo de polietileno, no ângulo formado pela margem
costal esquerda e o processo xifóide, em inclinação aproximada de 20º sobre o abdome

B.3. Punção do plexo braquial


• Anestesiar o animal com éter;
• Fixá-lo com alfinete em suporte apropriado
• Incisar e dissecar a pele da região mediana do tórax ( fazendo uma pequena bolsa onde o
sangue irá acumular-se);
• Seccionar o plexo braquial correspondente
• Aspirar o sangue com pipeta ou seringa

B.4. Punção da veia cava inferior

• Anestesiar o rato com éter;


• Abrir a cavidade abdominal
• Com a pinça envolvida em algodão, dissecar a veia cava inferior um pouco acima da
birfurcação das veias ilíacas;
• Introduzir na veia agulha nº 12 montada em seringa e aspirar, de modo descontínuo, o
volume de sangue desejado.

3
A hemorragia cessa imediatamente
9
37. TÉCNICAS DE INOCULAÇÃO EM ANIMAIS

Objetivo: Inocular antígenos em animais para produção de anticorpos

Princípio: A introdução de substância estranha (antígeno) no organismo animal ou humano,


induz a formação de proteínas (imunoglobulinas) presente no sangue, denominados de
anticorpos.

Material: Caixa de contenção de coelho, Caixa de contenção de ratos, tesoura, gilete, álcool
iodado, xilol, seringa de 2ml, seringa de insulina, água morna,

Metodologia
Via Intravenosa
A – COELHO
• Prender o animal em caixa de madeira apropriada
• Raspar o pêlo do bordo externo de uma das orelhas
• Massagear a região ou friccioná-la com xilol, para dilatação da veia
• Lavar a porção depilada com álcool iodado e praticar a inoculação, evitando-se injeção de
bolhas de ar
• Retirar a agulha e comprimir a veia até que não haja mais sangramento

B – RATO E CAMUNDONGOS (Veia da cauda)


• Manter o animal em sua caixa, ou prêso nas mãos de um auxiliar
• Aquecer a cauda para dilatação da veia (água a 50ºC, lâmpada etc, )
• Limpar a cauda com álcool iodado
• Segurar a ponta com a mão esquerda e inocular uma das veias laterais com agulha 25, 26
ou 27

Via Intraperitoneal

• Prender o animal em suporte adequado, ou nas mãos de um auxiliar, com a cabeça em


posição mais baixa do que as pernas ( para deslocar as vísceras abdominais na direção do
tórax);
• Limpar a pele do abdome com álcool iodado
• Perfurar a pele e o peritôneo em um ângulo de 30º com agulha 20 X 5
Obs: Antes de inocular, certificar-se de que a agulha não está em uma alça intestinal

Via Subcutânea ou Intradérmica

• Remover o pêlo da região (com gilete, máquina depilatório, etc.,)


• Manter o animal em posição adequada
• Limpar o local co álcoool;
• Prender a pele entre o polegar e o indicador da mão esquerda e introduzir a agulha 10 X
4, 10 X 5 ou 20 x 5 (por via subcutânea ou intradérmica, segundo o caso)
Obs: Nas injeções intradérmicas o líquido injetado deverá formar uma pápula no local

Via Intracerebral
Trepanar o crânio sob anestesis pelo nembutal, evitando lacerar as meninges, no
maeio da linha que une a comissura posterior dos olhos e praticar a injeção.
10
38. REAÇÃO DE HEMAGLUTINAÇÃO. TIPAGEM SANGUÍNEA

Objetivos: Demonstrar um tipo de reação de Hemaglutinação

Princípio: Reação de aglutinação das hemácias por anticorpos contra antígenos de superfície
do grupo sangüíneo ABO e fator RH

Material: Seringa de 2ml com agulha descartável, luvas, algodão, álcool iodado, garrote,
tubos com heparina ou EDTA, centrífuga, galeria de tubos, pipeta pasteur, salina, pipetas de
1ml

Metodologia:
• Coletar assepticamente 1ml de sangue de 1 voluntário e transferir o sangue para tubo
contendo heparina ou EDTA;
• Fazer uma suspensão de hemácia a 10% em salina
• Lavar as hemácias 3 vezes em salina a 1500 rpm/3min.
• Ressuspender as hemácias com 1ml de salina
• Enumerar 3 tubos de ensaio ( A, B e D )
• Em cada tubo, colocar 1 gota da suspensão de hemácia
• Colocar 1 gota do soro anti-A, anti B e anti-D, nos respectivos tubos
• Incubar no banho-maria a 37ºC por 5min.
• Observar aglutinação nos tubos agitando suavelmente os tubos

Interpretação: Prencher a tabela abaixo, colocando (+) para reação de aglutinação e (-)
para ausência da aglutinação. Na coluna de Resultados, colocar o referido grupo sanguíneo e
o fator RH (exemplo, “A positivo”).

Voluntários RESULTADO
Anti-A Anti-B Anti-D (fator RH)
(grupo e fator)
Voluntário 1
Voluntário 2
Voluntário 3
Voluntário 4
11

39. IMUNOPRECIPITAÇÃO EM GEL (SEG. OUCHTERLONY)

Objetivos: Averiguar uma reação de precipitação; fazer a comparação direta de vários


antígenos e antissoros e estudar as reações cruzadas entre antígenos

Princípio: Tanto o antissoro quanto o antígeno solúvel se difundem no ágar e na zona de


equilibrio das concentrações (Ag x Ac) forma um precipitado que é visto em forma de uma
linha.. A precipitação em gel de ágar é amplamente utilizada em imunologia de diagnóstico.
Ela é particularmente útil na quantificação de concentrações de imunoglobulinas e na
imunoeletroforese. Na imunoquantificação, o ágar é impregnado por antissoro e o material a
ser testado é colocado em orifícios. Os diâmetros dos anéis concêntricos de precipitação que
se formam são diretamente proporcionais à concentração do antígeno em questão. Estas
técnicas são úteis na quantificação de imunoglobulinas em muitos estudos epidemiológicos,
como as doenças imunoproliferativas e as deficiências imunológicas.

Material: Lâmina de microscópio, agarose a 1% preparado salina (contendo mertiolato a


0,01% ou ázida sódica a 0,1%), Citrato de sódio a 5%, Corante Coomasie Blue Brilhante R a
0,15g%, Solução descorante (20ml de ácido acético glacial+40ml Etanol+40ml de água),
molde para perfurar os orifícios; pipeta Pasteur; antissoro; antígeno;

Metodologia:
• Recobrir uma lâmina de microscópio com agarose 0,1%(em água) e deixar secar na
estufa;
• Depositar nessa lâmina cerca de 5ml de agarose a 1% preparado em salina (contendo
mertiolato a 0,01% ou ázida sódica a 0,1%) até obter camada de 3mm de espessura;
• Esperar solidificar e praticar, com um molde, 1 orifício (3mm de diâmetro) na região
central e 3 ou mais em torno do orifício central, de modo que a distância entre os orifícios
da circunferência e o central seja aproximadamente 10mm;
• Colocar o antissoro (10µL) no orifício central e os antígenos em diferentes diluições, nos
orificios periféricos. Pode-se, também, proceder de modo inverso;
• Conservar as lâminas em câmara úmida, no refrigerador, ou a uma outra temperatura
constante e observar a formação das linhas de precipitação durante 24 a 48 horas ou mais;
• Lavar 1hora com citrato de sódio a 5% e deixar em salina durante 24 horas, fazendo-se
3 a 4 trocas;
• Envolver em papel de filtro umedecido em água e secar a 37ºC “overnight”
• Lavar com água para retirar fragmentos do papel de filtro sobre o gel
• Corar com Coomasie Blue Brilhante R durante 5min. Descorar com solução descorante,
para se obter visualização das linhas de precipitação

Interpretação: Averiguar a formação de linhas de precipitação. De acôrdo com o parentesco


imunológico dos antígenos empregados, quatro tipo básicos de precipitação podem formar-se
nas placas de Ouchterlony: (a) Tipo I – reação de identidade; b) Tipo II – reação de não
identidade; c) Tipo III – reação de identidade parcial; d) Tipo IV – reação de inibição.
TIPO I TIPO II TIPO III TIPO IV
Anti A Anti-A/Anti-B Anti-A Anti-B

Ag.A Ag.A Ag.A Ag.B Ag.A Ag.A Ag.A Ag.A


12
Comentários:

A reação de precipitação é uma ferramenta analítica muito útil na identificação de


antígenos ou anticorpos desconhecidos. Se permitirmos que dois antígenos diferentes A e B,
difundem-se em ágar, a partir de orificios adjacentes , em direção aos seus anticorpos
específicos (anti-A ou anti-B) em placas diferentes serão obtidas linhas de precipitação para
cada sistema antígeno-anticorpo. A reação de proporção ótima para a reação A-anti-A pode
diferir da existente para reação B-anti-B. Isto pode ser devido a diferenças no peso
molecular ou na concentração, que podem influenciar o grau de difusão. Com esta técnica,
também possível determinar se os dois antígenos são idênticos (tipo I), similares (tipo III) ou
diferentes (tipo II), através da justaposição das reações entre orificios adjacentes. Por
exemplo, um anti-soro que reaja com ambos antígenos é colocado em orifício central,
circundado por orifícios que contenham os dois antígenos suspeitos. Permite-se que a difusão
ocorra e que se formem linhas de precipitração.
Se os antígenos forem idênticos, vão difundir-se no mesmo grau, e a zona de
precipitação ótima será alcançada na mesma localização. Por isso as duas linhas vão
coalescer como uma reação de identidade ( reação tipo I). Com posterior difusão do antígeno
ou do anticorpo, ocorrerá a formação de complexos solúveis. Entretanto, a coalescência será
mantida, já que as linhas continuam a se formar e a se dissolver no mesmo grau.
Caso os dois antígenos forem completamente diferentes,as linhas vão se cruzar na
reação de não identidade. Nesse caso, a concentração de um antígeno tem pouca influência
no comportamento do outro, e as duas faixas que se formam vão se cruzar uma sobre a outra.
Algumas vezes, dois antígenos podem ser similares e compartilhar um determinante
comum: isto resulta na formação de um esporão – reação que indica identidade antigênica
parcial, ou seja, similaridade dos antígenos.
13
40.REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE RETARDADA E IMEDIATA

Objetivos: Realizar o teste intradérmico (Reação de Mantoux) para demonstrar uma reação
de hipersensibilidade tardia

Princípio: Hipersensibilidade dos indivíduos que tem o organismo impregnado pelo Bacilo
de Kock à ação de uma “unidade tuberculínica”, revelando deste modo, a existência de um
foco tuberculoso em evolução, simplesmente latente ou mesmo extinto.
Segundo o Dr. Hugo Pires, do Instituto Vital Brasil, uma “unidade tuberculinica” é a
dose de tuberculina calculada em miligrama de proteínas bacteriana do bacilo de Kock, capaz
de induzir uma alergia no homem ou no animal infectado com este bacilo.

Material: Seringa tipo insulina c/ agulha; antígeno (tuberculina ou PPD ) éter, algodão,
régua graduada, isopor com gelo

Metodologia:
Com seringa de insulina (1cm3) montada com agulha apropriada injetar 0,1 cm3 da
tuberculina na fase anterior do antebraço, formando-se pápula de contorno bem definido;
 Fazer a leitura das reações ao fim de 48-72horas medindo, em milímetro, com régua
transparente, o diâmetro transversal máximo (em relação com o maior eixo do antebraço). O
edema e o eritema não são medidos.

Interpretação: Classificar as reações, nos testes intradérmicos, de acôrdo com os seguinte


critério:
± Infiltração com diâmetro inferiores 5mm;
1+ Infiltração com diâmetro entre 5 a 10mm
2+ Infiltração com diâmetro entre 10 a 20mm
3+ Infiltração com diâmetro acima de 20 mm
4+ Infiltração com diâmetro acima de 20mm com área de necrose

OBSERVAÇÕES:
1. Na leitura das reações com tuberculina (reações de tipo retardado) não levar em conta os
diâmetros do eritema, mas somente da enduração (infiltração);
2. As reações positivas, fortes, em geral perduram 3 ou mais dias;
3. Nos indivíduos repetidamente injetados com tuberculina (dessensibilização) é comum
surgir uma reação local do tipo Arthus, que tem seu acme ao fim de 24 horas,
desaparecendo ao fim de 48 horas
14
BIBLIOGRAFIA

IMUNOLOGIA

ABBAS, K. LICHTMAN, H.; POBER, J.S. Imunologia Celular e Molecular. 2ed. Rio de
Janeiro. Ed. Revinter, 1998, 469p.
ANTUNES, L.J.; MATOS, K.T.F. Imunologia Médica. São Paulo, Ed. Atheneu, 1992,
400p.
JANEWAY, Jr. C.A; TRAVERS, P. Imunobiologia. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997,
124p.
MALE, D. Imunologia. 3 ed. Rio de Janeiro. Ed. Manole, 1998, 130p.
ROIT, W. Imunologia. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara Koogan, 1994.
STITES, D.P. TERR, I. Imunologia Básica. PHB Prendice/ Hall do Brasil, 1992, 187p.
GANEWAY, D. Imunobiologia. São Paulo,. Ed. Sarvier, 1996

MICROBIOLOGIA

MICROBIOLOGIA ORAL E IMUNOLOGIA. Nisengard & Newman. Ed. Guanabara


Koogan. Rio de Janeiro, 1997.
MICROBIOLOGIA ORAL & DOENÇAS INFECCIOSAS. George W. Burnett, Henry
W. Scherp, George S. Schuster. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan.1990. 755p.
MICROBIOLOGIA MÉDICA. Ernest Jawetz, Joseph L. Melnick, Edward A. Adelberg, ...
[ trad.] Patricia Josephine Voeux. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan. 1998
524p.
MICROBIOLOGIA MÉDICA. Patrick R. Murray, W. Lawrence Drew, George S.
Kobayashi, & John H. Thompson. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan S.A.,
1990. 513p.
MICROBIOLOGIA DAS DOENÇAS HUMANAS. George A. Wistreich, Max D.
Lechtman . Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan. 1990. 661p.
MICOLOGIA MÉDICA-FUNGOS, ACTINOMICETOS E ALGAS DE INTERESSE
MÉDICO. CARLOS DA SILVA LACAZ et. Al. ED. Sarvier. São Paulo, 1991.
VIROLOGIA. Falke. Editora EDUSP. 1996
FUNDAMENTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DA MICOLOGIA MÉDICA. José
Júlio Costa Sidrim e José Luciano Bezerra Moreira. Rio de Janeiro. Editora Guanabara
Koogan S.A., 1999. 287p

You might also like