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DA DISCIPLINA DE IMUNOLOGIA
Professores:
SÃO LUÍS
2000
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SUMÁRIO
1. IMUNODIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS 91
2. SANGRIA DE ANIMAIS. 95
3. TÉCNICAS DE INOCULAÇÃO EM ANIMAIS 97
4. REAÇÃO DE HEMAGLUTINAÇÃO. TIPAGEM SANGUÍNEA 98
5. IMUNOPRECIPITAÇÃO EM GEL (SEG. OUCHTERLONY) 99
6. REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE RETARDADA E IMEDIATA 101
BIBLIOGRAFIA 102
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Reação “in vitro” ou “in vivo” (no plasma, líquor, intimidade dos tecidos e pele) que
revela a presença do antígeno ou do anticorpo
IMPORTÂNCIA:
• Diagnóstico imunológico
• Evolução e tratamento ( critério e cura e recaída)
• Prognóstico ( cura sorológica)
• Inquéritos epidemiológicos
• Análise de antígenos e de anticorpos
TÍTULO DE UM SORO: Teor em anticorpos. Amboceptor
REPETIÇÃO DAS PROVAS:Ex. Viroses e Riquétsioses, com intervalo de 14 dias.
Verificar elevação 4 vezes do título original.
INTERPRETAÇÃO CUIDADOSA COM OS DADOS CLÍNICOS: “Reações cruzadas”
podem ocorrer ( antígenos comuns ).
PROVAS INTRADÉRMICAS: Persistem positivas e as sorológicas se negativam com o
tempo. A chamada “cicatriz sorológica” pode ocorrer.
TIPOS DE REAÇÕES
I - REAÇÃO DE AGLUTINAÇÃO (FLOCULAÇÃO CELULAR )
• Reação de Widal - Febre tifóide e paratifóide . Antígenos O, H, e Vi.
Salmonella typhi
Salmonella paratyphi A
Salmonella paratyphi B
• Reação de Weil-Felix: Riquetsioses, exceção da febre Q.
Proteus OX2, OXK, OX1
• Reação de Paul-Bunnel-Davidsohn: Mononucleose
hemácia de carneiro - 1ª fase
Rim de cobaio/ hemácias de boi - 2ª fase
(Absorção de aglutinina)
• Mono-teste para mononucleose: hemácias formalizadas de cavalo
• Reação de Huddleson: Brucelose ( Brucella abortus )
• Reação de Rubino: Mycobacterium leprae ( hemácia de carneiro formalizada)
• Tipagem de bactérias: soros mono e polivalentes
• Doença de Weil - Leptospira ictero-haemorrhagiae
II - REAÇÕES DE AGLUTINAÇÃO E DE PRECIPITAÇÃO
O antígeno figurado ou em micelas é “sensibilizado” com polissacarídeos, ácido
tânico, benzidina bisdiazotada, difluordinitrobenzeno, enzimas ou outras substâncias. Ex.
Chagas, Esquistossomose, teste de látex p/ diagnóstico da gravidez.
IMUNOPRECIPITAÇÃO EM GEL
V - REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO
VI - REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA
VII - IMUNOELETROFORESE
A imunoeletroforese é uma técnica que combina difusão passiva com ativa. Neste tipo
de reação a interação antégono versus anticorpos (Ag X Ac) ocorre quando o Antígeno é
colocado em um orifício no centro da lâmina e submetido a uma corrente elétrica. Após o
fracionamento do Antígeno de encontro ao Anticorpo, formando linhas de precipitação no
ponto de equivalência.
CONTRAIMUNOELETROFORESE (CIE)
A técnica eletroforese SDS - PAGE é utilizada para verificar se uma proteína está
pura ou se tem subunidades. As subunidades das proteínas podem ser separadas e seus pesos
moleculares determinados por eletroforese em gel uni-dimensional na presença de
detergentes como o dodecil sulfato de sódio (SDS) ou “spots” em gel bi-dimensional.
A eletroforese pode ser usada também para recuperar e isolar grandes quantidades de
proteínas através de eletroeluição.
Após a solubilização das proteínas pelo aquecimento na presença de SDS e 2
mercaptoetanol ( agente químico que reduz pontes de enxôfre) uma alíquota da solução de
proteínas é aplicada a um gel e as proteínas individuais ou suas subunidades são separadas
eletroforeticamente.
WESTERN BLOTTING
Uma mistura antigênica deve ser solubilizada, geralmente com dodecil sulfato de
sódio ( SDS), uréia, e/ou agentes redutores tais como 2 - mercaptoetanol. Após a
solubilização, o material é separado pela eletroforese em gel de poliacrilamida(SDS-
PAGE).Os antígenos são então transferidos eletroforeticamente para um filtro de
nitrocelulose, ficando ligados irreversivelmente. O filtro é então bloqueado para prevenir
ligação não específica de anticorpos e colocado para reagir com o anticorpo de interesse. O
anticorpo é dectado por um conjugado anti-imunoglobulinas (Ig) marcado com peroxídase e
visualizado incubando o papel de filtro na presença de um substrato precipitável. O anticorpo
também pode ser detectado através da proteína A marcada com I125.
O teste de ELISA clássico pode ser usado para quantificação de anticorpos . Para a
reação necessita-se de uma fase sólida (placas de poliestireno) onde o antígeno é adsorvido.
A amostra contendo o anticorpo a dosar é incubada com o antígeno insolubilizado. Após
lavagens para retirada de anticorpos que não reconheceram o antígeno, adiciona-se um
“conjugado” (anti-imunoglobulina-Enzima), que se ligará aos sítios livres do anticorpo.
Por este modelo, a qualidade do conjugado ligado à fase sólida é proporcional à
quantidade de anticorpos ligados ao antígeno adsorvido no plástico. Finalmente, a atividade
enzimática é revelada por um substrato - ELISA, possibilitando em investigações mais
elaboradas, o uso de conjugados classe específica para determinar anticorpos das classes
IgM, IgA e IgE.
Objetivo: Retirar sangue do animal experimental para obter soro e estudar a prução de
anticorpos
Material: Camundongo, rato e coelho. Pinças cirúrgica, éter, gilete, tesoura cirúrgica de
ponta; alcool iodado, seringa den 5ml com agulha, tubo centrifugador; caixa de contenção
para coelho; caixa de contenção para camundongos e ratos; água morna, xilol, algodão, mesa
cirúrgica para camundongo e ratos, papel de aluminio, pipeta pasteur
Metodologia
Punção cardíaca
• Imobilizar o animal em suporte apropriado
• Depilar a região do tórax a ser puncionada (junção da apólice xifóide com as costelas
esquerda mais baixas; ou lado esquerdo do tórax, onde os batimentos cardíacos são mais
perceptíveis);
• Lavar o local com álcool iodado;
• Introduzir a agulha até encontrar o coração e aspirar lentamente o volume de sangue
desejado;
• Remover a agulha da seringa e depositar o sangue, sem fazer espuma, diretamente no
tubo
Obs: A sangria poderá ser feita também com o animal sob anestesia superficial com éter ou
nembutal
Punção venosa
A – COELHO
• Manter o animal preso na sua caixa;
• Provocar a dilatação das veias da orelha (aplicação de xilol, calor, etc.,);
• Remover o xilol e cortar longitudinalmente a veia marginal da orelha ( 2cm acima da sua
extremidade distal);
• Deixar que o sangue goteje em tubo centrifugador até o volume desejado;
• Comprimir a veia seccionada com pedaço de gazes até que não mais ocorra sangramento
B- RATOS E CAMUNDONGOS
B.1. Punção do plexo venoso oftálmico
• Anestesiar o animal com éter;
• Segurar o animal contra a mesa com a mão esquerda, fazendo pressão sobre a pele da
cabeça com o polegar e dedo médio;
• Com o dedo indicador praticar ligeira tração sobre a pele, próximo ao olho, fazendo o
globo ocular projetar-se ligeiramente para fora
• Introduzir suavelmente a micropipeta2 na parte inferior ou interna do olho, fazendo a
pipeta deslizar suave mais firmemente até atingir o plexo venoso oftálmico que atapeta o
fundo do olho
Obs: O plexo venoso é muito frágil e se rompe facilmente com a introdução da pipeta,
resultando na saída de sangue que é aspirado por capilaridade pela micropipeta.
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Volume máximo de sangue que pode ser colhido de cada animal sem sacrificá-lo: Coelho = 50cm 3; Cobaia =
10 cm3; Rato = 5 cm3 ; Camundongo = 0,5 cm3 ; Galinha = 50 cm3
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A pipeta deve ter sua ponta lisa (flambada, não cortante)
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• Removida a pipeta, aspirar o sangue residual dos olhos com papel absorvente 3
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A hemorragia cessa imediatamente
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37. TÉCNICAS DE INOCULAÇÃO EM ANIMAIS
Material: Caixa de contenção de coelho, Caixa de contenção de ratos, tesoura, gilete, álcool
iodado, xilol, seringa de 2ml, seringa de insulina, água morna,
Metodologia
Via Intravenosa
A – COELHO
• Prender o animal em caixa de madeira apropriada
• Raspar o pêlo do bordo externo de uma das orelhas
• Massagear a região ou friccioná-la com xilol, para dilatação da veia
• Lavar a porção depilada com álcool iodado e praticar a inoculação, evitando-se injeção de
bolhas de ar
• Retirar a agulha e comprimir a veia até que não haja mais sangramento
Via Intraperitoneal
Via Intracerebral
Trepanar o crânio sob anestesis pelo nembutal, evitando lacerar as meninges, no
maeio da linha que une a comissura posterior dos olhos e praticar a injeção.
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38. REAÇÃO DE HEMAGLUTINAÇÃO. TIPAGEM SANGUÍNEA
Princípio: Reação de aglutinação das hemácias por anticorpos contra antígenos de superfície
do grupo sangüíneo ABO e fator RH
Material: Seringa de 2ml com agulha descartável, luvas, algodão, álcool iodado, garrote,
tubos com heparina ou EDTA, centrífuga, galeria de tubos, pipeta pasteur, salina, pipetas de
1ml
Metodologia:
• Coletar assepticamente 1ml de sangue de 1 voluntário e transferir o sangue para tubo
contendo heparina ou EDTA;
• Fazer uma suspensão de hemácia a 10% em salina
• Lavar as hemácias 3 vezes em salina a 1500 rpm/3min.
• Ressuspender as hemácias com 1ml de salina
• Enumerar 3 tubos de ensaio ( A, B e D )
• Em cada tubo, colocar 1 gota da suspensão de hemácia
• Colocar 1 gota do soro anti-A, anti B e anti-D, nos respectivos tubos
• Incubar no banho-maria a 37ºC por 5min.
• Observar aglutinação nos tubos agitando suavelmente os tubos
Interpretação: Prencher a tabela abaixo, colocando (+) para reação de aglutinação e (-)
para ausência da aglutinação. Na coluna de Resultados, colocar o referido grupo sanguíneo e
o fator RH (exemplo, “A positivo”).
Voluntários RESULTADO
Anti-A Anti-B Anti-D (fator RH)
(grupo e fator)
Voluntário 1
Voluntário 2
Voluntário 3
Voluntário 4
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Metodologia:
• Recobrir uma lâmina de microscópio com agarose 0,1%(em água) e deixar secar na
estufa;
• Depositar nessa lâmina cerca de 5ml de agarose a 1% preparado em salina (contendo
mertiolato a 0,01% ou ázida sódica a 0,1%) até obter camada de 3mm de espessura;
• Esperar solidificar e praticar, com um molde, 1 orifício (3mm de diâmetro) na região
central e 3 ou mais em torno do orifício central, de modo que a distância entre os orifícios
da circunferência e o central seja aproximadamente 10mm;
• Colocar o antissoro (10µL) no orifício central e os antígenos em diferentes diluições, nos
orificios periféricos. Pode-se, também, proceder de modo inverso;
• Conservar as lâminas em câmara úmida, no refrigerador, ou a uma outra temperatura
constante e observar a formação das linhas de precipitação durante 24 a 48 horas ou mais;
• Lavar 1hora com citrato de sódio a 5% e deixar em salina durante 24 horas, fazendo-se
3 a 4 trocas;
• Envolver em papel de filtro umedecido em água e secar a 37ºC “overnight”
• Lavar com água para retirar fragmentos do papel de filtro sobre o gel
• Corar com Coomasie Blue Brilhante R durante 5min. Descorar com solução descorante,
para se obter visualização das linhas de precipitação
Objetivos: Realizar o teste intradérmico (Reação de Mantoux) para demonstrar uma reação
de hipersensibilidade tardia
Princípio: Hipersensibilidade dos indivíduos que tem o organismo impregnado pelo Bacilo
de Kock à ação de uma “unidade tuberculínica”, revelando deste modo, a existência de um
foco tuberculoso em evolução, simplesmente latente ou mesmo extinto.
Segundo o Dr. Hugo Pires, do Instituto Vital Brasil, uma “unidade tuberculinica” é a
dose de tuberculina calculada em miligrama de proteínas bacteriana do bacilo de Kock, capaz
de induzir uma alergia no homem ou no animal infectado com este bacilo.
Material: Seringa tipo insulina c/ agulha; antígeno (tuberculina ou PPD ) éter, algodão,
régua graduada, isopor com gelo
Metodologia:
Com seringa de insulina (1cm3) montada com agulha apropriada injetar 0,1 cm3 da
tuberculina na fase anterior do antebraço, formando-se pápula de contorno bem definido;
Fazer a leitura das reações ao fim de 48-72horas medindo, em milímetro, com régua
transparente, o diâmetro transversal máximo (em relação com o maior eixo do antebraço). O
edema e o eritema não são medidos.
OBSERVAÇÕES:
1. Na leitura das reações com tuberculina (reações de tipo retardado) não levar em conta os
diâmetros do eritema, mas somente da enduração (infiltração);
2. As reações positivas, fortes, em geral perduram 3 ou mais dias;
3. Nos indivíduos repetidamente injetados com tuberculina (dessensibilização) é comum
surgir uma reação local do tipo Arthus, que tem seu acme ao fim de 24 horas,
desaparecendo ao fim de 48 horas
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BIBLIOGRAFIA
IMUNOLOGIA
ABBAS, K. LICHTMAN, H.; POBER, J.S. Imunologia Celular e Molecular. 2ed. Rio de
Janeiro. Ed. Revinter, 1998, 469p.
ANTUNES, L.J.; MATOS, K.T.F. Imunologia Médica. São Paulo, Ed. Atheneu, 1992,
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GANEWAY, D. Imunobiologia. São Paulo,. Ed. Sarvier, 1996
MICROBIOLOGIA