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Mosteiro de Alcobaça

A Abadia de Alcobaça é um dos mais importantes mosteiros cistercienses medievais. Ao estatuto de


monumento emblemático da Ordem durante o século XIII, a nível europeu, juntam-se os de primeira obra
inteiramente gótica de Portugal e de segundo panteão da monarquia nacional. O mosteiro foi fundado em 1153
por doação do nosso primeiro monarca a Bernardo de Claraval. A obra terá arrancado, segundo uma rígida
planta Bernardina, em 11781. De acordo com os mais recentes estudos, são três os momentos distintos
marcados no monumento. À primeira fase pertence o “traçado geral do convento (...) e a construção da parte
mais importante da cabeceira, transepto e coro dos monges” 2. Devido a um mestre francês, a opção foi por
uma cabeceira com capela-mor de duplo tramo, ladeada por deambulatório onde se abriam originalmente nove
capelas radiantes, de planta trapezoidal com parede fundeira rectangular. Uma das suas grandes novidades foi
a inclusão de arcobotantes a amparar o deambulatório, solução claramente Gótica e sem paralelo, até então, no
país.

Quando a obra chegou ao quinto tramo do corpo, deu-se uma mudança na orientação do projecto. Entre as
alterações então efectuadas, salienta-se a diferente elevação das naves, que passaram a estar quase à mesma
altura, e a adopção de um repertório decorativo de tendência coimbrã nos capitéis2. Finalmente, os dois últimos
tramos e a fachada devem-se a um terceiro mestre, que rematou o conjunto com uma galilé e o actual portal
principal, a que se sobrepunha uma fachada em empena. Tendo em conta que o corpo de D. Afonso II foi
trasladado para esta galilé em 1233, é de crer que a obra estaria praticamente pronta por essa altura2. Apesar
destas diferenças, o conjunto impressiona, ainda hoje, pela sensação de normalização dos elementos que o
constituem, a que não foram alheias as primordiais directrizes Bernardinas de austeridade e simplicidade. A
opção pelos capitéis vegetalistas (quase invisíveis na massa vertical de suportes e de paredes) e o ritmo
ordenado dos tramos do corpo são a marca mais evidente dessa tendência estética, tão característica dos
cistercienses, a que não falta uma sugestão militar transmitida pelo coroamento contínuo de merlões3.

Nas primeiras décadas do século XIV construiu-se o claustro, ao que tudo indica com o patrocínio de D. Dinis.
Ele foi executado pelo arquitecto Domingos Domingues, cujo nome consta de uma lápide in situ. Artisticamente,
é uma obra que denota “hesitações de programa e encurtamentos” 3 mas cujos capitéis, tematicamente muito
variados e de assinalável qualidade técnica, nada têm já de Românico. Deverá ter existido, todavia, um primeiro
projecto de que restam alguns vestígios4.

Ao longo dos séculos seguintes, foram muitas as obras e transformações no mosteiro. Como principal panteão
régio da primeira dinastia, aqui se fizeram sepultar D. Pedro e D. Inês de Castro, em dois túmulos de qualidade
ímpar a nível europeu. Na época Manuelina registaram-se novas obras, como o átrio da sacristia e o seu
decorado portal e, no Barroco, novas realizações de actualização estética. Já Neo-gótica é a sala dos túmulos,
aberta para o braço Sul do transepto.

Mosteiro da Batalha
Outras Designações: Mosteiro de Nossa Senhora da Vitória ou Mosteiro de Santa Maria da Vitória

O Mosteiro da Batalha é o mais importante símbolo da Dinastia de Avis. Construído por iniciativa de D. João I,
na sequência de um voto à Virgem, caso vencesse a Batalha de Aljubarrota. Ao longo do século XV,
praticamente todos os monarcas aqui deixaram a sua marca.

O arranque das obras deu-se em 1388 e foi conduzido por Afonso Domingues. A ele se atribui o plano geral da
construção e o grande avanço dos trabalhos na igreja e no claustro. A magnífica igreja de três naves e transepto
saliente por si delineada, com cabeceira de cinco capelas, sendo a central de duplo tramo e terminação
poligonal, terá sido o ponto alto da sua carreira. Com efeito, a partir de 1402, a chefia do estaleiro foi entregue a
Huguet, arquitecto de provável origem catalã que inaugurou entre nós o tardo-gótico. Documentado à frente do
projecto até 1438, a ele se deve o abobadamento dos espaços da igreja e da Sala do Capítulo (onde
experimentou, pela primeira vez, uma abóbada estrelada), a construção da Capela do Fundador, o início das
obras das Capelas Imperfeitas, bem como a conclusão da fachada principal, onde sobressai o portal axial. Este
é delimitado por um arco canopial que integra os escudos de D. João I e de D. Filipa. No tímpano, exibe-se
Cristo em Majestade ladeado pelos Evangelistas, e as arquivoltas são repletas de figurações que continuam
pelas estátuas-colunas, ao abrigo de um complexo programa iconográfico.
Contudo, a mais emblemática obra de Huguet é a Capela do Fundador. Ela foi concebida para panteão régio. É
um compartimento quadrangular que se adossa aos três tramos ocidentais da fachada lateral Sul e integra, ao
centro, um esquema octogonal de suportes onde descarrega a abóbada estrelada. No circuito interior desta
capela, colocou-se o túmulo duplo de D. João I e de D. Filipa, realização sem antecedentes no nosso país. Na
capela repousam também os filhos do casal régio (como D. Henrique e o regente D. Pedro), de acordo com a
decisão testamentária de D. João I em fazer deste espaço um efectivo panteão.

Em 1436, D. Duarte decidiu edificar uma capela funerária para si próprio. O projecto concebido por Huguet
privilegiava uma planta circular que não viria a ser concluída por morte do mestre. Desta forma a construção
cessou até ao reinado de D. Manuel e, mesmo nessa altura, não foi concluída. Razão de esta parcela ser
conhecida como as Capelas Imperfeitas.

No reinado de D. Afonso V edificou-se o segundo claustro do mosteiro. Ele resulta da intervenção do arquitecto
Fernão de Évora e, estilisticamente, é uma obra que contraria o tardo-gótico de raiz flamejante, tendo-se optado
deliberadamente pela austeridade arquitectónica, que rejeita até a inclusão de capitéis a marcar o arranque dos
arcos.

Só no século XIX o Mosteiro voltou a ser intervencionado, desta vez com o objectivo de restaurar o conjunto.
Campanha que se prolongou por meio século e que é um capítulo fundamental da nossa História do Restauro
monumental.

Mosteiro dos Jerónimos

O Mosteiro dos Jerónimos é uma obra fundamental da arquitectura manuelina. O risco inicial é de Boitaca
(1502), que lançou os fundamentos da igreja e do claustro, e cuja campanha de obra inclui os arranques do
portal principal, actualmente abrindo para um nártex abobadado formado pelo varandim coberto que estabelece
ligação com as arcadas do corpo fronteiro (onde está sediado o Museu Nacional de Arqueologia). O portal é em
arco polilobado, abatido, encimado por representações alusivas ao mistério de Belém. De cada lado da entrada
destacam-se, sobre mísulas, as estátuas de vulto de D. Manuel e de D. Maria.

A meio da fachada Sul, voltada para o Tejo, rasga-se o belo pórtico de João de Castilho, estruturado ao modo
de monumental relicário de ourivesaria, sobrepujado pela estátua da Virgem de Belém e o Arcanjo S. Miguel, e
decorado com esculturas dos Apóstolos, Profetas, Doutores da Igreja, Sibilas e anjos. No registo inferior, ao
centro do mainel que divide a porta, uma estátua do Infante D. Henrique. O portal é ladeado por dois janelões de
arco redondo.

A igreja é de planta longitudinal, em cruz latina, com três naves cobertas por abóbada única, rebaixada, apoiada
em oito pilares octogonais de grande altura. Sistema que possibilita a criação de um espaço transparente,
unificado e luminoso. A actual Capela-mor, Maneirista, é da autoria de Jerónimo de Ruão e guarda os túmulos,
classificados de D. Manuel I, D. Maria, D. João III e D. Catarina. O belo retábulo-mor é de autoria de Lourenço
de Salzedo, pintor régio. No transepto estão os túmulos de D. Sebastião e do Cardeal D. Henrique e, no
primeiro tramo do sub-coro, estão os cenotáfios de Luís de Camões e de Vasco da Gama.

O Claustro, a Norte, é de dois andares abobadados decorado com motivos relevados cristológicos, pontuados
por heráldica régia. A Casa do Capítulo, a Nascente do Claustro, foi reconstruída em 1884 e alberga o túmulo
de Alexandre Herculano. No Refeitório, paralelo à parede Oeste do Claustro e coberto por uma única abóbada
abatida e polinervada, conserva-se uma pintura de Avelar Rebelo representando São Jerónimo.
Palácio da Pena
O Palácio Nacional da Pena constitui uma das expressões máximas do Romantismo aplicado ao património
edificado no séc. XIX em Portugal. Este extraordinário Monumento Nacional deve-se inteiramente à iniciativa de
D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha, que casou com a Rainha D. Maria II, em 1836. Dotado de uma educação
muito completa, o futuro D. Fernando II enamorou-se rapidamente de Sintra e, ao subir a Serra pela primeira
vez, avistou as ruínas do antigo convento de frades hieronimitas, originalmente construído no reinado de D.
João II e substancialmente transformado com D. Manuel I que, ao cumprir uma promessa, o mandou reconstruir
em pedra, em louvor de Nossa Senhora da Pena, doando-o novamente à ordem dos monges de S. Jerónimo.
Com o Terramoto de 1755, que devastou Lisboa e toda a região circundante, o convento da Pena caiu em ruína.
Apenas a Capela, na zona do altar-mor, com o magnífico retábulo em mármore e alabastro atribuído a Nicolau
de Chanterenne, permaneceu intacto. Foram estas ruínas, no topo escarpado da Serra de Sintra, que
maravilharam o jovem príncipe D. Fernando.

Em 1838, decidiu adquirir o velho convento, toda a cerca envolvente, o Castelo dos Mouros e outras quintas e
matas circundantes. Assim, deu início ao seu sonho romântico: reconstruir o antigo convento e anexar-lhe uma
parte nova para complemento desta residência de Verão da família real portuguesa. Pensou, igualmente, em
mandar plantar um magnífico parque, à inglesa, com as mais variadas, exóticas e ricas espécies arbóreas.
Desta forma, Parque e Palácio da Pena constituem um todo magnífico. O Palácio, em si, é um edifício ecléctico
onde a profusão de estilos e o movimento dos volumes são uma invulgar e excepcional lição de arquitectura.
Quase todo o Palácio assenta em enormes rochedos, e a mistura de estilos que ostenta (Neo-gótico, Neo-
manuelino, Neo-islâmico, Neo-renascentista, etc.) é verdadeiramente intencional, na medida em que a
mentalidade romântica do séc. XIX dedicava um invulgar fascínio ao exotismo. O conjunto das diversas guaritas,
das mais variadas formas e feitios, o desnivelamento dos sucessivos terraços, o revestimento parietal com
azulejos Neo-hispano-árabes oitocentistas, são elementos significativos. A adaptação da janela do Convento de
Cristo em Tomar, do lado do Pátio dos Arcos e a notável figura do Tritão, simbolizando, segundo alguns autores,
a alegoria da Criação do Mundo, são pormenores fundamentais na interpretação deste Palácio. A concepção
dos interiores deste Palácio para adaptação à residência de verão da família real valorizou os excelentes
trabalhos em estuque, pinturas murais em trompe-l’oeil e diversos revestimentos em azulejo do séc. XIX,
integrando as inúmeras colecções reais em ambientes onde o gosto pelo bricabraque e pelo coleccionismo são
bem evidentes. Nos últimos anos, o IPPAR tem vindo a desenvolver um Programa de restauro e de valorização
que permitiu, entre outros objectivos, a consolidação estrutural de todo o edifício, a pintura integral do conjunto
com as cores originais, a recuperação e renovação da sinalética dos espaços exteriores e a instalação de um
restaurante.

Castelo de Óbidos
São ainda obscuras as origens da fortaleza. Ao que tudo indica, a sua posição dominante em relação à extensa
lagoa a ocidente, favoreceu a instalação de um primitivo reduto fortificado de origem romana. A Alta Idade
Média não deixou vestígios aparentes da sua presença e será apenas na viragem para o século XII, que Óbidos
voltará a merecer referências documentais precisas. No mesmo impulso expansionista que levou as fronteiras
de Portugal até à linha do Tejo, em 1147, a vila passou para a posse de D. Afonso Henriques, ficando para a
posteridade uma tradição de tenaz resistência por parte dos muçulmanos1. Anos mais tarde, na sequência das
investidas almóadas de final do século, coube a D. Sancho I reconquistar a localidade, dotando-a então de
condições mais efectivas de povoamento e de organização.

O ano de 1210 é uma das datas mais marcantes da vila. Nesse ano, foi doada às rainhas, passando a figurar
como uma importante localidade da casa das soberanas nacionais. Com presença assídua dos casais régios ao
longo das Idades Média e Moderna, Óbidos floresceu e foi sucessivamente enriquecida por obras de arte. O
mecenato artístico patrocinado por D. Leonor (século XV) e, especialmente, por D. Catarina (século XVI), marca,
ainda hoje, a paisagem arquitectónica da vila.

O castelo e as muralhas de Óbidos evocam a importância da localidade na Baixa Idade Média. Apesar de serem
obra inventiva do século XX, asseguram a todos os que se dirigem à vila a identidade daquele passado
emblemático. Desconhecemos a configuração do perímetro amuralhado inicial, contemporâneo da acção dos
nossos primeiros monarcas. A torre do Facho, no limite Sul das muralhas e ocupando um pequeno monte, tem
vindo a ser atribuída à reforma de D. Sancho I.
Mais consensual é a expansão urbana verificada na viragem para o século XIV. Com D. Dinis, Óbidos cresceu
para fora das muralhas, ocupando o espaço em torno da igreja de São Pedro2. Paralelamente, deu-se a reforma
do sistema defensivo e consequente actualização do dispositivo militar. Campanha que deverá ter conferido a
actual configuração ao perímetro amuralhado. Anos mais tarde, D. Fernando terá patrocinado novas obras,
tendo a torre de menagem ainda o seu nome.

Dividido em duas zonas essenciais, a cerca define um perímetro bastante irregular, de feição rectangular e não
oval, como seria frequente na castelologia gótica nacional. Entre o castelo propriamente dito (a Norte) e a Porta
da Vila (a Sul), a Rua Direita estabelece a comunicação e aparece como o eixo de circulação privilegiado dentro
da vila. Sensivelmente a meio, a Praça de Santa Maria é o principal largo do conjunto, ocupando um espaço
quadrangular que corresponde ao adro da igreja tutelar da vila.

A reinvenção do castelo deu-se na década de 30 do séc. XX. Por acção da DGEMN, que visava reverter o
conjunto à sua imagem medieval, todos os parapeitos foram dotados de ameias, assim como se reedificaram
torres e troços que, entretanto, haviam sido destruídos. No final dos anos 40, construiu-se a pousada, no local
do antigo paço, e toda a vila foi dotada de uma homogeneidade estética que passou pelo revestimento de cal
das fachadas e pelo pavimento uniforme de todas as ruas.

Torre de Belém
A Torre de Belém foi construída em homenagem ao santo patrono de Lisboa, S. Vicente, no local onde se
encontrava ancorada a Grande Nau, que cruzava fogo com a fortaleza de S. Sebastião.

O novo baluarte perpetuou assim, e em pedra, essa estrutura de madeira. O arquitecto da obra foi Francisco de
Arruda, que iniciou a construção em 1514 e a finalizou em 1520, ao que tudo indica sob a orientação de Boitaca.
Como símbolo de prestígio real, a decoração ostenta a iconologia própria do Manuelino, conjugada com
elementos naturalistas. Ao longo dos tempos foram efectuadas algumas intervenções que finalizaram com os
restauros oitocentistas nas ameadas, no varandim do baluarte, no nicho da Virgem virada para o rio, e no
próprio claustrim onde assenta.

Funcionalmente, a Torre de Belém revela o ecletismo que caracteriza as obras em que D. Manuel interveio
pessoalmente e lhe estavam mais próximas. Assim, a função militar está reservada ao baluarte propriamente
dito, que avança sobre as águas do rio em três pisos (andar subterrâneo, nave do baluarte e terraço). Os
registos da torre são reservados a outras funções, como as de carácter administrativo (sala do Governador e
Sala das Audiências), palatino (Sala dos Reis) e mesmo cultual (capela no último piso).

Castelo de Guimarães
Paradigma das origens da nacionalidade e da própria figura de D. Afonso Henriques, o Castelo de Guimarães é
um dos monumentos mais representativos do imaginário medieval português. A sua construção inicial remonta
ao tempo de Mumadona Dias, que o mandou edificar pelos meados do século X para defender o mosteiro de
Santa Maria de Guimarães dos ataques muçulmanos e normandos. Desse primitivo reduto militar nada se sabe
além do facto de ser um dos primeiros exemplos “de uma estrutura castelar erguida para assegurar a protecção
de um mosteiro, um binómio que se viria a verificar muitas outras vezes nas centúrias seguintes”1.

Mais de um século depois, o Conde D. Henrique escolheu Guimarães para estabelecer a sua corte. Talvez
tenha pesado na sua decisão a segurança que o Castelo de São Mamede, assim lhe tinha chamado sua
fundadora, oferecia. O forte necessitaria de reformas urgentes e o conde optou por demolir parte da construção
de Mumadona, ampliando a área ocupada pela fortaleza original, com novos muros que apresentam uma
técnica já muito próxima do Românico.

Datam do século XII as mais importantes reformas arquitectónicas no castelo. De acordo com estudos é este
tipo de aparelho, já plenamente Românico, que “percorre, pela primeira vez de forma integral, todo o perímetro
amuralhado do castelo (...) embora ignore todos os torreões e não se detecte na Torre de Menagem” 1. Esta
imponente torre quadrangular que hoje tão singularmente caracteriza o monumento, foi construída em época
mais tardia, já na segunda metade do século XIII. Da reforma efectuada datam ainda os 8 torreões e uma parte
significativa das muralhas da cidade.

Na viragem para a 2ª dinastia, parte do espaço do castelo foi privatizado, construindo-se um paço senhorial
destinado ao alcaide da fortaleza. Organizado em quatro andares e com um espaço médio1 de cerca de 100 a
120m2 a sua construção significou a derradeira renovação do velho castelo medieval. A radical mudança nas
tácticas militares, motivada pela introdução da pirobalística, determinou o início de uma longa decadência da
fortaleza. Logo no século XVI, aqui foi instalada a cadeia da cidade. No século seguinte, o recinto acumulou as
funções de palheiro real e de pedreira.

O século XIX foi, sem dúvida, o mais desastroso período para o monumento. O estado de ruína do Castelo
aumentava cada dia e, em 1836, um dos membros da Sociedade Patriótica Vimaranense defendeu a demolição
do Castelo e a utilização da sua pedra para ladrilhar as ruas de Guimarães, já que a fortaleza tinha sido usada
como prisão política no tempo de D. Miguel. Tal proposta nunca foi aceite e 45 anos depois, a 19 de Março de
1881, em Diário do Governo, classificava-se o Castelo de Guimarães como o único monumento histórico de
primeira classe em todo o Minho.

Em 1937 dava-se início ao restauro da estrutura. Esta campanha, foi conduzida pela DGEMN, com projecto do
arquitecto Rogério de Azevedo, um dos principais nomes do restauro patrimonial no nosso país naquela
primeira metade do século XX. O restaurado Castelo de Guimarães foi inaugurado a 4 de Junho de 1940, por
ocasião das Comemorações do VIII Centenário da Fundação da Nacionalidade.

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