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PR ÉMIO
» PRÉMIO
MARÇO DE 2010 • ANO VII • DIRECTOR ÁLVARO MENDONÇA
MARÇO 2010
Entrevista
Manuel Lemos
PRESIDENTE DA UNIÃO
DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS
inapa
ENERGIA
EDP
RENOVÁVEIS
a empresa dirigida por
Grupo liderado por
José Morgado no PSI 20
ana maria fernandes já está
presente em 10 países e estuda bcp
a entrada em novos mercados
Millennium bcp
dribla a crise
cocan taça africana das nações orange angola 2010
2010
3 SUMÁRIO 26 ONGOING 42 MOÇAMBIQUE 68 FÓRUM 86 HPP
A Heidrick & Turismo de ADMINISTRADORES Saúde da Nova
4 EDITORIAL Struggles aposta Moçambique com EMPRESAS Geração
em Angola forte crescimento Orçamento de
6 OPINIÃO Estado em análise 88 CÁ DENTRO
António Cunha Vaz 30 APRENDER 50 CAN Montebelo
A EMPREENDER Taça Africana das 72 CONFERÊNCIAS Aguieira Lake
8 A ABRIR Uma associação Nações Orange Palácio da Bolsa Resort & SPA
para fomentar Angola 2010 recebe Gestores
12 EDP RENOVÁVEIS o espírito de Portugal em 92 NOVA IORQUE
Gigante Eólico empreendedor 54 OPINIÃO 2010 A Cidade que
conquista o mar Ângelo Ramalho Nunca Dorme
32 EUPPORTUNITY 76 GILEAD
16 MILLENNIUM BCP Consultora em 56 UNIÃO DAS Norbert 98 AUTOMÓVEIS
Apresentação dos assuntos europeus MISERICÓRDIAS Bischofberger em Para toda a família
resultados do 4.º Uma missão com entrevista
trimestre de 2009 34 URBANOS meio milhar de 104 TECNOLOGIAS
Eleita a Melhor anos 80 CENTROMARCA Produtos Cisco
20 INAPA Empresa para A força das marcas
Grupo papeleiro Trabalhar 64 ANMP 106 EXPOSIÇÃO
integra PSI 20 Fernando Ruas 84 FREEPORT Fundação
36 ECONOMIA reeleito Novo espaço Millennium bcp
22 VISTA ALEGRE Análise económica premium
Uma marca com 66 ADVOGADOS DE
185 anos de 40 OPINIÃO LÍNGUA PORTUGUESA
história Lourenço Bray I Congresso
Internacional em
Lisboa
FICHA DIRECTOR
Álvaro Mendonça
CONTRIBUINTE
506 567 516
TÉCNICA IMPRESSÃO CRC LISBOA
SIG- Sociedade Indústrial 13538-01
Gráfica, Lda REGISTO ICS
PROPRIEDADE 124 353
Just Leader, SA
Álvaro Mendonça
A VIA DO ATLÂNTICO
O
Banco de Espanha prevê para este ano uma Se neste contexto europeu e ibérico Portugal perde
contracção de 0,5% da economia espanhola, o protagonismo, talvez seja o momento de relançar a questão do
que exclui de vez a hipótese de criação de novos Atlantismo. Sendo o mais ocidental país da União Europeia e
empregos e de uma retoma da actividade no país. tendo relações históricas com países do Atlântico, talvez possa
Mais grave é o facto do défice das contas públicas recentrar o foco dos seus interesses para o Brasil, Angola, Cabo
poder atingir os 9% do PIB e da dívida subir aos 67% do PIB. Verde ou Moçambique. O Brasil é hoje reconhecido como
Num momento em que os mercados apostam na uma potência económica mundial. Angola é a segunda maior
“greciarização” da Península, antecipando uma eventual economia de África e uma das que mais cresce no mundo.
entrada de Espanha e Portugal em ruptura de pagamentos, Moçambique está entre os países com maior potencial no
as projecções do banco central espanhol agravam o já de si futuro. Cabo Verde é uma plataforma central e estável, e com
pessimista cenário de previsões do próprio governo espanhol. uma localização chave para servir de pivô nas ligações entre o
A importância da economia espanhola para o crescimento Atlântico Sul, África e a Europa.
do PIB português é enorme. A Espanha é o maior parceiro Portugal como o mais periférico dos países europeus, ou
comercial de Portugal e a maior fonte de receitas do turismo. como o mais atlântico? Falta apenas optar.
Uma parcela importante do sistema bancário português
está nas mãos de capitais espanhóis e a dívida dos bancos
portugueses com o exterior está, também ela, maioritariamente
colocada junto de bancos espanhóis.
Segundo o FMI, por cada ponto a menos no crescimento
do PIB espanhol, Portugal perde imediatamente 0,2 pontos.
Ou seja, 20% do impacto espanhol. Num país onde desde o
arranque do século o crescimento da Economia se discute pelas
décimas, a quebra de qualquer ponto percentual representa um
enorme desafio.
Se neste contexto europeu
A juntar à dependência espanhola, Portugal tem ainda
problemas estruturais que desgastam o seu crescimento: do
e ibérico Portugal perde
gigantismo do aparelho do Estado à baixa produtividade e à
fraca especialização da maioria das empresas privadas.
protagonismo, talvez seja o
O que acaba por resultar num acumular de défice e de
dívida públicos e num crescente endividamento perante o
momento de relançar a questão
exterior. do Atlantismo.
| info@inapa.pt | www.inapa.pt |
O
nacionalida- milho tem sido, ao longo dos últimos hectares, dos quais 135.000 hectares foram
de portugue- anos, a cultura arvense mais repre- para grão e 55.000 mil hectares para silagem.
sa ou que sentativa da agricultura de regadio Numa altura em que o Alqueva vai dispo-
residam e nacional. No último quinquénio, semearam- nibilizando áreas infra-estruturadas para rega,
exerçam a -se em média em Portugal cerca de 190.000 a caminho dos 110.000 hectares previstos
sua actividade em Portugal. As
candidaturas ao Prémio, que
abrangem todas as áreas de
investigação nas ciências da
Saúde, podem ser apresentadas
O NÚMERO 14 milhões hectares
até ao próximo dia 31 de Março Na UE-27 a parcela total do milho oscila entre 13 e 14 milhões de hectares em
de 2010, sendo avaliadas em função dos anos, em que 8 a 9 milhões de hectares são milho grão e 5 milhões
concurso por um júri presi-
de hectares milho forrageiro.
dido pelo Prof. Dr. João Lobo
Antunes, membro do Conselho Em 2009, a superfície total consagrada ao milho alcançou os 13.7 milhões de
Médico da Médis. hectares, em que 8.5 milhões de hectares de milho grão (62% do total), 5 mi-
Com este Prémio, a Médis lan-
lhões de hectares de milho forrageiro (36% do total), e respectivamente 144 000
ça aos investigadores o desafio
de contribuírem para o desen- hectares e 64 000 hectares para o milho semente e o milho doce.
volvimento do empreendedoris- Para 2010, as primeiras estimativas anunciam superfícies 2010 de milho com
mo nacional na área da saúde
um recuo de -2% (8.3 Mha) e superfícies de milho forrageiro estáveis (5.2 Mha),
e para o fomento do espírito de
iniciativa neste sector. o milho para semente regressa a um patamar de 97 a 103 000 ha pós uma
reconstituição de stocks.
8 » PRÉMIO » Março 2010
A
ser foi distinguido como um Centromarca, Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de
dos produtos mais inovadores Marca, acaba de nomear João Paulo Girbal para as funções de presi-
do mercado pelos consumido- dente da direcção. João Paulo Girbal foi director-geral da Microsoft
res, na 6.ª edição do Grande Portugal durante cinco anos, empresa na qual trabalhou durante de-
Prémio de Marketing Inovação zasseis anos, entre Portugal, os Estados Unidos e a Europa Ocidental.
“Produto do Ano”, na categoria João Paulo Fundada em 1994, a Centromarca é uma associação empresarial
de Cervejas Especiais. Girbal, novo que define a sua missão como “criar para as marcas um ambiente de
Num total de 44 categorias presidente da concorrência leal e intensa que encoraje a inovação e que garanta um
foram escolhidos os produtos Centromarca máximo de valor para os consumidores”. Actualmente é constituída
mais inovadores em cada uma por 54 associados – empresas detentoras de cerca de 800 mar-
das categorias, que vão poder cas de produtos de grande consumo – que têm um volume
utilizar o logótipo “Produto do de vendas em Portugal da ordem dos 6000 milhões de
Ano” durante um ano. euros (aproximadamente 4% do PIB nacional) e que são
O Barril Sagres 5 Lts. possui responsáveis por investimentos em comunicação comer-
um sistema inovador, sendo cial da ordem dos 1000 milhões de euros.
fácil de transportar e prático de “Acredito que é através da inovação que as empresas
utilizar, dado que não necessita entregam valor aos consumidores e que a sociedade
de máquina. Para além disso, evolui. A Centromarca é um instrumento ao serviço
permite servir cerca de 25 dos consumidores portugueses, garantindo que existe
copos de cerveja Sagres à pres- variedade na escolha, qualidade e inovação nos produtos,
são, com a mesma qualidade e através da defesa das Marcas Originais, e com isso contri-
sabor de uma cerveja de pres- buindo para o desenvolvimento equilibrado da economia
são tradicional, sendo para isso nacional. É com esta convicção que abraço este projecto
apenas necessário refrigerar e procurarei assegurar que a estratégia iniciada pela direc-
durante cerca de 10 horas antes ção da Centromarca em anos anteriores ganhe a necessária
de servir. Esta embalagem ino- dimensão e sirva, cada vez mais e melhor os interesses dos
vadora é descartável e cumpre consumidores”, afirma João Paulo Girbal.
todos os requisitos ambientais
e de segurança.
MILLENNIUM BCP DOA ACERVO DOCUMENTAL AO ISCTE
O Millennium bcp doou um acervo documental à colonial português. Este acervo retrata um período
Biblioteca Central de Estudos Africanos do ISCTE muito rico da história de Portugal e de África, numa
(Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da viagem documental por países como Angola,
Empresa), composto por diversas colecções de Moçambique, Cabo Verde, Guiné e São Tomé e
obras nacionais e estrangeiras relativas ao período Príncipe.
AMADEUS APRESENTA
gestão técnica, etc.) traduzem-se numa
AVELLER” diminuição de custos significativa na
“AMATEUR-EXPERT TR identificaram turismo de
aquisição da tecnologia e nos custos de
a
que vai ajudar a mudar (55%) gestão e manutenção que serão impu-
A AMADEUS, líder global ens na época aventura (83%), religioso
indústria de viag tados ao longo da operação.
ae e casament os
em soluções de tecnologi da pós -recess ão. As con clusões
úst ria de (45%) como as
distribuição para a ind do estudo referem três
o, tem vin do a principais
viagens e turism desenvolvimentos significa
tivos.
er div ers os estudo s áreas de
desenvolv Uma gra nde per cen tag em dos
resse par a o sec tor. O crescimento
inte (73%)
de
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mais recente tem por bas ate ur-E xpert para férias
2.7 19 acredita que os “Am
uma pesquisa feit a a
cria r nov as de nicho.
e 30 Travellers” vão
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sénior de empresas, com inquiridos (62%) consid
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Kayak e a Qa que a experiê ncia de viag em
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relatório avança a descob está pre par ada par a a ino vação
um nov o tipo de pas sageiro, dos
de tecnol ógi ca. Os ent rev ista
er”,
o “Amateur-Expert Travell
Março 2010 » PRÉMIO » 11
EDP RENOVÁVEIS
O GIGANTE EÓLICO
CONQUISTA O MAR
Indiferente à crise mundial, a EDP tégia focada na assinatura de contratos de longo prazo, que permitem
estabilizar os preços e facilitam o planeamento financeiro e operacional
Renováveis registou ao longo do da empresa.
N
cional. O Pioneer Prairie Wind Farm estende-se ao longo
um ano marcado desfavorável para os negócios, a EDP da fronteira do Iowa com o Estado do Minnesota,
Renováveis (EDPR) manteve a sua estratégia de cresci- nos condados de Howard e Mitchell, e tem
mento, reforçando a sua capacidade instalada bruta em uma capacidade instalada de 300 MW, ge-
23%, para 6,2 Gigawatt (GW), o que representa uma im- rando energia suficiente para o con-
pressionante taxa composta de crescimento anual supe- sumo anual de 90 mil lares.
rior a 40% desde 2006.
Os projectos em carteira aumentaram 3,9 GW, para 32,1 GW, dos
quais 739 MW estão já em construção. O valor total de investimento em
2009 somou 1846 milhões de euros, dos quais 826 milhões (45%) foram
d e 06.
canalizados para projectos nos EUA e 1020 milhões (55%) para a Europa.
o s a
t e 20
p
om desd
A terceira maior produtora de energia eólica do mundo continua a
equilibrar o seu portfólio de activos em regiões e em enquadramentos
c
xa 40%
reguladores que permitem a maior eficiência de crescimento e de per-
formance, tal como se pode observar na aquisição de projectos e ac-
ta
tivos no Brasil e nos EUA. Já este ano, a EDPR anunciou novos
u ma erior a
ou sup
projectos em Itália e num parque eólico offshore do Reino
Unido, com capacidade de 1,3 GW, em parceria com
gist l
“Estamos muito satis-
a SeaEnergy.
R re nua feitos por este negócio marcar o
A produção de electricidade subiu 40%,
P a nosso primeiro PPA com a TVA”, refe-
para 10,9 Gigawatt hour (GWh), dos
E D ento riu na altura Ana Maria Fernandes, a CEO da
quais 54% tiveram origem nos
EUA, 30% em Espanha e A scim EDPR“. “Assinámos uma parceria duradoura com
a TVA para o fornecimento dos seus clientes com a ener-
16% em Portugal. A
cre gia não poluente resultante do vento”. A EDP Renewables Nor-
EDPR manteve th America, através da subsidiária Horizon Wind Energy, tem
uma estra- ainda em vigor um PPA para a venda de 102,3 MW de energia
MILLENNIUM BCP
DRIBLA A CRISE
O Millennium bcp fechou 2009 com um resultado líquido consolidado de
225 milhões de euros, 12% acima dos registados no exercício anterior.
No ano que marcou a mais grave recessão mundial dos últimos oitenta
anos, o maior grupo privado português mostrou como driblar a crise.
E
m ano de aperto financeiro, o Millennium bcp surpreendeu Polónia, onde o downsizing das operações se reflectiu numa diminuição
os analistas com um resultado de 225 milhões de euros, 12% muito forte dos custos com pessoal.
superiores aos de 2008 e bem acima das expectativas. Para
este bom desempenho contribuíram a mais-valia de 21,2 mi- Crise desgasta margens
lhões com a venda de uma parte do capital do Banco Mil- A diminuição das taxas de juro activas e passivas levou à redução da taxa
lennium Angola e os 57,2 milhões de ganhos com a alienação de activos de margem financeira, que recuou de 2,06%, em 2008, para 1,57 por
(entre os quais a participação de 9,7% no rival Banco BPI), bem como a cento. A nível global, a volatilidade e a incerteza nos mercados financeiros
redução dos custos operacionais. agravou os custos de financiamento da banca, o que, conjugado com o
O resultado nas operações em Portugal somou 213,8 milhões de eu- estreitamento dos spreads dos depósitos de clientes, justificou o recuo da
ros, quase 90% acima dos registos de 2008. Esta evolução reflecte o cres- margem financeira.
cimento do produto bancário, positivamente influenciado pela melhoria Num ano marcado pela maior dificuldade de captação de recursos, o
dos resultados em operações financeiras, fortemente afectadas em 2008 Millennium bcp teve de alinhar pela concorrência a aceitar menores mar-
pelas perdas de 268,1 milhões de euros com imparidades resultantes da gens nas operações passivas. O problema foi parcialmente compensado
desvalorização da referida participação no BPI. pelo progressivo aumento dos spreads das operações de crédito, de modo
Na actividade internacional, o resultado líquido incorporou os efeitos a repercutir o aumento do custo de risco implícito dos clientes, à medida
da redução dos custos operacionais, sobretudo no Bank Millennium na que a crise se alargava às empresas e famílias.
A APOSTA AFRICANA
A manutenção dos planos Portugal-Angola, organiza- 116 agências, mais 16 face a os lucros de 2008. Para 2010,
de expansão em Angola e da em Lisboa pelo Diário 2008 e ocupa a 74ª posição Carlos Santos Ferreira espera
Moçambique foi uma das ga- Económico, a administração do ranking dos 100 maiores um desempenho em linha
bcp angola
rantias dadas pelo presidente do grupo anunciou que o Mil- bancos africanos, elaborado com o registado em 2009, o
do Millennium bcp, Carlos lennium BCP Angola pretende pela revista African Business, que tornará Luanda num im-
Santos Ferreira, durante a criar uma rede bancária ao marcando a única presença portante centro de resultados
apresentação das contas nível dos principais bancos moçambicana nesta lista. para o grupo.
anuais de 2009. “Continuare- presentes no mercado ango- Em conjunto, as operações
mos a apostar em mercados lano, investindo 250 milhões em Angola e Moçambique
europeus que assegurem de dólares até 2012, num geraram em 2009 um resul-
uma presença competitiva plano que passa por atingir tado líquido de 66,6 milhões
e em mercados de afinida- a centena de balcões e que de euros, que corresponde a
de”, como é o caso dos dois resultará na criação de 1200 uma subida anual homóloga
países africanos, assegura novos postos de trabalho. de 19,3 por cento.
Santos Ferreira. O Millennium Angola conta já O Millennium Angola registou
Em Maio do ano passado, no com 23 sucursais, mais sete no ano passado um resultado
decurso de uma Conferência do que em 2008. Em Moçam- líquido de 14,6 milhões de
sobre Relações Económicas bique, o Millennium bim tem euros, mais do que triplicando
José Morgado,
presidente
da Comissão Executiva
do Grupo Inapa
ENTRADA NO PSI 20
INAPA PASSA
A BLUE CHIP
A
A Inapa integra agora o PSI 20, revisão anual dos 20 títulos que compõem o PSI (de Portu-
guese Stock Index) ditou a exclusão da construtora Teixeira
o mais importante índice da Duarte e a entrada do grupo papeleiro liderado por José
Morgado.
Euronext Lisboa, passando a A liquidez dos títulos, medida pelo volume negociado,
pertencer à primeira liga das é o critério mais importante para a revisão, embora entrem também em
consideração factores como a dispersão e as expectativas para o compor-
empresas com acções cotadas tamento da empresa em bolsa. A inclusão da Inapa já era antecipada pelo
mercado, depois de o research do Millennium bcp a ter considerado muito
na Bolsa de Valores portuguesa, provável, no final de Dezembro. Em 31 de Dezembro de 2008, a capitali-
zação bolsista da Inapa ascendia a 51 milhões de euros e as quase 196 mil
as denominadas blue chips. transacções efecutadas garantiam-lhe a 12ª posição entre os títulos mais
líquidos da Euronext Lisboa, com um valor negociado de 139,4 milhões
de euros. Segundo o BPI, com esta promoção ao PSI 20, a Inapa “vai
beneficiar de uma maior visibilidade de mercado, o que poderá ter um
impacto positivo na sua liquidez”.
VISTA ALEGRE
UM CASO SÉRIO
NA CERÂMICA!
Esteve e está nas melhores mesas de todo o mundo. Já passou por processos
de fusão, expansão e decréscimo. Hoje, a Vista Alegre Atlantis está integra-
da no Grupo Visabeira, após processo de fusão ocorrido o ano passado.
S
ão usados oficialmente pelo Presidente da República Portu- de uma verdadeira história de marca.
guesa, mas também na Casa Branca. Pela Rainha Isabel II de Desde há um ano nas mãos da Visabeira – após uma OPA por parte
Inglaterra, o Rei Juan Carlos de Espanha, a Rainha Beatriz da da Cerutil – a verdade é que a Vista Alegre se manteve perto de 200 anos
Holanda ou o presidente Lula da Silva. sempre nas mãos da família Pinto Basto. Sem nunca ter feito grandes
No ano em que celebra 186 anos sobre a sua fundação, investimentos a nível de marketing e publicidade, a Vista Alegre conse-
a Vista Alegre continua a ter os seus serviços colocados nas melhores guiu criar uma imagem forte e um nível de notoriedade perto dos 100%
mesas. O que se confirma quando se sabe que a marca assumiu, ainda (segundo alguns dos últimos estudos da marca).
em Novembro, o estatuto de fabricante oficial de loiça das embaixadas É um facto que, quando foi fundada (em 1824), a marca de Aveiro
de Espanha em todo o mundo. À data, são já mais de 40 os pedidos de não teve que enfrentar concorrentes no mercado português. O que rapi-
produção oriundos de vários países. damente fez disparar as suas vendas e aumentar o seu índice de reconhe-
Depois da falência da Campeans, antiga fabricante dos serviços a uso cimento, já que em pouco tempo passou a equipar grande parte dos lares
nas embaixadas espanholas, tornou-se imperativo encontrar um substitu- portugueses.
to. A selecção foi feita através de um concurso público, que contou com Produção de elevada qualidade a preços competitivos foram, então,
três participantes, do qual a Vista Alegre saiu vencedora. Algo que não é os drivers que ditaram o sucesso. A isto, Pinto Basto – que tinha já tido
de estranhar, tendo em conta que por trás das peças de porcelana se escon- experiência de empresário na venda de tabacos – acrescentou uma rede
A Vista Alegre Atlantis iniciou os mais altos standards de “Maison & Objet Projets”, feira de tendências que aposta
reconhecimento a nível internacional
o novo ano com a presença qualidade. “Maison & Objet Outdoor/In- numa estratégia baseada na
em duas importantes feiras Em Fevereiro é altura para se door”, “Maison & Objet Mu- qualidade (tanto nos produtos
do sector, nomeadamente fazer representar na Am- sées” e “Scènes d’Intérieurs”. expostos como na decoração
a Maison & Objet, em Paris biente 2010, a principal Feira De sublinhar é que, este ano, dos stands), no know-how
– onde a marca apresenta, Internacional para artigos de a participação de Portugal e em índices de criatividade
sob a direcção artística de mesa, cozinha, utensílios para na Maison & Objet é a mais muito elevados atraindo, as-
Sam Barom, um conjunto de a casa, ofertas, decoração e importante de sempre com sim, criadores de tendências e
projectos baseados em três acessórios para o lar, que terá 58 empresas presentes. A um grande leque de compra-
conceitos: saber viver, saber lugar em Frankfurt. representação portuguesa na dores internacionais.
fazer e saber receber. A Maison & Objet é uma Maison & Objet inclui empre-
Presente no hall Now, reserva- feira de referência mundial sas com actividades diversas
do ao melhor do design para do sector da decoração que que vão desde a cerâmica ao
a casa, a Vista Alegre Atlantis inclui a “Now Design à Vivre”, mobiliário cutelaria, têxteis-lar
apresenta projectos inovado- “Maison & Objet Editeurs”, e iluminação.
res assinados por reputados A Maison & Objet é um
designers e fabricados com evento posicionado como
Novos mercados
e reestruturação
do negócio serão
dois dos passos a
dar pela marca.
Algumas peças emblemáticas da Vista Alegre atingem valores muito elevados no mercado de leilões
de distribuição estendida um pouco por todo o país e a criação de um Desenvolvimento produtivo e renovação artística
conjunto alargado de lugares de depósito. À passagem do centenário, a Vista Alegre inicia uma reestruturação que
Mas nem tudo correu bem na vida da Vista Alegre, com o responsável visa a transformação da empresa numa sociedade por quotas, a moder-
da empresa a constatar rapidamente a falta de domínio da matéria-prima. nização das estruturas da fábrica e a renovação de serviços. Em paralelo
Aliás, enquanto não encontraram jazidas de caulino apenas foi produzida com o desenvolvimento produtivo e tecnológico assiste-se a uma renova-
loiça de pedra. Pinto Basto decide então pedir ao Rei o exclusivo da fábrica ção artística. A alguns mestres de pintura como Duarte Magalhães, Ân-
por 20 anos e o direito de livre circulação dos produtos que fabricasse, por gelo Chuva ou Palmiro Peixe, que garantem a tradição, a inovação e a
todo o reino. Estes passariam a ser marcados com as armas reais e o selo qualidade da técnica de pintura, juntam-se artistas plásticos de renome
Real Fábrica da Vista Alegre. O Rei acedeu. A primeira fornada de porce- que trazem consigo novas ideias e modelos para a Escola de Pintura. As
lanas, essa sai da fábrica de Aveiro em 1827. peças atingem neste período o nível das suas mais notáveis congéneres
Nos anos que se seguiram, o trabalho foi apurando e a oferta refi- europeias.
nando. Para isso, contratados foram alguns designers estrangeiros, como A partir de 1947 e até 1968, os contactos internacionais, a formação de
Victor Chartier Rousseau que se destaca pela perfeição nos desenhos e o quadros técnicos especializados, a aquisição de outras empresas, levam a
preciosismo na combinação de cores. Já depois da morte de Rousseau, empresa ao desenvolvimento técnico e industrial e à entrada a novos mer-
chegaria Fortier que inicia a pintura à pena e generaliza a oferta de peças cados. É ainda por esta altura que se inicia o fabrico de peças únicas feitas
com paisagens. para grandes personalidades como o serviço da Rainha de Inglaterra.
Apenas em 1832, com a descoberta de caulino – que permitiu refor- Já na década de 70 do séc. XX, após uma fase de crise interna, nacio-
çar o volume de produção – a Vista Alegre começa a poder baixar preços. nal e internacional, é dado novo impulso à modernização e ampliação
Oito anos depois, o aumento entretanto verificado ao nível da procura dos meios produtivos. Surgem as primeiras séries limitadas e as reprodu-
leva mesmo à instalação de mais dois fornos na fábrica de Aveiro. E, ções para museus. Realizam-se ainda algumas exposições como: a “Vista
em 1845, a empresa concentra-se apenas na porcelana, abandonando o Alegre - Porcelanas Portuguesas” (1983-84) Madrid, Barcelona, Milão e
fabrico de vidro! Copenhaga, e a “Portugal and Porcelain” (1984-85) realizada em parceria
com o Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque.
Durante os anos 70 e 80 manteve-se uma estratégia de vendas foca- sexto maior do mundo nesse sector: o Grupo Vista Alegre Atlantis, com a
lizada no mercado nacional, sendo que a capacidade excedentária seria holding resultante a actuar em áreas tão diversas como porcelana de mesa,
utilizada para servir de forma selectiva um número limitado de clientes. decorativa e de hotel, faiança, louça de forno, cristal, vidro manual e redes
de retalho e distribuição.
Entrada em novos mercados O passo seguinte seria na direcção da empresa britânica de porcelana
É pelo final da década de 1980 que o crescimento da marca em Portugal Royal Worcester and Spode, e na aquisição de 25% do seu capital. Já em
começa a registar aumentos progressivamente decrescentes. Aliado a isto, finais de 2002, adquire a francesa Cristal de Sèvres, marca essa que tanto
o facto de este ser um mercado de dimensão reduzida e em fase de matu- a tinha influenciado!
ridade, leva a Vista Alegre a olhar para novos mercados. Entretanto, e com a entrada de novas marcas no mercado português,
“Os principais vectores da estratégia de internacionalização nesta épo- a Vista Alegre foi adaptando a sua oferta e reformulando o portefólio. Seg-
ca assentam na identificação de mercados com afinidades culturais e/ou mentou e apresentou soluções para diferentes tipos de consumidores. A
proximidade geográfica que paralelamente apresentassem parâmetros de isto, acrescentou ainda o factor conveniência, ao facilitar a reposição de
crescimento, dimensão e nível concorrencial com potencial para seguir peças de um qualquer serviço. Além de ter apostado na exploração de no-
uma postura de Investimento”, lê-se no site da marca. vos caminhos criativos, com o estabelecimento de parcerias com alguns
Em 1997 concretiza-se a fusão com o grupo cerâmico Cerexport que designers.
originou quase a duplicação do volume de negócios da VAA, nomeada- No ano em que celebra 185 anos sobre a sua fundação, a Vista Alegre
mente nos mercados internacionais. continua a aumentar a sua notoriedade e reconhecimento a nível interna-
Também o vidro haveria de voltar a ser comercializado e distribuído cional. E deverá reforçar mais ainda, tendo em conta que um dos objecti-
pela Vista Alegre. Em Maio de 2001 inicia-se o processo de fusão com a vos declarado pelo grupo industrial de Viseu – aquando da OPA – passa
Atlantis – de fabrico de cristais e vidros de prestígio – de que resulta a Vista por levar a Vista Alegre para alguns dos mercados internacionais onde
Alegre Atlantis. Alarga-se a oferta, aumenta-se o número de pontos de a Visabeira já actua, mas onde a empresa de cerâmicas não está ainda
venda e reforça-se as vendas com um portfólio mais alargado. Aliás, este presente. Reestruturar negócio e potenciar crescimento são outros dois
passa mesmo a ser considerado o maior grupo nacional de Tableware e objectivos declarado.
ONGOING
L
ocalizado no 18.º andar do maior arranha-céus de Luanda, o circunstâncias políticas, quer pelas económicas e de crescimento”, explica
escritório da Heidrick & Struggles é o símbolo visível de uma Felipa Xara-Brasil. O escritório de Luanda, que fica na rua Marechal Brós
ambição, que a partner do escritório de Lisboa, Felipa Xara- Tito, no bairro das Ingombotas, tem como directora executiva Noelma Vie-
-Brasil traduz por palavras: “O facto de sermos quem somos gas d’Abreu, licenciada pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação
implica ter padrões de exigência muito elevados. São esses da Universidade Clássica de Lisboa e professora e directora do Centro de
padrões e essa credibilidade que queremos impor em qualquer mercado Investigação na Universidade Católica Angolana. É esta antiga consultora
em que actuemos”. da KPMG e ex-directora de Recursos Humanos Corporativos do grupo cer-
A abertura do escritório, em Setembro de 2009, em simultâneo com a vejeiro SABMiller que lidera uma equipa angolana altamente especializada.
inauguração da ultramoderna torre em aço e betão revestido por placas leves “A equipa está a crescer”, adianta Felipa Xara-Brasil, acrescentando que esse
de zinco titânico da Escom, faz da Heidrick & Struggles umas das primeiras crescimento será sempre proporcional à evolução do próprio negócio.
empresas de gestão integrada de capital humano a instalar-se em Angola, Foi aliás o crescimento gradual e sustentado do negócio em Angola que
o que lhe dá clara vantagem competitiva relativamente à concorrência. Este justificou o passo, dado em Setembro, de abertura do escritório local. “Co-
investimento culmina, de facto, um longo e produtivo trabalho de campo. meçámos a criar nome no mercado e fomo-lo cimentando, projecto após
Foi em 2005 que o escritório de Lisboa da Heidrick & Struggles, em- projecto, ano após ano. Há cinco anos íamos para Angola trabalhar fazen-
presa detida pelo grupo português Ongoing, num alinhamento vincada- do um comutting. Hoje, estamos em Angola a trabalhar com uma equipa
mente internacional, fez deslocar para o terreno angolano uma equipa de 100% angolana, o que faz toda a diferença”, adianta Felipa Xara-Brasil.
head hunters, que tinha como missão encontrar o director-geral para uma A empresa, que opera nas áreas de executive search, consultoria de capi-
grande empresa. Encontraram-no, mas encontraram mais. “Logo nessa al- tal humano e sustentabilidade de Recursos Humanos, conta entre os seus
tura, identificámos o potencial enorme do mercado angolano, quer pelas clientes não só com empresas portuguesas que actuam no mercado ango-
Strategy Investments
A Ongoing é um accionista reestrutura a sua participação, com capacidade de intervir Empresas por Boston e
de referência da Portugal Tele- com uma oferta em curso em todos os passos da cadeia filho de Luís Vasconcellos (a
com (PT), maior empresa do para a aquisição de 35% do de valor. eminência parda do império
sector das telecomunicações capital da Media Capital, que No mundo da lusofonia, a Balsemão), realizou o seu
em Portugal e com um forte controla a TVI, líder do merca- Ongoing tem ainda uma primeiro negócio. Estávamos
processo de internacionali- do de televisão em Portugal e parceria com o grupo ango- em meados da década de
zação em países que falam senhora da maior produtora lano Score Media, que visa a noventa quando, juntamente
português. europeia de dramaturgia, troca de conteúdos entre o com Rafael Mora (o actual
No sector de media, o grupo com 1.000 horas de produção português Diário Económico vice-presidente da Ongoing)
detém o Diário Económi- anuais. Paralelamente, está e o semanário económico trouxe para Portugal a mul-
co, líder do mercado de em processo de venda da sua angolano Expansão. tinacional norte-americana
informação económica, com participação de mais de 20% Expressão actual de um Heidrick & Struggles.
influência alargada à Internet, na Impresa, o grupo liderado percurso empresarial iniciado
que tem em preparação a por Francisco Pinto Balsemão no final do século XIX, com
entrada no sector da televisão. e que controla a estação o seu apogeu na Sociedade
A Económico TV, cujo lança- televisiva SIC, o semanário Nacional de Sabões (SNS),
mento está para breve, vai Expresso, a news magazine que após a Revolução de 25
ser o primeiro canal nacional Visão e mais duas dezenas de de Abril de 1974 chegou a
lano e que foram a sua base de lançamento, mas também com um número ção. “O que nos diferencia,
significativo de empresas angolanas. de facto, dos nossos concor-
Em Angola há “profissionais brilhantes a nível de topo”, garante Felipa rentes é a senioridade e a
Xara-Brasil, bem como óptimas organizações. São, assim, nos níveis inter- qualidade da equipa”, des-
médios de chefia e quadros de topo que se verificam as maiores necessi- taca a partner da H&S.
dades de capital humano. Neste negócio, a mais-valia para os clientes da A empresa faz alicerçar
Heidrick & Struggles é a de poderem usufruir à escala local de todo o ben- o crescimento dos recursos humanos internos no crescimento do negócio.
chmarketing internacional do grupo e incuti-lo nas organizações angolanas, “Tem sido exponencial” – salienta – “ temos angariado clientes em vários
sustentada numa equipa angolana. Felipa Xara-Brasil salienta a propósito: sectores de actividade, especialmente sectores que estão na vanguarda das
“O que a H&S pretende é dotar as organizações de todos os procedimentos, organizações e na vanguarda do capital humano”.
ferramentas e know-how de capital humano, de modo a que os seus profis- Visivelmente orgulhosa, Felipa Xara-Brasil conta que foi em Lisboa que
sionais cheguem ao topo da organização do modo sustentado”. nasceu o gérmen que deu origem ao actual posicionamento da empresa a ní-
A carteira de clientes abrange empresas provenientes dos principais vel mundial, a consultoria de capital humano. “O nosso escritório foi defini-
sectores de actividade, desde a indústria às telecomunicações, passando do como o centro de competências da Heidrick & Struggles para desenvolver
pela consultoria e outras áreas de serviços. todo o conhecimento na área de capital humano a nível interno”. Foi em 2001
e em 2002 e o facto valeu-lhe o Special Global Quality Award de excelente
Lisboa, o centro de competências qualidade. A partner explica como tudo aconteceu: “Por norma, as empresas
Em Lisboa, o escritório da Heidrick & Struggles fica num sóbrio e centená- de executive search só fazem executive search. Porém, as necessidades dos nos-
rio edifício entre o Chiado e a Baixa da cidade. sos clientes, o nosso inconformismo e a nossa capacidade de inovar levaram-
A multinacional norte-americana instalou-se em Portugal em 1997. No -nos a delinear outra visão”. Oito anos depois do trabalho iniciado em Lis-
início eram apenas quatro pessoas, hoje são 25. A equipa, “muito madura boa, a casa-mãe decidiu mudar de paradigma e optar por outra designação.
e heterogénea”, inclui engenheiros, gestores, economistas e uma médica, Deixou de ser a Heidrick & Struggles, empresa de executive search pura e
que dinamiza entre outros, programas de coaching a executivos de topo e dura, para se tornar, já este ano, na Heidrick & Struggles Client Adviser,
trabalha jovens de elevado potencial de maneira a garantir que estes terão as dando início a um novo ciclo de desenvolvimento.
competências certas quando assumirem posições chave dentro da organiza- A Heidrick & Struggles define-se agora como empresa de consultoria
APRENDER A EMPREENDER
O SEGREDO
DO SUCESSO
A associação tem como objectivo
fomentar o espírito empreendedor
nas gerações mais novas.
T
ransmitir conceitos e bases essenciais para desenvol- dizagem em dimensões como a cidadania, ética, literacia financeira
ver o espírito empreendedor nas novas gerações é o e desenvolvimento da vida profissional.
objectivo da Aprender a Empreender, a congénere Os voluntários são empresas associadas que contribuem para o
portuguesa de uma organização mundial sem fins crescimento e maturação da organização com quotas anuais e per-
lucrativos na área da Educação denominada Junior mitem aos colaboradores chegarem até nós.
Achievement (JA), que fomenta o espírito empreendedor desde ten- O envolvimento das Câmaras Municipais nesta iniciativa é um
ra idade, dos 5 aos 25 anos. caso de sucesso. São parceiras da Junior Achievement Portugal a Câ-
Presente em mais de 120 países e com uma abrangência de cer- mara Municipal do Porto, Caminha, Torres Vedras, Loures e, mais
ca de 10 milhões de alunos todos os anos, a JA está em Portugal des- recentemente, a Câmara Municipal de Famalicão, São João da Ma-
de Setembro de 2005 e conta com mais de 57 mil alunos formados, deira e Amarante, estando mais em processo de desenvolvimento.
em cerca de 300 escolas e com um total de 2500 voluntários. A JA conta ainda com várias empresas associadas em Portugal,
Através de programas educativos, a JAP chega a várias escolas nomeadamente, Jerónimo Martins, Accenture, Sonae, Millennium
no país e muda a atitude de vários jovens, contextualizando a apren- BCP, Montepio, CitiBank, Banif, Axa, Euronext, entre muitas mais.
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Negócios consultoria
ASSUNTOS EUROPEUS
EUPPORTUNITY
FAZ LOBBY NA UE
Luís Queiró e Henrique Burnay fundam a Eupportunity,
uma empresa que presta consultoria em análise política e intelligence.
A
s empresas portuguesas interessadas em entrar no cir- ciências e Investigação, alimentação e bebidas, protecção do consumidor, so-
cuito europeu podem agora recorrer aos serviços da Eu- ciedade da informação e meios de comunicação, educação, cultura e juventu-
pportunity, uma empresa portuguesa de consultoria em de, informática, novas tecnologias e propriedade intelectual.
assuntos europeus, fundada por Luís Queiró, advogado “Quando cerca de 60% do direito na Europa tem actualmente a sua
e ex-deputado ao Parlamento Europeu (1999–2009) e à origem na União Europeia e cerca de 70% do Direito Comunitário afecta,
Assembleia da República (1995–1999), e pelo antigo jornalista Henrique directa ou indirectamente, a actividade das empresas, é necessário que
Burnay, ex-consultor político no Parlamento Europeu (2004–2009) e as- as empresas e instituições portuguesas saibam atempadamente o que
sessor de imprensa da Ministra da Justiça, (2002–2004). se prepara em Bruxelas, que decisões vão ser tomadas e como é possível
Certos da existência de um mercado por explorar, os dois profissio- participar da sua formação. Ao mesmo tempo, há financiamentos comu-
nais criaram a Eupportunity - european affairs consulting -, com sede em nitários atribuídos directamente em Bruxelas de que as empresas e outras
Portugal e escritório em Bruxelas, que oferece serviços de intelligence, aná- entidades portuguesas pouco têm beneficiado”, referem os responsáveis
lise política, aconselhamento estratégico e apoio à candidatura a fundos pela Eupportunity.
comunitários. Henrique Burnay destaca ainda a importância de José Manuel Durão
A empresa, com capitais inteiramente portugueses, dispõe de uma equi- Barroso ser o presidente da Comissão Europeia e o que chama “o efeito
pa com ampla experiência em assuntos europeus, políticas europeias, direito Barroso”, que tornou os temas europeus mais próximos dos portugueses
comunitário e comunicação. A equipa de consultores é composta por uma e fez com que haja actualmente mais portugueses em lugares relevantes
rede activa de especialistas em políticas comunitárias, com valências nas áreas em Bruxelas. “Parte deste efeito desaparecerá daqui a cinco anos e portan-
das empresas e indústria, transportes e turismo, energia, ambiente, orçamen- to, há que aproveitar esta oportunidade”, explica Burnay. “Seremos uma
tos, política regional, agricultura e pescas, mercado interno e serviços, saúde, antena em Bruxelas “, conclui.
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Negócios logística
URBANOS
POR QUE É QUE A
URBANOS É A MELHOR
PME PARA TRABALHAR?
O ano passado, a Urbanos tinha ficado em 4.º lugar no ranking das
melhores empresas para trabalhar, desenvolvido pela revista Exame e a
consultora Heidrick & Struggles. Este ano, subiu ao primeiro lugar.
F
undada há 18 anos, a Urbanos tem vindo a evoluir e a desta- tora Heidrick & Struggles analisar os dados e, depois, aos jornalistas da
car-se na sua gestão de Recusos Humanos, o que explica por Exame confirmarem as informações junto de cada empresa.
que é que este ano foi eleita a melhor empresa para trabalhar
em Portugal, na categoria PME, pela revista Exame e a con-
sultora Heidrick & Struggles. Rumo ao primeiro lugar
“Ser a melhor empresa para trabalhar é o resultado de muitas coisas. O ano passado a Urbanos tinha ficado no 4.º lugar do ranking (nesta ca-
Da fruta fresca e água mineral diária e gratuita para todos, à dispensa, sem tegoria). A subida ao primeiro lugar explica-se, segundo a empresa, pela
perda de remuneração, para dar apoio às famílias dos que lá trabalham. contínua e continuada aposta na educação e qualificação profissional, a
Dos investimentos na educação e na qualificação profissional, através da criação da academia Urbanos – que tem como objectivo formar e incenti-
“Academia Urbanos”, que permitem a cada um aprender o que quer e var os colaboradores –, as condições de trabalho e o incentivo à criação de
precisa para chegar até onde tiver vontade. À partilha regular de saberes e momentos extra laborais para colaboradores e família. “A Urbanos é uma
experiências, com as próprias famílias, como o “Urbanos Summer Event” empresa que premeia o mérito dos seus colaboradores, proporcionando
ou a “Gala Urbanos” e à participação em projectos de responsabilidade um ambiente competitivo, justo e livre, onde todos têm espaço para ex-
social em que toda a Urbanos está envolvida, como a “Novo Futuro” para pressar as suas capacidades individuais. O incentivo à progressão e o de-
crianças desfavorecidas ou a “Cedema” para a Trissomia 21”, explicava o safio a uma constante aprendizagem fazem parte da cultura da empresa,
presidente do Conselho de Administração da Urbanos, Alfredo Casimiro, que defende o equilíbrio pessoal e profissional como o melhor alicerce
durante a cerimónia de entrega do galardão. para o sucesso”, informa a Urbanos em comunicado enviado à imprensa,
A distinção resultou de um estudo do clima social da organização e reforçando que o lema da empresa – We make it possible – não se dirige
materializou-se num inquérito anónimo aos colaboradores, num inqué- apenas aos clientes.
rito efectuado à gestão de Topo e numa visita/auditoria da Exame que O Grupo Urbanos, fundado em 1991, conta hoje com perto de 300
verificou in loco as práticas de gestão de Recursos Humanos. Mais con- colaboradores, uma frota de 100 viaturas e uma capacidade de armazena-
cretamente, numa primeira fase é enviado um inquérito ao colectivo de gem superior a 50 mil metros quadrados de área coberta, que asseguram
colaboradores de cada empresa, no qual se pede a opinião anónima sobre à sua carteira de clientes soluções logísticas chave-na-mão focada no out-
diversos temas, desde a transmissão de informação e relação com a chefia sourcing, nomeadamente para banca e seguros, telecomunicações, tecno-
até à aposta na formação ou responsabilidade social. logias de informação, indústria farmacêutica e empresas de serviços.
Segue-se o inquérito à equipa de gestão, onde se questionam as prá- Soluções logísticas, distribuição expresso, division of fine arts e agora trans-
ticas de recursos humanos na empresa. Finalmente, cabe então à consul- porte de mercadorias expresso após a compra da TEX são as áreas de negócio.
A
crise económica global afectou severamente a econo- nal (FMI), na sua última análise à economia portuguesa, divulgada no
mia portuguesa, com o Produto Interno Bruto (PIB) a final de Janeiro. O FMI avança com um crescimento de apenas 0,5% do
recuar quase 3% em 2009, devido à quebra profunda PIB, em 2010, em linha com as projecções do Boletim Económico de
das exportações e do investimento privado. As estimati- Inverno do Banco de Portugal, que aponta para 0,7 por cento.
vas mais recentes do Banco de Portugal apontam para As perspectivas são assim pouco brilhantes a prazo, com Portugal
um recuo de 12,5% nas exportações e para um corte de 11,7% nos níveis a continuar a crescer abaixo da média da zona euro e a não conseguir
de investimento. resolver o problema dos elevados níveis de desemprego.
“Alguns sinais de ajustamento estão a emergir -- os preços estão a “Embora o cenário mais provável seja um ajustamento gradual dos
descer mais rapidamente do que nos outros países do euro, as famílias desequilíbrios da economia, o certo é que quanto mais tempo eles per-
estão a poupar mais e o défice das contas correntes está a diminuir –-, sistirem maior será o risco do ajustamento se tornar disruptivo”, alerta o
mas o crescimento da economia deverá manter-se débil nos próximos FMI. A ameaça de uma ruptura grave exige uma ambiciosa resposta das
anos e a recuperação será frágil, refere o Fundo Monetário Internacio- políticas, requerendo uma base de apoio político generalizada e uma
liderança determinada nos próximos anos. “Até porque os resultados des- do produto e do emprego”, explica o Banco de Portugal.
sas políticas demorarão muito a tempo a materializarem-se”, asseguram Deste modo, após uma contracção de 2,8% em 2009, o emprego deve-
os analistas do Fundo. rá diminuir 1,3% em 2010 e recuperar ligeiramente (0,4%), em 2011, prevê
o banco central. Todas as projecções concordam que a taxa de desemprego
Desemprego a dois dígitos chegará aos dois dígitos, atingindo um nível recorde em Portugal.
A situação é agravada pelo facto da crise de 2009 poder “ter tido um efeito
negativo persistente, tanto sobre o nível, como sobre o crescimento poten- Foco no controlo do orçamento
cial da economia, em particular por via de uma maior obsolescência do A consolidação orçamental é crítica para prevenir mais deteriorações e
capital instalado, com impacto na produtividade de longo prazo”, refere o preservar a credibilidade externa do país, duramente conquistada. Apesar
Banco de Portugal. Ou seja, alguns sectores da economia não recuperarão da impressionante consolidação dos últimos anos, o défice orçamental
tão depressa os seus níveis de actividade pré-recessão, enquanto outros atingiu os 9,3% do PIB em 2009. Um valor sem precedentes.
ficaram para sempre obsoletos e sem capacidade de investimento para se Sem novas medidas, alerta o FMI, o défice deverá engordar em 2010,
reequiparem. O corolário é lógico: menor acumulação de capital e aumen- antes de cair para valores a rondar os 5-6% do PIB, em 2013. Grosso
to do desemprego estrutural. A evolução do emprego num horizonte até modo, o dobro do limite máximo de 3,0% admitido pela Comissão Euro-
ao final de 2011 continuará marcada pela forte contracção da actividade peia. Tão grave como a dimensão do défice, é o facto da dívida pública se
económica em 2009, “reflectindo o habitual desfasamento entre os ciclos acercar dos 100% do PIB (ver caixa).
Dada a continuada fraqueza da econo-
As perspectivas são pouco brilhantes a mia ao longo de 2010, a manutenção de
algumas medidas de apoio social e de rea-
prazo, com Portugal a continuar a crescer nimação da economia poderá justificar-se,
mas o processo da consolidação deverá, ain-
abaixo da média da zona euro. da assim, dar os seus primeiros passos este
ano. Especificamente, será importante que
o défice de 2010 pelo menos não aumente,
o que exigirá um aperto de pelo menos 1% do PIB, face a 2009. aumento das receitas fiscais deverá também ser considerado, através do
O ajustamento nos salários da Administração Pública, que o Governo na alargamento da base de contribuintes. Se as outras medidas falharem, o
sua proposta de Orçamento de Estado já anunciou não pretender aumentar, aumento da taxa normal do IVA pode ser uma opção de recurso, sugere
será um elemento-chave, quer em termos de credibilidade, quer em termos o FMI. Também será vital que as políticas existentes para apoio da conso-
de sustentabilidade da consolidação orçamental. Será necessário que o Go- lidação a médio prazo sejam integralmente implementadas. Neste sen-
verno adopte uma estratégia credível a médio-prazo baseada em projecções tido, é importante que a alteração à fórmula de actualização do valor das
realistas e medidas concretas. Na proposta de Orçamento de Estado para este pensões (o Governo anunciou para 2010 um aumento extraordinário das
ano, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, integrou o novo sistema pensões de valor mais baixo) seja de facto excepcional e que os custos ine-
plurianual de planeamento e limitação das despesas de cada Ministério. Cada rentes para o Orçamento de Estado sejam depois recuperados no futuro.
gabinete ministerial passa agora a ter de sujeitar-se ao visto prévio para poder As políticas actuais parecem não chegar para cumprir o compromisso
aumentar a despesa autorizada e alargar os quadros de pessoal. do Governo com a União Europeia, de atingir um défice público equiva-
A consolidação orçamental deverá focar-se na redução da despesa cor- lente a 3,0% do PIB, em 2013. As estimativas do FMI indicam que, sem
rente primária, especialmente dos salários da administração pública e das medidas adicionais, o défice de 2013 andará pelos 5,75% do PIB. É preciso
transferências sociais. Mas a escala deste esforço é tão grande que um fazer mais, alerta o Fundo.
Lourenço Bray
Director da MYBRAND INTELLIGENCE UNIT
O SEGREDO
DA LONGEVIDADE
Q ue segredo está por trás das marcas que sobrevivem
no muito longo prazo? O Japão é um dos países do
mundo com marcas mais antigas. Um levantamento
identificou que o Japão tem mais de 20 mil marcas
com mais de 100 anos e oito têm mais de 1000 anos,
num universo de quase dois milhões de empresas. Criadas bem antes
da revolução industrial, na grande maioria são retalhistas ou pequenos
É certo que nem todas as marcas têm o objectivo de sobreviver
muito tempo, existindo uma diferença entre a “empresa” e as suas
marcas. O portefólio pode ser gerido de forma a ter a marca certa para
momentos específicos no tempo. Contudo, a maior parte das empresas
gostaria bastante de manter a mesma marca e torná-la cada vez mais
forte, premiando a capacidade de sobrevivência nos competitivos e
voláteis mercados de hoje. Mesmo marcas em mercados tão voláteis
negócios familiares. Uma das características que parece explicar a como tecnologia e software, como a Google ou a Apple, fazem da
longevidade destas empresas japonesas e das suas marcas é um estilo constante inovação um eixo fundamental do seu posicionamento. É
de gestão tradicional, familiar, focada nos funcionários e na excelência difícil pensar em “tradição” nestes mercados, mas talvez daqui a 50 anos
do serviço. O objectivo é fazer algo muito bem (o melhor) em vez de os consumidores possam ficar furiosos se Google alterar o algoritmo de
fazer algo mediano ou medíocre muitas vezes. Esta postura reflecte-se busca da Internet, o mesmo que já usavam há gerações.
numa reputação elevada, muito ligada aos conceitos de honra que tão Uma gestão focada na criação de brand equity e de reputação é
importantes são no Japão. No sector automóvel podemos ver na Ferrari essencial. Uma gestão focada nestes objectivos garante que o médio e
um posicionamento deste tipo. longo prazo está acima das pressões e exigências de curto prazo e pode
Em Portugal há exemplos de marcas centenárias, como as garantir um crescimento sustentado e seguro. Uma das principais
marcas de vinho do Porto, criadas nos séculos XVII e XVIII, marcas pressões de curto prazo das empresas de hoje em dia está nos
de estabelecimentos como o café Martinho da Arcada (1782) ou o accionistas. Ingvar Kamprad, fundador da IKEA, referiu diversas vezes
restaurante Tavares (1823) e marcas como a Vista Alegre, criada em 1824. que o segredo do sucesso da IKEA era ser controlada familiarmente e
Sobreviveram até hoje porque primaram por uma reputação assente na que, caso fosse detida por accionistas anónimos, teria acabado em 73,
excelência e por posicionamentos únicos e muito diferenciadores, não na crise do petróleo e em plena explosão de inflação, quando decidiu
enveredando pela massificação (em muitos casos, impossível até). manter os preços fixos e sacrificar os lucros daquele ano, em prol do
O que há em comum com todas estas marcas é a ideia de que os brand equity e da reputação da sua marca.
seus produtos são únicos e, como tal, as marcas conseguem brand equity Para poder transformar o brand equity numa ferramenta de gestão
muito elevados junto dos seus consumidores. Como sobreviveram é necessário monitorizá-lo de forma rigorosa e consistente, tendo
durante muito tempo, a própria associação de antiguidade e tradição bem presente que a performance financeira de uma empresa é bem
que estas marcas geram é um ponto forte, impossível de copiar por distinta da sua performance enquanto fornecedora de produtos e
novos concorrentes. Existem também marcas massificadas capazes de serviços. Uma empresa pode durante algum tempo ter lucros e ter
criar este tipo de reputação. A Coca-Cola, pressionada por blind tests que consumidores insatisfeitos ou pouco envolvidos, bastando uma alteração
indicavam que a Pepsi era preferida, alterou a sua fórmula de produto. de condições de mercado para fechar portas. Por outro lado, uma marca
Os consumidores rejeitaram essa mudança e a Coca-Cola recuou para pode apresentar prejuízos devido a uma conjuntura difícil, mas ter
a fórmula antiga, a mesma forma que sempre consumiram, de geração consumidores cada vez mais dedicados à sua marca, à espera de tempos
em geração. melhores para a consumir.
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TERRA DE SORRISOS
À ESPERA
DO MUNDIAL 2010
“Moçambique está a
crescer acima das
expectativas”
B
ernardo Dramos esteve presente durante a Bolsa
de Turismo de Lisboa, no início do ano, e falou à
PRÉMIO sobre os projectos em desenvolvimento
em Moçambique. O que está a ser preparado para
o Mundial 2010, investimentos e atractivos turís-
ticos para captar mais visitantes a um país onde
as praias e o eco-turismo continuam a marcar
pontos…
Moçambique detém,
neste momento, uma das
melhores plataformas de
incentivos fiscais de África.
46 » PRÉMIO » Março 2010
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Internacional moçambique
TAÇA AFRICANA
DAS NAÇÕES ORANGE
ANGOLA 2010
África gostou
e os angolanos perceberam
que cumpríamos com
o prometido.
Veio o sorteio, que correu bem, com meia dúzia de percalços que – como
dizemos na nossa profissão – só nós é que percebemos terem existido. Co-
meçou o frenesim da preparação da abertura, os problemas de transportes,
de vistos, de seguros de saúde, de alojamentos, de alimentações, de serviços
de terceiros – e foram muitos os que contratámos em Angola -, a aquisição
da fibra óptica e os geradores de suporte à boa execução dos projectos, enfim,
tanta e tanta coisa que ia surgindo no dia-a-dia e que eu ia conhecendo a espa-
ços, pois as equipas pouparam-me a muito.
A abertura foi – peço desculpa pela vaidade – muito bonita. Integraram-
-se os valores culturais e civilizacionais que o Ministério da Cultura entendeu
relevantes com as tecnologias e sistemas de exibição que a nossa equipa de
trabalho pensou e construiu e, repito, África gostou e os angolanos percebe-
ram que cumpríamos o prometido.
Começou, então, a aventura que levaria o Egipto à sua séptima consagra-
ção como campeão de África em futebol. Angola, tal como se previra, lutou
com galhardia e o jogo que perdeu com o Gana soube a pouco. Estivesse
Manucho mais inspirado e a história seria contada de outra forma.
Mas os angolanos não desarmaram e a presença nos estádios, o apoio
às selecções que ainda estavam em prova, o respeito por Suas Excelências o
Ministro da Juventude e Desportos e a Ministra da Cultura ganhavam outra
dimensão, mesmo por parte de quem os quis criticar antes de tempo.
A última prova estava prestes a acontecer. Se tudo corresse bem as au-
toridades angolanas veriam que o que fazemos é com seriedade e Angola
ficaria com uma imagem muito positiva aos olhos do Mundo a que a força
das televisões leva as imagens. E, uma vez mais, as equipas que no terreno
montaram a operação – entre os dois ministérios e a Cunha Vaz & Associa-
dos e seus parceiros (Puromix, Realizar e C&C) – mostraram o nível a que se
pode actuar. Angola mostrou que é capaz e criou uma imagem de qualidade
que é definitivamente outro padrão na história da competição.
Não posso nem seria justo terminar este texto sem um sentido agrade-
cimento a todas as autoridades angolanas que connosco colaboraram e ao
nosso Colega e Amigo Carlos Garcia. Sem o Carlos e toda a sua intervenção
junto de todos e cada um dos interlocutores nada teria sido possível.
Quanto ao resto, as imagens falam por si.
Ângelo Ramalho
Presidente da Alstom Portugal
MOBILIDADE
N
o ano 2000, o tráfego na ponte 25 de Abril continuou rapidamente a posição relativa que ocuparam até ao final dos anos 80.
a crescer, apesar do comboio na ponte ter entrado em Na Europa, a Alta Velocidade Ferroviária permitiu o aparecimento
serviço um ano antes, da ponte Vasco da Gama ter de um novo perfil de utilizador: passageiro frequente de longa distância.
entrado em serviço dois anos antes e de estar a exceder Nos países onde a AVF existe é agora possível trabalhar numa região e
todas as expectativas iniciais de tráfego. Afinal, que viver noutra! Resulta daqui evidente melhoria da qualidade de vida das
fenómeno ou fenómenos se passam? Um é de diagnóstico imediato: pessoas e consequente mudança das tendências urbanas e económicas.
mesmo existindo transporte público a intermodalidade entre meios de O exemplo está já aqui ao lado. O corredor Madrid-Sevilha (471km em 2h
transporte não existe, logo os meios de transporte públicos tornam-se 30m de viagem) serve 7,7 milhões de pessoas, passando por Cuidad Real
inconvenientes porque desconfortáveis em sentido lato. E se há reforço e Córdoba. Este corredor movimenta cerca de 6 milhões de passageiros
da opção rodoviária a escolha do meio de transporte individual torna-se por ano. Cuidad Real, uma localidade a cerca de 170 Km de Madrid
evidente. Como as cidades não comportam os incrementos de fluxo insignificante até ao aparecimento do AVE, Alta velocidade Espanhola,
rodoviário, os congestionamentos de tráfego são permanentes e os tornou-se num novo “dormitório” de Madrid, numa cidade nova, bem
engarrafamentos não são apenas desastrosos para os nervos, custam caro planeada urbanisticamente, onde se pode viver com qualidade “ao lado” do
à produtividade Europeia, ainda mais em Portugal onde a produtividade local em que se trabalha.
(valor acrescentado) é baixa. Estima-se que na União Europeia os custos de Como comparação, o caso português da actual ligação Lisboa-Porto no
congestionamento de tráfego rodoviário representem 0,5% do PIB. serviço mais rápido disponibilizado pela CP: o Alfa Pendular. A dimensão
Consideremos três áreas metropolitanas da península, as que nos são populacional é idêntica, cerca de 7 milhões de pessoas, a distância de 300
mais próximas: Lisboa, Porto e Vigo. A mobilidade “interna” deste eixo km é significativamente mais curta. A CP oferece o melhor tempo de
oeste/atlântico Lisboa - Porto - Vigo, é especialmente baixa quantitativa deslocação em 2h 35m; mas sem qualquer garantia ao utente. Os atrasos
e qualitativamente, sobretudo quando nos estamos a referir a uma área são frequentes e às vezes significativos, não porque o Alfa Pendular
relativamente pequena (uma faixa de 450x50 Kms) mas que é uma não seja um comboio excelente, mas porque não há via disponível para
das zonas mais densamente habitadas da Europa, com cerca de oito este circular nos tempos requeridos; a via está saturada e os comboios
milhões de pessoas. Hoje, são necessárias sete horas para ser percorrida não se ultrapassam uns aos outros! E o fluxo entre as duas cidades no
longitudinalmente, utilizando meio(s) de transporte público! Assim, Alfa-Pendular é de apenas 1,2 milhões de passageiros ano, que compara
não é possível que estas áreas metropolitanas actuem entre si, de forma com 6 milhões do AVE Madrid-Sevilha!!! Os números são elucidativos e
colaborativa, potenciando o desenvolvimento desta região. suportam a óbvia conclusão que se pode tirar.
No respeitante estritamente ao caso português, trata-se mesmo de Os projectos estruturantes, nomeadamente os ferroviários, grandes
uma questão de coesão territorial, uma vez que, dentro em pouco, Vigo e ou pequenos, são sempre projectos de ciclo longo, desde as suas fases de
Madrid estarão ligados em Alta Velocidade Ferroviária. Quando falo em desenvolvimento e planeamento, passando pela alocação de recursos e,
coesão territorial, falo particularmente em igualdade de oportunidades naquilo que é mais visível, a sua implementação. São de capital intensivo e
entre as regiões norte e sul do país: Lisboa tornou-se uma região auto- de financiamento sempre alavancado pelos estados promotores, qualquer
suficiente com níveis de rendimentos próximos da média europeia, a que seja o modelo em qualquer parte do mundo. Como tal, não são
região do Porto, e do Norte, tornaram-se das mais pobres do país, da compressíveis em ciclos eleitorais. É no respeito pelos seus principais
Península e da Europa, deprimida e fechada sobre si própria porque ferida beneficiários, indubitavelmente as gerações futuras, que se requerem
no seu orgulho, com dificuldade em encontrar soluções para desenvolver processos de decisão maturados, e que todas as partes envolvidas
o seu network, as suas ligações potenciadoras de desenvolvimento assumam o seu posicionamento de forma coerente, transparente e que os
económico e consequente desenvolvimento social, no mínimo recuperar processos, uma vez consolidados, sejam consequentes.
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O DESAFIO DE UMA
MISSÃO COM MEIO
MILHAR DE ANOS
A UMP, ou União das Misericórdias Portuguesas, agrega um conjunto
de 392 Misericórdias em Portugal, uma estrutura cuja missão é a ajuda
a terceiros e com assumidos objectivos altruístas.
Por Vítor Norinha
Negócios possíveis
A Turicórdia foi uma iniciativa do Padre Vítor
Milícias dentro da UMP e que Manuel Lemos
tem mantido e incentivado. O actual presidente
diz que o projecto ligado ao lazer e turismo é
um sucesso e, na verdade, a área Assistencial
tem massa crítica para criar um modelo de lazer
e turismo vocacionado para a população sénior.
Na prática, o lazer faz parte das suas obrigações
e serviços e a criação de uma estrutura própria
pode significar agilidade na pesquisa de rotas,
itinerários, hotéis, soluções e respostas. Ate há
pouco tempo, estavam envolvidas 15 Misericór-
dias na promoção do turismo local, sendo que
não sairemos
ras, mas sim dar resposta a programa turístico
e que sem colocar em causa a sustentabilidade
das Santas Casas, beneficiem idosos e jovens
que usufruem de respostas sociais.
da crise”
Os activos imobiliários das várias Miseri-
córdias poderão servir de suporte a este negó-
cio, que pode ser entendida na vertente social
para os utentes das instituições e que poderá
ter uma valência lucrativa para outros eventu-
ais interessados. As Misericórdias começaram por ser
Conjugado com este negócio promissor es-
tão outras actividades, como a área de seguros necessárias e hoje são imprescindíveis porque
onde a Securicórdia presta, há 25 anos, soluções
neste nicho de mercado. As Misericórdias têm
são ágeis e flexíveis e têm valores. É desta forma
tido protocolos interessantes com a banca, o que
tem, na prática, tornado desnecessário o envol-
que Manuel Lemos, presidente da União das
vimento neste tipo de projectos. Manuel Lemos Misericórdias Portuguesas (UMP), antevê o
refere, na entrevista, que nas Misericórdias as
coisas acontecem devagar e “saem de baixo para futuro desta organização com quase 500 anos.
Cont. pág. 62
58 » PRÉMIO » Março 2010
Em que áreas está a União das Misericórdias mais activa e de que forma as
várias Misericórdias são sensíveis às propostas da UMP?
As nossas áreas core são: as Respostas Sociais (a vulgarmente designada área
de Assistência Solidária), a Saúde e o Património Cultural. Considero que
a sensibilidade das Misericórdias às propostas da UMP é muito positiva e
aumenta todos os dias, porque procuramos responder às suas necessidades.
Não actuamos de cima para baixo, mas sempre de baixo para cima, isto é,
conversamos com as Misericórdias antes de lançar as propostas para que es-
tas se adequem ao que as Misericórdias pretendem.
Que ligação tem a UMP com congéneres nos países de expressão portu-
guesa?
Fazemos parte da C.I.M. (Confederação Internacional das Misericórdias), a
que me honro de presidir e que é um importante espaço de dialogo universal.
A
mais, têm hoje clara consciência disso. Da União Europeia a Davos, de Barak
actuação das Misericórdias centra-se no sector social, com Obama a Durão Barroso, todos apostam no Sector Social para sair da crise.
destaque para a saúde. A crise económica acentuou a neces-
sidade de ajuda às famílias e de respostas rápidas. Mas, Ma- Como estão as Misericórdias a reagir ao aumento da procura de serviços
nuel Lemos, presidente da UMP, frisa nesta entrevista que por carenciados, alguns dos quais nunca necessitaram de ajuda alimentar,
as Misericórdias não se querem substituir ao Estado. Cada médica e outras?
um tem o seu papel, sublinhou. O gestor é crítico em algumas situações, caso O melhor que podem! Mas, não queremos substituirmo-nos ao Estado.
da aplicação correcta do princípio da complementaridade para a vertente da Quando não havia Estado era uma coisa! Agora felizmente as responsabi-
Saúde, ou ainda nos atrasos ao nível das comparticipações nos cuidados con- lidades pertencem em primeiro lugar ao Estado, de acordo com o quadro
tinuados. Manuel Lemos defende uma organização virada para o futuro. O constitucional. Somos complementares e sentimo-nos bem assim.
turismo sénior é uma vertente que a Turicórdia, lançada por Vítor Melícias, e
que Manuel Lemos diz ter resultados surpreendentes, ou ainda a exploração Considera que há bolsas de pobreza sérias em algumas regiões do país? E
do potencial das energias renováveis, para além do caso dos serviços partilha- em que classes e faixas etárias é mais nítido?
dos, cujo melhor exemplo é a associação de algumas Misericórdias ao SUCH. Existe a pobreza tradicional muito ligada ao envelhecimento, no Portugal in-
O rico património de muitas das quase 400 Misericórdias existentes levou o terior, e cada vez mais uma nova pobreza, mais urbana e jovem, no litoral.
presidente da União a defender a ideia de um Museu Nacional Virtual.
As Misericórdias estão a sofrer com a perda de utentes nas creches, jardins
O que é hoje o conjunto das Misericórdias em números, em valores movimen-
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Sociedade entrevista
A vertente de saúde lucrativa está a ser devidamente explorada pelas cima”, ou seja, as grandes orientações não são propostas e muito menos impos-
Misericórdias? tas, mas discutidas entre as Misericórdias e, em caso de consenso, são lançados
Não. As Misericórdias não olham para a Saúde como um negócio. “As- os projectos. Trata-se da “democratização” da actividade social.
sistir aos Enfermos” é uma Obra de Misericórdia e é nesse plano que as Mas têm surgido ideias mais arrojadas, como foi a entrada no negócio
Misericórdias se movem. Os portugueses percebem isso bem. das energias alternativas. Manuel Lemos confirmou que continua à espera
de ter o mesmo tratamento que a Parque Escolar para entrar na energia foto-
Existe o eventual problema de incompatibilidade entre a missão das voltaica, afastando o modelo dos painéis solares por serem uma solução ultra-
Misericórdias e a actividade do negócio lucrativo? passada. Na prática, aquilo que se pretende é usar o espaço e a localização e a
As Misericórdias, enquanto Instituições de Economia Social, não visam diversificação geográfica das várias estruturas para as colocar na produção de
lucro. O lucro é a remuneração de capitais. Ora, as Misericórdias não têm energia limpa que seria revendida à incumbente nacional, reduzindo desta
capital, o que têm é Fundo Social. Mas, as Misericórdias devem, em nome forma os custos energéticos das estruturas. São ideias que vão surgindo entre
da sua sustentabilidade ao longo dos séculos, perseguir o objectivo de ob- as Misericórdias.
ter resultados positivos da actividade. O aproveitamento do espólio cultural e religioso que várias Misericórdias
possuem é algo que tem passado pela discussão dentro da União. Manuel
Existe algum projecto para o lançamento de empresas para serviços Lemos duvida da capacidade desse património se transformar num activo
partilhados entre as Misericórdias, caso de área de contabilidade, sof- capaz de gerar um novo negócio. Frisa que o património é de cada uma das
tware, viagens, frota e gestão automóvel e outras? Misericórdias, que vão cuidando dele e tem vindo dentro da UMP a criar algo
Ainda não. Mas como sabe os hospitais estão já a desenvolver esse caminho que parece exequível e que não é mais do que um Museu Virtual com esse
através do SUCH, e muitas Misericórdias são também associadas do SUCH. património e que estaria acessível a todos, sem deixar de ser património de
cada uma das Santa Casas. É uma solução para algo que está muito disperso
A suspensão do Código Contributo foi um alívio para as Misericórdias e que envolve grandes custos de manutenção.
em termos de taxa social única? Por último, a entrada na agro-indústria tem sido tentada por várias
Não coloco o problema nesses termos. As Misericórdias tinham alcançado Misericórdias, aproveitando especialidades locais e, muitas vezes, ligadas a
um acordo prévio com o Governo que consideraram justo. produções reduzidas e familiares. Um exemplo recente é a Misericórdia de
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O sistema flexível AeTM oferece aos utilizadores corporate disponibilidade para fazer reservas aéreas, de carros e de hotéis,
simultaneamente integradas nos sistemas ferroviários e nas companhias low cost. Garante ainda que os viajantes têm um vasto
numero de opções e acesso às melhores tarifas de viagens disponíveis.
A
necessidade de transferência de novas competências para eleitos do poder local.
as Autarquias e o envolvimento local no investimento pú- Sob o tema geral “Investir nas Pessoas, Desenvolver Portugal”, o XVIII
blico indispensável ao desenvolvimento de Portugal são Congresso da ANMP foi a maior reunião magna de sempre, com mais de
duas das propostas apresentadas pelo presidente Fernan- oito centenas de congressistas em representação de 281 Municípios,
do Ruas, na abertura do XVIII Congresso da ANMP. Fernando Ruas foi reeleito como presidente do Conselho Directivo
A revisão da Lei das Finanças Locais deve orientar-se no sentido do da associação.
desenvolvimento mais equilibrado do todo nacional, avança Fernando Mário de Almeida, presidente do Congresso, e Vitor Borrego, presi-
Ruas, acrescentando que a nova legislação sobre Atribuições e Competên- dente do Conselho Fiscal, integram também a cúpula dos novos orgãos
cias deverá abordar a questão da inelegibilidades e incompatibilidades dos sociais da ANMP.
I CONGRESSO
INTERNACIONAL EM LISBOA
Lisboa foi a cidade escolhida para acolher o I Congresso Internacional de
Advogados de Língua Portuguesa, nos próximos dias 22, 23 e 24 de Março.
A
União dos Advogados de Língua Portuguesa (UALP) vai “As Prerrogativas dos Advogados como Garantias dos Cidadãos”, “O Si-
realizar em Lisboa, nos próximos dias 22, 23 e 24 de Março, gilo Profissional do Advogado” e “A Inscrição Obrigatória” são os temas das
o I Congresso Internacional de Advogados de Língua Por- três sessões plenárias.
tuguesa, sob o lema “Os Desafios da Advocacia de Língua A Comissão de Honra do Congresso é presidida pelo Presidente da Re-
Portuguesa no Mundo Sem Fronteiras”. A UALP integra pública português, da qual fazem parte os Chefes de Estado dos oito países
as Ordens dos Advogados de Angola, do Brasil, de Cabo Verde, da Guiné- que integram a UALP e os antigos presidentes desta Associação. A Comis-
-Bissau, de Moçambique, de Portugal e de São Tomé e Príncipe, bem como são Organizadora é composta pelos Bastonários das Ordens dos Advogados
a Associação dos Advogados de Macau. de Angola, do Brasil, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Moçambique, de
O encontro vai reunir várias centenas de advogados provenientes dos Portugal e de São Tomé e Príncipe, bem como pelo Presidente da Associa-
oito países de expressão oficial portuguesa, e ainda do território de Macau, ção dos Advogados de Macau. São também convidados os presidentes dos
que irão debater um amplo leque de temas relativos ao papel do Advogado e Tribunais Supremos dos países representados na UALP e dos respectivos
ao funcionamento dos sistemas de Justiça nesses países. procuradores-gerais.
“O mercado internacional
da advocacia lusófona já existe”
O Dr. Agostinho Miranda está directamente envolvido na organização mum são os veículos que permitiram a internacionalização dos escritó-
do 1.º Congresso Internacional dos Advogados de Língua Portuguesa, rios no interior do espaço lusófono. Não são só escritórios portugueses
que se realiza em Lisboa de 22 a 24 de Março. Que objectivos tem este que estabelecem parcerias com escritórios angolanos; o inverso tam-
evento e que vantagens traz a sua realização? bém está, felizmente, a acontecer. De facto, esse movimento de inter-
O objectivo do Congresso consiste em colocar os advogados da Luso- nacionalização intra-lusófono começou com os escritórios brasileiros
fonia a partilhar experiências e a discutir um conjunto de questões re- que se instalaram em Portugal nos anos 80.
lativas ao seu papel na administração da Justiça dos respectivos países.
É a primeira vez que os advogados dos oito países de expressão portu- Acredita que poderá vir a existir um verdadeiro mercado internacional
guesa se reúnem em Congresso, unidos pelo desejo de dignificação da de advocacia em língua portuguesa?
profissão, em particular, e da Justiça em geral. O mercado internacional da advocacia lusófona já existe e vai continuar
a crescer. Basta dizer, por exemplo, que três sociedades portuguesas
Para além dessas vantagens, que se poderiam classificar como genéri- não hesitaram em deslocar os seus colaboradores para um país tão
cas, julga que este Congresso pode também trazer vantagens práticas e longínquo quanto Timor-Leste. Isto é um sinal de grande vitalidade da
concretas aos advogados que nele participarem? advocacia portuguesa.
Estou certo de que após o Congresso nos conheceremos melhor e ve-
remos mais claramente aquilo que nos une. Em certos casos haverá Há quanto tempo e como surgiu a UALP?
Foto Enéas Bispo
certamente lugar para o estabelecimento de relações de colaboração, A UALP foi constituída a 13 de Maio de 2002, sendo seus membros
e até de parcerias, entre advogados e escritórios de diferentes países. as Ordens dos Advogados de todos os países de expressão portuguesa,
com excepção de Timor-Leste (por ainda não ter sido formada a respec-
Algumas firmas portuguesas estão já implantadas tiva Ordem), e inclui também a Região de Macau. A UALP representa,
nos mercados dos vários países de língua por- assim, cerca de 600.000 advogados.
tuguesa. Pode dizer-se que a língua constituiu
neste caso um vector de internacionalização? Quantas pessoas são esperadas neste congresso?
A língua e, com ela, o património jurídico co- Entre congressistas e convidados, são esperados 300 a 500 participantes.
fundador da Miranda Correia Amendoeira São Francisco. Durante cerca de seis anos áreas da exploração petrolífera, mineira,
& Associados. Licenciado pela Faculdade de trabalhou na “Gulf Oil Corporation” e na banca, construção civil, pescas, etc. Mais
Direito da Universidade de Coimbra (1974), “Chevron Overseas Petroleum Inc.”, nos recentemente tem representado diversas
concluiu uma pós-graduação em Direito Estados Unidos. Em ambas as empresas empresas multinacionais em processos
Comparado pelo “Institute for International foi responsável pelos aspectos legais arbitrais realizados em Portugal, Brasil e
and Comparative Law”, Dallas, Texas. das suas operações em Angola, Zaire vários países africanos. É ainda consultor
Inscrito na Ordem dos Advogados desde (presentemente República Democrática do do World Bank, do USAID, da OPIC e de
1978. Congo), Gabão e Brasil. outras organizações internacionais. Desde
Após a conclusão da licenciatura em Desde 1987, Agostinho Miranda tem 2004 é membro da Comissão Executiva da
Direito, regressou a Angola para leccionar vindo a prestar assessoria jurídica e “Câmara de Comércio e Indústria Portugal-
Direito Comercial na Faculdade de fiscal a diversas empresas nacionais Angola”.
ORÇAMENTO DE ESTADO
EM ANÁLISE
68 » PRÉMIO » Março 2010
da nossa economia”
O director do FAE é de opinião que o maior desafio do Governo
é revitalizar a Economia, retomando a criação de emprego
e viabilizando maior parte do tecido empresarial.
Nesta primeira fase pós-recessão, qual o maior desafio do duas dimensões que importam cuidar em simultâneo. Uma,
Governo em 2010? mais imediata, mais urgente, mas também menos estrutural,
O maior desafio do Governo é o mesmo dos últimos anos: re- e que é o combate ao défice para não entrarmos em colapso.
vitalizar a Economia, de forma a retomar a criação de emprego Outra, mais de fundo, mais estrutural, que é a revitalização
e viabilizar maior parte do nosso tecido empresarial. da Economia. Temos um doente cardíaco e com febre. Temos
que tratar de ambas as coisas: da febre, no imediato, e do pro-
Como gestor, de que lado da barricada está na apreciação blema cardíaco de forma continuada.
da proposta de Orçamento de Estado para 2010 – do lado
expansionista, dos que garantem que os incentivos à eco- A redução do défice de 9,3% do PIB para valores abaixo dos
nomia não podem ser retirados, para evitar uma nova re- 3,0%, em quatro anos, é possível?
cessão? Ou do lado dos que defendem que a prioridades é Parece-me muito ambicioso tendo em conta o nosso fraco
combater o défice a dívida pública? track-record e a pouca profundidade das medidas inscritas no
Como gestor, acredito que não existem duas barricadas, mas plano.
(antigo presidente Franco (presi- Nuno Caldeira da Dourado se Coopers Este orçamento deverá ser
da Comissão dente), Fernando Silva (presiden- (presidente), (presidente, visto como o primeiro passo
Europeia) e Mário Faria de Oliveira, te), José António Gracinda Raposo representada por (embora curto) num plano de
Soares (antigo António de Sousa Arez Romão e Eduardo Costa César Gonçalves), ajuste a médio prazo. Nesse
Presidente da Gomes, Jorge (vice-presidente) (vice-presidentes), Mário Quina, Elsa contexto talvez seja o orçamen-
República) Jardim Gonçalves, e Margarida Sá Paulo José Roncon Santos to possível.
Artur Santos Silva, Costa (secretária) Ferreira Morgado, (vogais) e João Não é realista uma redução
Membros natos João Salgueiro, Paulo Carmona, António de Sousa brusca do deficit sem afectar
Luís Filipe de Francisco Murtei- Comissão de Ad- Pedro Carmo Uva (suplente) ainda mais o já débil cres-
Moura Vicente, ra Nabo, Eduardo missão e Disciplina Costa e Gilberto cimento da economia (em
João Bártolo, Rui Catroga, Vítor Tristão da Cunha Jordan (vogais) especial no contexto inter-
Leão Martinho e Martins, Carlos de (presidente), Vic- nacional actual). É um jogo
Vera Pires Coelho Melo Ribeiro, Ma- tor Pereira Dias, de equilíbrio entre manter os
nuel Ferreira de Luís Redondo estímulos à economia à custa
Oliveira e Estela Lopes, Manuel de um deficit elevado e cortar
Barbot Alves Monteiro e despesas de forma a permitir
Noronha Lopes o equilíbrio sustentável das
(vogais)
contas públicas (satisfazendo os Dr. Paulo Carmona, director-geral Dr. António Ramalho, mas não sei se estes 3 C’s serão
critérios das agências de rating e da Executive Digest CEO da Unicre suficientes para inverter a tendência
evitando um aumento do custo da É um orçamento no caminho certo O Orçamento 201O é um Orça- do último ano, que criou um círculo
dívida). Tudo isto mantendo o país e com a liberdade que nos dão mento em 3 C’s. vicioso em 3 D’s: Mais Despesa,
fiscalmente competitivo face aos os mercados financeiros. Pode-se É um Orçamento de contenção - Mais Deficit e Mais Dívida. Seria
nossos congéneres. argumentar que o esforço é maior - congelando despesa política, ainda mais sério se resistisse à
Acho que o orçamento consegue ou menor mas é visível a seriedade nomeadamente salários e despesa demagogia americanizada do
equilibrar vários destes objectivos com que é feito. Ao adiar para 2011 social. É um Orçamento de conti- anti-banca tão dispensável como
conflituantes. Possivelmente irá algum do importante ajustamento nuidade, mantendo os estímulos inadequada.
pecar, em particular no que toca ao necessário, aposta num maior às empresas e ao emprego e, desta
mercado e às agências de rating, por crescimento do PIB nesse ano que forma, mantendo um elevado deficit.
ser um ajuste demasiado pequeno e alivie os custos sociais do com- E é um Orçamento de confiança,
não atacar deficiências estruturais. bate ao défice, mas comporta os porque acredita num crescimento
Embora esta não seja a melhor riscos de uma maior dificuldade de induzido por estímulos públicos
altura para grandes ajustes e correc- promover atitudes mais duras se o dado o pouco estímulo ao consu-
ções estruturais, seria importante ciclo politico trouxer instabilidade. mo privado e a queda do consumo
desde já anunciar ao mercado qual público.
o plano (e as medidas) que permiti- Pessoalmente, e tanto quanto me
rão atingir o equilíbrio orçamental a foi dado perceber estamos perante
médio prazo. um exercício orçamental sério,
CONFERÊNCIAS DO PALÁCIO
O MUNDO NO PORTO
Os embaixadores de Espanha, Reino Unido, EUA, Brasil, Rússia e Israel
traçaram o presente e o futuro das relações económicas, políticas e sociais
das nações num cenário de globalização.
A
s Conferências do Palácio 2009, uma iniciativa da Cunha Navarra acabou ainda por abordar outra questão não menos pertinente.
Vaz & Associados e da Associação Comercial do Porto, trou- “Não entendo como a gasolina pode ser tão cara em Portugal”, rematou no
xeram ao Palácio da Bolsa os líderes diplomáticos das princi- Palácio da Bolsa.
pais potências mundiais. “A Nova Ordem Mundial” foi o tema escolhido por Alexander Wykeham
Mais de 600 empresários, gestores, políticos, advoga- Ellis, embaixador do Reino Unido. O líder da embaixada britânica em Lisboa,
dos, líderes autárquicos e jornalistas tiveram a oportunidade de escutar as fluente em português, abriu a segunda conferência afirmando que “vai ser
ideias de futuro, nos campos económico, político e social, que os embai- complicado desfazer a Globalização”, mesmo apesar da crise económica que
xadores de Espanha, Reino Unido, EUA, Brasil, Rússia e Israel deixaram alastra a todo o mundo.
na cidade Invicta. O diplomata destacou a importância que as alterações climáticas vão ter
Alberto Navarro, embaixador de Espanha em Portugal, estreou o debate no séc. XXI. “A temperatura média de Portugal vai subir cinco graus centígra-
com a exortação do modelo de regionalização espanhol, uma decisão “muito dos. O vosso clima será idêntico ao do sul de Marrocos e a indústria de Vinho
positiva para o país”. Além disso, o diplomata sublinhou a importância que o do Porto terá de sofrer uma transformação”, referiu Wykeham Ellis.
TGV teve para Espanha. Sobre o seu país, o embaixador do Reino Unido explicou que “não será
“Portugal não deve perder a oportunidade do TGV. Ele mudou as cidades trágico ver o Reino Unido descer do quinto para o décimo lugar das maiores
de Espanha por onde passa e, por isso, continuamos a investir naquela que é economias mundiais. Será o século da incerteza”.
uma das maiores redes do mundo de comboios rápidos”, sublinhou o embai- A inteligência humana em oposição à força militar, o crescente apoio ao
xador de Espanha. desenvolvimento dos países mais necessitados e a manutenção da libra en-
Ehud Gol e Alberto Navarro com o anfitrião, Rui Moreira. presidente da Associação Comercial do Porto
Pavel Petrovskiy, Thomas Stephenson e Wykeham Ellis foram alguns dos embaixadores convidados para as Conferências do Palácio 2009
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“É surpreendente
a diferença que se pode
fazer com os medicamentos”
T
em no currículo cerca de 30 patentes na área da indústria Para este austríaco de 53 anos, que esteve em Lisboa para participar numa
farmacêutica e a participação na descoberta do Tamiflu. En- conferência sobre o HIV/Sida, todas as doenças virais têm cura, embora
trou para a Gilead, uma farmacêutica especializada em tra- por vezes o milagre farmacêutico possa demorar anos a concretizar-se.
tamentos anti-virais, em 1990, onde exerce actualmente as
funções de vice-presidente executivo e de director-geral do Entrou na Gilead em 1990, depois de passar pela Genentech. O que é que
Departamento Científico. A Gilead tem em curso um ambicioso progra- mudou na farmacêutica desde essa altura?
ma de combate ao HIV/Sida em 130 países menos desenvolvidos, incluin- Quando entrei na empresa éramos cerca de trinta pessoas, a maioria
do todos os de África, a quem fornece os medicamentos a preço de custo das quais cientistas. Agora temos quatro mil colaboradores e escritórios
e sem qualquer tipo de lucro. no mundo inteiro. Somos, por capitalização, a segunda maior empresa
Gilead
Quais são os maiores desafios da indústria farmacêutica na área dos anti-
PORTUGAL ABAIXO
-virais? DA EUROPA
A área em que nos estamos a focalizar actualmente é a da hepatite C, que O NÚMERO de novas infecções por HIV recuou 17% nos
era tratada com o Interferon, um medicamento mal tolerado. Outra área últimos oito anos devido, parcialmente, às campanhas de
é a hepatite B. Esta é uma doença que pode ser curada. Também há um prevenção, de acordo com o último Relatório Global sobre
número de outras doenças que as pessoas suspeitam que são causadas a Epidemia de SIDA da ONUSIDA, o Programa Conjunto
por vírus. Há poucos dias li que a apendicite é causada por um vírus, mas das Nações Unidas e da Organização Mundial da Saúde
isto ainda é muito especulativo. Ainda assim, os vírus desempenham um para HIV/Sida.
papel muito maior numa variedade de doenças que ainda não sabemos. Em 2008, havia cerca de 33,4 milhões de pessoas infecta-
Também há vários vírus que estão implicados em cancros. Os desafios das com o vírus HIV, das quais 15,7 milhões eram quais
são identificar as relações causais dos vírus numa determinada doença e mulheres e 2,1 milhões crianças, refere o relatório. O
identificar formas de interferir com agentes farmacêuticos. número de novos infectados subiu a 2,7 milhões e o total
de mortes em resultado do vírus somou dois milhões.
O total de infectados cresceu 20% face a 2000 e a taxa
NORBERT BISCHOFBERGER, 53 anos, tem no currículo cerca de de prevalência, a percentagem de portadores do vírus em
30 patentes e a participação na descoberta do Tamiflu. Este cientista relação à população é agora quase três vezes mais elevada
austríaco estudou Química na Universidade de Innsbruck, na Áustria, do que em 1990.
e obteve o doutoramento em 1983 na Eidgenossische Technische Em Portugal, a taxa de prevalência do HIV/Sida é de 0,5%
Hochschule, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Zurique, na na população entre os 15 e os 49 anos, um valor que fica
Suíça. Concluiu pós-graduações em Syntex (Palo Alto, Califórnia) e na 0,3 pontos acima da média europeia, sendo o país da
Universidade de Harvard (Cambridge, Massachussetts). Posteriormente Europa ocidental e central com mais notificações de HIV/
integrou o Departamento de Biologia Molecular da Genentech. Sida.
Em 1990 entrou para a Gilead, onde exerce actualmente as funções de Segundo a ONU, o aumento da percentagem de pessoas
vice-presidente executivo e de director-geral do Departamento Científico. infectadas que sobrevive resulta do impacto benéfico das
Além disso, Norbert Bischofberger é responsável por todas as actividades terapias anti-retrovirais. Desde Dezembro de 2008, cerca
de Investigação & Desenvolvimento da farmacêutica biotecnológica norte- de quatro milhões de habitantes de países subdesenvolvi-
-americana, presente em Portugal desde 1996. dos e em desenvolvimento estavam a receber tratamentos
anti-retrovirais. Um número dez vezes superior ao de 2003.
A cobertura dos tratamentos anti-retrovirais aumentou de
7%, em 2003, para 42%, em 2008, com especial incidência
na África oriental e austral. O relatório da ONU acrescenta
Enquanto investigador, qual é a sua posição perante os genéricos? que a rápida expansão do acesso à terapia anti-retroviral
É um bom sistema. Um cientista, quando faz uma descoberta, paten- está a ajudar a reduzir as taxas de mortalidade relacionadas
teia essa informação durante um período de tempo que, no caso dos com a Sida em vários países e regiões. Aparentemente, a
EUA, são 20 anos, mas, quando a patente expira, podem ser fabricados epidemia parece ter estabilizado na maioria das regiões
genéricos. É um sistema justo e positivo porque permite a essas farma- do globo, embora a prevalência continue a aumentar na
cêuticas produzir genéricos de forma muito barata, além de ajudar o Europa de leste e na Ásia central, devido ao grande número
sistema de saúde, e dizer às empresas inovadoras que têm de continuar de novos infectados com HIV. A região mais afectada
a inovar e não apenas ficarem sentadas e dizerem que já fizeram o seu continua a ser a África Subsariana, que esteve na origem de
trabalho. Isso aconteceu a muitas companhias. Quando as principais 71% dos novos casos registados em 2008.
patentes expiram, muitas vezes essas empresas têm de ser compradas De acordo com a ONU, o acesso aos tratamentos anti--
ou então desaparecem. Talvez esse seja o maior desafio para a indústria retrovirais nos países desenvolvidos teve um impacto ex-
farmacêutica, já que há um grande número de patentes a expirar. traordinário na taxa de mortalidade relacionada com o HIV.
Num estudo levado a cabo em 12 países desenvolvidos, o
Quantas patentes registadas tem? rácio de excesso de mortalidade entre pessoas que viviam
Pessoalmente tenho trinta. A empresa tem centenas. Mas nem todas as com o HIV e a população não infectada recuou 85% após a
patentes são válidas. Se um componente não passar os estádios clínicos e introdução de tratamentos com anti-
não for aprovado, a patente não serve de muito. Mas assim que se desco- -retrovirais altamente activos.
bre alguma coisa, faz-se o pedido de patente.
CENTROMARCA
N
uma altura em que as marcas próprias de distribuidor um máximo de valor para os consumidores”.
continuam a ganhar espaço nos lineares de supers e hi- Conforme refere a directora-geral da Centromarca, Beatriz Imperato-
permercados, representando já um terço do valor gasto ri, “o impacto económico das marcas ultrapassa a mera questão do empre-
pelos lares portugueses em fast moving consumer goods, go, da produção e das exportações. As empresas que produzem marcas
a Centromarca, Associação Portuguesa de Empresas originais inovam mais, contribuindo para um maior crescimento da eco-
de Produtos de Marca, lança uma “pedrada no charco”. Naquela que é nomia e do emprego”. E vai ainda mais longe ao lembrar que “as marcas
a primeira campanha publicitária de marcas de sempre, vem chamar a são o principal património da empresa e os alicerces do negócio. São fonte
atenção para o valor das marcas originais, aquelas que investigam, desen- de rendimento e de rendibilidade e a chave da prosperidade futura”. As
volvem e investem na inovação. marcas são razão pela qual “os consumidores escolhem uma empresa e
Um grito de alerta, num momento em que um conjunto de marcas não a concorrente e são elas que dão ao consumidor confiança e garantia,
corre o risco de desaparecer. E que faz tanto ou mais sentido quando é oferecendo escolha e relevância para a necessidade de cada um”, adianta
missão declarada e reconhecida da associação “criar para as marcas um Beatriz Imperatori.
ambiente de concorrência leal e intensa que encoraje a inovação e garanta A sensibilização dos consumidores para as marcas originais não será
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Marketing smart shopping
FREEPORT
A ZONA CHIQUE
Resultante da relocalização de algumas lojas já existentes e da entrada
de novas marcas de luxo, o Freeport de Alcochete apresenta agora um novo
espaço premium, exclusivo para marcas de prestígio internacional.
C
om um carácter inovador, o novo espaço valoriza a comodi- um público sofisticado que se desloca ao Freeport para fazer smart shop-
dade e coloca em evidência a sofisticação de marcas como ping. O espaço premium em Alcochete é uma estreia absoluta no sector
a Burberry, Carolina Herrera, Diesel, Gateone, Hugo Boss, dos outlets portugueses que até hoje não se focavam na atracção de con-
Purificacion Garcia, Spazio by Dolce&Gabbana e Versace, sumidores de marcas de luxo, limitando a sua estratégia ao factor preço.
que se encontram agora lado-a-lado na Avenida da Fonte, A aposta em marcas internacionais tem singrado e os objectivos são
de modo a facilitar as compras dos consumidores mais exigentes. comprovados pelas performances positivas e pela notoriedade que o es-
A inauguração deste espaço premium decorreu em simultâneo com paço tem vindo a ganhar junto dos consumidores, que, segundo um es-
a abertura das lojas da Gateone, Spazio by Dolce & Gabbana e Diesel. A tudo realizado pela Cushman & Wakefield, elegem o Freeport como a sua
área Premium reflecte o enfoque no bem-estar do consumidor e compro- principal escolha no sector dos outlets.
va a ambição do projecto que, em constante mutação, procura conquistar
No Freeport é possível
encontrar grandes marcas
com grandes preços todos os
dias do ano.
“SAÚDE DA
NOVA GERAÇÃO”
Algumas figuras públicas da nova geração são os embaixadores do “Saúde da
Nova Geração”. O projecto tem como objectivo alertar as gerações mais no-
vas para a saúde, prevenção e estilos de vida saudáveis.
S
aúde da Nova Geração” é o nome do novo projecto de solida- que diz respeito à prevenção e promoção de hábitos de vida saudáveis, e
riedade do grupo HPP Saúde, ao qual se associaram 13 jovens em parceria com o grupo HPP Saúde irão apoiar diferentes causas e pro-
talentos nacionais, de áreas tão distintas como a música, o tea- jectos de solidariedade na área da saúde.
tro, o desporto e a culinária, conhecidos do grande público. Ma- “Num momento de particular dinamismo do mercado de prestação
falda Arnauth, Miguel Arrobas, Tiago Bettencourt, Luísa Tender, Cláudia de cuidados da saúde em Portugal, o Grupo HPP aposta num projecto
Borges, José Avillez, Ana Guiomar, Cláudia Semedo, Pedro Cabral, Diogo inovador com o objectivo de desmistificar o cariz emocional de uma ins-
Gama, Sara Prata, Sofia Escobar e Carla Chambel são os jovens talentos tituição com as características de um hospital. Assim, no âmbito da estra-
que vão dar corpo a 13 projectos de responsabilidade social da HPP Saúde, tégia de responsabilidade social do grupo, nasceu a ideia de associar um
que, aliando serviços de qualidade a uma visão inovadora das unidades conjunto de jovens oriundos de várias áreas que partilham em comum o
hospitalares, pretende sensibilizar as novas gerações para a importância talento e a vontade de contribuir para a construção de uma sociedade mais
da “Educação para a Saúde”. saudável e participativa. A ideia surgiu da necessidade de criar um projec-
Os “Embaixadores da Saúde da Nova Geração” vão alertar as gerações to e iniciativas que se identificassem com o novo claim criado pela HPP
mais novas para questões relacionadas com a saúde, nomeadamente no Saúde, Health of the Generation”, explica Guilherme Victorino, director
Descanso
num cenário
único
Com todos os serviços e facilidades de um hotel premium, o Montebelo
Aguieira Lake Resort & Spa apresenta um novo conceito de turismo, lazer e
habitação em pleno leito do Mondego.
I
nserido na paisagem da Barragem da Aguieira, entre Viseu e paçosas villas. Para quem pretenda adquirir uma casa, este aldeamento
Coimbra, o Montebelo Aguieira Lake Resort & Spa é o lugar disponibiliza também uma oferta residencial, com uma arquitectura con-
ideal para passar um fim-de-semana ou desfrutar de férias cebida para viver em harmonia com a natureza.
em família, com amigos ou, simplesmente, para momentos No restaurante Montebelo Aguieira, os hóspedes podem deliciar-se
de relaxamento. Com uma albufeira de 2.000 hectares – um com a gastronomia e vinhos da região. Numa esplanada panorâmica é
deslumbrante espelho de água em pleno leito do Mondego- possível optar por uma refeição ligeira ou mais sofisticada. O menu é ba-
– o aldeamento turístico apresenta um novo conceito de seado em ingredientes tradicionais que remetem para o imaginário da
turismo, lazer e habitação. Desenvolvendo-se numa área de 35 hectares, cozinha caseira. A riqueza vitivinícola do Dão permite também degustar
engloba 152 tipologias que variam entre modernos apartamentos e es- vinhos de elevada qualidade.
UMA MARINA
FLUVIAL À DISPOSIÇÃO
DOS VISITANTES
Com uma localização geográfica privile-
giada e um enquadramento paisagístico
inspirador, a marina do Montebelo
Aguieira Lake Resort & Spa proporciona
condições para inúmeros momentos de
descontracção. Das práticas desportivas
mais exigentes a agradáveis passeios
turísticos, passando pelas mais diversas
actividades recreativas, os visitantes
mais radicais encontram aqui um amplo
espaço para desfrutar do seu tempo livre.
Os 400 postos de amarração fazem desta
marina fluvial um destino irrecusável para
os amantes da navegação a motor, à vela
e a remos, podendo estes contar com es-
truturas de qualidade e um atendimento
especializado. Para o visitante mais arrojado, o Montebelo Aguieira Lake Resort & Spa
disponibiliza uma marina com 400 postos de amarração
A CIDADE
QUE NUNCA
DORME
O
leque de ofertas é variado e quem visita a cidade
rapidamente se funde no seu espírito, mescla-se
nas suas culturas, respira a sua alma cosmopolita
e encanta-se com a diversidade artística que Nova
Iorque tem para oferecer.
Todas as alturas do ano são aconselháveis
para visitar Nova Iorque, com o clima bem defini-
do entre as estações do ano, atingindo no Inverno temperaturas negativas
e subindo em flecha para temperaturas bastante elevadas no Verão.
O cinema e a música estão repletos de alusões à cidade tornando-a
num lugar mítico e familiar mesmo para quem nunca a visitou. Come-
çando pelo símbolo dos Estados Unidos, a Estátua da Liberdade, oferecida
pela cidade francesa num gesto de amizade para com o país, situa-se na
entrada do Porto de Nova Iorque e é um ponto de referência e de visita
totalmente obrigatório nesta cidade. A sua imagem aparece nas telas de
cinema mais vezes do que as que se podem contar. Segue-se The Empire
Uma mescla de
sensações sente-se em
cada visita a Nova
Iorque.
Março 2010 » PRÉMIO » 95
Um exemplo de luxo
nova iorquino
A
poucos passos da 5ª Avenida, entre Park e Madison farcie de foie gras et caramélisée, tendo sido criados novos pratos para o Four
Avenue, situa-se o Four Seasons New York Hotel, Seasons New York com especialidades que se prendem com as estações.
um dos hotéis mais aprazíveis da cidade. O Four Um saboroso menu nocturno é oferecido aqueles que, por algum moti-
Seasons Hotel tem as suas portas abertas desde vo, não possam escolher da carta, sendo apresentadas pequenas porções
1993, tendo sofrido obras de melhoramento e re- cuidadosamente escolhidas, permitindo aos hóspedes criar a sua própria
abrindo novamente em Setembro de 2008. O ho- experiência Robuchon.
tel oferece 368 quartos, incluindo 63 suites, tendo Quatro grandes acácias compõem o ambiente do qual faz parte The
uma boa parte dos quartos terraços com vista directa para o Central Park Garden. Localizado no lobby elevado do hotel, é o sítio indicado para o
ou para a linha do horizonte da cidade. A decoração é suave e contempo- pequeno-almoço, o almoço ou o brunch aos fins-de-semana, sempre en-
rânea, pontuada a cada canto com peças de luxo importadas. Para que os volto por um murmurinho vibrante que caracteriza este local. É também
dias em Nova Iorque sejam perfeitos, o Four Seasons dispõe de várias neste hotel que se situa um dos destinos mais desejáveis para quem quer
formas para satisfazer os seus hóspedes, como por exemplo o seu Spa, descontrair depois do trabalho, O Bar, que recebe os seus clientes com
uma experiência onde se pode esquecer os dias atribulados com um me- luzes suaves e um vasto menu de Martinis. Mas as surpresas não ficam
recido tratamento de relaxamento, reavivando o espírito e estimulando as por aqui. No hotel também é possível desfrutar de um saboroso caviar
sensações. no Calvisius Caviar Lounge ou optar por desfrutar de uma refeição mais
É neste hotel que está situado o restaurante L’ Atelier de Joel Robu- intimista na privacidade dos quartos.
chon, onde o lendário chef Robuchon pratica a sua magia na confecção Saindo do hotel e já inspirados pela maravilhosa vista que dele se con-
de pratos de “cortar a respiração”. Elegante e sofisticado, o interior deste segue, estamos no Central Park considerado um oásis dentro da grande
restaurante está repleto de ricos detalhes em madeira clara, preto e verme- floresta de arranha-céus existente na cidade. É visitado anualmente por
lho lacado. A cozinha é aberta proporcionando aos hóspedes uma visão aproximadamente 25 milhões de pessoas, sendo o parque mais conhecido
sobre a mesma. No interior da cozinha o chef Robuchon foca-se na elevada do mundo. No Central Park o melhor é mesmo parar um bocadinho e
qualidade dos ingredientes, preparando-os com muita precisão e criativi- descansar num banco ou aproveitar para passear de charrete. As emoções
dade, no seu descontraído estilo francês que demonstra, no entanto, uma continuam e há ainda uma infinidade de coisas para ver, uma cidade toda
enorme afeição pela comida asiática. L’Atelier oferece a quem o visita uma para descobrir. A música não pára, continua a sussurrar no ouvido e no
atmosfera dinâmica e intimista em simultâneo. De entre os seus maravi- coração de quem sente esta cidade, desdobrando-se invariavelmente no
lhosos pratos destacam-se as especialidades pommes purée truffée e a caille mesmo verso: “ I want to be a part of it… New York, New York…”.
Super GTs
para toda a família
Se pensa que tem de encostar o seu Lamborghini ou o seu
Ferrari na box, só porque a família aumentou, está enganado.
Uma nova vaga de modelos combina atributos dos tradicionais
Gran Turismos com os das berlinas mais luxuosas, resolvendo os
problemas. Quatro lugares a bordo. Quanto a preços?
O que é que isso interessa para o caso.
ASTON MARTIN RAPIDE
A mítica marca britânica apresenta o Rapide como o mais ele- Motor: V12 6.0 litros
gante carro de sport de quatro portas do mundo e dotou-o de Potência máxima: 470 Cv/6000 rpm
todos os argumentos para enfrentar uma forte concorrência. Binário máximo: 600 Nm/5000 rpm
Apesar das quatro portas, o Rapide é esteticamente um Aceleração: 0-100 Km/h em 5,3 segundos
Aston Martin e respeita rigorosamente o DNA dos modelos Velocidade máxima: 303 Km/h
super-desportivos da marca. Tem como base a mesma
plataforma que equipa outros modelos da Aston
Martin, como o DB9, o Vantage ou o fabuloso
DBS. A caixa automática de 6 velocidades
Touchtronic pode também ser operada
manualmente através das
patilhas no volante.
AUDI RS6
A versão super-desportiva e mais potente da berlina
executiva A6 é, talvez, a mais convencional escolha destas Motor: Motor: V10 5.0 litros biturbo
páginas. Dotado de tracção integral permanente e prepa- Potência máxima: 580 Cv
rado na Quattro Gmbh, uma subsidiária da própria Audi, o Binário máximo: 650 Nm
RS6 é um colosso que resulta da incorporação de todas as Aceleração:
tecnologias da Audi. A caixa automática de seis velocidades 0-100 Km/h em 4,5 segundos
Tiptronic é ajustada à performance de um modelo que, a Velocidade máxima: 280 Km/h
pedido do cliente, pode ter a velocidade de ponta aumenta-
da em mais 30 Km/h, para 280 Km/h.
BMW 650i
O coupé da Série 6 é um espaçoso modelo que comporta quatro adultos envolvi-
dos por uma orquestra de tecnologia e luxo própria da marca bávara.
O topo de gama 650i dispõe do motor V8 de 4.9 litros com a potência puxada aos
367 Cv entregue nas rodas traseiras, em respeito pela tradição BMW. A caixa manual
de seis velocidades pode dar lugar à transmissão automática com igual número de
relações. A velocidade máxima está limitada electronicamente a 250 Km/h.
O XF tem uma
linguagem arrojada
e que marca o
novo estilo da
marca, apresentando-se a
meio caminho entre um super-
desportivo e uma berlina convencionais de luxo.
O carácter visual exterior vincado de um coupé conjuga-se com um amplo espaço interior
para cinco adultos, num ambiente de luxo e conforto.
A versão musculada XFR Supercharged, com potência elevada aos 510 Cv, distingue-se dos XF normais
pelas jantes de 20 polegadas, pára-choques e entradas de ar dianteiras redesenhadas, as quatro pontei-
ras de escape e o spolier traseiro. A caixa automática é de seis velocidades.
Pioneira na categoria dos super-desportivos de quatro portas, com o Quattroporte, a Maserati não quis baixar a sua aposta
face a uma concorrência crescente e tem vindo a lançar versões cada vez mais musculadas deste seu emblemático modelo.
Desenhado por Pininfarina e dispondo de um motor V8 de 4.7 litros associados a uma caixa automática de seis velocidades,
Outubro
o Quattroporte tem agora uma versão Sport GTS que eleva a potência aos 440 Cv e que se distingue pela grelha2009 » PRÉMIO
frontal preta » 20
exclusiva e por outros pequenos apontamentos estéticos.
Apesar do pioneirismo do Maserati Quattroporte, foi a Mercedes-Benz que deu peso ao seg-
mento dos super-desportivos de quatro portas, ao lançar o fabuloso CLS. O topo de gama CLS
63 AMG leva aos limites a performance do modelo e distingue-se por elementos de estética,
como as jantes de liga leve AMG de 19 polegadas com raios triplos.
O motor V8 da AMG que equipa o CLS 63 AMG debita uma potência de 514 cv, disponibiliza um
binário de 630 Nm e acelera dos 0 aos 100 km/h num tempo-canhão de 4,5 segundos, em linha
com os concorrentes mais rápidos.
CM
MY
CY
CMY
MILLENNIUM BCP
as 17h00).
ENTRADA GRATUITA
EXPOSIÇÃO
PEDAGÓGICA “OSSOS
QUE CONTAM HISTÓRIA”
O
ssos que Contam História” é o nome de uma mostra de Comissariada por Marta Moreno-García, Carlos Pimenta e José Paulo
vestígios arqueológicos de animais vertebrados que coexis- Ruas, com a colaboração de Sónia Gabriel, a exposição é de entrada gratuita.
tiram e coexistem ainda com a espécie humana, patente Apresentada numa área contígua ao Núcleo Arqueológico da Rua dos
na Fundação Millennium bcp, desde o passado dia 19 de Correeiros, a exposição pode ser complementada por uma visita guiada ao
Fevereiro. A exposição apresenta, de forma pedagógica, NARC, um espaço arqueológico por excelência gerido pelo Millennium
fragmentos da história do Homem e dos animais, “contada” por ossos de bcp, que, ocupando quase por inteiro um quarteirão pombalino da baixa de
animais recuperados no decurso de escavações arqueológicas realizadas no Lisboa, percorre 2.500 anos da história da cidade.
espaço actualmente ocupado pelo Núcleo Arqueológico da Rua dos Correei- Neste âmbito, a Fundação Millennium bcp acaba de lançar uma pu-
ros (NARC) - próximo do Arco da Rua Augusta, em Lisboa – e em diversos blicação sobre o NARC especialmente dirigida a jovens visitantes: “À des-
pontos do território português. coberta... Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros” da autoria de Sofia
Procurando responder à pergunta “que osso é este e a que animal per- Lapa. Integrando um guia da visita (desdobrável) e um dossiê de pesquisa
tenceu?”, a exposição traça as semelhanças e diferenças entre os ossos apre- (livro), esta publicação juvenil lança aos mais novos o desafio da descoberta
sentados, permitindo compreender a relação entre as comunidades huma- de 2500 anos de história. Desta vez, a história é “contada” pelos vestígios
nas e o mundo animal. arqueológicos que marcaram períodos como o romano, islâmico, medieval
Tudo isto “trocado em miúdos” e apresentado aos mais novos sob a for- cristão ou pombalino: restos de edifícios, milhares de fragmentos de ob-
ma de jogos de atenção, em que cada criança/jovem assume por momentos jectos soterrados, alguns objectos completos, cadáveres, cinzas humanas,
o papel de arqueozoólogo. restos de peixes e de frutos, entre outros.
www.barclays.pt
707 50 50 50