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que está sujeita às penas e gozos futuros de acordo com a sua
conduta quando unida ao corpo físico.
Segundo alguns pensadores os primeiros cristãos não tinham a
crença na imortalidade da alma como os atuais seguidores do mestre
nazareno. Dizem estes estudiosos que ao tempo de Jesus havia uma
maior influência judaica no pensamento dos cristãos e estes criam na
ressurreição da carne à maneira judaica. Porém, é o apóstolo Paulo, o
maior divulgador do cristianismo, que contesta essa opinião sobre a
ressurreição na 1ª Epístola aos Coríntios no capítulo 15.
Segundo outros analistas os primeiros cristãos eram
reencarnacionistas. Segundo estes, Jesus havia autorizado o
ensinamento da reencarnação quando afirmara que João Batista era
Elias reencarnado (Conf. Mateus, 17: 10 a 13). Dizem ainda que a
reencarnação só deixou de ser uma crença cristã no Concílio de
Constantinopla no ano 553 EC. O fato se deu deste modo segundo
alguns historiadores:
O imperador da época era Justiniano. Sua esposa Teodora tinha
muita influência nos assuntos do governo do marido e até mesmo no
que se referia a teologia. Ela havia sido anteriormente, prostituta, e
suas ex-colegas se sentiam orgulhosas, pois a atual rainha havia
também sido uma delas. Teodora não gostava disso, o que achava
uma desonra. Por essa causa mandou matar todas as prostitutas que
assim diziam.3
Os cristãos da época protestaram chamando-a de assassina e
afirmando que em existências futuras ela seria assassinada várias
vezes, fruto da lei de causa e efeito. A partir daí Teodora tomou pavor
da doutrina da reencarnação, e como era muito influente
politicamente e junto ao papa da época, desencadeou enorme
perseguição aos defensores da idéia reencarnacionista, até que no
referido concílio conseguiu extinguir a doutrina da reencarnação dos
princípios cristãos oficiais. Deste modo o Concílio decretou:
Todo aquele que defender a doutrina mística da
preexistência da alma e a conseqüente assombrosa opinião
de que ela retorna, seja anátema.
A partir daí ficou extinto dos dogmas da igreja a doutrina da
reencarnação. E hoje os cristãos sejam seguidores da igreja de Roma
ou os filiados à escola protestante têm como crença a eternidade das
penas e dos gozos futuros.
Segundo os primeiros são três as possibilidades, o Céu para os que
viveram em plena harmonia com os preceitos da igreja, o inferno para
os que praticaram o mal de modo extremo, e o purgatório para os
que não fizeram tanto mal mas têm ainda algo a expiar; no dia do
juízo estes serão salvos.
3
Segundo J. R. Chaves, 1998, foram 500 as prostitutas assassinadas.
Os seguidores da reforma por sua vez não adotam a idéia do
purgatório, para estes após a morte do corpo todos passam por
estado de sono profundo, sono este que durará até o dia do juízo,
quando então os que estiveram ajustados aos ensinamentos de Jesus
serão ressuscitados para a vida eterna.
PROPOSTA ESPÍRITA
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Desta forma, a partir deste momento usaremos tanto a expressão alma como espírito com o mesmo
significado.
5
O Livro dos Espíritos, questão76
6
Ibidem, questão 540.
espíritos existiam antes da matéria, porém a fase evolutiva inicia na
matéria, o que aconteceu antes ainda é uma incógnita para qual o
espiritismo apresenta algumas propostas, porém sem uma
universalidade em matéria de conclusão. É o próprio Kardec quem
repete várias vezes que a origem de tudo ainda é para nós um
grande mistério.
Deste modo, consideramos em nosso estudo a evolução no sentido
matéria-espírito.
Em síntese podemos dizer que os Espíritos vêm de Deus e para Ele
retornarão pela harmonização com a Lei Suprema Universal. São, na
origem da escalada evolutiva, simples e ignorantes, passaram
segundo a orientação dos próprios Espíritos, pelos reinos inferiores da
criação, e ao ingressarem no reino hominal ampliam com suas
conquistas morais seu livre arbítrio tornando-se assim, artífice de seu
próprio destino.
Assim, o estudo da imortalidade da alma e da continuidade de sua
individualidade nos revela a existência de outras leis como a da
reencarnação, da evolução, do livre arbítrio, da lei de causa e efeito
entre outras.
Só levando em conta essas realidades é que podemos considerar a
Creação Divina uma obra inteligente e harmoniosa.
A vida passa a ser uma só onde cada encarnação é um momento
conseqüente do anterior e preparatório dos próximos. O objetivo do
Espírito é o seu aperfeiçoamento moral e tudo que lhe é ofertado
deve ser considerado como instrumento didático visando sua
educação para uma vida superior, vida essa que é conquistada dia a
dia pela superação de suas próprias imperfeições.
Dentro desta proposta teológica céu e inferno passam a ser
estados transitórios de alma, e a eternidade das penas são relativas à
eternidade do mal praticado, pois o efeito de qualquer ação só pode
durar enquanto são permanecidas as causas que o geraram, quando
essas cessam, cessam do mesmo modo as conseqüências.
Assim, a partir destas singelas e despretensiosas colocações
podemos concluir que segundo a teoria espírita a alma é una,
indestrutível, imortal, perfectível, responsável por suas atitudes, e só
a ela cabe a sua sorte futura. E que saúde e felicidade são estados
naturais do ser, e o que separa o homem atual destes estados em
definitivo é apenas o tempo e a capacidade deste de ensiná-lo a
obedecer aos desígnios superiores que governam todo o Cosmos.
BIBLIOGRAFIA:
CHAVES, J. R. A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência. Ed. Martin Claret, SP
1998.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 50a ed., Rio de Janeiro, FEB, 1980
Que Acontece Conosco Quando Morremos. Revista Publicada pela Associação Torre de
Vigia de Bíblias e Tratados, SP, 1998.