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Nº 9 – Abril 2010

“Não chega primeiro quem vai mais depressa, mas sim quem sabe
onde vai” Séneca

Qualidade da Democracia Portuguesa e assistência qualificada à


criança doente – dois conceitos civilizacionais em rota de colisão
Quadro: Forças políticas e seu apoio à construção de um Novo Hospital Pediátrico em Lisboa (Ver texto)
Hospitais Pediátricos em que instalações,
equipamentos e profissionais estão totalmente
dedicados à criança e aos seus problemas,

Movimento / Partido Assembleia da Assembleia Municipal


Político República (AR) de Lisboa (AML)
CDS - PP Apoio Apoio
PSD Apoio Apoio
PPM nr Apoio
PS Pediu reunião à MS* Pediu reunião à MS*
PCP Apoio Apoio
PEV Apoio Apoio
BE Apoio Apoio
Cidadãos por Lisboa nr Apoio
Partido da Terra nr Apoio
peculiaridades e doenças específicas. Com raras
excepções, só países do 3º Mundo não têm hospitais
pediátricos e, em cada ano, projectam-se,
remodelam-se ou inauguram-se novos hospitais
pediátricos por todo o globo. Tal acontece também
entre nós com os exemplos da próxima abertura do
novo Hospital Pediátrico de Coimbra e a

Evento público em defesa de um novo Hospital Pediátrico para Lisboa


- A realizar em breve. Todos serão convidados. Colabore! Esteja atento!
nr: força política não representada na AR;
MS:Ministra da Saúde; * Sem resultados conhecidos

A prestação de cuidados diferenciados às crianças


doentes, especialmente aos casos mais graves, é uma
prioridade dos sistemas de saúde do mundo
desenvolvido e tem o seu expoente máximo nos

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Sendo uma decisão política, para além dos contactos
com múltiplas organizações, personalidades e
instituições de referência, nos últimos meses voltámos
a reunir com todos os partidos e movimentos
representados na Assembleia da Republica e na
Câmara Municipal de Lisboa. O quadro inicial
(Pág.1) reflecte as posições de apoio a esta causa e a
concretização, a breve prazo, de novas instituições no concordância com um Novo Hospital Pediátrico
Porto também dedicadas à criança. Em Portugal, o para Lisboa, autónomo (embora construído próximo)
Ministério da Saúde (MS) insiste em extinguir o do futuro hospital de geral de adultos-Chelas.
Hospital de Dona Estefânia, um dos mais antigos da
Europa e o único hospital pediátrico especializado de Perante a repetida e esmagadora opinião de apoio
Lisboa e zona sul do País. Pretende passar as crianças expressa pela maioria das forças políticas representadas
para as enfermarias do futuro hospital de Todos os da AR e AML, também já manifesta na anterior
Santos (Junto à Zona J de Chelas), onde estas serão legislatura, assim como perante a posição da Comissão
frequentemente misturadas com os adultos doentes, Parlamentar de Saúde, como entende o Ministério da
nomeadamente em áreas de exames complementares, Saúde (MS) o funcionamento da Democracia e os
blocos cirúrgicos, circuitos de tratamento, etc.. interesses da criança neste caso específico
O MS simplesmente não responde aos nossos repetidos
É um caso único em nações consideradas pedidos de audiência, não cumpre as promessas de
civilizadas, o encerramento do Hospital Pediátrico
da Capital passando as crianças a ser assistidas
num hospitalEdição
geral.
: Plataforma em Defesa do Património do Hospital de Dona Estefânia e de um novo Hospital Pediátrico para Lisboa; Coordenação: Mário Coelho; Distribuição gratuita.

nos ouvir sobre este estranho processo, ignora a


posição dos profissionais do Hospital e as quase
100.000 assinaturas das petições dirigidas aos órgãos
Lisboa e a zona sul (mas também as Regiões do poder, não responde aos pedidos oficiais de partidos
Autónomas, e os PALOPs) precisam de um novo da AR para envio de documentos e programa do futuro
Hospital Pediátrico e não de uma enfermaria ou ala hospital geral de Chelas, ignora a posição da Comissão
de um hospital geral onde as crianças durmam Parlamentar de Saúde, não dá qualquer justificação ou
para depois serem frequentemente tratadas em resposta através dos Deputados do Partido Socialista
áreas e por técnicos treinados na medicina de que tentam promover os contactos com o MS sobre o
adultos. hospital das crianças de Lisboa, não reconhece a sua
Por outro lado, é importante que o espaço e instalações posição minoritária nesta decisão. Em vez de reflectir
do actual Hospital de Dona Estefânia continuem sobre tudo isto, o MS contínua a promover e
ligados à criança e à sua condição e não sucumbam aos acelerar a actividade dos gestores que neste
interesses imobiliários nesta zona do centro de Lisboa. momento estão em fase de negociação das
contrapartidas com as duas parcerias público-
É com estas motivações que existe a “Plataforma
privadas seleccionadas para a construção do novo
Cívica em Defesa do Património do Hospital de
hospital de Chelas, sabendo-se que o modelo pré-
Dona Estefânia e de um Novo Hospital Pediátrico
aprovado não contempla a construção de um
para Lisboa” e se têm manifestado instituições,
Hospital Pediátrico autónomo como seria lógico,
partidos políticos, organizações da sociedade civil,
razoável e desejável.
figuras públicas respeitadas, 96% dos profissionais do
Hospital e dezenas de milhares de cidadãos anónimos. Que conceito de Democracia e de interesse público
está subjacente a este comportamento do Ministério
Numa Democracia saudável, os votos legitimam os
da Saúde? Que mais têm de fazer as famílias das
nossos representantes e a nomeação dos governantes,
crianças, os profissionais, a sociedade cívil e todas
mas a manifestação da sensibilidade, vontade e bom
as forças políticas (incluindo várias sectores e
senso da sociedade civil e das suas organizações joga
personalidades do PS) para que o superior interesse
um papel de fundamental importância nas decisões,
das crianças se sobreponha a lógicas e interesses
nomeadamente nas que têm profundas e duradouras
que ninguém entende, a modelos ultrapassados no
consequências na vida colectiva. A extinção ou a
tempo e ao mais profundo desprezo pelos cidadãos
manutenção de um Hospital Pediátrico na Capital
deste país e pelos seus anseios e opiniões
do País é uma decisão paradigmática do interesse
fundamentadas?
colectivo. Ela vai ter consequências em todo o Século
Com meios escassos, continuaremos a divulgar a causa
XXI, afectando as crianças actuais, as de várias
das crianças, a esclarecer, a sensibilizar os decisores e
gerações vindouras e a formação de milhares de novos
a tentar manter a questão na opinião pública.
profissionais a especializar nesta área de cuidados.
Esperemos que, um dia, o Ministério da Saúde aceite

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que ninguém é infalível e altere radicalmente a sua
posição actual.

A defesa da causa das crianças de


Lisboa na Internet
A Internet tem sido um dos veículos privilegiados de
divulgação das opiniões em defesa de um novo
Hospital Pediátrico em Lisboa que substitua o
encerramento do Hospital de Dona Estefânia nos
próximos 3 a 4 anos. Esse veiculo tem tentado contornar
a insuficiente divulgação da nossa causa pelos média
tradicionais, nomeadamente através de listas de discussão
no facebook e de vários Blogs que nos apoiam. De entre
eles, destacamos um que nos tem acompanhado desde
sempre e vai registando a evolução do movimento:
www.campanhapelohde.blogspot.com
Divulgue esta causa e a campanha de cidadania na Net !
Envie a sua opinião para: estefania.boletim@gmail.com

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