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Assim, a crise de 1929-33 no foi de modo algum uma crise estrutural
do capital na formao global. Pelo contrrio, forneceu o estmulo e
presso necessrios para o re-alinhamento das suas vrias foras
constituintes, conforme as relaes de poder objectivamente
alteradas, muito contribuindo, desse modo, para o desenvolvimento
das tremendas potencialidades do capital inerentes sua "totalidade
intensiva".
Externamente isto significou:
(1) uma mudana dramtica do imperialismo multi-centrado,
ultrapassado, militar e poltico perdulariamente intervencionista para
um sistema de dominao global que, sob a hegemonia norteamericana, se torna muito mais dinmico e economicamente muito
mais vivel e integrado;
(2) o estabelecimento do Sistema Monetrio Internacional e de
vrios outros rgos importantes de regulamentao das relaes
inter-capitais incomparavelmente mais racionais do que havia
disposio da estrutura multi-centrada;
(3) a exportao de capital em grande escala (e com ela a
perpetuao mais efectiva da dependncia e do 'subdesenvolvimento"
imposto) e o repatriamento seguro, em escala astronmica, de taxas
de lucro totalmente inimaginveis nos pases de origem; e
(4) a incorporao relativa, em graus variados, das economias de
todas as sociedades ps-capitalistas na estrutura de intercmbios
capitalistas.
Por outro lado, internarmente, a histria de sucesso do capital poderia
ser descrita em termos de:
(1) uso de vrias modalidades de interveno estatal para a
expanso do capital privado;
(2) transferncia de indstrias privadas falidas, mas essenciais,
para o sector pblico, e a sua utilizao para novamente apoiar,
atravs dos fundos estatais, as operaes do capital privado, para
serem novamente transformadas em monoplios ou quasemonoplios privados depois de se terem tornado mais uma vez
altamente lucrativas pela injeco de fundos volumosos financiados
pela tributao geral;