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Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


Relatório de Sustentabilidade 2008
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Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Este relatório refere-se à empresa Rede Ferroviária
Nacional – REFER, E.P.E., sendo que os dados de carácter
económico, social e ambiental, apresentados resultam da
realidade da empresa.

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Estação de Santa Apolónia
1100-105 Lisboa
Site: www.refer.pt
Capital Social: 305.200.000€
NIF: 503 933 813
ÍNDICE
O Relatório ..................................................................................................................................... 4
Principais Indicadores de Sustentabilidade .................................................................................. 6
Principais Acções de Sustentabilidade em 2008 ......................................................................... 7
Principais Acções Internas de Sustentabilidade em 2008 ............................................................ 8
Mensagem do Conselho de Administração .............................................................................. 10

Relatório de Sustentabilidade 2008


Visão de Desenvolvimento Sustentável ...................................................................................... 15
Apresentação da Empresa ......................................................................................................... 19
Estrutura da Governação ............................................................................................................ 40
Desempenho Económico........................................................................................................... 49
Principais Indicadores .............................................................................................................. 49
Resultados Operacionais ........................................................................................................ 51
Resultados Financeiros ............................................................................................................ 52
Resultado Líquido .................................................................................................................... 52
Stakeholders ............................................................................................................................ 53
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Desempenho Social .................................................................................................................... 60
Emprego .................................................................................................................................. 60
Distribuição Territorial ............................................................................................................... 60

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Estrutura Etária e de Antiguidade ............................................................................................ 61
Qualificações Profissionais ...................................................................................................... 62
Trabalho e Relações Laborais ................................................................................................. 63
Paz social ................................................................................................................................. 63
Segurança e saúde do trabalho ............................................................................................ 63
Segurança de pessoas e bens ............................................................................................... 64
Recrutamento e Mobilidade................................................................................................... 64
Desenvolvimento de Recursos Humanos ............................................................................... 67
Clima Organizacional ............................................................................................................. 69
Diversidade e Oportunidade .................................................................................................. 69
Benefícios dos Colaboradores ................................................................................................ 70
Encargos com Projectos para a Comunidade ...................................................................... 72
Desempenho Ambiental ............................................................................................................. 74
Materiais .................................................................................................................................. 74
Energia..................................................................................................................................... 77
Água ........................................................................................................................................ 77
Biodiversidade ......................................................................................................................... 78
Impacte Ambiental ................................................................................................................. 78
Monitorização Ambiental ........................................................................................................ 79
Recuperação Ambiental ........................................................................................................ 80
Emissões, efluentes e resíduos ................................................................................................ 85
Ruído........................................................................................................................................ 86
Valorização das acções de carácter ambiental ................................................................... 89
Listagem de Todos os Indicadores ............................................................................................. 92
Quadro Compromisso com Metas a Atingir a Médio Longo Prazo ........................................... 96
Glossário ...................................................................................................................................... 99
O RELATÓRIO
Consciente da sua responsabilidade para com um
conjunto de partes interessadas e como empresa pública,
a REFER apresenta o seu Relatório de Sustentabilidade. Tal

Relatório de Sustentabilidade 2008


como nas edições anteriores, será apresentado o
desempenho económico, social e ambiental da empresa
no ano de 2008, no contexto dos compromissos, da
estratégia e da abordagem de gestão adoptados pela
organização.

O presente documento tem como objectivo, a apresentação do Relatório de


Sustentabilidade à Tutela e a avaliação do desempenho sustentável da REFER, numa
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perspectiva de futuro. Pretende-se, promover a transparência em relação à sustentabilidade
das actividades da organização, disponibilizando informação considerada relevante para

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diferentes grupos de interesse, Clientes, Accionista, Colaboradores, entre outros. São, assim,
divulgados princípios e práticas, bem como os programas e iniciativas desenvolvidos para
melhorar o desempenho da Empresa, no que respeita aos impactos económicos,
ambientais e sociais, no exercício da sua actividade.

De acordo com o Despacho nº 26 811/2004, publicado no DR II Série de 24 de Dezembro


de 2004, as empresas tuteladas pelo sector de transportes devem passar a integrar nos
relatórios de actividades e contas anuais, informações relativas aos aspectos sociais e
ambientais da sua actividade, em documento autónomo.
A estrutura apresentada foi aprovada pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e
Comunicações, Auditoria Ambiental, pelo ofício nº 51-03/03/2006.

ESTRUTURA DO GRI
O processo de elaboração do presente relatório baseou-se nas Directrizes do Global
Reporting Initiative (GRI) para a elaboração dos Relatórios de Sustentabilidade, na
abordagem “Adopção Informal”, em que os relatórios se baseiam nas linhas orientadoras do
GRI, mas não cumprem todo o seu conteúdo. Esta opção permite que seja adoptada a
abordagem mais adequada à actual situação da nossa organização, possibilitando a
evolução progressiva para a “Adopção Formal” das Directrizes do GRI.
O envolvimento das organizações no GRI é voluntário e tem em vista a informação às
diversas partes interessadas sobre os aspectos sociais, económicos e ambientais das suas
actividades. Até à data, cerca de 1000 organizações de áreas distintas (química,
farmacêutica, telecomunicações, transportes, energia, autoridades públicas, entre outras)
publicaram relatórios adoptando as linhas orientadoras da GRI, algumas das quais em
Portugal.

JUSTIFICAÇÃO DOS INDICADORES


A prossecução das actividades associadas à REFER origina uma série de impactes sobre os
sistemas económicos, ambientais e sociais nos quais a empresa opera. O conhecimento

Relatório de Sustentabilidade 2008


desses impactes é fundamental para avaliar o desempenho de uma empresa em termos
das três áreas da sustentabilidade: económica, social e ambiental.
Deste modo, o leque de indicadores seleccionados ilustra o relacionamento estabelecido
entre a gestora da infra-estrutura ferroviária portuguesa e os diversos Stakeholders (entidades
que coexistem no seu ambiente empresarial).

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PRINCIPAIS INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
Os três vectores apresentados
graficamente demonstram a
consolidação da estratégia de

Relatório de Sustentabilidade 2008


sustentabilidade da empresa.

T a r ifa de Utilização (milhares de euros)


Re s ult ados Operacionais
PERSPECTIVA 2006 2007 2008 8 0 .000
-85.000 56.331 57.983

ECONÓMICA 6 0 .000 51.318

4 0 .000

-95.000 2 0 .000
-94.527 2.552 2.604
2.454 53
-97.072 0

2 0 06 2 0 07 2 0 08
-105.000 -101.708
CP F E RTAGUS T akargo
6
I n vestimento em Modernização ( m€)
m ) C omboios Quilómetro (CKs) Realizados
(milhares de CKs)
500.000
398.064 50.000

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


312.510 335.512 37.289 38.718 39.464
40.000

250.000 30.000 CP

20.000 Fertagus

Takargo
10.000
0 1.750 1.771 1.783
37
0
2006 2007 2008
2006 2007 2008

PERSPECTIVA SOCIAL PERSPECTIVA AMBIENTAL


Tota l Colaboradores
4.000 Consumo de água - Abastecimento público
250.000 230.019
3.000
199.296
189.244
Consumo de água (m3)

2.000 3.654 3.580 3.573 200.000


1.000
150.000
0
100.000
2006 2007 2008
50.000
2006 2007 2008
R ácio Homens / Mulheres
5,00
4,75
4,65
4,58
4,50
Co nsumo Energético Directo
100
Consumo total de energia (tep)

15 00 0
Consumo de energia (%)

80
4,00
2006 2007 2008 60 10 00 0

40
E s trutura E tária - REFER 50 00
100% 0,08 20
0,10 0,13
80%
0,39 0,39 0,39 0 0
60%
2006 2007 2008
40% 0,32 0,32 0,32 Comb. Fósseis Electricidade Total
20%
0,19 0,18 0,02 0,15
0,02 0,01
0%

2006 2007 2008


Inferior/igual a 25 anos Entre 26 e 35 anos Entre 36 e 45 anos
Entre 46 e 55 anos Entre 56 e 65 anos
PRINCIPAIS ACÇÕES DE SUSTENTABILIDADE EM
2008
Em 2008 a REFER procedeu a várias acções no sentido de
promover a sustentabilidade económica, social e

Relatório de Sustentabilidade 2008


ambiental, sendo de destacar:

 Projecto do Continuum Ecológico – Assenta num projecto de investigação que visa


estudar a problemática relacionada com o impacte exercido sobre os ecossistemas
(sobretudo devido à fragmentação de habitats) pela infra-estrutura ferroviária e as
oportunidades que o canal pode oferecer para a conectividade desses ecossistemas
e consequente promoção da biodiversidade.
 Recuperação de uma Salina no Estuário do Sado – A REFER adquiriu uma salina no
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estuário do Sado, em Junho de 2008, estando a desenvolver o respectivo programa
de investimentos, com o objectivo principal de promover a recuperação ecológica

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


daquela área, de modo a contribuir para sustentar as espécies de avifauna que
povoam o vale do Sado.
 Promoção da Floresta Autóctone – Este projecto foi introduzido no contexto B&B da
REFER durante o ano de 2008 e tem por objectivo promover a plantação de árvores
da floresta autóctone Portuguesa.
 Associação da REFER à construção da Estação Biológica do Garducho, promovida
pela Organização Não Governamental do Ambiente (ONGA) CEAI - Centro de Estudos
da Avifauna Ibérica, através da cedência de travessas de madeira utilizadas nas áreas
exteriores do edifício.
 Manteve a empresa a sua prática consolidada na instalação de ninhos de cegonha
na estrutura de catenária, de modo a acomodar esta espécie nos locais apropriados
para a nidificação.
 Promoção de Seminários relacionados com a Sustentabilidade “Responsabilidade
Social e Ética Empresarial”
 Realização de acções formação tendo em consideração as necessidades de
formação sob uma óptica estrutural, associada a referenciais de competências e
níveis de proficiência desejáveis para cada um dos desempenhos ambicionados,
face às perspectivas de desenvolvimento da Empresa.
 Reabilitação do património desactivado através de inclusão de Ecopistas
 Campanhas de vacinação
 Colheitas de Sangue
PRINCIPAIS ACÇÕES INTERNAS DE
SUSTENTABILIDADE EM 2008
Em 2008 a REFER procedeu a várias acções no sentido de

Relatório de Sustentabilidade 2008


promover a sustentabilidade social, perante os seus
colaboradores. Neste enquadramento encontram-se ao
dispor dos colaboradores REFER, os seguintes benefícios
sociais:

 Apoio REFER à Educação:


• Bolsas de Estudo
• Subsídio de Pré-escolaridade
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• Campos de Férias REFER
 Condições mais favoráveis em viagens CP

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


 Possibilidade de aderir ao cartão GALP Frota, com descontos em combustíveis
 Outras Parcerias e Descontos
• Restauração
• Hotelaria
• Clínicas e Médicos
• Produtos bancários (Banco Santander e Banco BPI)
• Cultura
• Desporto
• Bens de Consumo
• Informática
 A REFER dispõe ainda do clube ferroviário
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Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
A Refer tem por primordial objectivo o serviço público de
gestão da rede ferroviária nacional, sendo as suas
actividades desenvolvidas de acordo com os princípios da

Relatório de Sustentabilidade 2008


modernização e eficácia de modo a assegurar o regular e
continuo fornecimento do serviço público, utilizando para o
efeito os meios mais adequados à actividade ferroviária.

A REFER ocupa assim uma posição chave no sector ferroviário devendo garantir, por um lado,
a disponibilização de uma rede ferroviária com capacidade e condições de exploração
fiáveis, com qualidade e segurança e, por outro, assegurar o cumprimento das metas e
objectivos de modernização da rede, sob orientação governamental, nomeadamente as 10
consideradas nas Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário, apresentadas pelo

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Governo no final de 2006.

Presentemente, em termos de contexto externo, merece ainda relevo a sua participação e


articulação com os trabalhos de implantação da futura rede de Alta Velocidade e o
surgimento de operadores privados no transporte de mercadorias tendo-se verificado, em
2008, a emissão de licença por parte do IMTT de um novo operador para o transporte de
mercadorias, a TAKARGO, e reconhecida a licença da COMSA por parte do Instituto.

Pelo terceiro ano consecutivo a REFER apresenta o Relatório de Sustentabilidade, sendo


importante a elaboração de uma análise do que foi o trabalho executado pela REFER durante
o ano de 2008, em prol da sustentabilidade.

Na vertente Económica,
Económica evidencia-se:
 Campanhas de sensibilização junto dos colaboradores no sentido de da redução de
alguns custos de funcionamento;
 Redução do prazo médio de pagamentos
 Investimentos financeiros em infra-estruturas de longa duração, no sentido de
prosseguir com projectos de modernização e desenvolvimento da rede ferroviária
nacional

Na vertente Social,
Social evidencia-se:
 Reforço do esforço de desenvolvimento e adequação dos processos e instrumentos
de Gestão de Recursos Humanos à estratégia de Gestão do Capital Humano da
Empresa e considerados estruturantes para a sua actividade.
 Concessão de patrocínios e donativos a grupos desportivos, IPSS’s (Instituições privadas
de solidariedade social), ONG’s e Associações diversas.
 No âmbito das acções previstas no Plano de Formação 2008, a REFER promoveu a
realização de um conjunto de Seminários Temáticos, constituindo-se como espaços
de diálogo e partilha de experiência e conhecimentos em temas relacionados com a
REFER e a sua actividade.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Na vertente Ambiental,
Ambiental evidencia-se:
 Prossecução do princípio da prevenção, consagrado na Política de Ambiente da
REFER, sendo que o ano de 2008 revela uma intensificação na actividade de
preparação dos principais investimentos, bem como, o alargamento deste princípio às
próprias acções de manutenção da rede ferroviária;
 Consolidação da implementação da Gestão Ambiental, nas obras de investimento e
nas prestações de serviço na área da manutenção, algo para o qual contribui, 11
decisivamente, a criação de uma rede de colaboradores, com competências
técnicas na área do ambiente e dedicados a prestar esse apoio a um nível

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


operacional;
 Continuidade da implementação da estratégia de gestão de ruído, que resultou na
apresentação à Agência Portuguesa do Ambiente de 90% dos Mapas Estratégicos de
Ruído correspondentes à primeira fase (Grandes Infra-estruturas Ferroviárias com mais
de 60.000 marchas por ano);
 Consolidação do compromisso Business&Biodiversity da REFER, e do lote de projectos
que serão desenvolvidos e implementados, tendo por referência um horizonte de
médio prazo.

Na área do ambiente, assiste-se ao desenvolvimento das principais linhas de estratégia que


resultaram da redefinição da Política de Ambiente aprovada em Agosto de 2007. O ano de
2008, revela uma intensificação da actividade na preparação dos principais investimentos
que são essenciais ao desenvolvimento da infra-estrutura e, a par deste trabalho, ocorre a
avaliação dos respectivos impactes, procurando mitigar efeitos negativos logo na fase de
concepção dos projectos. Complementarmente, assiste-se também a uma aposta na
criação de uma rede de competências na área do ambiente, disponíveis para prestar um
apoio operacional aos órgãos, de modo a dar sequência a todo o processo que já se vem
desenvolvendo a montante. Destaca-se ainda, a conclusão e entrega à Agência Portuguesa
do Ambiente, de 90% da extensão de Mapas Estratégicos de Ruído, incidindo sobre linhas ou
troços de linha que apresentam um número superior a 60.000 marchas por ano. Destaca-se,
por fim, a consolidação do compromisso Business&Biodiversity da REFER e do lote de projectos
que o compõem, sendo que os mesmos se encontram mais dirigidos às necessidades e
realidade da gestão da Rede Ferroviária Nacional, mas também, abertos a parcerias com
entidades externas à empresa.
É uma preocupação constante da REFER que a segurança dos passageiros e dos seus
trabalhadores, bem como os trabalhadores dos Operadores Ferroviários e dos Prestadores de
Serviços, esteja permanentemente garantida. É também preocupação permanente da
empresa a segurança dos utilizadores dos atravessamentos de nível.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Sem prejuízo das boas práticas entre os vários intervenientes do sistema de transportes
ferroviário, importa avaliar e caracterizar as situações de risco, visando a adopção de medidas
preventivas para o controlo dos riscos, introduzindo no sistema medidas correctivas,
contribuindo para o reforço da segurança e para o aperfeiçoamento da cooperação entre as
várias entidades.

Salienta-se também que a Rede Ferroviária Nacional chegou ao final de 2008, com a
cobertura por sistemas de Controlo Automático de Velocidade, bem como de Rádio Solo- 12
Comboio, de cerca de 90% dos CK realizados. Acresce que com a entrada ao serviço em
Outubro de 2007, do sistema SDCRQ (Sistema de Detecção de Caixas de Eixos e Rodas

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Quentes), estrategicamente implantado em sete pontos da rede ferroviária, muito contribuiu
para que 80 % do tráfego de longo curso, especialmente o de mercadorias, fosse melhor
escrutinado.

Durante o exercício de 2008, a empresa continuou a apostar na modernização e integração


de novos sistemas informáticos, direccionados para melhorar o desempenho da actividade de
gestão das infra-estruturas na sua vertente interna e externa. Para além da sua missão
específica, as novas ferramentas informáticas proporcionam maior versatilidade, qualidade e
fiabilidade de informação aliada a uma maior agilização de processos e racionalização de
meios humanos. Das várias iniciativas desenvolvidas destaca-se a aplicação ARCO, tendo o
seu desenvolvimento proporcionado uma maior fluidez na comunicação entre clientes e
fornecedores internos e promover uma maior profissionalização da prestação de serviço.
Destaca-se ainda o desenvolvimento de uma nova aplicação para o cálculo de CKs, da
aplicação eGOC que é um sistema de informação de gestão de ocorrências, entre outros.

À REFER estão ainda cometidas acções as necessárias à identificação, conservação e


rentabilização do património que integra o domínio público ferroviário, o qual nos termos da lei
se encontra sob a gestão da empresa, e também do património privado. Neste contexto o
principal destaque vai para a organização e sistematização da informação cadastral relativa
à identificação do domínio público ferroviário, sobre o qual todas as outras actividades se
suportam – esta área de actividade, pela sua importância, terá nos próximos anos de ser
suportada por meios informáticos adequados que permitam aceder à informação de
cadastro em moldes diferentes dos actuais
No domínio da rentabilização do património ferroviário será ainda de mencionar a
continuação do desenvolvimento do Plano Nacional de Ecopistas. Até ao final de 2008 foram
já concessionados a 32 Municípios perto de 350 km de canais ferroviários desactivados,
faltando de momento protocolar ainda cerca de 400 km para concluir o objectivo traçado no
Plano Nacional de Ecopistas, objectivo esse que se crê vir a atingir nos próximos 3 anos. Dos
canais desactivados encontram-se já abertos e à disposição quer das populações locais quer

Relatório de Sustentabilidade 2008


de todos os interessados neste tipo de equipamento cerca de 120 km de Ecopistas

A REFER tem desenvolvido nos últimos anos, em articulação com as autarquias, várias
campanhas de sensibilização e educação ferroviária. Paralelamente tem promovido a
supressão das Passagens de Nível que são dispensáveis e a modernização das restantes,
sensibilizando ainda as populações para a sua correcta utilização e para os riscos associados
à circulação de pessoas ao longo das linhas e ainda, através de campanhas de divulgação
junto dos agentes ferroviários, dos utentes do transporte ferroviário e dos confinantes do 13
caminho-de-ferro, tendo em vista o controlo dos comportamentos de risco e a minimização
de potenciais fontes de ignição e de materiais inflamáveis no domínio ferroviário com vista à

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


prevenção de riscos de incêndios florestais que possam atingir as linhas de caminho de ferro.

A elaboração deste relatório pelo quarto ano consecutivo, constitui, assim, um excelente
instrumento de trabalho, que permitirá acompanhar a evolução do nosso compromisso. O
conhecimento consciente dos nossos progressos e a identificação rigorosa das metas ainda
por alcançar, transmitidos de uma forma clara e transparente, serão uma força motivadora e
mobilizadora na prossecução dos nossos objectivos.
Ao proporcionarmos o conhecimento do nosso desempenho económico, social e ambiental
estamos também a sensibilizar os nossos Clientes, Colaboradores, Investidores, Fornecedores e
Comunidade em geral para a nossa realidade, criando uma relação mais forte e de maior
confiança.
Temos consciência do longo percurso que nos falta ainda percorrer, ao nível do
desenvolvimento sustentável, no entanto não queremos deixar de referir os grandes esforços
que foram encetados nos últimos anos a nível ambiental e social, sem nunca descurar a
matéria de segurança.
14

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


VISÃO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A procura de um modelo mais sustentável de evolução da
sociedade tem constituído preocupação dominante nas
últimas décadas face ao conjunto de oportunidades, mas

Relatório de Sustentabilidade 2008


também de ameaças, que afectam o conjunto do tecido
social, a estrutura das actividades económicas e o
equilíbrio ambiental.

O conceito de Desenvolvimento Sustentável é, normalmente, definido como “o


desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração actual, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
15
necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível
satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural,

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando espécies e
os habitats naturais”.

O Desenvolvimento Sustentável assenta em três pilares:

DESENVOLVIMENTO O Desenvolvimento Sustentável só pode ser


ECONÓMICO DESENVOLVIMENTO
SOCIAL alcançado se estes três pilares evoluírem de
forma harmoniosa.

DESENVOLVIMENTO
AMBIENTAL

VISÃO ESTRATÉGICA E MISSÃO


A REFER tem como finalidade “Gerir a rede ferroviária nacional, nas suas vertentes de
construção, conservação, preservação do património e gestão de capacidades”. Consciente
de que a sustentabilidade de uma unidade empresarial se avalia pela sua capacidade de
enfrentar os desafios do futuro actuando no presente, de forma equilibrada em três áreas nem
sempre facilmente conciliáveis (Economia, Sociedade e Ambiente) e tendo presente o seu
papel como prestador de serviço público, definiu, como objectivos estratégicos:
• Disponibilizar ao mercado uma rede ferroviária fiável e de qualidade, na perspectiva
da optimização do serviço ao cliente.
• Modernizar a Empresa, quer tecnologicamente, quer pelo desenvolvimento das suas
pessoas e da sua organização.
• Garantir a disponibilidade da rede e a integridade do património.
• Garantir a eficácia social, económica e financeira da empresa.

Relatório de Sustentabilidade 2008


• Garantir novas oportunidades de negócio

P ERSPECTIVAS DE A NÁLISE

C L IENTE

Prestação de um serviço de qualidade


aos seus Clientes
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I NTERNA / PROCESSOS
F INANCEIRA

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Implementação interna de métodos e
Assegurar a viabilidade económico Objectivos
processos que permitam atingir os
financeira da REFER E STRATÉGICOS níveis de eficiência desejados

A PRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

Promover o desenvolvimento de novas


competências profissionais, reforçando
a capacidade de gestão

O BJECTIVOS E STRATÉGICOS REFER

1 Assegurar a Sustentabilidade 5 Melhorar os níveis de serviços da rede


11 Aumentar a
Económica - Financeira 13 Reforçar as
6 Melhorar e modernizar a infra-
A P RENDIZAGEM O RGANIZACIONAL

produtividade da
competências Técnicas e
estrutura da rede
2 Reduzir os custos dos serviços Organização
I NTERNA / P ROCESSOS

de Gestão
7 Melhorar os Serviços prestados
prestados
F INANCEIRA

C L IENTE

aos clientes finais

3 Aumentar contribuição das 8 Assegurar elevados níveis de 12 Optimizar a gestão


actividades Extra - Exploração segurança e controlo dos
Investimentos /
4 Aumentar o nível de utilização 9 Promover a sustentabilidade
dos activos Contratos
ambiental / responsabilidade social

10 Melhorar a imagem e notoriedade

Foi aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de Agosto, a


Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável – ENDS 2015.
2015
O aumento da quota de mercado do transporte ferroviário para 26 % em 2009, tendo em
conta a implementação de uma rede ferroviária de alta velocidade, é uma das metas a
atingir.

ÁREA ECONÓMICA ÁREA SOCIAL ÁREA AMBIENTAL

Relatório de Sustentabilidade 2008


Assegurar a sustentabilidade económico- Manter a estratégia de introdução Na área Ambiental, a nova missão

financeira, contratualizando concentrada, de novas tecnologias de definida na deliberação 33/07, de 30 de

responsabilidades e compromissos. informação, associadas à modernização Agosto coloca a ênfase na “…

Racionalizando a estrutura de custos e dos processos e desenvolvimento de integração dos diferentes requisitos

aumentando a contribuição das competências dos colaboradores, numa ambientais, na exploração e

actividades extra-exploração; Optimizar o perspectiva de novas práticas de gestão, manutenção da infra-estrutura, bem

nível do serviço ao cliente, assegurando orientadas para o modelo de Gestão da como, no planeamento, concepção e

em simultâneo, elevados níveis de Qualidade execução dos novos projectos de

segurança e fiabilidade da exploração investimento.” 17

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


MISSÃO

Proporcionar ao mercado uma infra-estrutura de transporte competitiva, gerindo e desenvolvendo uma rede
ferroviária eficiente e segura, no respeito pelo meio ambiente.
18

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
A Directiva Comunitária 440/91 e a Lei de Bases do Sistema

Relatório de Sustentabilidade 2008


de Transportes Terrestres estabeleceram as linhas de
orientação da indispensável e urgente reestruturação do
sistema ferroviário nacional, designadamente apontando a
necessidade de separar a gestão das infra-estruturas
ferroviárias da produção de transportes. O Governo definiu
as linhas gerais desta reorganização assente num modelo
baseado em três entidades:

19
1. Entidade reguladora do sector ferroviário,
ferroviário que tem como objectivo principal regular a
actividade entre os operadores ferroviários e o gestor das infra-estruturas, fomentando a

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


segurança, a qualidade e a preservação do ambiente sendo, consequentemente, um órgão
da Administração Central do Estado;

2. Entidade gestora da Infra-estrutura com a incumbência de garantir a instalação,


desenvolvimento e manutenção das infra-estruturas ferroviárias, bem como "gerir os sistemas
de comando e controlo da circulação, tendo já sido publicado o Decreto Lei nº 104/97, de
29/04, criando a REFER;
REFER

3. Operador de Transporte - a CP,


CP cabendo-lhe os serviços de passageiros e mercadorias,
devendo promover a sua reorganização de modo a tornar-se numa empresa virada para o
mercado, com uma cultura de cliente.

O processo de criação da Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E., ficou concluído em 1999,
ano em que a empresa assumiu a totalidade das funções que lhe tinham sido cometidas.
HISTÓRIA

Fundação da REFER, com a integração das actividades de investimento provenientes dos Ex-Gabinetes dos
1997 Nós Ferroviários de Lisboa e do Porto, da Ponte 25 de Abril e da própria CP.

Passagem para o âmbito da REFER das actividades de conservação e manutenção assumidas até à data
1998
pela CP.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Conclusão da passagem para a REFER de todas as actividades relacionadas com a gestão e exploração da
Rede Ferroviária Nacional com a integração da actividade de controlo e gestão da circulação.
A 29 de Julho de 1999 foi inaugurada oficialmente a instalação do caminho-de-ferro na Ponte 25 de Abril e
1999
o Eixo Ferroviário Norte – Sul, elemento fundamental nas ligações da margem sul do Tejo a Lisboa e que
passou a ser explorada por um operador privado.

Início da concepção de um sistema de gestão da qualidade (SGQ), em conformidade com a norma NP

2000 EN ISO 9001:2000, a implementar na REFER.


Início dos estudos referentes ao reaproveitamento do património ferroviário desactivado.
Assinat ura do primeiro protocolo para a construção de uma Ecopista, tendo por base o traçado do antigo
Ramal de Monção.
2001 “Estações com Vida”, arranque da primeira fase do projecto, abrangendo treze cidades. Este projecto tem
20
como objectivo requalificar o modo ferroviário e sua envolvente, devolvendo-lhe o papel de importante
dinamizador do desenvolvimento social, cultural e económico das comunidades que serve.

Elaboração do primeiro Directório de Rede, onde se estabelecem as condições de acesso e utilização da

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


2002 infra-estrutura ferroviária nacional, indo ao encontro do que se previa vir a ser o estatuído no DL-270/2003 de
28 de Outubro.

Obtenção da Certificação de Qualidade da ZOC Lisboa, de acordo com a Norma NP EN ISO 9001:2000,
concedida pela APCER (Associação Portuguesa de Certificação). Concretização do acordo CP/REFER relativo
2003 à Taxa de Utilização das infra-estruturas ferroviárias referente aos anos de 1999-2002. Criação das Direcções
de Ambiente e de Segurança. Publicação do Directório de Rede 2004 elaborado de acordo com o
estabelecido no DL-270/2003 28 de Outubro.

Realização da viagem inaugural da ligação directa Braga/Faro no dia 30 de Maio de 2004. A intervenção
subjacente a esta ligação teve por objectivo tornar este eixo fundamental da rede (Eixo Atlântico) mais
2004 competitivo relativamente aos modos de transporte concorrentes. Assinatura de um protocolo com a UMIC
(Unidade de Missão para a I novação e o Conhecimento), no âmbito das iniciativas relacionadas com a
promoção da sociedade de informação.

Obtenção da Certificação de Qualidade da Zona Operacional de Conservação do Porto, em Junho de


2005, de acordo com a Norma NP EN ISO 9001:2000, concedida pela APCER (Associação Portuguesa de
2005 Certificação).
Electrificação da Linha da Beira – Baixa (Mouriscas A – Castelo Branco).

O ano de 2006 assinala a passagem de 150 anos do caminho-de-ferro em Portugal, que representou um

2006 marco na História do nosso país, a primeira viagem inaugural de comboio, que ligou Lisboa – Estação de
Santa Apolónia ao Carregado.

O ano de 2007, ficou marcado, a 29 de Abril, pelos 10 anos de existência da REFER. Deu-se a conclusão das
2007 obras de remodelação do edifício da Estação do Rossio. Adaptação da Estação de Santa Apolónia à nova
Estação de Metropolitano.

Em 2008 destaca-se a reabertura do Túnel e Estação do Rossio totalmente remodelados. Conclusão das
empreitadas da Ligação Ferroviária à Siderurgia Nacional, 1ª fase da Variante de Alcácer, Terminal
2008
Multimodal de Cacia e Electrificação e Sinalização do Troço Barreiro – Pinhal Novo. E ntrada em
funcionamento do Centro de Comando Operacional do Porto a 22 de Abril.
ORGANIGRAMA VOCACIONADO PARA O NEGÓCIO DA REFER

Conselho de Administração

Secretaria - Geral Direcção de


Ambiente

Direcção de Comunicação Direcção de Auditoria e


e Imagem Sistemas de Qualidade

Relatório de Sustentabilidade 2008


Direcção de Relações Direcção de Gestão
Internacionais de Estações

Direcção Geral de Direcção Geral de Direcção Geral de


Organização e Engenharia e Exploração de
Desenvolvimento Construção Infra-estrutura
Direcção Geral de
Planeamento e
Controlo Estratégico
Direcção de
Economia e
Finanças 21
Direcção de
Património
Imobiliário

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


ENQUADRAMENTO LEGAL

29 de Abril de 1997

2003 2006
29 de Setembro 1 de Outubro 27 de Abril de
de 1998 de 1998 2007

INTF Primeiro 1º Pacote 1.ª Adenda ao


Separação IMTT
Operador Ferroviário para Directório de
CP/REFER (Regulador) (Regulador)
Independente a Lei Portuguesa 2006

Decreto-Lei Criado pelo Despacho Conjunto Decreto-Lei Criado pelo


104/97 270/03 Publicado
Decreto-Lei 299-B/98 nº 731/98 Decreto-Lei 147/2007
Directório da
Rede

A Lei de Bases do Sistema de Transportes Terrestres, Lei n.º 10/90 de 17 de Março, define que o
sistema de transportes terrestres compreende as infra-estruturas e os factores produtivos afectos
às deslocações por via terrestre de pessoas e de mercadorias no âmbito do território português
ou que nele tenham término ou parte do percurso e rege-se pela presente lei, seus decretos-lei
de desenvolvimento e regulamentos.
A 29 de Abril de 1997 foi publicado o Decreto-Lei 104/97 que cria a REFER, E.P.
A REFER é uma empresa cujo capital estatutário é 100% do Estado, sendo tutelada
conjuntamente pelos Ministérios das Finanças e das Obras Públicas.
Compete-lhe desenvolver as actividades pertinentes ao seu objecto, de acordo com
princípios de modernização e eficácia de modo a assegurar o regular e contínuo
fornecimento do serviço público da gestão de infra-estrutura integrante da Rede Ferroviária
Nacional.
De acordo com o estabelecido, a REFER:
• pode praticar todos os actos de gestão necessários ou convenientes à prossecução do

Relatório de Sustentabilidade 2008


seu objecto;
• conserva os direitos e assume as responsabilidades atribuídas ao Estado relativamente
ao Domínio Público Ferroviário nas disposições legais e regulamentos aplicáveis.

O Decreto-Lei 299-B/98, publicado a 29 de Setembro de 1998, cria o Instituto Nacional do


Transporte Ferroviário (INTF), que tem por finalidade regular e fiscalizar o sector ferroviário,
supervisionar as actividades desenvolvidas, assim como intervir em matéria de concessões de
serviço público.
22
Em Setembro do mesmo ano, pelo Despacho Conjunto nº 731/98, foi dada a concessão do
serviço de transporte ferroviário de passageiros no Eixo Norte-Sul à FERTAGUS, primeiro operador

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


privado.
Em Maio de 2000 é publicado o Decreto-Lei n.º 93/2000, que estabelece as condições a
satisfazer para realizar no território nacional as condições de interoperabilidade do sistema
ferroviário transeuropeu de alta velocidade (transpõe a Directiva n.º 96/48/CE, do Conselho de
23 de Julho de 1996). É alterado pelo Decreto-Lei n.º 152/2003, de 11 de Julho, que procede
à supressão de omissões detectadas na transposição da Directiva nº 96/48/CE, do Conselho,
de 23 de Julho.
Em Outubro de 2003, é publicado o Decreto-Lei 270/2003 de 28 de Outubro, que transpõe
para o direito nacional as Directivas nos 2001/12/CE, 2001/13/CE e 2001/14/CE, normalmente
designadas por “Pacote Ferroviário I”, visando abrir o mercado do transporte ferroviário à
participação dos agentes económicos privados, garantindo um conjunto de critérios de
capacidade técnica, financeira e de segurança.
O Decreto-Lei n.º 276/2003, de 4 de Novembro, estabelece o novo regime jurídico dos bens
do domínio público ferroviário, incluindo as regras sobre a sua utilização, desafectação,
permuta e, bem assim como, as regras aplicáveis às relações dos proprietários confinantes e
população em geral com aqueles bens, autorização legislativa concedida pela Lei n.º
51/2003, de 22 de Agosto.
Na sequência do estabelecido neste diploma legal a REFER preparou e publicou, logo neste
ano, a primeira edição do Directório da Rede que visa fornecer às empresas de transporte
ferroviário a informação essencial de que necessitam para o acesso e utilização da infra-
estrutura ferroviária nacional, gerida pela REFER e aberta ao transporte ferroviário.
Em Março de 2005 foi publicado o Regulamento nº 21/2005 do INTF que versa sobre o regime
geral de tarifação dos serviços prestados aos operadores pelo gestor de infra-estrutura.
O Directório da Rede de 2006, publicado em Setembro de 2005, foi o primeiro directório a ser
elaborado à luz das regras fixadas no Regulamento n.º 21/2005. Após a sua publicação, os
Operadores interpuseram recursos o que obrigou a REFER a apresentar os processos
devidamente instruídos à Entidade Reguladora e a disponibilizar, no decurso de 2006, várias
informações adicionais em complemento aos elementos disponibilizadas aquando da
fundamentação da tarifação, com vista à tomada de decisão por parte do INTF.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Decorrente dessa decisão foi publicada em 2006 a 1.ª Adenda ao Directório de 2006.
Pelo Decreto-Lei n.º 200/2006, foi criado o IMTT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes
Terrestres, fundindo diversos organismos incluindo o antigo INTF – Instituto Nacional do transporte
Ferroviário.
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 47/2007, define os princípios do Bom Governo das
empresas do Sector Empresarial do Estado.
A 22 de Julho de 2008, foi publicado no Decreto-Lei 141/2008, uma alteração aos Estatutos da
REFER, tendo este entrado em vigo a 23 de Julho do mesmo ano. Este Decreto-Lei vem alterar 23
o diploma que criou a Rede Ferroviária Nacional, REFER, E. P., e os respectivos Estatutos,
visando a sua adaptação ao novo regime jurídico do sector empresarial do Estado. Assim, a

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Rede Ferroviária Nacional, REFER, E. P., é transformada em entidade pública empresarial com
a designação Rede Ferroviária Nacional, REFER, E. P. E.

ÁREAS DE NEGÓCIO

À REFER, enquanto prestadora do serviço público de gestão da infra-estrutura integrante da


Rede Ferroviária Nacional, compete-lhe desenvolver as actividades pertinentes ao seu objecto,
de acordo com princípios de modernização e eficácia, actuando essencialmente em duas
áreas de negócio:

• Gestão de Infra-
Infra-estruturas,
estruturas compreende a gestão da capacidade, a conservação e
manutenção da infra-estrutura ferroviária e a gestão dos respectivos sistemas de comando
e controlo da circulação, incluindo a sinalização, regulação e expedição, por forma a
assegurar condições de segurança e qualidade indispensáveis à prestação do serviço
público de transporte ferroviário.
• Investimento,
Investimento, consiste na construção, instalação e renovação da infra-estrutura, actividade
desenvolvida por conta do Estado (os bens integram o domínio público ferroviário).

A REFER ocupa assim, uma posição chave na cadeia de valor do sector ferroviário, devendo
garantir, por um lado, a disponibilização de uma rede ferroviária com capacidade e
condições de exploração fiáveis, com qualidade e segurança, e, por outro, o cumprimento
das metas e objectivos de modernização da rede, traçados pelo Estado.
Objectivos
E conómicos e
Sociais
T UTELA
R E GULADOR
Objectivos a atingir
Qualidade de Serviço

Qu a lidade Serviço R a pidez


Ca pacidade
Disponibilidade Frequência
Cumprimento
S egurança Pon tualidade
Prazos

Relatório de Sustentabilidade 2008


Fiabilidade Con forto
Fo rnecedores Qua lidade Cliente Final
Operadores
e Empreiteiros Mercado
Eficiência
Ciclo de vida Eficiência Competitividade
Expectável

Custos de Performance

Cadeia de Valor Sector Ferroviário

GESTÃO E EXPLORAÇÃO
XPLORAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA
24
A rede ferroviária nacional totalizava, em Dezembro de 2008, em extensão de linha 3.618 km,
estando 2.842, actualmente, abertos ao tráfego ferroviário Esta extensão inclui 4 km os quais

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


são explorados pelo Metro de Mirandela. Em relação ao ano de 2007 verificou-se um
aumento de 4 km, devido à inclusão do Ramal da Siderurgia Nacional e ao Terminal do
Fundão.
Decorrente da modernização da rede, têm sido colocadas ao serviço uma quantidade
significativa de novas instalações e feita a remodelação e a reconversão tecnológica de
muitas outras que conferem à exploração ferroviária maior segurança, maior fiabilidade e
flexibilidade, maior adequação às necessidades da procura e melhor mobilidade entre
modos de transporte.

Em 2008, a rede ferroviária nacional estava caracterizada da seguinte forma:


Sem Tráfego Rede Ferroviária
Com Tráfego Ferroviário
Ferroviário Nacional

Electrificada N ão
TOTAL TO TAL TOTAL
Electrificada
25 .000 V 1.500 V Sub-Total

Via Larga 1 .435 25 1.46 0 1 .190 2.650 327 2.9 77


Via Única 853 0 853 1.190 2.043 327 2.04 3
Via Dupla 539 25 564 0 564 0 5 64

Via Múltip la 43 0 43 0 43 0 43
Via Estreita 0 0 0 1 92 1 92 449 6 41

Via Única 0 0 0 192 192 449 6 41

TOTAL 1 .435 25 1.46 0 1 .382 2.842 776 3.6 18


No ano em análise verifica-se que a rede electrificada 51%
49%
aumentou 24 km, devido à electrificação do troço Barreiro -
Pinhal Novo, ao Ramal do Louriçal e ao Ramal da Siderurgia
Nacional. Assim, desde 1998 a REFER electrificou 587 km da
rede ferroviária. Actualmente, cerca de 51% de toda a Electificada Não
Electrificada
rede ferroviária, encontra-se electrificada.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Na Rede Ferroviária Nacional, a primeira linha a dispor de tracção eléctrica foi a Linha de
Cascais, onde se instalou um sistema em corrente continua a 1.500 Volts, inaugurado no ano
de 1926. Apenas em 1956, entram em serviço novas electrificações, sendo a opção técnica
em corrente alterna a 25.000Volt. Esta circunstância justifica o facto de anteriormente a Linha
de Cascais dispor de um sistema
de electrificação distinto do LI NHA ELECTRIFICADA 25
observado na restante rede. 1.500
A electrificação a 25.000 Volt

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Km de Linha

atinge, nos primeiros 39 anos, uma 1 46 0


1 . 4 35 1. 4 36
1.250
extensão de 462 km de linha. Esta
extensão é superada pelas
colocações em serviço ocorridas 1.000
nos últimos anos, o que demonstra 2006 2007 2008

o esforço de investimento que está


a ser feito nesta área.

No que respeita a sistemas de segurança, instalados na via-férrea, no final do ano de 2008


estavam instalados na rede ferroviária nacional, em 56% da sua extensão, sofisticados
Sistemas de Controlo de Velocidade, Convel e ATS. O sistema Convel (sistema partilhado entre
os Operadores e a REFER) permite assegurar elevadíssimos níveis de segurança de circulação,
garantindo o cumprimento da sinalização e da velocidade autorizada de circulação pelos
comboios. Este sistema apoia a actividade de condução do maquinista, avisando-o das
condições de circulação e actuando no sistema de frenagem (obrigando o comboio a parar)
sempre que não for cumprido algum requisito de segurança. O Rádio Solo-Comboio é outro
sistema de segurança, instalado na rede ferroviária nacional, estando presente em 54,8% da
extensão da via. O sistema Rádio Solo-Comboio (sistema partilhado entre os Operadores e a
REFER) destina-se a permitir a comunicação por voz e dados entre os maquinistas dos
Operadores e os responsáveis da REFER pela regulação de tráfego. Deste modo, são
permitidas comunicações entre, o Posto de Comando e o maquinista, as estações e o
maquinista, os maquinistas de dois comboios.
(Km)

SISTEMAS DE SEGURANÇA E CONTROLO DE COMANDOS 2006 2007 2008

Convel 1.429 1.444 1.429

ATS (Frenagem Automática) 25 25 25

Relatório de Sustentabilidade 2008


Rádio Solo/Comboio 1.428 1.428 1.428

Rádio Solo/Comboio
25 25 25
s/ Transmissão de Dados

O ano de 2008 apresenta um crescimento médio nas prestações de serviços de tráfego dos
operadores na ordem dos 2%. O serviço de passageiros é o que apresenta um maior
incremento de CK. Manteve-se em 2008 a existência de dois operadores de passageiros, CP e
FERTAGUS, a operar na rede ferroviária nacional, com a FERTAGUS a dispor de concessão
26
apenas para a exploração de serviço de transporte ferroviário suburbano de passageiros no
eixo ferroviário Norte-Sul, entre as estações de Roma - Areeiro e Setúbal. No que se refere ao

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


número de CKs realizados por cada operador de passageiros, verificou um aumento de cerca
de 2% para o operador CP e um aumento de cerca de 1% para o operador FERTAGUS.
Com a liberalização do transporte de mercadorias apareceram dois novos operadores, a
TAKARGO e a COMSA RAIL, tendo o primeiro já iniciado
a operar na rede ferroviária nacional em 2008,
realizando cerca de 37 mil CKs.
Assim, em 2008 a CP foi o operador que, há 95,6%

semelhança de anos anteriores, mais se evidenciou


na realização de CKs, com 95,6% do total de CKs, 4,3%
0,1%
enquanto que a FERTAGUS realizou 4,3% e a TAKARGO
Operador CP Operador Fertagus
apenas 0,1% Operador Takargo

A distribuição do tráfego ferroviário nas várias linhas da rede, é bastante heterogéneo incidindo
na rede principal 74% do tráfego total, 19% na rede complementar e 7% na rede secundária.

CK's NA REDE GERAL


A Rede Ferroviária Principal identifica-se
Rede Principal 30.730.5 02
com os eixos de maior procura e com as
Rede Complementar 7.841.299 principais acessibilidades às plataformas

Rede Secundária 2.712.257 logísticas, portos, aeroportos e fronteiras. As


funções da Rede Ferroviária
TOTAL 4 1.284.058
Complementar são, essencialmente, o
fecho de malha e a ligação à rede principal, cobrindo territórios de escalões secundários de
procura, em articulação com os territórios adjacentes aos corredores da rede principal. Com a
entrada em exploração da Alta Velocidade, a rede
CK's NA REDE GERAL
complementar passará a desempenhar,
essencialmente, funções de distribuição no território,
constituindo-se como meio de assegurar a ligação às 74%
19%
7%
localidades não servidas directamente pela rede
principal. A Rede Ferroviária Secundária é associada,

Relatório de Sustentabilidade 2008


essencialmente, a serviços de transporte de baixa Rede Principal Rede Complementar

procura, adaptados às características da respectiva Rede Secundária

área: densidade populacional, mobilidade e


actividades instaladas.

No que se respeita à pontualidade, em 2008, verificou-se uma descida, no índice médio de


pontualidade, nas famílias de comboios Pendulares e Intercidades
27
Í N DICE DE PONTUALIDADE REFER

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


100%

90%

80%

70%

60%
Pendulares Internacionais Intercidades Inter-Regionais Regionais Suburbanos Mercadorias

2006 2007 2008

A REFER pretende disponibilizar ao operador ferroviário uma infra-estrutura com grandes níveis
de segurança, fiabilidade e flexibilidade, através da modernização da rede, colocando em
serviço uma quantidade significativa de novas instalações, muitas delas inexistentes
anteriormente, e outras substituindo sistemas muito rudimentares com introduçao de novas
tecnologias. Para tal a REFER tem vindo a realizar nos últimos anos, grandes investimentos de
expansão e modernização da rede ferroviária.
Nos custos da actividade de gestão das infra-estruturas ferroviárias existem duas rubricas
dominantes os “Fornecimentos e Serviços Externos” com destaque para os “Subcontratos” e a
rubrica “Custos com Pessoal”.
Na rubrica “Fornecimentos e Serviços Externos” a classe “Subcontratos” é aquela que mais
contribui para a sua composição
FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS
correspondendo a 72% do total.
120.000 104.017 108.137
102.754 Verifica-se, em 2008 um redução dos
82.184
73.795 total dos custos com os Fornecimentos
milhares de euros

80.000 69.687

e Serviços Externos em 5% e

Relatório de Sustentabilidade 2008


34.330
40.000 25.953 28.959
consequente diminuição dos
subcontratos em 10%. Esta diminuição
0
2006 2007 2008 é devida principalmente à
renegociação dos principais contratos
Subcontratos Outros Fornecimentos e Serviços TOTAL
de manutenção.

Nos “Custos com o Pessoal” 600.000

verificou-se um aumento de 8% de
28
2007 para 2008 devido ao 400.000

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


crescimento nominal destes custos,
200.000
devido a actualizações e
progressões salariais e ainda de 1,5
0
milhões de euros referentes a 2006 2007 2008

rescisões de contratos. Por outro Custos Custos com Pessoal da Total dos Custos
com Pessoal Infra-estrutura
lado, verificou-se um aumento dos
custos com formação, um aumentos com os custos do seguro de saúde e um aumento com
as concessões de transportes.
Em 2008 verifiou-se uma ligeira redução do efectivo, no entanto menos significativo que nos
anos anteriores. Em Dezembro de 2008, o número de trabalhadores a cargo era de 3556,
enquanto que em 2007 tinha sido de 3578. Verificando-se uma redução de 23 trabalhadores
a cargo ao longo do ano em análise.Já o efectivo afecto à gestão da infra-estrutura era no
final de 2008 de 2964, aumentado 0,3% quando comparado com 2007, sendo este resultado
reflexo das quebra da redução de efectivos verificada nos últimos anos.

INVESTIMENTO
Segundo os estatutos da REFER, esta deverá desenvolver a sua actividade segundo princípios
de modernização e eficácia, utilizando para o efeito os meios disponíveis mais adequados à
actividade ferroviária e garantindo as melhores práticas, sendo que o investimento na
construção, instalação e renovação da infra-estrutura é suportado pelo Estado.
O volume de investimentos realizado pela REFER durante o exercício de 2008 ascendeu a 398
milhões de euros, representando uma taxa de realização de 76% face ao previsto (522,9
milhões de euros). Deste valor, 392 milhões de euros dizem respeito a investimentos em Infra-
estruturas de Longa Duração (99% do investimento total) e 5,6 milhões de euros a
investimentos em Estruturas de Apoio à Gestão (1% do investimento total).
Nas acções desenvolvidas pela REFER, na rede ferroviária nacional, há a destacar a reabertura
do Túnel e Estação do Rossio, em Fevereiro de 2008, tendo, a intervenção desenvolvida, sido
distinguida com o Prémio “Reabilitação”. Esta distinção é mais um sinal da importância do
investimento na Estação do Rossio que, além de assegurar uma infra-estrutura mais moderna,

Relatório de Sustentabilidade 2008


permitiu a devolução à cidade de um espaço público renovado.
No âmbito da sua actividade de Investimentos, e tendo como objectivo a modernização e
desenvolvimento da rede ferroviária nacional, a REFER realizou durante o ano de 2008, as
acções que se destacam:
• Linha do Minho
Em Janeiro de 2008, foi consignada a empreitada que marca o início dos trabalhos de
construção da Variante da Trofa. Com um desenvolvimento de 3.555 metros, a variante
integra um troço em túnel, com 1.404 metros de extensão – objecto da presente 29
empreitada - e um viaduto com 327 metros de comprimento. A sua construção, permitirá,
entre outros aspectos, encurtar o actual percurso em 508 metros, melhorar as condições

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


operacionais da linha do Minho e cumprir o tempo de percurso fixado como objectivo para
a ligação de alta velocidade Porto – Vigo.

• Linha do Norte
Variante da Trofa
Em Fevereiro de 2008 iniciaram-se os trabalhos de remodelação da Estação de Vila Nova
de Gaia / Devesas, na Linha do Norte. Esta intervenção abrange o edifício de passageiros,
os cais de embarque (plataformas de passageiros), o parque de estacionamento e o largo
fronteiro à estação.
Com a entrega do processo na Agência Portuguesa do Ambiente, em Março de 2008,
teve início o procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental da Variante de Santarém
ao actual traçado da Linha do Norte, entre Vale de Santarém e Mato de Miranda. Com
uma extensão de aproximadamente 26km, esta Variante permitirá introduzir velocidades de
exploração de 160km/h a comboios convencionais e de 190km/h a comboios basculantes.

• Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro


Aveiro
Em Fevereiro de 2008 foi consignada a empreitada de construção designada por “Ramal
Ferroviário de Acesso ao Porto de Aveiro – 2.ª Fase”.
A ligação ferroviária ao Porto de Aveiro, inscrita no programa de investimentos em infra-
estruturas prioritárias definido pelo Governo para o sector ferroviário, integra a construção de
uma plataforma multimodal em Cacia, em fase de conclusão, e um ramal de ligação da
Linha do Norte ao Porto de Aveiro, infra-estruturas fundamentais à expansão da actividade
portuária e ao transporte de mercadorias numa perspectiva multimodal, determinantes
para o desenvolvimento socioeconómico local, regional e nacional.
Em Novembro de 2008 ficaram concluídos no Terminal Multimodal de Cacia os trabalhos
de instalação dos sistemas, que serão comandados e supervisionados pelo Centro de
Comando Operacional do Porto. Estes trabalhos, permitirão a entrada ao serviço desta
importante instalação, inserida na Plataforma Logística de Cacia, que assim se constituirá
como a primeira das infra-estruturas que integram o Portugal Logístico a ter condições de
operacionalidade.

Relatório de Sustentabilidade 2008


• Linha de Sintra
Decorreu em Janeiro de 2008, a assinatura da
Consignação que marca o início dos trabalhos de
quadruplicação da via, entre as Estações de Barcarena e
Cacém, na Linha de Sintra. Esta intervenção, integrada no
Projecto de Modernização da Linha de Sintra, permitirá Barcarena / Cacém

concluir a quadruplicação da via entre Monte Abraão e Barcarena / Cacém 30


Cacém, bem como a remodelação das estações de Barcarena e Cacém.
Após a finalização dos trabalhos, ficarão garantidos, em condições de segurança e de

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


conforto para os utentes, os atravessamentos desnivelados pedonais em ambas as
estações, concluindo-se, também, todo o esforço de supressão de atravessamentos/
passagens de nível na Linha de Sintra, que tem vindo a ser concretizado pela REFER.

• Ligação Ferroviária à Siderurgia Nacional


Em Março de 2008 a REFER deu por concluídos os trabalhos relativos à empreitada de
construção da Ligação Ferroviária à Siderurgia Nacional, cumprindo o calendário definido
aquando da respectiva consignação.
O novo ramal agora disponibilizado pela REFER tem uma
extensão de 3.788 metros e deriva de um troço com 795
metros, também construído no âmbito desta intervenção,
designado por linha V da Estação de Coina.
Representando um investimento global de 15 milhões de euros,
Ligação Ferroviária à Siderurgia
a empreitada consistiu na construção de uma nova linha Nacional

electrificada, sinalizada e dotada de sistemas de controlo automático de velocidade


(CONVEL) e de Rádio Solo-Comboio, para circulação de composições de mercadorias
entre a Estação de Coina e a referida unidade industrial.
Este ramal, que faz parte dos investimentos prioritários identificados para a Rede
Convencional nas Orientações Estratégicas definidas pelo Governo para o Sector
Ferroviário, vem dar satisfação a uma necessidade há muito sentida pelo conjunto de
empresas que operam no Parque Industrial do Seixal, permitindo-lhes a transferência do
transporte dos seus produtos para o modo ferroviário, melhorando assim as suas condições
de competitividade.
• Linha do Alentejo
REFER procedeu em Março de 2008 à
consignação dos trabalhos objecto da
empreitada designada por “Linha do Alentejo
- Troço Barreiro - Pinhal Novo (excl.) -

Relatório de Sustentabilidade 2008


Electrificação e Modernização de Estações e
Barreiro / Pinhal Novo
Apeadeiros”. A conclusão desta empreitada
permitirá a redução dos tempos de percurso e a melhoria da qualidade do serviço
prestado, nomeadamente com a aproximação entre as infra-estruturas ferroviária e fluvial,
incremento das condições de conforto nas estações e respectivas acessibilidades.
A empreitada consiste na realização das seguintes acções principais:
 Electrificação da Linha do Alentejo entre as Estações do Barreiro e de Pinhal Novo
(exclusive); 31
 Implementação de um novo layout na Estação do Barreiro, materializado pela
construção de um novo terminal ferroviário, a nascente das actuais infra-estruturas,

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


mais próximo do terminal fluvial;
 Remodelação das Estações do Barreiro, Lavradio e Moita e dos Apeadeiros do Barreiro-
A, Alhos Vedros, Baixa da Banheira e Penteado, com o alteamento e prolongamento
dos cais de passageiros, instalação de mobiliário urbano, coberturas e passagens
superiores de peões dotadas de escadas tradicionais e elevadores, para acesso às
plataformas e atravessamento da via-férrea;
 Construção de uma passagem superior pedonal ao km 1,750, junto ao Bairro das
Palmeiras, para substituição da existente.

• Ligação Sines - Elvas


A melhoria do corredor ferroviário entre Sines e Espanha para transporte de mercadorias
com origem ou destino no Porto de Sines é uma das intervenções prioritárias previstas nas
Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário. A ligação ferroviária Sines – Elvas para
mercadorias está também incluída na lista dos trinta projectos prioritários da Rede
Transeuropeia de Transportes. Prosseguindo com esse objectivo, a REFER procedeu, em
Julho de 2008, ao lançamento do concurso público internacional da empreitada de
modernização da estação da Raquete. Esta empreitada desenvolver-se-á entre os km
168,300 e 171,224 da Linha de Sines, e integra no seu âmbito a construção de nove vias-
férreas paralelas à linha existente no troço Ermidas – Sines. Este troço será também objecto
de intervenção, para recepção de composições de mercadorias e sua posterior
distribuição pelo conjunto de ramais ferroviários próprios de acesso a equipamentos e
unidades industriais aí sedeadas, nomeadamente, a GALP, REPSOL, MetalSines e Porto de
Sines. No âmbito desta ligação, com o objectivo de melhorar não só as condições de
circulação do transporte de mercadorias, como também as de passageiros, a REFER
procedeu, em Agosto de 2008, ao lançamento do concurso público internacional da
empreitada
a de modernização do troço Bombel e Vidigal a Évora.

• Linha do Sul
Em Maio de 2008, a REFER procedeu à consignação dos trabalhos objecto da empreitada

Relatório de Sustentabilidade 2008


de remodelação da Estação de Setúbal. A intervenção caracteriza-se,
caracteriza se, fundamentalmente,
pela realização de trabalhos de remodelação do actual layout ferroviário, remodelação do
edifício de passageiros, construção de um novo acesso à estação do lado oposto ao
actual EP, alargamento da passagem inferior rodoviária ao km 28,416, da Linha do Sul, e
construção de dois
ois parques de estacionamento com capacidade para 342 lugares de
estacionamento.
A REFER deu por terminados os trabalhos relativos à empreitada da 1.ª Fase da Variante de
Alcácer, entre a Estação do Pinheiro e o km 94 da Linha do Sul, numa extensão de 29km,
29km o 32
que representa uma redução de 6,5km relativamente ao traçado actual.
A Variante de Alcácer – projecto que integra as

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário –
representa um investimento total estimado em cerca de
144 milhões de euros e constitui uma das acções
prioritárias para a rede ferroviária nacional, porque permite:
 O reforço da competitividade do Porto de Sines, Variante de Alcácer

mediante a sua ligação a Espanha, enquadrada na ligação Sines / Évora / Elvas,


Elv a sua
articulação com a rede de plataformas logísticas (Poceirão e Elvas), com os portos de
Setúbal e Lisboa e com a ligação de Alta Velocidade Lisboa / Madrid, com o objectivo
de promover a interoperabilidade da rede ferroviária nacional com as redes europeias
de transporte de mercadorias;
 A melhoria da oferta ferroviária de passageiros de longo curso na ligação Lisboa –
Algarve, pela redução do tempo de viagem e pela maior fiabilidade e segurança,
constituindo-se
se como incentivo à transferência do tráfego
tráfego rodoviário para a ferrovia,
com todos os impactos positivos que daí advêm.

• CCO Porto

Após a entrada em funcionamento do Centro de Comando


Operacional (CCO) de Lisboa, em Novembro de 2007, e
seguindo o planeamento previsto, entra em funcionamento
em Abril de 2008 o CCO do Porto. Instalado num edifício de
vanguarda situado junto à Estação de Contumil, o CCO do
Porto irá comandar/controlar as Linhas do Minho, de CCO Porto
Guimarães, de Leixões, do Douro e do Norte [Mealhada (inclusive) a Porto – Campanhã], e
o Ramal de Braga. Os CCO são centros de gestão operacional da circulação ferroviária,
técnica e funcionalmente evoluídos, cujo papel fundamental é a coordenação e
supervisão de todas as funções e actividades ligadas aos processos operacionais da
exploração ferroviária, na sua área de abrangência

Relatório de Sustentabilidade 2008


A Refer, enquanto entidade gestora da infra-estrutura ferroviária, está obrigada à elaboração
do Plano de Supressão e Reclassificação de Passagens de Nível. O desenvolvimento das
acções de supressão e de melhoria das condições de segurança, nomeadamente através da
sua automatização, resultaram numa redução da sinistralidade. Neste sentido foram
executadas em 2008 57 acções, reparditas por 40 supressões e 17 reclassificações de
passagens de nível. O investimento total para a concretização destas acções foi de 13,8
milhões de euros, dos quais
13 milhões foram suportados Tipo de PN Quantidade
33
pela REFER.
Com Guarda 86

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Em Dezembro de 2008, no Automatizadas
universo das Linhas com Com meias barreiras 355 373
Sem meias barreiras 18
Exploração Ferroviária,
PN's Públicas Sem Guarda
existiam 1.229 Passagens de
Tipo D 304 466
Nível, com a seguinte 5ª catª 162

tipologia: Peões 177


Subtotal 1102
PN's Particulares 127
TOTAL 1229

A densidade média de Passagens de Nível no final de 2008 era de 0,433 PNs/Km.


O seguinte gráfico reflete a evolução do número de Passagens de Nível e das acções
desenvolvidas nos últimos anos:
350 3000

300
2500

250
2000

200
1500
1229
150

Relatório de Sustentabilidade 2008


1000
100

40
500
50
17

0 0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Nº de PNs suprimidas 114 188 256 282 205 128 66 31 40
Nº de PNs reclassificadas 38 37 69 55 96 154 87 9 17
Total de PNs 2386 2202 1947 1737 1476 1348 1297 1266 1229

Nº de PNs suprimidas Nº de PNs reclassificadas Total de PNs


34

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Observa-se que a política continuada de supressão e melhoria das condições de segurança
nas Passagens de Nível tem contribuido para a redução continuada da sinistralidade.
Contudo, são as colhidas responsáveis pelo maios número de mortos, pelo que as
campanhas de sensibilização nas escolas e nos meios de comunicação social, srão cada vez
mais importantes.
Em 2008 registaram-se 55 acidentes em Passagens de Nível, dos quais 11 foram colilhas e 44
colisões, verificando-se uma redução de 54% no total de acidentes desde o ano 2000 até ao
ano de 2008.

A CIDENTES EM PASSAGENS DE NÍVEL - 2000 A 2008

150

125

100
Nº de acidentes

75

50

25

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
TOTAL 119 123 113 105 102 78 68 66 55
Colhidas 15 17 18 15 18 19 11 17 11
Colisões 104 106 95 90 84 59 57 49 44
Os objectivos definidos nas Grandes Opções do Plano 2005/2009 prevêem a redução da
sinistralidade nas passagens de nível em 50% face ao ano de 2004, definindo-se ainda nas
Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário o objectivo para 2015 de redução desta
sinistralidade em 60% em relação a 2005.

DIMENSÃO DA ORGANIZAÇÃO
ORGANIZAÇÃO

Relatório de Sustentabilidade 2008


Apesar de ainda se ter verificado uma redução no efectivo, desde 1999 este foi o ano em que
a mesma foi menos significativa, em linha com a quebra já verificada em 2007. Em Dezembro
de 2008, o número de trabalhadores a cargo era de 3556. Deste valor há a destacar uma
maior incidência do efectivo da empresa na região de Lisboa e do centro do país.
milhares de euros

REFER 2006 2007 2008

Vendas e Prestações de Serviços 88.240 73.212 71.629


Total do Activo 1.198.598 1.358.559 1.594.811 35
Capitais Próprios -810.961 -973.755 -1.155.239
Investimento 312.510 335.512 398.064

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Efectivo Médio (nº) 3.654 3.579 3.556

PIB (preços correntes) 155.446.300 163.237.700 166.127.600

Inv. REFER/PIB 0,2% 0,2% 0,2%

Fonte: Refer, INE

ENQUADRAMENTO NO SECTOR DA GESTÃO DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES

A análise, que se apresenta neste Capítulo, baseia-se na comparação dos dados relativos a
um conjunto de empresas que se considerou representativo da actividade de “Gestão de
Infra-estruturas de Transportes” em termos de indicadores económicos.
Ao recolher os dados relativos ao sector em questão, verificou-se que ao nível dos dados
disponíveis no INE, este sector “Transportes, armazenagem e comunicações” CAE 6
(Classificação das Actividades Económicas) incluía actividades tão distintas como:
• Transportes terrestres, transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines), onde se incluem os
Caminhos-de-ferro;
• Transportes por água;
• Transportes aéreos;
• Actividades Anexas e Auxiliares dos Transportes, Agências de Viagem e de Turismo;
• Correios e Telecomunicações;
A REFER está incluída na CAE – Outras Actividades Auxiliares dos Transportes Terrestres, que inclui
empresas com actividades muito variadas, muitas das quais dificilmente comparáveis com a
REFER, nomeadamente agências de viagem, parques de estacionamento e empresas de
armazenagem.
Pelo exposto, optou-se por abandonar esta fonte de informação.
Para esta mesma CAE, a Central de Balanços do Banco de Portugal apresenta anualmente,
indicadores económicos relevantes do ano anterior, para um grupo mais restrito de empresas.
Assim sendo, optou-se por utilizar como termo de comparação com a REFER, os valores
apurados pela Central de Balanços, apresentando-se no quadro seguinte uma síntese dos
indicadores seleccionados.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Valores da Empresa Valores Médios do Sector

2005 2006 2007


2005 2006 2007
(37 Empresas) (213 Empresas) (210 Empresas)

Vendas e
79.512.426 88.240.058 73.212.389 28.990.380 5.727.103 6.960.805
Prestações de Serviços
Custos com Pessoal 92.753.341 93.105.828 85.598.462 5.622.144 1.076.135 1.070.710

Emprego (nº Pessoas) 3.849 3.598 3.573 198 40 41

Fonte:Relatório e Contas REFER (contas apresentadas em IFRS) e Banco de Portugal

Da análise do quadro anterior, constata-se: 36


• O valor das Vendas e Prestações de Serviços da REFER, é bastante superior à média do
sector, tendo vindo a diminuir nos anos em análise. É de referir que o valor das Vendas e

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Prestações de Serviços para 2006 foi de 88.240.058 euros, valor bastante significativo,
derivado da vendo do edifício INTERREPÚBLICA.
• Os indicadores, custos com o pessoal e efectivo da REFER, têm uma dimensão muito
elevada quando comparado com a média das restantes empresas do sector.

Face às disparidades detectadas, optou-se por restringir a análise a um grupo de empresas,


cuja actividade é a gestão de infra-estruturas de transporte, embora não pertencendo à CAE
da REFER.
O Grupo seleccionado integra 4 empresas ligadas ao transporte aéreo, rodoviário e ferroviário
(REFER) possibilitando assim um melhor enquadramento da actividade da empresa.

Valores da Empresa Valores Médios do Sector

2005 2006 2007


2005 2006 2007
(6 Empresas) (5 Empresas) (7 Empresas)

Vendas e
79.512.426 88.240.058 73.212.389 138.939.245 165.737.749 150.652.596
Prestações de Serviços

Custos com Pessoal 92.753.341 93.105.828 85.598.462 31.152.121 36.019.780 25.187.875

Emprego (nº Pessoas) 3.849 3.598 3.573 1.086 1.145 811

Fonte:Relatório e Contas REFER (contas apresentadas em IFRS) e Banco de Portugal

Constatou-se que no grupo de empresas mais reduzido, para os períodos analisados, a REFER
continua a destacar-se.
Os indicadores transmitem de uma forma simples a realidade da REFER: uma empresa de
grande dimensão, com grande preocupação na prestação de um serviço de qualidade,
com um elevado nível de investimento realizado por conta do Estado, e que tem como
missão a prestação de um serviço público.

GRUPO REFER
A REFER tem participações num conjunto de empresas criadas no âmbito da reorganização
do Sector Ferroviário, que se iniciou na década de 80, ainda antes da criação da própria

Relatório de Sustentabilidade 2008


REFER, e que, pela natureza da sua actividade complementam a actividade da gestão de
infra-estruturas ferroviárias.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, EP


REFER TELECOM,
TELECOM, SA
T ELECOMUNICAÇÕES
1 00%

37
G ESTÃO INVESFER, SA

I M OBILIÁRIA 99 ,99%

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


F ORMAÇÃO FERNAVE, SA
P ROFISSIONAL 1 0%

A C TIVIDADES FERBRITAS, SA GIL, SA RAVE, SA METRO MONDEGO, SA


98 ,43% 32 ,98% 40% 2 ,50%
F ERROVIÁRIAS

G ES TÃO DOS CP COM, SA


E S PAÇOS
8 0%
C OMERCIAIS

A REFER TELECOM – SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES, S.A.,


S.A é um Operador de
Telecomunicações licenciado pela ANACOM. A Refer Telecom está
vocacionada para a Gestão, Supervisão e Manutenção das Redes e Sistemas
de Telecomunicações Ferroviárias. É também responsável pela instalação e gestão das
telecomunicações, essenciais nesta área dos transportes, tem uma rede com cobertura
nacional e faz uso de um “backbone” de fibra óptica com mais de 2 800 quilómetros, com
presença nas principais capitais de distrito e centros urbanos do País. Sobre esta rede são
suportados diferentes serviços de conectividade.

A INVESFER S.A.,
S.A empresa de capitais públicos da REFER EP, tem por objecto a
prestação de serviços de valorização de património imobiliário. Tem como missão
estratégica a oferta de respostas flexíveis e inovadoras na valorização patrimonial,
desenhadas à medida das necessidades dos clientes.
Como visão estratégica aponta o seu reconhecimento, pelo mercado, como empresa de
referência na valorização de patrimónios imobiliários.
A INVESFER tem vindo a desenvolver projectos e empreendimentos que se constituem como
autênticas operações de requalificação urbana. São exemplo o Empreendimento Centro
Campanhã que, associado à construção da nova Gare Intermodal do Porto, criou um centro

Relatório de Sustentabilidade 2008


de escritórios e comércio; a renovação da Estação do Rossio, em Lisboa, que associada à
remodelação da Estação desenvolveu um centro de escritórios, integrando ainda um espaço
cultural e áreas destinadas a comércio, restauração e lazer na requalificada Praça Duque de
Cadaval; o novo edifício de escritórios na Estação de Braga.

A FERBRITAS S.A.
S.A é uma empresa do Grupo REFER com mais de três décadas de
experiência no sector ferroviário, particularmente vocacionada para o planeamento
de transportes, engenharia de infra-estruturas e para produção e comercialização de 38
agregados. A actividade da FERBRITAS S.A. reparte-se por duas vertentes distintas:
• Área de Engenharia dos Transportes

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


• Área de Agregados

A CPCOM – Exploração
Exploração de Espaços Comerciais da CP, SA,
SA constituída em
Setembro de 1995, tem como objectivo a exploração e gestão dos espaços
comerciais e publicitários da rede ferroviária nacional: lojas, equipamentos
automáticos diversos (máquinas automáticas de bebidas, de snacks, de fotografias, atm`s),
quiosques, armazéns, terrenos, painéis publicitários (mupis, painéis 8x3 e 4x3e outros suportes).

A RAVE, Rede Ferroviária de Alta Velocidade, SA,


SA tem por missão o
desenvolvimento e coordenação dos trabalhos e estudos necessários para a
formação de decisões de planeamento e construção, financiamento,
fornecimento e exploração de uma rede ferroviária de alta velocidade a instalar em Portugal
Continental, e da sua ligação com a rede espanhola de igual natureza.
39

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


ESTRUTURA DA GOVERNAÇÃO
Áreas de Actividade dos Membros do Conselho de
Administração
O Governo é responsável por definir os objectivos gerais a

Relatório de Sustentabilidade 2008


prosseguir pela REFER e o enquadramento no qual se deve
desenvolver a respectiva actividade de modo a assegurar
a sua harmonização com as politicas globais e sectoriais
do país.

O Conselho de Administração é composto por cinco membros: Presidente, Vice – Presidente e


três Vogais, são seleccionados pelo Governo, exercem funções por um período de três anos,
sendo renovável dentro dos limites previstos no Estatuto do Gestor Público, por iguais períodos, 40
permanecendo aqueles no exercício das suas funções até efectiva substituição ou

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


declaração da cessação das mesmas.

Ao Conselho de Administração compete, em geral, o exercício de todos os poderes


necessários para assegurar a gestão e o desenvolvimento da Empresa e a administração do
seu património, sem prejuízo dos poderes da tutela. Naturalmente, os membros do Conselho
de Administração têm de assegurar os deveres e obrigações legalmente estabelecidas para
os gestores públicos, dos quais o mais importante é a ausência de conflito de interesses.

O actual Conselho de Administração da REFER tomou posse no final do ano de 2005, tendo
sido reconduzidos no dia 21 de Janeiro de 2009.
O quadro a seguir apresenta os membros do Conselho de Administração e as suas
competências:

 Engenharia e Construção
PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO  Recursos Humanos
 Desenvolvimento Organizacional
ENG. LUÍS FILIPE MELO E SOUSA PARDAL  Secretaria-Geral
 Qualidade

Relatório de Sustentabilidade 2008


(Data Nascimento: 24.Outubro.1946 – 62 anos)  Ambiente
 Património Imobiliário
 Relações Institucionais

VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO  Economia e Finanças


 Plano e Controlo
DR. ALFREDO VICENTE PEREIRA  Planeamento Estratégico
 Aprovisionamentos e Logística
(Data Nascimento: 17.Setembro.1952 – 56 anos)

41
 Jurídico e Contencioso
VOGAL DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO  Relações Internacionais

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


DR. ROMEU COSTA REIS  Auditoria
 Comunicação e Imagem
(Data Nascimento: 06.Agosto.1952 – 56 anos)  Fundos Comunitários

VOGAL DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO


 Exploração da Infra-estrutura
ENG.º ALBERTO JOSÉ ENGENHEIRO CASTANHO
 Segurança
RIBEIRO  Gestão de Estações

(Data Nascimento: 10.Março.1963 – 45 anos)

VOGAL DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO  Sistemas e Tecnologias de Informação


 Tarifação de Acesso à Infra-estrutura
ENG.º CARLOS ALBERTO JOÃO FERNANDES  Articulação com o Contrato de
Concessão da Fertagus
(Data Nascimento: 07.Julho.1967 – 41 anos)  Contratualização com o Estado

Em 2008, o Conselho de Administração da Refer reuniu-se 53 vezes, como mostra quadro a


baixo:
Número de
Mês
reuniões (2008)
Janeiro 6
Fevereiro 4
Março 4
Abril 4
Maio 4
Junho 4
Julho 5
Agosto 4
Setembro 4
Outubro 5
Novembro 4
Dezembro 5
TOTAL 53
Os membros do Conselho de Administração da REFER, em 2008, faziam parte dos Conselhos
de Administração das empresas:

Nome Cargo REFER Empresa Cargo

Refer Telecom Presidente


Eng. Luís Filipe Melo e Sousa Pardal Presidente
Rave Presidente

Relatório de Sustentabilidade 2008


Invesfer Presidente
Dr. Alfredo Vicente Pereira Vice- presidente Gil Presidente
Rave Vogal

Invesfer Vogal
Dr. Romeu Costa Reis Vogal Ferbritas Presidente
Rave Vogal

Eng. Carlos Alberto João Rave Vogal 42


Vogal
Fernandes
CP Com Vogal

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Eng. Alberto José Engenheiro CP Com Presidente
Vogal
Castanho Ribeiro
Rave Vogal
QUALIDADE SEGURANÇA AMBIENTE

Garantir o cumprimento dos


Garantir a implementação e Garantir a implementação dos
requisitos de protecção
manutenção de Sistemas da requisitos necessários à
ambiental ao nível do
Qualidade e de monitorização Segurança, com o objectivo
planeamento, concepção e
de desempenho em de eliminar a sinistralidade e os

Relatório de Sustentabilidade 2008


execução de novos projectos,
conformidade com a prejuízos materiais e pessoais,
bem como, na exploração e
estratégia e objectivos beneficiando os valores da
conservação da rede,
definidos comunidade, do Estado, da
enquadrado na lógica de um
Empresa e dos seus
Sistema de Gestão Ambiental
trabalhadores.
e num processo, implícito, de
melhoria contínua.

43

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


SUSTENTABILIDADE

SOCIAL

Assegurar o alinhamento das actividades de Gestão dos Recursos


Humanos com a estratégia global da empresa. Definir as linhas
orientadoras e as ferramentas de gestão de Recursos Humanos,
que permitam atingir bons níveis de satisfação/motivação e de
produtividade nos colaboradores da empresa. Apoiar iniciativas
desenvolvidas no âmbito da promoção do desenvolvimento da
comunidade em que se insere.
QUALIDADE

A Qualidade é uma preocupação explícita da REFER desde 2000.


Apoio na realização de acções de formação sobre “Qualidade” no âmbito do alargamento do
actual SGQ aos centros de manutenção de Coimbra e Caldas da Rainha (UOC).

Relatório de Sustentabilidade 2008


Adaptação dos documentos do actual SGQ (implementado na UOC e UON) no sentido de
integrar a Direcção de Construção (CR).

Objectivo 2008:
2008 Assegurar a sistematização dos processos do SGQ e garantir a respectiva
implementação. Melhorar a qualidade dos projectos gerindo a sua execução de acordo com
a ISO:9001:2000
Objectivo 2009:
2009 Assegurar a sistematização dos processos do SGQ e garantir a respectiva
implementação. Melhorar a qualidade dos projectos gerindo a sua execução de acordo com
a ISO:9001:2000 44

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


SEGURANÇA

A segurança na REFER é entendida como uma responsabilidade de todos e de cada um,


requerendo a cooperação institucional e a participação empenhada e responsável de todos
os colaboradores.
A política de Segurança cobre essencialmente três vertentes:
Segurança no Trabalho,
Trabalho quer dos colaboradores quer junto dos empreendimentos construtivos.
Segurança das I nstalações,
nstalações quer na vertente de emergência quer de vigilância das mesmas.
Segurança da E xploração como apoio aos Órgãos que desenvolvem estas actividades.

Objectivo 2008:
2008: Instalar sistemas de controlo de acessos em edifícios Administrativos; Elaborar
Planos de Emergência Internos; Informatizar postos de vigilância humana e padronizar
procedimentos; Operacionalizar sistemas de videovigilância.
Objectivo 2009: Proceder à Instalação nos "ambientes" Estação e Vigilantes de Segurança de
soluções de software opensource “OpenOffice”. Aumentar os níveis de segurança da rede.
Reduzir a sinistralidade em passagens de nível.
AMBIENTE

Após a revisão da Política de Ambiente em Agosto de 2007, o ano de 2008 é, como seria de
esperar, marcado pela implementação das principais linhas de estratégia que emergiram deste
processo.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Metas 2008:
2008 Deu-se continuidade ao desenvolvimento da rede de responsáveis operacionais de
ambiente, com especial incidência na área do investimento. Complementarmente, manteve-se
o desempenho da empresa no que diz respeito à avaliação de impacte ambiental dos
principais projectos de investimento. Foram concluídos e entregues à Agência Portuguesa do
Ambiente os Mapas Estratégicos de Ruído, concluindo-se em 90% a primeira fase (Grandes Infra-
estruturas Ferroviárias com mais de 60.000 marchas/ano). Consolidou-se o universo dos projectos
incluídos no compromisso B&B tendo sido desencadeadas as acções conducentes ao seu
desenvolvimento.
45
Metas 2009:
2009 prosseguir o trabalho desenvolvido em 2008, tendo em atenção que 2009 e os

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


anos seguintes se perspectivam como sendo anos de forte investimento algo que obrigará a um
acompanhamento mais dedicado a esta área importante para a empresa e para a
modernização da infra-estrutura.
SOCIAL

No âmbito da política social a actuação da REFER pode ser analisada em duas vertentes:
1.Responsabilidade social interna – As políticas de recursos humanos e de segurança e saúde
até hoje implementadas são demonstrativas de uma observância atenta e continuada das

Relatório de Sustentabilidade 2008


necessidades dos colaboradores, reflectindo-se nomeadamente ao nível do conjunto de
apoios à educação e de incentivos ao desenvolvimento profissional quer dos colaboradores da
empresa quer dos seus familiares (lar ferroviário, colónias de ferias, apoio a Associações
desportivas e sociais ferroviárias , etc); Programa de apoio à deficiência, nomeadamente no
que respeita aos problemas de mobilidade e/ou de meios de trabalho adaptados às diferentes
deficiências; Melhoria qualitativa dos processos de trabalho através do incremento da
digitalização e dos meios electrónicos de arquivo e de transmissão da informação (abandono
gradual do arquivo tradicional em suporte papel).
2.Responsabilidade social externa – nesta vertente a actuação da RE FER tem-se centrado no 46
relacionamento com os utentes e as populações vizinhas da Rede Ferroviária Nacional. A este
nível regista-se nomeadamente:

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


a) o apoio à reabilitação urbana das estações e zonas envolventes em colaboração com as Autarquias;
b) a realização de campanhas de promoção do uso do transporte público (e, particularmente, da ferrovia) nas
zonas urbanas e na sensibilização para o respeito das regras de segurança em passagens de nível;
c) Apoio à recolha periódica de sangue junto dos colaboradores para entrega aos serviços de saúde;
d) a divulgação da actividade da empresa e suas associadas através do Portal;
e) Manutenção de um programa de estágios académicos protocolados com várias instituiç ões académicas de
ensino médio e universitário;
f) Apoio a instituições de carácter social como Associações de Bombeiros Voluntários de várias localidades e
organizações não governamentais como os Médicos do Mundo.
g) Em 2006 a REFER promoveu o lançamento do Código de Ética. Este documento propõe um conjunto de
princípios gerais de conduta, determinantes para a qualidade dos serviços prestados, procurando igualmente
estimular uma dinâmica de aplicação de boas práticas empresariais.
Objectivo 2008:
2008: Implementação de uma política comum ao Grupo Refer, que promovendo o
aproveitamento de sinergias, garanta o desenvolvimento de novas competências profissionais,
através da qualificação dos activos e de uma cultura de liderança e contribua para o reforço
da cultura de Responsabilidade Social.
Objectivo 2009: Desenvolver e consolidar a actuação da Empresa na linha dos objectivos
traçados em 2008, relativamente ao Grupo Refer, visando a optimização dos recursos comuns
às várias Empresas e promovendo o aproveitamento de sinergias.
Consolidar a estratégia de desenvolvimento Organizacional e dos Recursos Humanos da
Empresa, garantindo a Gestão do conhecimento interno, o desenvolvimento das
competências profissionais, a qualificação dos activos, bem como o reforço da cultura de
liderança e de Responsabilidade Social.
ÉTICA – UM COMPROMISSO DA REFER

A Comissão de Ética da REFER durante o ano de 2008 prosseguiu a sua principal actividade,
designadamente acompanhar a implementação do Código de Ética e de Conduta da
REFER, aprovado pela empresa no final de 2006.
A tónica da actuação recaiu, essencialmente, em acções de divulgação e sensibilização que

Relatório de Sustentabilidade 2008


visaram enquadrar as diversas situações do quotidiano laboral à luz dos princípios e valores
fundamentais para a REFER, bem como das normas de conduta em vigor.
Neste sentido, a Comissão de Ética decidiu criar um novo canal de comunicação com os
colaboradores através de uma área dedicada especialmente à Ética. Aqui, para além do
próprio texto do Código de Ética e de Conduta, podem encontrar-se casos práticos que
pretendem motivar a reflexão e o apontar de soluções para situações com que os
colaboradores se podem confrontar no exercício da sua actividade.
A Comissão de Ética continuou, também, a acompanhar os casos que lhe foram submetidos, 47
muitos dos quais para esclarecimento de dúvidas sobre a aplicação prática do Código, o que
significa que os colaboradores o utilizam como mais uma ferramenta de trabalho, tendo

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


interiorizado os seus princípios e normas de conduta.
Tudo isto contribui para aumentar a cultura de responsabilidade e de integridade que
caracteriza a actuação da REFER, baseada nos princípios éticos do rigor, transparência,
honestidade e isenção na prossecução da sua missão de proporcionar ao mercado uma
infra-estrutura de transporte competitiva, gerindo e desenvolvendo uma rede ferroviária
eficiente e segura, no respeito pelo meio ambiente.
O código de Ética e de Conduta, poderá ser consultado em www.refer.pt.
Qualquer pessoa ou entidade pode dirigir-se à Comissão de Ética através do endereço
electrónico comissao.etica@refer.pt.
48

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


DESEMPENHO ECONÓMICO
A REFER, que tem como objecto principal a prestação do
serviço público de gestão da infra-estrutura ferroviária
nacional, procura desempenhar um papel determinante

Relatório de Sustentabilidade 2008


no sentido de inverter a tendência de utilização do
transporte individual, através da melhoria do serviço
prestado aos utilizadores da ferrovia, oferecendo-lhes
segurança, conforto, rapidez e pontualidade, atributos que
são perceptíveis e valorizados pelo consumidor.

No âmbito da sua actividade a REFER tem dinamizado, por conta do Estado, grandes
projectos de investimento, tendo em vista a modernização e desenvolvimento da Rede 49
Ferroviária Nacional, Modernização, porque só assim é possível proporcionar aos operadores
condições que lhes permitirão oferecer um serviço de qualidade aos utilizadores finais.

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Desenvolvimento, porque a Rede Ferroviária Nacional deve cobrir o território nacional
independentemente da importância de cada troço, contribuindo para a coesão e o
desenvolvimento económico e social de todas as regiões do país. Em resumo, atendendo às
crescentes necessidades de mobilidade da população e em perfeita sintonia com o
mercado europeu, a REFER tem a sua estratégia orientada para a revitalização e promoção
da utilização do comboio como meio de transporte preferencial em condições de fiabilidade
e segurança, e em sintonia com as políticas ambientais.

PRINCIPAIS INDICADORES

Desde o ano de 2006, a REFER investiu em modernização da infra-estrutura 1.046 milhões de


euros, tendo em 2008 investido 398 milhões de euros.

I nvestimento em Modernização (m€)


(m )

500.000

335.512 398.064
312.510

250.000

0
2006 2007 2008
Pretendendo fazer uma análise exaustiva do investimento em modernização e
desenvolvimento que a REFER pretende lavar a cabo, a avaliação de indicadores
característicos será uma boa referência. Assim os indicadores mais adequados são:

E volução do Financiamento do Investimento

Relatório de Sustentabilidade 2008


500.000

400.000
milhares de euros

300.000

200.000

100.000

0 50
2006 2007 2008
Outras 173.571 253.145 349.456
Financiamento

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Comunitário 87.794 70.598 48.608

PIDDAC 4.508 5.000 0

Apesar de em 2008 a REFER não ter obtido financiamentos do Estado, da difícil situação
económica do país e da delicada conjuntura económica mundial pela qual se passou
durante o ano em análise, a REFER tem conseguido manter o seu plano de investimentos.
Assim, em 2008, o total de investimentos da REFER foi de 398 milhões de euros, mais 21% que
no ano 2007. O facto de nos últimos anos os financiamentos por parte do Estado terem
reduzido influenciou o aumento do recurso ao financiamento externo, tendo conduzido a
empresa a uma degradação da sua situação económica e fianceira.

Milhares de euros

2006 2007 2008

Total do Passivo 2.009.558 2.332.313 2.750.050

Capitais Próprios -810.961 -973.755 -1.155.239

Total do Activo 1.198.597 1.358.558 1.594.811

O passivo da REFER tem vindo a crescer nos últimos anos, atingindo o valor de 2.750 milhões
de euros em 2008, mais 18% que em 2007 e mais 37% que em 2006.
2006 2007 2008

- 29% - 29%
29%
71% - 30%
71%
70%

Total do Passivo Capitais Próprios Total do Passivo Capitais Próprios Total do Passivo Capitais Próprios

Relatório de Sustentabilidade 2008


O aumento do Passivo é justificado basicamente pelo acréscimo do recurso ao crédito
bancário. Este resulta do facto das contribuições do Estado através do Capítulo 50 e os
subsídios comunitários para financiamento de ILDs estarem aquém das necessidades e, por
outro lado, da sucessiva acumulação dos défices de exploração.

No que se refere ao valor do Capital Próprio da REFER, verifica-se um agravamento do mesmo,


51
devido aos anos sucessivos apresentando resultados líquidos negativos.

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


milhares de euros

2006 2007 2008

Capital Próprio -810.961 -973.755 -1.155.239

milhares de euros

2006 2007 2008

Volume de Negócios 88.240 73.212 71.629

Resultado Operacional -101.708 -97.072 -94.527

Resultado Liquido -162.150 -162.830 -181.484

RESULTADOS OPERACIONAIS

Os resultados Operacionais da REFER, têm vindo


Resultados Operacionais
a progredir nos últimos anos, tendo atingido em
2006 2007 2008
2008 o valor negativo de 94,5 milhões de euros,
-90.000
significando uma melhoria de 2,6% quando -94.527

comparado com 2007 e de 7,1% comparando -97.072

com 2006. -100.000 -101.708

Esta melhoria deriva de um acréscimo de 1,7


milhões de euros na tarifa de utilização, -110.000
incidindo principalmente no transporte de passageiros.
Por outro lado, verificou-se um decréscimo de 5% na rubrica Fornecimentos e Serviços Externos
devido à redução de custos com subcontratação, consequência da renegociação dos
principais contratos de manutenção.

Relatório de Sustentabilidade 2008


RESULTADOS FINANCEIROS Resultados Financeiros

2006 2007 2008


-40.000
O Resultado Financeiro, em 2008, registou um
agravamento de cerca de 21 milhões de euros,
32%, face a 2007.
-60.309 -60.309
-60.000 -65.669
Este agravamento deveu-se, essencialmente, a -
22.5 milhões de euros resultantes da diferença
entre a deterioração de 48 milhões de euros no 52
-80.000
justo valor dos Instrumentos Financeiros
Derivados ocorrida em 2008 e a que se verificou

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


em 2007, 25 milhões de euros.

RESULTADO LÍQUIDO

O presente exercício apresenta um


Resultado Líquido
Resultado Líquido negativo de 182 milhões
2006 2007 2008
de euros, o que representa um agravamento -120.000
de 11% face a 31 de Dezembro de 2007.
O peso do Total de Proveitos no Total de
Custos passou de 63% em 2007 para 62% -162.150 -162.830
-160.000
em 2008.
O agravamento do Resultado Líquido -181.484

explica-se essencialmente pelo


agravamento do Resultado financeiro. -200.000
STAKEHOLDERS

Accionista

Relatório de Sustentabilidade 2008


Clientes Colaboradores

Fornecedores 53

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Accionista

O Estado enquanto único accionista da REFER tem um papel primordial no desenvolvimento


sustentável da Empresa, tendo o compromisso de assegurar apoio financeiro à REFER através
da atribuição de dotações financeiras anuais, quer para cobertura do investimento, quer para
cobertura dos custos associados à gestão da infra-estrutura.
Nos últimos 3 anos, as prestações financeiras do Estado foram as seguintes:

milhares de euros

2006 2007 2008

Dotações de Capital 0 0 0

Capitulo 50 do Orçamento de Estado 4.508 5.000 0

Indeminizações Compensatórias 28.998 31.017 33.613

TOTAL 33.506 36.017 33.613


Do quadro acima destaca-se a diminuição do esforço financeiro do Estado nos últimos anos,
sendo que em 2008 não houve lugar a contributos para o investimento. Por outro lado nota-se
um aumento no valor das Indemnizações Compensatórias atribuídas pelo Estado, que em
2008 foi de 33,6 milhões de euros., mais 8% que em 2007 e mais 16% que em 2006.

De notar, contudo, que a importância do Estado enquanto accionista passa também pela

Relatório de Sustentabilidade 2008


concessão de avales a pedidos de empréstimo da REFER, e pelo peso que tem na atribuição
da notação de rating (normalmente indexada à notação da República Portuguesa).

Colaboradores
Em Dezembro de 2008, o número de trabalhadores a cargo era de 3556, verificando-se uma
redução de 17 trabalhadores a cargo ao longo do ano. Denota-se assim uma quebra na
redução de efectivos verificada nos últimos anos.

2006 2007 2008


54
Número de colaboradores a Dezembro 3.598 3.573 3.556

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


A nível financeiro, os custos com pessoal, é uma das rubricas que representam uma maior
expressão no Total dos Custos, 43%. Nos últimos anos tem-se registado um decréscimo no
número de efectivos, contudo essa diminuição não é evidenciada na rubrica custos com
pessoal.

milhares de euros
Estrutura de custos com Pessoal
2006 2007 2008
Actividade Gestão da Infra-Estrutura

Custos com Pessoal 93.106 85.598 92.052

Custos Totais Gestão da Infra-estrutura 433.895 440.900 478.270

Peso Custos com Pessoal 21,46% 19,41% 19,25%

milhares de euros
Estrutura de custos com Pessoal
2006 2007 2008
Actividade Investimentos
Custos com Pessoal 22.123 26.158 23.475

Custos Totais Investimentos 50.127 42.426 44.625

Peso Custos com Pessoal 44,14% 61,66% 52,61%

Na actividade de Gestão da Infra-estrutura, tem-se verificado que o peso dos custos com
pessoal no total dos custos da empresa tem vindo a diminuir. Já na actividade de
Investimentos, no ano de 2008 houve uma redução.
Fornecedores

A importância da REFER relativamente a este grupo de “stakeholders” pode ser analisada em


duas vertentes:
1. Investimento – neste âmbito a REFER iniciou em 2007 novos processos de contratação.
2. Actividade de conservação e manutenção da infra-estrutura.

Relatório de Sustentabilidade 2008


milhares de euros
Fornecimentos e Serviços Externos (FSE)
2006 2007 2008
Actividade Gestão da Infra-estrutura

FSE Gestão da Infra-estrutura 104.017 108.137 102.754

Custos Totais Gestão da Infra-estrutura 433.895 440.900 478.270

Peso Custos com FSE no Total dos Custos 23,97% 24,53% 21,48%

milhares de euros
Fornecimentos e Serviços Externos (FSE)
2006 2007 2008
Actividade Investimentos

FSE Investimentos 7.418 9.739 8.892 55


Custos Totais Investimentos 50.127 42.426 44.625

Peso Custos com FSE no Total dos Custos 14,80% 22,96% 19,93%

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Clientes

Pelo Decreto-Lei n.º 104/97, de 29 de Abril, foi delegado na REFER a prestação do serviço
público de gestão da infra-estrutura integrante da rede ferroviária nacional e conferido o direito
de cobrar tarifas devidas pela utilização da infra-estrutura ferroviária.

No grupo dos grandes clientes da REFER, estão as empresas:


• CP – Comboios de Portugal,
• FERTAGUS e
• TAKARGO

O cliente CP, em 2008 realizou cerca de 39,5 milhões de Comboios / Quilometro (CKs), a que
corresponde o montante de 58 M€. A Fertagus realizou 1,8 milhões de CKs a que corresponde
o montante de 3M€. A TAKARGO, sendo o primeiro ano a operar na rede ferroviária nacional,
37 mil Comboios / Quilometro (CKs), correspondendo a 53 mil euros.
A importância relativa dos operadores e a evolução da Taxa de Uso facturada está patente no
gráfico.
Ev olução dos Proveiros da Tarifa de u tilização e
Comboios/Kilómetro
70.000 45 . 000

40 . 000
60.000
35.000
50.000
30.000

Relatório de Sustentabilidade 2008


40 . 000 25.000
milhares de euros

milhares de CK's
30.000 20.000

15 . 000
20.000
10 . 000
10.000
5.000

0 0
2006 2007 2008 56
Tarifa de Utilização CP Tarifa de Utilização Fertagus

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Tarifa de Utilização Takargo CK's Operador CP
CK's Operador Fertagus Tarifa de Utilização Takargo

A evolução do valor referente aos proveitos com a tarifa de utilização, cobrado aos
operadores ferroviários, é retratada no seguinte quadro:
milhares de euros

2006 2007 2008

CP (Tarifa de utilização) 51.318 56.331 57.983

Fertagus (Tarifa de utilização) 2.454 2.552 2.604

Takargo (Tarifa de utilização) 53

Total Facturação Tarifa de utilização 53.772 58.883 60.641

Total Proveitos 271.745 278.069 296.786

Peso Tarifa Utilização CP/Total Proveios 19% 20% 20%

milhares de ck's

ck Realizados 2006 2007 2008

Operador CP 37.289 38.718 39.464

Operador Fertagus 1.750 1.771 1.783

Operador Takargo 37

Total ck's 39.039 40.489 41.247


A rubrica referente aos proveitos provenientes da tarifa de utilização, tem um peso bastante
dominante no total dos proveitos. Sendo que o valor facturado ao operador CP pela tarifa de
utilização, seja 20% do total dos proveitos.
A evolução dos proveitos dos serviços E VOLUÇÃO TU SERVIÇOS ESSENCIAIS
OP ERADORES CP + FERTAGUS + TAKARGO
essenciais para os dois operadores é
80.000
evidenciada neste gráfico:

Relatório de Sustentabilidade 2008


58.880 60.640
60.000 53.771

40.000

20.000
2006 2007 2008

Analisando a evolução das receitas com o Operador CP, que é o detentor da quase
totalidade do tráfego que circula na rede ferroviária nacional, representa 96% dos CK’s 57
realizados, torna mais evidente a evolução anual dos proveitos relativa aos serviços essenciais.
Os serviços prestados aos Operadores envolvem também:

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


 o pacote mínimo de acesso;
 o acesso por via férrea às instalações de serviço e ao fornecimento de serviços;
 a utilização de infra-estruturas e equipamentos de fornecimento, transformação e
distribuição de energia eléctrica de tracção;
 a prestação do socorro ferroviário nos termos previstos no artigo 51.º do Decreto-Lei n.º
270/2003.

O valor das indemnizações compensatórias atribuídas à REFER pelo Estado a título de


normalização de contas foi de cerca de 33,6 milhões de euros, o que correspondeu a um
incremento de 8% relativamente ao recebido em 2007 e de 16% relativo ao valor recebido
em 2006.

Finalmente algumas considerações sobre o desempenho económico-financeiro e a


sustentabilidade futura. Como é sabido, só uma parcela dos custos da actividade de gestão
da infra-estrutura, são suportados pela tarifa cobrada aos operadores ferroviários de
passageiros e mercadorias. A parte restante, salvaguardando a eficiência da operação,
deveria ter uma contrapartida pública o que não acontece ainda. Também a construção e
manutenção da infra-estrutura tem sido financiada com recurso a capitais alheios. Para um
futuro sustentado, eficiente e com atribuição de responsabilidades de gestão pensamos ser
indispensável a procura de um quadro de sustentabilidade económica e financeira para a
empresa.
Definido o quadro de actuação e contando com o apoio que sempre recebemos da tutela, a
dedicação e empenho dos trabalhadores e o apoio das demais entidades de controlo e
regulação, será possível construir um futuro estável para a REFER.

Relatório de Sustentabilidade 2008


58

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


59

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


DESEMPENHO SOCIAL
POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS
A política de Recursos Humanos da REFER tem por
objectivo garantir a adequação do Capital Humano à

Relatório de Sustentabilidade 2008


actividade da Empresa e à prossecução dos seus
objectivos estratégicos e de negócio, assegurando a
valorização e o desenvolvimento profissional dos
colaboradores, reforçando as suas competências técnicas
e de gestão e garantindo a sua satisfação, para que cada
um se sinta parte de uma instituição viva, moderna e
participativa.

60

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


EMPREGO

A tendência de redução do efectivo, após


P essoal REFER
o processo de transferência integral das
actividades da CP para a Refer, tem vindo 4.500

a atenuar-se a partir de 2006, mantendo-


4.000
se a tendência para a redução, 3.654
3.580 3.573
essencialmente devido às rescisões por 3.500

mútuo acordo, na sequência do plano de


3.000
modernização da Empresa e acções de
2006 2007 2008
reestruturação, embora de forma muito
menos acentuada.
Desde 1999 até ao final de 2008, a redução do efectivo rondou os 3049 colaboradores.

DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL P essoal REFER por NUT II

A redução verificada em termos de 7% 3%


22%
pessoal, não teve no entanto reflexos ao
nível da estrutura territorial do efectivo,
38%
durante o período compreendido entre

30%
2004 e 2007, não apresentando esta, alterações significativas.
A considerável concentração de pessoal nas proximidades de Lisboa é o reflexo natural da
conjugação de dois factores: a localização da grande maioria dos órgãos corporativos e de
staff junto da sede da empresa, e o elevado volume de tráfego ferroviário na Área
Metropolitana de Lisboa, com a consequente necessidade de meios humanos.

Relatório de Sustentabilidade 2008


ESTRUTURA ETÁRIA E DE ANTIGUIDADE

Analisando a estrutura etária do pessoal da REFER, constatamos a clara predominância de


trabalhadores com idades situadas entre os 46 e os 55 anos, situando-se a média etária em
torno dos 45,4 anos.

E strutura Etária - REFER


61
100%
8% 10% 13%
80%

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


39% 39% 39%
60%

40% 32% 32%


32%
20%
19% 18% 15%
2% 2% 1%
0%
2006 2007 2008

Inferior/igual a 25 anos Entre 26 e 35 anos Entre 36 e 45 anos


Entre 46 e 55 anos Entre 56 e 65 anos

No que diz respeito à antiguidade, esta confirma a tendência já identificada ao nível da


estrutura etária. A primazia cabe aos trabalhadores com mais de 25 anos de antiguidade,
tendo esta aumentado, até relativamente a 2007, devido essencialmente aos
condicionalismos legais a que estão sujeitos os processos de rescisão por mútuo acordo,
principal motivo de saída.

O esforço de rejuvenescimento do efectivo faz-se sentir, embora muito paulatinamente,


notando-se uma tendência para o aumento da população com antiguidade igual ou inferior
a 5 anos.
E strutura de Antiguidades - REFER
100%
25% 26% 31%
80%
16% 16%
60% 22%
25% 24%
40% 14%

Relatório de Sustentabilidade 2008


12% 17% 17%
20%
10% 5% 4%
11% 12% 12%
0%
2006 2007 2008
Inferior ou igual a 5 anos Entre 6 e 10 anos
Entre 11 e 15 anos Entre 16 e 20 anos
Entre 21 e 25 anos Superior a 25 anos

QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS
62

O reajustamento do efectivo da REFER tem igualmente reflexos nos níveis de qualificação

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


profissional e na preparação da Empresa para os desafios decorrentes da inovação
tecnológica associada ao sector ferroviário, verificando-se um acréscimo do peso relativo dos
Quadros.

P essoal REFER - Níveis de Qualificação


100%
23% 22% 22%
80%

60%
48% 47% 46%

40%

11% 12% 12%


20%
18% 19% 20%
0%
2006 2007 2008

Quadros Encarregados e Chefes de Equipa


Profissionais Qualificados Profissionais Não Qualificados
TRABALHO E RELAÇÕES LABORAIS

A grande maioria dos colaboradores da Empresa (71%) está representada por organismos
sindicais, subscritores do Acordo de Empresa em vigor.

T axa de Sindicalização Distribuição do Pessoal Sindicalizado

Relatório de Sustentabilidade 2008


2008
28 %
45 %
29%
29 %
27 %
71 %

CGTP UGT INDEPENDENTE


Pessoal Sindicalizado Pessoal Não Sindicalizado

63
PAZ SOCIAL

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Apesar da elevada percentagem de trabalhadores sindicalizados e do elevado número de
organizações sindicais que os representam, a Empresa mantém um bom relacionamento
com todas as ORT e, igualmente, com a Comissão de Trabalhadores, por forma a aumentar o
índice de satisfação dos trabalhadores, o sentimento de pertença e identificação com os
objectivos da Empresa.

SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

A acção desenvolvida no âmbito da segurança e saúde do trabalho, em 2008, teve como


matriz de enquadramento o cumprimento dos requisitos legais e o desenvolvimento de
princípios de responsabilidade social. Neste contexto, foram desenvolvidas diversas actividades
nos seguintes domínios:

• Enquadramento de empreiteiros e prestadores de serviços na política de segurança e


saúde do trabalho da empresa, sendo efectuadas 12 auditorias/inspecções de segurança
e 48 visitas a obras; Elaborados 22 Planos de Segurança e Saúde, 14 compilações
técnicas, 1 documento relacionado com Fichas de Procedimentos de Segurança e 6
pareceres; Analisados 90 Planos de Segurança e Saúde para empreitadas, 6 documentos
relacionados com fichas de procedimentos de segurança e 37 compilações técnicas;
Assegurada a participação em 2 reuniões e em 46 mesas de contratação de empreitadas;
• Vigilância médica e promoção da saúde dos trabalhadores com 3107 exames médicos
efectuados, 3450 testes de alcoolemia, 276 testes de rastreio de patologias na próstata e
administradas 551 vacinas contra a gripe;
• Na formação e informação aos trabalhadores foram realizadas 85 acções de formação
que envolveram 897 trabalhadores e divulgado um suporte informativo sobre segurança e
saúde no trabalho com ecrãs de visualização.
• Foi ainda aprovado e desenvolvido o Programa para a Melhoria das Condições de
Trabalho, que envolveu diversas intervenções de manutenção/ reparação e aquisição de
equipamentos de trabalho e também destinados às instalações sociais, tendo em vista

Relatório de Sustentabilidade 2008


melhorar os níveis de bem-estar dos trabalhadores.

SEGURANÇA DE PESSOAS E BENS

Na área da segurança de pessoas e bens, decorreram várias acções de consolidação das


iniciativas empreendidas no ano anterior, sendo de destacar a formação das equipas
regionais, o reforço da vigilância humana nas estações, a integração de novas entidades nos
projectos de informatização de sistemas de controlo de acessos. Na gestão de ocorrências 64
foram efectuados estudos sobre riscos e vulnerabilidades, nomeadamente relacionados com

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


o novo projecto de Alta Velocidade, e abordagem de fenómenos relacionados com a
pequena criminalidade.
Relativamente à capacidade de resposta em situações de emergência, destaca-se a análise
de projectos construtivos com vista à prevenção, do que é exemplo relevante a
modernização da estação terminal do Cais do Sodré, em Lisboa; a elaboração dos planos de
emergência dos túneis do Rossio e de Espinho, que foram concluídos em colaboração com a
CP; e elaborados ou reformulados, planos de emergência internos para as novas instalações
do CCO, no Porto e em Lisboa. Outros Planos de emergência internos em fase de elaboração,
incluindo estações, linhas, edifícios e túneis, contabilizam um total de 44 estudos em final do
ano em referência. Ainda de referir a concretização do ensaio de evacuação do edifício de
Sta. Apolónia, e a formação em combate a incêndios de 124 trabalhadores.

RECRUTAMENTO E MOBILIDADE

Tendo em vista a renovação e reforço dos quadros técnicos da empresa, foram desenvolvidos
programas de recrutamento que privilegiaram a aquisição de competências críticas, pessoais
e técnicas, adequadas ao cumprimento dos objectivos de negócio dos órgãos e à
prossecução da Estratégia Empresarial.
Apesar do volume de recrutamento ter registado uma ligeira descida face a 2007 (de 68 para
40), o mesmo continuou a incidir essencialmente nas categorias técnicas, o que contribuiu de
forma significativa para o reforço do nível de qualificações interno.
Volume de recrutamentos por categoria profissional

Número
Categoria Profissional
Colaboradores
Assistente de Gestão 7
Especialista 3

Relatório de Sustentabilidade 2008


Técnico 18
Estagiário Profissional 12

TOTAL 40

Relativamente ao volume de recrutamento por habilitação literária, verificou-se uma forte


incidência de admissões de licenciados, em particular nas áreas das Engenharias, logo
seguida de Economia e Gestão.

65
Volume de recrutamento por Habilitação Literária

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Número
Habilitação Literária
Colaboradores
3º ciclo do ensino básico 2
Ensino secundário 8
Economia e Gestão 10
Engenharia Civil 6
Engenharia Electrotécnica 2
Outras Engenharias 7
Outras Licenciaturas 5

TOTAL 40

Por outro lado, a empresa consolidou, de forma significativa, a política de integração dos
colaboradores recém - admitidos através de sessões de acolhimento e follow up que
contaram com a intervenção dos principais responsáveis da empresa, tendo os participantes,
manifestado elevado índices de satisfação.
Realizaram-se três sessões que abrangeram cerca de 70 colaboradores.
Tal como em 2007, a política de gestão da comunicação interna procurou acompanhar as
necessidades da empresa, nomeadamente as decorrentes de alterações e reajustamentos
organizativos, promovendo a adequação e o envolvimento dos Recursos Humanos,
fundamentais no esforço de racionalização da estrutura e melhoria da eficiência interna da
Organização.
Neste âmbito, destacam-se as acções desenvolvidas para garantir o sucesso da
implementação do Centro de Comando Operacional (CCO) de Lisboa e Porto e minimizar os
impactos sociais daí decorrentes. Durante o ano de 2008 concluiu-se o processo de
mobilidade iniciado em finais de 2007 para prover os postos de trabalho do CCO de Lisboa,
que envolveu cerca de 150 trabalhadores de várias categorias. Aos colaboradores não
colocados no CCO do Porto, foram dadas oportunidades e colocação em postos de trabalho
disponíveis, havendo o cuidado destas colocações serem feitas de forma a minimizar os
impactos sociais junto dos mesmos.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Em simultâneo, desenvolveram-se os trabalhos de preparação da estratégia a adoptar para
seleccionar os efectivos necessários para a entrada em funcionamento do CCO do Porto na
data prevista – 18 de Abril.
A exemplo do CCO de Lisboa, também na área de intervenção do CCO do Porto ocorreu
uma similar concentração de meios humanos e técnicos, abrangendo uma vasta área a
norte da Estação da Pampilhosa. Foram 10 os locais de trabalho quase totalmente
desactivados com a concentração das actividades de Comando da Circulação no CCO.
A concentração de efectivos permitiu reduzir os recursos existentes em mais de uma centena 66
de trabalhadores na área da regulação e comando da circulação.
A grandeza deste número levou a empresa a procurar soluções que minimizassem o impacto

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


profissional e social junto dos colaboradores e permitisse assegurar o reforço de áreas
estratégicas para a empresa. Assim, desencadearam-se num curto espaço de tempo, ainda
antes da data de abertura do CCO, um conjunto de medidas que entendemos adequadas à
manutenção da estabilidade, a saber:
• Criação de incentivos à deslocalização para o CCO de Lisboa (onde continuavam a
existir vagas disponíveis);
• Processos de mobilidade profissional dirigidos, fundamentalmente, às funções e
especialidades da área da Manutenção;
• Processos de rescisão do contrato de trabalho.
Chegados ao final do ano 2008, concluímos que estas iniciativas têm vindo a ter o sucesso
desejado, apesar de ainda não se encontrar concluído o processo de reabsorção dos
trabalhadores libertados pela entrada em funcionamento do CCO do Porto, processo que
decorrerá ainda durante todo o ano de 2009.
Por último, na sequência da entrada em vigor do novo Sistema de Carreiras e no âmbito da
política global de modernização da Gestão de Recursos Humanos, a REFER desenvolveu um
projecto – Migração de Escriturários para Assistente de Gestão - com o objectivo de promover
a redução gradual dos efectivos da categoria de Escriturários (um total de 32) e a sua
progressiva integração na categoria de Assistente de Gestão.
As exigências colocadas a esta integração, ligadas às necessidades dos colaboradores e ao
domínio de algumas das tecnologias da informação e da comunicação, impuseram um
processo de desenvolvimento das competências técnicas e pessoais necessárias à integração
eficaz nas actividades da futura categoria. Tal projecto, no sentido de facilitar esta integração,
foi operacionalizado através de um conjunto de etapas que foram desde a análise
pormenorizada das competências que os Escriturários possuíam, ao estabelecimento das
competências a adquirir ou desenvolver pelos mesmos, bem como a estruturação de
estratégias de formação e aprendizagem necessárias à adaptação à nova realidade
profissional.
A situação exposta inscreveu-se num largo espectro de cenários, no que se refere ao nível de
qualificação e desenvolvimento profissional dos colaboradores em estudo, tendo exigido

Relatório de Sustentabilidade 2008


medidas diferenciadas de actuação, pelo que, e de acordo com os níveis de
desenvolvimento dos colaboradores envolvidos, a migração para Assistente de Gestão ficou
programada em três fases distintas, devendo a ultima ocorrer no primeiro trimestre de 2009.

DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS

O ano de 2008 assinala ainda o reforço do esforço de desenvolvimento e adequação dos


processos e instrumentos de Gestão de Recursos Humanos à estratégia de Gestão do Capital 67
Humano da Empresa e considerados estruturantes para a sua actividade.

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


• Sistema de Análise do Desempenho e Potencial
Foi concluído o processo de 2007, tendo sido já introduzidas para 2008, algumas
alterações que visam melhorar a eficiência do Sistema e a sua adequabilidade às
características da Empresa e perfis de desempenho esperados (introdução da perspectiva
de avaliação das equipas/órgãos, de uma nova dimensão de análise, a “Atitude Pessoal”,
para além da revisão do descritivo das competências, níveis de proficiência e perfis
profissionais).
Ressaltamos ainda como resultado do esforço efectuado, a percepção da maioria dos
colaboradores Refer (apurada em estudo por amostragem), de que a informação
resultante do Sistema de Análise do Desempenho e Potencial é fidedigna, de que os perfis
definidos são adequados à realidade da Refer, de que os suportes documentais
disponibilizados são funcionais e ainda de que o momento da entrevista entre analista e
analisado é valorizado enquanto espaço de comunicação e de partilha e de obtenção de
feedback.

• Modelo de Formação
O Modelo de Formação previsto no âmbito do Plano de 2008, insere-se na estratégia 2007-
2010 definida para a formação a desenvolver na Empresa.
Consubstancia uma nova abordagem relativamente aos temas da Formação e da Gestão
do Conhecimento, traduzindo-se na adopção de uma nova metodologia em termos de
levantamento de necessidades de formação, o que permitiu um maior e melhor
alinhamento com a estratégia de desenvolvimento profissional dos Colaboradores da REFER.
Os resultados da formação realizada em 2008, evidenciam uma execução positiva, e os
principais indicadores demonstram o esforço da empresa nesta matéria.
Assim, para um orçamento de 1.100.000€ (um milhão e cem mil euros), foram realizadas 856
acções de formação, com a participação de 8.427 formandos, representando um volume
de formação de 108.079 horas.
Os resultados mais relevantes, com maior abrangência em termos de participantes,

Relatório de Sustentabilidade 2008


prendem-se com as formações que incidiram nas áreas:

 Formação Técnica Ferroviária (Catenária; Exploração; Sistemas CCO; Instalações


Eléctricas; Regulamentação de Segurança; Sinalização; Fiscalização; Via), resultante
da necessidade de reforçar a formação nesta área técnica;

 Contratualização, em consequência da entrada em vigor do novo Código dos


Contratos Públicos, onde se regista alterações substanciais ao nível das regras da
contratação pública;
68
 Informática, em virtude da adopção do novo sistema operativo Windows Vista;

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


 Segurança, Saúde e Condições de Trabalho e Segurança de Pessoas e Bens, por se
tratarem de áreas com grandes carências ao nível da formação;

 Qualidade,
Qualidade tendo em conta as regras de certificação a que estão sujeitas as Unidades
Operacionais da Empresa (UON e UOC) actualmente certificadas, em obediência aos
critérios de qualidade impostos pela entidade certificada /APSER – Associação
Portuguesa de Certificação.

 Comportamental, tendo em conta as necessidades específicas verificadas ao nível


dos Controladores dos CCO de Lisboa e Porto, Operacionais das estações e Chefias
Intermédias.

Regista-se, ainda, como relevante, a formação ministrada na área da Liderança e Gestão,


dada a importância que reveste para a empresa dotar os seus quadros das competências
necessárias nestas matérias.

No âmbito das acções previstas no Plano de Formação 2008, a REFER promoveu a


realização de um conjunto de Seminários Temáticos, constituindo-se como espaços de
diálogo e partilha de experiência e conhecimentos em temas relacionados com a REFER
e a sua actividade.

Ao longo de 2008, foram ainda promovidas visitas dos jovens técnicos às obras
actualmente em curso na REFER, nas regiões Norte e Sul do país. Esta iniciativa realizou-se
no âmbito do Plano de Formação 2008, com o sentido de proporcionar aos jovens
quadros técnicos mais recentemente admitidos, das diferentes áreas de gestão e de
suporte, uma visão mais definida das realidades concretas da REFER no âmbito da
Exploração da Engenharia, promovendo uma melhor percepção das exigências de cada
área da Empresa.

Globalmente verifica-se um aumento generalizado relativamente ao nº de acções bem


como de horas de formação face ao realizado no ano transacto.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Formação - Ano 2007 vs 2008
120.000
108.079
100.000

80.000
61.264
60.000

40.000

20.000
5.000 8.427
650 856 69
0
Volume de Formação Formandos Acções
(horas)

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


2007 2008

CLIMA ORGANIZACIONAL

Foram divulgados os resultados do estudo levado a cabo em 2007 e articuladas as suas


conclusões com iniciativas no âmbito do desenvolvimento organizacional e profissional, como
a formação de chefias intermédias e de operacionais e ainda o desenvolvimento de uma
proposta de criação de um programa de incentivo à criatividade e participação dos
colaboradores, o Envia Ideias.

DIVERSIDADE E OPORTUNIDADE

Igualdade entre Homens e Mulheres


Constatamos o elevado peso da população masculina no total do efectivo da Empresa,
devido essencialmente à actividade que constitui o negócio da Empresa (com características
de desgaste físico e condições de risco associadas à área operacional da empresa, na qual
está concentrada a maioria dos recursos humanos) e, também de certa fora à tradição
inerente ao sector.
Este rácio tem evidenciado uma tendência crescente de diminuição, devido ao número de
saídas de Guardas de PN, uma vez que esta categoria contempla mais de metade da
população feminina da REFER.
Rácio Homens / Mulheres

5,00 4,75 4,65 4,58

4,00
3,26
3,00 2,80 2,69

Relatório de Sustentabilidade 2008


2,00

1,00

0,00
2006 2007 2008

Total REFER Cargos de Chefia

BENEFÍCIOS DOS COLABORADORES 70

A política social da Refer, centrada no apoio aos seus trabalhadores e dirigida a áreas

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


importantes da sua vida familiar e pessoal, no âmbito do Plano dos Benefícios Sociais para os
Trabalhadores da Refer, integra um conjunto de apoios e benefícios no campo da saúde, da
educação, da cultura, do desporto e do turismo social. Este conjunto de medidas representa,
a par da remuneração propriamente dita, uma compensação relevante para os
trabalhadores.

O benefício de maior peso, as Concessões de transporte


transporte ferroviário,
ferroviário é aplicável apenas aos
trabalhadores que transitaram da CP para a Refer, respectivos familiares e ainda pré-
reformados, num montante anual total de cerca de 3.350.000 euros anuais. Em relação a este
valor, estipulou-se que apenas 78% correspondem a um benefício de uso particular, uma vez
que 22% das viagens são consideradas de serviço. Assim, uma verba de 2,6 milhões de euros
corresponde a um efectivo benefício social;

Os restantes benefícios são de aplicação universal, abrangendo potencialmente todos os


trabalhadores, desde que se verifiquem as condições de acesso (filhos em determinado
escalão etário, com bom aproveitamento escolar, etc.):

• Seguro de Acidentes Pessoais,


Pessoais cobre qualquer tipo de acidentes, decorrentes de riscos
profissionais e extra profissionais originando morte ou invalidez permanente, no montante de
15.000 euros por trabalhador, pago aos herdeiros legais ou ao próprio.

• Seguro de Saúde,
Saúde com amplas coberturas de todas as especialidades médicas, incluindo
estomatologia, através do qual os trabalhadores são reembolsados em 90% das despesas
de hospitalização e despesas ambulatórias, bem como 80% de lentes e armações. Este
seguro tem ainda a possibilidade de ser extensível aos familiares do colaborador, ficando
neste caso o prémio do agregado familiar a cargo do trabalhador;

• Apoios Financeiros à Educação Escolar,


Escolar mediante a atribuição de Bolsas de Estudo aos
filhos e equiparados com bom aproveitamento escolar.
Estas Bolsas abrangem estudantes do 9º ano de escolaridade até à conclusão do ensino

Relatório de Sustentabilidade 2008


superior, mediante a obtenção de médias iguais ou superiores a 14 valores. Os valores
anuais variam entre os 350 e os 900 euros, consoante o ano escolar concluído. Representa
um volume anual médio de 145.000 euros;

• Subsídio de Pré-
Pré-escolaridade,
escolaridade, para filhos ou equiparados dos 4 meses aos 6 anos que
frequentem creches, jardins-de-infância ou amas reconhecidas pela Segurança Social,
com valores mensais de 50, 55,50, 71,50 ou 89 euros, consoante o índice salarial do
trabalhador (inversamente proporcional);
• Campo de Férias REFER,
REFER destinados a filhos de colaboradores entre os 6 e os 16 anos. 71
Mobiliza anualmente 140 jovens (50 na Páscoa e 90 no Verão). A REFER suporta 50 a 75%
dos custos, consoante o índice salarial do Colaborador;

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


• Festa de Natal
Natal e Festa de Aniversário REFER, destinada a Colaboradores e seus familiares,
implicando no primeiro caso, a distribuição de um pequeno brinquedo;
• Passeios Pedestres em Ecopistas, destinados a Colaboradores e seus familiares, que em
2008 mobilizaram cerca de 90 pessoas ao longo de todo o país;
• Descontos e parcerias, nomeadamente em combustíveis, telecomunicações, consultas
médicas, ginásios, cultura (teatros, livros, etc.).

Investimento Total com a Política de Benefícios Sociais

BENEFÍCIO Custo 2008 %

Concessões de Transporte 3.233.969 66

Seguros não obrigatórios 939.730 19

Apoios ao agregado familiar 423.886 9

Apoios a actividades lúdicas 266.389 5

Outros apoios 51.288 1

TOTAL 4.915.262 100


ENCARGOS COM PROJECTOS PARA A COMUNIDADE

Relativamente a esta rubrica, a DRH concedeu patrocínios e donativos a grupos desportivos,


IPSS’s (Instituições privadas de solidariedade social), ONG’s e Associações diversas, no valor total
de 51.288 Euros (este valor foi em 2007 de 44.235).

Relatório de Sustentabilidade 2008


TURNOVER EM 2008

Saídas / Efectivo Médio 1,8%


((Saídas + Entradas)/2) / Efectivo Médio 1,5%

EQUIDADE REMUNERATÓRIA
REMUNERATÓRIA ENTRE SEXOS

Variação VB*

Categoria Profissional F M
72
Auxiliar de Apoio Geral -0,12% 0,08%

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Operador de Apoio Administ -2,51% 2,98%
Escriturário -1,17% 1,88%
Assistente de Gestão 2,21% -4,04%
Técnico Júnior -3,88% 4,86%
Técnico 1,40% -0,89%
Técnico Especialista -1,64% 0,65%
Técnico Senior -1,83% 0,56%
Consultor -0,71% 0,54%

TOTAL EMPRESA 8,95% -1,97%

* Variação face ao vencimento base médio.

NOTA: A Refer esteve ainda envolvida noutros Projectos com a comunidade, da


responsabilidade de outras Direcções (CI, CPL, STI, etc…)
73

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


DESEMPENHO AMBIENTAL
DESEMPENHO AMBIENTAL

Na sequência do novo quadro definido para a Política de


Ambiente da empresa, uma das principais medidas que se

Relatório de Sustentabilidade 2008


entendeu necessário desenvolver ao nível da organização,
foi a criação de uma rede de responsáveis operacionais
de ambiente, integrados nas equipas técnicas
disseminadas na empresa. Visa esta acção dar sequência
ao trabalho já desenvolvido, garantindo a sua efectiva
transposição para os investimentos e acções de
manutenção em curso.
Dado o momento exigente a que se assiste em matéria da preparação dos principais 74
investimentos, bem como, ao que se perspectiva para o ano de 2009, foi dada prioridade à
área da Construção, sem prejuízo de se ter desencadeado processo semelhante na área da

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Exploração da infra-estrutura.

MATERIAIS

O consumo de balastro no ano de 2008 foi semelhante ao verificado no ano de 2007, cerca
de 30 mil toneladas, sendo cerca de 50% inferior ao consumo verificado no ano de 2006.

B alastro
70.000
B alastro (toneladas)

50.000

30.000

10.000
2006 2007 2008

Entrada Consumo

Neste mesmo ano assiste-se a uma diminuição do consumo total de carril em 49%, face ao
ano de 2006, à semelhança do verificado para o ano de 2007, em que esse decréscimo foi
de 31% em relação ao mesmo ano. Com um desempenho inverso, a representatividade do
consumo de material usado no total aplicado tem ganho expressão, com um aumento 6% e
32% nos anos de 2007 e 2008, respectivamente face ao mesmo ano de referência, 2006.

Carril
150

125

Relatório de Sustentabilidade 2008


100
Carril (km)

75

50

25

0
75
Entrada Consumo Entrada Consumo Entrada Consumo

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


2006 2007 2008

Regenerado Novo

O consumo de travessas encontra-se entre os valores registados no ano de 2006 e 2007 tendo
sido mais próximo deste último para o caso das travessas de betão. Em 2008, face a 2006 o
consumo de travessas de betão sofreu um decréscimo de 42% tendo no ano de 2007, e
relativamente ao mesmo ano de referência, apresentado uma diminuição de 51%. Face a
2007, no ano de 2008 verificou-se um aumento médio no consumo de travessas de betão de
19%, novas e usadas, sendo que o aumento verificado no consumo de travessas de betão
usadas foi de 14%. A representatividade das travessas usadas no total aplicado, “número de
travessas usadas/número de travessas total”, nos últimos três anos tem-se mantido na mesma
ordem de grandeza (entre 25 a 30%). O consumo de travessas de madeira, em 2008 regista
um aumento de 8% face a 2007 e um decréscimo de 9% face a 2006. Tendo sido de 16% o
decréscimo verificado entre os anos de 2007 e 2006, o consumo de travessas de madeira no
ano de 2008 situa-se sensivelmente no valor médio entre os dois últimos anos.
Travessas

140.000

120.000

100.000
Travessas (número)

80.000

60.000

40.000

Relatório de Sustentabilidade 2008


20.000

0
entrada consumo entrada consumo entrada consumo entrada consumo entrada consumo entrada consumo

Madeira Betão Madeira Betão Madeira Betão

2006 2007 2008

Regenerada Nova

A quantidade de produtos fitofarmacêuticos utilizados na deservagem, no ano de 2008, sofreu


um aumento face aos anos anteriores sendo cerca de três vezes superior ao valor aplicado
em 2007. Estas substâncias constam, obrigatoriamente, do conjunto de produtos 76
homologados pela Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, tendo o aumento
sido devido à intensificação nas acções de controlo do coberto vegetal.

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


P roduto de Deservagem
8000
Produtos de Deservagem (kg)

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

0
2006 2007 2008

Em suma, relativamente aos principais materiais consumidos pela REFER verifica-se, para o ano
de 2008, uma tendência semelhante ao de 2007 face ao ano de 2006 no que se refere ao
consumo de balastro e travessas de betão, decréscimo de cerca de 50%. O consumo de
carril nos últimos dois anos decresceu de igual forma face ao ano anterior (cerca de 30%).
Quanto ao consumo de travessas de madeira verifica-se em 2008 um aumento do consumo
face a 2007 da mesma ordem de grandeza do decréscimo (cerca de 10%) verificado face a
2006. O consumo de materiais usados no total aplicado, novo e usado, em 2008 face a 2007
e 2006 no caso de carril apresenta maior representatividade traduzida por um aumento
respectivamente, de 32% e 6% sendo que no caso das travessas de betão a percentagem se
mantêm entre 25 a 30%, nos últimos três anos. A deservagem química, devido à
intensificação do controlo do coberto vegetal, representou um acréscimo de 3 vezes, na
quantidade de produto aplicado face ao ano anterior.

ENERGIA

No ano de 2008 os consumos totais, bem como o de origem fóssil e electricidade, registaram

Relatório de Sustentabilidade 2008


um aumento de 10% face a 2007, sendo que, à semelhança do ano de 2007, se assiste a
uma diminuição no consumo de gasóleo associado à frota REFER, em 5%, face ao ano
anterior.

Consumo Energético Directo - 2006 a 2008


100 16000

Consumo total de energia (tep)


Consumo de energia (%)

80
12000 77
60
8000

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


40

4000
20

0 0
2006 2007 2008
Comb. Fósseis Electricidade Total

A energia de tracção consumida pela REFER para abastecimento do parque de material


circulante dos operadores, CP e Fertágus, inverteu em 2008 a tendência dos últimos anos,
tendo apresentado um crescimento, face a 2007, de 0.2%. Em 2008, a energia devolvida à
rede pelo processo de frenagem manteve-se no valor de 2007, cerca de 9%.

ÁGUA

Face aos anos de 2006 e 2007, em 2008, a REFER apresenta um aumento no consumo de
água proveniente do sistema de abastecimento público de 22% e 15%, respectivamente. A
quantidade de água consumida cerca de 230mil m3 mantém-se na média do consumo de
água registado no período alargado de 2003 a 2007.
Consumo de água - Abastecimento público
250000

Consumo de água (m3) 200000

Relatório de Sustentabilidade 2008


150000

100000

50000
2006 2007 2008 Média 2003/2007

78
BIODIVERSIDADE

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


No ano de 2008 a percentagem de áreas sensíveis, áreas protegidas e áreas da Rede Natura,
ocupadas pela rede ferroviária nacional mantém-se no valor de 2007, 8% e 7% face à rede
ferroviária com tráfego e total, respectivamente.

Importa esclarecer que, na sequência do compromisso B&B assumido pela empresa em 2007,
iniciam-se em 2008 acções concretas que visam implementar medidas de promoção da
biodiversidade.

De referir ainda o especial cuidado que a empresa tem colocado na compatibilização e


execução dos seus investimentos em as áreas sujeitas a regimes de protecção no âmbito da
conservação da natureza, algo de que é exemplo, no primeiro caso, o investimento previsto
para a linha do Norte entre o km 88 e o Entroncamento e, no segundo caso, as obras em
curso na Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro, onde, para além de terem sido respeitadas
todas as medidas da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) emitida, a REFER foi impelida a
fazer uma gestão criteriosa das frentes de obra, de modo a não perturbar a actividade de
nidificação da avifauna que se assistiu, bem para além da área condicionada na DIA.

IMPACTE AMBIENTAL
MBIENTAL

Na área da Avaliação de Impacte Ambiental foram obtidas as Declarações de Impacte


Ambiental para os projectos da Variante de Santarém, km 88+000-Entroncamento (exclusive) e
Estação de Alfarelos e áreas adjacentes, no âmbito da modernização da linha do Norte.
Foram ainda obtidos os pareceres da Agência Portuguesa do Ambiente sobre o não
enquadramento dos projectos de modernização do troço Castelo Branco/Covilhã, da linha da
Beira Baixa e do troço Bombel/Casa Branca, da linha do Alentejo na legislação de Avaliação
de Impacte Ambiental.

MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL

Relatório de Sustentabilidade 2008


Foi concluída em 2008, a 1ª campanha de monitorização da fase de exploração nas linhas
de Guimarães, Douro e Beira Baixa. À semelhança dos resultados de monitorização obtidos no
ano anterior, 2007, sobre as linhas do Minho e Sul e ramal de Braga conclui-se pela
necessidade de dar continuidade à monitorização do ruído, fauna e flora. Conclui-se ainda
pela necessidade de alteração do programa de monitorização da fauna e flora, uma vez que
o então aplicado não permitia a avaliação desejada prevendo-se o início da implementação
para o ano de 2009. Quanto ao ruído, o programa de monitorização seguiu o anteriormente
79
desenvolvido pelo que, no ano de 2008 teve início a 2ª campanha de monitorização, nas
linhas acima mencionadas, e teve início a 1ª campanha de monitorização do ruído na linha

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


de Évora. Nesta linha foi ainda efectuada a 1ª campanha de monitorização dos recursos
hídricos. Em 2008 a monitorização da fase de exploração atinge 62% da rede ferroviária com
tráfego, modernizada ao abrigo da legislação de Avaliação de Impacte Ambiental, sendo
que a monitorização da fauna e flora na linha de Évora (5% do global) transitou para o ano de
2009.
Nas fases de construção e anterior a esta foram implementados os programas de
monitorização no âmbito do estabelecido nas Declarações de Impacte Ambiental emitidas
para os diferentes projectos de investimento, conforme quadro seguinte.

Fase anterior à construção

Monitorização do Ruído e Recursos Hídricos Subterrâneos com vista à


Variante da Trofa.
definição da situação de referência.

Fase de construção

- Monitorização do Ruído.

Variante de Alcácer do Sal. - Monitorização do Recursos Hídricos (superficiais e subterrâneos).

- Monitorização do Fauna e Flora.

- Monitorização do ruído.
Ligação Ferroviária ao porto de Aveiro.
- Monitorização da avifauna nidificante.

- Monitorização do Ruído.
Variante da Trofa - Monitorização do Vibrações.
- Monitorização do Recursos Hídricos Subterrâneos.
Fase de exploração

Monitorização dos aspectos ambientais Recursos hídricos superficiais,


Linha de Guimarães entre Santo Tirso e Guimarães.
Sócio-economia, Fauna, Flora/Paisagem, Ruído e Vibrações.

Monitorização dos aspectos ambientais Recursos hídricos superficiais,


Linha do Douro entre Cête/Caíde
Sócio-economia, Fauna, Flora/Paisagem, Ruído e Vibrações.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Monitorização dos aspectos ambientais Recursos hídricos superficiais,
Linha da Beira Baixa entre Mouriscas A/Castelo Branco.
Sócio-economia, Flora/Paisagem e Ruído.

Linha de Évora entre Casa Branca/Évora. Monitorização do aspecto ambiental Ruído e Recursos Hídricos.

RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

80
Numa acção complementar à reabilitação do património desactivado (projecto das
ecopistas e de edifícios de estações/apeadeiros) e à implementação de medidas

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


compensatórias decorrentes dos projectos de investimento, a REFER com vista a prever,
minimizar e compensar impactes associados à sua actividade, exploração ferroviária, no ano
de 2008 implementou acções de Diagnóstico Ambiental na área da manutenção/exploração
e de Recuperação paisagística, associada à estabilização de taludes.

Reabilitação do Património Desactivado

Em 2008 a extensão de rede sem tráfego a converter em Ecopistas sofreu um aumento de


14% (92km) com a inclusão no Plano Nacional de Ecopistas do ramal de Portalegre (23km),
linha de Guimarães (3km na área urbana da Maia, no canal ferroviário transferido para a
empresa Metro do Porto, SA e 23km entre Guimarães e Fafe) e linha do Sul (3km desactivados
na modernização da linha do Sul junto às minas do Lousal) perfazendo um total de 759km.
E copistas
100

80
Extensão em utilização (%)

60

Relatório de Sustentabilidade 2008


40

20

0
Ramal Ramal Linha Linha Ramal Linha Linha Ramal
de Monção de Mora do Corgo do Sabor de do Vouga do Dão de
Famalicão Montemor

Anterior a 2006 2006 2007 2008

81
Face à nova extensão de rede a converter em Ecopistas, em 2008, foram concluídos 32km
(4%) de rede constituídos por 9km, 10km e 13km correspondentes a 15%, 34% e 100% dos

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


ramais de Mora, Famalicão e Montemor, respectivamente. No final do ano de 2008 encontra-
se em utilização 15% do total previsto para a rede de Ecopistas.

Projectos de Medidas Compensatórias

Na sequência do balanço efectuado ao desenvolvimento do projecto B&B foi considerado


oportuno consolidar o lote de projectos considerados, bem como, avaliar novas oportunidades
surgidas. Nesse sentido, no final de 2008 estão em curso os seguintes projectos:

• Projecto do Continuum Ecológico – Assenta num projecto de investigação que visa estudar
a problemática relacionada com o impacte exercido sobre os ecossistemas (sobretudo
devido à fragmentação de habitats) pela infra-estrutura ferroviária e as oportunidades que o
canal pode oferecer para a conectividade desses ecossistemas e consequente promoção
da biodiversidade. Este projecto de investigação associar-se-á ao instrumento do
‘Compromisso com a Ciência – iniciativa Ciência 2008’ no âmbito do qual a REFER
participará, com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e com a Universidade do
Porto (a UP, cujo interesse neste projecto foi reportado) a constituição de uma cátedra
convidada;
• Recuperação de uma Salina no Estuário do Sado – A REFER adquiriu uma salina no estuário
do Sado, em Junho de 2008, estando a desenvolver o respectivo programa de
investimentos, com o objectivo principal de promover a recuperação ecológica daquela
área, de modo a contribuir para sustentar as espécies de avifauna que povoam o vale do
Sado.. Esta medida surge, inicialmente, da necessidade de implementar a medida
compensatória que resulta do processo de avaliação de Impacte Ambiental da Variante
de Alcácer, mas foi revista e ampliada na sua escala e objectivos. Pretende-se
Pretende ainda que
este espaço
ço possa servir de apoio à investigação científica e educação ambiental. Se
compatível com os objectivos anteriores, poderá também a salina ser alvo de visitação,
pelo público interessado.

Relatório de Sustentabilidade 2008


• Promoção da Floresta Autóctone – Este projecto foi introduzido no contexto
ontexto B&B da REFER
durante o ano de 2008 e tem por objectivo promover a plantação de árvores da floresta
autóctone Portuguesa. Quer pelo efeito da construção de novas linhas, quer pelas acções
de manutenção das linhas existentes, a REFER tem a necessidade
necessidade de interferir com o
coberto arbóreo, razão pela qual este projecto se enquadra na actividade da empresa. A
primeira acção neste contexto, surge da associação da REFER ao Programa ‘Criar bosques
2008’ da Quercus, tendo-se
tendo formalizado o Protocolo de colaboração
ração no final do ano de
2008. 82
Ainda neste contexto, destaque-se
destaque se a associação da REFER à construção da Estação Biológica
do Garducho, promovida pela Organização Não Governamental do Ambiente (ONGA) CEAI -

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Centro de Estudos da Avifauna Ibérica, através da cedência
edência de travessas de madeira utilizadas
nas áreas exteriores do edifício. Esta acção vem juntar-se
juntar se ao Protocolo celebrado em 2007
com a Quercus, que visa permitir a esta ONGA, estudar a viabilidade da Estação de Sacavém
para servir como sua sede. Tais apoios
apoios são concretizados no âmbito do apoio assumido a
entidades que têm uma acção directa, material e concreta em prol da biodiversidade.

De destacar, por fim, que manteve a empresa a sua prática consolidada na instalação de
ninhos de cegonha na estrutura de catenária, de modo a acomodar esta espécie nos locais
apropriados para a nidificação.

Estação Biológica do
Garducho - travessas de
madeira utilizadas nas
áreas exteriores do edifício
edifíci

Paisagem

No seguimento do estudo de caracterização, avaliação e diagnóstico à Linha do Douro em


2007, definiram-se
se como prioridades para 2008:

• A inclusão de requisitos ambientais em cadernos de encargos/condições técnicas para


projectos e empreitadas de estabilização de taludes/execução de estruturas de
contenção, respeitando
eitando os princípios paisagísticos (ecológicos funcionais e estéticos), de
forma a garantir a sua integração na paisagem.
• A Implementação de medidas de minimização de atenuação do impacte visual das
estruturas de contenção existentes, promovendo uma integração progressiva desses
elementos na paisagem.
Este projecto encontra-se contemplado no plano de actividades da Direcção de Ambiente
para 2009, pretendendo-se lançar um Case-study ao km 121 da Linha do Douro, pelas
características que apresenta, nomeadamente o seu destaque expressivo na paisagem.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Integração paisagística –
Estabilização do Talude ao km
10+800 da Linha do Corgo 83

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Acompanhamento Ambiental na área da manutenção/exploração
Seguindo o que havia sido definido em 2007, orientaram-se esforços em 2008 de modo a
prestar um apoio directo e concreto à área de manutenção da empresa. Esse apoio dirigiu-
se, particularmente, para o acompanhamento efectivo de 9 contratos de manutenção.
Foram realizadas auditorias no âmbito de contratos de manutenção em curso, permitindo não
só avaliar a conformidade legal e contratual, mas essencialmente identificar áreas potenciais
de melhoria, ao encontro de uma maior eficiência do Sistema de Gestão Ambiental
implementado. É objectivo futuro que todos os contratos sejam auditados, no mínimo, uma
vez por ano.
Auditorias de Ambiente realizadas, em 2008

Designação da PS Prestador de serviços Órgão REFER afecto ao contrato

Prestação de Serviços de Manutenção Integral dos Sistemas de UON – Centro de Manutenção de Aveiro/ UOC
Dimetronic
Sinalização – Centro de Manutenção de Coimbra)

Prestação de Serviços de Manutenção da Sinalização SSI e do


Dimetronic UOS – Centro de Manutenção de Setúbal
Sistema Convel das Linhas do Sul, Alentejo, Vendas Novas

Relatório de Sustentabilidade 2008


Prestação de Serviços de Manutenção Integral dos Sistemas de
Sinalização Instalados no Troço Entroncamento (Excl.) – Alfarelos Thales UOC – Centro de Manutenção de Coimbra
(Excl.) da Linha do Norte e Futura extensão ao Ramal de Tomar

Prestação de Serviços de Manutenção de Infra-estrutura


Consórcio Ferrovias/ Mota-Engil/ UOC – Centro de Manutenção de Lisboa/ UOS
Ferroviária na Área Metropolitana de Lisboa – 1.º adicional do
Visabeira – Centro de Manutenção de Setúbal
Contrato 15/05 – CA/CM

Prestação de Serviços de Manutenção na Zona Operacional da


Consórcio Somague / Neopul / EIP UOS
Conservação Sul – 1.º adicional

Prestação de Serviços de Manutenção de Via e Geotecnia do


Promorail/ Edifer/ Opway UOC – CM Caldas da Rainha
Eixo Oeste – 1.º adicional

84

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Estaleiros da Prestação de
Serviços de Manutenção de
Infra-estrutura Ferroviária na
Área Metropolitana de Lisboa

Estaleiro de Vila Franca de Xira Estaleiro de Alcântara Estaleiro de Penalva

Paralelamente têm sido alvo de acompanhamento ambiental, empreitadas na área da


conservação, tendo sido até ao momento verificado o cumprimento do estabelecido em
Caderno de Encargos em 3 empreitadas na Unidade Operacional Centro.

Diagnóstico Ambiental na área da manutenção/ exploração

Em 2007 iniciou-se o diagnóstico ambiental às Unidades Operacionais (UO), nomeadamente,


à UO Centro, abrangendo 3 centros de manutenção. Em 2008 o diagnóstico estendeu-se a 6
Centros de Manutenção, 5 da Unidade Operacional Centro (UOC) e 1 da Unidade
Operacional Sul (UOS), procedendo-se a um levantamento ambiental em cada centro e à
definição das acções necessárias para a resolução das áreas consideradas prioritárias,
nomeadamente, no âmbito da gestão de resíduos, acompanhamento ambiental das
empreitadas/prestações de serviços e formação, desenvolvendo-se para esse efeito um
programa de acções.
É de destacar, por fim, a formação de ambiente que vem sendo ministrada com
regularidade, designadamente no âmbito dos programas levados a cabo pela Direcção de
Recursos Humanos, assim como, o programa específico desenvolvido, devido pela nova
legislação de Resíduos de Construção e Demolição. Ao todo, foram ministradas 68 horas de
formação distribuídas por 21 acções, cobrindo áreas distintas como a gestão de Resíduos de
Construção e Demolição, Gestão Ambiental em empreitadas ou os requisitos de ambiente nos

Relatório de Sustentabilidade 2008


documentos concursais tipo.

EMISSÕES, EFLUENTES E RESÍDUOS

Emissões
No ano de 2008, a emissão de CO2 associada ao consumo directo de electricidade, com
base no factor de emissão caracterizador do Sistema Eléctrico Nacional foi de 24 mil
85
toneladas de CO2, cerca de 10% superior ao valor registado em 2007 e ligeiramente inferior
(cerca de 3%) ao crescimento verificado neste último, face a 2006.

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


O ganho ambiental associado à substituição de material circulante diesel por composições de
tracção eléctrica devido à electrificação da rede mantém-se inalterado desde 2005, ano de
entrada em exploração da electrificação do troço Mouriscas A-Castelo Branco da linha da
Beira Baixa.

Efluentes
A produção de efluentes de origem doméstica, no ano de 2008 manteve-se sensivelmente
igual à registada nos últimos dois anos, 53 mil m3.

Resíduos
Face aos trabalhos desenvolvidos nos anos anteriores para a implementação da estratégia
proposta no Plano de Gestão de Resíduos (PGR), foi possível desenvolver durante o ano de
2008 os seguintes projectos de valorização:
• Valorização energética de resíduos de madeira - Durante o ano de 2008 a REFER enviou
para valorização energética, nas instalações da SECIL em Outão, cerca de 385 toneladas
de resíduos de travessas de madeira existentes na área geográfica da Unidade
Operacional Sul (UOS).
A adopção desta solução, em detrimento do envio para aterro de resíduos perigosos
(solução adoptada no passado) permitiu diminuir o consumo de pet-coque (combustível
usado nas cimenteiras) em cerca de 190 toneladas.
• Valorização material dos isoladores cerâmicos - este projecto, iniciado em 2005, permitiu
durante o ano de 2008 a valorização de cerca de 26 toneladas de isoladores com a
consequente separação da fracção metálica da fracção cerâmica. Estas fracções foram
alvo de valorização individual, tendo a primeira (cerca de 8 toneladas) sido encaminhada
para reciclagem e a segunda (cerca de 18 toneladas) integrada no fabrico de cimento.
Com a implementação de redes de recolha selectiva, quer ao nível das actividades de
manutenção (óleos usados, massas lubrificantes, acumuladores) quer das instalações sociais
(zonas administrativas onde operam os serviços da REFER) foi possível assegurar o correcto
encaminhamento destes resíduos. A nível dos resíduos da actividade administrativa merece

Relatório de Sustentabilidade 2008


especial destaque o protocolo de cedência dos consumíveis informáticos firmado com a AMI
– Assistência Médica Internacional, que ao garantir um destino adequado para estes materiais
e promover a sua reutilização permitiu uma valorização económica para a Fundação AMI
importante na sua campanha de angariação de fundos para prossecução das suas
campanhas de apoio Humanitário.
Com a publicação, em Março de 2008, de legislação específica sobre a gestão de resíduos
de construção e demolição (RCD) foi necessário incluir esses requisitos nos procedimentos
internos da REFER através da elaboração de um modelo tipo REFER do Plano de Prevenção e 86
Gestão (PPG) de RCD. Paralelamente, foi implementado um plano de formação que permitiu
sensibilizar os órgãos operacionais para as responsabilidades inerentes a esta matéria (que

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


ganhou força por via das disposições incluídas no novo Código de Contratação Pública) e
dar-lhes as ferramentas necessárias para desenvolverem os próprios Planos.

RUÍDO

O ruído produzido pela actividade ferroviária constitui um dos maiores desafios ambientais que
a REFER enfrenta. Esta realidade tem vindo a assumir contornos cada vez mais claros à
medida que se tem consolidado o trabalho desenvolvido na área do ambiente na empresa.
Constata-se que esta é uma área em que a REFER está pressionada a agir, quer por força de
imposições legais, quer por uma questão de imagem. O ruído é, frequentemente, motivo de
exposição pública, algo que tem repercussões negativas a vários níveis, destacando-se a
posição defensiva que as entidades ambientais adoptam, tornando cada vez mais complexa
a aprovação de novas iniciativas de investimento, quer sejam referentes a novas linhas, quer
ao reforço da capacidade das actuais.
Durante o ano de 2008 foram apresentadas 23 reclamações relacionadas com o ruído
gerado pela actividade da responsabilidade da REFER.

Ano 2006 2007 2008

Nº de reclamações 27 19 23
Deste modo, a gestão do ruído é um desafio incontornável e a REFER deve ser o motor de
uma acção concertada, estruturada e global, tendo a empresa, até ao momento, dado uma
resposta, que deve ser melhorada de forma a introduzir racionalidade de investimento.
A gestão deve aqui assumir um papel de procurar identificar a estratégia de prossecução do
cumprimento dos requisitos legais de protecção acústica (que estão legislados),
estabelecendo metas e acompanhando a evolução da sua acção com indicadores de

Relatório de Sustentabilidade 2008


controlo.
O decreto-lei n.º 9/2007 de 17 de Janeiro traduz o novo Regulamento Geral de Ruído e reforça
o já previsto pelo decreto-lei n.º 146/2006 de 31 de Julho, prevendo-se a elaboração de
mapas de ruído atribuindo-lhes a importância enquanto meios de diagnóstico.
No início de 2006, a REFER procedeu à elaboração do mapa estratégico da sua rede, numa
escala nacional, estando consolidado e em curso, o processo de elaboração da cartografia
digital que servirá de suporte à elaboração dos mapas de ruído, desta feita à escala 1:2 000,
centrando-se sobre as linhas, e troços de linha, onde há maior pressão em termos de ruído. 87
Sem prejuízo da importância que os mapas de ruído assumem, designadamente no quadro
dos diplomas legais nacionais e comunitários em vigor, a REFER terá de estar munida dos

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


instrumentos e soluções técnicas que lhe permitam desenvolver planos de
investimento/manutenção sólidos, com os quais a empresa assuma um compromisso quanto
à sua implementação.
Os Planos de Redução de Ruído (PRR) são a consequência lógica do trabalho de diagnóstico,
sendo a sua concretização no terreno o fim último que se pretende alcançar.

GIF60k (linha) Cartografia 3D Mapa de Ruído Plano de Redução

Cascais Concluída Concluído 75%

Sintra Concluída Concluído 25%

Cintura Concluída Concluído 25%

Norte (até Azambuja) Concluída Concluído 25%

Minho (até Ermesinde) Concluída Concluído 25%

GIF30k (linha) Cartografia 3D Mapa de Ruído Plano de Redução

Norte (Entroncamento – Albergaria-dos-Doze) 1.º Semestre 2009 2.º Semestre 2009 2010

Norte (Quintans – Ovar) 1.º Semestre 2009 2.º Semestre 2009 2010

Norte (Ovar – Porto) 2.º Semestre 2009 2010 2010

Sul (Lisboa – Setúbal) 2.º Semestre 2009 2010 2010

Os projectos de modernização têm aplicado, até à data, soluções tradicionais de redução de


ruído como, barreiras acústicas e utilização de material resiliente ao nível da via ou da
plataforma da via. Actualmente estuda-se a utilização de soluções alternativas, com uma
melhor relação custo/eficácia e que permitam reduzir o número de pessoas sujeitas a níveis
elevados de ruído. Importa referir que a modernização do armamento de via, é o primeiro
passo, essencial, para se estruturar a minimização dos efeitos do ruído.

Medidas implementadas pela REFER à data de 31.12.2008

Medidas de minimização Instaladas Em projecto/em construção

Relatório de Sustentabilidade 2008


51% da rede com tráfego
Electrificação da rede 100% das grandes infra-estruturas de -
transporte ferroviário (GIF)

70% da rede com tráfego


Via com barra longa soldada (BLS) -
81% das GIF

61 km 57,5 km
Barreiras acústicas
46 km em GIF 57,5 km em GIF

54 600 m2
Manta de balastro -
48 254 m2 em GIF 88
Via tratada com palmilhas resilientes 6 km -

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Via tratada com solas de travessa 1 km -
VALORIZAÇÃO DAS ACÇÕES
ACÇÕES DE CARÁCTER AMBIENTAL
AMBIENTAL

Seguidamente apresentam-se alguns valores de custos associados a acções, da REFER, de


carácter ambiental.

Área Acção Ano Custo (€)


( )

Relatório de Sustentabilidade 2008


2006 1 100 000
Barreiras acústicas instaladas
2007 2 500 000
2006 33 439 000
Barreiras acústicas em
2007 33 000 000
projecto/construção
2008 36 082 000
2006 20 650
Protocolo estabelecido com o centro de
Análise e Processamento de Sinais do 2007 11 000
Instituto Superior Técnico (Diversos)
2008 11 000

Cartografia digital da Linha de Cascais 2006 18 658 89


Cartografia digital da Linha de Sintra 2006 48 007

Mapa de ruído da Linha de Cascais 2006 27 700

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Plano de redução de ruído da Linha de
Ruído 2006 15 500
Cascais
Cartografia Digital da Linha do Norte
(Lisboa Sta. Apolónia/ Azambuja) e Linha 2007 64 085
de Cintura
Mapa de Ruído da Linha de Sintra 2007 29 000
Mapa de Ruído da Linha de Cintura 2007 19 500
Estudo de Avaliação de Campainhas de
2007 8 300
Passagens de Nível
Estudo de Avaliação do Sistema de
Anúncio ao Público da Estação de 2007 8 850
Roma-Areeiro
Estudo de Caracterização Acústica de
2007 4 850
ocupação urbana
Cartografia Digital da Linha do Minho
2008 23 463
(Porto S. Bento/Ermesinde)
Mapa de Ruído da Linha do Norte
2008 49 300
(Lisboa Sta. Apolónia/Azambuja)
2006 554 813
Gestão de resíduos 2007 38 945
2008 57 213
Análises de resíduos para determinação 2006 2 209
da admissibilidade em aterro 2007 22 341

2006 875
Resíduos Implementação do sistema de recolha
selectiva de resíduos de papel/cartão
2008 2 358

2006 2 000
Protocolo com o Centro para a
Valorização de Resíduos (CVR) da 2007 2 000
Universidade do Minho
2008 2 000
Área Acção Ano Custo (€)
( )

2006 65 220
Estudos de impacte ambiental principais
incidências ambientais e relatórios de
conformidade ambiental do projecto de
execução

Relatório de Sustentabilidade 2008


2008 252 868

Monitorização ambiental da linha do Minho e


2006 19 640
ramal de Braga
Monitorização ambiental da linha do Sul 2006 21 726
Monitorização ambiental da avifauna – Ligação
Avaliação ambiental 2006 10 254
ferroviária ao porto de Aveiro
Caracterização das Areias removidas para
implementação do projecto de “Rebaixamento
2006 15 201
da via no atravessamento da cidade de
Espinho”
Monitorização ambiental da linha de
2007 19 870
Guimarães

Monitorização ambiental da linha do Douro 2007 18 226 90


Monitorização ambiental da linha da Beira Baixa 2007 30 250

Monitorização ambiental da linha de Évora 2008 10 970

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


2006 15 000
Protocolo estabelecido com a Universidade de
Património 2007 20 000
Évora
2008 10 000
2006 38 000
Assessoria 2007 32 000
2008 32 000
2006 32 668
Biodiversidade Instalação de dissuasores e plataformas para
2007 5 095
ninhos de cegonhas
2008 15 140
Recuperação Ecológica de Salina no Vale do
2008 70.000
Sado
2006 15 000
Protocolo estabelecido com a Universidade de
2007 15 000
Évora
2008 15 000

Projecto de Integração Paisagística do troço


Paisagem 2006 18 120
Casa Branca/Évora, da linha de Évora

Projecto de Integração Paisagística do troço


Bombel/Casa Branca/Évora, da linha de Évora e 2008 44 136
Castelo Branco/Covilhã, da linha da Beira Baixa

Campanha de análise às superficiais no âmbito


Recursos Hídricos 2007 2 310
do EIA da Variante de Santarém.
91

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


LISTAGEM DE TODOS OS INDICADORES

Código GRI Indicadores Integrados REFER Página

Custos com Pessoal / Custos com Pessoal sector


36
da infra-estrutura de transportes

Relatório de Sustentabilidade 2008


Código GRI Desempenho Económico REFER Página

Indicadores Económicos

Total do Activo 36; 50

Resultados Operacionais 51

Resultados Líquidos 52

EC1 Volume de Negócios 51


92
Volume de investimento 28-35; 49; 50

Accionistas

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Cobertura do Investimento pelos diversos
50
subsidios

Colaboradores

Estrutura de custos com Pessoal, nomeadamente


28; 54
remunerações, encargos sociais

Fornecedores

Estrutura de conta de custos 62, nomeadamente


55
peso dos subcontratos

Clientes

Prestação de Serviços (Tarifa de Utilização) 55-58

Capacidade disponível da rede 24-27

Índice de pontualidade por causas imputáveis à


27
REFER
Valores dos Investimentos e conservação
nd
destinados a estações e interfaces
Código GRI Desempenho Social REFER Página

Emprego

LA1 Número colaboradores por Qualificação 60

LA1 Número de colaboradores por região NUT II 60

Benefícios dos colaboradores, para além dos


LA12 69-72
legalmente previstos;

Relatório de Sustentabilidade 2008


Trabalho e Relações Laborais

LA3 Taxa de Sindicalização 63

Saúde e Segurança

LA9 Horas de Formação Média Anual 67-69

LA9 Número de formandos 67-69

LA9 Custos com formação / Custos com pessoal 67-69

Quadros com formação complementar em


67-69
gestão
93
Comunidade

Índice de sinistralidade em PNs 34-35

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Investimentos na supressão e reconversão de PNs 33-34

Número de PNs suprimidas 34

Custos com donativos e patrocinios 71

Diversidade e Oportunidade

LA11 Rácio Homem/Mulher na empresa, 69-70; 72

LA11 Rácio Homem/Mulher nos cargos de chefia 69-70; 72

Estrutura etária 61

Gráfico Antiguidade 61-62


Código GRI Desempenho Ambiental REFER Página

Materiais

ton balastro;
km e ton carril;
nº e ton travessas (madeira, bibloco e betão);
EN1 74-77
kg de produto de deservagem e suas
características;
Origem dos Materiais.

Relatório de Sustentabilidade 2008


Energia

Joule de electricidade comprada;


EN3 77
Joule de comb fósseis, diesel, consumidos.

Água

EN5 Custo associado ao consumo total de água 77-78

Biodiversidade

Quantificação do domínio ferroviário afecto a


EN6 áreas protegidas; 78
Indicação de medidas de minimização.
Indicação dos impactes:
EN7
Sobre áreas protegidas;
78-79
94
Quantificação, se possivel em %, das áreas
impermeabilizadas.

Indicação das medidas implementadas para:

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Recolha de residuos abandonados;
EN27 Reabilitação de troços sem trafego; 79
Reflorestação de áres intervencionadas (Proj.
Int. Paisagistica).

Emissões, efluentes e resíduos

ton de resíduos por tipo e origem;


EN11 Fracção de recicláveis face ao total;
Indicação dos destinos.
ton de subs e toneq CO2 provenientes dos
85-88
EN30 operadores, relação com a electrificação das
linhas.
Quantificação dos resíduos considerados
EN31
perigosos.

Fornecedores

EN33 Indicação das medidas implementadas. 85

Ruído

Indicação das medidas implementadas em obra


(investimento/conservação) para a minimização
do ruído;

Indicação do ruído proveniente da circulação de


composições e medidas implementadas pela
REFER, EP com vista à minimização de impactes;

AM1 Nº total de pessoas potencialmente afectadas 86-88


por níveis de ruído > 55dB(A);
Nº de metros lineares de via com barra longa
soldada;
Nº de metros lineares de barreiras acústicas
instaladas e em projecto;

Nº de metros lineares de via electrificada.

Total

EN35 Custo das barreiras acústicas; 89


95

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


QUADRO COMPROMISSO COM METAS A ATINGIR
A MÉDIO LONGO PRAZO

Objectivos Metas para 2009

Relatório de Sustentabilidade 2008


Aumentar a produtividade da Organização Incentivar o acréscimo do factor trabalho

• Reforçar as políticas internas e iniciativas no âmbito do


desenvolvimento profissional dos colaboradores, de forma a
garantir a disponibilidade e adequação das competências
internas face às necessidades operacionais e de desenvolvimento
Promover a Qualificação e Valorização dos RH’s da Empresa da Empresa;

Social • Prosseguir a meta já definida para 2008, de incrementar a


qualidade e adequabilidade da formação, promovendo o
cumprimento dos requisitos legais relativos ao nº de
horas/colaborador;

Adoptar um conjunto de medidas que visem a preservação, a


Preservar e gerir activamente o conhecimento crítico da partilha e a reutilização do conhecimento organizacional no
Empresa âmbito das Especialidades Ferroviárias, de forma a garantir a
qualidade do desempenho e a competitividade da Empresa
96
Prosseguir com a caracterização das actividades de conservação
Desenvolver e Implementar o Sistema de Gestão Ambiental da e manutenção:
REFER - Levantamento das Actividades da Manutenção
- Diagnóstico Ambiental dos Centros de Manutenção

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


Implementação dos seguintes planos de monitorização:

Implementar os Planos de Monitorização Ambiental decorrentes Linhas do Minho, Guimarães, Douro, Beira Baixa, Sul e Évora e ramal
dos projectos de investimento da REFER. de Braga – Fauna/Flora e Ruído

Linha de Évora – Recursos Hídricos

Prosseguir com a elaboração de cartografia Digital dos troços de


via-férrea com mais de 30 000 comboios por ano (extensão: 413
Assegurar a protecção acústica* dos receptores km).
significativamente** afectados pelo ruído decorrente da
circulação ferroviária. Iniciar a elaboração dos Mapas de Ruído dos troços de via-férrea
com mais de 30 000 comboios por ano (extensão: 413 km).
* Considera-se garantida a protecção acústica dos receptores
se forem cumpridos os limiares legislados, ou, ainda que não
cumprindo esses mesmos limiares, se forem implementadas as Iniciar actualização dos Mapas de Ruído dos troços de via-férrea
Ambiente medidas concertadas com os órgãos representativos das com mais de 60 000 comboios por ano (extensão: 105 km).
populações.
** Consideram-se significativamente afectados os receptores Diligenciar o desenvolvimento dos Planos de Redução dos troços
sujeitos a níveis de ruído superiores aos limiares legislados para de via-férrea com mais de 60 000 comboios por ano (extensão:
zonas mistas (critério este passível de ser revisto em função de 105 km).
alterações legislativas).
Diligenciar o desenvolvimento dos Planos de Redução dos troços
de via-férrea com mais de 30 000 comboios por ano (extensão:
413 km).
Alargar a rede de recolha selectiva de resíduos da REFER:
Eliminar a dispersão de resíduos fora da rede de locais de
- rede de acumuladores de chumbo;
concentração estabelecidos.
- rede de recolha de massas lubrificantes.
Prosseguir o desenvolvimento do projecto de reabilitação
ecológica de uma Salina no Sado (inscrita na iniciativa B&B);
Dar início ao projecto do Continuum ecológico (inscrita na iniciativa
Fomentar a implementação de projectos de medidas de B&B);
minimização ou compensatórias dos impactes ambientais. Prosseguir com a implementação do projecto de Promoção da
floresta autóctone (inscrita na iniciativa B&B);
Dar continuidade à Monitorização da avi-fauna no projecto de
Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro.

Adaptação e Alargamento do SGQ à totalidade da DGEI

Implementação do Sistema de Gestão da Qualidade na REFER


Qualidade Implemantação na DGEN
e respectiva Certificação até 2009

Implemantação nas Direcções de suporte e de apoio


Objectivos Metas para 2009

Dispôr da avaliação dos principais riscos profissionais (segurança e


Aumentar a produtividade da organização
saúde no trabalho) existêntes na empresa.

Reforçar enquadramento de empreiteiros e prestadores de serviços


Optimizar a gestão e controlo dos investimentos/contratos
na politica de segurança do trabalho REFER
Segurança

Assegurar elevados níveis de segurança Reforçar sistema de vigilância nas instalações

Relatório de Sustentabilidade 2008


Assegurar elevados níveis de segurança Dotar todos os estabelecimentos com sistemas de emegência

Desenvolvimento de acções no sentido da assinatura com o


Contrato Programa
Estado.

Adequação do pefil temporal da divida financeira à maturidade


doa activos visando a redução do seu custo efectivo

Minimizar o Custo de Oportunidade de recursos indevidamente


cativos
Gerir eficientemente os recursos financeiros
Económico Maximizar a obtenção dos recursos comunitários disponíveis

Garantir a optimização dos recursos financeiros associados a


projectos (na fase de concurso) assim como o seucorrecto registo.

Racionalização de custos
Campanhas de sensibilização junto dos colaboradores no sentido
da redução de alguns custos de funcionamento.
97
Reduzir para 60 dias o prazo médio de pagamentos aos
Reduzir o número de dias do prazo médio de pagamentos
fornecedores

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


98

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. Relatório de Sustentabilidade 2008


GLOSSÁRIO

Balastro – material de granulometria CH 4 – Metano

Relatório de Sustentabilidade 2008


seleccionada destinado a suportar e encastrar CK – abreviatura de comboio-quilómetro,
as travessas, a distribuir as cargas transmitidas unidade de prestação de exploração
pelas travessas à plataforma, a conferir ferroviária, correspondente ao deslocamento
elasticidade à via e a facilitar a drenagem. de 1 comboio na distância de 1 Km. O seu
Quanto à sua natureza pode ser saibro de custo depende das características quer da
grão grosso, brita de rocha calcária e brita de linha quer do comboio em causa
rocha dura, dividindo-se quanto às dimensões CO2
CO 2 – Dióxido de carbono
em normal (de 25 a 50 mm) e fino (de 16 e “C
C ontrat ualização Global” (Outsourcing) –
31.5 mm) que se destina a ser utilizado no contratação de especialistas externos à 99
nivelamento empresa para a realização de algumas
Barreira acústica – painel disposto em série ao funções da empresa, proporcionando um

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


longo da via-férrea e de ambos os lados, em desempenho mais eficaz e com custos
zonas onde se torne necessário proteger o inferiores
meio ambiente da agressividade sonora das CON VEL – abreviatura de Controle Automático
circulações de Velocidade. Sistema de protecção de
BLS – abreviatura de Barra Longa Soldada:: comboios que, através de circuitos
carril soldado, com um comprimento ressonantes indutivos colocados na via e de
indefinido, em que exista uma zona central, equipamentos de bordo correspondentes,
de extensão variável com o tipo de fixação às verifica de modo pontual se as velocidades
travessas, em que as tensões internas atingem são cumpridas, se as frenagens são
o seu valor máximo e os movimentos estão efectuadas e se os sinais de paragem são
impedidos respeitados. Em caso de anomalia, o sistema
Cadeia de valor – modelo de gestão que desencadeia a aplicação automática dos
permite determinar o valor, que cada freios, auxiliando assim os maquinistas no
elemento ou segmento da cadeia acrescenta exercício das suas funções, impedindo que a
ao produto, que vai evoluindo através dessa velocidade dos comboios ultrapasse certos
mesma cadeia valores impostos pelas condições de
CA E – Código de Actividade Empresarial segurança
Capital estat utário – montante de capital Core business – negócio principal de uma
fixado nos estatutos da empresa empresa
dB (A ) – decibel malha ponderada A
Deservagem – tratamento preventivo, Intercidades – designação da família de

realizado periodicamente com recurso a comboios de passageiros que ligam

equipamento adequado para eliminar a regularmente duas cidades

vegetação daninha que prolifera no balastro e Isolador – dispositivo isolador de material

nos passeios da via cerâmico, intercalado na "catenária" para


separar a zona em tensão e que apresenta

Relatório de Sustentabilidade 2008


Domínio Público Ferroviário – Bens de domínio
público afectos ao funcionamento e à uma resistência à rotura, por tracção, de 9

exploração do serviço público ferroviário toneladas

Ecopista – rota de passeio não motorizado kgep – quilograma equivalente de petróleo

para lazer e contacto com a natureza, kgeqCO2


kgeqCO2 – quilograma equivalente de dióxido

resultante do aproveitamento de corredores de carbono

ferroviários desactivados Linhas electrificadas - Infra-estrutura de

Família de comboios - designação dada ao transporte ferroviário cujas vias estão

grupo de comboios com o mesmo itinerário equipadas por forma a permitir a tracção
100
de circulação, ou seja com idênticos tempos eléctrica, incluindo instalações de sinalização

de trajecto e CONVEL e de telecomunicações

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


FBCF – Formação Bruta de Capital Fixo, que Longo curso – forma corrente e abreviada de

significa o valor dos bens duradouros designar os comboios de longo curso que

adquiridos em cada ano, visando o aumento transportam passageiros em distâncias

da capacidade produtiva do país superiores a um dado patamar, normalmente

Fundos comunitários – Instrumentos financeiros fixado entre 50 e 100 km

de apoio comunitáro Manta de balastro - tapete de borracha ou de

IFRS - International Financial Reporting material sintético colocada entre o balastro e

Standards a plataforma da via, para baixar o nível de

I N E – Instituto Nacional de Estatística ruído propagado através da estrutura da via

Infra-
Infra -estrutura ferroviária – conjunto de todas Marcha – comboio em vazio efectuado por

as instalações fixas respeitantes às vias razões de gestão do material, ou outras

principais e de serviço e às estações Mercadorias – composições essencialmente

necessárias à circulação ferroviária, incluindo utilizadas para o tráfego de mercadorias

edifícios afectos ao serviço das infra-estruturas, N 2 O – Óxido de azoto

bem como o conjunto dos elementos

referidos na parte A do Anexo I Regulamento


nº1108/ 70 /CE. DLnº270/2003 de 28 de

Outubro
Norma ISO 14001-
14001- Norma orientadora na Plano de Gestão de Resíduos – Documento
implementação e certificação de sistemas de desenvolvido pela Direcção de Ambiente com
gestão ambiental a colaboração da Direcção de
Notação de rating – classificação de Aprovisionamentos e Logística, Direcção de
entidades, em função do seu risco de crédito Conservação e Manutenção e D irecção Geral

Relatório de Sustentabilidade 2008


Notch – níveis de diferença entre notações de de Engenharia, que após a avaliação da
rating situação de referência equacionou as linhas
NP EN ISO 9001:
9001:2000 – Norma orientadora na de acção, orientações e objectivos
implementação de sistemas de gestão da estratégicos para o desenvolvimento do
qualidade sistema de gestão de resíduos da REFER.
NUT – Nomenclatura das Unidades Territoriais PN – abreviat ura de Passagem Nivelada ou
para fins Estatísticos Passagem de Nível: travessia de nível do
“Pacote Ferroviário I” – conjunto de Directivas caminho-de-ferro com uma estrada nacional
Comunitárias que define as condições de ou municipal. 101
prestação dos serviços de transporte ferroviário Rádio solo -comboio c/ transmissão de dados
e de gestão da infra-estrutura ferroviária, – Sistema de comunicações para controlo e

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


promovendo a coerência na concessão de comando de circulação, com fonia e
licenças a empresas ferroviárias, no acesso à transmissão de dados ligados ao CONVEL,
infra-estrutura ferroviária e na emissão de estabelecido entre o maquinista e o terreno ou
certificados de segurança vice-versa.
P CB’s – Bifenilos policlorados. Rádio solo-
solo- comboio s/ transmissão de dados -
Pendular – comboio de Pendulação, também Sistema de comunicações em fonia, para
designado por "comboio basculante", ou controlo e comando de circulação,
simplesmente "pendular", cuja tecnologia estabelecido entre o maquinista e o terreno ou
permite a prática de velocidades superiores às vice-versa.
do material convencional, nas curvas e sem “rail pad” - placa de borracha ou de material
perda de segurança, ao mesmo tempo que sintético colocada entre o chapim e a patilha
proporciona um maior conforto ao passageiro do carril, para baixar o nível de ruído
PIB – Produto Interno Bruto, que significa o valor propagado através do ar e da estrutura da via
da produção dos bens e serviços produzidos Rede complementar – a rede complementar
no país, durante um ano da rede ferroviária nacional, compreende as
PIDDAC – Programa de Investimentos e linhas e ramais de interesse público não
Despesas de Desenvolvimento da incluídas na rede principal. DLnº10/90 de 17
Administração Central de Março
Rede principal – a rede principal ferroviária é Suburbanos – forma corrente e abreviada de

composta pelas linhas vocacionadas para a designar os comboios suburbanos que visam

prestação de serviços de transportes de satisfazer as necessidades de deslocação

passageiros, nacionais e internacionais, de dentro de um município ou de uma região

longo curso, grande velocidade e elevada metropolitana de transportes. DLnº10/ 90 de 17

Relatório de Sustentabilidade 2008


qualidade e pelas linhas basicamente de Março

destinadas ao transporte de grandes volumes Taxa de uso – montante a pagar por um

de tráfego de passageiros deslocando-se operador ferroviário pela utilização de uma

diariamente entre os locais de residência e os linha ou de um troço de linha

locais de trabalho. DL nº10/90 de 17 de Março Travessa – elemento situado transversalmente

Regionais – forma corrente e abreviada de à via que faz a ligação entre o carril e o

designar os comboios regionais destinados a balastro. A roda actua sobre o carril,

dar resposta às necessidades dos passageiros transmitindo-lhes tensões elevadas, a travessa

no interior de uma dada região, recebe essas tensões e transmite-as, 102


designadamente de uma região autónoma. degradadas, à camada de balastro de tal

DL nº10/90 de 17 de Março e nº270/2003 de forma que elas sejam compatíveis com a sua

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


28 de Outubro capacidade de resistência e de deformação.

Serviço Público – serviço de interesse público, As travessas desempenham a função de

orientado para as necessidades da garantir, em conjunto com as fixações, a

população e não para o lucro distância entre os carris (bitola da via)

Sistema de Gestão Ambiental (SGA ) – O Travessa bibloco – travessa constit uída por dois

Sistema de Gestão A mbiental (SGA ) é uma blocos de betão armado (não pré-esforçado),

parte integrante do sistema global de gestão com mesas de assentamento para os carris, e

da organização, que inclui a estrutura ligados por um perfil metálico (madre) que

funcional, as actividades de planeamento, garante a bitola da via

responsabilidades, práticas, procedimentos, Travessa de madeira para VL – travessa de

processos e recursos, para desenvolver, madeira para via larga (em que a distância

concretizar, rever e manter a Política de entre as faces interiores da cabeça dos carris

Ambiente. é de 1,668 metros) e com uma largura de 260

cm
Travessa de via estreita – travessa de madeira Via múltipla – Infra-estrutura de transporte
para via métrica (em que a distância entre as ferroviário cujo perfil transversal de plena via
faces interiores da cabeça dos carris é de 1 apresenta mais do que duas vias em que,
m), também denominada via estreita, e cuja normalmente, há um só sentido de circulação
largura é de 240 cm para cada via

Relatório de Sustentabilidade 2008


Travessa monobloco – travessa de via de uma Via única – infra-estrutura de transporte
só peça, fabricada em betão pré-esforçado. ferroviário cujo perfil transversal apresenta uma
A compressão aplicada no pré-esforço é só via que pode ser percorrida nos dois
suficientemente elevada para que a travessa sentidos
nunca sofra tracções por virtude das cargas a Volume de negócios – Quantia liquida das
que é suposto vir a ser submetida. Tem um vendas e prestações de serviços abrangendo
peso 50% superior ao da travessa bibloco as indemnizações compensatórias
“ undersleeper pads”
pads” - placa de borracha ou respeitantes as actividades normais das
de material sintético colocada por baixo das entidades consequentemente após as 103
travessas, para baixar o nível de ruído reduções em vendas e não incluindo nem o
propagado através do ar e da estrutura da via imposto sobre o valor acrescentado nem

Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E.


VAB – Valor Acrescentado Bruto, que outros impostos directamente relacionados
corresponde ao valor da produção de uma com as vendas e prestações de serviços.
empresa, sector industrial ou país, menos o
valor dos consumos intermédios; a soma dos
VAB corresponde ao PIB

Via dupla – infra-estrutura de transporte


ferroviário cujo perfil transversal apresenta duas

vias em que, normalmente, há um só sentido


de circulação para cada via
Via estreita – via em que a bitola, distância
entre as faces interiores da cabeça dos carris,
é de 1 metro. É por isso também denominada

Via Métrica
Via larga – a via dita larga ou normal é a que
tem uma bitola de 1668 mm, a praticada na
Península Ibérica. A via larga europeia tem
uma bitola de 1435 mm

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